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11
CONTRATOS:
Conceito:
A respeito do conceito de contrato, o Código Civil de 2002, a exemplo do seu antecessor não cuidou de defini-lo. Assim, é imperiosa a busca de sua categorização, para o devido estudo pelo aplicador do Direito. De início, nota-se que o contrato é um ato jurídico bilateral (característica da alteridade), dependente de pelo menos duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres. Os contratos são, em suma, todos os tipos de convenções ou estipulações que possam ser criadas pelo acordo de vontades e por outros fatores acessórios.
Em uma visão clássica ou moderna, o contrato pode ser conceituado como sendo um negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial.
Noções Gerais sobre os contratos:
Toda teoria conduz à frança, pois a revolução francesa instalou uma nova concepção ao privilegiar a vontade, estabelecendo o pacto sun sevanda, dizendo que o contrato faz lei entre as partes, vinculante tão e somente elas.
Historicamente, o contrato era individualista e patrimonialista.
Verifica-se, entretanto, que esta ideia não é mais compatível com o atual momento. É a denominada mutação conceitual dos contratos, ao dizer que o contrato tem que respeitar os valores constitucionais. 
Por isso alguns autores propõem substituir a autonomia da vontade pela autonomia privada, que é a liberdade de contratar, mas com respeito aos direitos e garantias fundamentais, incidindo a boa-fé e a função social do contrato.
Assim, o pacto sun sevanda é relativizado e o contrato não traz efeito apenas entre as partes, passando de conceito estático para dinâmico.
CLASSIFICAÇÕES DOS CONTRATOS 
De início ressalte-se que o negócio jurídico pode ser unilateral, bilateral ou plurilateral. O contrato é sempre negócio jurídico bilateral ou plurilateral, eis que envolve pelo menos duas pessoas (alteridade). No entanto, o contrato também pode ser classificado como unilateral, bilateral ou plurilateral.
a) Contrato unilateral: é aquele em que há prestação apenas para uma das partes. Doação é contrato, pois há duas vontades, em razão da necessidade do donatário aceitá-la. Todavia, é contrato unilateral, pois só tem prestação para o doador (entregar o bem). Também são exemplos de contratos unilaterais o mútuo (empréstimo de bem fungível para consumo) e o comodato (empréstimo de bem infungível para uso). Percebe-se que nos contratos unilaterais, apesar da presença de duas vontades, apenas uma delas será devedora, não havendo contraprestação. 
 
b) Contrato bilateral: é aquele que, além de duas vontades, tem prestação para ambas as partes, por exemplo, contrato de compra e venda, pois o vendedor tem a prestação de entregar o bem e o comprador tem a prestação de dar o preço. O contrato bilateral é também denominado contrato sinalagmático, pela presença do sinalagma, que é a proporcionalidade das prestações, eis que as partes têm direitos e deveres entre si (relação obrigacional complexa). Exemplos: compra e venda e locação. 
c) Contrato plurilateral: é aquele em que há pelo menos três vontades envolvidas. Envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção. Exemplo: contrato de sociedade, em que são partes os sócios e a própria sociedade, como parte credora das prestações dos sócios (contribuição para o capital social) e seguro de vida em grupo e o consórcio.
Quanto ao sacrifício patrimonial das partes 
 Contrato oneroso e gratuito 
 
a) Contrato oneroso: é aquele em que as partes ganham algo equivalente à sua prestação, ou seja, há equilíbrio econômico entre as partes porque ambos perdem e ganham na mesma proporção econômica, por exemplo, contrato de compra e venda. 
 
b) Contrato gratuito: é aquele em que a parte não ganha algo equivalente à sua prestação, ou seja, há desequilíbrio econômico, pois uma das partes só ganha e uma das partes só perde, por exemplo, contrato de doação.
Observação - Como decorrência lógica da estrutura contratual, em regra, o contrato oneroso é bilateral, e o gratuito é unilateral. Mas pode haver exceção, como é o caso do contrato de mútuo de dinheiro sujeito a juros (mútuo feneratício) pelo qual além da obrigação de restituir a quantia emprestada (contrato unilateral), devem ser pagos os juros (contrato oneroso).
Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato 
a) Contrato consensual - aquele que tem aperfeiçoamento pela simples manifestação de vontade das partes envolvidas. Exemplos: compra e venda, a doação, a locação, o mandato, entre outros. 
b) Contrato real - apenas se aperfeiçoa com a entrega da coisa (traditio rei), de um contratante para o outro. Exemplos: comodato, mútuo, contrato estimatório e depósito. Nessas figuras contratuais, antes da entrega da coisa tem-se apenas uma promessa de contratar e não um contrato perfeito e acabado
Quanto aos riscos que envolvem a prestação
Contrato comutativo e aleatório 
 
a) Contrato comutativo: é aquele em que as partes podem antever os seus efeitos, ou seja, ao celebrar o contrato, já sabem os efeitos que serão produzidos. Exemplo: contrato de compra e venda, pois já se sabe que um entrega o bem e que outro entrega o preço. 
 
b) Contrato aleatório: é aquele em que as partes não podem antever os seus efeitos, ou seja, ao celebrar o contrato não há como saber os efeitos que serão produzidos. A razão é simples: contrato aleatório é o contrato de risco (álea significa risco). Exemplo: contrato de seguro, pois o segurado pode ou não receber a indenização, a depender se ocorre ou não o sinistro, o que não se sabe quando o contrato é celebrado. 
 
O contrato aleatório pode ser naturalmente aleatório (aleatório típico) ou acidentalmente aleatório (aleatório atípico). O contrato é naturalmente aleatório quando for da sua essência ser aleatório, por exemplo, contrato de seguro. O contrato é acidentalmente aleatório quando for da sua essência ser comutativo, mas é aleatório em razão de uma circunstância que lhe é específica. Exemplo: contrato de compra e venda é comutativo, mas o contrato de compra e venda de uma safra que está sendo plantada é aleatório, pois não se sabe qual será a quantidade da produção. 
Os arts. 458 a 461 do CC trazem dois tipos de contratos de compra e venda atipicamente aleatórios: compra e venda de coisa futura e de coisa exposta a risco.
a) Compra e venda de coisa futura: O contrato de compra e venda de coisa futura é aleatório, pois não se sabe se a coisa virá a existir e em que quantidade. Pode o contratante assumir o risco da coisa não vir a existir, pagando mesmo assim o preço (chamado de contrato de compra e venda emptio spei) ou assumir o risco de vir a existir em qualquer quantidade, pagando o preço se vier a existir em quantidade inferior à esperada, mas não pagando se nada do avençado vier a existir (chamado contrato de compra e venda emptio rei speratae). Em ambos os casos, não pagará o preço se menos do esperado vier a existir por culpa ou dolo do contratante. Como exemplo, pense na compra de peixes que ainda serão pescados, em que se paga o preço mesmo que nenhum peixe seja pescado (emptio spei) ou se vier em qualquer quantidade, só não pagando se nenhum vier (emptio rei speratae). Em nenhum dos dois casos pagará, se o insucesso total ou parcial decorreu de dolo ou culpa do pescador.
Resumidamente:
bl) Contrato aleatório emptio spei - um dos contratantes toma para si o risco relativo à própria existência da coisa, sendo ajustado um determinado preço, que será devido integralmente, mesmo que a coisa não exista no futuro, desde que não haja dolo ou culpa da outra parte (art. 458 do CC). O risco é maior. No caso de compra e venda, essa forma negocial pode ser denominada venda da esperança. 
b2) Contrato aleatório emptio rei speratae - se o risco versar somente em relação à quantidade da coisa comprada, pois foi fixado pelas partes um mínimo como objeto do negócio (art. 459 do CC). Nesse contrato o risco,apesar de existente, é menor. Em casos tais, a parte terá direito a todo o preço, desde que de sua parte não tenha concorrido com culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Mas, se a coisa não vier a existir, alienação não haverá, e o alienante deverá devolver o preço recebido (art. 459, parágrafo único, do Código Civil). Na compra e venda trata-se da venda da esperança com coisa esperada.
b) Compra e venda de coisa exposta a risco: O contrato de compra e venda de coisa exposta a risco é de coisa que já existe, mas é atipicamente aleatório, pois o comprador assume o risco exposto. Exemplo: compra de cerâmica a ser transportada em navio, cujo risco de vir a se quebrar o comprador assuma. Deverá pagar todo o preço, mesmo que alguns venham quebrados, a menos que dolosamente o vendedor se aproveite, colocando alguns já quebrados. 
