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Procedimentos legais nos acidentes de trabalho; perícias e fiscalizações e definições de aplicação- TST - UC 5

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02/10/2023, 14:22 Versão para impressão
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Segurança do trabalho
Procedimentos legais nos acidentes de
trabalho; perícias e fiscalizações (tipos,
acompanhamento e assessorias); e definições
de aplicação
Introdução
Neste conhecimento, estudaremos os aspectos relacionados aos
procedimentos legais que devem ser aplicados em situação de acidente de trabalho.
Eles permitirão uma visão da parte prática, na qual está diretamente envolvido o
profissional técnico de segurança. Esse assunto é bem delicado, uma vez que
devemos tratar a segurança e a saúde do trabalhador fundamentalmente em seus
aspectos de prevenção.
Também abordaremos, ao longo desta reflexão, o nexo técnico epidemiológico
previdenciário (NTEP), o fator acidentário de prevenção (FAP), o seguro de acidente
do trabalho (SAT) e os quadros III, IV, V e VI da NR-4.
Essa legislação tem um impacto tributário muito grande nas empresas.
Portanto, é fundamental que cada empregador (com a ajuda do Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e do
departamento pessoal da empresa) conheça esse processo em detalhe para poder
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contestar, junto à Previdência, os casos considerados como NTEP. Da mesma
forma, estejam todos aptos para identificar os fatores geradores de maiores
problemas de segurança e saúde, com o objetivo de desenvolver ações preventivas
e corretivas.
Quando ocorrido o acidente de trabalho, de uma forma geral, ele deve ser
comunicado a um superior imediato. Este deve buscar socorro médico, quando for
preciso, e, em seguida, precisa emitir a comunicação de acidente do trabalho (CAT).
Isso ocorre de maneira geral, porém, é uma boa prática adotada pelas empresas,
organizar um procedimento interno que regule todas as providências necessárias
para quando este fato ocorrer. Portanto, é importante para o técnico em segurança
no trabalho ter conhecimento dessa diretriz. Caso ela não exista, é necessário
implantá-la e, em seguida, é preciso providenciar para que todas as pessoas da
empresa tenham conhecimento da diretriz.
Em se tratando de acidente de trajeto, as providências são muito similares as
de um acidente típico, porém é muito importante que seja feito um boletim de
ocorrência com a autoridade policial. Reforçando que é necessário, nesse caso, um
procedimento interno, conhecido por todos, para que as providências sejam
adequadas e para que tudo ocorra conforme o determinado no procedimento.
Nos casos de acidente, é necessário notificar a CIPA o mais rápido possível,
para que a equipe possa agir no local do acidente, evitando o risco para os demais
trabalhadores expostos.
No âmbito médico-pericial, as ações da perícia previdenciária visam à
concessão de benefícios por auxílio-doença previdenciário (doenças comuns),
auxílio-doença acidentário (acidentes de trabalho, acidentes de trajeto e doenças
relacionadas com o trabalho), aposentadoria por invalidez(concedida devido a
acidente ou doença ocupacional), aposentadoria especial (relacionada à exposição a
agentes nocivos estabelecidos no Decreto n.º 3.048, anexo IV).
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Para estabelecer uma relação entre o acidente e uma consequente lesão, se
faz necessária a avaliação de um médico perito. Este é o profissional responsável
por determinar se a pessoa pode retornar ao trabalho ou se deve ser afastada de
forma temporária ou permanente do trabalho.
Para exemplificar o que estamos analisando, imagine que um funcionário esteja
manifestando dores nos braços, alegando que é devido ao trabalho braçal
desempenhado em determinada atividade. Nesse momento, o médico perito deve
realizar uma avaliação para determinar se a dor realmente é oriunda da atividade ou
se a causa não está relacionada diretamente com a atividade desenvolvida.
O nexo causal entre o trabalho e a lesão ou a doença ocupacional é
determinado mediante uma perícia médica previdenciária que pode ser baseada no
histórico clínico, no exame físico, subclasse da classificação nacional da atividade
econômica, juntamente com toda a documentação dos programas de saúde e
segurança no trabalho que estão de posse da empresa.
