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Metodologia de avaliação e controle de perdas e danos - TST - UC 5

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02/10/2023, 14:21 Versão para impressão
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Segurança do trabalho
Metodologia de avaliação e controle de perdas e
danos
Quando um acidente/incidente ocorre em uma organização, significa que uma série
de falhas ocorreram. As falhas podem estar relacionadas a problemas de comunicação,
a equipamentos inadequados, a instruções conflitantes, a controles insuficientes, a
falhas na condução da análise de risco. O conjunto das condições que possibilitam a
ocorrência de falhas é chamada de condição potencial de perdas e é a base para a
ocorrência do acidente que pode gerar uma perda real ou potencial.
Figura 1 – Processo das três fases da perda (real ou potencial)
Fonte: adaptado de Tavares (2010).
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Condição potencial de perdas: é a condição ou grupo de condições que,
de acordo com certas situações não planejadas, podem ocasionar perdas.
Assim, é um fator instável, ocasionado em função de circunstâncias, as
quais favoreçam a ocorrência de acidentes. Por exemplo, ausência de
treinamento; não utilização de equipamento de proteção individual, entre
outras.
Acidentes: é o acontecimento indesejado e não programado que produz
ou pode produzir perdas. Por exemplo: falha de operação de máquinas e
equipamentos.
Perda real ou perda potencial (quase perda): a perda real é o resultado
do acidente e pode manifestar-se como lesão ou morte de pessoas, danos
aos equipamentos em geral ou descontinuação do processo de trabalho. A
perda potencial (quase perda) é aquela situação que poderia ter se
transformado em perda real.
Geralmente, as perdas podem ser avaliadas no contexto de custos, como os custos
para reparar um equipamento que sofreu algum dano, os custos com cuidados médicos
e hospitalares, o lucro cessante, o aumento dos valores pagos em seguro, entre outros.
Entretanto, quanto às vidas humanas, a situação acaba sendo muito subjetiva, pois, por
mais que uma empresa tenha seguro de vida e indenizações caso haja algo com um dos
funcionários, todos sabem que não há dinheiro que pague a perda de uma pessoa. 
O tamanho de uma perda em si não é capaz de definir a relevância que deve ser
considerada no controle das causas geradoras. As causas do acidente ocorrido e do
potencial que ele tem de gerar perdas devem ser avaliadas criticamente, dentro de um
contexto de probabilidade e frequência de ocorrência, até mesmo com relação à
extensão de danos que podem ser gerados. Somente assim pode-se definir o nível de
controle que deve efetivamente ser aplicado. 
Cabe ressaltar que em segurança do trabalho existem dois conceitos relacionados
a acidentes de trabalho: o conceito legal previdenciário e o conceito prevencionista.
Quanto ao conceito legal previdenciário, a Lei n.º 8.213, artigo 19, determina que
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A grande diferença de um conceito para outro está no aspecto de que, para o
conceito legal, deve efetivamente haver lesão física, enquanto, para o conceito
prevencionista, pode haver, lesões físicas, perda de tempo produtivo, danos materiais
etc.
Portanto, os incidentes (quase acidentes), dentro do contexto compreendido como
controle de perdas, devem ser tratados da mesma forma como um acidente, sendo
realizados registro, investigação e tratamento das causas, mesmo que nenhuma lesão
física tenha sido causada em um trabalhador, evitando assim que o incidente ocorra
novamente ou que, em uma próxima ocorrência, torne-se um acidente com lesão e
proporções maiores.
Todos os esforços relacionados à prevenção devem ter como objetivo principal
evitar um possível incidente/acidente de trabalho, pois as perdas podem afetar o
empregado, a família do acidentado, a empresa e a sociedade.
acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause morte ou perda, ou redução permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
Já o conceito prevencionista entende que acidente do trabalho é uma ocorrência
inesperada no ambiente de trabalho que possa causar danos materiais, perda de tempo
e/ou lesão ou doença ao trabalhador.
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Perdas para o empregado
Perdas para a família
Perdas para a empresa
O empregado é quem mais sofre com o impacto gerado por um acidente de
trabalho. Pois, quando o acidente não causa a morte, deixa sequelas. Estas que
muitas vezes nem o tempo é capaz de amenizar, e o prejuízo gerado pelo acidente
pode permanecer por muitos anos. Por exemplo, um trabalhador sofre um acidente
de trabalho de forma a causar incapacidade total e permanente para trabalho, como
a perda de um dos membros do corpo. Isso poderá ocasionar ao trabalhador
depressão, entre outras consequências graves.
A família sofre na mesma proporção que o acidentado. Em muitos casos, precisará
mudar a rotina para ajudar o acidentado que está incapaz de se cuidar. Assim, as
idas e vindas a hospitais, compra de medicamentos, desgaste físico, perda de um
ente produtivo, entre outros, são exemplos que marcam os prejuízos causados pelos
acidentes.
A empresa, sendo empregadora do trabalhador, além das perdas legais (depósito
compulsório do FGTS, por exemplo), perde também um trabalhador produtivo.
