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1 VICTORIA CHAGAS Neurofarmacologia FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL A ação do fármaco pode ser: - Específica → resulta diretamente do seu mecanismo molecular, cuja ação primária da célula alvo é devido à interação com receptores. São seletivos de ação localizada. - Inespecífico → resulta de propriedades físico-químicas do fármaco e apresenta diversos mecanismos moleculares em diversas células-alvo. Para um fármaco passar pela barreira hematoencefálica (proteção/regulação de substancias/moléculas para o cérebro) é necessário: transporte de proteínas de membrana, lipossolubilidade e baixo peso molecular DEPRESSORES GERAIS DO SNC São fármacos capazes de deprimir reversivelmente as atividades de todos os tecidos excitáveis → sendo o SNC intensamente sensível. Nessa categoria incluem-se os anestésicos gerais inalatórios ESTIMULANTES GERAIS DO SNC São fármacos capazes de estimular o SNC em todos os níveis. Nessa categoria estão os psicoestimulantes como as metilxantinas. FÁRMACOS QUE ATUAM SELETIVAMENTE NO SNC São fármacos capazes de deprimir ou estimular as funções do SNC Em doses terapêuticas possuem pouco efeito sobre o nível de excitabilidade Nessa categoria estão os: psicofármacos (antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos, hipnóticos), anticonvulsivantes, antiparkinsonianos, analgésicos opioides... SINAPSE QUÍMICA Há dois tipos de sinapses: ▪ QUÍMICA → Com mediadores químicos; mais lento (são mais comuns no SNC) ▪ ELÉTRICA → sem mediadores químicos; mais rápido; passam por canais iônicos voltagem dependentes. 2 VICTORIA CHAGAS A sinapse química compreende um terminal pré-sináptico e um pós-sináptico e a fenda sináptica (entre os dois neurônios). o Sinapse excitatória: Se o neurotransmissor tiver papel excitatório, sua interação com o receptor provoca uma despolarização localizada (PEPS) através do aumento da permeabilidade dos íons Na+ e saída do íon K+. Essa despolarização da membrana se propaga pelo neurônio, resultando na transmissão do impulso nervoso do neurônio pré- sináptico para o pós-sináptico. o Sinapse inibitória: Se o neurotransmissor for inibitório, a interação com o receptor provoca uma hiperpolarização localizada (PIPS) através do aumento na permeabilidade ao íon Cl e saída de K+. Isso impede a propagação do impulso nervoso da região pré para a pós- sináptica. RECEPTORES ▪ IONOTRÓPICOS: canais iônicos que se abrem após a ligação do neurotransmissor (dependente de ligante). É mais rápido, porém menos duradouro. - Ex: nicotínico de acetilcolina e receptores de glutamato, glicina e GABA ▪ METABOTRÓPICO: acoplado a proteína G. Mais lento, porém tem efeito mais duradouro. - Cascata de sinalização → aumenta (estímulo) ou diminui (inibição) os segundo mensageiros → permitindo à amplificação de sinal, modulação da excitabilidade neuronal e regulação da atividade intracelular. - Ex: muscarínicos. ▪ RECEPTORES LIGADOS A QUINASES: receptores ligados a enzima quinase. A ativação dessas enzimas leva a fosforilação e ligação de outras proteínas para ocorrer o sinal. - Ex.: Receptores de citocinas, insulina... ▪ NUCLEARES: fármacos sofrem difusão através da membrana plasmática e ligam-se a receptores nucleares/citoplasmáticos. - Ex.: cortisol/receptor de estrógenos. ▪ AUTORRECEPTOR: comanda um feedback negativo/retroalimentação 3 VICTORIA CHAGAS NEUROTRANSMISSORES Substâncias produzidas e armazenadas em vesículas sinápticas Com o potencial de ação irá ocorrer a liberação por exocitose dessas substâncias As moléculas então irão se difundir através da fenda sináptica e agir em receptores Cada neurônio é específico → ex.: neurônio dopaminérgico (só produz dopamina) Podem ser excitatórios ou inibitórios - Excitatório: ao interagir com o receptor faz despolarização (PEPS) da membrana