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Aula_Câncer na Mulher

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Tatiele Santos dos Reis
Psicóloga CRP 03/25214
O Câncer na Mulher:
Aspectos subjetivos
do adoecimento
Apresentação
Psicóloga pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) 2019
Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso pela
Universidade Federal de Alagoas (UFAL 2019-2021)
Residência Multiprofissional em Saúde - Oncologia pela Universidade do
Estado da Bahia (2021-2023)
Hospital Universitário Professor Alberto Antunes 
Hospital Aristides Maltez
Hospital da Mulher
Hospital Santa Izabel
Centro de Referência em Oncologia - CICAN
Hospital Universitário Professor Edgard Santos
Atuação
 Representações sociais do câncer e as implicações na
construção dos cuidados 
Dados epidemiológicos do câncer na população feminina
 Principais tipos e tratamentos do câncer 
Aspectos subjetivos e especificidades do cuidado a saúde
da mulher
Inserção da psicologia no cuidado a saúde da mulher com
câncer 
1.
2.
3.
4.
5.
Programação
Representações sociais 
do câncer
O câncer atinge diversos
aspectos --> emocionais,
relacionamento, espirituais e
financeiros
Problema de saúde pública
mundialmente
111 participantes vivendo o
adoecimento oncológico
Estratégias de Enfrentamento,
construção de conhecimentos, em
atitudes e em práticas
Diagnóstico muito temido
Dib, Gomes, Ramos, França, Paes, Fleury (2022)
Ruptura na biografia --> Atividade laboral, relações
sociais e conjugais, imagem corporal, sexualidade,
lazer, etc. 
Incertezas acerca do futuro, da abordagem terapêutica
e suas possíveis reações adversas, da mudança de
rotina e da diminuição da privacidade em razão da
internação
Estigmas --> associada à finitude e ao sofrimento 
Impactos na rede de apoio e comunitário
Diagnóstico
Silva, Arboit, & Menezes (2020)
Estágio da doença
Proposta terapêutica
História de vida pregressa ao adoecimento
Comunicação em Saúde
Histórico psiquiatrico 
Rede de apoio
Papel desempenhado dentro do grupo familiar
Idade
Estilo de Enfrentamento Silva, Arboit, & Menezes (2020)
Maciel, S. C. & Sá-Serafim (2014)
Experiência
singularizada
Pessoas idosas e socialmente vulneráveis, são as mais propensas a
desenvolver doenças crônicas e padecer de limitações funcionais 
As desigualdades sofridas ao longo do curso de vida têm efeito
cumulativo ao processo biológico do envelhecimento --> são as
mulheres idosas e negras as mais afetadas pelas condições crônicas e
as mais vulneráveis ao adoecimento
Rabelo e Silva (2021) 
Equidade 
O itinerário terapêutico é o caminho que a mulher desenvolve em
busca de auxílio para uma doença, o que inclui diferentes opções
de cuidado, muitas delas simultâneas, bem como engajamentos e
abandonos de tratamento
a doença como disparador para a busca de terapêutica
Atribuição ao processo saúde-doença-
cuidado
ancorada em suas vivências prévias e na forma
como vivencia a doença
Demétrio, Santana & Pereira-Santos, 2020
Em que
lugar a
doença se
insere na
história de
vida?
Busca por assistência em saúde --> fatores de ordem
psicossocial, econômica e cultural 
Diagnóstico tardio --> acesso aos serviços de saúde -
-> países em desenvolvimento têm encontrado barreiras
organizacionais que dificultam o acesso aos sistemas
de saúde 
Desconhecer ou subestimar os sinais e sintomas
oncológicos
(França et al., 2020)
Dados Epidemiológicos
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estimativas-no-brasil/1705/1/#:~:text=Equipe%20Oncoguia&text=Por%20g%C3%AAnero%2C%20os%20tipos%20de,tireoide%20(5%2C8%25).
704 mil novos casos
de câncer para cada
ano do triênio 2023-
2025
70% da incidência -->
Sul e Sudeste 
Taxa de incidência
Doença multifatorial --> fatores
endócrinos/história reprodutiva,
comportamentais/ambientais e genéticos/hereditários
(BRCA1 e BRCA2,bebida alcoólica, sobrepeso e
obesidade, inatividade física, exposição à radiação
ionizante,tabagismo)
Fatores de proteção: Praticar atividade física,
manter o peso corporal adequado, alimentação
saudável e evitar/reduzir o consumo de bebidas
alcóolicas. Amamentar, não fumar e evitar o
tabagismo passivo
 
Câncer de Mama
Inca (2022)
Rastreamento: A mamografia de rastreamento – exame de rotina em
mulheres sem sinais e sintomas – é recomendada na faixa etária
de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e
dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior
incerteza sobre benefícios.
