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SISTEMA DE ENSINO
DIREITOS 
HUMANOS
Corte Interamericana de Direitos 
Humanos
Livro Eletrônico
2 de 80www.grancursosonline.com.br
Karoline Leal
Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos ........................................................................................................................................... 3
Introdução .......................................................................................................................................................... 3
1. Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH).......................................................... 4
1.1. Regime Jurídico e Composição da Corte IDH ..............................................................................8
1.2. Jurisdição Consultiva da Corte Interamericana de Direitos Humanos ........................ 13
1.4. Jurisdição Contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Humanos .................... 24
1.5. Procedimento Contencioso da Corte IDH ................................................................................. 29
1.6. Medidas de Urgência no Sistema Interamericano ............................................................... 32
Resumo ............................................................................................................................................................ 35
Questões de Concurso ...............................................................................................................................37
Gabarito.............................................................................................................................................................47
Gabarito Comentado .................................................................................................................................. 48
Anexo ..................................................................................................................................................................72
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Karoline Leal
Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
Introdução
Olá, querido(a) amigo(a)! Vamos voltar com tudo aos estudos de direitos humanos. Na 
nossa aula de hoje, iremos falar da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Eu fiz 
questão de deixar uma aula exclusiva para esse tema porque ele CAI DEMAIS!
Já quero combinar algo com você: faça a leitura da Convenção Americana de Direitos 
Humanos. Leia e grife! A Convenção é muito rica de informações. Se o seu tempo estiver mais 
exíguo, leia apenas o trecho da Corte Interamericana que disponibilizei no fim desta aula. Mas 
depois leia toda a Convenção, ok?
Vamos lá!
Cronograma
Já organize sua rotina de estudos! Nosso curso de direitos humanos em PDF vai contem-
plar a matéria básica prevista nos editais de provas de Defensoria Pública. Assim, teremos 10 
materiais para você detonar nas provas!
NOME DA AULA CONTEÚDO DO EDITAL
Aula 01 – Teoria geral dos direitos humanos
Origem histórica, evolução, proteção internacional, hermenêu-
tica, princípios e características. 
Aula 02 – Internacionalização dos direitos huma-
nos e Sistemas global e regionais de proteção 
de direitos humanos. 
Sistema internacional de proteção dos direitos humanos. O 
sistema da Liga das Nações. Instrumentos internacionais de 
direitos humanos. Os limites dos direitos humanos na ordem 
internacional. Mecanismos de proteção contra as violações 
de direitos humanos. Sistema ONU e Sistemas regionais. 
Aula 03 – Comissão Interamericana de direitos 
humanos 
Funções e competência. Casos admitidos envolvendo o Brasil. 
Defensores Interamericanos. Decisões envolvendo o Brasil. 
Medidas de urgência. 
Aula 04 – Corte Interamericana de direitos 
humanos
Funções e competência. Casos admitidos envolvendo o Brasil. 
Defensores Interamericanos. Decisões envolvendo o Brasil. 
Medidas de urgência. 
Aula 05 – Jurisprudência internacional
Casos emblemáticos da CIDH, da Corte Interamericana de 
Direitos Humanos e Corte Europeia de Direitos Humanos. 
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Karoline Leal
Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Aula 06 – Principais documentos globais de pro-
teção dos direitos humanos
Carta das Nações Unidas. Declaração universal de direi-
tos humanos. Pacto internacional de direitos civis e políticos 
(PIDCP). Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais 
e Culturais (PIDESC). Convenção para a Prevenção e Punição ao 
crime de genocídio. Convenção Relativa ao Estatuto dos Refu-
giados. Convenção sobre a eliminação de todas as formas de 
discriminação racial. Convenção sobre a eliminação de todas 
as formas de discriminação contra a mulher. Convenção contra 
a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou 
degradantes. Convenção sobre os direitos da criança. Conven-
ção sobre os direitos da pessoa com deficiência. Declaração 
das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas. Con-
venção sobre a diversidade biológica. 
Aula 07 – Principais documentos regionais de 
proteção de direitos humanos
Convenção Americana de Direitos Humanos. Convenção Inte-
ramericana para prevenir e punir a tortura. Convenção Inte-
ramericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra 
mulher. Convenção Interamericana sobre a eliminação de 
todas as formas de discriminação contra pessoas portadoras 
de deficiência.
Aula 08 – Direitos humanos e o ordenamento 
jurídico brasileiro
 A incorporação dos tratados internacionais de proteção de 
direitos humanos ao direito brasileiro. A posição hierárquica 
dos tratados internacionais de Direitos Humanos em face da 
Constituição da República do Brasil. Reflexos do Direito Inter-
nacional dos Direitos Humanos no direito brasileiro.
Aula 09 – Controle de convencionalidade
Evolução histórica, conceito, características, limites e reper-
cussão no direito brasileiro. 
Aula 10 – Direitos Humanos na Constituição 
Federal de 1988 e Direitos Humanos das mino-
rias e de vítimas de injustiças históricas
Mecanismos de proteção aos direitos humanos na Constitui-
ção da República do Brasil. Federalização de crimes contra 
os Direitos Humanos. Direitos humanos em espécie e Direitos 
Humanos das minorias e de vítimas de injustiças históricas: 
mulher, negro, criança e adolescente, idoso, pessoa com defici-
ência, pessoas em situação de rua, povos indígenas, LGBT (lés-
bicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), 
quilombolas, sem‐teto, sem‐terra, imigrantes e refugiados.
1. Corte InteramerICana de dIreItos Humanos (Corte IdH)
A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) é uma instituição judicial autô-
noma do sistema interamericano que tem como objetivo aplicar e interpretar a Convenção 
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Karoline Leal
Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Americana sobre Direitos Humanos (CADH), podendo também, no exercício da sua competência 
consultiva, expandir a atividade interpretativa para outros tratados concernentes à proteção 
dos direitos humanos nos Estados americanos.
A natureza jurídica de instituição judicial autônoma da Corte IDH, reconhecida em seu 
Estatuto (art. 1º) e em sua jurisprudência (Opinião Consultiva n. 1/1982, § 19), coloca-a como 
órgão da própria Convenção Americana, não integrando – diferentemente da Comissão Intera-
mericana – a estrutura da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Então, já memorize duas coisas: a Corte IDH tem função contenciosa (que realiza julgamento) 
e consultiva (que dá diretrizes de aplicação da CADH e dos tratados do sistema interamericano).
Diferentemente da CIDH, que foi criada por meio de resolução de Reunião de Consulta de 
Ministros de Relações Exteriores, vindo a integrar formalmente a estrutura de um tratado – a 
Carta da OEA – somente anos mais tarde, com o Protocolo de Buenos Aires (1967), a Corte IDH 
já nasceu com base convencional, poisfoi criada pela Convenção Americana (1969).
LEMBRE-SE:
• CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos): foi criada por meio de resolução 
de Reunião de Consulta de Ministros de Relações Exteriores;
• Corte IDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos): foi criada com a Convenção 
Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).
Mesmo devidamente instalada e com o seu regime jurídico em vigor, isto é, com a CADH, 
o Estatuto e o Regulamento da Corte IDH já em vigor, a Corte levou alguns anos para exercer a sua 
função contenciosa, vindo a proferir a primeira sentença de mérito somente em julho de 1988.
Pois é, demorou, não é? O primeiro caso foi o Caso Velásquez Rodríguez vs. Honduras. 
O caso foi apresentado na Corte pela Comissão Interamericana em 1986, juntamente com os 
outros dois casos hondurenhos, os Casos Fairén Garbi e Solís Corrales e o Caso Godínez Cruz 
vs. Honduras). Os primeiros casos foram todos de Honduras e ficou conhecido como ciclo 
hondurenho.
E por que demorou tanto? A doutrina atribui a demora à inércia da Comissão Interamerica-
na (CIDH) para submeter os casos à Corte e ao lento processo de aceitação da competência 
contenciosa da Corte pelos Estados.
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Karoline Leal
Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Observe uma coisa: para a competência contenciosa, não basta que o Estado tenha as-
sinado o Pacto de San José, é necessário que tenha, adicionalmente, aceitado esta da Corte. 
Entende? A competência consultiva é automática, já a competência contenciosa é facultativa 
e depende de manifestação de vontade específica.
Assim, os primeiros anos da Corte IDH foram marcados pelo exercício exclusivo da compe-
tência consultiva, tendo emitido nove opiniões consultivas até o ano em que proferiu a primeira 
sentença de mérito (1988).
Questão 1 (VUNESP/TJM-SP/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2016) Em relação à Comis-
são e à Corte Interamericana de Direitos Humanos, é correto afirmar que
a) apenas em 2001 o Brasil reconheceu a competência jurisdicional da Corte.
b) apenas a Comissão e os Estados-Membros podem submeter um caso à Corte Interamericana. 
Contudo, em situações excepcionais, o  indivíduo tem legitimidade direta para submeter um 
caso à essa Corte.
c) no plano contencioso, se reconhecida a efetiva ocorrência de violação a algum direito do 
homem, a Corte recomendará a adoção de medidas que se façam necessárias à restauração 
do direito violado. Contudo, essa decisão não possui força vinculante e obrigatória para os 
envolvidos, não podendo ser executada nos países respectivos.
d) a Corte possui duas atribuições essenciais: uma de natureza consultiva, outra de natureza 
contenciosa. A primeira pode ser solicitada por qualquer membro da OEA, já quanto à segunda, 
a competência é limitada aos Estados-Membros e à Comissão.
e) em caso de urgência, a Comissão poderá, por iniciativa própria ou mediante solicitação da 
parte, implementar medidas cautelares para evitar danos irreparáveis.
