Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Débora Pimenta - Famed XIII Farmacologia II Esquizofrenia PSICOSE ESQUIZOFRENIA DOPAMINA VIAS DOPAMINÉRGICAS ESSENCIAIS NO CÉREBRO HIPÓTESE DOPAMINÉRGICA DA ESQUIZOFRENIA VIA DOPAMINÉRGICA MESOCORTICAL E SINTOMAS COGNITIVOS, NEGATIVOS E AFETIVOS DA ESQUIZOFRENIA VIA MESOLÍMBICA, RECOMPENSA E SINTOMAS NEGATIVOS VIA DOPAMINÉRGICA NIGROSTRIATAL VIA DOPAMINÉRGICA TUBEROINFUNDIBULAR GLUTAMATO HIPÓTESE DE HIPOFUNÇÃO DOS RECEPTORES NMDA NA ESQUIZOFRENIA NEURODESENVOLVIMENTO E GENÉTICA NA ESQUIZOFRENIA NEUROIMAGEM DOS CIRCUITOS NA ESQUIZOFRENIA ANTIPSICÓTICOS FÁRMACOS PRIMEIRA GERAÇÃO ANTAGONISMO DOS RECEPTORES DE D2 TORNA O ANTIPSICÓTICO PRIMEIRA GERAÇÃO NEUROLEPSIA SINTOMAS EXTRAPIRAMIDAIS E DISCINESIA TARDIA ELEVAÇÃO DA PROLACTINA (HIPERPROLACTINEMIA) PROPRIEDADES BLOQUEADORAS COLINÉRGICAS MUSCARÍNICAS DOS ANTIPSICÓTICOS DE 1ª GERAÇÃO ANTIPSICÓTICOS DE 1ª GERAÇÃO BLOQUEANDO H1 ANTIPSICÓTICOS SEGUNDA GERAÇÃO (ATÍPICOS) SEROTONINA RECEPTORES 5HT2A ANTAGONISMO DOS RECEPTORES 5HT2A E REDUÇÃO DA HIPERPROLACTINEMIA ANTIPSICÓTICOS “PINA” Clozapina Olanzapina Quetiapina Asenapina ANTIPSICÓTICOS “ONA” Risperidona Paliperidona Ziprasidona ANTIPSICÓTICOS: AGONISTAS PARCIAIS D2 ANTIPSICÓTICOS 1ª GERAÇÃO X 2ª GERAÇÃO RENAME 2018 “Como não mudar de antipsicótico” Débora Pimenta - Famed XIII PSICOSE Síndrome, associada a muitos transtornos psiquiátricos diferentes, embora não seja um transtorno em si. Conjunto de sintomas nos quais a capacidade mental, a resposta afetiva e a capacidade do indivíduo de reconhecer a realidade, de se comunicar e de se relacionar com outras pessoas estão comprometidas. ESQUIZOFRENIA É uma doença psicótica, é um transtorno que deve durar cerca de 6 meses ou mais, com pelo menos, um mês de delírios, alucinações, discurso desordenado, comportamento claramente desorganizado ou catatônico ou sintomas negativos. Geralmente, os sintomas positivos refletem excesso das funções normais e, além dos delírios e das alucinações, podem incluir distorções ou exageros na linguagem e na comunicação (discurso desorganizado). Débora Pimenta - Famed XIII Correspondência de cada sintoma a uma suposta disfunção dos circuitos cerebrais Circuitos mesolímbicos disfuncionais Sintomas positivos Circuitos mesocorticais Sintomas negativos Nucleus accumbens Papel de motivação, pode estar envolvido na maior frequência de uso e na utilização abusiva de substâncias. Córtex pré-frontal ventromedial Sintomas afetivos Córtex orbitofrontal e amígdala Sintomas agressivos (relacionado com controle dos impulsos) Córtex pré-frontal dorsolateral Sintomas cognitivos - processamento problemático da informação Débora Pimenta - Famed XIII Neurotransmissores e circuitos na esquizofrenia DOPAMINA ○ Neurônios dopaminérgicos: utilizam dopamina (D) como neurotransmissor, ela é sintetizada nos terminais nervosos dopaminérgicos, a partir do aa tirosina. Tirosina (TYR) é convertida em DOPA pela enzima tirosina hidroxilase (TOH). DOPA é convertida em DA pela enzima DOPA descarboxilase (DDC). É armazenada nas vesículas pelo transportador vesicular de monoaminas (VMAT2). O neurônio DA tem um transportador pré-sináptico (bomba de recaptação), denominado DAT, que é exclusivo para a DA e que interrompe a ação sináptica da DA ao retirá-la rapidamente da sinapse e transportá-la de volta ao terminal nervoso pré-sináptico. Neste último, pode ser novamente armazenada em vesículas sinápticas para reutilização subsequente em outra neurotransmissão. O receptor de dopamina 2 (D2) é estimulado por agonistas dopaminérgicos no tratamento da esquizofrenia. Débora Pimenta - Famed