pós- sináptica (entrada de Na+ e saída de K+) → aumenta transmissão de impulso nervoso - Inibitório: ao interagir com o receptor faz hiperpolarização (PIPS) da membrana pós- sináptica (saída de K e entrada de Cl-) → impede propagação do impulso nervoso o NEUROMODULADORES: São substâncias liberadas simultaneamente aos neurotransmissores com a função de modular os efeitos dessas substâncias. o NEURO-HORMÔNIOS: hormônios secretados pelas células nervosas para o sangue em resposta a sinais recebidos. o FATORES NEUROTRÓFICOS: substâncias endógenas produzidas no SNC que auxiliam os neurônios a reparar danos. 4 VICTORIA CHAGAS SÍNTESE Cada neurônio sintetiza um determinado neurotransmissor que será liberado em seus terminais para a fenda sináptica. As enzimas responsáveis pela síntese do neurotransmissor encontram-se no corpo celular, principalmente no terminal nervoso (dendrítico ou axônico). Existem pelo menos três sítios teóricos responsáveis pelo controle da síntese 1. Dentro do neurônio → ação direta do mediador químico sobre a enzima sintetizante 2. Extracelular → interação do neurotransmissor com autorreceptores 3. Mecanismo reflexo multissináptico → altera a velocidade de disparos do neurônio responsável pela liberação do mediador químico. ARMAZENAMENTO E LIBERAÇÃO Os neurotransmissores são sintetizados e depois armazenados em vesículas/reservatórios diferentes, com exceção da noradrenalina (Nad) e da adrenalina (Ad) cujas etapas finais da síntese e de armazenamento ocorrem em um mesmo compartimento. Eles são liberados na fenda sináptica após despolarização do terminal pré-sináptico por um mecanismo cálcio-dependente. CAPTAÇÃO E INATIVAÇÃO Captação por receptores e inativação por recaptação ou degradação → após serem liberados e atuarem nos receptores, devem ser removidos do seu local de ação, pois a estimulação prolongada dos receptores sinápticos ocasionaria uma dessensibilização (diminuição dos números de receptores). Por outro lado, uma deficiência do transmissor pode acarretar o aumento do número de receptores e causar supersensibilidade. O mais importante processo de inativação do neurotransmissor consiste em sua remoção da fenda sináptica por processos (recaptação ou degradação) nas membranas pré e pós- sináptica assim como nas membranas das células da glia (fagocitose) próximas. PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES o ACETILCOLINA (ACh) - Os neurônios colinérgicos são aqueles que sintetizam, armazenam e liberam acetilcolina. - Esses neurônios não conseguem captar o próprio transmissor e sim o produto do seu metabolismo (diferente dos outros neurônios). - Foram identificados subtipos de receptores muscarínicos (M1, M2, M3 e M4) e nicotínicos - A acetilcolina participa na percepção da dor, estados convulsivos e nos processos de aprendizagem e memória. Pessoas que sofrem de Alzheimer apresentam tipicamente baixos níveis de ACh no córtex cerebral, e as drogas que aumentam sua ação podem melhorar a memória em tais pacientes. o DOPAMINA (DA) - Síntese a partir de precursores adquiridos na dieta (AA - fenilalanina e tirosina) - As ações no SNC são mediadas por subtipos de receptores D1 e D2 (também há D3, D4 e D5) - Controla níveis de estimulação e controle motor em muitas partes do cérebro. Quando os níveis estão extremamente baixos na doença de Parkinson, os pacientes são incapazes de se mover voluntariamente. Presume-se que o LSD e outras drogas alucinógenas ajam no sistema da dopamina. 