Letra d.
�a) Errada. O Brasil reconheceu a competência da Corte em 1998, e não em 2001.
�b) Errada. Não há nenhuma exceção que permita os indivíduos acionarem diretamente a Corte. 
Veja o artigo 61. 1 da CADH: “Somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito de subme-
ter um caso à decisão da Corte”.
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Karoline Leal
Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
�c) Errada. Quem recomenda medidas é a Comissão, e não a Corte.
Artigo 41. A Comissão tem a função principal de promover a observância e a defesa dos direitos 
humanos e, no exercício de seu mandato, tem as seguintes funções e atribuições: b) formular re-
comendações aos governos dos Estados-Membros, quando considerar conveniente, no sentido de 
que adotem medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis internas e 
seus preceitos constitucionais, bem como disposições apropriadas para promover o devido respeito 
a esses direitos. Ademais, a sentença da Corte tem efeito vinculante.
�d) Certa. Veja o artigo 64.1 da CADH:
Os Estados-Membros da Organização poderão consultar a Corte sobre a interpretação desta Con-
venção ou de outros tratados concernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados ameri-
canos. Também poderão consultá-la, no que lhes compete, os órgãos enumerados no capítulo X da 
Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
�Veja também o artigo 61.1 da CADH: “Somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito de 
submeter um caso à decisão da Corte”.
�e) Errada. As  medidas cautelares não são implementadas pela CIDH. Na verdade, a  CIDH 
solicita que o Estado adote as medidas cautelares. Vejo o artigo 25.1 do Regulamento da CIDH:
Com fundamento nos artigos 106 da Carta da Organização dos Estados Americanos, 41.b da Con-
venção Americana sobre Direitos Humanos, 18.b do Estatuto da Comissão e XIII da Convenção Inte-
ramericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas, a Comissão poderá, por iniciativa própria 
ou a pedido de parte, solicitar que um Estado adote medidas cautelares. Essas medidas, tenham 
elas ou não conexão com uma petição ou caso, deverão estar relacionadas a situações de gravidade 
e urgência que apresentem risco de dano irreparável às pessoas ou ao objeto de uma petição ou 
caso pendente nos órgãos do Sistema Interamericano.
Veja um pouco mais sobre a história da Corte IDH.
Em novembro de 1969, foi realizada em San José, Costa Rica, a Conferência Especializada Intera-
mericana sobre Direitos Humanos. Nela, os delegados dos Estados-Membros da Organização dos 
Estados Americanos elaboraram a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que entrou em 
vigor em 18 de julho de 1978, quando o décimo primeiro instrumento de ratificação foi depositado 
por um Estado-membro da OEA.
(…)
Esse tratado regional é obrigatório para os estados que o ratificam ou aderem e representa o culmi-
nar de um processo iniciado no final da Segunda Guerra Mundial, quando as nações das Américas 
se reuniram no México e decidiram que uma declaração de direitos humanos devia ser elaborada, 
para que pudessem eventualmente ser adotados como uma convenção. Essa declaração, a Declara-
ção Americana dos Direitos e Deveres da Pessoa, foi aprovada pelos Estados-Membros da OEA em 
Bogotá, Colômbia, em maio de 1948.
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Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
A fim de salvaguardar os direitos essenciais do homem no continente americano, a Convenção es-
tabeleceu dois órgãos competentes para ouvir violações dos direitos humanos: a Comissão Intera-
mericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos. A primeira foi criada 
em 1959 e iniciou suas funções em 1960, quando o Conselho da OEA aprovou seu Estatuto e elegeu 
seus primeiros membros.
No entanto, a Corte IDH não pode se estabelecer e se organizar até a entrada em vigor da Conven-
ção [que ocorreu em 18 de julho de 1978, quando o décimo primeiro instrumento de ratificação foi 
depositado por um Estado-Membro da OEA]. Em 22 de maio de 1979, durante o Sétimo Período Ex-
traordinário de Sessões da Assembleia Geral da OEA, os Estados Partes na Convenção Americana 
elegeram os juristas que, a título pessoal, seriam os primeiros juízes a compor a Corte Interameri-
cana. A primeira reunião da Corte foi realizada em 29 e 30 de junho de 1979 na sede da OEA em 
Washington, DC.
A Assembleia Geral da OEA, em 1º de julho de 1978, recomendou a aprovação da oferta formal do 
Governo da Costa Rica para a sede da Corte a ser estabelecida naquele país. Essa decisão foi poste-
riormente ratificada pelos Estados Partes da Convenção durante o Sexto Período Extraordinário de 
Sessões da Assembleia Geral, realizado em novembro de 1978. A cerimônia de instalação da Corte 
foi realizada em San José, em 3 de setembro de 1979.
Durante o Nono Período Ordinário de Sessões da Assembleia Geralda OEA, o Estatuto da Corte foi 
aprovado e, em agosto de 1980, a Corte aprovou seu Regulamento.
(…)
Fonte: http://www.corteidh.or.cr/historia.cfm
1.1. regIme JurídICo e ComposIção da Corte IdH
A Corte Interamericana é regida juridicamente pela CADH (também chamada de Pacto de 
San José da Costa Rica) (artigos 52 a 69), assim como pelo seu Estatuto, elaborado por ela 
e aprovado pela Assembleia Geral da OEA em 1979. É  regida ainda pelo seu Regulamento, 
expedido por ela própria, datando o primeiro regulamento de 1980. O regulamento foi substituído 
depois, sucessivamente, pelos Regulamentos de 1991, 1996, 2000, 2003 e 2009.
E qual a composição da Corte IDH? A composição da Corte IDH e os requisitos para ocupar o 
cargo estão detalhados no art. 52 da CADH e no art. 4º do seu Estatuto. A Corte Interamericana 
se compõe de sete juízes, deles sendo exigidos os seguintes requisitos:
• ter independência. Ao estabelecer que os juízes da Corte IDH são eleitos a título pessoal, 
a CADH quis ressaltar que os juízes não representam os Estados do qual são nacionais 
ou os Estados que os propuseram como candidatos;
• ser nacional de algum dos Estados-Membros da OEA. Não se exige que o Estado do qual o 
candidato é nacional tenha ratificado a CADH e aceitado a jurisdição contenciosa da Corte;
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Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
• ter a mais alta autoridade moral. Tem-se aqui um requisito muito genérico e de difícil 
definição. Condições essenciais para que alguém dispute a vaga de juiz da Corte In-
teramericana, entre as quais podemos destacar: (a) ter reconhecimento público pela 
atuação pessoal e profissional na defesa dos direitos humanos; (b) apoiar uma agenda 
progressista no campo da proteção de grupos vulneráveis; e (c) não ter participado de 
violações de direitos humanos nem ter assumido posições ideológicas incompatíveis 
com a dignidade humana e com a proteção dos direitos humanos;
• ser jurista, que reúna as condições requeridas para o exercício das mais elevadas 
funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado 
que os propuser como candidatos;
• ter reconhecida competência em matéria de direitos humanos. Não basta ser jurista para 
integrar a Corte Interamericana. Exige-se um conhecimento especializado na matéria de 
direitos humanos.
Vimos os requisitos para a escolha dos juízes da Corte IDH, então vamos estudar agora o 
regime de responsabilidade e competência disciplinar dos juízes da Corte.
Inicialmente, devemos lembrar que os juízes e o pessoal da Corte deverão manter, no 
exercício de suas funções e fora delas, uma conduta compatível com a investidura dos que 
participam da função jurisdicional internacional da Corte. Assim, eles responderão perante 
a Corte por essa conduta, bem como por qualquer falta de cumprimento das obrigações, 
negligência ou omissão no exercício de suas funções.
A competência disciplinar com respeito aos juízes caberá à Assembleia Geral da OEA, 
somente por solicitação justificada da Corte, constituída para esse efeito pelos demais juízes.
A competência disciplinar com respeito ao Secretário cabe à Corte, e com respeito ao resto 
do pessoal, ao Secretário, com a aprovação do Presidente.
O regime disciplinar será regulamentado pela Corte, sem prejuízo das normas administrati-
vas da Secretaria-Geral da OEA, na medida em que forem aplicáveis à Corte em conformidade 
com o artigo 59 da Convenção. Assim, ocorrendo a perda superveniente de algum ou alguns 
dos requisitos para ser juiz da Corte Interamericana, o processo de responsabilidade discipli-
nar ocorrerá perante a Assembleia Geral da OEA mediante provocação justificada da Corte.
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Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Nenhum membro da Corte poderá ser demitido, a menos que, na opinião unânime dos outros mem-
bros, tenha deixado de preencher as condições exigidas. O Secretário-Geral será notificado a res-
peito disso, oficialmente, pelo Escrivão da Corte. Essa notificação significará a abertura de vaga 
(art. 18).