Definições e aplicação
O Ministério da Previdência Social (MPS) aprovou legislação, em 2007, criando
o NTEP, que alterou o modo de definir o benefício da previdência para os casos de
afastamento do trabalho acima de 15 dias.
Para que uma determinada anomalia passe de auxílio-doença previdenciário
para auxílio-doença acidentário, ela deve ocorrer com uma frequência alta em um
determinado setor econômico. Uma dessas anomalias, reconhecida nos últimos
tempos, foi o estresse relativo ao trabalho. Antes disso ser constatado oficialmente,
diversos casos foram relatados, até que foi reconhecido como um auxílio acidentário,
após muitos estudos realizados pelos médicos peritos.
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Para estabelecer a alíquota de contribuição da empresa para o SAT, são
considerados todos os benefícios por auxílio-doença e a CAT, os quais definirão o
FAP.
O acidente de trajeto, a partir da Resolução 1.329/2017 do Conselho Nacional
de Previdência, não compõe o cálculo do FAP.
NTEP
Inicialmente, deve-se entender o que é a classificação internacional de doenças
(CID-10). Ela é um instrumento criado para agrupar as doenças segundo
características em comum, servindo para finalidades estatísticas de descrição e
análise quanto à distribuição das doenças em uma população sujeita a fatores de
riscos específicos. É uma sistematização de doenças, sintomas, sinais e motivos de
consultas.
A CID-10, em sua décima revisão, classifica as doenças de acordo com os
agentes etiológicos e os fatores de risco de natureza ocupacional. Os agentes
físicos, químicos e biológicos aos quais o trabalhador pode estar exposto
apresentam diversos enquadramentos de doenças elaborados a partir de dados
estatísticos.
Veja na tabela a seguir alguns exemplos de doenças respiratórias, grupo X da
CID-10, ocasionadas pela exposição ocupacional ao agente químico asbesto. Tal
enquadramento encontra-se no anexo II, lista B, do Decreto n.º 6.957, de 9 de
setembro de 2009.
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DOENÇAS
AGENTES ETIOLÓGICOS
OU FATORES DE RISCO DE
NATUREZA OCUPACIONAL
XIII – Pneumoconiose
devido ao asbesto
(asbestose) e a outras
fibras minerais (J61.-)
Exposição ocupacional a
poeiras de asbesto ou amianto
(Z57.2) (Quadro II)
XXVII – Derrame
pleural (J90.-) 
Exposição ocupacional a
poeiras de asbesto ou amianto
(Z57.2) (Quadro II)
XXVII – Derrame
pleural (J90.-)
Exposição ocupacional a
poeiras de asbesto ou
amianto (Z57.2) (Quadro II)
Tabela 1 – Exemplos de doenças respiratórias
Fonte: adaptado de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm>.
Acesso em: 31 mar. 2020.
O combate à subnotificação das doenças profissionais fez com que o Conselho
Nacional da Previdência Social, em 2004, criasse uma nova metodologia que
reconhecesse melhor as doenças profissionais: o NTEP. Tal metodologia foi
desenvolvida pela Previdência Social com respaldo na Lei 11.430/2006 e no Decreto
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6.042/2007 e estabeleceu que, toda vez que houvesse incidência epidemiológica
elevada de determinada doença relacionada ao fator de risco específico de
determinada atividade econômica, haveria o enquadramento dessa doença como
sendo de natureza acidentária.
Dessa forma, no enquadramento permitido pelo Decreto 6.042/2007 e pelo
atual Decreto 6.957/2009 (anexo II, lista C), o caso em que um trabalhador labora
em determinada classificação nacional de atividade econômica (CNAE), com alta
incidência de doenças da CID, será enquadrado como doença profissional. Essas
relações, além da lista normal das doenças profissionais e do trabalho, permitem
estabelecer atualmente 2.691 correlações entre CID e CNAE.Excepcionalmente, constatando-se que a doença não está incluída na relação
do anexo II do Decreto 6.957/2009, serão caracterizadas condições especiais para o
trabalho executado e para as atividades que com ele se relacionam diretamente.