Muitas vezes, sendo difícil substituir este colaborador. Para a empresa há também
perdas relacionadas ao tempo que se investe com contratação de um substituto
para o funcionário que se acidentou. Nestas situações há prejuízos materiais,
pagamento de indenizações, perdas de clientes – devido à má fama relacionada ao
número de acidentes – interrupção de máquinas e equipamentos (para fins de
perícia), entre outros.
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Perdas para a sociedade
O custo de um acidente de trabalho é uma conta impossível de se fazer, pois não
se sabe o valor real de uma vida. Entretanto, apesar de não ser possível uma conta
direta, vários fatores podem ser levados em consideração no cálculo das perdas
causadas pelos acidentes de trabalho, por exemplo: custos de reparos de equipamentos
danificados, despesas médicas e hospitalares, aumento da taxa de seguro, entre outros
fatores.
Em linhas gerais, pode-se dizer que o custo do acidente é o somatório dos custos
diretos e indiretos envolvidos.
O custo direto é o custo mensal do seguro de acidentes do trabalho e não tem
relação direta com a ocorrência do acidente. A contribuição é calculada a partir do
enquadramento da empresa em três níveis de riscos de acidentes do trabalho: 1% para
as empresas de riscos de acidente considerado leve; 2% para as empresas de risco
médio e 3% para as empresas de risco grave. Essa porcentagem é calculada em relação
à folha de salário de contribuição, sendo reconhecida juntamente com as demais
contribuições arrecadas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
A previdência social, como representante da sociedade, terá gastos com um
trabalhador improdutivo. Ele poderia estar contribuindo com o INSS, mas, por causa
do acidente, agora vai gerar gastos. Além disso, existem os gastos envolvidos pelo
uso do Sistema Único de Saúde (SUS). Sistema este que é financiado por todas as
pessoas.
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Por outro lado, o custo indireto está relacionado com o ambiente que envolve o
acidentado e com as consequências geradas pelo acidente. Por exemplo: despesas no
reparo de equipamentos e materiais; pagamento de horas-extras para cobrir o prejuízo
causado à produção; gastos na contratação e treinamento de um substituto, entre outros
gastos.
Esses conceitos para levantamento dos custos não têm demonstrado tanta
eficiência. Por isso, pesquisas realizadas pela Fundação Jorge Duprat e Figueiredo de
Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), revelou a necessidade de se mudar
os conceitos tradicionais de custos de acidentes e introduziu o conceito decusto efetivo
dos acidentes. Conforme descrito a seguir:
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Para auxiliar no controle e cálculo dos custos de acidentes, muitas empresas têm
uma ficha de comunicação interna de acidentes do trabalho. Neste documento são
relatados os acidentes, bem como o que aconteceu com o funcionário.
Exemplo
No dia 21/06/2017, por volta das 9 horas da manhã, no setor das caldeiras de uma
fábrica de papel, uma das caldeiras de alimentação de vapor explodiu, lançando vapor e
água fervente sobre dois trabalhadores; Carlos Silva (matrícula: 2211), operador de
caldeira, e Marcos Souza (matrícula: 2212), ajudante de caldeira. Foram provocadas
queimaduras de 1º e 2º grau. Assim, funcionários que compõem a brigada de incêndio
da empresa encaminharam os acidentados para o hospital.
Com a explosão, partes da caldeira foram projetadas contra o teto da casa de
caldeira, provocando a queda de partes da edificação. Ao efetuar a análise da causa do
acidente, constatou-se que a explosão foi ocasionada pelo excesso de pressão no
abastecimento de água da caldeira. Após o acidente, os dois funcionários acidentados
ficaram afastados da empresa, por um período de 4 meses, para tratamento de saúde.
Os salários dos funcionários são os seguintes: Carlos recebe R$ 1.500,00 por mês e
Marcos R$ 1.100,00 por mês. Estima-se que, devido à ocorrência do acidente,
aconteceu uma perda de produção no valor de R$ 6.000,00. Os custos com assistência
médica e medicamentos se aproximaram de R$ 1.200,00 para cada um dos funcionários.
Os encargos a serem calculados compreendem aproximadamente 85% sobre o valor
dos salários.
Assim, tomando como base essas informações, qual será o custo efetivo do
acidente? Considerando que a empresa irá receber um seguro equivalente ao valor de
R$ 50.000,00 (representado por i).
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Determinar C
C corresponde ao custo devido ao tempo de afastamento dos 15 primeiros dias,
em decorrência de acidente com lesão. Este deve ser determinado pelo somatório (+) do
salário total pago aos funcionários (SP) correspondente aos 15 primeiros dias, mais o
total de encargos sociais (ES).
Total do salário pago aos funcionários pelos 15 primeiros dias
Primeiramente, efetua-se o somatório dos salários mensais dos dois funcionários:
Posteriormente, divide-se o valor pago aos dois funcionários por 2, a fim de
encontrar o salário total pago apenas pelos 15 dias de afastamento.