Recentemente, por meio da Resolução n. 2.887/2016 – Promoção e Proteção de Direitos 
Humanos –, a Assembleia Geral da OEA resolveu:
Alertar os Estados para que nos processos de seleção de juízes da Corte Interamericana de Direitos 
Humanos e de Comissionados da CDIH, nominem e elejam pessoas que permitam assegurar uma 
integração regional de gênero, com representação das diferentes regiões, grupos populacionais e 
sistemas jurídicos do Hemisfério, garantindo que cumpram com os requisitos de independência, 
imparcialidade e reconhecida competência em matéria da direitos humanos.
A Convenção Americana (art. 52.2) e o Estatuto da Corte (art. 4.2) proíbem que dois juízes 
da mesma nacionalidade integrem – simultaneamente – a Corte Interamericana, o que não 
deve ser compreendido como um mecanismo de prevenção de parcialidade, pois, conforme 
afirmado anteriormente, os juízes são eleitos a título pessoal, e não como representantes dos 
Estados. Na verdade, essa disposição da CADH segue uma tendência dos tribunais internacio-
nais de buscar uma maior representatividade geográfica, permitindo que a Corte Interamerica-
na seja integrada por juízes de diversas nacionalidades.
1.1.1. Como funciona o processo de escolha dos membros da Corte IDH?
O processo de escolha dos juízes da Corte Interamericana está previsto no art. 53 da CADH 
e nos artigos 6º a 9º do seu Estatuto, funcionando de acordo com as seguintes disposições:
• Quem propõe os candidatos? Os candidatos ao cargo de juiz da Corte IDH são propos-
tos pelos Estados-partes da Convenção. Para se qualificar como Estado proponente de 
candidato, não há a exigência de que tenha aceitado a jurisdição contenciosa da Corte, 
mas apenas que tenha aderido à Convenção. Assim, o Estado que não aderiu ao texto da 
CADH, como é o caso, por exemplo, de Canadá e dos EUA, não podem propor candidatos.
• Quantos candidatos cada Estado pode propor? Cada Estado pode propor até três can-
didatos, que devem ser seus nacionais ou de outro Estado-membro da OEA. Quando o 
Estado propuser uma lista de três candidatos, prevê a Convenção que pelo menos um 
deles deverá ser nacional de Estado diferente do proponente.
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Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
DICA
Aqui, portanto, convém relembrar que, embora os candidatos 
a juízes da Corte Interamericana possam ser nacionais de 
Estados-Membros da OEA que não tenham ratificado a CADH, 
eles necessariamente devem ser propostos por Estados que 
tenham aderido à Convenção Americana de Direitos Humanos. 
Entendeu?
• Onde e como ocorre a eleição? A eleição ocorre na Assembleia Geral da OEA, sediada 
em Washington, D.C., em votação secreta e pelo voto da maioria absoluta dos Esta-
dos-Partes da CADH. É importante observar, então, que somente Estados que tenham 
aderido à Convenção propõem os nomes dos candidatos e participam da votação, dife-
rente do que ocorre na eleição dos membros da CIDH, em que, para propor candidatos e 
participar da votação, basta que o Estado seja membro da OEA.
1.1.2. E qual a duração do mandato dos juízes?
Os juízes da Corte Interamericana são eleitos para um mandato de seis anos, que é conta-
do, de acordo com o Estatuto da Corte (art. 5.2), a partir de 1º de janeiro do ano seguinte ao da 
eleição, encerrando-se em 31 de dezembro do ano de sua conclusão. Há ainda o mecanismo 
da renovação parcial.
Há uma outra particularidade no mandato dos juízes da Corte IDH, que é a prorrogação 
do mandato. O princípio ou a garantia do juiz natural recebe um tratamento mais amplo nos 
tratados que dispõem sobre o funcionamento de tribunais internacionais. Assim, o vínculo do 
julgador com o caso pode superar o término do mandato. Nesse sentido, prevê a CADH que:
Os juízes permanecerão emsuas funções até o término dos seus mandatos. Entretanto, continuarão 
funcionando nos casos de que já houverem tomado conhecimento e que se encontrem em fase de 
sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos juízes eleitos (art. 54.3).
Ainda a respeito dos juízes da Corte IDH, você sabe o que são os juízes ad hoc? Juízes ad 
hoc são juízes nomeados, indicados para o caso concreto. A Corte IDH interpretou o art. 55 
da CADH em sua Opinião Consultiva n. 20/2009, assentando que a figura do juiz ad hoc 
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Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
somente deve ser admitida nas demandas originadas por comunicações interestatais; logo, 
nas demandas iniciadas pela Comissão Interamericana, o Estado demandado não possui o 
direito de indicar juiz nacional ad hoc. Além disso, na mesma opinião consultiva, a Corte IDH 
restringiu a possibilidade de o juiz que possuir a mesma nacionalidade do Estado réu atuar no 
caso, somente a admitindo nas demandas interestatais.
Questão 2 (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Os juízes da Corte Interame-
ricana serão eleitos para um mandato de seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. Na 
hipótese de um dos juízes concluir o seu mandato, mas ainda ter casos sob seu exame que se 
encontrem em fase de sentença, o Estatuto da Corte estabelece que
a) deverão os casos ser redistribuídos, igualitariamente, aos juízes que permanecem na Corte, 
iniciando-se a transferência pelo integrante mais novo.
b) os casos deverão ser assumidos pelo novo juiz eleito que o substituirá, o qual deverá proferir 
as respectivas sentenças de acordo com seu livre convencimento.
c) o juiz presidente da Corte receberá os casos no estado em que se encontram e fará a sua 
redistribuição por sorteio aos demais juízes.
d) o juiz continuará conhecendo desses casos a que se tiver dedicado, para cujo efeito não 
será substituído pelo novo juiz eleito.
e) o juiz deverá concluir a instrução de todos os processos em sua posse e entregá-los prontos 
para a sentença que será proferida pelo novo juiz que o substituirá.
Letra d.
Veja o artigo 54 da CADH:
1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. 
O mandato de três dos juízes designados na primeira eleição expirará ao cabo de três anos. Ime-
diatamente depois da referida eleição, determinar-se-ão por sorteio, na Assembleia Geral, os nomes 
desses três juízes. 2. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato não haja expirado, completará o 
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Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
período deste. 3. Os juízes permanecerão em funções até o término dos seus mandatos. Entretanto, 
continuarão funcionando nos casos de que já houverem tomado conhecimento e que se encontrem 
em fase de sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos juízes eleitos.
1.2. JurIsdIção ConsultIva da Corte InteramerICana de dIreItos Humanos
A competência da Corte IDH para emitir opiniões consultivas (ou pareceres consultivos) 
está prevista nos artigos 64 e 65 da CADH e nos artigos 70 a 75 do seu Regulamento.
O propósito central da função consultiva é obter uma interpretação judicial sobre uma ou 
várias disposições da Convenção ou de outros tratados concernentes à proteção dos direitos 
humanos nos Estados americanos, cumprindo as opiniões consultivas, portanto a função 
própria de um controle de convencionalidade preventivo.
A Corte IDH já ressaltou que a CADH, ao permitir aos Estados-Membros e aos órgãos da 
OEA solicitar opiniões consultivas, cria um sistema paralelo ao do art. 62 e oferece um método 
judicial alternativo de caráter consultivo, destinado a ajudar os Estados e órgãos a cumprir 
e aplicar os tratados em matéria de direitos humanos, sem submetê-los ao formalismo e ao 
sistema de sanções que caracteriza o processo contencioso.
Conforme a Corte IDH afirmou já em sua primeira opinião consultiva, a  CADH conferiu 
à Corte a mais ampla função consultiva já confiada a um tribunal internacional, seja pela 
quantidade de legitimados para solicitar a consulta, seja pelo alcance dos tratados que podem 
ser objeto da consulta.
Entretanto, a Corte já teve a oportunidade de decidir que o pedido de opinião consultiva:
• não pode ter como objetivo determinar o alcance dos compromissos internacionais 
assumidos por Estados que não sejam membros do sistema interamericano;
• não pode buscar a interpretação das normas que regulam a estrutura ou o funcionamento 
de órgãos ou organismos internacionais alheios ao sistema interamericano;
• não deve disfarçar um caso contencioso ou pretender de forma prematura um pronun-
ciamento sobre um tema ou assunto que poderá eventualmente ser submetido à Corte 
por meio de um caso contencioso;
• não deve ser utilizada como um mecanismo para obter um pronunciamento indireto 
sobre um assunto em litígio ou em controvérsia a nível interno;
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• não deve ser utilizada como um instrumento de um debate político interno;
• não deve abranger, exclusivamente, temas sobre os quais a Corte já tenha se pronunciado 
em sua jurisprudência;
• não deve procurar a resolução de questões de fato, mas, sim, buscar o sentido, o propó-
sito e a razão das normas internacionais sobre direitos humanos e, sobretudo, coadjuvar 
os Estados-membros e os órgãos da OEA para que cumpram de maneira efetiva suas 
obrigações internacionais; e
• não deve partir de especulações abstratas, sem uma previsível aplicação a situações 
concretas que justifiquem o interesse de que seja emitida uma opinião consultiva.
A Corte IDH já esclareceu, porém, que o mero fato de que existam casos contenciosos 
relacionados com o tema da consulta ou petições ante a CIDH não basta para que se inviabilize 
o pedido de opinião consultiva.