Assim, a Previdência Social deve equiparar a doença a acidente do trabalho, pois,
mesmo não havendo correlação entre CID e CNAE, o perito constatou que a doença
é fruto das condições especiais em que o trabalho é realizado, havendo um nexo
técnico por doença equiparada ao trabalho. 
Portanto, inverteu-se o ônus da prova, que antes era do colaborador e agora
passa a ser do empregador. Anteriormente, era necessário que tal reconhecimento
partisse basicamente do encaminhamento de serviços públicos ou do médico da
empresa; agora, o próprio médico perito verifica compulsoriamente, sem a
necessidade da CAT da empresa, se existe essa relação estabelecida pela lista C,
anexo II, do atual Decreto n.º 6.957. Juntamente a isso, aperfeiçoaram-se as
instruções normativas do INSS para o melhor reconhecimento das doenças
profissionais em geral, independentemente da CAT, conforme expresso na Instrução
Normativa n.º 31, de setembro de 2008. 
Tais procedimentos e a própria matriz que gerou a lista C do NTEP deverão ser
revisados e aperfeiçoados periodicamente com base nos novos registros gerais de
incapacidade do INSS e mediante estudos e pesquisas desenvolvidos com a
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participação da Universidade de Brasília (UnB).
 O NTEP coloca às claras o adoecimento no interior do local de trabalho no
Brasil, acabando com a subnotificação, principalmente nos setores de serviço, que
até então apresentavam baixo registro de doenças profissionais. A tabela a seguir,
retirada do Decreto n.º 3.048, relaciona algumas doenças a uma determinada
atividade econômica. Mais tabelas podem ser encontradas no Decreto n.º 3.048 para
diversas atividades econômicas.
INTERVALO CID-10 CNAE
L60-L75 8610 
Tabela 2 – Relação de algumas doenças a determinada atividade econômica
Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 31 mar.
2020.
As doenças do intervalo L60 a L75 são: L60 – Afecções das unhas; L62 –
Afecções das unhas em doenças classificadas em outra parte; L63 – Alopecia
areata; L64 – Alopecia androgênica; L65 – Outras formas não cicatriciais da perda de
cabelos ou pelos; L66 – Alopecia cicatricial (perda de cabelos ou pelos, cicatricial);
L67 – Anormalidades da cor e do pedículo dos cabelos e dos pelos; L68 –
Hipertricose; L70 – Acne; L71 – Rosácea; L72 – Cistos foliculares da pele e do tecido
subcutâneo; L73 – Outras afecções foliculares; L74 – Afecções das glândulas
sudoríparas écrinas; L75 – Afecções das glândulas sudoríparas apócrinas. Todas
essas doenças estão relacionadas diretamente às empresas cuja atividade
econômica é de atendimento em pronto-socorro e em unidades hospitalares para
atendimento a urgências, ou seja, 8610.
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CRPS
O Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) é um órgão
subordinado ao Ministério do Trabalho e Previdência e possui a responsabilidade
para julgar o NTEP feito pela perícia do INSS, que opinará pela confirmação ou pela
modificação do benefício previdenciário.
Empresas contratadas (terceiros)
Uma preocupação que o técnico em segurança no trabalho deve sempre ter no
exercício da sua atividade é a de observar todos dispositivos legais referentes à
contratação de empresas terceiras, pois, caso elas não cumpram essas leis, haverá
uma corresponsabilidade da empresa contratante em casos trabalhistas.
FAP
Antes de abordar o FAP (fator acidentário de prevenção), é importante
mencionar uma outra variável: o risco de acidente do trabalho (RAT).
O RAT é uma alíquota cobrada em função da folha de pagamento de todos os
colaboradores de uma empresa. Aliás, nessa folha, também está incluído o décimo
terceiro salário.
O objetivo do RAT é onerar mais o empregador que explora as atividades que
oferecem maior risco à saúde e à integridade física dos funcionários. Basicamente, o
processo é semelhante à justiça tributária: o empregador que mais onera a
Previdência Social deverá contribuir com uma alíquota maior para custear o
pagamento dos benefícios previdenciários.