XIII Os receptores de dopamina 1, 2, 3 e são todos bloqueados por alguns psicóticos atípicos, porém não se sabe até que ponto os receptores 1, 3 e 4 contribuem para as propriedades clínicas desses fármacos. Dopamina pode ser transportada de volta para o neurônio pré-sináptico pelo DAT. Dopamina pode ser degradada pela enzima catecol-O-metiltransferase (COMT). Outras enzimas são monoamina oxidase A (MAO-A) e a monoamina oxidase B (MAO-B). D2: autorreceptor pré-sináptico que regula a liberação de dopamina pelo neurônio pré-sináptico. A ocupação desses receptores proporciona um impulso de retroalimentação negativa ou uma ação de freio para a liberação de dopamina do neurônio pré-sináptico. Quando os receptores D2 NÃO ESTÃO ligados a DA, eles abrem uma comporta molecular, o que possibilita a liberação de DA (dopamina). Quando os receptores D2 ESTÃO ligados a DA, eles fecham a comporta molecular e impedem a liberação de DA. Débora Pimenta - Famed XIII D2 no terminal axônico. Quando a DA se liga a esse receptor, ela interrompe o fluxo de impulsos neuronais do neurônio dopaminérgico (ver a perda dos raios no neurônio B), o que interrompe a liberação adicional de DA. VIAS DOPAMINÉRGICAS ESSENCIAIS NO CÉREBRO 1) Via mesolímbica: projeta-se da área tegmental ventral do mesencéfalo para o nucleus accumbens, uma parte do sistema límbico o cérebro que se acredita estar envolvida em muitos comportamentos, como a sensação de prazer, euforia intensa produzida por uso abusivo de substâncias psicoativas, bem como delírios e alucinações na psicose. 2) Via mesocortical: projeta da área tegmental ventral do mesencéfalo e envia axônios para áreas do córtex pré-frontal, onde podem desempenhar um papel na mediação dos sintomas cognitivos (córtex pré-frontal dorsolateral CPFDL) e sintomas afetivos (córtex pré-frontal ventromedial CPFVM) da esquizofrenia. Débora Pimenta - Famed XIII 3) Via nigroestriatal: se projeta da substância negra para os núcleos da base, faz parte do sistema nervoso extrapiramidal e controla a função motora e o movimento. 4) Via tuberoinfundibular: projeta-se do hipotálamo para a adeno-hipófise e controla a secreção de prolactina. HIPÓTESE DOPAMINÉRGICA DA ESQUIZOFRENIA ● Via dopaminérgica mesolímbica e sintomas positivos da esquizofrenia Doenças ou fármacos que aumenta a dopamina produzem sintomas psicóticos positivos ou os amplificam, enquanto fármacos que diminuem a dopamina reduzem ou interrompem esses sintomas positivos. ● Todos os antipsicóticos conhecidos capazes de tratar os sintomas psicóticos positivos são bloqueadores do receptor de dopamina D2. ● A hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos mesolímbicos podem desempenhar um papel nos sintomas agressivos e hostis. VIA DOPAMINÉRGICA MESOCORTICAL E SINTOMAS COGNITIVOS, NEGATIVOS E AFETIVOS DA ESQUIZOFRENIA ● Os sintomas cognitivos e alguns sintomas negativos da esquizofrenia podem ser atribuídos a um déficit da atividade da dopamina nas projeções mesocorticais para o córtex pré-frontal dorsolateral; ● Os sintomas afetivos e outros sintomas negativos resultariam de um déficit da atividade da dopamina nas projeções mesocorticais para o córtex pré-frontal ventromedial. ● O aumento de DA na via mesocortical poderia melhorar os sintomas negativos, cognitivos e afetivos. Entretanto, excesso de DA em outras partes do cérebro, por exemplo na via mesolímbica, agrava os sintomas positivos. Débora Pimenta - Famed XIII VIA MESOLÍMBICA, RECOMPENSA E SINTOMAS NEGATIVOS O funcionamento deficiente da via mesolímbica, pode gerar perda da motivação ou interesse, anedonia e falta de prazer. Não apenas a função deficiente