Quanto à presença de formalidades ou solenidades
a) Contrato formal - aquele que exige qualquer formalidade, caso da forma escrita. Exemplo: o contrato de fiança deve ser celebrado por escrito (art. 819 do CC). 
b) Contrato informal - não exige qualquer fonnalidade, constituindo regra geral pelo sistema civil brasileiro, pelo que consta do art. 107 do CC, que consagra o princípio da liberdade das formas. Exemplo: prestação de serviço. 
c) Contrato solene - aquele que exige solenidade pública. O art. 108 do CC enuncia que a escritura pública somente é necessária para os negócios de alienação de imóvel com valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Ilustrando, em havendo compra e venda de imóvel com valor superior a tal parâmetro, necessária a escritura pública (contrato solene e formal). Se o imóvel tiver valor inferior, dispensa-se a escritura, mas é fundamental a forma escrita, para o registro (contrato não solene, mas formal). 
d) Contrato não solene - Não há necessidade de se lavrar a escritura pública em Tabelionato de Notas, como no último exemplo citado.
Conceito de grande importância para o Direito Civil contemporâneo é o de contratos coligados, situação que, em regra, existe uma independência entre os negócios jurídicos cujos efeitos estão interligados. Carlos Roberto Gonçalves, citando a melhor doutrina portuguesa, conceitua-os muito bem: 
"Contratos coligados são, pois, os que embora distintos, estão ligados por uma cláusula acessória, implícita ou explícita. Ou, no dizer de Almeida Costa, são os que se encontram ligados por um nexo funcional, podendo essa dependência ser bilateral (vende o automóvel e a gasolina); unilateral (compra o automóvel e arrenda a garagem, ficando o arrendamento subordinado à compra e venda); alternativa (compra a casa na praia ou, se não for para lá transferido, loca-a para veraneio). Mantém-se a individualidade dos contratos, mas 'as vicissitudes de um podem influir sobre o outro"
Rodrigo Xavier Leonardo apresenta interessante classificação dos contratos em questão. Segundo o jurista, os contratos coligados em sentido amplo dividem-se em três espécies. A primeira delas é a dos contratos coligados em sentido estrito, aqueles que são unidos por alguma disposição legal que determine a coligação. A segunda modalidade é a dos contratos coligados por cláusula expressamente prevista pelos contratantes, figura comum nos contratos construção imobiliária. Por fim, há os contratos conexos, unidos por uma razão econômico-social, modalidade mais presente na prática contratualista. Estes últimos são subdivididos nas redes contratuais, presentes nos contratos de consumo; e nos contratos conexos em sentido estrito, figuras existentes naquelas relações que não são de consumo.10 O presente autor não só louva, como segue essa divisão proposta pelo doutrinador. 
Quanto ao momento do cumprimento 
a) Contrato instantâneo ou de execução imediata - aquele que tem aperfeiçoamento e cumprimento de imediato, caso de uma compra e venda à vista. 
b) Contrato de execução diferida - tem o cumprimento previsto de uma vez só no futuro. Exemplo: compra e venda pactuada com pagamento por cheque pré ou pós-datado. 
c) Contrato de execução continuada ou de trato sucessivo - tem o cumprimento previsto de forma sucessiva ou periódica no tempo. É o caso de uma compra e venda cujo pagamento deva ser feito por meio de boleto bancário, com periodicidade mensal, quinzenal, bimestral, trimestral ou qualquer outra forma sucessiva. Exemplos: locação e financiamentos em geral.
Quanto à pessoalidade
 a) Contratos pessoal, personalíssimos ou intuitu personae - aqueles em que a pessoa do contratante é elemento determinante de sua conclusão. Tal contrato não pode ser transmitido por ato inter vivos ou mortis causa, ou seja, pelo falecimento da parte. Exemplo: contrato de fiança, uma vez que a condição de fiador não se transmite aos herdeiros, mas somente as obrigações vencidas e não pagas enquanto era vivo o fiador e até os limites da herança (art. 836 do CC). 
b) Contrato impessoal - aquele em que a pessoa do contratante não é juridicamente relevante para a conclusão do negócio. Exemplo: compra e venda, hipótese em que a causa do contrato está relacionada com a transmissão do domíno.
Novas possibilidades de contrato: 
a) Contratos de direito da personalidade: cessão de imagem (bbb); diretrizes antecipadas (não quer tal tratamento médico);
b) Contratos de direito de família: contrato de casamento, de união estável;
c) Contratos relacionais ou de longa duração (cativo), exemplo: imposição prazo mínimo conta de celular;
d) Contratos no CDC e a posição finalística mitigada. Incide o CDC quando o consumidor é o destinatário final, mesmo que se trate de pessoa jurídica.
e) Possibilidade de celebração de negócios jurídicos processuais no novo CPC. Art. 190 e 191, para direitos que admitem autocomposição. As partes podem fixar prazos para o processo e assumir procedimentos.
Art. 190.  Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único.  De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191.  De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
Intertemporalidade: 
A existência e a validade estão submetidas ao tempo da celebração. Já a eficácia se submete à norma atualmente em vigor.
Elementos do contrato:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
I. Agente capaz. Assim entes despersonalizados podem contratar, pois tem capacidade, embora não tenham personalidade.
Além da capacidade, pode-se exigir um requisito específico, que é a legitimação, sendo um plus na capacidade.
Incapacidade absoluta o contrato será nulo. E incapacidade relativo anulável.
Senatus consulto macedoniano. Art. 588 e 589 CC
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. 
II. Licitude do objeto. Lícito, possível, determinado ou determinável. 
Indeterminabilidadetem que ser absoluta e no tempo da contração:
“Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.”
III. Formalidade: Em regra basta o consenso para que um contrato seja celebrado, mas poderá ser formal, por força de lei ou expressa vontade das partes. 
Mas se for exigido, a forma integra o contrato e se descumprida gerará nulidade.
Contratos reais: exige a entrega de determinada coisa, ou seja, tradição, exemplo do comodato e depósito.
IV. Vontade livre e desembaraçada.
Os vícios de consentimentos geram a ANULABILIDADE, diferentes dos demais requisitos, que, quando ausentes, geram nulidade.
Regras de interpretação dos contratos:
Se organizam em dois grupos: a) regra principal, a boa-fé objetiva, sempre estará presente b) regras acessórias:
1. Reserva mental: não vai cumprir o que está declarando. Se a outra parte não conhece o o contrato é válido e gerará perdas e danos. Se a outra parte conhecer o contrato será nulo por simulação.
2 Interpretação da vontade: art. 112 CC. Interessa mais a intenção, do que o sentido literal da linguagem.
3. Interpretação restritiva: Os benéficos e a renúncia são interpretados restritivamente, como também o aval, a fiança e os negócios sancionatórios.
Fiança: havendo prorrogação automática o fiador se mantém responsável até a efetiva devolução do imóvel.
4. autocontrato ou contrato consigo mesmo: Decorre da representação privada. É quando uma pessoa figura nos dois pólos da relação. Num em nome próprio e outra em nome alheio por força de uma representação.
5. Contrato de adesão: sempre deve ser interpretados de forma mais favorável ao aderente e será nula a cláusula que preveja renúncia antecipada de direito.
6. Contratos aleatórios: (incerteza): Emptiospei: o contratante assume o risco de a coisa não existir. 458 CC.
Emptio reisperatum: assumo o risco apenas em relação a quantidade da coisa a ser adquirida. Art. 459
5. Contrato preliminar: 
É uma obrigação de fazer, consistente na obrigação de outro contrato. Não há acessoriedade ou dependência. 
O Contrato preliminar deve conter todos os requisitos essenciais do contrato a ser celebrado, exceto quanto à forma.
Descumprida a obrigação, o interessado poderá optar entre perdas e danos e execução específica.
Princípios 
Qual a distinção então entre princípio e regra:
	 Regras 
	 Princípios
	Menos grau de abstração
	Maior grau de abstração
	Maior grau de determinabilidade
	Maior grau de determinabilidade 
	São apriorísticas (a solução é antecipada)
	Casuística (depende do caso)
	Há um relato descritivo
	Relato valorativo
	Mais concreto
	
	Mandados de discrição
	Mandado de otimização
Quando houver colisão de princípios deve-se adotar a técnica de ponderação de interesses, que é a técnica de solução de conflitos. Por outro lado, na colisão de regras, se resolverá com as técnicas hermenêuticas, lei superior, lei posterior, lei especial.
Diálogo das fontes. Utilizar a norma geral quando for mais favorável, exemplo dos prazos para reclamação de vícios redibitórios.
Derrotabilidade ou superabilidade: Derrotar, provisoriamente, uma regra quando ela se mostrar incompatível com o sistema. O fato supera a norma. (exemplo casamento de irmãos que não sabia e tiveram filhos).