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Os valores incidentes podem variar de acordo com a atividade preponderante
de risco – 1% para risco leve, 2% para risco médio e 3% para risco grave. Esses
valores dependerão da classificação de risco na CNAE (subclasses), diferentemente
do grau de risco da classe CNAE adotada para o dimensionamento do SESMT
(Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). 
As alíquotas podem ser maiores se as atividades exercidas pelos
colaboradores estiverem sob condições insalubres, e, devido a isso, os assegurados
solicitam a concessão de aposentadoria especial. Os valores podem ser de 12, 9 e 6
pontos percentuais, respectivamente, para aposentadorias de 15, 20 ou 25 anos
sobre a folha de pagamento. 
Até o fim de 2009, o valor das alíquotas de contribuição por empresa era
calculado pela multiplicação da folha de pagamentos pelos algarismos percentuais
de 1%, 2% ou 3%, definidos para cada uma das 1.301 atividades econômicas da
CNAE. A partir de janeiro de 2010, a forma de cálculo passou a contar com mais um
multiplicador: o FAP. 
A expressão “RAT ajustado” foi criada pela Receita Federal do Brasil e equivale
à alíquota que as empresas terão de recolher, sobre o total das remunerações pagas
ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e aos trabalhadores
avulsos, a partir de janeiro de 2010, para custear as aposentadorias especiais e
aquelas concedidas em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O cálculo do RAT ajustado se faz com
a multiplicação dos valores do FAP e do RAT. 
O FAP consiste em um multiplicador variável no intervalo contínuo de cinco
décimos (0,5000) a dois inteiros (2,000), aplicado com quatro casas decimais,
considerando o critério de arredondamento na quarta casa decimal, a ser aplicado
ao RAT. O FAP dependerá do desempenho do estabelecimento da empresa na sua
respectiva subclasse de atividade econômica, que será medida pelos índices de
gravidade, frequência e custo calculados segundo a metodologia aprovada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social. 
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Isso significa que o FAP multiplicará o RAT, gerando o RAT ajustado.
Considerando que o FAP depende do número de acidentes da empresa, ela poderá
reduzir a alíquota do RAT pela metade ou até duplicá-la. O FAP tem o intuito de taxar
as empresas que mais oneram a previdência quanto às atividades econômicas
exercidas. 
Os índices de frequência são calculados a partir do registro de acidentes e
doenças do trabalho informados ao INSS por meio da CAT de óbito; dos benefícios
acidentários estabelecidos por NTEP e por outros tipos de nexo técnico
previdenciário; e da perícia médica do INSS, mesmo sem a emissão da CAT. 
As únicas CATs que estarão estabelecidas no cálculo são as que geram
benefício previdenciário, ou seja, geram necessidade de afastamento superior a 15
dias. Assim, a equação que calcula o índice de frequência se dá pela razão do
somatório de auxílios-doença (B91), auxílios-acidente (B94), aposentadorias por
invalidez (B92) e pensões por morte (B93) pelo número médio de vínculos do
trabalho (Nm).
Equação 1:
Os índices de gravidade são todos os casos – (B91), (B94), (B92) e (B93) – de
natureza acidentária, aos quais são atribuídos os pesos em função da gravidade do
acidente 
A equação 2 apresenta o cálculo que é utilizado para o índice de gravidade.
Também só serão contabilizados os acidentes que gerarão afastamento
previdenciário.
Equação 2:
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O índice de custo é analisado com base nos valores dos benefícios de natureza
acidentária custeados pela previdência em função do tempo de afastamento no
(B91), (B94), (B93) e (B92), mediante a projeção da expectativa de sobrevida do
segurado na data de início do benefício, a partir da tábua de mortalidade construída
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para toda a população
brasileira.
A equação 3 mostra que o valor do índice de custo é a razão do valor total dos
benefícios (Vb) pelo valor total de remuneração paga pelo estabelecimento aos
remunerados (V).