da via mesocortical. O tratamento de pacientes com antipsicóticos convencionais produz agravamento dos sintomas negativos. Como no córtex pré-frontal não tem alta densidade de receptores D2, isso significa possível deficiência de funcionamento do sistema mesolímbico, o que resulta em mecanismos de recompensa inadequados, na forma de comportamentos, com anedonia e uso abusivo de substâncias psicoativas. VIA DOPAMINÉRGICA NIGROSTRIATAL A deficiência de dopamina nessa via provoca distúrbios do movimento, como a doença de Parkinson. Deficiência de DA nos núcleos da base podem produzir acatisia (inquietação motora) e distonia, esses distúrbios podem ser reproduzidos por fármacos que bloqueiam os receptores D2. Na esquizofrenia não tratada, essavia pode estar relativamente preservada. VIA DOPAMINÉRGICA TUBEROINFUNDIBULAR ● Normalmente, esses neurônios são ativos e inibem a liberação de prolactina. Se o funcionamento dos neurônios dopaminérgicos tuberoinfundibulares for interrompido por lesões ou substâncias, pode ocorrer elevação dos níveis de prolactina, o que causa: ○ galactorreia (secreção da mama); ○ amenorreia; ○ até mesmo disfunção sexual. ● Problemas que podem ser observados após o tratamento com muitos antipsicóticos, que bloqueiam os receptores D2. ● Na esquizofrenia não tratada, essa via pode estar relativamente preservada. GLUTAMATO ● Glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do SNC. ● Sintetizado a partir da glutamina na glia, ao ser liberado pelas vesículas sinápticas que o armazenam nos neurônios glutamatérgicos, o glutamato interage com receptores na sinapse e é, em seguida, captado por células gliais vizinhas por meio de uma bomba de recaptação, conhecida como transportador de aminoácidos excitatórios (EAAT). Glutamato é convertido em glutamina para armazenamento. ● No interior do neurônio, é convertida de volta em glutamato, que é transportado para dentro de vesículas sinápticas. Uma vez liberado, as ações do glutamato não são interrompidas por decomposição enzimática, mas sim por remoção pelos EAAT. Débora Pimenta - Famed XIII N-metil-D-aspartado (NMDA): receptor de glutamato pós-sináptico ligado a canais iônicos. Ionotrópico (canais iônicos regulados por ligantes). ● Os receptores NMDA no estado de repouso costumam ser bloqueados pelo magnésio, que obstrui o canal de cálcio. Débora Pimenta - Famed XIII HIPÓTESE DE HIPOFUNÇÃO DOS RECEPTORES NMDA NA ESQUIZOFRENIA ● Hipofunção devido a anormalidades na formação de sinapses glutamatérgicas NMDA durante o neurodesenvolvimento. Quando os receptores NMDA se tornam hipofuncionais por meio dos antagonistas dos receptores NMDA, PCP (fenciclidina) ou cetamina, isso produz um transtorno psicótico em humanos normais que se assemelha muito aos sintomas da esquizofrenia. ● Sintomas positivos: Um complexo conjunto de interações faz com que o glutamato determine a liberação de dopamina. As vias glutamatérgicas do córtex para o tronco encefálico regulam o débito de glutamato do córtex para o centro neurotransmissor do tronco encefálico, conhecido como área tegmental ventral (VTA) para a projeção dopaminérgica mesolímbica e para projeção dopaminérgica mesocortical. ● Neurônios glutamatérgicos do córtex para o tronco encefálico que inervam/estimulam apenas os neurônios dopaminérgicos se projetam da VTA para o nucleus accumbes = via mesolímbica. Se esses neurônios glutamatérgicos fossem demasiado ativos, eles causariam hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos mesolímbicos. Isso é exatamente o que se acredita que acontece na esquizofrenia. A hiperatividade da DA nesses neurônios mesolímbicos está