Princípios do contrato: 
Princípio da autonomia privada
Entre os autores nacionais, quem observa muito bem o significado do princípio da autonomia privada é Francisco Amaral, sendo interessante transcrever as suas palavras: "A autonomia privada é o poder que os particulares têm de regular, pelo exercício de sua própria vontade, as relações que participam, estabelecendo-lhe o conteúdo e a respectiva disciplina jurídica. Sinônimo de autonomia da vontade para grande parte da doutrina contemporânea, com ela porém não se confunde, existindo entre ambas sensível diferença. A expressão 'autonomia da vontade' tem uma conotação subjetiva, psicológica, enquanto a autonomia privada marca o poder da vontade no direito de um modo objetivo, concreto e real"
Enunciado n. 23 do CJF/STJ, aprovado na 1 Jornada de Direito Civil, um dos mais importantes enunciados entre todos os aprovados nas Jornadas de Direito Civil, que merece mais uma vez transcrição: 
"A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana. 
Por todos esses fatores, conceitua-se o princípio da autonomia privada como sendo um regramento básico, de ordem particular - mas influenciado por normas de ordem pública -pelo qual na formação do contrato, além da vontade das partes, entram em cena outros fatores: psicológicos, políticos, econômicos e sociais. Trata-se do direito indeclinável da parte de autorregulamentar os seus interesses, decorrente da dignidade humana, mas que encontra limitações em normas de ordem pública, particularmente nos princípios sociais contratuais.
Expressão liberdade de contratar por liberdade contratual. Na presente obra já se demonstrou as diferenças entre os dois institutos, ficando clara a razão da proposta de alteração. A liberdade de contratar, relacionada com a celebração do contrato, é, em regra, ilimitada, pois a pessoa celebra o contrato quando quiser e com quem quiser, salvo raríssimas exceções. Por outra via, a liberdade contratual, relacionada com o conteúdo negocial, é que está limitada pela função social do contrato, ou seja, pela finalidade coletiva do contrato. Assim sendo, justifica-se plenamente a proposta de alteração.
Os três princípios norteadores são a boa-fé objetiva, a função social do contrato e o equilíbrio econômico e financeiro.
Boa-fé objetiva: É a eticidade que se espera das pessoas. Nasceu na Alemanha, na pós-guerra. A boa-fé subjetiva, de conhecimento, não é princípio contratual.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
O juiz, no caso concreto, que terá a função das latitudes e longitudes da boa-fé, será analisada caso a caso. E ela é aguardada de ambos os contratantes.
Duty to mitigate the own loss (o dever de mitigar as próprias perdas). O abuso do direito de ser credor. Assim, o credor também precisa se comportar conforme a boa-fé objetiva.
A boa-fé objetiva não quer proteger o mais fraco, tais como os casos de hipossuficiência ou diminuir as vantagens ilícitas. Ela quer que as partes ajam com eticidade, não subtraindo vantagens econômicas. 
A boa-fé tem 3 funções: Que é função interpretativa, a boa-fé impõe um mecanismo de interpretação, toda cláusula contratual deve ser interpretado conforme a boa-fé objetiva integrativa, estabelece deveres anexos, é uma verdadeira fonte autônoma das obrigações, exemplo: dever de informação, honestidade, probidade, e quando não observada ocorrerá a violação positiva do contrato e gera responsabilidade extracontratual, tanto pré-contratual como pós-contratual. A última função é a limitadora- restritiva ou de controle, que é a proibição do exercício de direitos contratuais abusivos/excessivos, exemplo: juros abusivos, portanto, se correlaciona com a figura do abuso do direito.
Boa-fé objetiva processual. Uma das mais festejadas mudanças introduzidas pelo Código Civil de 2002 refere-se à previsão expressa do princípio da boa-fé contratual, que não constava da codificação de 1916.
Reafirme-se que a boa-fé objetiva também foi valorizada de maneira considerável pelo Novo Código de Processo Civil, consolidando-se na norma a boa-fé objetiva processual. Nos termos do seu art. 5.0, aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Em reforço, todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (art. 6.º do CPC/2015, consagrador do deverde colaboração processual). Destaque-se, também, a vedação das decisões-surpresa pelos julgadores, pois o art. 1 O do Estatuto Processual emergente enuncia que o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar.
Tomou-se comum afirmar que a boa-fé objetiva, conceituada como sendo exigência de conduta leal dos contratantes, está relacionada com os deveres anexos ou laterais de conduta, que são ínsitos a qualquer negócio jurídico, não havendo sequer a necessidade de previsão no instrumento negocial. São considerados deveres anexos, entre outros: 
Dever de cuidado em relação à outra parte negocial; Dever de respeito; Dever de informar a outra parte sobre o conteúdo do negócio; Dever de agir conforme a confiança depositada; Dever de lealdade e probidade; Dever de colaboração ou cooperação; Dever de agir com honestidade; Dever de agir conforme a razoabilidade, a equidade e a boa razão. 
Repise-se, conforme o Capítulo 3 desta obra, que, a quebra desses deveres anexos gera a violação positiva do contrato, com responsabilização civil objetiva daquele que desrespeita a boa-fé objetiva (Enunciado n. 24 do CJF/STJ). Essa responsabilização independentemente de culpa está amparada igualmente pelo teor do Enunciado n. 363 do CJF/STJ, da IV Jornada, segundo o qual: "Os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência da violação". O grande mérito do último enunciado, de autoria do Professor Wanderlei de Paula Barreto, é a previsão de que a boa-fé objetiva é preceito de ordem pública.
Superado o ponto de ilustrações concretas, ainda quanto à função integrativa da boa-fé, é preciso estudar os conceitos parcelares da boa-fé objetiva, advindos do Direito Comparado e retirados da obra do jurista lusitano Antonio Manuel da Rocha e Menezes Cordeiro: supressio, surrectio, tu quoque, exceptio doli, venire contra fa ctum proprium non potes!. 30 Há ainda o duty to mitigate the loss, retirado doutrinariamente do Enunciado n. 169 do CJF/STJ.
Supressio e surrectio 
A supressio (Verwirkung) significa a supressão, por renúncia tácita, de um direito ou de uma posição jurídica, pelo seu não exercício çom o passar dos tempos. Repise-se que o seu sentido pode ser notado pela leitura do art. 330 do CC, que adota o conceito, eis que "o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato". Ilustrando, caso tenha sido previsto no instrumento obrigacional o benefício da obrigação portável (cujo pagamento deve ser efetuado no domicílio do credor), e tendo o devedor o costume de pagar no seu próprio domicílio de forma reiterada, sem qualquer manifestação do credor, a obrigação passará a ser considerada quesível (aquela cujo pagamento deve ocorrer no domicílio do devedor). Ao mesmo tempo em que o credor perde um direito por essa supressão, surge um direito a favor do devedor, por meio da surrectio (Erwirkung), direito este que não existia juridicamente até então, mas que decorre da efetividade social, de acordo com os costumes. Em outras palavras, enquanto a supressio constitui a perda de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu não exercício no tempo; a surrectio é o surgimento de um direito diante de práticas, usos e costumes. Ambos os conceitos podem ser retirados do art. 330 do CC/2002, constituindo duas faces da mesma moeda, conforme afirma José Fernando Simão.
Em outras palavras, enquanto a supressio constitui a perda de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu não exercício no tempo; a surrectio é o surgimento de um direito diante de práticas, usos e costumes. Ambos os conceitos podem ser retirados do art. 330 do CC/2002, constituindo duas faces da mesma moeda, conforme afirma José Fernando Simão.
Tu quoque
O termo tu quoque, citado no penúltimo julgado, significa que um contratante que violou uma norma jurídica não poderá, sem a caracterização do abuso de direito, aproveitar-se dessa situação anteriormente criada pelo desrespeito.
 Conforme lembra Ronnie Preuss Duarte, "a locução designa a situação de abuso que se verifica quando um sujeito viola uma norma jurídica e, posteriormente, tenta tirar proveito da situação em benefício próprio". Desse modo, está vedado que alguém faça contra o outro o que não faria contra si mesmo (regra de ouro), conforme ensina Cláudio Luiz Bueno de Godoy (Função ... , 2004, p. 87-94).34 Relata o professor da USP que "Pelo 'tu quoque', expressão cuja origem, como lembra Fernando Noronha, está no grito de dor de Júlio César, ao perceber que seu filho adotivo Bruto estava entre os que atentavam contra sua vida ('Tu quoque, filli'? Ou 'Tu quoque, Brute, fili mi'?), evita-se que uma pessoa que viole uma nonna jurídica possa exercer direito dessa mesma norma inferido ou, especialmente, que possa recorrer, em defesa, a normas que ela própria violou. Trata-se da regra de tradição ética que, verdadeiramente, obsta que se faça com outrem o que não se quer seja feito coilsigo mesmo.
Ainda como hipótese de concretude do conceito parcelar, a jurisprudência de Minas Gerais, em situação envolvendo compromisso de compra e venda de imóvel, entendeu que "O contratante não pode deixar de cumprir o contrato, com base na exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus), se dá causa ao inadimplemento da parte contrária. Inteligência do princípio da boa-fé objetiva, na dimensão do tu quoque" (TJMG, Agravo de Instrumento 1.0024.09.732895-9/0011, Belo Horizonte, 12.ª Câmara Cível, Rel. Des. José Flávio de Almeida, j. 07.04.2010, DJEMG 03.05.2010). 
