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Escrituração Digital Higiene Segurança no Trabalho

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Escrituração Digital Em sst (Esocial)
Elaboração
Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO ..................................................................... 11
CAPÍTULO 1 
SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO – SAT ................................................................................. 11
CAPÍTULO 2
FINANCIAMENTO DA APOSENTADORIA ESPECIAL - FAE ............................................................ 25
CAPÍTULO 3
ELEMENTOS ESSENCIAIS À APOSENTADORIA ESPECIAL ............................................................. 36
CAPÍTULO 4
AUTOS-DE-INFRAÇÃO PARA CAT, PPP E LTCAT .......................................................................... 50
CAPÍTULO 5
GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMAÇÕES À PREVIDÊNCIA SOCIAL - GFIP .............. 68
UNIDADE II
eSOCIAL ............................................................................................................................................. 78
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÕES GERAIS, DESAFIOS E VANTAGENS ........................................................................ 83
CAPÍTULO 2
EVENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR ........................................................... 93
CAPÍTULO 3
FLUXOS E EVENTOS RELACIONADOS À SST NO ESOCIAL .......................................................... 96
CAPÍTULO 4
ESTUDO DE CASOS - REPERCUSSÕES FINANCEIRAS .............................................................. 134
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 144
ANEXOS ........................................................................................................................................ 145
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
O dia-a-dia das pessoas é regulamentado por normas e princípios advindos da 
Constituição da Republica Federativa do Brasil - CRFB, que define a organização 
administrativa, financeira e política do Estado concomitantemente com os direitos e 
deveres do cidadão. Ela tem entre as suas características a generalidade, ou seja, ela é 
aplicada genericamente à sociedade e a todos os cidadãos e a ninguém é dado o direito 
de desconhecê-la como também de desobedecê-la, para que não sofra sanções, pelo 
descumprimento das obrigações das normas.
Para conferir a efetividade ao mandamento constitucional do dever do Estado e direito 
de todos, a Saúde do Trabalhador deve ser custeada por todos e em especial pelas 
empresas, no tocante ao seguro acidentário , expressamente definido na Carta Magna, 
para cujo cometimento depende diretamente do complexo e amplíssimo Sistema 
Tributário Nacional por ela engendrado e estabelecido.
Em alinhamento com essa lógica, discorre-se a seguir acerca da tributação sobre meio 
ambiente de trabalho, especificamente as contribuições sociais incidentes sobre a folha 
de pagamento com destaque àquelas relacionadas ao Seguro Acidente do Trabalho 
– SAT e seus derivativos Financiamento da Aposentadoria Especial – FAE e Fator 
Acidentário de Prevenção - FAP. Nesse bojo, se possibilita uma correta interpretação 
sobre documentação fiscal, dentre elas a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço – GFIP e a Escrituração Digital Fiscal – Social (eSocial) como 
obrigações acessórias iniciação nuclear à prevenção, dado que o tributo constitui 
verdadeira alavanca argumentativa e impositiva à melhora das condições do meio 
ambiente do trabalho. 
O tributo como verdadeiro instrumento de transformação social. De pronto, registre-se 
que toda vez que aparecer neste caderno qualquer alusão à GFIP, deve-se considerar 
como relacionada ao eSocial, pois este substituirá aquela, conforme cronograma de 
implementação do eSocial.
A ideia do eSocial é unificar a forma de prestação das informações trabalhistas, 
previdenciárias, fiscais e tributárias relativas à contratação e utilização de mão de 
obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício. Essas informações constarão de 
um repositório nacional e ficarão disponíveis aos órgãos participantes do projeto 
para apuração, fiscalização e estudos para produção de políticas públicas nas áreas 
relacionadas, além de possibilitar um maior controle social por parte de todos os atores 
das relações de trabalho.
8
São três objetivos básicos do eSocial, a saber: 1) viabilizar a garantia de direitos 
previdenciários e trabalhistas aos trabalhadores brasileiros; 2) simplificar o 
cumprimento de obrigações; e 3) aprimorar a qualidade de informações das relações 
de trabalho, previdenciárias e fiscais.
Quantoao objetivo ao primeiro objetivo, podemos entender como viabilizar a garantia 
de direitos dos trabalhadores a efetiva e confiável prestação das informações trabalhistas 
por parte dos empregadores, em tempo hábil, pois sem elas não tem como o poder 
público identificar, analisar e garantir qualquer benefício a que fez jus o empregado na 
sua longa e árdua vida laborativa. 
Um exemplo bastante comum e de fácil entendimento é a situação vexatória pela 
qual passam vários segurados da Previdência Social que procuram o INSS e pleiteiam 
a prestação de algum benefício ou serviço e descobrem que seus dados não foram 
enviados pelos seus patrões ou foram enviados de forma errada. A resposta “você não 
tem direito” recai sobre o INSS que recebe e se atribui indevidamente a culpa, quando 
na verdade tal negativa é de exclusiva responsabilidade do patrão por não envio ou 
envio incorreto.
Já com relação ao segundo objetivo, os principais ganhadores serão as empresas, 
pois deixarão de cumprir diversas obrigações acessórias atuais e que demandam 
bastante tempo para utilizar uma única ferramenta capaz de absorver todas as 
informações necessárias. O Livro de Registro de Empregados, a GFIP, o CAGED, o 
Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) e 
a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) são exemplos de obrigações que serão 
substituídas pelo eSocial. 
Vale lembrar que só perceberá essa facilidade de imediato a empresa que já cumpre à 
risca com suas obrigações perante o Estado, pois instituição desorganizada terá que se 
adaptar à legislação que vige há bastante tempo. É isso mesmo, o eSocial surgiu sem 
criar qualquer tipo de obrigação, apenas para exigi-las de forma unificada e digital. 
Por fim, o terceiro objetivo tem a ver com a qualidade das informações, já que, 
atualmente, muitas delas são repassadas pelas empresas de forma incorreta ou até 
mesmo incompleta. Um exemplo característico é a GFIP, em que algumas não têm 
todos os seus campos preenchidos, sendo deixados em branco; em outros casos o 
empregador coloca o número do CNAE constante de uma lista desatualizada do decreto 
3.048/1999, resultando em uma equivocada arrecadação do Seguro de Acidente do 
Trabalho – SAT. 
9
Este material foi estruturado para permitir ao cursista uma visão geral do sistema 
tributário nacional, com ênfase ao meio ambiente do trabalho, concatenando a 
documentação fiscal pertinente. 
Objetivos
 » Compreender as nuances relacionadas ao eSocial; 
 » Entender o evento S-1000 – Informações do Empregador/Contribuinte/
Órgão Público
 » Entender o evento S-1005 – Tabela de Estabelecimentos, Obras ou 
Unidades de Órgãos Públicos
 » Entender o evento S-1010 – Tabela de Rubricas
 » Entender o evento S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho
 » Entender o evento S-1065 - Tabela de Equipamentos de Proteção
 » Entender o evento S-1200 – Remuneração de trabalhador vinculado ao 
Regime Geral de Previdência Social
 » Entender o evento S-1210 – Pagamentos de Rendimentos do Trabalho
 » Entender o evento S-2200 – Cadastramento Inicial do Vínculo e 
Admissão/Ingresso de Trabalhador
 » Entender o evento S-2210 – Comunicação de Acidente de Trabalho
 » Entender o evento S-2220 – Monitoramento da Saúde do Trabalhador
 » Entender o evento S-2230 – Afastamento Temporário
 » Entender o evento S-2240 - Condições Ambientais do Trabalho - Fatores 
de Risco 
 » Entender o evento S-2245 - Treinamentos e Capacitações
 » Entender o evento S-5001 - Informações das contribuições sociais 
consolidadas por trabalhador
 » Entender o evento S-5011 - Informações das contribuições sociais 
consolidadas por contribuinte
10
 » Permitir acoplamento entre os programas de gestao existenes e o eSocial
 » Contribuir na tomada de decisão quanto à gestão e desenvolvimento de 
sistemas de gestão de saúde do trabalhador; 
 » Instrumentalizar-se para proceder à gestão do meio ambiente do trabalho 
sob a égide da nova ordem jurídico-contábil da Saúde do Trabalhador; 
 » Intervir nos ambientes de trabalho de forma a prevenir acidentes e 
doenças do trabalho; 
 » Oferecer capacidade crítica que suporte tomadas de decisão quanto custo 
x benefício das soluções saneadoras do meio ambiente do trabalho.
11
UNIDADE I
VISÃO TRIBUTÁRIA 
SOBRE MEIO 
AMBIENTE DO 
TRABALHO
Existem três espécies de tributos relacionados ao meio ambiente do trabalho com 
efeitos fiscais e parafiscais que estão no cerne desta disciplina: Seguro Acidente do 
Trabalho – SAT e seus derivativos: Financiamento da Aposentadoria Especial – FAE 
e Fator Acidentário de Prevenção - FAP. Nesse tópico faz-se um apanhado conceitual 
dessas espécies, para nos tópicos subsequentes reexaminá-los, concatenando-os à GFIP 
(eSocial) no bojo da documentação fiscal, conforme figura a seguir.