Desde a sua instalação, em 1979, a Corte IDH rejeitou apenas cinco pedidos de opinião 
consultiva. Dentre os pedidos rejeitados, destaca-se a solicitação apresentada pelo Secretário-
-Geral da OEA, por meio da qual pediu à Corte que indicasse os critérios limitadores dos juízos 
políticos, referindo-se especificamente – para demandar mais urgência na apreciação – ao 
caso do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. A Corte IDH rejeitou o pedido nos 
seguintes termos:
(…) a Corte estima que a emissão da opinião consultiva solicitada poderia constituir um pronuncia-
mento prematuro sobre o tema ou assunto em questão, que poderá ser submetido posteriormente 
no marco de um caso contencioso. Adicionalmente, considera que uma resposta à consulta apre-
sentada poderá implicar pronunciar-se sobre um assunto que ainda não foi resolvido a nível interno.
Questão 3 (FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2016) A competência consultiva do 
sistema regional interamericano de proteção aos direitos humanos
a) possibilita que qualquer cidadão de um dos Estados-Membros da OEA tenha o direito de 
acessar a Comissão Interamericana para que esta exerça o papel consultivo relacionado à 
interpretação da Convenção Americana de Direitos Humanos.
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b) é uma das atuações preventivas da Comissão Interamericana e visa evitar a judicialização 
dos casos perante a Corte.
c) é uma das competências da Corte Interamericana e refere-se à faculdade de qualquer 
membro da OEA solicitar o parecer da Corte relativamente à interpretação da Convenção ou 
de qualquer outro tratado relativo à proteção dos direitos humanos nos Estados Americanos.
d) é uma consulta, e  portanto o resultado de tal comportamento não vincula os estados-
-membros.
e) não aprecia a compatibilidade entre as leis internas e os instrumentos internacionais 
mencionados na consulta, no bojo do sistema interamericano.Letra c.
Como já vimos, a Corte IDH apresenta competência consultiva e contenciosa.
No plano consultivo, qualquer membro da OEA – parte ou não da Convenção – pode solicitar o 
parecer da Corte em relação à interpretação da Convenção ou de qualquer outro tratado relativo à 
proteção dos direitos humanos nos Estados americanos. A Corte ainda pode opinar sobre a compa-
tibilidade de preceitos da legislação doméstica em face dos instrumentos internacionais, efetuando, 
assim, o “controle da convencionalidade das leis”.
Trecho da obra da professora Flávia Piovesan, Direitos Humanos e Direito Constitucional 
Internacional.
1.2.1. Características, Detalhamento e Procedimento das Opiniões Consultivas
Vamos falar mais sobre o procedimento consultivo? Vamos lá! O procedimento consultivo 
tem características e lógicas próprias, distintas das que vigoram no procedimento contencio-
so. Vamos ver cada uma dessas características:
• trata-se de uma competência obrigatória, ativada automaticamente com a ratificação 
pelo Estado nos termos da CADH; e
• não há partes (demandante e demandado) nem sentença. Também não há sanções e 
reparações, mas apenas a emissão de uma opinião consultiva, possuindo, então, o cará-
ter multilateral e não litigioso.
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E o que pode ser o objeto da consulta perante a Corte IDH?
O pedido de opinião consultiva à Corte IDH pode ter como objeto tanto a interpretação da 
Convenção Americana ou de outros tratados do Sistema Interamericano, além da análise de 
compatibilidade entre qualquer lei interna e os mencionados instrumentos internacionais.
Assim, há dois objetos possíveis de consulta perante a Corte IDH: a interpretação dos do-
cumentos internacionais do Sistema Interamericano, bem como a análise das leis internas 
para verificar a compatibilidade com os documentos do Sistema Interamericano.
Vamos aos objetos da consulta perante a Corte IDH:
• a interpretação da Convenção Americana ou de outros tratados concernentes à prote-
ção dos direitos humanos nos Estados americanos, chamada de opinião consultiva de 
interpretação;
• o exame de compatibilidade entre qualquer lei interna e os mencionados instrumentos 
internacionais, que pode ser chamado de opinião consultiva de compatibilidade.
Assim, podemos dizer que há dois tipos de opiniões consultivas: 1) opinião consultiva de 
interpretação e 2) opinião consultiva de compatibilidade.
E quem possui legitimidade para solicitar uma opinião consultiva perante a Corte IDH?
1) Dos Estados-Membros da OEA, apenas o Chefe do Poder Executivo nacional ou quem 
ele designar – o Ministro das Relações Exteriores, por exemplo – pode exercê-la, não 
havendo que se falar em legitimidade de representantes do Poder Legislativo nem do 
Poder Judiciário.
2) A Corte IDH já se manifestou no sentido de que os Estados-Membros da OEA possuem 
um direito absoluto de pedir opiniões consultivas, deles não se exigindo a comprovação 
de um legítimo interesse institucional.
3) Já os órgãos da OEA não têm direito absoluto de pedir uma opinião consultiva de 
interpretação, limitando-se aos assuntos nos quais tais órgãos tenham um legítimo 
interesse institucional. Exceção: Comissão Interamericana de Direitos Humanos pos-
sui – assim como os Estados-Membros da OEA – um direito absoluto de pedir opiniões 
consultivas de interpretação.
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APROFUNDAMENTO
Ainda no tocante à opinião consultiva de interpretação, se o tratado a que se pretende obter da 
Corte IDH uma opinião consultiva for a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradi-
car a Violência contra a Mulher (“Convenção de Belém do Pará”), além dos Estados-Membros e 
dos órgãos da OEA, mostra-se como legitimada também a Comissão Interamericana de Mulhe-
res (Convenção de Belém do Pará, art. 11), organismo especializado interamericano, de caráter 
permanente, criado de acordo com a Carta da OEA.
Podem ser objeto de uma opinião consultiva de interpretação a própria Convenção 
Americana e qualquer outro tratado concernente à proteção dos direitos humanos nos Estados 
americanos (art. 64.1 da CADH).
Embora não exista uma limitação geográfica no que diz respeito a quais tratados podem 
ser submetidos à sua jurisdição consultiva – bastando que eles repercutam no continente 
americano –, há certamente uma limitação de conteúdo, não podendo a Corte IDH opinar sobre 
o alcance de compromissos internacionais assumidos por Estados que não sejam membros 
do sistema interamericano ou interpretar normas que regulam a estrutura ou o funcionamento 
de órgãos internacionais alheios à ele.
Assim, a Corte não poderia, por exemplo, emitir opinião consultiva acerca da Convenção 
Europeia sobre Direitos Humanos nem a respeito do funcionamento do Comitê de Direitos 
Humanos da ONU.
Nesse sentido, a Corte IDH concluiu a sua primeira opinião consultiva:
(…) que a competência consultiva da Corte pode ser exercida, em geral, sobre toda disposição, con-
cernente à proteção dos direitos humanos, de qualquer tratado internacional aplicável nos Estados 
americanos, independentemente de que seja bilateral ou multilateral, de qual seja seu objeto princi-
pal ou de quem sejam ou possam ser partes do mesmo Estados alheios ao sistema interamericano. 
(…) que, por razões determinantes que expressará em decisão motivada, a Corte poderá abster-se 
de responder uma consulta se aprecia que, nas circunstâncias do caso, a petição excede dos limites 
de sua função consultiva, seja porque o assunto apresentado concerne principalmente a compro-
missos internacionais contraídos por um Estado não americano ou à estrutura ou funcionamento 
de órgãos ou organismos internacionais alheios ao sistema interamericano, seja porque o trâmite 
da solicitação possa conduzir a alterar ou a debilitar, em prejuízo do ser humano, o regime previsto 
pela Convenção; seja por outra razão análoga.
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DIREITOS HUMANOS
Mas vimos que os objetos da consulta perante a Corte IDH podem ser a opinião consul-
tiva de interpretação e opinião consultiva de compatibilidade. Assim, agora vamos estudar a 
opinião consultiva de compatibilidade.
O artigo 64.2 da CADH dispõe: “A Corte, a pedido de um Estado-Membro da Organização, 
poderá emitir pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os 
mencionados instrumentos internacionais”.
Assim, somente os Estados-Membros da OEA podem solicitar uma opinião consultiva de 
compatibilidade, tratando-se, portanto, de um rol de legitimados mais restrito do que aquele 
estabelecido para a opinião consultiva de interpretação.
No que diz respeito ao objeto da opinião consultiva de compatibilidade, a  Corte IDH 
interpreta a expressão “leis internas” no seu sentido mais amplo, entendendo que ela abran-
ge toda legislação nacional e todas as normas jurídicas de qualquer natureza, incluindo 
disposições constitucionais.
APROFUNDAMENTO
A Corte IDH pode ser consultada também sobre a compatibilidade de projetos de lei ou de 
emenda constitucional? SIM! Veja o que a Corte já decidiu:
“(…) Abster-se, consequentemente, de atender a solicitação de um Governo porque se trata de 
‘projetos de lei’ e não de leis formadas e em vigor, poderia, em alguns casos, equivaler a forçar 
o dito Governo à violação da Convenção mediante a adoção formal e possivelmente a aplica-
ção da medida legislativa, para logo ir à Corte em busca da opinião. Este critério não ajuda a 
‘dar efeito’ à norma, isto é, não ajuda na proteção dos direitos e liberdades fundamentais dos 
seres humanos (…) Diante da consideração anterior, a  Corte estima que uma interpretação 
restritiva do artigo 64.2 que conduzisse a que os Estados somente pudessem invocá-lo para 
solicitar opiniõesconsultivas sobre leis vigentes, limitaria indevidamente o serviço consultivo 
da Corte”.