Exceptio dali. A exceptio dali é conceituada como sendo a defesa do réu contra ações dolosas, contrárias à boa-fé. Aqui a boa-fé objetiva é utilizada como defesa, tendo uma importante função reativa, conforme ensina José Fernando Simão. A exceção mais conhecida no Direito Civil brasileiro é aquela constante no art. 476 do Código Civil, a exceptio non adimpleti contractus, pela qual ninguém pode exigir que uma parte cumpra com a sua obrigação se primeiro não cumprir com a própria. A essa conclusão chega Cristiano de Souza Zanetti. O jovem jurista da Universidade de São Paulo aponta que a exceptio dali pode ser considerada presente em outros dispositivos do atual Código Civil brasileiro, como nos arts. 175, 190, 273, 274, 281, 294, 302, 837, 906, 915 e 916.
d) Ve nire contra fa ctum proprium. Pela máxima venire contrafactum proprium non potest, determinada pessoa não pode exercer um direito próprio contrariando um comportamento anterior, devendo ser mantida a confiança e o dever de lealdade, decorrentes da boa-fé objetiva. O conceito mantém relação com a tese dos atos próprios, muito bem explorada no Direito Espanhol por Luís Díez-Picazo. Para Anderson Schreiber, que desenvolveu excelente trabalho específico sobre o tema no Brasil, podem ser apontados quatro pressupostos para aplicação da proibição do comportamento contraditório: 1.0) um fato próprio, uma conduta inicial; 2.º) a legítima confiança de outrem na conservação do sentido objetivo dessa conduta; 3.º) um comportamento contraditório com este sentido objetivo; 4.º) um dano ou um potencial de dano decorrente da contradição. A relação com o respeito à confiança depositada, um dos deveres anexos à boa-fé objetiva, é muito clara, conforme consta do Enunciado n. 362 da IV Jornada de Direito Civil: "A vedação do comportamento contraditório (venire contra fa c tum proprium) funda-se na proteção da confiança, como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil.
Função social do contrato: Norbeto Bobbio. No livro da estrutura à função: deve haver uma evolução, não apenas o que é o direito, mas sim para que serve, que é a sua função. Assim, a função social é para que serve o direito, a do contrato é a preocupação dos impactos decorrente do direito contratual sob a coletividade, pelo qual o contrato deve ser, necessariamente, interpretado e visualizado de acordocom o contexto da sociedade. 
As funções sociais do contrato é i) o contrato não pode prejudicar terceiros; ii) não pode prejudicar à coletividade e iii) terceiros não podem prejudicar contratos alheios. Aqui entra a figura do terceiro lesado e terceiro ofensor. Essa é a eficácia externa.
Duty to mitigate the loss 
Trata-se do dever imposto ao credor de mitigar suas perdas, ou seja, o próprio prejuízo. Sobre essa premissa foi aprovado o Enunciado n. 169 do CJF/STJ na III Jornada de Direito Civil, pelo qual "O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio prejuízo". 
A ilustrar a aplicação do duty to mitigate the loss, mencione-se o caso de um contrato de locação de imóvel urbano em que houve inadimplemento. Ora, nesse negócio, há um dever por parte do locador de ingressar, tão logo lhe seja possível, com a competente ação de despejo, não permitindo que a dívida assuma valores excessivos. O mesmo argumento vale para os contratos bancários e financeiros em que há descumprimento. Segundo a interpretação deste autor, já aplicada pela jurisprudência, não pode a instituição financeira permanecer inerte, aguardando que, diante da alta taxa de juros prevista no instrumento contratual, a dívida atinja montantes astronômicos. Se assim agir, como consequência da violação da boa-fé, os juros devem ser reduzidos.
Mas denote-se que também há uma função interna, que é a correlação com os direitos e garantias fundamentais, impedindo que estes direitos dos contratantes sejam violados. A eficácia interna da função social dos contratos tem cinco aspectos principais: a 1) Proteção dos vulneráveis contratuais ; a2) Vedação da onerosidade excessiva ou desequilíbrio contratual (efeito gangorra) - o que pode motivar a anulação (arts. -156 e 157 do CC), a revisão ( art. 317 do CC), ou mesmo a resolução do contrato (art. 478 do CC); a3) Proteção da dignidade humana e dos direitos da personalidade no contrato, conforme consta do Enunciado n. 23 do CJF/STJ, da 1 Jornada de Direito Civil, outrora transcrito.; 
Princípio da Justiça contratual e revisionário: Surgiu em 1918 na França, com a lei faillot, se inspirirou na rebis sic stantbus- as coisas devem estar como são, inaugurando a teoria da imprevisão, por causa das guerras.
No Brasil a ideia da imprevisão surgiu apenas nos anos 40 e 50, mas antes exigia-se a ocorrência de caso fortuito.
Mudou esse entendimento com o CDC, no art. 4 e 6º, que adotou a teoria da base objetiva do contrato ou teoria da onerosidade excessiva. A revisão decorre da pura onerosidade excessiva. Apenas para a relação de consumo, depende do destinatário final.
O CC, entretanto, adotou a teoria da imprevisão: no art. 317 e 478do CC: Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Atenção: Para as duas teorias a onerosidade tem que ser posterior ao contrato, atuando no plano da eficácia. Se no momento da sua elaboração será caso de anulidade ou anulabilidade.
A revisão contratual por fato superveniente no Código Civil de 2002
 O Código Civil de 2002 consagra a revisão contratual por fato superveniente diante de uma imprevisibilidade somada a uma onerosidade excessiva. 
1. Requisito - O contrato deve ser, em regra, bilateral ou sinalagmático, trazendo direitos e deveres para ambas as partes. Todavia, como exceção, o art. 480 do CC, que ainda será estudado, admite a revisão dos contratos unilaterais.
2. Requisito - O contrato deve ser oneroso, com prestação e contraprestação, para que a eventual onerosidade excessiva esteja presente.
3. Requisito- Deve assumir o negócio a forma comutativa, tendo as partes envolvidas ciência quanto às prestações.
4. Requisito - O contrato deve ser de execução diferida ou de trato sucessivo, ou seja, deve ainda gerar efeitos no tempo (art. 478 do CC). Apesar do entendimento consagrado de não ser possível rever contrato instantâneo já aperfeiçoado, é interessante apontar o teor da Súmula 286 do STJ, segundo a qual a renegociação de contrato bancário ou a confissão de dívida não afasta a possibilidade de revisão de contratos extintos, se houver abusividade. Em suma, em casos excepcionais, admite-se a revisão de negócios concretizados.
5. Requisito - Exige-se um motivo imprevisível (art. 317) ou acontecimentos imprevisíveis e extraordinários (art. 478). Para flexibilizar tal interpretação, parte da doutrina recomenda que o evento seja analisado tendo como parâmetro a parte contratante e não o mercado. Nessa esteira, o Enunciado n. 17 do CJF/STJ, da I Jornada: "a interpretação da expressão 'motivos imprevisíveis', constante do art. 317 do Código Civil, deve abarcar tanto causas de desproporção não previsíveis como também causas previsíveis, mas de resultado imprevisíveis". No mesmo sentido, o Enunciado n. 175 do CJF/STJ, da Ili Jornada: "A menção à imprevisibilidade e à extraordinariedade, insertas no art. 478 do Código Civil, deve ser interpretada não somente em relação ao fato que gere o desequilíbrio, mas também em relação às consequências que ele produz". Em outras palavras, são levados em conta critérios subjetivos, relacionados com as partes negociais, o que é mais justo, do ponto de vista social. Isso seria uma espécie de função social às avessas, pois o fato que fundamenta a revisão é interpretado na interação da parte contratante com o meio, para afastar a onerosidade excessiva e manter o equilíbrio do negócio, a sua base estrutural. O presente autor está totalmente filiado ao entendimento constante dos enunciados doutrinários. 
6.º Requisito - Para que a revisão judicial por fato imprevisto seja possível, deve estar presente a onerosidade excessiva (ou quebra do sinalagma obrigaciona[), situação desfavorável a uma das partes da avença, normalmente à parte mais fraca ou vulnerável, que assumiu o compromisso obrigacional. Enunciado n. 365 do CJF/STJ: "a extrema vantagem do art. 4 78 deve ser interpretada como elemento acidental da alteração de circunstâncias, que comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva, independentemente de sua demonstração plena". 
Cumpre também analisar, como uma segunda questão, a ausência de mora como requisito da revisão contratual. Destaque-se que tal elemento, a ausência de inadimplemento, não consta da lei para a ação de revisão, seja no art. 317 ou 478 do Código Civil. A jurisprudência continua discutindo a questão, havendo julgados exigindo tal requisito (nesse sentido, por todos, ver: STJ, REsp 1.061.530/RS, 2.ª Seção, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 22.10 .2008, DJe 10.03.2009). Mais do que isso, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 380, prevendo que "A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do autor". A súmula, implicitamente, acaba por colocar a ausência de mora como requisito para a ação de revisão.