Figura 1. Esquema com tributos relacionados ao meio ambiente do trabalho: SAT, FAE e FAP.
Fonte: próprio autor.
CAPÍTULO 1 
Seguro Acidente do Trabalho – SAT
Inicialmente explicite-se que a CRFB-88 expressamente criou o seguro contra acidente 
do trabalho1 e Lei no 8.212/1991, art. 22 ao disciplinar a matéria definiu: os contornos 
dessa exação ao incluí-la no rol das contribuições previdenciárias patronais, a base de 
1 Inciso XXVIII do Art. 7 - seguro contra acidentes de trabalho (SAT), a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que 
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
12
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
cálculo, a gradação e alíquotas a partir do Grau de Incidência de Incapacitante Laboral 
decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho (GIILDRAT), entre outros elementos. 
O GIILDRAT, portanto, é efetivação material dada por lei ao instituto jurídico criado 
pela CRFB, constitucionalmente nominado por SAT, como espécie de tributo com 
natureza jurídica de imposto. SAT não se confunde com GIILDRAT, pois este gradua e 
instrumentaliza aquele.
No contexto histórico, o SAT evoluiu conforme cronologia apresentada a seguir
Figura 2. Cronologia do Seguro Acidente do Trabalho no Brasil
Histórico do Seguro contra Acidente do Trabalho - Brasil
Decreto 3.724 de 
1919
Decreto 24.637 de 
1943
Decreto-Lei 293 de 
1967
Lei 6.367 de 
1967
CRFB-
1988
EC 20 de 1998
Marco inicial regulatório. 
Pagamento de 
indenização pelo 
empregador
Contratação de seguro ou 
realização de depósito para 
garantia de indenização
Possibilidade do seguro até 
então privado ser operado 
concorrentemente pelo 
INPS
Operação do 
seguro exclusiva 
pelo INPS
Operação 
do seguro 
exclusiva 
pelo INPS
Possibilidade do 
seguro ser operado 
concorrentemente 
entre INSS e 
seguradoras 
mediante LC.
Fonte: próprio autor.
A matéria acidentária quanto aos benefícios é regulada pela Lei no 8.213/1991 
que disciplina o funcionamento do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, 
compreendendo diversas prestações, inclusive em razão de eventos decorrentes de 
acidente do trabalho (art. 18, caput). Já o custeio do SAT consta no art. 22, II, da Lei no 
8.212/1991. Os benefícios acidentários têm fontes de recursos respectivas, assim como 
as prestações previdenciárias em geral possuem custeio próprio.
Figura 3. Esquema com fontes custeio do SAT.
Fonte: próprio autor.
Figura 4. Custeio do SAT.
 
 
 
Fato Gerador
Pagar ou creditar 
 remuneração
Base de Cálculo 
Valor da Remuneração 
mensal paga ou creditada 
Alíquota
1%, 2% ou 3% 
6%, 9% ou 12% 
Fonte: próprio autor.
13
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
Lei no 8.212, de 1991
Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de 
Custeio, e dá outras providências.
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade 
Social, além do disposto no art. 23, é de: 
....
II - Para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei 
no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do 
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos 
ambientais do trabalho, sobre ototal das remunerações pagas 
ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e 
trabalhadores avulsos: (Redação dada pela Lei no 9.732, de 1998).
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante 
o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante 
esse risco seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante 
esse risco seja considerado grave.
O SAT possui peculiaridades, quais sejam: 
I. Presta-se a um custeio para as incapacidades consumadas acidentárias 
(SAT estrito senso);
II. Constitui um subsistema do RGPS, pois possui administração tributária, 
regras, contribuintes, beneficiários, benefícios e custeios próprios que de 
per si o qualificam como autônomo.
III. Instrumenta-se pela presunção dinâmica de risco coletivo atribuído a um 
grupo homogêneo de exposição sintetizado pela Classificação Nacional de 
Atividade Econômica – CNAE cujos patamares definidores de alíquotas 
são produzidos pela epidemiologia acidentária das empresas do mesmo 
segmento;
IV. Serve como ferramenta de melhoria do meio ambiente do trabalho ao 
passo que funciona como externalidade positiva por intermédio do FAP 
por distinguir à empresa (CNPJ) um risco individual em comparação ao 
risco coletivo dado pelo CNAE ao qual pertence;
14
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
V. Embasa o acréscimo, a si mesmo, relativo ao FAE que custeia a 
aposentadoria precoce por tempo de contribuição, decorrente de 
condições especiais do meio ambiente do trabalho (Aposentadoria 
Especial) segundo a qual não há incapacidade consumada, mas sim 
uma compensação social para atividades, que pelos riscos intrínsecos e 
inalienáveis, deveriam ser banidas. Tal banimento não acontece por uma 
imposição social de levar a holocausto alguns, dada a inexorável imolação 
a que são submetidos os trabalhadores dessa atividade para o bem maior 
da coletividade. Parece cruel, mas é disso que se trata. Sacrificam-se 
alguns em benefício de todos. Até que essa sociedade entenda de modo 
diverso e extinga tais atividades, a exemplo que aconteceu a escravidão 
(do ponto de vista social) ou aquelas que faziam uso de organoclorados 
(do ponto de vista biológico).
Dessas peculiaridades, se depreende que o SAT possui natureza fiscal, arrecadatória, 
adstrito ao orçamento da seguridade social, sob a égide constitucional, tratado de 
modo inespecífico e geral. É a Lei 8.212/1991 quem define seus contornos materiais, 
subjetivos, obrigacionais e quantitativos da matriz de incidência tributária. 
A quantificação se dá por graus de risco que adota a presunção do risco como princípio 
filosófico, segundo o qual a verificação de incidências incapacitantes diferenciais, 
decorrentes do meio ambiente do trabalho, permitem inferir o seguinte corolário: se 
relativamente à população exposta, o CNAE acidentou proporcionalmente mais no 
passado, eis o motivo pelo qual esse CNAE deve pagar mais no presente!
Incidência Entre os Expostos – IEE, considerados os trabalhadores de um determinado 
CNAE, deve ser entendida como o somatório de acidentes (casos novos) dividido pela 
quantidade de trabalhador-ano; e, igualmente a Incidência Entre os Não-Expostos – 
IENE, considerados os trabalhadores dos demais CNAE. O universo populacional é 
formado pelos trabalhadores de todos os CNPJ de todos os CNAE.
A razão entre essas incidências denota estimação de Risco Relativo - RR, ao universo 
populacional, dado por RR = IEE ÷ IENE. Com base nesse RR é possível graduar, 
estabelecer o GIILDRAT, por técnicas estatísticas de classificação (clusters) os CNAE 
em leve, médio e grave. Portanto não se deve confundir GIILDRAT com alíquota, pois 
esta é definida rigidamente por lei em função do CNAE, em patamares de 1%, 2% e 3% 
para os GIILDRAT de leve, médio e grave, respectivamente. 
15
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
Assim a alíquota do SAT não pode ser outra por CNAE, que não 1%, 2% e 3%, definidas 
pelo art. 22, II da Lei no 8.212/1991, todavia é o poder executivo federal, via decreto, que 
estabelece o GIILDRAT de cada CNAE. Essa alocação de risco coletivo é que é dinâmica 
em função dos RR desses CNAE apurados periodicamente.
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade 
Social, além do disposto no art. 23, é de: 
(...)
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei 
no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do 
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos 
riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações 
pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e 
trabalhadores avulsos:(grifado)
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade 
preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado 
leve; (grifado)
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante 
esse risco seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante 
esse risco seja considerado grave.
Apesar de serem fundamentos distintos, tem-se um pelo outro, GIILDRAT termina 
sendo expresso em 1%, 2% e 3% ao invés de leve, médio ou grave! Isso foi induzido pelo 
próprio governo via diplomas legais publicados. O anexo V na versão original de 1999 
aprovada pelo Dec. 3048, trazia a redação coerente à lei, indicando expressamente no 
cabeçalho do Anexo V a Relação De Atividades Preponderantes e Correspondentes 
Graus de Risco (Conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE):
 » Grau 1, Corresponde Ao Risco Leve - Alíquota 1,00%; 
 » Grau 2, Corresponde Ao Risco Médio - Alíquota 2,00%; 
 » Grau 3, Corresponde Ao Risco Grave - Alíquota 3,00% 
16
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Com as redações dadas pelo Decreto no 6.042/2007 e a atual redação dada pelo 
Decreto no 6.957/2009, a indicação de GIILDRAT foi suprimida, apresentando apenas 
a alíquota, conforme figura abaixo. 
Figura 5. Esquema Legal para presunção do risco do meio ambiente do trabalho pelo CNAE.
Fonte: próprio autor.
Percebe-se no Anexo V fragmentado acima que se faz uma imprópria linha direta 
entre grau leve e alíquota de 1%; médio e 2%; e, grave com 3%, como se ao CNAE 
fosse atribuído um peso tributário de modo direto, apenas por definição política do 
Presidente da República, sem a instrumentação e participação da epidemiologia e 
da estatística, ciências das quais se estimam e classificam os RR, atribuindo-lhes o 
GIILDRAT. Notadamente pelo comando da Lei 8212/1991 que determina apuração 
estatística para esses fins.
