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Profa. Dra. Cris,na Lucia Seabra Iorio FORMAÇÃO DOS CONTRATOS Profa. Dra. Cris Seabra Iorio cris1na.iorio@estacio.br @prof.crisiorio @crn1lsa Situaçãoproblema: Eu sintome inclinado a comprar um objecto, que vi e do qual me convém serproprietário. Resisto ou cedo logo ao impulso do desejo, que me arrasta para o objecto, discuto asvantagens e desvantagens da obtenção, e, afinal, minha vontade, cedendo à solicitação dos motivosmais fortes, vae a traduzirse em acto. Supponho que venceu o desejo de possuir o objeto em questão,começo a externar a minha volição, propondo, a alguém que possue o que eu ambiciono, que seresolva a m?o ceder. Na mente desse alguém, suscitará a minha proposta as mesmas phases daelaboração psychica, porque o pensamento passou em meu espírito, até que sua vontade convirja ounão para o ponto em que estacionou a minha. Se convergir, será nossos interesses, ou o que se nosafigura tal, realizaram seu encontro harmônico, achamse em congruência actual. Para mim era maisútil, no momento, possuir o objecto em questão do que a somma a desembolsar ou o serviço a prestar;para o possuidor do objecto, era mais vantajoso do que possuílo receber o que eu lhe oferecia. Com amanifestação em divergência de nossa vontade iniciase o contracto. (BEVILÁQUA ApudGAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de Direito Civil. 2. ed. São Paulo:Saraiva, 2019, p. 453454) QUESTÃO SUBJETIVA– (FGV/OAB 2010.2/Adaptada) Durante dez anos, empregados de uma fabricante de extrato de tomate distribuíram, gratuitamente, sementes de tomate entre agricultores de uma certa região. A cada ano, os empregados da fabricante procuravam os agricultores, na época da colheita, para adquirir a safra produzida. No ano de 2009, a fabricante distribuiu as sementes, como sempre fazia, mas não retornou para adquirir a safra. Procurada pelos agricultores, a fabricante recusou-se a efetuar a compra. O tribunal competente entendeu que havia responsabilidade pré-contratual da fabricante. Explique o que significa a responsabilidade pré-contratual, fundamentando se a decisão do tribunal foi acertada. Formação dos Contratos • Formação dos contratos A formação dos contratos estuda o iter contractus, ou seja, o caminho percorrido pelas partes para formação do vínculo contratual. A formação dos contratos é um processo que decorre de uma série de atos e comportamentos das partes que visam à realização de um interesse comum. Considerando a obrigação como um processo, pode-se iden\ficar três grandes fases do processo contratual: fase pré-contratual; fase contratual e fase pós-contratual. São fases (não obrigatórias) da formação dos contratos: üNegociações preliminares; üOferta; üAceitação; üContrato preliminar; üContrato defini\vo ou conclusão do contrato. O Fenômeno da Formação dos Contratos 1) Fase de puntuação ou negociações preliminares ; 2) Fase de proposta ou oferta 3) Fase da aceitação Ø Nesta fase ocorrem as trata\vas para a celebração do contrato Ø Não há vínculo jurídico entre os negociantes, portanto, a não conclusão do contrato não gera responsabilidade civil contratual. Ø Nesta fase pode até exis\r a elaboração de um esboço de contrato, que recebe o nome técnico de minuta, mas não há contrato, há apenas acordo. Ø Consiste em etapa pré-contratual, não há força obrigatória Ø Aplicação do art. 422 do CC à negociações preliminares 1. negociações preliminares (puntuação): Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Enunciado nº 170., III Jornada de Direito Civil - A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato. Enunciado 24, I Jornada de Direito Civil – Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo CC, a violação dos deveres anexos constitui espécie de ina- dimplemento, independentemente de culpa. Enunciado 25, I Jornada de Direito Civil – Art. 422: o art. 422 do CC não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual. ØO aspecto mais relevante dessa fase é em relação a desistência injus\ficada das negociações preliminares. Até que ponto é lícita a recusa de contratar? ü trata-se de regular exercício do direito ü Função social do contrato, boa-fé e princípios gerais do direito üHá responsabilidade pela não celebração do contrato defini\vo? Responsabilidade contratual ou extracontratual? Para Maria Helena Diniz não haverá a responsabilidade contratual nessa fase do negócio, pois esta fase não cria direitos nem obrigações, Mas tem por objeto O preparo do consentimento das partes para conclusão do negócio jurídico contratual, não estabelecendo qualquer laço convencional. Entendi, Que excepcionalmente, pode haver responsabilidade pré-contratual, No campo da culpa aquiliana, fundada nos art, 186 e 927 do CC. Par\dários da solução extracontratual – corrente majoritária: Cris\ano Zanel, Antonio Chaves, Antonio Junqueira de Azevedo, Carlos Alberto Bimar, Caio Mario da Silva Pereira. Franquia. Contrato. Negociações preliminares. Responsabilidade civil pré- contratual. Inves\mentos feitos pela