Todavia, o próprio STJ tem feito um contraponto a respeito da mora, concluindo que a cobrança de valores abusivos por entidades bancárias descaracteriza esse inadimplemento relativo do devedor (nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 979.132/RS, 4.ª Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves, j. 21.10.2008, DJe 03.11.2008). Os julgados estão inspirados no Enunciadon. 354 do CJF/STJ, da IV Jornada de Direito Civil, cuja redação é a seguinte: "a cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusivas impede a caracterização da mora do devedor". A grande dúvida é saber o que são encargos abusivos, uma vez que o próprio STJ tem entendimento de que as entidades bancárias não estão sujeitas às limitações da Lei de Usura. Nessa linha, também recentemente foi editada Súmula 382, prevendo que "A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade". 
De toda a sorte, para este autor, a ausência de mora não é requisito para a revisão do contrato. Compartilhando desse pensamento, anota Fábio Podestá: 
"Temos, portanto, que fechar as portas do devedor para a revisão judicial pela alegação contrária de que está em mora, não atende a qualquer rigor legal, especialmente porque o que está em jogo é a justiça contratual vinculada à necessária comutatividade das prestações". 
Tem razão o magistrado paulista, uma vez que na grande maioria das vezes aquele que está em mora é quem mais precisa da revisão, justamente para demonstrar a abusividade contratual.
Por fim, como terceira questão, reafirme-se que a jurisprudência, notadamente a superior, tem entendido pela necessidade de depósito da parte incontroversa, em juízo ou fora dele, para que a revisão contratual seja possível (por todos: STJ, AgRg no Ag 1.165.354/DF, 3.ª Tunna, Rel. Min. Sidnei Beneti,j. 15.12.2009, DJe 02.02.2010)
A revisão contratual por fato superveniente no Código de Defesa do Consumidor 
Como é notório, a Lei 8.078/1990, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, constitui norma de ordem pública e de interesse social, pelo que consta do seu art. 1.0, sendo também norma principiológica pela previsão expressa de proteção aos consumidores constante no Texto Maior, particularmente nos seus arts. 5.º, XXXII, e 170, III. Na esfera contratual, o CDC inseriu no sistema a regra de que mesmo uma simples onerosidade excessiva ao consumidor poderá ensejar a chamada revisão contratual por fato superveniente. Eis a redação do art. 6.º, V, da Lei 8.078/1990: 
"Art. 6.0 São direitos básicos do consumidor: ( ... ) V -a modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tomem excessivamente onerosas". 
Como se pode notar, não há qualquer menção a eventos imprevisíveis ou extraordinários, sendo certo que o Código de Defesa do Consumidor não adotou a teoria da imprevisão. Há, no sistema consumerista, uma revisão por simples onerosidade excessiva, que não se confunde com a aclamada teoria. Basta um fato novo, superveniente, que gerou o desequilíbrio. Na esteira desse posicionamento, afirma-se que o Código de Defesa do Consumidor adotou a teoria da base objetiva do negócio jurídico, muito bem desenvolvida pelos alemães.
Princípio da interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Princípio da licitude dos contratos atípicos: O nosso sistema permite a elaboração de contratos não tipificados.
Princípio da relatividade dos efeitos dos contratos 
O contrato só produz efeitos em relação às partes. É por isso que dizemos que o direito contratual é inter parte (entre as partes), diferente dos direitos reais, que são direitos oponíveis erga omnes (contra todos). Significa que o contratante só pode opor seu direito contratual ao outro contratante e não a pessoas estranhas à relação contratual, pois só as partes podem ter direitos e deveres frutos do contrato que celebraram.
Princípio da força obrigatória do contrato (pacta sunt servanda) 
Decorrente da ideia clássica de autonomia da vontade, a força obrigatória dos contratos preconiza que tem força de lei o estipulado pelas partes na avença, constrangendo os contratantes ao cumprimento do conteúdo completo do negócio jurídico.
Ao contrário de outras codificações do Direito Comparado, não há previsão expressa desse princípio no atual Código Civil.
Dentro dessa realidade, o princípio da força obrigatória ou da obrigatoriedade das convenções continua previsto em nosso ordenamento jurídico, mas não mais como regra geral, como antes era concebido. A força obrigatória constitui exceção à regra geral da socialidade, secundária à função social do contrato, princípio que impera dentro da nova realidade do direito privado contemporâneo. 
A par de tudo isso, no momento, não há ainda como concordar com o posicionamento no sentido de que o princípio da força obrigatória do contrato foi definitivamente extinto pela codificação emergente. Isso porque tal conclusão afasta o mínimo de segurança e certeza que se espera do ordenamento jurídico, principalmente a segurança no direito, ícone também importante, como a própria justiça, objetivo maior buscado pelo Direito e pela ciência que o estuda.
Formação dos contratos.
É possível identificar quatro fases na formação do contrato civil: 
Fase de negociações preliminares ou de puntuação. Fase de proposta, policitação ou oblação. Fase de contrato preliminar. Fase de contrato definitivo óu de conclusão do contrato.
Negociações dos contratos.
Antecede à formação do contrato. É um estudo sob a viabilidade e interesse na contratação e aqui já devem observar os deveres anexos, tendo natureza extracontratual
Afinamento (alemão) é a confiança que se espera das partes.
Essa fase não está prevista no Código Civil de 2002, sendo anterior à formalização da proposta, podendo ser também denominada fase de proposta não formalizada, estando presente, por exemplo, quando houver uma carta de intenções assinada pelas partes, em que elas apenas manifestam a sua vontade de celebrar um contrato no futuro. Justamente por não estar regulamentado no Código Civil, não se pode dizer que o debate prévio vincula as partes, corno ocorre com a proposta ou policitação (art. 427 do CC/2002). Entretanto, está filiado ao entendimento segundo o qual é possível a responsabilização contratual nessa fase do negócio jurídico pela aplicação do princípio da boa-fé objetiva, que é inerente à eticidade, um dos baluartes da atual codificação privada.
A proposta/oferta/policitação. 
 A fase de proposta, denominada fase de oferta formalizada, policitação ou oblação, constitui a manifestação da vontade de contratar, por uma das partes, que solicita a concordância da outra. Trata-se de uma declaração unilateral de vontade receptícia, ou seja, que só produz efeitos ao ser recebida pela outra parte. Conforme o art. 427 do CC, a proposta vincula o proponente, gerando o dever de celebrar o contrato definitivo sob pena de responsabilização pelas perdas e danos que o caso concreto demonstrar.
É a declaração da vontade de contratar, e a proposta pode ser individual ou feita ao público, salvo se o contrário dela resultar. Vinculará também os seus herdeiros.
Mas se a relação for de consumo, aplica-se o art. 30 do CDC, (aqui, no CDC, há responsabilidade solidária da proposta ao público entre fornecedores e prepostos ou representantes autônomos, e o STF amplia isso para integrar a cadeia de fornecimento de serviços ou produtos, exemplo: posto de gasolina).
Em complemento, é possível revogar a oferta ao público, pela mesma via da divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada, isto é, desde que respeitado o dever de informar a outra parte (art. 429, parágrafo único, do CC). Como exemplo de hipótese de oferta ao público, cite-se a comum e contemporânea oferta de venda feita pela internet. 
São partes da proposta: 
Policitante, proponente ou solicitante - aquele que formula a proposta, estando a ela vinculado, em regra. Policitado, oblato ou solicitado - aquele que recebe a proposta e, se a acatar, torna-se aceitante, o que gera o aperfeiçoamento do contrato (choqueou encontro de vontades). O oblato poderá formular uma contraproposta, situação em que os papéis se invertem: o proponente passa a ser oblato e vice-versa. 
Sobre a manifestação da vontade na proposta e na aceitação, o Código Civil exige que esteja revestida pelas seguintes características: 
Proposta (ou oferta, policitação ou oblação) - Deve ser séria, clara, precisa e definitiva - art. 427. Aceitação - Deve ser pura e simples - art. 431.
O art. 428 do CC/2002 consagra hipóteses em que a proposta deixa de ser obrigatória. Vejamos: 
- Deixa de ser obrigatória a proposta, se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita (art. 428, 1). Esse mesmo dispositivo enuncia que deve ser considerada entre presentes a proposta feita por telefone ou outro meio semelhante, podendo nesse dispositivo se enquadrar o contrato eletrônico celebrado entre presentes (v.g., por videoconferência digital ou pelo Skype). A categoria jurídica em questão é denominada pela doutrina como contrato com declaração consecutiva.
- Não será obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente (art. 428, li, do CC). Trata-se do contrato com declarações intervaladas. O tempo suficiente é um conceito legal indeterminado denominado como prazo moral, deve ser analisado caso a caso pelo juiz, de acordo com a boa-fé, os usos e costumes do local e das partes (art. 113 do CC).
