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Grandes Queimados

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Grandes Queimados
 
 
→ Camadas: Epiderme, Derme, Hipoderme 
e Músculo 
 
 
 
→ No Brasil, as queimaduras representam um 
agravo significativo à saúde pública 
→ Maior parte ocorre nas residências das 
vítimas e quase a metade das ocorrências 
envolve a participação de crianças 
→ Causas mais comuns: 
 Escaldamentos (manipulação de 
líquidos quentes, como água fervente → 
crianças, pela curiosidade característica 
da idade) 
 Violência doméstica 
→ Entre os adultos: 
 Sexo masculino: situações de trabalho 
 Sexo feminino: situações domésticas 
(riscos diversos na cozinha, acidentes 
com botijão de gás) 
→ Idosos também são um grupo de risco alto 
para queimaduras devido à sua menor 
capacidade de reação e às limitações 
físicas devido à idade avançada 
→ De uma forma geral, as queimaduras 
devido ao uso de álcool líquido e outros 
inflamáveis são as predominantes 
→ Lesão térmica → resposta metabólica e 
inflamatória → vasodilatação sistêmica → 
extravasamento de líquido para o interstício 
→ edema → pressão na região causa 
hipoperfusão que leva à hipoxia 
 
→ Aumento da liberação de insulina e 
glucagon → hiperglicemia (conforme o 
aumento da insulina, começa a ter 
resistência à insulina) → desidratação 
intracelular para equilibrar as concentrações 
→ retenção de grandes volumes → 
hipotensão → taquicardia 
→ Secreção ADH, cortisol, aldosterona e GH 
 
→ Lipólise → cetose → altera pH → acidose 
→ vômito e cetonúria 
→ Proteólise 
→ Hipermetabolismo 
 
→ Lesões dos tecidos orgânicos em 
decorrência de trauma resultante da 
exposição ou contato 
 TRAUMA TÉRMICO (Chamas, Líquidos 
quentes, Superfícies quentes, Frio, 
Fricção, Atrito...) 
 TRAUMA QUÍMICO (Substâncias 
químicas) 
 TRAUMA ELÉTRICO (Eletricidade) 
 TRAUMA RADIOATIVO (Radiação) 
 TRAUMA INALATÓRIO (Monóxido de 
Carbono, fumo...) 
 
Quanto ao Tipo das Queimaduras: 
→ Térmicas: são as mais frequentes e que 
resultam da transferência de energia de uma 
fonte de calor para o organismo. Podem ser 
provocadas por calor seco ou úmido (água 
quente, vapor de água, fogo) 
 
→ Químicas: podem ser provocadas por 
ácidos ou bases que quando absorvidos 
podem provocar lesão para órgãos internos. 
O grau de destruição dos tecidos depende 
da natureza do agente químico, da sua 
concentração e da duração de contato 
com a pele. 
 
→ Elétricas: Provocam danos profundos → 
continua queimando todo local do corpo 
onde tem corrente elétrica (neurônios) 
 Passagem direta de corrente elétrica 
através do corpo: apresenta uma porta 
de entrada e de uma porta de saída 
 A gravidade depende: tipo e 
quantidade de corrente, duração do 
contato e trajeto da corrente 
 
 Sinal de Jellinek: local de contato com a 
corrente elétrica (entrada) 
 Sinal de Lichtenberg: demarcação 
cutânea decorrente de uma descarga 
elétrica natural na pele 
 
 
→ Radiação: são causadas pela 
transferência de radiação para o corpo. A 
mais comum é a radiação solar 
 
→ Inalatória: Lesão causada por calor, em 
que existe inalação de monóxido de 
carbono, fumo... 
 Diminuição do calibre das vias aéreas 
por edema, broncoespasmo, shunt 
intrapulmonar, diminuição da 
complacência decorrente do colapso 
alveolar com alterações da relação 
ventilação / perfusão e perda do 
clearence mucociliar levando à 
traqueobronquite e pneumonia 
 Hematose comprometida → sempre 
entubar o paciente para garantir via 
aérea 
 