associada aos sintomas positivos. ● Se os receptores de NMDA nos interneurônios gabaérgicos corticais estiverem hipoativos, a via cortical do tronco encefálico para a VTA será hiperativada, o que leva à liberação excessiva de glutamato na VTA. Isso resultará em estimulação excessiva da via mesolímbica. ● O glutamato liberado na parte ventral do hipocampo liga-se aos receptores NMDA em um interneurônio gabaérgico, o que estimula a liberação de GABA, ele liga-se a receptores em um neurônio glutamatérgico piramidal que se projeta para o nucleus accumbens, e isso inibe a liberação de glutamato - Fisiológico. ● Se os receptores NMDA nos interneurônios gabaérgicos da parte ventral do hipocampo forem hipoativos, a via glutamatérgica para o nucleus accumbens será hiperativada, com consequente liberação excessiva de glutamato no nucleus accumbens. Isso leva à estimulação excessiva dos neurônios gabaérgicos que, por sua vez, inibe a liberação de GABA do globo pálido para a VTA. Isso resulta em desinibição da via mesolímbica e, portanto, na liberação excessiva de dopamina no n. accumbens. NEURODESENVOLVIMENTO E GENÉTICA NA ESQUIZOFRENIA ❏ É provável que a esquizofrenia seja uma junção de muitos genes e muitos estressores ambientais, o que causa o desenvolvimento anormal de conexões cerebrais durante a vida. ❏ Assim, doenças mentais devem-se não apenas a genes anormais no seu DNA e na função das proteínas que codificam, mas também a genes normais que produzem proteínas funcionais normais, mas que são ativados ou silenciados no momentos errados pelo ambiente (natureza e criação). ❏ Esquizofrenia: “desconexão” dos neurônios, particularmente no hipocampo e no córtex pré-frontal e, especificamente, nas sinapses glutamatérgicas com receptores NMDA que se tornam hipofuncionais. Débora Pimenta - Famed XIII ❏ O uso da maconha é um estressor ambiental maligno para as pessoas vulneráveis à esquizofrenia. NEUROIMAGEM DOS CIRCUITOS NA ESQUIZOFRENIA ● A esquizofrenia apresenta prejuízos na capacidade de identificar e interpretar acuradamente emoções de fontes definidas, como expressões faciais. Isso se dá pelo ineficiente processamento da informação no córtex pré-frontal ventromedial (CPFVM) e na amígdala. ● A amígdala é ativada quando o indivíduo olha para faces assustadores e ameaçadoras ou pela avaliação de quão alegre ou triste um rosto possa estar e procurando fazer corresponder as emoções com os rostos. Os pacientes esquizofrênicos não conseguem realizar essa avaliação. ● Um rosto neutro ou um estímulo neutro pode provocar pouca ativação da amígdala no indivíduo saudável. Entretanto, pode gerar reação exagerada para o esquizofrênico, o qual pode julgar erroneamente pessoas de modo negativo ou concluir incorretamente que outra pessoa tem fortes impressões desfavoráveis sobre ele ou que pode até ameaçá-lo. Débora Pimenta - Famed XIII ANTIPSICÓTICOS Débora Pimenta - Famed XIII FÁRMACOS PRIMEIRA GERAÇÃO ANTAGONISMO DOS RECEPTORES DE D2 TORNA O ANTIPSICÓTICO PRIMEIRA GERAÇÃO ● Antipsicóticos de 1ª geração tem como mecanismo de ação o bloqueio dos receptores D2, especificamente na via mesolímbica. Esse bloqueio reduz a hiperatividade dessa via. ● Todos os de 1ª geração reduzem os sintomas psicóticos positivos. ● Entretanto, quando se toma uma dose suficiente para bloquear a quantidade adequada de receptor D2 para obter efeito antipsicótico, simultaneamente, a mesma quantidade de receptores D2 é bloqueada em todo o cérebro, o que provoca efeitos colaterais indesejáveis. Na hipótese de que a via mesolímbica está hiperativa, e com excesso de dopamina na sinapse. Um antagonista de D2, como antipsicótico