Registre-se que o CNAE do estabelecimento da empresa deve guardar relação com 
aquele no qual há mais empregados ou trabalhadores avulsos expostos, pois esse é 
critério que define a preponderância à qual a lei faz menção para estabelecer a relação 
entre GIILDRAT e alíquotas.
Esclarecido isso, avança-se para informar que o SAT, regra geral, incide sobre o total 
das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados 
e trabalhadores avulsos, sendo as alíquotas (art. 22, II da Lei no 8.212/1991):
17
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
a) 1% para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de 
acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja 
considerado médio;
c) 3% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja 
considerado grave.
A hipótese de incidência legal é o credito jurídico, remunerações pagas, devidas e 
creditadas, nos moldes das demais contribuições previdenciárias. O sujeito passivo 
é a empresa que remunerou trabalhador (fato gerador) cujo quantum é calculado 
aplicando a alíquota correspondente ao GIILDRAT, definido pelo CNAE preponderante 
do estabelecimento,à base de cálculo, conjunto das remunerações, que devem 
declaradas em GFIP (eSocial) com o respectivo pagamento bancário, via Documento 
de Arrecadação de Receitas Federais - DARF, utilizado pelas pessoas físicas e jurídicas 
para pagamentos de impostos, contribuições e taxas, no âmbito federal. 
Assim após a identificação da atividade preponderante do estabelecimento, encontra-se 
o grau de risco e, por conseguinte a alíquota. O GIILDRAT, como contribuições sociais, 
é lançado por declaração, cabendo ao sujeito passivo quantificar o valor devido e efetuar 
o recolhimento. Por isso é responsabilidade da empresa identificar corretamente sua 
atividade preponderante e localizar sua alíquota de contribuição.
Figura 6. Esquema da Relação Jurídica Tributária – SAT.
Natureza Jurídica – Taxa: utilização, efetiva ou potencial, de serviços 
públicos específicos e divisíveis – Contrapartida Aposentadoria especial, 
pro rata.
Obrigações Principais 
Pagar, mensamente, 6%, 9% ou 12% sobre a remuneração 
daqueles trabalhadores com direito a aposentadoria especial de 
25, 20 ou anos de contribuição. 
Fato Gerador – Remunerar trabalhador 
submetido ao meio ambiente do trabalho nocivo 
de modo permanente 
Fonte: próprio autor.
18
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Figura 7. Esquema das obrigações acessórias relacionadas ao SAT.
 
 
 
 
SAT Fato Gerador 
Obrigações 
Principal
Lançamento 
Acessórias 
Declaração 
De Ofício 
Remunerar trabalhador pertencente a 
CNPJ de um determinado CNAE – 
Risco Presumido 
Pagar à RFB 
• Escriturar Contabilidade 
• Declarar GFIP 
• Enviar eSocial 
• Preencher CAT/ASO/PPP 
• Apresentar Resultados 
Monitoramento Biológico 
• Apresentar Avaliação Ambiental 
• Apresentar Controles de EPI/EPC 
• Assegurar rastreabilidade da 
Documentação Fiscal 
GFIP/eSocial 
Lavratura de Auto-de-Infração pelo 
AFRFB 
Crédito: fato gerador; a matéria tributária; o montante 
(valor) do tributo devido; o sujeito passivo (o contribuinte ou 
responsável); eventual penalidade cabível caso o 
contribuinte não cumpra a sua responsabilidade tributária. 
Fonte: próprio autor.
Alíquota SAT por estabelecimento da empresa com 
base na atividade preponderante
Conforme definido pela RFB, o enquadramento é feito mês-a-mês pela empresa, 
por estabelecimento, via programa SEFIP/GFIP da RFB (eSocial) considerando 
as quantidades de trabalhadores avulsos e empregados que definirão para cada 
estabelecimento a alíquota SAT2.
2 Instrução Normativa RFB no 971, de 13 de Novembro de 2009. Seção IV - Das Contribuições da Empresa. Art. 72. I - o 
enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da empresa, e deve ser feito mensalmente, de 
acordo com a sua atividade econômica preponderante, conforme a Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes 
Graus de Risco, elaborada com base na CNAE, prevista no Anexo V do RPS, que foi reproduzida no Anexo I desta Instrução 
Normativa, obedecendo às seguintes disposições: a) a empresa com 1 (um) estabelecimento e uma única atividade econômica, 
enquadrar-se-á na respectiva atividade; b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade econômica, simulará 
o enquadramento em cada atividade e prevalecerá, como preponderante, aquela que tem o maior número de segurados 
empregados e trabalhadores avulsos; c) a empresa com mais de 1 (um) estabelecimento e com mais de 1 (uma) atividade 
econômica deverá apurar a atividade preponderante em cada estabelecimento, na forma da alínea “b”, exceto com relação 
às obras de construção civil, para as quais será observado o inciso III deste parágrafo. d) os órgãos da Administração Pública 
Direta, tais como Prefeituras, Câmaras, Assembleias Legislativas, Secretarias e Tribunais, identificados com inscrição 
no CNPJ, enquadrar-se-ão na respectiva atividade, observado o disposto no § 9o; e e) a empresa de trabalho temporário 
enquadrar-se-á na atividade com a descrição “7820-5/2000 Locação de Mão de Obra Temporária” constante da relação 
mencionada no caput deste inciso; II - considera-se preponderante a atividade econômica que ocupa, no estabelecimento, 
o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, observado que na ocorrência de mesmo número de 
segurados empregados e trabalhadores avulsos em atividades econômicas distintas, será considerada como preponderante 
aquela que corresponder ao maior grau de risco; III - a obra de construção civil edificada por empresa cujo objeto social não 
seja construção ou prestação de serviços na área de construção civil será enquadrada no código CNAE e grau de risco próprios 
da construção civil, e não da atividade econômica desenvolvida pela empresa; os trabalhadores alocados na obra não serão 
considerados para os fins do inciso I;
19
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
Note-se que esse cálculo deve ser dinâmico devido à flutuação interna de mão-de-
obra por entre os estabelecimentos e por isso a empresa deve refazê-lo mensalmente. 
Sugere-se, inclusive, que empresa monte um programa de computador auxiliar ao de 
folha de pagamento para assegurar do atendimento contínuo mês-a-mês dessa obrigação 
acessória tributária, muitas vezes inadimplida pelo sistema contábil da empresa devido 
ao raciocínio errôneo de fazer isso - calcular a preponderância e enquadrar o grau de 
risco - uma única vez. 
Com o julgado do STJ que acatou a tese de atribuição de preponderância por 
estabelecimento ao invés de por empresa. Alinhado a essa interpretação a Instrução 
Normativa RFB no 1453 de 24/2/2014 estabeleceu que a empresa com mais de 1 
(um) estabelecimento e com mais de 1 (uma) atividade econômica deverá apurar a 
atividade preponderante em cada estabelecimento . Como consequência e colocando 
ponto final, veio Resolução CNPS no 1.327, de 24 de setembro de 2015, que definiu FAP 
por estabelecimento34.
A partir da data de entrada em vigor do eSocial os empregadores serão 
identificados apenas pelo CNPJ, se pessoa jurídica, e CPF, se pessoa física. 
Por isso considerando que o FAP é calculado por estabelecimento, o eSocial 
considera, inclusive, o calcula para pessoas físicas que sejam empregadoras, por 
intermédio do Cadastro de Atividades Econômicas da Pessoa Física - CAEPF, 
número sequencial vinculado ao CPF, que substituiu o Cadastro Especifico do 
INSS - CEI de pessoas físicas. Para as obras de construção civil, que possuem 
responsáveis pessoas físicas ou jurídicas, a matrícula CEI passa a ser substituída 
pelo Cadastro Nacional de Obras - CNO5.
O FAP calculado para as matrículas CEI e CAEPF consta do evento S-1005. 
Outro ponto diz respeito à implantação dos órgãos públicos no eSocial, pois é 
necessário calcular o FAP por estabelecimento e não mais de forma agregada por 
ente federativo.
3 Resolução Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS no 1.327 DE 24/9/2015. D.O.U.: 25/9/2015. Dispõe sobre o Fator 
Acidentário de Prevenção - FAP de empresas com mais de 1 (um) estabelecimento. O Presidente do Conselho Nacional de 
Previdência Social, no uso da atribuição que lhe confere o inciso V do art. 21 do Regimento Interno, aprovado pela Resolução no 
1.212, de 10 de abril de 2002, torna público que o Plenário, em sua 2ª Reunião Extraordinária, realizada em 24 de setembro de 
2015; Considerando a Súmula do Superior Tribunal de Justiça - STJ no 351, de 19/3/2008; Considerando o Ato Declaratório da 
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN no 11/2011, de 20/12/2011; Considerando a Instrução Normativa da Receita 
Federal do Brasil - RFB no 1.453, de 24/2/2014; e Considerando a Solução de Consulta da Coordenação-Geral de Tributação 
- COSIT/RFB no 180, de 13/7/2015, Resolve: Art. 1o O Fator Acidentário de Prevenção - FAP da empresa com mais de 1 (um) 
estabelecimento será calculado para cada estabelecimento, identificado pelo seu CNPJ completo. 