 
Quanto à Profundidade 
→ Primeiro Grau: 
 Limitadas à epiderme 
 Eritema, dor moderada, descama em 4-
6 dias 
 Não ocorre bolhas nem 
comprometimento de anexos cutâneos 
 Tratadas com analgésico 
 Mais comumente causadas por 
exposição solar 
 Apresenta vermelhidão, dor 
→ Segundo Grau: 
 Superficiais: comprometem toda 
epiderme até porções superficiais da 
derme, são muito dolorosas, com 
superfície rosada, úmida e com bolhas. 
 Profundas: comprometem toda 
epiderme e a camada reticular da 
derme. A pele se mostra seca, com 
coloração rosa pálido, podendo 
comprometer a vascularização. Pode 
apresentar dor moderada 
 
 
→ Terceiro Grau: 
 Compromete epiderme, derme e 
hipoderme. A área pode ser tanto 
pálida quanto vermelho-amarelada. 
Costuma não apresentar dor. 
 Não reepiteliza, necessita de enxerto de 
pele 
 
→ Quarto Grau: 
 Compromete pele, subcutâneo, 
músculos e até ossos 
 Típico de queimaduras elétricas 
 
 Enxerto: tem área doadora e área 
receptora 
 Retalho: usada uma parte da pele para 
cobrir a lesão 
 Se queimar o rosto → entubar 
 
Quanto à Extensão 
→ Superfície Corpórea Queimada (SCQ) 
 Regra dos 9 
 Superfície palmar representa 1% SCQ 
 Áreas nobres: Face, mão, pé, inguinal, 
órgão genital... 
 
 Não importa a quantidade da 
queimadura no local, o que importa é 
onde queimou → mesmo se respingar 
 Trauma elétrico → politrauma 
 
→ Diagrama de Lund Browder: para 
queimaduras de RNs nas idades 0, 1, 5, 10, 15 
 
 
 
Quanto à Complexidade 
→ Pequeno Queimado: 
 Queimaduras 1º grau (qualquer 
percentagem) 
 2º grau até 5% SCQ em crianças e 10% 
SCQ adultos 
→ Médio Queimado: 
 2º grau 5-15% SCQ em crianças e 10-20% 
SCQ em adultos, qualquer queimadura 
de 2o grau em mão, pé, face, pescoço, 
axila ou grande articulação 
 Queimadura 3º grau < 5% SCQ em 
crianças e <10% SCQ em adultos, que 
não envolvam mão, pé, face ou 
períneo 
→ Grande queimado: 
 2º grau > 15% SCQ em crianças e >20% 
SCQ em adultos 
 Queimadura de 3º grau >5% SCQ em 
crianças e >10% SCQ em adultos 
 2º ou 3º grau acometendo períneo, 3º 
grau atingindo mão, pé, face, pescoço 
ou axila 
 Queimadura elétrica, qualquer 
acometimento de via aérea, 
politrauma, paciente com outras 
comorbidades. 
→ Queimadura é um Trauma 
→ Devemos realizar o XABCDE do Trauma 
 
A 
• Visualizar via aérea 
• Indícios de inalação ou de queimadura de 
via aérea SEMPRE intubar, mesmo estando o 
paciente ventilando bem 
• Transferir para Centro de Queimados. 
 
B 
• Observar padrão respiratório e sempre que 
alterado proceder a Intubação 
 
C 
• Qualquer vítima com mais de 20% de SCQ 
necessita de reposição volêmica + 2 acessos 
calibrosos (fossa cubital) + RL (ringer lactato – 
indicado para reidratação e reestabelecer o 
equilíbrio hidroeletrolítico) 
• Fórmula de Parkland: cálculo de reposição 
volêmica em queimados 
 2-4 ml/kg /%SCQ desse total metade 
deve ser infundido nas primeiras 8 horas 
da queimadura e o restante nas outras 
16 horas 
 Lembrar que deve-se monitorar diurese 
para que permaneça entre 0,5-1ml/kg/h 
 Evitar diuréticos e DVA (droga vasoativa) 
 Em pacientes com queimadura elétrica 
sempre monitorizar atividade cardíaca e 
diurese 1,5ml/kg/h. 
 Se tiver várias áreas queimadas, 
variando em profundidade, as de 1o 
grau não entram na contagem p/ 
reposição 
 