A Corte IDH esclarece, ainda, que a sua conclusão não deve ser entendida no sentido de que 
está obrigada a exercer a competência consultiva para examinar qualquer projeto legislativo, 
mas, sim, que o mero fato de se tratar de um projeto legislativo não basta para interditar o exer-
cício dessa competência.
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E qual o parâmetro da opinião de compatibilidade? De acordo com o art. 64.2 da CADH, 
o parâmetro da opinião consultiva de compatibilidade, isto é, a norma com a qual será analisa-
da a compatibilidade da lei interna, pode ser tanto a Convenção como qualquer tratado concer-
nente à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos.
E quais são os requisitos que devem ser observados na apresentação do pedido de opinião 
consultiva?
Opinião consultiva de interpretação de termos da CADH Opinião consultiva de compatibilidade
Previsão no artigo 70 do Regulamento da Corte IDH
a) formular com precisão as perguntas;
b) especificar as disposições que devem ser interpre-
tadas;
c) indicar as considerações que a originaram; e 
d) informar o nome e endereço do Agente ou dos Dele-
gados que comparecerão no procedimento perante a 
Corte. 
OBS: Se o pedido de opinião consultiva é apresentado 
por outro órgão da OEA diverso da Comissão Intera-
mericana, há um requisito adicional: indicar de que 
maneira a consulta se refere à sua esfera de compe-
tência (o denominado legítimo interesse institucional). 
OBS: Tratando-se de opinião consultiva de interpreta-
ção de outros tratados concernentes à proteção dos 
direitos humanos nos Estados americanos, o solici-
tante ainda deve, nos termos do art. 71 do Regula-
mento, cumprir com um requisito adicional: identificar 
o tratado e suas respectivas partes que serão objeto da 
interpretação.
Previsão no artigo 72 do Regulamento da Corte IDH:
a) instruir o pedido com cópia das disposições internas 
a que se refere a consulta;
b) indicar as disposições de direito interno, bem como 
as da Convenção ou de outros tratados concernentes à 
proteção dos direitos humanos que são objeto da con-
sulta; 
c) apresentar as perguntas específicas sobre as quais 
se pretende obter o parecer da Corte;
d) Indicar o nome e endereço do Agente do solicitante.
OBS: sobre o requisito formular as perguntas com pre-
cisão, a Corte IDH não está adstrita aos termos literais 
empregados pelo solicitante, podendo esclarecer e em 
alguns casos até mesmo reformular as perguntas apre-
sentadas com o objetivo de determinar com clareza o 
objeto substancial de seu trabalho consultivo. 
Opinião consultiva de interpretação de termos da CADH Opinião consultiva de compatibi-
lidade
Previsão no artigo 70 do Regulamento da Corte IDH:
• formular com precisão as perguntas;
• especificar as disposições que devem ser interpretadas;
• indicar as considerações que a originaram; e
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• informar o nome e endereço do Agente ou dos Delegados que comparecerão no proce-
dimento perante a Corte.
�bs..:� – Se o pedido de opinião consultiva é apresentado por outro órgão da OEA diverso da 
Comissão Interamericana, há um requisito adicional: indicar de que maneira a consulta 
se refere à sua esfera de competência (o denominado legítimo interesse institucional).
 � – Tratando-se de opinião consultiva de interpretação de outros tratados concernentes 
à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos, o solicitante ainda deve, 
nos termos do art. 71 do Regulamento, cumprir com um requisito adicional: identificar 
o tratado e suas respectivas partes que serão objeto da interpretação. Previsão no 
artigo 72 do Regulamento da Corte IDH:
 � a) instruir o pedido com cópia das disposições internas a que se refere a consulta;
 � b) indicar as disposições de direito interno, bem como as da Convenção ou de outros 
tratados concernentes à proteção dos direitos humanos que são objeto da consulta;
 � c) apresentar as perguntas específicas sobre as quais se pretende obter o parecer da 
Corte;
 � d) indicar o nome e endereço do Agente do solicitante.
 � Sobre o requisito formular as perguntas com precisão, a Corte IDH não está adstri-
ta aos termos literais empregados pelo solicitante, podendo esclarecer e em alguns 
casos até mesmo reformular as perguntas apresentadas com o objetivo de determinar 
com clareza o objeto substancial de seu trabalho consultivo.
Já estudamos sobre os tipos de opiniões consultivas, os legitimados, os requisitos. Agora, 
vamos analisar o procedimento para emissão das opiniões consultivas.
O procedimento para emissão da opinião consultiva está previsto no art. 73 do Regulamento 
da Corte IDH, desenvolvendo-se nas seguintes etapas:
• admissibilidade pelo Secretário da Corte IDH;
• notificação da consulta (art. 73.1 do Regulamento da Corte IDH):
Uma vez recebido um pedido de parecer consultivo, o Secretário enviará cópia deste a todos os Estados-
-Membros, à Comissão, ao Conselho Permanente por intermédio da sua Presidência, ao Secretário-Geral 
e aos órgãos da OEA a cuja esfera de competência se refira o tema da consulta, se for pertinente.
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DIREITOS HUMANOS
• apresentação de observações escritas das partes ou eventualmente de amicus curiae, 
por convite ou por meio de autorização da presidência da Corte IDH (art. 73.2 e 73.3 do 
Regulamento da Corte):
2. A Presidência fixará um prazo para que os interessados enviem suas observações por escrito. 3. 
A Presidência poderá convidar ou autorizar qualquer pessoa interessada para que apresente sua 
opinião por escrito sobre os itens submetidos a consulta. Se o pedido se referir ao disposto no artigo 
64.2 da Convenção, poderá fazê-lo mediante consulta prévia com o Agente.
• possibilidade de celebração de audiência pública (art. 73. 4 do Regulamento da Corte):
4. Uma vez concluído o procedimento escrito, a Corte decidirá quanto à conveniência ou não de rea-
lizar o procedimento oral e fixará a audiência, a menos que delegue essa última tarefa à Presidência. 
No caso do previsto no artigo 64.2 da Convenção, será realizada uma consulta prévia ao Agente.
APROFUNDAMENTO
Se o solicitante da opinião consultiva decide retirá-la, a Corte IDH fica impedida de exercer a 
sua competência consultiva?
Essa situação já ocorreu na Opinião Consultiva n. 15/1997. O Estado solicitante, o Chile, deci-
diu retirar seu pedido. A Corte IDH, no entanto, entendeu que o solicitante da opinião consul-
tiva não é o único titular de um interesse legítimo no resultado do procedimento, assentando, 
então, que a desistência ou retirada manifestada pelo solicitante não a impede de exercer a 
sua competência consultiva.
1.2.2. Efeito Jurídico das Opiniões Consultivas
Para a Corte IDH, embora as suas opiniões consultivas não tenham o mesmo efeito vincu-
lante reconhecido para suas sentenças em matéria contenciosa, elas possuem efeitos jurídicos 
inegáveis. Essa força das opiniões consultivas decorre, segundo o entendimento da doutrina, 
da autoridade científica e moral da Corte. Porém, devemos lembrar que há grande controvérsia 
doutrinária especialmente se as opiniões consultivas possuem efeito vinculante ou não.
Para a maioria da doutrina, a Corte IDH, como soberana e última intérprete da Convenção, 
e como instituição judicial a quem também foi incumbida a função de interpretar os tratados con-
cernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos, emite opiniões consultivas 
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DIREITOS HUMANOS
com efeito vinculante para os Estados-Partes da Convenção, independentemente de estes terem 
solicitado ou participado do procedimentoconsultivo. Entretanto, para os Estados-Membros da 
OEA que não ratificaram a Convenção, a opinião consultiva terá o denominado efeito jurídico ine-
gável, mas não vinculante. Mas se lembre: trata-se de entendimento doutrinário.
1.3. Opiniões Consultivas Já Emitidas pela Corte IDH
OC 25/2018
A instituição do asilo e seu reconhecimento como direito humano no Sistema Interamericano 
de Proteção (interpretação e alcance dos artigos 5, 22.7 e 22.8, em relação ao artigo 1.1 da 
Convenção Americana sobre Direitos Humanos).
OC 24/2017
Identidade de gênero, igualdade e não discriminação a casais do mesmo sexo. Obrigações 
estatais em relação à mudança de nome, à identidade de gênero e aos direitos derivados de 
um vínculo entre casais do mesmo sexo (interpretação e alcance dos artigos 1.1, 3º, 7º, 11.2, 
13, 17, 18 e 24, em relação ao artigo 1º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos). 
Leia mais: https://nidh.com.br/opiniao-consultiva-no-24-identidade-de-genero-igualdade-e-
-nao-discriminacao-a-casais-do-mesmo-sexo/
OC 23/2017
Meio ambiente e direitos humanos (obrigações estatais em relação ao meio ambiente no 
marco da proteção e garantia dos direitos à vida e à integridade pessoal – interpretação dos 
artigos 4.1 e 5.1, em relação aos artigos 1.1 e 2º da Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos). Leia mais: https://nidh.com.br/oc23/
OC 22/2016
Titularidade de direitos das pessoas jurídicas no Sistema Interamericano de Direitos Huma-
nos (interpretação e alcance do artigo 1.2, em relação aos artigos 1.1, 8º, 11.2, 13, 16, 21, 24, 
25, 29, 30, 44, 46 e 62.3 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, assim como do 
artigo 8.1 A e B do Protocolo de San Salvador).