A mama é um dos principais símbolos da identidade feminina,
relacionados ao prazer, sensualidade, sexualidade e maternidade
Evoca uma série de sentimentos que podem ser de difícil
administração, tais como, angústia, raiva, inquietação,
tristeza, ansiedade e medo
Inca (2022)
Maciel & Sá-Serafim (2014)
Também chamado de câncer cervical --> Evolução Lenta, com lesões
precursoras até torna-se invasivo (lesões intraepiteliais escamosas
de alto grau e adenocarcinoma in situ -- tratáveis)
Predominante em mulheres de 35 a 55 anos --> raro em mulheres com
até 30 anos
Fatores de risco: 
Rastreamento e Diagnóstico Precoce 
Citologia Cervical (Papanicolau)
 Infecção por papilomavírus humano - HPV (16; 18; 32 e 64)
Início precoce de atividade sexual
Múltiplos parceiros
Baixa escolaridade e renda
Falta de orientação sobre educação sexual
Acesso limitado aos serviços de saúde
Má assistência obstétrica ocasionando lesão no colo
Inca, 2020
Câncer de Colo de útero
Mulheres ou pessoa com colo do útero, de 25 a 64 anos e que já
tiveram atividade sexual --> incluindo homens trans e pessoas não
binárias designadas mulher ao nascer --> exame a cada três anos,
após dois controles anuais negativos 
Justificativa: faixa etária de maior ocorrência das lesões de alto
grau, passíveis de serem tratadas efetivamente para não evoluírem
para o câncer --> Antes dos 25 anos prevalecem as infecções por HPV
e as lesões de baixo grau, que regredirão espontaneamente na maioria
dos casos e, portanto, podem ser apenas acompanhadas 
Segundo a OMS, com uma cobertura da população-alvo de, no mínimo,
80% e a garantia de diagnóstico e tratamento adequados dos casos
alterados, é possível reduzir, em média, de 60 a 90% a incidência do
câncer cervical invasivo
Inca, 2020
Diretrizes de Rastreamento
Fatores que contribuem para a não adesão ao
Papanicolau --> vergonha e a falta de tempo foram os
mais citados nos dois grupos. Foram mencionados
também o desconhecimento do câncer de colo de útero,
o sentimento de medo de se deparar com o resultado
positivo e a dificuldade para se realizar o exame
 Barreiras psicossociais/culturais --> estado
civil, escolaridade, renda, religião, região
demográfica e idade
 
Iglesias, Larrubia, Campos Neto, Pacca e Lembo, 2019
 Principais motivos para a resistência --> questões
culturais, como o receio da dor, vergonha,
desconhecimento do procedimento, local de realização
e a não permissão do parceiro para que a mulher
realize o exame
Variável escolaridade: predominância de casos de
câncer do colo uterino em mulheres com nenhum a três
anos de escolaridade (84,17%), enquanto nas mulheres
com mais de oito anos de escolaridade houve baixa
incidência (14,83%)
Vacinação contra o HPV 09 a 14 anos
Iglesias, Larrubia; Campos Neto; Pacca e Lembo, 2019
Tratamento
Hormonioterapia
Quimioterapia
Radioterapia
Cirurgia
Braquiterapia
Imunoterapia
Quimioterapia
Movimentação na dinâmica de vida, que tem o potencial de instaurar
um período de “crise”
Pessoas idosas cursam com mais efeitos colaterais, refletindo na
qualidade de vida 
Os principais efeitos são: alopecia, irregularidade da menstruação,
infertilidade, náuseas, vômitos, fadiga, disfunção cognitiva, ganho
de peso, palidez, menopausa induzida, diminuição da lubrificação
vaginal, redução do desejo sexual, entre outros.
Na infusão de quimioterapia --> concretiza o adoecimento, e nesse
espaço e em tudo que o compõe (equipamentos, medicamentos, equipe) a
doença se presentifica 
(Silva, Arboit & Menezes, 2020; Machado, Soares & Oliveira, 2017; Braga, et al. 2019)
Estenose vaginal --> quando o canal vaginal tem uma diminuição no
seu comprimento e/oulargura devido ao acúmulo de tecido cicatricial
na vagina
Exercício de dilatação vaginal com uso da prótese peniana, em média,
2 a 3 vezes por semana, por cerca de dez minutos, iniciada após
finalização do tratamento;
Duarte, et.al, 2020
Modalidade terapêutica da
radioterapia que utiliza
fontes radioativas em íntimo
contato com a região a ser
tratada
Braquiterapia
Psicologia Oncologia
Utiliza conhecimentos educacionais,
profissionais e metodológicos
provenientes da Psicologia da Saúde
(Gimenes, 1994)
O contexto está atravessado pelo
sofrimento, que será vivenciado em maior
ou menor intensidade pelas pacientes
Inserção da Psicologia
Portaria 3.535 do Ministério da Saúde de 14 de outubro de 1998,
que estabelece critérios para cadastramento de centros de
atendimento em oncologia, tornando obrigatória a presença desses
profissionais compondo a equipe multiprofissional. 