Desta forma, o total do salário pago, considerando os dois funcionários afastados,
até os 15 primeiros dias, é de R$ 1.300,00.
Total de encargos sociais pagos
1
1
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De acordo com as orientações dadas no enunciado do problema, os valores dos
encargos sociais pagos correspondem a 85% do salário, sendo:
Assim, o total de encargos sociais pagos correspondem a R$ 1105,00.
Então, C corresponde ao seguinte:
Determinar C
C corresponde ao custo referente aos reparos e reposições de máquinas,
equipamentos e materiais danificados (acidentes com danos à propriedade). Assim, para
o exemplo, C corresponde ao somatório (+) do valor gasto no conserto da caldeira, mais
o valor pago para o conserto da casa de caldeira.
Determinar C
1
2
2
2
3
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No que se refere aos custos complementares relativos à lesão e aos danos à
propriedade, deve-se efetuar o somatório (+) da perda na produção com o valor gasto
com assistência médica e medicamentos. De acordo com o exemplo, temos:
Perda na produção (o valor corresponde, no exemplo, a um total de R$
6.000,00)
Valor com assistência médica e medicamentos
No que se refere ao valor pago com assistência médica e medicamentos, sabe-se
que cada um dos acidentados tem um gasto por mês de R$ 1.200,00. Então,
considerando que cada acidentado ficou 4 meses afastado, têm-se um gasto unitário de
R$ 4.800,00. Posteriormente, efetuando a projeção destes gastos para dois
trabalhadores que sofreram as lesões, obtêm-se um total de R$ 9.600,00.
Então, de posse dos seguintes dados:
i: R$ 50.000,00
C=R$ 56.005,00
Têm-se o custo efetivo do acidente:
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Controle de danos
A teoria do controle de danos nasceu dos estudos de Frank Bird Júnior. Este autor
estudou durante um período de mais de sete anos os acidentes ocorridos na empresa
metalúrgica Luckens Steel, na qual ele próprio trabalhava.
Para Bird apud Alberton (1996), utilizando a prevenção e controle dos incidentes,
por meio do controle de perdas, é possível proteger com segurança as pessoas, os
equipamentos, o material e o ambiente. Assim, surge um novo conceito denominado
danos à propriedade, ou seja, passam a ser considerados também acidentes, quaisquer
acontecimentos que gerem perdas à empresa, sejam materiais e/ou com equipamentos.
Anteriormente aos estudos de Bird, acidentes eram somente aqueles acontecimentos
que resultassem em lesão pessoal.
Para De Cicco e Fantazi (1986), o controle de danos, para ser introduzido em uma
empresa, necessita considerar os seguintes itens: verificações iniciais, informações dos
centros de controle e exame analítico.
Verificações Iniciais
Esta etapa destina-se a conhecer o que já existe na empresa, no que se refere às
ações relacionadas ao controle de danos na empresa. Isto é, conhecer de que forma o
controle de danos é realizado, os resultados que já foram alcançados etc. De forma
detalhada, visa estabelecer contato e conhecer o departamento de manutenção, pois,
segundo De Cicco e Fantazi (1986), participando deste planejamento, o serviço de
manutenção passará a cooperar mais espontaneamente com o programa de controle de
danos.
Recomenda-se que na fase inicial do programa de controle de danos, os custos
envolvidos não sejam calculados detalhadamente. Sugere-se que seja realizada uma
estimativa dos custos de reposição ou reparos executados pela manutenção. Além disso,
as verificações iniciais devem constatar a existência de problemas do ponto de vista
humano e econômico, os quais justificam a execução do programa.
Informações dos centros de controle
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Nesta etapa acontece o controle concreto dos danos pela manutenção. Assim, o
sistema de registro de danos à propriedade deve ser o mais simples e objetivo, de modo
que melhor se adapte aos procedimentos já existentes na empresa. Como exemplos de
sistema de registros de informações, pode-se citar o sistema de etiquetas e o sistema
de ordens de serviço.
Sistema de etiquetas
Caracteriza-se pela implantação de etiquetas em todos os equipamentos
ou instalações que precisam passar por manutenção, pois são
provenientes de acidentes. Podendo constar as seguintes informações:
departamento que requereu o reparo; descrição do dano, razão do reparo,
data da ocorrência do acidente e assinatura do responsável (autorizado)
pelo pedido. No verso da etiqueta poderá ser impresso que ela deverá ser
aplicada em todo o equipamento que necessita de reparos e que a
reposição de peças e/ou reparos só serão executados com a presença
dela.
Sistema de ordens de serviço
Também conhecido como permissão para realização de serviços, determina
que a necessidade de reparo de equipamento é resultante de acidente.
Assim, a pessoa que solicitar a realização da manutenção deve indicar na
folha de solicitação que a manutenção requerida está relacionada com a
falha de um equipamento resultante da ocorrência de um acidente. Desta
forma, efetua-se o registro da ocorrência do acidente.