OC21/2014
Direitos e garantias de crianças no contexto da migração e/ou em necessidade de proteção 
internacional. Leia mais: https://nidh.com.br/oc21/
OC20/2009 Artigo 55 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
OC19/2005
Controle de legalidade no exercício das atribuições da Comissão Interamericana de Direi-
tos Humanos (arts. 41 e 44 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos). Leia mais: 
https://nidh.com.br/opiniao-consultiva-oc-19-05-controle-de-legalidade-no-exercicio-das-atri-
buicoes-da-comissao-interamericana-de-direitos-humanos/
OC18/2003
Condição jurídica e direitos dos migrantes indocumentados. Para mais informações: https://
nidh.com.br/oc18/
OC17/2002
Condição jurídica e direitos humanos da criança. https://nidh.com.br/a-opiniao-consultiva-n-
-17-02-da-corte-interamericana-um-marco-na-protecao-internacional-a-criancas-e-adolescen-
tes/
OC16/1999
O direito à informação sobre a assistência consular no marco das garantias do devido pro-
cesso legal.
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Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
OC15/1997
Informes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (art. 51 da Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos). Leia mais: https://nidh.com.br/opiniao-consultiva-oc-15-97-os-rela-
torios-da-comissao-interamericana-de-direitos-humanos/
OC14/1994
Responsabilidade internacional por expedição e aplicação de leis violatórias da Convenção 
(arts. 1º e 2º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos). Leia mais: https://nidh.com.
br/opiniao-consultiva-n-14-94-da-corte-idh-controle-ou-afericao-de-convencionalidade/
OC13/1993
Certas atribuições da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (arts. 41, 42, 44, 46, 47, 
50 e 51 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos). Leia mais: https://nidh.com.br/
opiniao-consultiva-n-o-13-93-as-atribuicoes-da-comissao-interamericana-de-direitos-huma-
nos/
OC12/1991
Compatibilidade de um projeto de lei com o artigo 8.2.h da Convenção Americana sobre Direi-
tos Humanos.
OC11/1990
Exceções ao esgotamento dos recursos internos (arts. 46.1, 46.2.a e 46.2.b, Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos). Leia mais: https://nidh.com.br/opiniao-consultiva-n-o-
-11-90-da-corte-idh-e-o-esgotamento-material-dos-recursos-internos/
OC10/1989
Interpretação da Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem no marco do artigo 64 
da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Leia mais: https://nidh.com.br/a-opiniao-con-
sultiva-n-10-da-corte-idh-a-forca-da-declaracao-americana-de-direitos-e-deveres-do-homem/
OC9/1987
Garantias judiciais em estados de emergência (arts. 27.2, 25 e 8º da Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos). Leia mais: https://nidh.com.br/as-opinioes-consultivas-oc-08-87-e-
-oc-09-87-da-corte-idh-a-suspensao-de-habeas-corpus-e-de-outras-garantias-judiciais-em-es-
tados-de-emergencia/
OC8/1987
O Habeas Corpus sob suspensão de garantias (arts. 27.2, 25.1 e 7.6 da Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos). Leia mais: https://nidh.com.br/as-opinioes-consultivas-oc-08-87-e-
-oc-09-87-da-corte-idh-a-suspensao-de-habeas-corpus-e-de-outras-garantias-judiciais-em-es-
tados-de-emergencia/
OC7/1986
Exigibilidade do direito de retificação ou resposta (arts. 14.1, 1.1 e 2º da Convenção Ameri-
cana sobre Direitos Humanos). Leia mais: https://nidh.com.br/oc7/
OC6/1986
A expressão “leis” no artigo 30 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Leia mais: 
https://nidh.com.br/oc06/
OC5/1985
O registro profissional obrigatório de jornalistas (arts. 13 e 29 da Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos).
OC4/1984 Proposta de modificação da Constituição da Costa Rica relacionada com a naturalização.
OC3/1983
Restrições à pena de morte (arts. 4.2 e 4.4 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos). 
Leia mais: https://nidh.com.br/a-opiniao-consultiva-n-03-83-da-corte-interamericana-po-
lemica-jurisdicional-e-repudio-a-pena-de-morte/
OC2/1982
O efeito das reservas sobre a entrada em vigor da Convenção Americana sobre Direitos Huma-
nos. Leia mais: https://nidh.com.br/a-opiniao-consultiva-n-02-82-da-corte-idh-as-reservas-a-
-convencao-americana-de-direitos-humanos/
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Corte Interamericana de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
OC1/1982
“Outros tratados” objeto da função consultiva da Corte (art. 64 da Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos). Leia mais: https://nidh.com.br/a-opiniao-consultiva-n-17-02-da-cor-
te-interamericana-um-marco-na-protecao-internacional-a-criancas-e-adolescentes/
1.4. JurIsdIção ContenCIosa da Corte InteramerICana de dIreItos Humanos
Além da competência consultiva, a Corte IDH possui competência contenciosa. Segundo 
o artigo 62.1 da CADH:
Todo Estado Parte pode, no momento do depósito do seu instrumento de ratificação desta Conven-
ção ou de adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece como obrigató-
ria, de pleno direito e sem convenção especial, a competência da Corte em todos os casos relativos 
à interpretação ou aplicação desta Convenção.
O artigo 62.2 e 62.3 da CADH ainda dispõem que:
2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob condição de reciprocidade, por prazo de-
terminado ou para casos específicos. Deverá ser apresentada ao Secretário-Geral da Organização, 
que encaminhará cópias da mesma aos outros Estados-Membros da Organização e ao Secretário 
da Corte. 3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso relativo à interpretação e 
aplicação desta Convenção que lhe seja submetido, desde que os Estados Partes no caso tenham 
reconhecido ou reconheçam a referida competência, seja por declaração especial, como preveem 
os incisos anteriores, seja por convenção especial.
Vamos detalhar os artigos acima lidos. Primeira coisa que você precisa compreender: a com-
petência contenciosa consiste em cláusula facultativa, podendo os Estados a aceitarem ou não. 
Se decidirem aceitar a competência contenciosa da Corte IDH, os Estados assim podem proce-
der tanto no momento do depósito de ratificação quanto em qualquer momento posterior.
Um outro ponto que merece atenção: quando a CADH estabelece que não se exige “conven-
ção especial” para se declarar a aceitação da competência contenciosa da Corte IDH, ela quer 
dizer que não exige a celebraçãode um novo tratado – como ocorre, por exemplo, no sistema 
global, por meio dos protocolos facultativos –, mas apenas a manifestação formal do Estado.
E mais, a aceitação da competência da Corte IDH, de acordo com o art. 62.2, pode ser feita:
• incondicionalmente;
• sob condição de reciprocidade (só vale para casos ou demandas interestatais);
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• por prazo determinado;
• para casos específicos.
Observe uma questão: o rol do art. 62.2 da CADH é taxativo, isto quer dizer que o Estado 
não pode criar novas condições para aceitar a competência da Corte IDH.
Veja o caso que já foi enfrentado pela Corte. No julgamento do Caso Hilaire, Constantine e 
outros vs. Trinidad e Tobago, a Corte rejeitou a exceção preliminar arguida por Trinidad e Toba-
go no sentido de que a aceitação da competência contenciosa da Corte por este Estado teria 
sido feita ressalvando atos ou práticas em conformidade com a Constituição nacional. Assim, 
a Corte compreendeu que as hipóteses de ressalva da competência contenciosa da Corte são 
as estabelecidas no artigo 62.2 da CADH, não podendo o Estado criar novas hipóteses.
APROFUNDAMENTO
O Estado que tenha aceitado a competência contenciosa da Corte IDH pode “retirar” essa 
declaração posteriormente?
A Corte apreciou a questão no Caso Ivcher Bronstein vs. Peru.
Durante o processamento do caso, o Peru comunicou à Corte IDH que estava revogando a sua 
aceitação da cláusula facultativa de submissão à jurisdição contenciosa da Corte.
A Corte não aceitou e indicou os seguintes fundamentos:
1) a aceitação da competência contenciosa constitui uma cláusula pétrea que não admite limi-
tações que não estejam expressamente contidas no art. 62 da CADH;
2) a única via de que dispõe o Estado para desvincular-se da competência contenciosa da 
Corte IDH é a denúncia da CADH como um todo;
3) ainda que haja a denúncia, há necessidade de que haja aviso prévio de um ano. Assim, feita 
a denúncia, o Estado permanece obrigado aos termos da Convenção, inclusive se submetendo 
à jurisdição da Corte, até a data na qual a denúncia passe a produzir efeito.
Então, a resposta à pergunta é: não é possível somente a denúncia da competência con-
tenciosa da Corte. Para deixar de submeter à Corte, é necessário denunciar o Pacto de San 
José, como um todo. E ainda assim, mesmo denunciando todo o Pacto, o Estado permanecerá 
vinculado pelo prazo de 1 ano, a contar da data da denúncia.
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1.4.1. Competência para Atuação da Corte IDH: Ratione Personae (em Razão 
da Pessoa)
A Corte IDH somente tem competência para processar e julgar casos iniciados pela Comis-
são Interamericana ou pelos Estados-partes da CADH (legitimados ativos) contra Estados que 
tenham aceitado a sua competência contenciosa (legitimados passivos).