- Não será obrigatória a proposta se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado pelo proponente (art. 428, Ili, do CC). - Por fim, não obriga a proposta, se antes dela ou juntamente com ela, chegar ao conhecimento da outra parte - o oblato a retratação do proponente (art. 428, IV, do CC).
Sob outro aspecto, presente uma aceitação fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, haverá nova proposta, de forma a inverterem-se os papéis entre as partes, conforme comentado (art. 431 do CC). A figura prevista é justamente a conhecida contraproposta, tão comum em casos que envolvem as negociações pré-contratuais.
Enuncia o art. 432 do Código Privado que, se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, caso não chegue a tempo a recusa. Esse dispositivo trata da aceitação tácita ou silêncio eloquente, que é possível no contrato formado entre ausentes.
Após serem analisados esses preceitos gerais, é primaz o estudo das regras específicas quanto a essas duas situações básicas relativas à formação dos contratos em geral. Inicialmente, deve-se entender formado o contrato entre presentes - ou inter praesentes - quando houver uma facilidade de comunicação entre as partes para que a proposta e a aceitação sejam manifestadas em um curto período de tempo. Como não há critérios fixados pela lei, cabe análise caso a caso, particularmente diante dos novos meios de comunicação à distância. 
Por outra via, o contrato será considerado formado entre ausentes - ou inter absentes - quando não houver tal facilidade de comunicação quanto à relação pergunta-resposta. O exemplo clássico de contrato inter absentes é o contrato epistolar cuja proposta é formulada por carta, via correio. Entretanto, diante dos novos métodos de comunicação eletrônica, tal figura contratual perdeu a sua importância prática.
Pois bem, outrora foi demonstrado que caso o negócio seja formado entre presentes, a proposta ou oferta pode estipular ou não prazo para a aceitação. Se não houver prazo, a aceitação deverá ser manifestada imediatamente. Porém, se houver prazo, deverá ser pronunciada no termo concedido, sob pena de reputar-se não aceita, ressalvados os casos de aceitação tácita. Então, o contrato entre presentes é formado a partir do momento em que o oblato aceita a proposta, ou seja, torna-se aceitante, por ter ocorrido o choque ou encontro de vontades das partes envolvidas. 
Sob outro prisma, se a formação ocorrer entre ausentes, o contrato deve ser reputado como concluído a partir do momento em que a aceitação for expedida (art. 434, caput, do CC). Dessa maneira, conclui-se que o Código Civil em vigor, assim como o anterior, continua adotando a teoria da agnição - ou da informação -, na subteoria da expedição, como regra geral
Entretanto, tal regra comporta exceções, sendo certo que o Código Civil ainda adota a teoria da agnição, na subteoria da recepção, pela qual o contrato é formado quando a proposta é aceita e recebida pelo proponente (art. 434, 1, II e III, c/c o art. 433, ambos do CC). Essa teoria deve ser aplicada nos seguintes casos: 
1.) Se antes da aceitação ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
2.) Se o proponente se houver comprometido a esperar resposta, hipótese em que as partes convencionaram a aplicação da subteoria da recepção.
3.) Se a resposta não chegar no prazo convencionado (outra hipótese em que houve convenção entre as partes de aplicação da subteoria da recepção). 
ATENÇÃO: Por tais comandos legais, é correto afirmar que o Código Civil de 2002 adotou tanto a teoria da expedição quanto a da recepção, sendo a primeira regra e a segunda exceção, de acordo com a própria organização da matéria no Código em vigor. A grande dúvida reside sobre a formação do contrato eletrônico celebrado entre ausentes, como é o caso da contratação por e-mail, segundo o entendimento majoritário. O que prevalece na doutrina nacional é a aplicação da teoria da recepção, o que pode ser retirado do Enunciado n. 173 do CJF/STJ, aprovado na li/ Jornada de Direito Civil: "A formação dos contratos realizados entre pessoas ausentes, por meio eletrônico, completa-se com a recepção da aceitação pelo proponente". De toda sorte, alerte-se que o Projeto de Lei 281/2012, que pretende tratar dos contratos eletrônicos dentro do Código de Defesa do Consumidor, propõe a inserção, em nosso sistema, da teoria da confirmação, chamada na Europa de teoria do duplo clique. Por essa teoria, o contrato eletrônico é formado com a confirmação do recebimento da aceitação pelo proponente originário. Ao presente autor parece salutar a aprovação da proposição legislativa, pois a teoria da confirmação traz mais segurança à formação dos contratos digitais, superando as duas velhas teorias que estão tratadas pelo Código Civil, pensadas para o contrato epistolar, formado por cartas. 
Para terminar o estudo desta fase, anote-se que, segundo o art. 435 da atual codificação material, "reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto". Eventualmente, e por urna questão lógica, caso haja contraproposta, o local do contrato deve ser reputado onde essa última foi formulada. Repise-se que a norma vale para os contratos nacionais, pois para os contratos internacionais, determina o art. 9.º, § 2.º, da Lei de Introdução que "a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
Fase de contrato preliminar
O contrato preliminar, pré-contrato ou pactum de contrahendo encontra-se tratado na atual codificação privada, como novidade, entre os arts. 462 a 466. Contudo, vale esclarecer que a fase de contrato preliminar não é obrigatória entre as partes, sendo dispensável. Na prática, muitas vezes, o contrato preliminar é celebrado em compra e venda de imóvel para dar mais segurança às partes, notadamente em relação ao preço convencionado. 
Dispõe o primeiro dispositivo relativo ao terna que o contrato preliminar, exceto quanto à forma, terá os mesmos requisitos essenciais do contrato definitivo (art. 462 do CC). Em suma, o contrato preliminar exige os mesmos requisitos de validade do negócio jurídico ou contrato, previstos no art. 104 do CC, com exceção da forma prescrita ou não defesa em lei. Sendo assim, no caso de uma compra e venda de imóvel, de qualquer valor, o contrato preliminar dispensa a escritura pública.
Basicamente, dois são os tipos de contrato preliminar previstos no Direito brasileiro, intitulados como compromissosde contrato. 
a) Compromisso unilateral de contrato ou contrato de opção. 
Hipótese em que as duas partes assinam o instrumento, mas somente uma das partes assume um dever, uma obrigação de fazer o contrato definitivo. Assim, existe para o outro contratante apenas uma opção de celebrar o contrato definitivo. Essa forma de contrato preliminar está prevista no art. 466 do atual Código Civil, pelo qual: "Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor
b) Compromisso bilateral de contrato. As duas partes assinam o instrumento e, ao mesmo tempo, assumem a obrigação de celebrar o contrato definitivo. Para gerar os efeitos constantes no atual Código Civil, no contrato preliminar não poderá constar cláusula de arrependimento, conforme consta do art. 463 da codificação.
Ainda no que interessa ao contrato preliminar, cumpre relembrar, por fim, que o Código Civil de 2002, em seus arts. 467 a 471, apresenta como novidade a tipificação do contrato com pessoa a declarar - cláusula pro amico eligendo -, com grande aplicação aos pré-contratos, principalmente quando envolverem compra e venda de imóveis. Por tal figura jurídica, no momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar outra pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações decorrentes do negócio. Para que tenha efeitos, a indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do negócio definitivo, se não houver outro prazo estipulado no pacto (art. 468 do CC), o que está em sintonia com o dever de informar, anexo à boa-fé objetiva.
Por fim, não terá eficácia a cláusula pro amico eligendo nos casos previstos no art. 470 do Código Civil, ou seja: 
- Se não houver a indicação da pessoa, ou se esta se negar a aceitar a indicação. - Se a pessoa nomeada for insolvente, fato desconhecido anteriormente, situação em que o contrato produzirá efeitos entre os contratantes originais ( art. 4 71 do CC). 
O descumprimento da proposta resulta, como conseqüência, uma escolha por parte do interessado, entre perdas e danos ou execução específica, isso vale tanto para o CC e CDC.
Aceitação: É a adesão do oblato ou aceitante manifestando sua vontade no sentido de aderir os termos da proposta que lhe foi dirigida. A aceitação tem que ser plena e integral, pois vincula o preponente e seus herdeiros, pode ser expressa ou tácita. 
Assim, é impossível a aceitação parcial, sob termo, condição.
Fase de contrato definitivo 
A última fase de formação do contrato é a fase do contrato definitivo, quando ocorre o choque ou encontro de vontades originário da liberdade contratual ou autonomia privada.
OS VÍCIOS REDIBITÓRIOS NO CÓDIGO CIVIL
Os vícios redibitórios, na versão atual, podem ser conceituados como sendo os defeitos que desvalorizam a coisa ou a tornam imprópria para uso.