 Art. 2o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
4 RESOLUÇÃO No 1.329, DE 25 DE ABRILDE 2017
5 Fonte: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/direitos-e-deveres/educacao-fiscal/folhetos-orientativos/arquivos-
e-imagens/cno.jpg/view>.
20
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Regimes especiais de tributação do SAT
Por força de lei especificas há formulação distinta às contribuições do SAT. Nessas as 
situações se incluem os empregadores trabalhadores domésticos, empresas optantes 
pelo simples, agroindústria e produtor rural (pessoa física e jurídica) e segurado 
especial6. O segurado especial é o único tipo segurado que contribui diretamente para o 
custeio do SAT, pois as demais exações estão ocupadas no polo passivo pelas empresas 
(art. 22-A e 25, ambos da Lei no 8.212/1991 com a redação dada pela Lei no 10.256/2001, 
e art. 25 da Lei no 8.870/1994). As figuras seguintes resumem tais situações.
Figura 8. Custeio do SAT para empregador doméstico.
SAT – EMPREGADOR DOMÉSTICO – REMUNERAÇÃO
Fato Gerador – Base de Cálculo – Alíquota
Lei Complementar no 150, de 2015
Dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico, e dá outras providências.
“Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o recolhimento mensal, 
mediante documento único de arrecadação, dos seguintes valores:
III – 0,8% (oito décimos por cento) de Contribuição Social para 
financiamento do seguro contra acidentes do trabalho”;
Fato Gerador 
Pagar ou creditar 
 remuneração 
Base de Cálculo 
Valor da Remuneração 
mensal paga ou creditada 
Alíquota 
0,8% 
Fonte: próprio autor.
6 São segurados especiais as seguintes pessoas físicas (naturais), desde que exerçam suas atividades individualmente ou em 
regime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros (art. 12, VII da Lei no 8.212/1991 c/c art. 9o, VII do RPS): 
produtor rural; parceiro rural; meeiro rural; arrendatário rural; pescador artesanal: aquele que, individualmente ou em regime 
de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que: não utilize embarcação; ou 
utilize embarcação de até seis toneladas de arqueação bruta, ainda que com auxílio de parceiro; ou na condição, exclusivamente, 
de parceiro outorgado, utilize embarcação de até dez toneladas de arqueação bruta (art. 9o, § 14 do RPS); os assemelhados aos 
segurados acima arrolados. Como assemelhados podemos apontar o comodatário rural e o mariscador, este assemelhado ao 
pescador artesanal. Também são segurados especiais os respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de 
idade (em virtude da EC no 20/1998 que alterou a idade mínima para o trabalho, exceto para o caso do aprendiz) ou a eles 
equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo.
21
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
Figura 9. Custeio do SAT para Empresas Optantes pelo Simples.
SAT – EMPRESA SIMPLES - RECEITA BRUTA
Fato Gerador – Base de Cálculo - Alíquota
Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006
Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, 
mediante documento único de arrecadação, dos seguintes impostos 
e contribuições: 
...
VI - Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade 
Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei no 
8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da 
empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação 
de serviços referidas no § 5o-C do art. 18 desta Lei Complementar;
Fato Gerador Base de Cálculo Alíquota 
Obter Receita Receita Bruta 2,75% a 4,60%, a depender da faixa de receita, 
em substituição à alíquota patronal e à alíquota 
do SAT. 
Fonte: próprio auto.r
22
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Figura 10. Custeio do SAT para equipe de Futebol.
SAT – EQUIPE DE FUTEBOL - RECEITA BRUTA
Fato Gerador – Base de Cálculo - Alíquota
Lei no 8.212, de 1991
Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá 
outras providências.
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade 
Social, além do disposto no art. 23, é de: 
....
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei 
no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do 
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos 
ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas 
ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e 
trabalhadores avulsos: (Redação dada pela Lei no 9.732, de 1998).
§ 6o A contribuição empresarial da associação desportiva que 
mantém equipe de futebol profissional destinada à Seguridade 
Social, em substituição à prevista nos incisos I e II deste artigo, 
corresponde a cinco por cento da receita bruta, decorrente dos 
espetáculos desportivos de que participem em todo território 
nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos 
internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de 
uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão 
de espetáculos desportivos. (Parágrafo acrescentado pela Lei no 
9.528, de 10/12/1997).
Obter Receita com 
 Espetáculo Desportivo 
Receita Bruta 
Fato Gerador Base de Cálculo Alíquota 
5%, em substituição da alíquota 
patronal e alíquota do SAT 
Fonte: próprio autor.
23
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
Figura 11. Custeio do SAT para Agroindústria
SAT – AGROINDÚSTRIA - RECEITA BRUTA
Fato Gerador – Base de Cálculo - Alíquota
Lei no 8.212, de 1991
Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá 
outras providências.
Art. 22A . A contribuição devida pela agroindústria, definida, para os 
efeitos desta Lei, como sendo o produtor rural pessoa jurídica cuja 
atividade econômica seja a industrialização de produção própria ou 
de produção própria e adquirida de terceiros, incidente sobre o valor 
da receita bruta proveniente da comercialização da produção, em 
substituição às previstas nos incisos I e II do art. 22 desta Lei, é de: 
(Incluído pela Lei no 10.256, de 2001).
I - dois vírgula cinco por cento destinados à Seguridade Social; 
(Incluído pela Lei no 10.256, de 2001).
II - zero vírgula um por cento para o financiamento do benefício 
previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, e 
daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade 
para o trabalho decorrente dos riscos ambientais da atividade. 
(Incluído pela Lei no 10.256, de 2001).
Fato Gerador Base de Cálculo Alíquota 
Comercialização da 
 Produção Rural 
Receita Bruta 0,1% 
Fonte: próprio autor.
Considerando os grandes números divulgados pelo governo federal, via AEPS, têm-se:
24
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Figura 12. Resumo SAT.
 
 
Base 
 de 
 Cálculo 
Remuneração. Alíquota Específica para o SAT: 1%, 2% ou 3% 
x FAP, com adicional de 6%, 9% ou 12% para a aposentadoria 
especial. 
Receita Bruta 
Sociedade desportiva que mantém equipe de futebol. 
Alíquota indefinida para o SAT. A alíquota de 5%. É única 
para a contribuição patronal e para o SAT. 
Agroindústria. Alíquota específica para o SAT. 0,1%. 
O FAP somente se aplica às alíquotas de 1%, 2% ou 3% incidentes sobre a remuneração. 
Empresa do SIMPLES. Alíquota indefinida para o SAT. A 
alíquota de 2,75% a 4,60%. É única para a contribuição 
patronal e para o SAT. 
Seguro Contra Acidentes de Trabalho - SAT 
Remuneração 
Empregador Doméstico. Alíquota específica para o SAT. 
0,8%.
Fonte: próprio autor.
25
CAPÍTULO 2
Financiamento da Aposentadoria 
Especial - FAE
Há atividades produtivas que deviam ser extintas dada a alta exposição às quais 
submetem o trabalhador que nela labuta, pois tais atividades são prejudiciais à saude e 
a integridade física devido aos seus riscos intrísecos, inalienáveis e indissociáveis. 
Tal banimento não acontece por uma imposição socialde levar a holocausto alguns, 
dada a inexorável imolação a que são submetidos os trabalhadores dessa atividade para 
o bem maior da coletividade. Parece cruel, mas é disso que se trata. Sacrificam-se alguns 
em benefício de todos. Até que essa sociedade entenda de modo diverso e extinga tais 
atividades, a exemplo que aconteceu a escravidão (do ponto de vista social) ou aquelas 
que faziam uso de organoclorados (do ponto de vista biológico), há que se compensar. 
Uma das formas de compensação social é estabelecer uma aposentadoria precoce 
por tempo de contribuição, decorrente de condições especiais do meio ambiente do 
trabalho (Aposentadoria Especial). Esse benefício previdenciário não é marcado pela 
incapacidade consumada, como aqueles custeados pelo SAT, mas sim uma compensação 
social ao dimuir a carga de anos de trabalho, que ao invés de 35 anos, para homens, 
reduas para 15, 20 ou 25 anos, em função da nocividade do meio ambiente do trabalho.
Em contrapartida, a empresa que engendrar tais ambientes, arcará com acréscimo ao 
SAT para custear tais antecipaçoes de aposentadorias. A isso se denomina Financiamento 
da Aposentadoria Especial - FAE. 
A Lei 9.732/1998 trouxe a obrigação tributária à empresa que possuir trabalhador em 
condições especiais (fatores de risco) que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 
Basicamente esta lei elegeu quatro categorias de fatores de riscos, a saber: 
1. Químicos: substâncias
2. Físicos: energias
3. Biológicos: microorganismos
4. Associação fatores de riscos: além dos acima, aqueles relacionados à 
psicoergonomia e mecanicos ou acidentes.
O FAE nasceu como acréscimo de SAT para custeio da aposentadoria especial, todavia, 
apesar de ser um tributo, se distingue do SAT e com ele não se confunde, pois tem 
26
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
natureza jurídica de taxa, por se tratar fato gerador específico e divisível, efetivamente 
prestado em contrapartida àquele trabalhador. Enquanto que o SAT tem caráter geral 
sem contrapartida especifica. Ambos possuírem natureza arrecadatória (fiscal).