5 VICTORIA CHAGAS o NORADRENALINA (Nad) - Precursores adquiridos na dieta (AA - fenilalanina e tirosina) - 3 tipos de receptores adrenérgicos e seus subtipos (α1, α2 e β) foram descritos no SNC - A atividade dos neurônios Nad está associada a modulação de estados emocionais (excitação física e mental, bom humor), alerta, aprendizagem, reação ao estresse e percepção da dor. o SEROTONINA - Síntese a partir do AA triptofano adquirido na dieta- Dentro as várias implicações funcionais da serotonina no SNC, destacam-se seu papel nos estados depressivos do humor, na modulação do apetite e na regulação da temperatura corpórea e sono (visto como ‘’neurotransmissor do bem-estar’’) o HISTAMINA - Prováveis funções: modulações da microcirculação vascular, da temperatura corpórea e da atividade motora. - As ações da histamina no SNC parecem ser mediadas por 3 subtipos de receptores H1, H2 e H3 (autorreceptor). O receptor H4 está localizado em células hematopoiéticas o GLUTAMATO - O glutamato e o aspartato são excitatórios potentes e encontrados em altas concentrações no cérebro. - Suas prováveis ações no SNC estão relacionadas a aprendizagem, dor e neurotoxicidade. - Os receptores do glutamato no SNC podem ser classificados em receptores ionotrópicos e metabotrópicos. o GABA - O GABA é sintetizado a partir do glutamato pela ação da enzima glutamato descarboxilase e degradado pela enzima GABA-transaminase. - O conteúdo de GABA cerebral é de 200 a 1000x maior que o de outros neurotransmissores e ele se distribui por todo o SNC, o que nos faz considerá-lo o transmissor inibitório de interneurônios em quase todas áreas cerebrais. - 3 tipos de receptores gabaérgicos foram propostos: GABAa, GABAb e GABAc. o ENCEFALINAS E ENDORFINAS - Essas substâncias são opiáceos que, como as drogas heroína e morfina, modulam a dor, reduzem o estresse, etc. - Elas podem estar envolvidas nos mecanismos de dependência física. INIBITÓRIOS EXCITATÓRIOS GABA GLUTAMATO ENDORFINAS ADRENALINA DOPAMINA (D2) ACETILCOLINA SEROTONINA (5HT1...) DOPAMINA (D1) - SEROTONINA (5HT4,2...) 6 VICTORIA CHAGAS ALVOS DOS FÁRMACOS NO SNC Os fármacos podem agir na síntese, liberação, armazenamento, recaptação, enzimas de degradação de NT, autorreceptores... Podem ter ação agonista ou antagonista nessas ações SISTEMA SEROTONINÉRGICO A serotonina está envolvida em diversos processos fisiológicos (central e periférico) Também é conhecido como 5-hidroxitriptamina ou 5-HT Envolvida no SNC com a depressão, ansiedade, TOC, transtorno de alimentação, dependência química e enxaqueca. Influencia inúmeras funções cerebrais, incluindo sono, cognição, percepção sensorial, atividade motora, regulação da temperatura, nocicepção, humor, apetite, comportamento sexual e secreção hormonal. Dependendo do receptor pode ser excitatória ou inibitória Os principais corpos celulares dos neurônios de 5-HT ficam nos núcleos do tronco encefálico e se projetam através do cérebro e medula espinhal. Encontrada em altas concentrações nas células enterocromafins no TGI, nos gânglios de armazenamento de plaquetas e dispersas no SNC. SÍNTESE E ARMAZENAMENTO A serotonina é produzida 90% no intestino, 8% nas plaquetas e 2% no SNC PRECURSOR → Triptofano (é um aminoácido proveniente da dieta - proteínas) O triptofano é transportado até os neurônios serotoninérgicos Sofre a ação da triptofano hidroxilase e é convertida em L-5-hidroxitriptofano, e este, por sua vez, será convertido pela AADC em 5-HT (serotonina) Posteriormente ela é armazenada pelo transporte vesicular de monoaminas (VMAT) → leva a serotonina para dentro da vesícula 7 VICTORIA CHAGAS LIBERAÇÃO, RECAPTAÇÃO E DEGRADAÇÃO Para haver o deslocamento da vesícula é preciso um estímulo que promoverá a entrada de cálcio (canal de Ca++ dependente de voltagem) → potencial de ação A serotonina que é liberada pode seguir por 3 caminhos: - Na fenda → se liga ao receptor e o ativa - Recaptação → pode ser recaptada por transportadores como o SERT na membrana pré-sináptica → após recaptação pode ser degradada ou rearmazenada. - Autorregulação → se liga ao receptor 5-HT1 (inibitório – feedback negativo) A degradação é feita pela enzima MAO (monoamina oxidase): - 5-hidroxitriptamina (5-HT) → MAO faz