1.4.2. Competência para Atuação da Corte IDH: Ratione Materiae (em Razão 
da Matéria)
A Corte IDH não possui competência apenas para decidir sobre violação às normas da 
Convenção Americana, mas também sobre:
• documentos indicados em normas de reenvio (exemplo: o art. 75 da CADH invoca a Con-
venção de Viena sobre Direito dos Tratados para tratar das reservas; o art. 29 da CADH 
afirma que a interpretação da Convenção não pode excluir nem limitar direito previsto na 
Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem);
• tratados que expressamente lhe concedam competência (exemplos: Protocolo de San 
Salvador, art. 19.6; Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado, art. 13);
• outros documentos como a Convenção Interamericana contra a Tortura, que prevê que o 
caso, esgotados os recursos internos, pode ser submetido a “instâncias internacionais” 
(art. 8º), e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência con-
tra a Mulher, cujo art. 7º, embora se refira somente à CIDH, indica que esta considerará 
as normas e os requisitos de procedimento previstos na CADH, sem excluir, portanto, 
a competência da Corte.
1.4.3 Competência para Atuação da Corte IDH: Ratione Temporis
A Corte aplica o princípio da irretroatividade, afirmando que só tem competência para de-
cidir sobre violações de direitos humanos que tenham ocorrido posteriormente à entrada em 
vigor da CADH para o Estado, isto é, após a ratificação e a aceitação da competência conten-
ciosa pelo respectivo Estado.
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Porém, há uma exceção que precisa ser lembrada: os atos violatórios de direitos humanos 
que persistem no tempo ou casos de violação contínua podem ser submetidos à Corte IDH, 
ainda que o início da violação tenha ocorrido antes da ratificação da CADH. A jurisprudência da 
Corte IDH tem aplicado tal tese principalmente aos casos desaparecimentos forçados.
1.4.4. Competência para Atuação da Corte IDH: Ratione Loci
A Corte IDH somente tem competência para conhecer de violações de direitos humanos que 
afetem pessoas sob a jurisdição do Estado supostamente responsável por aquelas. Não se exige 
que as pessoas sejam nacionais do Estado, mas apenas que se encontrem sob a sua jurisdição.
Questão 4 (MPE-MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) É sabido que, conco-
mitantemente ao Sistema Global de proteção aos direitos humanos, subsistem atualmente três 
sistemas regionais principais de proteção a eles, quais sejam: os Sistemas Africano, Europeu 
e Interamericano. Destaca-se, dentro do Sistema Interamericano, a Convenção Americana dos 
Direitos Humanos, adotada em 1969 durante a Conferência Intergovernamental celebrada pela 
Organização dos Estados Americanos – OEA. A respectiva Convenção estabeleceu, em seu 
âmbito, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos 
Humanos, as quais podem ser definidas como mecanismos de monitoramento e implemen-
tação dos direitos nela estabelecidos. Quanto a esses dois aparatos previstos na Convenção 
Americana de Direitos Humanos, é correto afirmar que:
a) A competência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos alcança apenas os 
Estados-Partes da Convenção Americana.
b) De acordo com a Convenção Americana de Direito Humanos, apenas os Estados-Partes e a 
Comissão Interamericana podem submeter casos à Corte Interamericana de Direitos Humanos, 
podendo esta, em reconhecendo a violação de direito protegido, determinar a reparação do 
dano e, inclusive, o pagamento de indenização à parte lesada.
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c) A decisão da Corte Interamericana possui força jurídica vinculante e obrigatória, passível de 
recurso.
d) A Corte Interamericana de Direitos Humanos pode substituir os Tribunais Internos e funcionar 
como Tribunal de recurso e cassação de decisões proferidas no plano do ordenamento doméstico.
e) O esgotamento de todos os recursos na jurisdição interna não constitui requisito fundamental 
para admissão de petição ou de comunicação de violação de direitos humanos à Comissão 
Internacional de Direitos Humanos.
Letra b.
Artigo 61 da CADH:
1. Somente os Estados Partes e a Comissão têm direito de submeter caso à decisão da Corte. Arti-
go 63 da CADH: 1. Quando decidir que houve violação de um direito ou liberdade protegidos nesta 
Convenção, a Corte determinará que se assegure ao prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade 
violados. Determinará também, se isso for procedente, que sejam reparadas as consequências da 
medida ou situação que haja configurado a violação desses direitos, bem como o pagamento de 
indenização justa à parte lesada.
�a) Errada. Artigo 44 da CADH:
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não governamental legalmente reconhecida em 
um ou mais Estados-Membros da Organização, podeapresentar à Comissão petições que conte-
nham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por um Estado-Parte.
�c) Errada. Artigo 67 da CADH:
A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso de divergência sobre o sentido ou alcance 
da sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer das partes, desde que o pedido seja apre-
sentado dentro de noventa dias a partir da data da notificação da sentença.
�d) Errada.
�e) Errada. Artigo 46 da CADH:
1. Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja ad-
mitida pela Comissão, será necessário: a. que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da 
jurisdição interna, de acordo com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos;
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1.5. proCedImento ContenCIoso da Corte IdH
Vimos, quando estávamos estudando a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos), que há um procedimento, um passo a passo para a análise das petições perante a 
Comissão. Na Corte não é diferente, há um passo a passo também.
A fim de facilitar, o procedimento será dividido em nove etapas. Você verá que na doutrina 
há diversas divisões, que são meramente didáticas. Consideramos melhor fazer uma divisão 
maior para detalhar cada uma das etapas, ok? Vamos lá.
Veja no quadro abaixo o desenho esquemático de todas as etapas:
Vimos que são nove etapas e que se inicia pela apresentação do caso pela Comissão de 
Direitos Humanos à presidência da Corte IDH. Posteriormente, o Estado apontado como viola-
dor de direitos humanos é notificado da petição. Após, é concedido à vítima oportunidade de 
apresentação de argumentos, fatos e provas. Logo após, o Estado pode contestar ou concor-
dar com a argumentação trazida pela vítima ou seu representante.
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Superada essa etapa, há oportunidade ainda das partes trazerem novas manifestações escri-
tas ou indicarem outras provas. Após, há possibilidade de manifestação de amicus curiae. Em se-
guida, passa-se à fase oral. A oitava etapa é a apresentação de manifestação final escrita e, por fim, 
há a sentença da Corte. Observe que a qualquer tempo as partes podem estabelecer um acordo de 
solução amistosa, encerrando a etapa litigiosa e finalizando o processo com um acordo.
Vejamos todas as etapas.
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1.6. medIdas de urgênCIa no sIstema InteramerICano
É possível que sejam concedidas medidas de urgência no sistema interamericano, isto 
é, o Direito Internacional dos Direitos Humanos pode atuar numa dimensão pré-violatória, na 
tentativa de impedir uma violação de direitos humanos.
Tanto a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) quanto a Corte Interameri-
cana de Direitos Humanos (Corte IDH) podem expedir medidas de urgência, havendo, porém, 
algumas diferenças que devem ser ressaltadas.
Já tratamos sobre as medidas cautelares emitidas pela CIDH, mas vale a pena relembrar.
Medida de urgência CIDH Corte IDH
Nomenclatura
Medidas de urgência da CIDH são chama-
das de medidas cautelares (Regulamento 
da CIDH, art. 25).
As medidas de urgência da Corte IDH são 
denominadas de medidas provisórias 
(CADH, art. 63.2).
 Status normativo
As medidas cautelares da CIDH possuem 
como base normativa apenas o Regula-
mento da Comissão, não tendo, portanto, 
natureza convencional.
As medidas provisórias da Corte IDH estão 
previstas expressamente na CADH, pos-
suindo, assim, a referida natureza conven-
cional.
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Efeito jurídico
As medidas cautelares da CIDH não pos-
suem efeito vinculante.
Medidas provisórias da Corte IDH possuem 
efeito vinculante.
Abrangência
A CIDH pode adotar medidas cautelares 
contra qualquer Estado-Membro da OEA, 
ainda que este Estado não tenha aderido à 
CADH.
A Corte IDH somente pode ordenar medi-
das provisórias em desfavor de Estados que 
tenham aderido à CADH e aceitado a jurisdi-
ção contenciosa da Corte IDH.
Há uma posição minoritária na doutrina, segundo a qual a Corte IDH pode expedir medidas 
provisórias em desfavor de qualquer Estado que tenha ratificado a CADH, independentemente de 
ter aceitado a jurisdição contenciosa da Corte. A própria Corte IDH entende que somente pode 
determinar medidas provisórias contra Estados que aceitaram a sua competência contenciosa.
1.6.1. Medidas Provisórias da Corte IDH
O artigo 63.2 da CADH dispõe que:
Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário evitar danos irreparáveis 
às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias 
que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos ao seu 
conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
Veja o que assinala o artigo 27 do Regulamento da Corte IDH:
1. Em qualquer fase do processo, sempre que se tratar de casos de extrema gravidade e urgência e 
quando for necessário para evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, ex officio, poderá ordenar 
as medidas provisórias que considerar pertinentes, nos termos do artigo 63.2 da Convenção.
2. Tratando-se de assuntos ainda não submetidos à sua consideração, a Corte poderá atuar por 
solicitação da Comissão.