autora, que \nha justa expecta\va a\nente à celebração do contrato de franquia. Rompimento das negociações pela ré. Alegação de que a autora teria causado prejuízos, explorando a marca, sem o pagamento da devida contraprestação. Falta de prova a respeito deste fato alegado. Ausência de justa razão para o rompimento das trata\vas. Ré que criou expecta\va a respeito da conclusão do negócio. Nome da autora que foi veiculado no site da ré como franqueada. Apoio prestado pela ré durante a tomada de providências pela autora no estabelecimento do negócio. Má-fé da ré caracterizada. Dever de indenizar a autora pelas despesas por ela contraídas na instalação da franquia. Dano moral não configurado. Dissabor ínsito às relações empresariais. Recurso parcialmente provido. TJ-SP - Apelação Cível: AC 10086765020138260361 SP 1008676-50.2013.8.26.0361 Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 19/09/2019 TJ-DF - 7297007320218070001 1429160 Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 21/06/2022 APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. REFORMA DA SENTENÇA. PEDIDO FORMULADO EM CONTRARRAZÕES. NÃO CABIMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. PEDIDO DE VENDA NA CONCESSIONÁRIA. VEÍCULO USADO. FORMAÇÃO DO CONTRATO. FASE DE MERAS NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES (PUNTUAÇÃO). NÃO VINCULAÇÃO JURÍDICA DAS PARTES. MULTA POR DESISTÊNCIA INJUSTIFICADA. NÃO EXIGÍVEL. MANUTENÇÃO DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE COBRANÇA DE MULTA. É descabida a u`lização das contrarrazões para pleitear a reforma da sentença quanto à matéria que deveria ter sido tratada em recurso de apelação. As contrarrazões não podem ser usadas como mecanismo de alargamento das matérias devolvidas pela apelação. É sabido que o contrato civil nasce da conjunção de duas ou mais vontades coincidentes (autonomia privada), podendo ser iden`ficadas quatro fases de sua formação, segundo a doutrina pátria majoritária: fase de negociações preliminares ou de puntuação; fase de proposta, policitação ou oblação; fase de contrato preliminar; e fase de contrato defini`vo ou de conclusão do contrato. A fase de negociações preliminares é anterior à formalização da proposta, tratando-se de momento em que as partes entabulam conversações prévias, e cuja caracterís`ca básica é a não vinculação das partes a uma relação jurídica obrigacional. Desse modo, há nas negociações preliminares a premissa de liberdade para negociar e, caso alguma das partes não tenha interesse em prosseguir com o negócio, pode escolher não contratar ao final, sem que isso implique em penalidades pela desistência da contratação. Configurado, no caso concreto, o pedido de venda de veículo usado como mera negociação preliminar(fase de puntuação), é inexigível, em desfavor do consumidor, a multa por desistência injus`ficada, no percentual de 5% do valor do veículo. 2. FASE DA PROPOSTA OU OFERTA CONCEITO: A proposta é uma declaração unilateral de vontade receptícia, estando sujeita à aceitação da outra parte para que produza seus efeitos. SUJEITOS DA PROPOSTA: Øproponente, policitante ou solicitante Ø solicitado, policitado ou oblato Qual a dis2nção entre proposta e negociação? • Negociações Preliminares • o que ocorre é a discussão dos sujeitos sobre um possível futuro contrato e, embora haja intenção de contratar, não há efetiva proposta e nem efetiva oferta. Há debates, discussões sobre algo que poderá vir a ser. é como se ambos os sujeitos dissessem: “seria possível, viável, um contrato com tais contornos? • Proposta • Na proposta, um dos sujeitos se apresenta a outro ou outros e efe\vamente manifesta a sua vontade de contratar. É como se um dos sujeitos dissesse “quero contratar com esses contornos, você aceita?” “Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”. De que forma o proponente se desobriga da proposta? - Proposta é feita entre presentes? - Proposta feita entre ausentes? - Oferta ao público • Proposta entre Presente • sentre presentes (inter praesentes) - ocorre quando o proponente se encontra na presença do oblato (aquele a quem se dirige a proposta), ou, ainda, quando é feita por telefone ou outro meio de comunicação semelhante, como os serviços de comunicação instantânea na Internet. • Proposta entre Ausentes entre ausentes (inter absentes) - o policitante não se encontrar na presença do oblato, nem está em contato com ele por telefone ou outro meio de comunicação instantânea. Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, =ver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não =ver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. v. Enuniado 173 II JDC- CJF Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. § - TEORIA DA DECLARAÇÃO: Por essa teoria, o contrato é firmado no momento que o aceitante redige a sua resposta. § - TEORIA DA EXPEDIÇÃO: Considera formação do contrato no momento que aceitação é expedida. (art. 434, CC, Clovis Bevilacqua) § - TEORIA DA RECEPÇÃO: O momento de formalização do contrato é quando o proponente RECEBE a aceitação. Isso é diferente a Teoria da Cognição, tomar conhecimento é diferente de receber. (art. 433, CC – Carlos R. Gonçalves) TEORIAS DA FORMAÇÃO DO CONTRATO Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. Assim, a aceitação pode ser: § expressa § tácita O silêncio excepcionalmente será considerado como uma forma de manifestação de vontade e se revela: Ø quando “o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa”; Ø quando “o proponente a tiver dispensado” Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. A manifestação de vontade, no entanto, não terá força vinculante quando: a) “embora expedida a tempo, por moDvos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do proponente”, que pelo atraso involuntário já celebrou negócio com outra pessoa. Nesses casos, o proponente para se isentar de responsabilidade deve comunicar imediatamente ao aceitante as razões da não conclusão do acordo (art. 430, CC); b) “se antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante” (art. 433, CC); nesta hipótese fica caracterizada a ineficácia superveniente da aceitação. Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do arMgo antecedente; II - se o proponente se houver compromeMdo a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. Repele-se a Teoria da expedição: • Lugar de formação dos contratos ü Art. 435, CC (disposiDva); art. Art. 9º, § 2º LINDn(contratos internacionais) ü O local de formação do contrato é aquele em que se realiza a proposta, não sendo necessariamente coincidente com o local em que se realizará o cumprimento das prestações, ressalvando-se que esta regra nem sempre será aplicada no caso de contratação eletrônica. ü O princípio da autonomia privada permite que as partes escolham o foro competente para a execução das obrigações na dicção do art. 78, do Código Civil, sendo miDgada nos contratos de adesão. ü Determinar o lugar de formação dos contratos é importante para as situações em que este não coincide com o foro de eleição contratual. ü O local de formação do contrato é aquele em que se realiza a proposta, não sendo necessariamente coincidente com o local em que se realizará o cumprimento das prestações. (art. 435, CC e art. 9°, §2°, LICC), ressalvando-se que esta regra nem sempre será aplicada no caso de contratação eletrônica. ü O lugar de formação dos contratos é aquele em que se realiza a proposta, conforme disposto no art. 435, CC. ü A norma contida no art. 435, CC é dispositiva, ou seja, admite previsão em contrário. ü O princípio da autonomia privada permite que as partes escolham o foro competente para a execução das obrigações na dicção do art. 78, do Código Civil, sendo mitigada nos contratos de adesão Contrato Preliminar – arts. 462 a 466 do CC É o que se denomina contrato preliminar, contrato promissório, compromisso, promessa ou pré-contrato - o contrato cujo objeto é a celebração de um outro contrato, futuro, chamado de definiNvo. As partes são chamados de promitentes, sendo o vocábulo promissário às vezes uNlizado para se referir à parte credora, como, por exemplo, “promissário donatário”. O contrato preliminar tem lugar todas as vezes que, por alguma razão, não podem as partes celebrar o contrato definiNvo desde logo. ü Regra: irretratável ü Exceção: pode conter cláusula penitencial, que é uma cláusula contratual que autoriza um arrependimento Formação dos Contratos O contrato com es\pulação em favor de terceiro é composto por: · Es\pulante: é aquele que es\pula que alguém realize uma obrigação em favor de terceiro. · Promitente: é aquele que realiza o contrato com o es\pulante se obrigando a realizar algo em favor de um terceiro. · Terceiro ou beneficiário: é aquele que não integra os polos da relação jurídica contratual, entretanto, é o beneficiário do objeto contratual firmado entre es\pulante e promitente EsQpulações contratuais em relação a terceiros - Contratos Peculiares Es1pulação em Favor de Terceiro – arts. 436 a 438 do CC Seção III Da Estipulação em Favor de Terceiro Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeitoàs condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438 . Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. Estipulações contratuais em relação a terceiros - Contratos Peculiares v Es<pulação em Favor de Terceiro – arts. 436 a 438 do CC • Princípio da relaDvidade dos efeitos contratuais: os contratos geram efeitos apenas entre as partes, nos limites impostos pela lei e pelo exercício da autonomia privada. • A regra geral é, portanto, que os contratos produzem efeitos tão-somente aos contratantes • Gratuidade é uma caraterísDca fundamental, sendo inadmissível a exigência de contraprestação por parte do terceiro interessado para que possa este receber os bene_cios pactuados • A gratuidade não obsta a possibilidade de encargo ao terceiro • Não é necessário consenDmento do beneficiário • Natureza jurídica? http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm Es1pulações contratuais em relação a terceiros - Contratos