D 
• Estado neurológico. Avaliar pela escala de 
Glasgow 
 
E 
• Exposição de toda superfície corporal 
• IMPORTANTE: Permite identificar o tipo de 
queimadura e a profundidade da lesão 
 
Tratamento da dor 
→ Adultos: 
 Dipirona: 500mg a 1g EV 
 Morfina: 1 ml (10mg) diluído em 9 ml de 
SF 0,9%, fazer de 0,5 a 1 ml p/ cada 10kg 
de peso (1ml=1mg) 
→ Crianças: 
 Dipirona: de 15 a 25 mg/kg EV 
 Morfina: 1 ml (10mg) diluído em 9 ml de 
SF 0,9%, fazer de 0,5 a 1 ml p/ cada 10kg 
de peso (1ml=1mg) 
→ Após a ressuscitação volêmica e 
estabilização clínica toda atenção deve se 
voltar para a área queimada. 
1. Lavar abundantemente a área 
traumatizada com solução fisiológica 
0,9% 
2. Cobrir a lesão a fim de evitar a perda 
de calor, diminuir riscos de infecção. 
Cobrir com gaze/vaselina ou jelonet 
(para queimaduras de 2º grau 
superficiais) e Sulfadiazina de Prata 
(para 2º grau profunda e 3º grau). 
Colagenase com cloranfenicol 
(desbridante e antibiótico) e Óxido de 
zinco (cicatrizante) 
3. Analgesia deve ser feita conforme a 
gravidade do paciente4. Desbridar lesões de 2º e 3º 
eventualmente tratadas com enxerto 
(1ª semana da lesão). Deve-se sempre 
realizar escarotomia em lesões 
circunferenciais nos membros e no tórax 
para evitar déficit de perfusão nos 
membros e a disfunção respiratória (por 
diminuição da expansão da caixa 
torácica) 
5. Em pacientes com queimaduras de 2º 
grau orientar a troca diária de curativos 
6. Nas queimaduras elétricas, ficar atento 
para lesão muscular, devendo-se dosar 
mioglobina na urina. Observar o 
membro queimado para que não 
desenvolva síndrome compartimental. 
Nesses casos deve-se realizar 
fasciotomia precoce 
7. Restrinja o uso de antibiótico sistêmico 
profilático apenas às queimaduras 
potencialmente colonizadas e com 
sinais de infecção 
 Evite o uso indiscriminado de 
corticosteroides por qualquer via. 
 As queimaduras circunferenciais em 
tórax podem necessitar de 
escarotomia para melhorar a 
expansão da caixa torácica. 
 Para escarotomia de tórax, realize 
incisão em linha axilar anterior unida à 
linha abaixo dos últimos arcos costais 
8. Para escarotomia de membros 
superiores e membros inferiores, realize 
incisões mediais e laterais 
 Habitualmente, não é necessária 
anestesia local, porém, necessidade 
de se proceder à hemostasia 
9. Em genitálias e face, devem ser feitos 
curativos abertos 
 
 
 
→ Identifique se o trauma foi: 
 Fonte de alta tensão 
 Corrente alternada ou contínua, ponto 
de entrada e saída. 
→ Avalie os traumas associados (queda de 
altura e outros traumas) 
→ Avalie se ocorreu perda de consciência 
ou PCR no momento do acidente 
→ Avalie a extensão da lesão e a passagem 
da corrente 
→ Fazer a monitorização cardíaca contínua 
por 24h a 48h e dosar de enzimas (CPK e 
CKMB) 
→ Procure sempre internar o paciente que for 
vítima deste tipo de trauma 
→ Avalie eventual mioglobinúria e estimule o 
aumento da diurese com maior infusão de 
líquidos 
→ Na passagem de corrente pela região do 
punho (abertura do túnel do carpo), avalie o 
antebraço, o braço e os membros inferiores 
e verifique a necessidade de escarotomia 
com fasciotomia 
 