de 1ª geração, bloqueia a ligação da dopamina ao receptor D2, o que reduz a hiperatividade. Débora Pimenta - Famed XIII NEUROLEPSIA ● Os receptores D2 na via mesolímbica também medeia o sistema de recompensa do cérebro e o nucleus accumbens é amplamente considerado como o “centro do prazer”. Se esses receptores forem bloqueados, isso pode reduzir os sintomas positivos, mas também, levar a anedonia e falta de motivação, de interesse e de alegria com as interações sociais, um estado que se assemelha muito com os sintomas negativos. ● Como é o centro da recompensa artificial do uso abusivo de substâncias, pode ser a explicação da elevada incidência de tabagismo e uso de outras drogas ilícitas na esquizofrenia. ● Os antipsicóticos também bloqueiam os receptores D2 da via mesocortical, em que a DA já pode estar deficiente na esquizofrenia, o que pode agravar os sintomas negativos e cognitivos. - “síndrome de déficit induzida por neurolépticos”. CPFDL = vias dopaminérgicas mesocorticais para o córtex pré-frontal dorsolateral. SINTOMAS EXTRAPIRAMIDAIS E DISCINESIA TARDIA ● Quando um número substancial de receptores D2 é bloqueado na via nigroestriatal (faz parte do sistema nervoso extrapiramidal), esse bloqueio pode provocar vários distúrbios do movimento - se assemelha ao Parkinson. ● Quando esses receptores D2 nessa via forem bloqueados constantemente, podem produzir um distúrbio de movimento hipercinético - DISCINESIA TARDIA. ● Esse distúrbio provoca movimentosfaciais e da língua, mastigação constante, protrusão da língua, caretas e movimentação dos membros. ● Causada pelo uso prolongado de antipsicóticos de primeira geração. Débora Pimenta - Famed XIII ELEVAÇÃO DA PROLACTINA (HIPERPROLACTINEMIA) ● Receptores D2 na via tuberoinfundibular também são bloqueados pelos antipsicóticos de 1ª geração, o que provoca elevação das concentrações plasmáticas de prolactina - HIPERPROLACTINEMIA. ● Gera galactorréia (secreção mamária) e ginecomastia. PROPRIEDADES BLOQUEADORAS COLINÉRGICAS MUSCARÍNICAS DOS ANTIPSICÓTICOS DE 1ª GERAÇÃO ● Eles ainda bloqueiam receptores colinérgicos muscarínicos M1, o que pode causar boca seca, visão turva, constipação intestinal e embotamento cognitivo. ● Graus diferentes de bloqueio colinérgico muscarínico também pode explicar o motivo de alguns de 1ª geração terem menos propensão a provocar sintomas extrapiramidais (SEP). OU SEJA, os antipsicóticos que causam mais SEP são aqueles que apresentam propriedades anticolinérgicas FRACAS, enquanto os que causam menos SEP são os que tem propriedade anticolinérgicas FORTES. ● Explicação: a dopamina e a acetilcolina tem uma relação recíproca entre si na via nigroestriatal. Os neurônios dessa via estabelecem conexões pós-sinápticas com neurônios colinérgicos. FISIOLOGICAMENTE, a dopamina inibe a liberação de acetilcolina dos neurônios colinérgicos nigroestriatais pós-sinápticos, suprimindo a atividade de acetilcolina. ● Se a dopamina não puder mais suprimir a liberação de acetilcolina, devido ao bloqueio de seus receptores por um antipsicótico, a acetilcolina torna-se excessivamente ativa. Débora Pimenta - Famed XIII ● A estratégia de administrar agentes anticolinérgicos com antipsicóticos para reduzir os SEP, não diminui a capacidade dos antipsicóticos de causar discinesia tardia, ocorre também efeitos colaterais do anticolinérgicos - boca seca, visão turva, etc. ANTIPSICÓTICOS DE 1ª GERAÇÃO BLOQUEANDO H1 ● Antipsicóticos de 1ª geração bloqueiam os receptores de histamina H1, o que causa ganho de peso e sonolência. ● Bloqueio dos receptores alfa1-adrenérgicos causam efeitos adversos cardiovasculares, como hipotensão