Além disso, é importante que as folhas utilizadas no registro do tempo de
execução dos reparos e as de requisições de material utilizados na
manutenção de equipamento sejam devidamente identificadas na ordem de
serviço,por causa do acidente. Isto possibilitará, ao departamento de
contabilidade, a tabulação e o registro periódico do tempo total de
execução dos reparos e dos custos do material que foram utilizados para
reparo dos equipamentos ou instalações.
Exame analítico
Consiste na revisão dos sistemas de registros para constatar que a identificação
dos trabalhos provenientes de acidentes está sendo realizada de forma correta.
É interessante que, dentro de cada empresa, neste primeiro momento, seja
questionado quais os tipos de acidentes devem ser investigados, se todos, ou somente
os que envolvem um custo maior. De acordo com Bird apud De Cicco e Fantazinni
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(1986), nos primeiros estágios do programa de controle de danos, os acidentes que
devem ser investigados devem ser apenas aqueles que tem um custo maior e, de forma
progressiva, os menores podem ir ser incluídos.
Do ponto de vista econômico, verifica-se a necessidade de se investigar todo e
qualquer acidente com dano à propriedade, pois, mesmos os que resultam em um custo
menor, pela frequência que podem ocorrer, resultam em uma quantidade nada
desprezível.
Se considerado do ponto de vista humano, ao efetuar o controle dos acidentes com
danos à propriedade, poupa-se o homem, pois grande parte das lesões em
trabalhadores tem foco nas mesmas causas daqueles acidentes com danos à
propriedade.
Assim, um programa de controle de danos requer identificação, registro,
investigação de todos os acidentes com danos à propriedade e determinação de seus
custos para a empresa, sendo que todas estas medidas deverão ser seguidas pela
implantação de ações preventivas.
Estrutura do programa de controle dos acidentes com
danos à propriedade
O sistema de controle dos acidentes com danos à propriedade é composto pelas
seguintes etapas:
Detecção e comunicação de acidentes
No que se refere à ocorrência do acidente, esta pode ser detectada mediante
reparos de danos ou medida preventiva e por meio de inspeções de áreas. É dever
de qualquer empregado da empresa, tão logo tenha acontecido o acidente,
comunicar ao superior imediato, para que seja efetuada a comunicação do acidente
ao SESMT e sejam elaboradas as providências necessárias.
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Comunicação à seguradora e controle dos acidentes envolvendo bens segurados
Liberação dos bens acidentados para reparo
Quando o SESMT recebe a comunicação do acidente, os bens danificados devem
ser verificados sobre a situação de seguro. Se forem segurados, solicita-se uma
estimativa de custos dos danos e informa-se, à diretoria financeira da empresa, qual
o contato estabelecido com a companhia de seguros. Assim, é possível decidir sobre
liberação dos bens para reparos e danos.
A liberação dos bens acidentados visa atender às normas da companhia de
seguros, quando trata de bens segurados, e contribuir para prevenção de acidentes,
de modo que acidentes não venham acontecer sempre pelos mesmos motivos.
Assim, é de responsabilidade da diretoria financeira da empresa, a liberação dos
bens acidentados à seguradora. Por outro lado, cabe ao SESMT a recomendação
de cuidados especiais quanto aos aspectos de segurança.
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Investigação e análise de acidentes
Implementação e controle de execução das medidas corretivas
A investigação do acidente visa determinar as suas causas, sugerir medidas
corretivas e efetuar o registro dos acidentes para posteriormente efetuar a análise
estatística. A investigação do acidente e a análise das causas dos acidentes são
realizadas pelo serviço de segurança de uma empresa, juntamente com os técnicos
das áreas envolvidas no acidente. Sendo que, dessa investigação, deve ser emitido
um relatório das possíveis causas do acidente. Depois de definidas as causas que
deram origem aos acidentes, são estudadas as recomendações e as medidas
corretivas. O objetivo desta abordagem é evitar a repetição das ocorrências. Por fim,
é emitido um relatório que é distribuído para os setores diretamente envolvidos na
análise e investigação dos acidentes. São eles: contabilidade, gerência de
manutenção e diretoria financeira. Uma cópia também é enviada para a alta
administração.
É responsabilidade do SESMT discutir sobre o relatório de acidentes nas reuniões
de segurança, para que possa estabelecer medidas a serem implantadas em cada
setor. As decisões precisam ser registradas na ata de reunião como item pendente e
devem ser retiradas somente após a execução. A chefia de cada setor da empresa é
responsável pela implementação das medidas corretivas.
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Controle dos custos dos acidentes
Os custos destinados aos reparos decorrentes dos acidentes podem ser
controlados. Pois, para cada acidente é aberta uma ficha de custos, devidamente
numerada pelo SESMT. Assim, antes de iniciar o reparo, o serviço de manutenção
solicita ao SESMT o número da ordem de serviço. Desta forma, são debitados os
custos de mão de obra, materiais utilizados no reparo, entre outros custos gerados
pelo acidente.