A redação dada pela Lei no 9.732/1998 define como base de cálculo do FAE a 
remuneração do segurado empregado ou trabalhador avulso, enquanto a Lei no 
10.666/2003 (art. 1o), vincula essa base à nota fiscal de cooperativas de trabalho (e 
sobre a retenção de 11% sobre notas fiscais ou faturas de prestação de serviço.
A aposentadoria por tempo de contribuição exige 35 anos de contribuição para homem 
e 30 anos para mulher, salvo situações específicas como a de parte dos professores. 
A aposentadoria especial é entendida como uma aposentadoria por tempo de 
contribuição, com prazo reduzido, devido ao fato de a atividade laboral do segurado 
tê-lo exposto à agente nocivo prejudicial à sua saúde ou integridade física, via de regra, 
por exposição crônica.
O benefício aposentadoria especial implica, na maioria das vezes, 10 anos de trabalho 
a menos para o segurado. Assim, a RFB não só deixa de arrecadar a contribuição 
correspondente a esse período, tanto a parte da empresa quanto a cota do trabalhador, 
mas também tem de pagar o benefício por 10 anos a mais, conforme visto na Figura6 . 
Conforme definido no artigo 64 do decreto no 3.048, de 06 de maio de 1999, a 
aposentadoria especial será devida – uma vez cumprida a carência exigida – ao 
segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual (este somente 
quando cooperado filiado a uma cooperativa de trabalho ou de produção) que tenha 
trabalhado, durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos (conforme o caso) em condições 
especiais, definidas como prejudiciais à sua saúde ou à sua integridade física. 
No seu § 1o, o referido decreto dispõe que a concessão de aposentadoria especial 
dependerá de comprovação pelo segurado, perante o INSS, do tempo de trabalho 
permanente, não ocasional, nem intermitente, exercido em condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física durante o período mínimo fixado. No seu 
§ 2o, consta que o segurado deverá comprovar efetiva exposição aos agentes químicos, 
físicos, biológicos ou a associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, 
pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício.
O artigo 68 do decreto no 3.048/1999 traz a relação desses agentes nocivos (e 
associações), considerados para fins de concessão da aposentadoria especial, relação 
esta contida no anexo IV desse mesmo decreto. Esse anexo contém quatro subdivisões, 
denominadas códigos, quais sejam: 
27
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
a. Código 1.0.0: relaciona os agentes químicos que caso entrem em contato 
com o trabalhador ensejarão a concessão de aposentadoria especial, 
desde que estejam acima dos limites de tolerância determinados pela 
legislação, ou atinjam um valor teto estabelecido. Existem, porém, 
alguns agentes químicos que não necessitam de avaliação quantitativa 
e sua simples presença já implica o direito ao benefício. O rol de 
agentes químicos existentes no código 1.0.0 do decreto no 3.048/1999 
é exaustivo e somente as substâncias contidas neste código dão direito 
ao benefício. Vale observar que a relação de atividades apresentadas é 
apenas exemplificativa. A maioria dos agentes químicos enseja concessão 
da aposentadoria especial com 25 anos de trabalho, exceto o amianto que 
prevê aposentadoria após 20 anos de labor.
b. Código 2.0.0: relaciona os agentes físicos que dão direito à percepção do 
benefício, destacando-se entre eles o agente que, entre todos os demais, 
é responsável pela maior quantidade de benefícios concedidos – o ruído. 
Esses agentes também devem estar presentes nos ambientes de trabalho 
em níveis de exposição superiores aos limites de tolerância estabelecidos. 
Assim como acontece em relação aos agentes químicos, existem agentes 
físicos cuja avaliação é apenas qualitativa, como a exposição à pressão 
atmosférica anormal. 
c. Código 3.0.0: exposição a agentes biológicos. Neste caso, não existe 
um rol de agentes nocivos. Como estes agentes são apenas qualitativos, 
este código contém atividades específicas que, se desenvolvidas pelo 
trabalhador, lhe darão direito ao benefício implicando obrigação principal 
ao patrão.
d. Código 4.0.0: associação de agentes. Este código relaciona as condições 
em que a associação de agentes nocivos no ambiente de trabalho (presença 
de mais de um agente) permite ao trabalhador ter direito à aposentadoria 
especial após 15 ou 20 anos nas atividades de mineração subterrânea. 
Para o caso de haver associação de agentes em outra atividade, que não 
a mineração subterrânea, o tempo necessário para obtenção do benefício 
será aquele estabelecido para o agente que requerer menor tempo de 
exposição Para caracterização da associação, os agentes presentes podem 
ser do mesmo código ou de códigos diferentes. 
No caso do código 3 (agentes biológicos), para cada agente nocivo ou atividade 
relacionada, estipula-se um tempo de exposição para o trabalhador ter direito à 
aposentadoria especial. Este prazo pode ser de 15, 20 ou 25 anos. A grande maioria dos 
trabalhadores expostos tem direito ao benefício após 25 anos de exposição. 
28
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
A legislação ainda garante que, caso o segurado tenha exercido duas ou mais atividades 
sujeitas a condições especiais prejudiciais à sua saúde ou integridade física, sem 
completar em qualquer dessas atividades o prazo mínimo exigido para obtenção da 
aposentadoria especial, os respectivos períodos serão somados, e, após conversão, 
aplica-se a tabela que está contida no artigo 66 do decreto no 3.048/1999. A legislação 
também permite a conversão do tempo de atividade em condições especiais em tempo 
de atividade comum, no caso de o trabalhador não exercer, durante todo o seu tempo, 
uma atividade especial. O artigo 70 do decreto no 3.048/1999 contém uma tabela 
estabelecendo os coeficientes de conversão. Entretanto,a legislação não permite a 
conversão de tempo de atividade comum em especial.
Até o período de competência 3/1999, a legislação não estabelecia uma contribuição 
específica para financiar o referido benefício. A partir da competência 4/1999, através 
da lei no 9.732, de 11 de dezembro de 1998, foram implementados adicionais a serem 
recolhidos pelas empresas que expõem seus trabalhadores a agentes nocivos que 
ensejam a concessão da aposentadoria especial. Esses percentuais foram escalonados 
quando se efetivou a sua implementação, sendo de 2, 3 ou 4% do valor da remuneração 
paga, exclusivamente, aos segurados com direito à aposentadoria especial aos 25, 20 ou 
15 anos de trabalho, respectivamente.
Esses valores percentuais vigoraram da sua instituição, em abril de 1999, que na 
competência 3/2000, passaram a ser de 6, 9 ou 12%. Em abril de 2003, através da lei 
no 10.666/2003, o direito a esse benefício foi estendido para os trabalhadores filiados 
às cooperativas de trabalho ou de produção, com implementação do pagamento dos 
adicionais com os percentuais de 5, 7 ou 9% no caso das cooperativas de trabalho e 6, 9 
ou 12%, no caso das cooperativas de produção. 
Estudos desenvolvidos pelo MPS demonstram que as alíquotas estabelecidas são bem 
menores que as necessárias ao financiamento da aposentadoria especial. Conforme já 
mencionado, no momento da implementação da cobrança desses adicionais, o principal 
objetivo do MPS foi estimular as empresas a investirem na melhoria de seus ambientes 
de trabalho. Houve a preocupação de que os percentuais estabelecidos não onerassem 
em demasia os custos de produção ou dos serviços prestados, para evitar que uma parte 
das empresas nacionais perdesse em competitividade no comércio mundial globalizado 
em que se vive. 
Segurados empregados e avulsos
Para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213/1991 
(aposentadoria especial), as empresas devem contribuir mediante alíquotas adicionais 
29
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
aplicadas sobre uma base de cálculo que é a remuneração paga, devida ou creditada aos 
segurados empregados e trabalhadores avulsos sujeitos a condições de trabalho que os 
dê direito à aposentadoria especial. 
Tal contribuição é exigida das empresas de forma progressiva no tempo, todavia a 
partir de 1/3/2000 é devida a alíquota de 12%(exposição de 15 anos), 9% (exposição de 
20 anos) e 6% (exposição de 25 anos). 
As alíquotas de contribuição são definidas a partir das informações sobre a existência 
de agentes nocivos previstos no Anexo IV do RPS (Decreto no 3.048/1999) e a atividade 
desenvolvida pelo segurado. Essas informações deverão constar do LTCAT - Laudo 
Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – de responsabilidade da empresa e 
expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, podendo ser 
substituido pelo PPRA e PGR. 
A empresa também é obrigada a elaborar e manter atualizado, com base no LTCAT, o 
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas 
pelo trabalhador e fornecer a este quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia 
autêntica deste documento. 