Autoestima 
e Mudanças
Corporais 
Filhos, 
família e
fertilidade
Morte 
Finitude 
Encargos
financeiros 
Adesão
terapêutica
Ponto de
Mutação
Barreiras/
dificuldades
institucionais
Rede de apoio e Comunitária 
Espiritualidade/Religiosidade/Crenças 
Suporte financeiro/ ter renda 
Estilo de enfrentamento anterior ao adoecimento 
Machado, Soares & Oliveira (2017)
Silva, Arboit & Menezes (2020); Machado, Soares & Oliveira (2017) 
Silva, Arboit & Menezes, (2020) 
Maciel & Sá-Serafim, (2014)
Facilitadores
Sentimento de culpa, fracasso e impotência 
Insegurança e medo do abandono pelos companheiros/familiares 
Baixa adesão a terapêutica e ao autocuidado
 Transporte intermunicipal 
Adoecimento psíquico sem tratamento (ex.: depressão, transtorno de
ansiedade generalizado, etc) 
Machado, Soares & Oliveira (2017) 
Maciel & Sá-Serafim, (2014)
Viana e cols., (2021) 
Viana e cols., (2021) 
Cantinelli e Cols., (2006)
Dificultadores 
Atuação em equipe
multiprofissional
Prontuário compartilhado 
Discussão de caso
Ética e Bioética
Prática Colaborativa 
Espaços formais/informais de diálogo
Mediação do diálogo
Referências
Dib, R. V., Gomes, A. M. T., Ramos, R. D. S., França, L. C. M., Paes, L. D. S., & Fleury, M. L. D.
O. (2022). Pacientes com Câncer e suas Representações Sociais sobre a Doença: Impactos e
Enfrentamentos do Diagnóstico.
Demétrio, F., Santana, E. R. D., & Pereira-Santos, M. (2020). O itinerário terapêutico no Brasil:
revisão sistemática e metassíntese a partir das concepções negativa e positiva de saúde. Saúde em
Debate, 43, 204-221
Silva, F. C. N., Arboit, É. L., & Menezes, L. P. (2020). Counseling of women through oncological
treatment and mastectomy as a repercussion from breast cancer/Enfrentamiento de mujeres ante del
tratamiento oncológico y de la mastectomía como repercusión del cáncer de mama. Revista de Pesquisa
Cuidado é Fundamental Online, 12, 357-363.
Rabelo, D. F., & Silva, J. (2021). Vulnerabilidades em idosos: saúde, suporte social, chefia e
sustento familiar. Saúde e Pesquisa, 14(Supl. 1)), 1-14.
França, A. F. O., Silva, R. M. M. D., Monroe, A. A., Mairink, A. P. A. R., Nunes, L. C., &
Panobianco, M. S. (2021). Itinerário terapêutico de mulheres com câncer de mama em município de
fronteira. Revista Brasileira de Enfermagem, 74.
Ferreira, A. S., Bicalho, B. P., Neves, L. F. G., Menezes, M. T., Silva, T. A., Faier, T. A., &
Machado, R. M. (2016). Prevalência de ansiedade e depressão em pacientes oncológicos e identificação
de variáveis predisponentes. Revista Brasileira de Cancerologia, 62(4), 321-328
Maciel, N. S., Luzia, F. J. M., Ferreira, D. S., Ferreira, C. C., Mendonça, V. M., Oliveira, A. W.
N., & Sousa, L. B. (2021). Busca ativa para aumento da adesão ao exame papanicolaou. Rev enferm
UFPE on line. 
Braga, D. A. de O., Vasconcelos, L. L. de, Paiva, C. E. Q., Silva Prado, R. M. da, & Torres Barros,
K. B. N. (2019). Qualidade de vida do idoso em tratamento oncológico. Revista De Ciências Médicas E
Biológicas, 18(2), 249–253. 
Machado, M. X., Soares, D. A., & Oliveira, S. B. (2017). Significados do câncer de mama para
mulheres no contexto do tratamento quimioterápico. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 27, 433-451
Duarte, É. B., da Rosa, L. M., Radünz, V., Dias, M., da Silva, R. H., Lunardi, F., & Pessi, M. R.
(2020). Mulheres em braquiterapia pélvica:(des) conhecimento e atenção profissional como
significado. Cogitare Enfermagem, 25.
tatielesdr_12@yahoo.com.br
@psicologa.tatiele
OBRIGADA!

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