Na esteira da melhor doutrina, não há que se confundir o vício redibitório com o erro. No caso de vício redibitório o problema atinge o objeto do contrato, ou seja, a coisa. No erro o vício é do consentimento, atingindo a vontade, pois a pessoa se engana sozinha em relação a um elemento do negócio celebrado (arts. 138 a 144 do CC).
Em complemento às lições de José Fernando Simão, insta verificar que as categorias se situam em planos distintos do contrato: 
• Vício redibitório - plano da eficácia do contrato (resolução ou abatimento no preço). Erro - plano da validade (anulabilidade do contrato). 
Por todos os ensinamentos transcritos, há uma garantia legal contra os vícios redibitórios nos contratos bilaterais (sinalagmáticos ), onerosos e comutativos, caso da compra e venda. Devem ainda ser incluídas as doações onerosas, conforme preceitua o art. 441, parágrafo único, do CC, caso da doação remuneratória e da doação modal ou com encargo. No que diz respeito aos contratos aleatórios, admite-se a alegação de vício redibitório quanto aos seus elementos comutativos, predeterminados. Nesse sentido, proposta aprovada na VII. Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal em 2015, in verbis: "O art. 441 do Código Civil deve ser interpretado no sentido de abranger também os contratos aleatórios, desde que não abranja os elementos aleatórios do contrato" (Enunciado n. 583
Com efeito, se a álea se circunscrever à quantidade da coisa contratada, não abrangendo sua qualidade, a parte que recebeu a coisa defeituosa, mesmo que em virtude de contrato aleatório, poderá se valer da garantia por vícios redibitórios. Caso, por outro lado, a álea recaia sobre a qualidade da coisa, há de se afastar necessariamente a aplicação da disciplina pertinente aos vícios redibitórios, vez que as partes assumiram o risco de a coisa a ser entregue se encontrar com vício de qualidade que a torne imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminua o valor. Caberá, portanto, ao intérprete, diante do caso concreto, estabelecer com precisão os limites da álea do negócio, verificando se nela se insere a qualidade da coisa, sua quantidade ou ambas". 
Poderá o adquirente, por meio dessas ações edilícias: 
1) Pleitear abatimento proporcional no preço, por meio de ação quanti minoris ou ação estimatória. 
2) Requerer a resolução do contrato (devolvendo a coisa e recebendo de volta a quantia em dinheiro que desembolsou), sem prejuízo de perdas e danos, por meio de ação redibitória. Para pleitear as perdas e danos, deverá comprovar a má-fé do alienante, ou seja, que o mesmo tinha conhecimento dos vícios redibitórios (art. 443 do CC). Todavia, a ação redibitória, com a devolução do valor pago e o ressarcimento das despesas contratuais, cabe mesmo se o alienante não tinha conhecimento do vício.
Como as ações edilícias são constitutivas negativas, os prazos previstos no art. 445 do CC para tais demandas são decadenciais. Nesse sentido, o Enunciado n. 28 do CJF/STJ: "o disposto no art. 445, §§ 1.º e 2.0, do Código Civil reflete a consagração da doutrina e da jurisprudência quanto à natureza decadencial das ações edilícias.
 Nos casos de vício que pode ser percebido imediatamente (art. 445, caput, do CC) - O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva. Porém, se já estava na posse do bem, o prazo conta-se da alienação da coisa, reduzido à metade (15 dias para móvel e seis meses para imóvel). Cite-se como exemplo da última regra o caso de um locatário que adquire o bem, havendo uma tradição ficta (traditio brevi manu - possuía em nome alheio, agora possui em nome próprio). 
- Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde (art. 445, § 1.0, do CC) - O prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
Enunciado n. 174, com teor controvertido, a saber: "Em se tratando de vício oculto, o adquirente tem os prazos do caput do art. 445 para obter redibição ou abatimento de preço, desde que os vícios se revelem nos prazos estabelecidos no parágrafo primeiro, fluindo, entretanto, a partir do conhecimento do defeito". A proposta de enunciado foi formulada pelos professores Gustavo Tepedino e Carlos Edison do Rêgo Monteiro Filho, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Esclarecendo o teor do enunciado doutrinário, ele está prevendo que, nos casos de vícios ocultos, o adquirente terá contra si os prazos de 30 dias para móveis e 1 ano para imóveis (art. 445, caput, do CC), desde que os vícios surjam nos prazos de 180 dias para móveis e 1 ano para imóveis (art. 445, § 1.º, do CC), a contar da aquisição desses bens. Parte considerável da doutrina concorda com a aplicação do raciocínio.
A EVICÇÃO
A evicção pode ser conceituada como sendo a perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que a atribui a um terceiro.Quanto aos efeitos da perda, a evicção pode ser total ou parcial (arts. 447 a 457 do CC).
De toda a sorte, é interessante deixar claro que o conceito clássico de evicção é que ela decorre de uma sentença judicial. Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça tem entendido que a evicção pode estar presente em casos de apreensão administrativa, não decorrendo necessariamente de uma decisão judicial.
Seguindo em parte esse último entendimento, a mesma Corte Superior, em acórdão mais recente, deduziu que a evicção não exige o trânsito em julgado da decisão para o devido exercício do direito. Conforme aresto publicado no seu Informativo n. 519, julgou o STJ que, "para que o evicto possa exercer os direitos resultantes da evicção, na hipótese em que a perda da coisa adquirida tenha sido determinada por decisão judicial, não é necessário o trânsito em julgado da referida decisão.
Seguindo no estudo do instituto, da leitura do art. 447 do CC constata-se que há uma garantia legal em relação a essa perda da coisa, objeto do negócio jurídico celebrado, que atinge os contratos bilaterais, onerosos e comutativos, mesmo que tenha sido adquirida em hasta pública. A responsabilidade pela evicção de bem arrematado em hasta pública é novidade do Código Civil de 2002. No que concerne à pessoa que responde em casos envolvendo a evicção de bem arrematado, parece mais correto o entendimento que afirma a responsabilidade imediata do devedor ou réu da ação, que é o primeiro beneficiado com a arrematação
Pois bem, são partes da evicção (elementos subjetivos): 
• O alienante - aquele que transfere a coisa viciada, de forma onerosa. O evicto ou adquirente - aquele que perde a coisa adquirida. • O evictor ou terceiro - tem a decisão judicial ou a apreensão administrativa a seu favor. 
Consigne-se que o art. 199, III, do Código Civil preconiza que não corre a prescrição, pendendo a ação de evicção. Somente após o trânsito em julgado da sentença a ser proferida na ação em que se discute a evicção, com a decisão sobre a destinação do bem evicto, é que o prazo prescricional voltará a correr. A responsabilidade pela evicção decorre da lei, assim não precisa estar prevista no contrato. Todavia, podem as partes reforçar a responsabilidade, atenuando ou agravando seus efeitos (art. 448 do Código Civil). Quanto ao reforço em relação à evicção, diante da vedação do enriquecimento sem causa, tem-se entendido que o limite é o dobro do valor da coisa, o que é correto, pela função social dos pactos. No que concerne à exclusão da responsabilidade, esta pode ocorrer desde que feita de forma expressa (cláusula de non praestaenda evictione ou cláusula de irresponsabilidade pela evicção ), não se presumindo tal exclusão em hipótese alguma. Todavia, mesmo excluída a responsabilidade pela evicção, se esta ocorrer, o alienante responde pelo preço da coisa. Isso, se o evicto não sabia do risco da evicção ou, informado do risco, não o assumiu (art. 449 do Código Civil). 
Fica claro que este autor segue o entendimento dominante pelo qual o alienante somente ficará totalmente isento de responsabilidade se pactuada a cláusula de exclusão e o adquirente for informado sobre o risco da evicção (sabia do risco e o aceitou).
Em casos tais, levando-se em conta o art. 450 do CC, poderá o evicto prejudicado pleitear do alienante, nos casos de evicção total: 
1) A restituição integral do preço pago. Para tanto, se deve levar em conta o valor da coisa à época em que se perdeu, evitando-se o enriquecimento sem causa (art. 450, parágrafo único, do CC).
2) A indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir ao evictor ou terceiro.
3) A indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção (danos emergentes, despesas de escritura e registro e lucros cessantes, nos termos dos arts. 402 a 404 do CC; além de danos imateriais ou morais).
4) As custas judiciais e os honorários advocatícios do advogado por ele constituído.
5) Indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis não abonadas ao evicto pelo evictor (art. 453 do CC). Porém, se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor destas deverá ser levado em conta na restituição devida (art. 454 do CC). 
A encerrar o tratamento da evicção, prevê o art. 457 do CC que "Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia e litigiosa". Entendemos que o dispositivo veda a possibilidade de o evicto demandar o alienante se tinha conhecimento do vício e do risco de perder a coisa, o que de fato ocorreu. A relação com o princípio da boa-fé objetiva é, portanto, explícita.
A evicção pode ocorrer de desapropriação, mas não de tombamento.