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Teoria do controle total de perdas
A teoria do controle total de perdas tem sua origem em 1970, no Canadá, quando
John A. Fletcher e Hugh M. Douglas, prosseguindo a obra iniciada por Bird,
apresentaram um trabalho no qual aplicavam os princípios do controle de danos de
forma mais abrangente e para todos os acidentes possíveis de acontecer dentro de um
estabelecimento. Por exemplo, acidentes com pessoas, equipamentos, máquinas, meio
ambiente etc.
Assim, essa nova teoria definiu que os acidentes que resultavam em danos às
instalações, equipamentos e aos materiais apresentavam as mesmas causas básicas do
que aqueles com lesões. Sendo que, o objetivo do controle total de perdas, é reduzir ou
eliminar todos os acidentes que possam interferir ou paralisar um sistema de produção.
Essa teoria surgiu para complementar as medidas relacionadas à prevenção e
controle de perdas. Enquanto a segurança e a medicina do trabalho tradicional cuidavam
da prevenção de lesões pessoais, sendo que o controle de danos de Bird tratava dos
acidentes que resultavam em lesão pessoal ou dano à propriedade, o controle total de
perdas passou a envolver os dois conceitos anteriores. Isto é, refere-se aos acidentes
com lesões pessoais e danos à propriedade, mas também se preocupa com as perdas
originadas por acidentes em relação a furtos e roubos, explosões, incêndios,
sabotagens, poluição ambiental, doenças, defeito do produto etc.
Deste modo, pode-se dizer que o controle total de perdas envolve: prevenção de
lesões (acidentes que tem como resultado lesões pessoais); controle total de acidentes
(danos à propriedade, equipamentos e materiais); prevenção de incêndios (controle de
todas as perdas por incêndios); segurança industrial (proteção dos bens da empresa);
controle da contaminação do ar, água e solo; higiene e saúde industrial e
responsabilidade pelo produto.
Segundo Fletcher (apud DE CICCO et al. 1986), três são os passos para serem
dados no processo de implantação de um programa de controle total de perdas:
1º Estabelecer o perfil dos programas de prevenção existentes
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2º Determinar prioridades
3º Elaborar planos de ação para controle das perdas reais e potenciais do sistema
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Perfil dos programas de prevenção existentes
Antes de ser implantado qualquer novo método ou programa, o primeiro passo é
buscar conhecer o que está sendo desenvolvido na empresa. Neste sentido, é
necessário encontrar as possíveis falhas relacionadas aos programas de prevenção
implantados. Em seguida, é importante pesquisar quais são as necessidades da
organização quanto a sua política de prevenção de perdase também conhecer os
riscos do ambiente de trabalho, pois, caso algum programa esteja em
funcionamento, é válido analisar se está sendo executado corretamente. Esta
análise é realizada mediante o estabelecimento dos perfis dos programas de
prevenção existentes.
Para que um perfil forneça de forma adequada estas informações, ele deve ser
dividido em seções que contenham os vários itens ou pontos que podem ser
abrangidos pelo programa de prevenção. Para estes itens, são elaboradas questões
reflexivas. Caso elas sejam respondidas, permitirão determinar o grau de execução
ou implantação em que se encontra o programa em análise.
Deste modo, a tabela, a seguir, apresenta a escala proposta por Fletcher para
avaliar até que grau os programas de prevenção foram efetivamente implantados e
se estão gerando resultados satisfatórios para a organização que está envolvida.
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Grau Escala Descrição
5 Excelente Totalmente implantado e totalmenteefetivo
4 Bom Satisfatoriamente implantado e efetivo
3 Regular Implantado, mas não satisfatoriamente
2 Fraco
Parcialmente implantado, mas não
satisfatoriamente, pois existem pontos a
melhorar
1 Insatisfatório Algumas tentativas foram feitas, massem implantação efetiva
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Determinação das prioridades
Elaboração dos planos de ação
0 Inexistente Nada foi feito até o momento
Tabela 1 – Escala sugerida por Fletcher para avaliação do programa de segurança
Fonte: De Cicco et al. (1986).
Essa etapa tem como finalidade determinar as prioridades que devem ser adotadas
pelo programa de controle de perdas.
Após a definição das informações do perfil do programa na fase anterior, é possível
confrontar a situação atual, obtida por meio da escala de Fletcher, e a situação ideal
para cada seção indicada.
O resultado do confronto dessas duas situações (situação ideal com a situação
atual) fornece a deficiência do programa que está sendo executado e, uma vez
determinadas, permite priorizar as seções que necessitam de maior esforços dos
profissionais envolvidos com a segurança do trabalho.
Após o estabelecimento das seções prioritárias, é necessário elaborar, para cada
uma delas, o respectivo plano de ação. O objetivo é prevenir e controlar as perdas
reais e potenciais originadas dos acidentes/incidentes de trabalho.
No plano de ação deve ficar evidente o objetivo geral a que se destina; os objetivos
específicos a curto, médio e longo prazo; os recursos humanos e materiais
necessários para sua implantação e execução; o custo estimado de implantação do
plano; estimativas das perdas atuais e futuras; a data em que o plano está iniciando
e a data prevista para o término.