desaminação oxidativa (principalmente MAO-A) → 5- hidroxiindoaldeído → pelo aldeído desidrogenase → 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) - A 5-HIAA é transportado para fora do cérebro e excretado na urina. - O catecol-O-metiltransferase (COMT) no espaço extracelular é outra enzima importante de degradação de monoaminas. REGULAÇÃO A enzima triptofano hidroxilase (TPH) limita a velocidade de produção da serotonina. Autorreceptores pré-sinápticos de 5-HT respondem ao aumento de 5-HT através da sinalização de proteínas G, reduzindo AMPc, resultando em atividade diminuída de produção de neurotransmissores ou de liberação → feedback negativo – inibitório Essa alça de autorregulação pode fornecer uma explicação para o tempo observado de ação dos antidepressivos clinicamente. RECEPTORES Há múltiplos receptores de 5-HT → no total são 7 famílias (14 receptores – famílias + subtipos) Todos os receptores de serotonina são expressos no SNC Todos são metabotrópicos, exceto o 5-HT3 que é ionotrópico o 5-HT1 - Acoplado a proteína G e inibe a adenilato-ciclase - Ele é inibitório → diminui os segundos mensageiros - Os subtipos dos receptores 5-HT1b atuam como autorreceptores inibitórios nos neurônios pré- sinápticos (em terminações axônicos), fazendo um feedback para regular a quantidade de neurotransmissor liberado na fenda, assim como o controle de sua produção. - 5-HT1a e 5-HT1d: subtipos mais importantes terapeuticamente (1a → interferem na ansiedade, humor e comportamento e o 1d → receptores vasoconstritores no território carotídeo) - Importantes para tratamento da enxaqueca → vasoconstrição o 5-HT2 - Acoplam-se a proteínas G e ativam a via PLC-DAG/IP3-Ca2+-PKC. - Ele é um receptor excitatório → aumenta os segundos mensageiros - Relacionado a ansiedade e insônia - Pode fazer síndrome serotoninérgica → insônia, vômito, diarreia, tremores, taquicardia... 8 VICTORIA CHAGAS o 5-HT3 - Único receptor que atua como canal iônico operado por ligantes (ionotrópico) - Ele é excitatório - Expressos no SNC e no TGI → excesso causa diarreia e êmese - Núcleo do trato solitário no bulbo → área postrema (centro do vômito) o 5-HT4 - Encontrados no SNC, assim como nos TGI (intestino – vai levar a peristaltismo → diarreia) - Ele é um receptor excitatório. o 5-HT5 - Presente no SNC, inibe o adenilato-ciclase. - Ele é um receptor inibitório o 5-HT6 e 5-HT7 - Presente no SNC, estão ligados à ativação da adenilato-ciclase. - Ele é um receptor excitatório AÇÕES DA SEROTONINA NO CORPO ▪ SNC → A 5-HT influencia inúmeras funções cerebrais, incluindo o sono, a cognição, a percepção sensorial, a atividade motora, a regulação da temperatura, a nocicepção, o humor, o apetite, o comportamento sexual e a secreção hormonal. - Sono-Vigília → Pode causar insônia ou aumentar o sono dependendo da ação - Agressão e impulsividade → baixos níveis de 5-HT colaboram com esses sintomas - Ansiedade e depressão → altos níveis de 5-HT ajudam nesses distúrbios - Apetite → supressor ▪ TGI → As células enterocromafins na mucosa gástrica são o local de síntese e da maior parte do armazenamento da 5-HT no organismo. A motilidade do músculo liso gástrico e intestinal pode ser intensificada ou inibida por pelo menos seis subtipos de receptores. ▪ VASOS → vasoconstrição em vasos calibrosos intracranianos. ▪ MUSCULATURA LISA → contração ▪ PLAQUETAS → A 5-HT não é sintetizada nas plaquetas, porém captada a partir da circulação e armazenada em grânulos secretores por transporte ativo. A 5-HT liga-se a receptores 5- HT2A plaquetários e desencadeia uma resposta de aglutinação fraca (lesão do endotélio). Se a lesão do vaso sanguíneo atingir uma profundidade a ponto de expor o músculo liso vascular, a 5-HT exerce um efeito vasoconstritor direto. TEORIA DAS MONOAMINAS A teoriaformulada em 1960 propõe que a depressão seja consequência de uma