Inexiste evicção em razão de tombamento (que gera limitação, não perda – STJ, REsp. 407.179/PB).
Intervenção de terceiros nos contratos:
Promessa de fato de terceiro. 
Obrigação de fazer que será cumprida por outra pessoa.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. Assim, a anuência tem que ser de ambos.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. Se o terceiro expressamente anuir a responsabilidade será do prometido.
Estipulação em favor de terceiro.
Contrato celebrado entre duas partes, com a previsão de que seus efeitos benéficos se produziram a favor de um terceiro, que é chamado de beneficiário ou estipulado, o qual não é parte, não precisa, portanto, ser capaz e nem solvente, pois não responderá pelas obrigações contratuais. Mas embora não seja parte, poderá executá-lo. E as partes são os estipulantes.
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Poderá haver a exoneração do devedor, salvo se o terceiro puder executar a obrigação:
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Direito potestativo do estipulante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
Contrato com pessoa a declarar: Aplica-se muito para quem trabalha com compra de imóveis, o terceiro será o primeiro adquirente. Se o comprador pagar o IPTU, por exemplo, poderá ter direito de regresso, pois o terceiro assume o contrato retroativamente.
Celebração de um contrato, que uma ou ambas as partes insere uma cláusula o direito a si, dentro de determinado prazo, indicar a pessoa que vai figurar naquela posição contratual. 
As partes poderão eleger o prazo, no silêncio dela, será de 5 dias.
O terceiro indicado assumirá a posição de parte, retroativamente à celebração do contrato.
Se o terceiro não anuir, for incapaz ou insolvente, o contrato permanecerá com as partes que celebraram e a aceitação tem que se revestir das mesmas formalidades do contrato principal.
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
Extinção do contrato: Pode-se dar pelo pagamento ou pelo termo final do prazo. Como também em caso anteriores, como vício do consentimento, por erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão. Ou por vícios sociais, tais como fraude a credores e simulação
Extinção normal dos contratos
Inicialmente, como primeira forma básica, o contrato poderá ser extinto de forma normal, pelo cumprimento da obrigação. A forma normal de extinção está presente, por exemplo, quando é pago o preço em obrigação instantânea; quando são pagas todas as parcelas em obrigação de trato sucessivo a ensejar o fim da obrigação; quando a coisa é entregue conforme pactuado; quando na obrigação de não fazer o ato não é praticado, entre outros casos possíveis
Extinção por fatos anteriores à celebração 
a) Invalidade contratual. Haverá invalidade nos casos envolvendo o contrato nulo (eivado de nulidade absoluta) e o contrato anulável (presente a nulidade relativa ou anulabilidade). 
b) Cláusula de arrependimento. Constitui forma de extinção por fato anterior à celebração a previsão no negócio de direito de arrependimento, inserido no próprio contrato, hipótese em que os contraentes estipulam que o negócio será extinto, mediante declaração unilateral de vontade, se qualquer um deles se arrepender (cláusula de arrependimento)
c) Cláusula resolutiva expressa. Pode existir previsão no negócio de uma cláusula resolutiva expressa, podendo um evento futuro e incerto (condição) acarretar a extinção do contrato. Justamente porque essa previsão consta da origem do pacto é que há a extinção por fato anterior ou contemporâneo à celebração. Enuncia o art. 474 do Código Civil que "a cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial". Assim, conforme enunciado aprovado na V Jornada de Direito Civil, "A cláusula resolutiva expressa produz seus efeitos extintivos independentemente de pronunciamento judicial" (Enunciado n. 436 do CJF/STJ), o que deve ser tido como regra.
Extinção por fatos posteriores à celebração
Como terceira forma básica, o contrato pode ser extinto por fatos posteriores ou supervenientes à sua celebração. Toda vez em que há a extinção do contrato por fatos posteriores à celebração, tendo uma das partes sofrido prejuízo, fala-se em rescisão contratual.
A partir dos entendimentos doutrinários referenciados no início do capítulo, pode-se afirmar que a rescisão (que é o gênero) possui as seguintes espécies: resolução (extinção do contrato por descumprimento) e resilição (dissolução por vontade bilateral ou unilateral, quando admissível por lei, de forma expressa ou implícita, pelo reconhecimento de um direito potestativo).
O contrato também pode se extinguir por causas posteriores, tais como Distrato. Também se extingue pela resilição, que é pela vontade, podendo ser unilateral ou bilateral, ou pela resolução, que é pelo inadimplemento.
Atenção: nulidade absoluta, como nulidade por simulação, não há decadência nem prescrição.
a) Resilição: extinção do contrato por vontade de um ou de ambos os contratantes, ou seja, é quando eu termino o contrato porque quero ou quando terminamos porque queremos, sem ter qualquer razão jurídica para isso. Exemplo: celebrei contrato de aluguel pelo prazo de três anos e decido resili-lo com dois anos por questão pessoal. 
b. I) Resilição bilateral. Prevista no art. 4 72 do CC, a resilição bilateral ou distrato é efetivada mediante a celebração de um novo negócio em que ambas as partes querem, de comum acordo, pôr fim ao anterior que firmaram. O distrato submete-se à mesma forma exigida para o contrato confonne previsão taxativa desse artigo. 
b.2) Resilição unilateral. Existem contratos que admitem dissolução pela simples declaração de vontade de uma das partes, situações em que se tem a denominada resilição unilateral, desde que a lei, de forma explícita ou implícita, admita essa forma de extinção. Na resilição unilateral há o exercício de um direito potestativo, aquele que se contrapõe a um estado de sujeição
Para os contratos que foram citados, de forma a exemplificar, são casos de resilição unilateral:
- Denúncia vazia: cabível na locação de coisa móvel ou imóvel regida pelo Código Civil e de coisa imóvel regida pela Lei 8.245/1991 (Lei de Locação). Findo o prazo, extingui-se de pleno direito o contrato celebrado entre as partes, sem qualquer motivo para tanto. É possível utilizar o termo denúncia igualmente para o contrato de prestação de serviços, pelo que consta do art. 599 do CC.
- Revogação: espécie de resilição unilateral cabível quando há quebra de confiança naqueles pactos em que esta se faz presente como fator predominante. Cabe revogação por parte do mandante -no mandato-, do comodante - no comodato -, do depositante - no depósito -, do doador - no caso de doação modal ou com encargo e por ingratidão.
-Renúncia: outra forma de resilição unilateral cabível nos contratos baseados na confiança, quando houver quebra desta. Viável juridicamente a renúncia por parte do mandatário, comodatário, depositário e donatário, nos contratos acima mencionados. 
-Exoneração por ato unilateral: novidade da codificação privada, a exoneração unilateral é cabível por parte do fiador, na fiança por prazo indeterminado. Prevista no art. 835 do Código Civil, terá eficácia plena depois de 60 dias da notificação do credor, efetivada pelo fiador. Pelo teor desse dispositivo legal, a exoneração unilateral não se aplica ao contrato de fiança celebrado por prazo determinado. Entendemos que essa nova forma de resilição unilateral pretende proteger o fiador, sempre em posição desprivilegiada, havendo relação direta com a eficácia interna do princípio da função social dos contratos. Por tal razão, o art. 835 é norma de ordem pública, não podendo a proteção nele prevista ser afastada por convenção das partes. Ademais, deve o magistrado declarar essa proteção de ofício. O dispositivo terá estudo aprofundado no capítulo que trata da fiança.
b) Resolução: extinção do contrato em razão do inadimplemento da outra parte, ou seja, um dos contratantes não cumpre o contrato, legitimando a outra parte pedir sua resolução. Exemplo: mesmo contrato de aluguel de três anos, resolvido pelo locador em razão do inquilino não pagar o aluguel
c) Rescisão: não há consenso na doutrina sobre o significado de rescisão do contrato. Muitos usam o termo rescisão como sinônimo de extinção do conrato, até mesmo por causa antecedente, sendo, inclusive, o sentido que caiu no gosto popular, que só fala em rescisão do contrato quando este chega ao fim. Autores clássicos, como Orlando Gomes e Caio Mário, no entanto, com base na doutrina italiana, ensinam que rescisão em sentido técnico só ocorre quando um contrato é extinto em caso de lesão ou de estado de perigo. Modernamente, esse não é o entendimento, até porque são defeitos do negócio jurídico, portanto, causas antecedentes ou concomitantes à formação do contrato, caso de invalidade e não de inexecução, quando pressupomos um contrato perfeito. Outros autores mencionam rescisão como uma espécie de resolução do contrato, significando a resolução culposa ou voluntária, ou seja, quando o contrato é extinto por inadimplemento culposo do outro contratante. O conselho é evitar o uso do termo rescisão, pois, como não há consenso, é um risco desnecessário em prova.
Flávio Tartucci: Com o devido respeito, parece estar superada a ideia de que o termo rescisão seria sinônimo de invalidade

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