A IN 77/2009 estabelece duas formas de enquadramento para aposentadoria 
especial, ou seja:
 » de forma qualitativa, quando a nocividade do agente se dá de forma 
presumida e independente de mensuração, constatada pela simples 
presença do agente no ambiente de trabalho, conforme constantes nos 
Anexos 6 (Trabalho sob condições hiperbáricas), 13 (agentes químicos, 
exceto aqueles relacionados nos Anexos 11 e e 12) , 13- A(Benzeno) e 14 
(agentes biológicos) da NR 15 da Portaria 3214/1978 do MTE ;
 » de forma qualitativa, quando a nocividade do agente se dá de forma 
presumida e independente de mensuração, constatada pela simples 
presença do agente no ambiente de trabalho, conforme constante no 
Anexo IV do RPS, para os agentes iodo e níquel;
 » de forma quantitativa, sendo a nocividade considerada pela 
ultrapassagem dos limites de tolerância ou doses, dispostos nos Anexos 
1 (Ruído intermitente ou contínuo), 2 (ruído de impacto), 3 (Calor), 5 
(radiações ionizantes), 8 (vibrações), 11 (agentes químicos) e 12 (Poeiras 
minerais – asbesto, manganês e seus compostos) da NR 15 da Portaria 
3214/1978 do MTE.
 » Na associação de agentes nocivos, apesar do anexo IV referir-se ao que 
exigir menor tempo de exposição, cabe um exemplo prático concernente 
a este assunto. 
30
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Figura 13, Exemplo de aplicação FAE (agentes ruído e asbesto, todos acima do LT).
Sejam vários trabalhadores exercendo uma determinada atividade durante toda a 
jornada de trabalho, expostos, simultaneamente, aos agentes ruído e asbesto, todos 
acima do LT.
Anexo IV do RPS
Ruído: 25 anos de exposição para a obtenção da aposentadoria especial;
Asbesto: 20 anos de exposição para a obtenção da aposentadoria especial;
Neste caso, o enquadramento será realizado pelo agente Asbesto que permite uma 
exposição de 20 anos, com o acréscimo de alíquota do SAT de 9 % sobre a folha de 
pagamento dos trabalhadores que atuam na referida atividade e local de trabalho.
Fonte: próprio autor.
Outro exemplo que poderia suscitar dúvidas é quando existem atividades cujas avaliações 
para o enquadramento no Anexo IV do RPS se dá de forma qualitativa, porém no 
ambiente de trabalho há agentes químicos que possuem limites de tolerância constante 
da NR 15. A NR 15 estabelece que nestes casos, devem-se avaliar a insalubridade sob a 
ótica quantitativa, como por exemplo, na fabricação de material refratário, a avaliação 
da sílica cristalizada deve ser feita de forma quantitativa na zona de respiração do 
trabalhador. 
Como a IN 77/2009 reporta ao Anexo 13 da NR 15, para fins de enquadramento para 
aposentadoria especial, deve-se entender que se houver limite de tolerância para o 
agente químico, a avaliação quantitativa deve prevalecer. 
Figura 14. Exemplo de aplicação FAE (Ruído com Sílica Livre).
Trabalhador exercendo uma atividade permanente em uma mina de subsolo exposto 
aos seguintes agentes: Ruído = 95 dB(A); Sílica Livre de 4,90 mg/m3 (LT = 1,33 mg/m3)
Avaliação qualitativa – Anexo IV do RPS – Trabalhos em atividade permanente 
no subsolo de minerações subterrâneas em frente de produção - tempo de exposição 
15 anos.
Avaliação quantitativa – Anexo IV do RPS – Ruído acima do LT - tempo de 
exposição 25 anos.
Avaliação quantitativa – Anexo IV do RPS – Sílica livre acima do LT - tempo de 
exposição 25 anos. Neste caso, se considerarmos a NR 15 que se refere, especificamente, 
ao adicional de insalubridade, sendo um ônus para o empregador, mas que não protege 
o trabalhador exposto ao agente nocivo, deve-se optar pela avaliação quantitativa e 
o tempo de exposição de 25 anos. Se enfocarmos somente a preservação da saúde do 
trabalhador que é o objetivo do escopo da legislação previdenciária, devemos optar 
pela avaliação qualitativa e assim, teremos um tempo de exposição de 15 anos. 
Fonte: próprio autor.
31
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
O Anexo IV do RPS considera, na associação de agentes, aquele que se encontra acima 
do LT e com menor tempo de exposição, considerando 15, 20 ou 25 anos de exposição 
dos trabalhadores. Para a associação de agentes, como a legislação previdenciária se 
reporta à NR 15, esta deve ser atendida nas auditorias fiscais, podendo se chegar a 
resultados que não são os objetivos da legislação previdenciária, conforme o exemplo 
citado acima. 
Os agentes químicos que não possuem limites de tolerância pela NR 15 e que não foram 
inseridos no Anexo IV do RPS e, portanto, em virtude do rol desses agentes serem 
exaustivos pelo referido Anexo, eles não estão relacionados com os fatos geradores das 
contribuições previdenciárias para os riscos ambientais. 
Cooperado - Cooperativa de trabalho
A partir de 4/2003, é devida pela empresa tomadora de serviçouma contribuição 
adicional aos 15% incidente sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de 
prestação de serviço de cooperados intermediados por Cooperativa de Trabalho, 
quando o exercício de atividade na empresa tomadora os sujeitem a condições especiais 
que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade física e permita a concessão de 
aposentadoria especial. É devida a alíquota de 9%(exposição de 15 anos), 7% (exposição 
de 20 anos) e 5% (exposição de 25 anos). 
Cabe à empresa contratante informar mensalmente à Cooperativa de trabalho 
a relação dos cooperados a seu serviço que exercem atividades que permitam a 
concessão de aposentadoria especial. A Cooperativa deverá emitir nota fiscal ou 
fatura de prestação de serviços específica para os serviços prestados pelos cooperados 
cuja exposição a agentes nocivos permita a concessão de aposentadoria especial. Na 
ausência da relação acima, para a apuração da base de cálculo sob a qual incidirá a 
alíquota, deverá ser considerado o valor total do serviço prestado por cooperados 
e, caso seja possível identificar os cooperados envolvidos ou não com as atividades 
especiais, deverá haver o devido rateio.Na impossibilidade da obtenção da base de 
cálculo para incidência adicional e constando em contrato a previsão para utilização 
de cooperados na execução de atividades em condições especiais prejudiciais à saúde 
ou à integridade física, sem a discriminação do número de trabalhadores envolvidos 
nestas atividades, ou ainda, caso a contratante desenvolva atividades especiais, a base 
de cálculo será o total da nota fiscal, fatura ou recibo, cabendo à contratante o ônus 
da prova em contrário.
32
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
A Cooperativa de Trabalho deverá elaborar o PPP com base nos LTCATs emitidos pela 
empresa contratante, por seu intermédio, de cooperados para a prestação de serviços 
que os sujeitem a condições especiais, quando o serviço for prestado em estabelecimento 
da contratante. 
Figura 15. Exemplo de aplicação FAE (em cooperativa de trabalho).
Uma Cooperativa de Trabalho é contratada por uma empresa metalúrgica para a 
realização de determinado serviço que expõem seus cooperados de forma permanente 
as agentes: Ruído = 89 dB(A) e LT = 85 dB(A) ; Tolueno LT = 78 ppm e concentração 
de 55 ppm. 
No de cooperados expostos = 20
N o de cooperados não expostos = 20
Valor do serviço = R$ 100.000,00
A Cooperativa não emitiu NF específica para o serviço em condições especiais.
Avaliação quantitativa – Anexo IV do RPS – Ruído acima do LT - tempo de 
exposição 25 anos .
Neste caso, a base de cálculo por rateio será R$ 50.000,00. Contribuição da tomadora 
de serviço para a aposentadoria especial dos cooperados = 5% de R$50.000,00 = R$ 
5.000,00
Fonte: próprio autor.
Cooperado - Cooperativa de Produção
A partir de 04/2003, é devida pela Cooperativa de Produção uma contribuição 
adicional aos 20% incidente sobre o valor da remuneração pagas, devidas ou creditadas 
ao cooperado filiado, quando o exercício de atividade na Cooperativa o sujeite a 
condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade física e permita 
a concessão de aposentadoria especial.
É devida a alíquota de 12% (exposição de 15 anos), 9% (exposição de 20 anos) e 
6% (exposição de 25 anos). A Cooperativa de Produção, cuja atividade exponha 
os trabalhadores a agentes nocivos de forma a possibilitar a concessão de 
aposentadoria especial, deverá elaborar o PPP dos seus segurados empregados e 
dos seus cooperados.
33
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
Figura 16. Exemplo de aplicação FAE (em cooperativa de produção).
Uma Cooperativa de Produção produz determinados artefatos cerâmicos e produtos 
de fibrocimento, expondo seus cooperados e empregados de forma permanente aos 
seguintes agentes nocivos.: Ruído = 92 dB(A) e LT = 85 dB(A) ; Sílica Livre LT = 1,33 
mg/m3 e concentração de 4,90 mg/m3; Asbesto LT = 2,0f/cm3 (fibras por centímetro 
cúbico), concentração = 3,0f/cm3. 