menor disponibilidade de aminas biogênicas cerebrais, em particular de serotonina, noradrenalina e/ou dopamina, a nível de fenda sináptica. Já a mania seria causada por produção excessiva desses neurotransmissores. É uma teoria aceita, mas há novas teorias complementares → genética, endócrino, imuno... Tal proposição é reforçada pelo conhecimento do mecanismo de ação dos antidepressivos, que se baseiam no aumento da disponibilidade desses neurotransmissores na fenda sináptica, seja pela inibição (seletiva ou não) de suas recaptações, seja pela inibição da enzima responsável por suas degradações (inibidores da monoaminoxidase). 9 VICTORIA CHAGAS ANTIDEPRESSIVOS Os sintomas da depressão são sensação de tristeza e desesperança, bem como incapacidade de sentir prazer em atividades usuais, alterações nos padrões de sono e apetite, perda de vigor e pensamentos suicidas. Os medicamentos mais comumente usados, muitas vezes, chamados de antidepressivos de segunda geração, são os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs) e os inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSNs), que têm maior eficácia e segurança em relação aos fármacos de primeira geração, que incluem os inibidores da monoamina oxidase (MAO) e os antidepressivos tricíclicos (ATC). Os antidepressivos, em geral precisam de 2 semanas para produzir melhora significativa no humor, e o benefício máximo pode demorar até 12 semanas ou mais → alça de autorregulação → com o tempo ocorre a dessenssibilização dos autorreceptores, parando o feedback negativo (sinalizava para diminuir a produção de serotonina), conseguindo então sentir os efeitos do medicamento. Os pacientes que não respondem a um antidepressivo podem responder a outro, e aproximadamente 80% ou mais respondem a pelo menos um antidepressivo. INIBIDOR SELETIVO DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) o AÇÃO - Grupo de fármacos antidepressivos que inibem especificamente a captação da serotonina, apresentando uma seletividade de 300 a 3.000 vezes maior para o transportador de serotonina do que para o de norepinefrina → INIBE A SERT (proteína de recaptação no pré-sináptico) - Os ISRSs inicialmente bloqueiam a recaptação e prolongam a neurotransmissão de serotonina - São eficazes nos tratamentos de TOC o EFEITOS ADVERSOS - Distúrbios do sono (Insônia e sonolência) - Cefaleia, sudoração, ansiedade e agitação - Efeitos no TGI (náuseas, diarreia), fraqueza e cansaço - Disfunções sexuais, diminuição da libido, anorgasmia o FÁRMACOS - Os ISRSs incluem fluoxetina, citalopram, escitalopram, fluvoxamina, paroxetina e sertralina. 10 VICTORIA CHAGAS INIBIDOR DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NORADRENALINA (IRSN) o AÇÃO - Inibem tanto SERT quanto NET e provocam aumento serotoninérgico e/ou noradrenérgico - Difere dos ADTs pela especificidade de sítio que é maior por parte dos IRSNs, reduzindo os efeitos adversos → O ADT bloqueia também receptores muscarínicos (sistema parassimpático), adrenérgicos (sistema simpático – hipotensão ortostática, boca seca...) e receptores histamínicos (sono-vigília) provocando maiores efeitos colaterais. o EFEITOS ADVERSOS - Náuseas, constipação, insônia, disfunção sexual, boca seca, visão turva, nervosismo, tremores, sonolência... o FÁRMACOS - Venlafaxina, desvenlafaxina, levomilnaciprana e duloxetina ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADT) o AÇÃO - Ele inibe a recaptação de 5-HT e norepinefrina → inibe SERT e NET - Os ATCs podem provocar efeitos colaterais graves e geralmente não são usados como fármacos de primeira linha para o tratamento da depressão. - Usados em casos de depressão maior ou psicótica, insônia e dor neuropática com causa desconhecida. o EFEITOS ADVERSOS - Efeitos sedativos (antagonista de receptores de histamina); entorpecimento cognitivo, visão turva, boca