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Programa de prevenção de perdas
Para que um programa de prevenção de perdas efetive os objetivos básicos, de
forma a tornar-se eficiente, reduzindo e controlando perdas, alguns procedimentos
devem estar presentes em uma organização. São eles: o plano de emergência, relatório
de inspeção e permissão para realização de serviços.
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Plano de emergência
É um documento técnico bastante usado na prevenção de ocorrências de uma
situação perigosa, como o incêndio, sinistros ocasionados por terremotos, entre
outros. Deste modo, as empresas devem estar sempre preparadas para a
ocorrência destes eventos perigosos, tendo em vista que podem acontecer a
qualquer momento e porque geram danos incalculáveis.
Para que o plano de emergência tenha sucesso, é necessário que todas as pessoas
que pertencem a uma determinada empresa, entendam a importância deste plano,
bem como sejam treinadas e equipadas para atuar em qualquer situação de
emergência.
Além disso, deve-se considerar dois fatores críticos: o tempo e o elemento humano.
No que se refere ao tempo, leva-se em consideração que os danos e os custos
podem aumentar repentinamente, conforme demora das ações de combate aos
eventos perigosos. Por exemplo, o combate ao fogo deve ser feito o mais rápido
possível; caso contrário, poderá se tornar um incêndio de grandes proporções. O
elemento humano, por sua vez, está relacionado à escolha correta das pessoas
para desempenhar determinadas funções, definindo as responsabilidades e as
atribuições, mediante capacitação. A escolha inadequada poderá afetar de maneira
drástica a eficácia de qualquer plano de emergência.
O plano deve conter a representação dos diferentes cenários emergenciais e as
medidas de controle para atenuar possíveis resultados indesejados.
A figura a seguir é um exemplo de fluxograma de resposta a emergências de uma
empresa prestadora de serviço dentro de uma planta petroquímica no estado do Rio
Grande do Sul.
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Figura 2 – Fluxograma de resposta a emergências de uma planta petroquímica
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Relatório de inspeção
Permissão para realização de serviços
Para que se tenha uma prevenção eficaz de perdas, é necessário inspecionar as
possíveis falhas no ambiente de trabalho e tentar corrigi-las de imediato. Caso
contrário, poderão contribuir para o surgimento de novos prejuízos financeiros,
materiais e humanos.
As não conformidades encontradas durante o processo de inspeção costumam
variar de acordo com o tipo de atividade desenvolvida pela empresa. A adoção de
relatório de inspeção técnica de segurança é um dos meios mais eficazes e simples
de identificação dos riscos.
Sempre que possível, as empresas devem criar medidas de proteção
administrativas. Por exemplo, a permissão de entrada e saída, para garantir, de
forma permanente, ambientes com condições adequadas de trabalho, assim como a
segurança dos trabalhadores e de terceiros. Pois, determinadas tarefas, como, por
exemplo, as atividades em altura e em ambiente em espaço confinado, precisam
obedecer a procedimentos específicos de segurança, uso correto de equipamento
de proteção coletiva (EPC), equipamento de proteção individual (EPI), adoção
técnicas padronizadas etc.
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Benefícios da implantação de programas de
prevenção e controle de danos e perdas
A partir do momento que a empresa começa a buscar uma melhor qualidade de
vida para seus funcionários, criando programas de prevenção e controle de danos e
perdas, inicia na organização um processo de melhoria contínua, o que acarreta em
benefícios para todos os envolvidos.
Alguns dos benefícios mais comuns são:
Controle das causas mais comuns de acidentes com danos à propriedade e
com lesões aos trabalhadores
Possibilidade de indicar áreas, equipamentos e procedimentos críticos que,
seja pela frequência ou pela gravidade potencial dos acidentes que
acontecem, possam direcionar os trabalhos para prevenção de
acidentes/incidentes
Resgatar o sentimento de prevenção entre os funcionários
Destacar a importância das atividades de prevenção de acidentes,
demonstrando o benefício econômico, social e ambiental na vida das
pessoas, além do aumento da produtividade e rentabilidade da empresa
devido à redução de danos
Estudo voltado a formas de evitar os acidentes antes que eles ocorram
Técnicas de análise de riscos
Prevenir e prever possíveis falhas e acidentes, reduzir danos, auxiliar na
implementação do PAE (plano de atendimento a emergências) são algumas das metas a
serem atingidas ao elaborar a análise de riscos dentro das empresas.
Porém, para obter resultados concretos e válidos, devem ser utilizadas
metodologias eficazes e de forma sistêmica. As técnicas de análise de riscos possibilitam
verificar diferentes causas que possam gerar acidentes, sejam estes com danos
materiais, ao meio ambiente, financeiros e aos funcionários.