No de cooperados expostos = 25
N o de empregados expostos = 4
Remuneração dos cooperados = R$ 46.000,00
Remuneração dos empregados expostos = R$ 4.600,00
Avaliação quantitativa – Anexo IV do RPS – Ruído acima do LT - tempo de 
exposição 25 anos 
Avaliação quantitativa – Anexo IV do RPS – Sílica acima do LT - tempo de 
exposição 25 anos 
Avaliação quantitativa – Anexo IV do RPS – Asbesto acima do LT - tempo de 
exposição 20 anos 
Neste caso, como existe associação de agentes, usa-se o menor tempo de exposição 
que é 20 anos, com alíquota de 9% sobre o valor da remuneração dos cooperados 
e empregados expostos aos agentes nocivos. Contribuição da Cooperativa para 
aposentadoria especial dos seus cooperados e empregados = 9% de R$50.600,00 = 
R$ 4.554,00
Fonte: próprio autor.
Agroindústria
A agroindústria é o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade econômica é a 
industrialização de produção própria ou a industrialização de produção própria e da 
adquirida de terceiros, desenvolvendo duas atividades em um mesmo empreendimento 
econômico com departamentos, divisões ou setores rural e industrial distintos.
O fato gerador das contribuições previdenciárias ocorre na comercialização 
da produção rural pela agroindústria, de produção e da adquirida de terceiros, 
industrializada ou não, a partir de 1o se novembro de 2001, excluídas as agroindústrias 
de psicultura, carcinicultura, suinocultura e a de avicultura. A base de cálculo de 
tais contribuições é a receita bruta proveniente da comercialização da produção e 
34
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
dos respectivos subprodutos ou o valor do arremate da produção rural ou o preço 
de mercado da produção rural dada em pagamento, permuta, ressarcimento ou em 
compensação.
Para a agroindústria aplica-se a contribuição previdenciária substitutiva, ou seja, as 
contribuições das empresas em geral (20% sobre a FP total; 1,2 ou 3% sobre a FP total; 
6,9 ou 12% sobre a FP dos empregados expostos a agentes nocivos) é substituída por 
uma contribuição incidente sobre a receita bruta da produção rural.
Contudo, há casos em que tal agroindústria paga as contribuições das empresas em 
geral, inclusive sobre aqueles referentes aos riscos ocupacionais. Assim, não se aplica o 
regime substitutivo mencionado acima para:
As operações relativas a prestação de serviços a terceiros realizadas pela agroindústria, 
cujas contribuições previdenciárias são apuradas com base na folha de pagamento dos 
segurados envolvidos na respectiva prestação de serviço. No caso do acréscimo do SAT, 
caso tal serviço seja considerado especial, envolvendo os agentes nocivos do Anexo IV 
do RPS;
As agroindústrias de psicultura, carcinicultura, suinocultura, avicultura e a que se 
dedique apenas ao reflorestamento e florestamento como fonte de matéria-prima para 
industrialização própria mediante a utilização de processo industrial que modifique 
a natureza química da madeira ou a transforme em pasta celulósica(esta constitui 
exceção a partir de 1o de setembro de 2003) que devem contribuir com base na folha 
de pagamento de seus empregados. No caso do acréscimo do SAT, caso tal serviço seja 
considerado especial, envolvendo os agentes nocivos do Anexo IV do RPS;
Produtor Rural Pessoa Jurídica
Produtor Rural Pessoa Jurídica é a empresa legalmente constituída que se dedica à 
atividade agropecuária, pesqueira ou silvicultural, em área urbana ou rural, bem 
como a extração de produtos primários, vegetais ou animais. O produtor rural pessoa 
jurídica que beneficia sua produção rural não se enquadra como agroindústria. 
Considera-se ainda produtor rural pessoa jurídica o que produz ração exclusivamente 
para alimentação dos animais de sua própria produção. Se produzir ração também para 
fins comerciais, caracterizar-se-á agroindústria.
O fato gerador das contribuições previdenciárias ocorre na comercialização da 
produção rural de produtorrural pessoa jurídica, exceto daquele que além da atividade 
rural exerce qualquer outra atividade econômica autônoma. A base de cálculo de tais 
contribuições é a receita bruta proveniente da comercialização da produção e dos 
35
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
respectivos subprodutos ou o valor do arremate da produção rural ou o preço de mercado 
da produção rural dada em pagamento, permuta, ressarcimento ou em compensação.
Para o produtor rural pessoa jurídica aplica-se a contribuição previdenciária substitutiva, 
ou seja, as contribuições das empresas em geral (20% sobre a FP total; 1,2 ou 3% 
sobre a FP total; 6,9 ou 12% sobre a FP dos empregados expostos a agentes nocivos) 
é substituída por uma contribuição incidente sobre a receita bruta da produção rural.
Contudo, há casos em que tal pessoa jurídica paga as contribuições das empresas em 
geral, inclusive sobre aqueles referentes aos riscos ocupacionais. Assim, não se aplica o 
regime substitutivo mencionado acima para:
O produtor rural pessoa jurídica, que, além da atividade rural, explorar também 
outra atividade econômica autônoma, quer seja comercial, industrial ou de serviços, 
no mesmo ou em outro estabelecimento distinto, independentemente de qual seja a 
atividade preponderante, hipótese em que as contribuições previdenciárias devem ser 
apuradas com base na folha de pagamento dos segurados a seu serviço, para todas as 
suas atividades. No caso do acréscimo do SAT, se suas atividades envolverem os agentes 
nocivos do Anexo IV do RPS;
Cooperativas de Produtores Rurais
A cooperativa de produtores rurais é a sociedade organizada por produtores rurais 
pessoas físicas, de produtores rurais pessoas jurídicas ou por produtores rurais 
pessoas físicas e jurídicas, com o objetivo de comercializar ou de industrializar ou de 
industrializar e comercializar a produção rural dos cooperados.
A contribuição da empresa correspondente a 20%, devida à Previdência Social e a 
contribuição de 1, 2 ou 3%, acrescida, quando for o caso, de 6, 9 ou 12%, destinada 
ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do 
grau de incidência de incapacidade laborativa dos riscos ambientais, incidentes sobre 
a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados contratados 
pela cooperativa de produtores rurais para realizarem, exclusivamente, a colheita da 
produção de seus cooperados, são substituídas pelas contribuições incidentes sobre a 
receita bruta da comercialização devidas pelos cooperados, pessoa física ou jurídica, 
que utilizarem dos serviços daqueles.. 
Assim, quando as cooperativas contratarem empregados que não seja exclusivamente 
para trabalhar na colheita da produção dos cooperados elas devem recolher as 
contribuições das empresas em geral, inclusive aquelas decorrentes de riscos ambientais.
36
CAPÍTULO 3
Elementos essenciais à aposentadoria 
especial
O núcleo da hipótese de incidência tributária da contribuição social para custeio 
da aposentadoria especial concedida pelo RGPS pressupõe para a sua concessão o 
cumprimento de dois requisitos cumulativos, conforme determina o art. 57 da Lei no 
8.213/1991, em articulação com da IN RFB 971/2009 e IN INSS 77/2015, quais sejam: 
I. nocividade: a exposição a agentes nocivos durante a prestação de 
serviços; e, 
II. permanência: o tempo de duração dessa exposição - 15, 20 ou 25 anos.
Art.57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a 
carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a 
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, 
durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme 
dispuser a lei.
[...]
§3o A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação 
pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social–INSS, do 
tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em 
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, 
durante o período mínimo fixado.
§4o O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição 
aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de 
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período 
equivalente ao exigido para a concessão do benefício. 
[...]
§6o O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos 
provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei no 
8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, 
nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo 
segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria 
37
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, 
respectivamente. 
Esse dispositivo legal determina que a concessão da aposentadoria especial dependerá 
de comprovação pelo segurado do “tempo de trabalho permanente, não ocasional nem 
intermitente” (ou seja, exige-se a permanência da exposição) “em condições especiais 
que prejudiquem a saúde ou a integridade física ...” (é dizer, essa exposição deve ser 
danosa à saúde).
Como visto acima, a RFB expediu Instrução Normativa 971/2009 norteando que 
existem dois requisitos cumulativos, quais sejam: 
I. a exposição a agentes nocivos durante a prestação de serviços 
(nocividade); e, ii) o tempo de duração dessa exposição - 15, 20 ou 25 anos 
(permanência). Mais especificamente no art. 292, percebe-se que há uma 
articulação entre as IN da RFB e do INSS, esta última como complemento 
da primeira. Assim, tem-se:
Art. 292. O exercício de atividade em condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física do trabalhador, com 
exposição a agentes nocivos de modo permanente, não-ocasional nem 
intermitente, conforme disposto no art. 57 da Lei no 8.213, de 1991, é 
fato gerador de contribuição social previdenciária adicional para custeio 
da aposentadoria especial.
(...)
§ 2o Não será devida a contribuição de que trata este artigo quando a 
adoção de medidas de proteção coletiva ou individual neutralizarem 
ou reduzirem o grau de exposição do trabalhador a níveis legais de 
tolerância, de forma que afaste a concessão da aposentadoria especial, 
conforme previsto nesta Instrução Normativa ou em ato que estabeleça 
critérios a serem adotados pelo INSS, desde que a empresa comprove 
o gerenciamento dos riscos e a adoção das medidas de proteção 
recomendadas, conforme previsto no art. 291.