 
→ Equipe resgate deve utilizar EPI para evitar 
o contato com o agente químico 
→ Identifique o agente causador da 
queimadura: ácido, base ou composto 
orgânico 
→ Avalie a concentração, o volume e a 
duração de contato 
→ Lembre que a lesão é progressiva, remova 
as roupas e retire o excesso do agente 
causador 
→ Remova o excesso com panos em caso 
de queimadura por substância em pó 
→ Irrigue exaustivamente os olhos no caso de 
queimaduras oculares 
→ Interne o paciente, entre em contato com 
o centro toxicológico 
→ Nas queimaduras por ácido fluorídrico (HF) 
com repercussão sistêmica, institua a 
aplicação EV lenta de SF 0,9% com mais 
10ml de gluconato de cálcio a 10% e 
acompanhe laboratorialmente a reposição 
do cálcio iônico 
→ Aplique gluconato de cálcio a 2,5% na 
forma de gel sobre a lesão, friccione a 
região afetada durante 20 minutos (para 
atingir planos profundos) e monitore os 
sintomas dolorosos 
→ Caso não haja melhora: 
 Infiltrar via subcutâneo na área da 
lesão, gluconato de cálcio diluído em SF 
0,9%, na média de 0,5ml/cm2 da lesão, 
da borda da queimadura com direção 
ao centro (assepsia normal) 
 Se dificuldade respiratória, poderá ser 
necessária a IOT 
 
→ São considerados sinais e sintomas de 
infecção em queimadura: 
 Mudança da coloração da lesão 
 Edema de bordas das feridas ou do 
segmento corpóreo afetado 
 Aprofundamento das lesões 
 Mudança do odor (fétido) 
 Descolamento precoce da escara seca 
e transformação em escara úmida 
 Coloração hemorrágica sob a escara 
 Celulite ao redor da lesão 
 Vasculite no interior da lesão (pontos 
avermelhados) 
 Aumento ou modificação da queixa 
dolorosa 
 
→ Critérios: 
 Queimaduras de 2° grau em áreas 
maiores do que 20% da SCQ em adultos 
 Queimaduras de 2° grau maiores do 
que 10% da SCQ em crianças ou 
maiores de 50 anos 
 Queimaduras de 3° grau em qualquer 
extensão 
 Lesões na face, nos olhos, no períneo, 
nas mãos, nos pés e em grandes 
articulações 
 Queimadura elétrica 
 Queimadura química 
 Lesão inalatória ou lesão circunferencial 
de tórax ou de membros 
 Doenças associadas, tentativa de 
autoextermínio (suicídio), politrauma, 
maus-tratos ou situações sociais 
adversas 
 A transferência deve ser a unidade de 
tratamento de queimaduras (UTQ) de 
referência, após a estabilização 
hemodinâmica e as medidas iniciais 
 Pacientes graves somente deverão ser 
transferidos pela USA 
 O transporte aéreo para pacientes com 
trauma, pneumotórax ou alterações 
pulmonares deve ser realizado com 
extremo cuidado, pelo risco de 
expansão de gases e piora clínica 
 Cuidado ao prontuário: envie sempre 
relatório com todas as informações 
colhidas, as anotações de condutas e 
os exames realizados 
 
 
→ Lembrar do tromboembolismo pulmonar, 
da úlcera de estresse, do toxóide tetânico 
→ A antibióticoterapia profilática em 
queimados não é indicada (aumento ou 
modificação da queixa dolorosa) 
→ A recomendação do MS acerca do 
toxóide tetânico é a seguinte: 
 
 
 
→ Vai depender: 
 Extensão 
 Profundidade 
 Localização da queimadura 
 Lesões ou doenças associadas (trauma, 
intoxicação) 
 Pacientes que apresentam hipóxia, 
choque e/ou sepse, tem risco 
aumentado de morte

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