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Segundo a ISO 31010, a principal finalidade deavaliar riscos é proporcionar dados
baseados em evidências e análises para tomada de decisões, bem como dar o
tratamento adequado aos riscos inerentes. A ISO 31010 propõe várias ferramentas para
auxiliar no processo de avaliação de riscos. São elas:
1. Brainstorming
2. Entrevistas estruturadas ou semiestruturadas
3. Técnica Delphi
4. Listas de verificação
5. Análise preliminar de perigos
6. Estudos de perigos e operabilidade (em inglês, hazard and operability
study– HazOp)
7. Análise de perigos e pontos críticos de controle (APPCC)
8. Avaliação de risco ambiental
9. Técnica estruturada “E se?” (em inglês, structured what if technique–
SWIFT)
10. Análise de cenários
11. Análise de impactos no negócio
12. Análise de causa raiz
13. Análise de modos de falha e efeito
14. Análise de árvore de falhas
15. Análise de árvore de eventos
16. Análise de causa e consequência
17. Análise de causa e efeito
18. Análise de camadas de proteção (em inglês, layer of protection analysis–
LOPA)
19. Árvore de decisões
20. Análise de confiabilidade humana
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Algumas delas contam com diferentes graus de complexidade e aplicações, mas
cabe aos gestores e aos profissionais de saúde e segurança do trabalho definirem quais
são as metodologias de análise que se enquadram melhor dentro das empresas onde
atuam.
Assim, neste tópico, serão abordadas as metodologias mais utilizadas na rotina das
empresas.
APR
A análise preliminar de riscos (APR) estuda, durante a fase de planejamento de
determinada atividade, quais são os fatores de risco inerentes ligados ao que será
executado. A APR é uma técnica de avaliação qualitativa, executada durante a fase de
planejamento, que serve para, além de prever riscos, repassar informações relacionadas
à segurança dos trabalhadores executantes da atividade e assim conscientizar estes.
Tal técnica contém alguns pontos que merecem destaque. São eles:
21. Análise bow tie
22. Manutenção centrada em confiabilidade
23. Sneak analysis(SA) e sneak circuit analysis (SCA)
24. Análise de Markov
25. Simulação de Monte Carlo
26. Estatística bayesiana e redes de Bayes
27. Curvas F-N
28. Índices de risco
29. Matriz de probabilidade/consequência
30. Análise de custo e benefício
31. Análise de decisão multicritério
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Matérias-primas, produto acabado ou intermediário
Máquinas e equipamentos do local
Arranjo físico
Atividades rotineiras realizadas
Fatores climáticos e exposição a intempéries
Observe um exemplo prático. O serviço a ser executado é a manutenção de ponte
rolante com utilização de plataforma elevatória de trabalho em altura (PTA):
Figura 3 – Plataforma elevatória de trabalho em altura
Fonte: <http://sindileq.org.br/veja-os-cuidados-em-atividades-realizadas-em-plataformas-
de-trabalho-aereo/>. Acesso em: 9 abr. 2020.
O primeiro ponto da APR é a avaliação da matriz de severidade, ou seja, a
avaliação dos possíveis efeitos do perigo:
MATRIZ DE SEVERIDADE (EFEITO DO PERIGO)
Nível Impacto Características
I LEVE
- Lesões leves (1° socorros), -sem danos à propriedade, -
perdas não significativas na produção, - sem impactos
ambientais (poluição limitada à unidade/área)
II MÉDIO
- Lesões com afastamento do trabalho (15 dias), -danos leves a
equipamentos redução significativa da produção (paradas de
dias), - com algum impacto ambiental controlável pelos
sistemas.
III GRAVE
- Lesões com efeitos reversíveis, - danos severos a
equipamentos, - parada temporária e parcial de produção
(semanas ou meses), - impacto ambiental que necessita
arregimentar recursos adicionais para seu controle.
IV MUITOGRAVE
Lesões irreversíveis, morte, - perda total de produção, - impacto
ambiental.
Tabela 2 – Matriz de severidade
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Após avaliar a severidade, devem-se observar os perigos de acordo com os dados
já conhecidos da empresa e definir um nível dentro da matriz de frequência:
MATRIZ DE FREQUÊNCIA (PROBABILIDADE)
NÍVEL DESCRIÇÃO
A REMOTA – existe redundância plena
B IMPROVÁVEL – evento sob controle com existência de meios de proteção
C POSSÍVEL – evento teoricamente possível, porém sem registros (semmeios de proteção)
D PROVÁVEL – evento já ocorreu (mínimo 1x)
E FREQUENTE – existe registros de ocorrência frequente
Tabela 3 – Matriz de frequência
Por fim, devem ser cruzadas duas matrizes, chegando a um resultado em que seja
possível definir os pontos que merecem mais atenção e que devem ser sanados
imediatamente. Esse recurso é chamado de matriz de risco.
MATRIZ DE RISCO
SEVERIDADE FREQUÊNCIA
A B C D E
I 1 1 1 2 3
II 1 1 2 3 4
III 1 2 3 4 5
IV 2 3 4 5 5
1 – DESPREZÍVEL, 2 – MENOR, 3- MODERADO, 4- SÉRIO, 5-CRÍTICO
Tabela 4 – Matriz de risco
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Assim, é possível iniciar a elaboração do método. Veja um exemplo de APR de uma
das etapas do serviço a ser executado:
HazOp
O estudo de operabilidade e riscos (HazOp) visa a reconhecer possíveis desvios de
variáveis por meio de uma comparação em situações consideradas “normais”. Portanto,
o intuito desse método, além de verificar sistemas, é observar as variações que não se
enquadram em uma situação normal.