3. Nos casos contenciosos que se encontrem em conhecimento da Corte, as vítimas ou as supostas 
vítimas, ou seus representantes, poderão apresentar diretamente àquela uma petição de medidas 
provisórias, as quais deverão ter relação com o objeto do caso.
4. A solicitação pode ser apresentada à Presidência, a qualquer um dos Juízes ou à Secretaria, por 
qualquer meio de comunicação. De qualquer forma, quem houver recebido a solicitação deverá le-
vá-la de imediato ao conhecimento da Presidência.
5. A Corte ou, se esta não estiver reunida, a Presidência poderá requerer ao Estado, à Comissão ou 
aos representantes dos beneficiários, quando considerar possível e indispensável, a apresentação 
de informação sobre um pedido de medidas provisórias antes de resolver sobre a medida solicitada.
6. Se a Corte não estiver reunida, a Presidência, em consulta com a Comissão Permanente e, se for 
possível, com os demais Juízes, requererá do Estado interessado que tome as providências urgen-
tes necessárias a fim de assegurar a eficácia das medidas provisórias que a Corte venha a adotar 
depois, em seu próximo período de sessões.
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7. A supervisão das medidas urgentes ou provisórias ordenadas realizar-se-á mediante a apresenta-
ção de relatórios estatais e das observações correspondentes aos referidos relatórios por parte dos 
beneficiários de tais medidas ou seus representantes. A Comissão deverá apresentar observações 
ao relatório do Estado e às observações dos beneficiários das medidas ou de seus representantes.
8. Nas circunstâncias que estimar pertinentes, a Corte poderá requerer a outras fontes de informa-
ção dados relevantes sobre o assunto, que permitam apreciar a gravidade e a urgência da situação 
e a eficácia das medidas. Para os mesmos efeitos, poderá também requerer as perícias e relatórios 
que considerar oportunos.
9. A Corte ou, se esta não estiver reunida, a Presidência poderá convocar a Comissão, os benefici-
ários das medidas ou seus representantes e o Estado a uma audiência pública ou privada sobre as 
medidas provisórias.
10. A Corte incluirá́ em seu relatório anual à Assembleia Geral uma relação das medidas provisórias 
que tenha ordenado durante o período do relatório e, quando tais medidas não tenhamsido devida-
mente executadas, formulará as recomendações que considere pertinentes.
Vamos sistematizar tudo que vimos sobre medidas provisórias?
1) Para que uma medida provisória possa ser solicitada à Corte IDH, o caso deve ser de 
extrema gravidade e urgência. A medida provisória terá a finalidade de evitar danos irre-
paráveis às pessoas.
2) Se o caso ainda não houver sido submetido à Corte IDH, esta somente pode determinar 
medidas provisórias a pedido da CIDH. Se o caso já se encontrar em tramitação na Cor-
te IDH, esta pode expedir medidas provisórias de ofício, a pedido das vítimas ou seus 
representantes e a pedido da CIDH.
3) Se o caso ainda não estiver em tramitação na Corte IDH, a CIDH, para pedir medidas 
provisórias, não deve, necessariamente, ter antes emitido medidas cautelares e estas 
terem se revelado infrutíferas.
4) Há supervisão do cumprimento das medidas provisórias por meio de sistema de rela-
tórios periódicos, podendo haver também a realização de audiência pública ou privada.
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RESUMO
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é um órgão judicial autônomo que tem sede 
em San José (Costa Rica), cujo propósito é aplicar e interpretar a Convenção Americana de 
Direitos Humanos e outros tratados de Direitos Humanos. Faz parte do chamado Sistema 
Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos.
A Corte exerce competência contenciosa e consultiva. Os idiomas oficiais da Corte são os 
mesmos adotados pela OEA, quais sejam o espanhol, português, inglês e o francês. Os idiomas 
de trabalho são aqueles que decida a Corte a cada ano. Não obstante, para um caso específico, 
pode-se adotar também como idioma de trabalho aquele de uma das partes, sempre que este 
seja a língua oficial desta.
A Corte tem competência litigiosa para conhecer de qualquer caso relativo à interpretação 
e aplicação das disposições da Convenção Americana de Direitos Humanos a que lhe seja 
submetida apreciação, sempre os Estados signatários reconheçam esta competência, por 
declaração ou convenções especiais. Basicamente conhece dos casos em que se alegue que 
um dos Estados-Membros tenha violado um direito ou liberdade protegido pela Convenção, 
sendo necessário que se tenham esgotados os procedimentos previstos nesta.
As pessoas, grupos ou entidades que não sejam o Estado não têm capacidade de impetrar 
casos junto à Corte, mas podem recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
A  Comissão pode, então, levar os assuntos diante desta, sempre que o Estado questionado 
haja reconhecido sua competência. Em todos os casos, a Comissão deve comparecer em to-
dos os casos apreciados pela Corte. O procedimento junto à Corte é de caráter contraditório. 
Termina com uma sentença judicial motivada, obrigatória, definitiva e inapelável. Se a decisão 
não expressa, no todo ou parcialmente, a opinião unânime dos juízes, qualquer destes tem direito 
a que se junte sua opinião dissidente ou individual. Em caso de desacordo sobre o sentido ou al-
cance da decisão, a Corte o interpretará por solicitação de qualquer das partes, sempre que esta 
solicitação seja apresentada dentro de noventa dias a partir da notificação da sentença.
Os Estados-Membros da OEA podem consultar a Corte acerca da interpretação da 
Convenção Americana de Direitos Humanos ou de outros tratados concernentes à proteção 
dos Direitos Humanos no âmbito dos Estados americanos. Além disso, podem consultá-la, 
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DIREITOS HUMANOS
dentro da sua competência, também os órgãos da Organização dos Estados Americanos. Pode 
a Corte, ainda, a pedido de um Estado-membro da OEA, emitir parecer sobre a compatibilidade 
entre qualquer de suas leis internas e os mencionados tratados internacionais.
A Corte é composta por sete juízes, naturais dos Estados-Membros da OEA, eleitos a títu-
lo pessoal entre juristas da mais elevada autoridade moral, de reconhecida competência em 
matéria de Direitos Humanos, que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais 
elevadas funções judiciais conforme da lei do país do qual seja nacional ou do Estado que lhe 
proponha a candidatura. Não pode haver mais de um juiz da mesma nacionalidade. Os juízes da 
Corte são eleitos para um mandato de seis anos e somente podem ser reeleitos uma vez. O juiz 
eleito para substituir a outro, cujo mandato não tenha ainda expirado, completa tal mandato.
Fonte: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Corte-Interamericana-de-Direitos-Humanos/o-que-e.html
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DIREITOS HUMANOS
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2015) Com referência ao Sistema 
Interamericano de Direitos Humanos, levando em consideração inclusive orientações do 
Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta:
a) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma instituição judicial autônoma cujo 
objetivo é aplicar e interpretar a Convenção Americana, exercendo exclusivamente funções 
contenciosas.
b) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem apenas competências políticas, 
entre as quais se destacam a realização de visitas in loco e a preparação de relatórios sobre a 
situação dos direitos humanos nos Estados-Membros.
c) A Corte Interamericana de Direitos Humanos, no exercício de seu poder de resolução de 
casos contenciosos, atende petições formuladas pelos Estados Partes, por indivíduos ou 
organizações.
d) O mecanismo de supervisão de sentenças condenatórias é da competência da Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos.
e) As sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos são vinculantes, definitivas e 
inapeláveis.
Questão 2 (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) O sistema Regional Americano tem 
suas peculiaridades e, dentre elas, pode-se mencionar a existência da Comissão Interameri-
cana de Direitos Humanos e a Corte interamericana de Direitos Humanos. A respeito destes 
órgãos, é correto afirmar:
a) As medidas cautelares, adotadas pela Comissão, possuem natureza vinculante, citando-se 
como exemplo o caso da Usina Belo Monte.
b) A Comissão Interamericana é composta por sete membros eleitos por quatro anos, permitida 
só uma reeleição.
c) A Corte Interamericana é composta por sete membros por um mandato de quatro anos, 
permitida a reeleição.
d) O indivíduo pode acessar ambos os órgãos mencionados, bastando, para tanto, preencher o 
requisito do prévio esgotamento das vias ordinárias.
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DIREITOS HUMANOS
e) A Comissão Interamericana tem a competência de emitir opiniões consultivas vinculantes 
aos Estados-membros.
Questão 3 (FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA – CIÊNCIAS JURÍDI-
CAS/2018) Sobre a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e/ou a Corte Interamericana 
de Direitos Humanos, é correto afirmar que:
a) São órgãos do sistema global de proteção dos direitos humanos, funcionando a Comissão, 
a pedido exclusivo das partes envolvidas, como instância revisora das decisões da Corte.
b) Sem prejuízo de outras possíveis atribuições, à Comissão cabe promover a observância e a 
defesa dos direitos humanos nas Américas e servir como órgão consultivo da Organização dos 
Estados Americanos (OEA) nessa matéria, cabendo à Corte funções contenciosas e consulti-
vas, com possibilidade de aplicação de medidas cautelares.
c) A Corte é composta por nove comissários eleitos para um mandato de quatro anos, competin-
do-lhe, entre outras, a função de recomendar à Organização dos Estados Americanos (OEA) a ex-
pulsão de eventual Estado-Membro que viole direitos humanos de forma reiterada e injustificada.
d) A Comissão, com sede na Costa Rica, é composta por onze membros indicados

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