Equação 3:
Com base nesses índices, são calculados os percentis de ordem para as
empresas por setor de subclasse da CNAE. As subclasses da CNAE são o maior
detalhamento possível da atividade econômica de uma empresa, permitindo que as
empresas comunguem, convivam, comprem, vendam, determinem preços, alienem e
participem com os esforços voltados para a demanda de mercado, estabelecendo
uma livre-concorrência regulamentada pelo estado.
Cria-se, assim, um ranking das empresas, sendo as com maiores índices de
frequência, gravidade e custo as de maior ordem nos respectivos percentis. A ordem
dependerá do número de empresas. Por exemplo, em determinada atividade
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econômica, existem dez empresas, o que significa que a ordem pode variar de um a
dez. Para cada índice, haverá um ordenamento das empresas.
Desse modo, a empresa com menor índice de frequência na atividade
econômica recebe o menor percentual, ao contrário da empresa com maior índice,
que terá o percentual mais elevado (100%) no percentil, dada a frequência. O
percentil de ordem para cada um desses índices, na mesma subclasse da CNAE, é
dado pela equação 4. 
A equação 4 contém o “N ”, que é a posição da empresa segundo o
desempenho desta nos índices em relação aos concorrentes de atividade-fim, e “n”,
que é o número de organizações que atuam na atividade.
Equação 4:
A partir dos percentis de ordem de cada índice, é criado um índice composto. O
critério das ponderações para criar o índice composto pretende dar o peso maior
para a gravidade (0,50). A frequência recebe o segundo maior peso (0,35). Por
último, o menor peso (0,15) é atribuído ao custo. 
O índice composto calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02 para a
distribuição dos estabelecimentos dentro de determinada subclasse da CNAE, para
que eles possam ter um índice composto que varie de 0,0000 a 2,000. A fórmula do
índice composto está expressa na equação 5.
Equação 5:
ordem
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about:blank 13/19
O IC será igual ao FAP da empresa.
Equação 6:
O resultado deverá ser multiplicado pelo RAT, gerando o RAT ajustado.
Equação 7:
SAT
O SAT (seguro de acidente do trabalho) será igual ao RAT ou ao GILRAT já
ajustado pelo FAP multiplicado pela folha salarial de todos os trabalhadores,
incluindo o décimo terceiro salário. Assim, calcula-se a alíquota previdenciária que a
empresa deverá pagar.
SAT = RAT ajustado x Folha salarial de todos os colaboradores
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about:blank 14/19
Observe no esquema a seguir um resumo das tributações existentes em saúde
e segurança do trabalho.
Imagine que uma empresa calçadista registrou no ano um número específico
de acidentes. Ela tem, atualmente, 100 empresas concorrentes na subclasse da
CNAE e, em comparação aos outros estabelecimentos, ficou com o vigésimo
melhor índice de frequência, o trigésimo melhor índice de gravidade e o
décimo melhor índice de custo. Além disso,o RAT dessa atividade econômica é
de 3% e a folha de pagamento anual é de R$ 10 milhões.
Sendo assim, com os dados do problema, podem-se calcular os percentis de
frequência, gravidade e custo, respectivamente.
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about:blank 15/19
A equação que se aplica agora é a equação 4, já que “n” (número de
empresas), no caso, é igual a 100, e “N ” (posição no ranking da empresa) é
igual a 20.
O mesmo processo é feito para o cálculo do percentil de gravidade, só que com
N igual a 30.
A primeira parte do cálculo com o percentil do custo está concluída.
Com os percentis de frequência, custo e gravidade, pode-se calcular, a partir da
equação 5, o índice composto:
ordem
ordem
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about:blank 16/19
Aplica-se agora a equação 6:
Os valores de IC menores que 0,5 receberão o valor de 0,5 no FAP, sendo RAT
= 3%. O RAT ajustado, então, será:
O valor da alíquota cobrada anualmente será:
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about:blank 17/19
O valor de R$ 150 mil será a alíquota paga pela empresa. Caso a empresa
tivesse ficado no meio-termo, ou seja, na posição 50 de N de todos os
percentis, o SAT seria R$ 300 mil. Ainda, caso ela tivesse ficado em último lugar em
todos os percentis, o valor da alíquota paga anualmente do SAT seria de R$ 600 mil. 