Peculiares Há, pois, dois momentos na es1pulação em favor de terceiro: a) Antes da aceitação do beneficiário. Nesta fase, o es\pulante pode revogar a qualquer tempo o beneucio. b) Depois da aceitação do beneficiário. Nesta fase, a es\pulação torna-se irretratável, excetuando somente a situação descrita no art. 438. A possibilidade de subs\tuição revela o caráter disposi\vo da irretratabilidade da es\pulação. Todavia, a subs\tuição deve ser expressa. Promessa de fato de terceiro – arts. 439 a 440 do CC Seção IV Da Promessa de Fato de Terceiro Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. • Promitente – garanNdor de fato alheio, mas promete um fato próprio, uma obrigação de fazer • Responsabilidade objeNva – obrigação de resultado, possíveis excludentes: fortuito. • Exceção: parágrafo único do art. 439. (ex: contratos translaNvos de propriedade imobiliária em regime diverso da separação de bens) • Caso o terceiro assuma o contrato com cláusula de solidariedade, não exclusão da responsabilidade do promitente. (art. 265, CC) • Natureza jurídica: para Pablo Stolze: negócio jurídico submeNdo a um fator eficacial, ou seja, a um elemento acidental que limita não o debitum (a relação obrigacional em si mesma), mas sim a obliga,o (a responsabilidade civil pelo descumprimento do contrato) CONTRATOS. TELEVISÃO. JOGOS.A confederação que engloba os `mes de certa a`vidade despor`va firmou contrato com a empresa de televisão a cabo, pelo qual lhe cedia, com exclusividade, os direitos de transmissão ao vivo dos jogos em todo o território nacional, referentes a determinada temporada. Sucede que 16 `mes, em conjunto com a associação que formaram, e outra empresa de televisão também firmaram contratos com o mesmo obje`vo. Daí a interposição dos recursos especiais. Pela análise do contexto, conclui-se que, apesar de figurar no primeiro contrato como cedente e detentora dos direitos em questão, a confederação firmou, em verdade, promessa de fato de terceiro: a prestação de fato a ser cumprido por outra pessoa (no caso, os Fmes), cabendo ao devedor (confederação) obter a anuência dela quanto a isso, tratando-se, pois, de uma obrigação de resultado. Pela lei vigente à época (art. 24 da Lei n. 8.672/1993), somente os `mes de`nham o direito de autorizar a transmissão de seus jogos. Assim, visto que a confederação não detém o direito de transmissão, cumpriria a ela obter a anuência dos `mes ao contrato que firmou, obrigação que constava de cláusula contratual expressa. O esvaziamento desse intento, tal como atesta no`ficação posta nos autos realizada pela própria confederação, de que não conseguiu a anuência dos clubes, enseja a resolução (ex`nção) desse contrato e sua responsabilização por perdas e danos (art. 929 do CC/1916, hoje art. 439 do CC/2002). Contudo, não se fala em nulidade ou ineficácia, pois, houve, sim, a inexecução (inadimplemento) de contrato válido, tal como concluiu o tribunal a quo. Tampouco há falar em responsabilidade solidária dos `mes porque, em relação ao contrato firmado pela confederação, são terceiros estranhos à relação jurídica, pois só se vinculariam a ele se cumprida a aludida obrigação que incumbia ao promitente, o que, como dito, não se realizou. Já a associação, mesmo que tenha anuído a esse contrato, não pode ser responsabilizada juntamente com a confederação: não há previsão contratual nesse sen`do e pesa o fato de que a obrigação de obter a aceitação incumbia apenas à confederação, quanto mais se a execução dependia unicamente dos `mes, que têm personalidades jurídicas dis`ntas da associação que par`cipam e são os verdadeiros `tulares do direito. Com esse e outros fundamentos, a Turma negou provimento aos especiais. REsp 249.008-RJ, Rel. Min. Vasco Della GiusFna (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 24/8/2010. http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp249008 Do Contrato com Pessoa a Declarar Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato. Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado. Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação. Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários. Ø O contrato com pessoa a declarar está previsto nos arts. 467 a 471 do CC/02 e não fora previsto pelo CC/16. Ø Cuida-se de espécie bastante peculiar de contrato em que uma das partes constantes afirma contratar por terceiro, que não quer se revelar naquele momento. Destarte, contrata em nome próprio, mas se reserva a faculdade de indicar posteriormente o terceiro, que adquirirá os direitos e assumirá as obrigações decorrentes do contrato, com isso desonerando contratante original. Ø A cláusula em que se faz esse ajuste se denomina pro amico eligendo ou pro amico electo (para a pessoa a nomear) ou sibi aut amico vel eligendo (para si ou pela escolha de um amigo). Ø Incompauvel com relações obrigacionais personalíssimas OBRIGADA! Prof. Dra. Cris1na Lucia Seabra Iorio cris,na.iorio@estacio.br @prof.crisiorio @crn1lsa
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