Portanto a União Federal teve o cuidado de compatibilizar os textos infralegais de 
modo conferir a funcionalidade de cada entidade, respeitando, porém as respectivas 
competências. Novamente de forma cruzada, há disposições sobre a matéria nas duas 
IN (RFB e INSS) como prova da subsunção dupla do fato gerador às duas dimensões. 
Quanto ao INSS a IN de regência é Instrução Normativa INSS/PRES no 77, de 21/1/2015 
que em seu art. 278 explicita didaticamente, os elementos que compõem o núcleo da 
38
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
hipótese de incidência tributária das contribuições previdenciárias, que financiam o 
benefício da aposentadoria especial. Veja o que diz o citado dispositivo:
Art. 278. Para fins da análise de caracterização da atividade exercida 
em condições especiais por exposição à agente nocivo, consideram-se:
I - Nocividade: situação combinada ou não de substâncias, energias 
e demais fatores de riscos reconhecidos, presentes no ambiente de 
trabalho, capazes de trazer ou ocasionar danos à saúde ou à integridade 
física do trabalhador; e
II - Permanência: trabalho não ocasional nem intermitente no qual 
a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do contribuinte 
individual cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção 
do bem ou da prestação do serviço, em decorrência da subordinação 
jurídica a qual se submete. § 1o Para a apuração do disposto no inciso 
I do caput, há que seconsiderar se a avaliação de riscos e do agente 
nocivo é:
I - Apenas qualitativo, sendo a nocividade presumida e independente de 
mensuração, constatada pela simples presença do agente no ambiente 
de trabalho, conforme constante nos Anexos 6, 13 e 14 da Norma 
Regulamentadora no 15 - NR-15 do MTE, e no Anexo IV do RPS, para 
os agentes iodo e níquel, a qual será comprovada mediante descrição:
a) das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente 
nocivo ou associação de agentes nocivos presentes no ambiente de 
trabalho durante toda a jornada;
b) de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes 
mencionados na alínea “a”; e
c) dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de 
absorção, a intensidade da exposição, a frequência e a duração do 
contato;
II - Quantitativo, sendo a nocividade considerada pela ultrapassagem 
dos limites de tolerância ou doses, dispostos nos Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 
e 12 da NR-15 do MTE, por meio da mensuração da intensidade ou da 
concentração consideradas no tempo efetivo da exposição no ambiente 
de trabalho.
39
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
§ 2o Quanto ao disposto no inciso II do caput deste artigo, não 
descaracteriza a permanência o exercício de função de supervisão, 
controle ou comando em geral ou outra atividade equivalente, desde 
que seja exclusivamente em ambientes de trabalho cuja nocividade 
tenha sido constatada.
Permanência
No que tange ao primeiro requisito, a permanência, o inciso II do art. 278, transcrito 
acima, ao regulamentar o art. 65 do RPS, na redação dada pelo Decreto no 4.882, de 
2003, definiu que se deve entender como trabalho permanente o trabalho não ocasional 
nem intermitente, durante quinze, vinte ou vinte cinco anos, no qual a exposição do 
empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável 
da produção do bem ou da prestação do serviço, em decorrência da subordinação 
jurídica à qual se submete.
A exposição aos agentes ambientais somente será considerada permanente quando não 
houver grau de liberdade ao trabalhador dizer não à exposição. Em outras palavras o 
trabalhador para cumprir as determinações do empregador e prepostos (de produzir 
bens ou prestar serviços) - aos quais se submete por subordinação jurídica - tem que se 
expor aos agentes prejudiciais à saúde ensejadores da aposentadoria especial.
Das duas uma: ou descumpre ordem para não se expor e se sujeita a dispensa motivada 
por insubordinação ou cumpre ordem e se sujeita peremptoriamente à exposição 
agressora de sua saúde. A permanência tem a ver com inexistência de grau de liberdade 
à exposição. Serão não permanente, não ocasional ou intermitente, todas as outras 
situações. 
O legislador não as definiu, também não precisava fazê-lo, dado que a definição de 
permanência está posta. O trabalho prestado pelo segurado (empregado, trabalhador 
avulso ou cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção) é permanente 
quando a exposição aos agentes nocivos for inafastável e intrinsecamente vinculada 
ao desempenho das suas funções, independentemente do tempo e da frequência de 
exposição.
Quando o trabalhador está na base da pirâmide hierárquica fica clara e inescusável a 
permanência, todavia à medida que se sobe na pirâmide, aumenta-se a necessidade da 
empresa discriminar o grau de liberdade à exposição, dentro das possibilidades desse 
trabalhador se afastar da fonte geradora no âmbito do limite de competência.
40
UNIDADE I │ VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
Por exemplo, se um pintor (só recebe ordem) tem zero grau de liberdade para se esquivar 
da inexorável exposição aos vapores orgânicos voláteis exalados pelo processo de 
pintura, é patente a aplicação imediata do conceito de permanência. Agora pode restar 
dúvida quanto ao seu supervisor, pois a este remanesce liberdade de movimentação 
tendente a se livrar da exposição. 
Restaria dúvida se a empresa não indicasse a necessidade de que este supervisor venha 
a ficar geograficamente circunscrito ao ambiente de pintura. Nessa condição sobrevém 
a figura da restrição hierárquica à exposição, de tal ordem que limita o grau de liberdade 
ao ponto de também submeter o supervisor à permanência. 
Nocividade
Para a análise do segundo requisito, a nocividade, impõe-se verificar o disposto no § 1o, 
do mesmo art. 278 da IN INSS no 77/2015, notadamente os seus incisos I e II, pois para 
a apuração da nocividade há que se considerar se o agente nocivo é:
a. apenas qualitativo, pois nesse caso a nocividade é presumida e independe 
de mensuração, já que é constatada pela simples presença do agente no 
ambiente de trabalho, conforme constante nos Anexos 6, 13, 13-A e 14 
da Norma Regulamentadora no 15 (NR-15) do Ministério do Trabalho e 
Emprego-MTE, e no Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/1999, 
para os agentes iodo e níquel; 
b. quantitativo, quando a nocividade é considerada pela ultrapassagem dos 
limites de tolerância ou doses, conforme disposto nos Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 
11 e 12 da NR-15 do MTE, por meio da mensuração da intensidade ou da 
concentração, consideradas no tempo efetivo da exposição no ambiente 
de trabalho.
Do exposto, conclui-se que a caracterização da nocividade depende do agente nocivo ao 
qual o trabalhador está exposto. É dizer, os agentes prejudiciais a saúde foram divididos 
pela legislação previdenciária e trabalhista em dois grupos.
Existem agentes que somente se tornam nocivos quando sua intensidade ou concentração 
se fazem presentes no ambiente de trabalho acima de determinados limites. Esses são 
os agentes caracterizados pela quantidade e estão dispostos nos anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 
12 da NR-15 do MTE, aprovado pela Portaria MTE no 3.214, de 8/6/1978.
E, existem outros agentes que pelo simples fato de estarem presentes no ambiente de 
trabalho, dado o elevado grau de prejudicialidade à saúde, já são considerados nocivos. 
41
VISÃO TRIBUTÁRIA SOBRE MEIO AMBIENTE DO TRABALHO │ UNIDADE I
Tais agentes são caracterizados pela qualidade e a nocividade é presumida e independe 
de mensuração. Esses agentes estão dispostos nos anexos 6, 13, 13-A e 14 da NR-15 do 
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE e no Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto 
no 3.048/1999, para os agentes iodo e níquel. Assim é possível resumir os agentes 
nocivos conforme a seguir esquematizado no seguinte quadro:
Figura 17. Esquema dos Fatores de Riscos e suas naturezas
Anexos da 
NR-15
Agentes Nocivos Natureza do 
agente nocivo
1 Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Quantitativo
2 Limites de tolerância para ruídos de impacto Quantitativo
3 Limites de tolerância para exposição ao calor Quantitativo
4 Revogado
5 Radiações ionizantes Quantitativo
6 Trabalho sobre condições hiperbáricas Qualitativo
7 Radiações não ionizantes
8 Vibrações Quantitativo
9 Frio
10 Umidade
11 Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de 
trabalho
Quantitativo
12 Limites de tolerância para poeiras minerais Quantitativo
13 Agentes químicos Qualitativo
13-A Benzeno Qualitativo
14 Agentes biológicos Qualitativo
Fonte: próprio autor.
À primeira vista, pode parecer irrazoável que a simples exposição do trabalhador a 
determinado fator de risco tenha natureza qualitativa - independe da concentração 
(químico) ou intensidade (físico) - possa ensejar a concessão da aposentadoria especial. 
Mas em verdade, tem-se aqui o instituto da presunção combinado com o principio 
da prudência. Para melhor elucidar, faz-se a seguir um aprofundamento, a titulo de 
exemplo, em dois comuns fatores de riscos: Hidrocarbonetos (benzeno) e Ruído.
Hidrocarbonetos (benzeno): Fator de Risco de 
Natureza Qualitativa 
Para melhor esclarecer a matéria, optou-se por explicitar o entendimento do autor 
a partir de perguntas frequentes que nos chegam e que representam o núcleo dos 
questionamentos

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