ortostática e sonolência. ● Haloperidol: pouca atividade de ligação anticolinérgica ou anti-histamínica; ● Clorpromazina: apresenta potente ligação anticolinérgica e anti-histamínica. Débora Pimenta - Famed XIII ANTIPSICÓTICOS SEGUNDA GERAÇÃO (ATÍPICOS) ❏ Têm perfil clínico de ações antipsicóticas iguais sobre os sintomas positivos, porém com poucos sintomas extrapiramidais e menos hiperprolactinemia. ❏ Antagonistas da serotonina-dopamina, com antagonismo simultâneo dos receptores de serotonina 5HT2a que acompanha o antagonismo de D2. ❏ Ações agonistas parciais nos receptores 5HT1a e parciais nos receptores D2. SEROTONINA Também conhecida como 5-hidroxitriptamina ou 5HT. AA triptofano (precursor) → 5-hidroxitriptofano (5HTP) → 5HT. Captada dentro de vesículas pelo transportador vesicular de monoaminas (VMAT2). Sua ação termina quando é destruída pela monoamina oxidase (MAO), torna-se metabólito inativo. → enzima triptofano hidroxilase (TRY-OH)/enzima descarboxilase de aa aromáticos (AAADC). SERT (Transportador de serotonina) é uma bomba de transporte pré-sináptica para a serotonina. Ou seja, bombeia a serotonina para fora da sinapse e de volta ao terminal nervoso pré-sináptico, onde pode ser armazenada novamente. RECEPTORES 5HT2A Todos os receptores 5HT2A são pós-sinápticos. ● neurônio piramidais corticais, são excitatórios. Podem potencializar a liberação de glutamato (regula a liberação de dopamina). ● Assim, a estimulação ou o bloqueio desses receptores pode regular a liberação de dopamina. ● Normalmente, a serotonina reduz a liberação de dopamina pelas suas ações sobre os receptores 5HT2A. ● Os antipsicóticos atípicos bloqueiam os receptores 5HT2A, que apresentam múltiplos mecanismos pelos quais eles aumentam a liberação de dopamina. O resultado dessa liberação de dopamina é que ela compete com antagonistas dos Débora Pimenta - Famed XIII receptores D2, nos quais reduz a ligação aos receptores D2 para menos de 80% para em torno de 60%, diminuição suficiente para eliminar os sintomas extrapiramidais (SEP). ANTAGONISMO DOS RECEPTORES 5HT2A E REDUÇÃO DA HIPERPROLACTINEMIA ● Dopamina inibe a liberação de prolactina ao estimular receptores D2. ● Serotonina promove a liberação de prolactina ao estimular os receptores 5HT2A. ● Receptores D2 são bloqueados por antipsicóticos convencionais, a dopamina não pode mais inibir a liberação de prolactina. Débora Pimenta - Famed XIII ● No caso do antipsicótico de 2ª geração, ocorre inibição simultânea dos receptores 5HT2A, assim, a serotonina não pode mais estimular a liberação de prolactina. Isso reduz a hiperprolactinemia do bloqueio dos receptores D2. Débora Pimenta - Famed XIII ANTIPSICÓTICOS “PINA” Clozapina ● Antagonista dos receptores de serotonina 5HT2A-D2. ● Agranulocitose: antipsicótico associado ao maior risco de desenvolver complicações que comporta risco à vida e ocasionalmente fatal. 0,5-2% dos pacientes. Assim, é necessário monitorar o hemograma dos pacientes. Olanzapina ● Antagonista nos receptores de serotonina 5HT2A e de dopamina D2. Quetiapina ● Antagonista nos receptores de serotonina 5HT2A e dopamina D2. Débora Pimenta - Famed XIII Asenapina ANTIPSICÓTICOS “ONA” Risperidona Paliperidona Ziprasidona Débora Pimenta - Famed XIII OBS: Aripiprazol: agonista parcial do receptores D2. Paliperidona: metabólito ativo da risperidona. ANTIPSICÓTICOS: AGONISTAS PARCIAIS D2 ● Aripiprazol: introduzido no mercado em 2002, é considerado um antipsicótico atípico (2ª geração). Débora Pimenta - Famed XIII ANTIPSICÓTICOS 1ª GERAÇÃO X 2ª GERAÇÃO Débora Pimenta - Famed XIII RENAME 2018 “Como não mudar de antipsicótico”
Compartilhar