seca, taquicardia, constipação, dificuldade para urinar (antagonismo aos receptores muscarínicos); hipotensão ortostática (antagonismo aos receptores adrenérgicos); ganho de peso... INIBIDORES DA MONOAMINOXIDASE (IMAO) o AÇÃO - Os inibidores da MAO inibem de maneira não seletiva e irreversível tanto a MAO-A quanto MAO-B, que estão localizados nas mitocôndrias e metabolizam monoaminas, como 5-HT e NE. - Se a MAO está inibida, sobra mais NT no pré ou pós-sináptico, periferia ou SNC - Os IMAOs têm eficácia equivalente à dos ATCs, mas raramente são utilizados devido à sua toxicidade e importantes interações medicamentosas e alimentares. - Hoje é usada para o tratamento do Parkinson → inibe a degradação de MAO-B que faz a degradação da dopamina, que falta no Parkinson o EFEITOS ADVERSOS - Crise hipertensiva e dor de cabeça (efeito do queijo) que decorre de interações alimentares com alimentos que contêm tiramina → A MAO-A na parede intestinal e MAO-A e MAO-B no fígado normalmente degradam tiramina na dieta. Quando a MAO-A é inibida, a ingestão de alimentos que contenham tiramina leva ao acúmulo de tiramina em terminações nervosas e vesículas de neurotransmissores adrenérgicas e induz a liberação de norepinefrina e adrenalina. As catecolaminas liberadas estimulam os receptores pós-sinápticos na periferia, aumentando a pressão arterial para níveis perigosos → deve ser orientado para cuidar com alimentação → tiamina presente em vinhos e lacticínios. - Hepatotoxicidade 11 VICTORIA CHAGAS ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS - Ação em locais diferentes → outros antidepressivos diferentes dos anteriores - Além de seu uso na esquizofrenia, depressão bipolar e depressão maior com transtornos psicóticos, os antipsicóticos atípicos ganharam ainda mais uso extra-bula para a depressão sem características psicóticas. - Antagonistas de 5-HT2 → quando ele é muito estimulado por serotonina ele é responsável pela ansiedade, insônia → Donaren/trazodona (usado ao final da tarde/noite) para dormir - Outros Fármacos: bupropiona, mirtazapina, nefazodona, trazodona, vilazodona e vortioxetina. SISTEMA DOPAMINÉRGICO A dopamina (DA) é um neurotransmissor catecolamínico que atua como alvo terapêutico para alguns dos distúrbios importantes do sistema nervoso central (SNC), incluindo a doença de Parkinson e a esquizofrenia. É um precursor dos outros neurotransmissores → norepinefrina e a epinefrina. A doença de Parkinson é um distúrbio de movimento progressivo, degenerativo. Os sintomas são causados pela degeneração de neurônios produtores de dopamina na substância negra. As intervenções farmacológicas atualmente utilizadas na doença de Parkinson visam, em sua maioria, à restauração dos níveis de Dopamina no cérebro. Produzida principalmente na substância negra do cérebro Mais abundante no corpo estriado e em partes do córtex frontal, sistema límbico e hipotálamo. Ela é responsável por controlar a memória, o humor, a cognição, o aprendizado, alguns dos nossos movimentos e também pode ser considerado o principal neurotransmissor inibitório da prolactina o Via nigroestriatal → se projeta da substância negra do mesencéfalo até os núcleos da base (Importante no controle motor) o Vias mesolímbica/mesocortical → surge na parte anterior da área tegmental ventral e segue até o núcleo accumbens e áreas corticais límbicas - Envolvidas na emoção e na sensação de recompensa - Pode ser modulado por drogas o Neurônios túbero-hipofisários → seguem do hipotálamo até a hipófise - Regulam as secreções do hipotálamo e da hipófise SÍNTESE E ARMAZENAMENTO Através do aminoácido tirosina (peixes, abacate, nozes) sendo que uma pequena dose pode ser sintetizada no fígado pela fenilalanina. Tirosina é transportada para dentro de neurônios adrenérgicos → Hidroxilação da tirosina pela enzima tirosinahidroxilase produzindo DOPA → Descarboxilação da DOPA (hi-hidroxi- fenilalanina) pela DOPA descarboxilase produzindo dopamina 12 VICTORIA CHAGAS Nos neurônios dopaminérgicos, o produto da via de síntese das catecolaminas é a dopamina Nos neurônios adrenérgicos, a dopamina é convertida em noradrenalina pela B-hidroxilase e essa noradrenalina pode ser convertida em adrenalina. LIBERAÇÃO, RECAPTAÇÃO E DEGRADAÇÃO Nos neurônios dopaminérgicos, a DA sintetizada é empacotada em vesículas secretoras pelo transportador vesicular de monoaminas (VMAT). Em adrenérgicas/noradrenérgicas, a DA não é empacotada e sim convertida em NE A DA liberada na sinapse está sujeita a eliminação por transporte (recaptação) ou degradação. O transportador que leva a DA de volta a célula é o DAT A degradação da DA ocorre primariamente pela MAO (principalmente a MAO-B) celular localizada em elementos pré e pós-sinápticos, ou até mesmo pela COMT. COMT e MAO degradam a DA a ácido homovanílico, que é excretado na urina. RECEPTORES É dividida em 2 famílias: D1 e D2 com base no perfil efetuador-acoplamento São todos metabotrópicos → acoplados a proteína G A ativação de receptores D1 leva à liberação do hormônio paratireóideo. A ativação dos receptores D2 leva a uma inibição de noradrenalina em neurônios adrenérgicos, inibição de aldosterona nas células da adrenal, inibição de prolactina na neurohipófise e da renina nas células justaglomerulares. o FAMÍLIA D1 - Consistem dos subtipos de receptor D1 e D5 - Ambos se acoplam a proteína G para estimular AMPc - São despolarizantes → excitatória (↑ segundo mensageiro) - Receptor D1 é encontrado no SNC, rins, retina e sistema cardiovascular. - Receptor D5 são expressos na substância negra, hipotálamo, estriado, córtex cerebral, núcleo acumbente e tubérculo olfatório. o FAMÍLIA D2 - Contém os receptores D2, D3, D4. - Todos diminuem a produção intracelular de AMPc - São hiperpolarizantes → inibitórios (↓ segundo mensageiro) - Receptor D2 se expressa por todo o cérebro - D3 é menos abundantes e se expressa só nas regiões límbicas do cérebro - D4 se expressam em abundância na retina. Também no tálamo, córtex pré-frontal, amígdala e hipófise. 13 VICTORIA CHAGAS RELAÇÃO COM DISTÚRBIOS DO SNC o DOENÇA DE PARKINSON - A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do SNC, crônica e progressiva. - É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, a qual ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância. - Na falta dela, particularmente numa pequena região encefálica chamada substância negra, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos - O quadro clínico basicamente é composto de quatro sinais principais: tremores; acinesia ou bradicinesia (lentidão e diminuição dos movimentos voluntários); rigidez (enrijecimento dos músculos, principalmente no nível das articulações); instabilidade postural (dificuldades relacionadas ao equilíbrio, com quedas frequentes). O tratamento/alvos farmacológicos envolve formas de aumentar o nível de dopamina nos pacientes com a doença - Precursores de dopamina: o precursor imediato da dopamina, L-DOPA, é rapidamente transportado através da BHE. Uma vez no SNC, a L-DOPA é convertida em dopamina. - Agonista de receptor de dopamina: utilizam diretamente como alvo o receptor de dopamina pós-sináptico. Podem ser seletivos ou não. - Inibidores da degradação de dopamina: os inibidores tanto MAO (principalmente a MAO-b) como COMT são utilizados como adjuvantes na prática clínica. – Ação indireta (não age diretamente no receptor). o ESQUIZOFRENIA - A esquizofrenia é uma das desordens mentais mais comuns, causando sintomas de psicose (incapacidade de distinguir a realidade da imaginação), como alucinações e delírios. - Em geral, a doença tem início no final da adolescência ou início da vida adulta. Ela ocorre em cerca de 1% da população e é um transtorno crônico e incapacitante. A esquizofrenia tem forte componente genético e provavelmente reflete alguma anormalidade bioquímica fundamental, possivelmente uma disfunção das vias neuronais dopaminérgicas mesolímbicas ou mesocorticais. - Pesquisas anteriores já associaram a doença com níveis muito altos de dopamina em uma região do cérebro conhecida como corpo estriado. - A hipótese de dopamina da psicose derivou da descoberta de que alguns medicamentos apresentavam propriedades antipsicóticas terapêuticas na esquizofrenia ao diminuir a neurotransmissão dopaminérgica. 