Isso significa que, por ter tido um bom desempenho, a empresa do exemplo
economizou o equivalente a R$ 450 mil em relação à empresa que teve os piores
índices, mostrando assim que a segurança do trabalho é um investimento em
recursos para as empresas, e não uma despesa.
eSocial
Os quadros III, IV, V e VI fazem parte da NR-04 (serviços especializados em
engenharia de segurança e em medicina do trabalho) e fazem referência às
informações sobre: acidentes com vítimas, doenças ocupacionais, insalubridade e
acidentes sem vítimas.
O preenchimento desses quadros é de total responsabilidade do técnico em
segurança no trabalho. Profissional, este, que é integrante do SESMT. Os quadros
devem ser atualizados mensalmente, e os dados anuais devem ser mantidos na
empresa por 5 anos, a disposição da inspeção do trabalho.
ordem
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about:blank 18/19
Entre os dados obrigatórios a serem enviados na plataforma do eSocial, os
quais serão unificados, estão diversas informações relativas à segurança e à saúde
no trabalho (SST) – em especial aquelas obrigatórias no perfil profissiográfico
previdenciário (PPP) –, NRs e algumas legislações específicas que serão
incorporadas. 
O programa está diretamente ligado ao órgão fiscalizador, que é a Receita
Federal. O maior desafio das empresas é garantir a veracidade das informações
prestadas, evitando possíveis autuações resultantes de imprecisões. 
Os arquivos serão transmitidos via certificado de assinatura digital, exigidos
conforme manual de orientação do eSocial. Tais informações obrigatórias serão
enviadas ao eSocial por meio de eventos com leiautes específicos e precisam ser
preenchidas com precisão. Assim, forma-se o registro de eventos do trabalhador
(RET). O cadastro de cada evento segue uma lógica cronológica, para que a história
do trabalhador dentro da empresa faça sentido. 
 Para mais informações, consulte a plataforma do eSocial disponibilizada pelo
Governo Federal.
Considerações finais
Chegamos no final do conteúdo que abordou alguns dos aspectos relevantes
para a formação do técnico de segurança do trabalho. Os procedimentos legais nos
acidentes no trabalho, são importantes para entender toda a tramitação legal em
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caso ocorrência do fato.
O profissional da área precisa estar apropriado das informações sobre as
perícias e as fiscalizações. Uma vez que ele será necessário em algumas situações
que podem ocorrer na empresa. A finalidade é estabelecer o NTEP, com o objetivo
de estabelecer a relação necessária entre o trabalho desempenhado e uma possível
doença adquirida pelo trabalhador.
Ter o conhecimento e as informações sobre o FAP, conforme alguns fatores
relativos a acidentes do trabalho, estabelece o valor da alíquota sobre a folha de
pagamento que a empresa deverá pagar pelo seguro acidente do trabalho. Este
conhecimento é também de responsabilidade do técnico em segurança do trabalho.
Os quadrosIII, IV, V e VI, da NR-4, são documentos informativos para o
Ministério do Trabalho e contêm informações sobre acidentes com vítimas, sem
vítimas, insalubridade e doenças ocupacionais. Esses quadros devem ser
preenchidos mensalmente e a empresa deve ter essa documentação em mãos, caso
haja solicitação por parte dos órgãos fiscalizadores.
O eSocial é uma plataforma que contém diversas informações das áreas de
saúde e segurança e que se subdivide em eventos. Nele, todas as empresas devem
declarar seus riscos e o número de trabalhadores expostos.
Assim sendo, o técnico em segurança do trabalho tem um papel importante na
indicação de caminhos e soluções para que a empresa se enquadre nos parâmetros
desejados e invista na segurança e na saúde do trabalhador. Esta é uma prática que
beneficia a todos: empregados, empregadores e empresa. Inclusive, com relação à
organização, esta prática garante espaço no mercado.

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