Como exemplos de variação de processos, podem-se citar a temperatura de uma
operação, a vazão, a pressão etc. Partindo daí, são definidos padrões de resultados
aceitáveis para que seja realizado um comparativo com situações não habituais.
Existem seis termos que são considerados no HazOp como guias e que auxiliam a
compreender os desvios em um processo. Os termos são estes:
Nenhum
Reverso
Mais
Menos
Componentes a mais
Mudança na condição operacional
AMFE
A análise de modos de falha e efeitos (AMFE) – em inglês, failure modes and
effects analysis (FMEA) – abrange uma avaliação dos detalhes das possíveis falhas de
componentes ou sistemas mecânicos. Na análise realizada, os modos de falhas de cada
um dos componentes do sistema são reconhecidos, e os efeitos que tais falhas podem
causar são avaliados. Após, são sugeridas medidas para eliminar, reduzir ou controlar as
causas e as consequências das falhas identificadas.
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Veja no exemplo a seguir, proposto por Tavares (2010), a técnica de AMFE
resumidamente:
Tipo Análise detalhada
Aplicação Riscos presentes em falhas e em equipamentos
Objetivos
Determinar falhas e componentes críticos
Analisar a confiabilidade de um
sistema/conjunto/equipamento
Princípios
Determinar os modos de falha de componentes e os
efeitos de tais modos em outros componentes e no sistema
Determinar meios de detecção e compensação de falhas
e reparos necessários
Benefícios
Aumento da confiabilidade de sistemas ao tratar
componentes críticos
Observações Útil nas ações de manutenção e prevenção de perdas
Tabela 5 – Técnica de AMFE resumida
Fonte: adaptado de Tavares (2010).
Tabela 6 – Aplicação de AMFE
Fonte: adaptado de Tavares (2010).
What if
What if(em português, “E se?”)é uma técnica qualitativa conhecida por ser simples.
Ela avalia os fatores de risco na fase de planejamento de um projeto, um processo ou
uma “planta-piloto” e deve ser realizada em reuniões com o intuito de gerar discussões a
respeito dos problemas identificados. 
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Para aplicar tal técnica, duas equipes devem ser formadas e elaborar
questionamentos sobre a empresa e os setores desta de modo geral. Uma das equipes
é conhecedora dos processos, e a outra pode ser composta por pessoas que não os
conhecem tão profundamente quanto a primeira. 
As perguntas realizadas podem ser livres ou sistemáticas. As livres podem ter
relação com qualquer parte do sistema; já as sistemáticas devem observar algum
aspecto em específico. Quando as perguntas forem finalizadas, deverá ser elaborado um
relatório contendo os resultadosobtidos nas discussões. 
Veja na figura e após na tabela a seguir um exemplo de utilização do método de
identificação de perigos associados à utilização de ferramenta rotativa manual:
Figura 4 – Esmerilhadeira angular
Fonte: <https://www.palaciodasferramentas.com.br/produto/3725/ferramentas-
eletricas/esmerilhadeiras/esmerilhadeira-angular-9-pol-2200w-gws-22230-bosch/>.
Acesso em: 9 abr. 2020.
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E se... Perigo/consequência
Medida de controle
e de emergência
... o eixo da
ferramenta
apresentar folga ou
empeno?
Quebra do disco e
projeção de pedaços dele,
atingindo o trabalhador
Planejar
manutenção periódica dos
equipamentos
... for utilizado
um disco com
desgaste da fibra?
Quebra do disco e
projeção de pedaços dele,
atingindo o trabalhador
Inspecionar
visualmente os
equipamentos antes de
utilizá-los
... o
trabalhador remover
as proteções das
ferramentas?
Cortes e lacerações no
trabalhador
Orientar sobre a
importância da não
remoção de proteções de
ferramentas e máquinas
... o cabo de
alimentação não
estiver em boas
condições de
conservação?
Choque elétrico no
trabalhador
Realizar
manutenções periódicas
nos equipamentos e
inspecioná-los
visualmente antes de
utilizá-los
Tabela 7 – Exemplo de utilização do método de identificação de perigos associados
à utilização de ferramenta rotativa manual
Considerações finais
Este material refletiu sobre as diversas formas de avaliação e controle de perdas e
danos nas organizações. Estes conceitos, em segurança no trabalho, emergem com o
intuito de fornecer ferramentas para a elaboração de planos de segurança, os quais
devem receber apoio de todos os funcionários, desde a alta direção da empresa até o
trabalhador que está diretamente envolvido com a operação.
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Assim, é fundamental que todos compreendam que trabalhar com segurança é
importante e necessário para uma empresa aumentar a competitividade no mercado,
agregando qualidade e confiabilidade dentro do ambiente de trabalho e
consequentemente no fornecimento dos seus produtos.

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