14 VICTORIA CHAGAS ANTIPSICÓTICOS Os fármacos antipsicóticos são usados principalmente para tratar esquizofrenia, mas também são eficazes em outros estados psicóticos e estados de mania. O uso de medicação antipsicótica envolve o difícil limite entre o benefício de aliviar os sintomas psicóticos e o risco de uma ampla variedade de efeitos adversos perturbadores. Os antipsicóticos não são curativos e não eliminam o transtorno crônico do pensamento, mas com frequência diminuem a intensidade das alucinações e ilusões, permitindo que a pessoa com esquizofrenia conviva em um ambiente de apoio. Os antipsicóticos são divididos em primeira e segunda gerações. A primeira geração é subdividida em potência baixa e potência alta. Essa classificação não indica a eficácia clínica dos fármacos, mas especifica a afinidade pelo receptor da dopamina D2 que, por sua vez, pode influenciar o perfil de efeitos adversos do fármaco. Os antipsicóticos antigos (mais comumente a proclorperazina) são úteis no tratamento da náusea causada por fármacos. ANTIPSICÓTICOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO/TÍPICOS/NEUROLÉPTICO São inibidores competitivos em vários receptores, mas seus efeitos antipsicóticos refletem o bloqueio competitivo dos receptores D2 da dopamina. Os antipsicóticos de 1ª geração são os principais causadores dos sintomas extrapiramidais ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO/ATÍPICOS Antagonistas de receptores serotoninérgicos (5-HT2) e dos receptores dopaminérgicos (D2) → antagonizam o D2 menos em relação à 1º geração → menos efeitos piramidais Possui menor incidência de sintomas extrapiramidais do que os de primeira geração, mas são associados com maior risco de efeitos adversos metabólicos, como diabetes, hipercolesterolemia e aumento de massa corporal. Os fármacos de segunda geração são usados como tratamento de primeira escolha contra esquizofrenia para minimizar o risco de SEP debilitante, associado com os de primeira geração, que atuam primariamente no receptor D2 da dopamina. MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIPSICÓTICOS o Antagonismo da dopamina: Todos os antipsicóticos de primeira e a maioria dos de segunda geração bloqueiam os receptores D2 da dopamina no cérebro e na periferia. o Atividade bloqueadora do receptor de serotonina: A maioria dos fármacos de segunda geração parece exercer parte da sua ação singular pela inibição de receptores de serotonina, em particular 5-HT2A. 15 VICTORIA CHAGAS EFEITOS ADVERSOS Efeitos adversos de antipsicóticos ocorrem em praticamente todos os pacientes e são significativos em cerca de 80%. Os antipsicóticos de primeira geração são os que mais provavelmente causam transtornos de movimento conhecido como sintomas extrapiramidais (SEPs). o Efeitos extrapiramidais - No estriado, os efeitos inibitórios dos neurônios dopaminérgicos normalmente são equilibrados pelas ações excitatórias dos neurônios colinérgicos. O bloqueio dos receptores de dopamina altera esse equilíbrio, causando um excesso relativoda influência colinérgica, que resulta em efeitos motores extrapiramidais: → Acatisia/agitação: sentimento de inquietação muscular intensa; forte desejo de se mover. → Distonia aguda: espasmos musculares dolorosos prolongados. → Discinesia tardia: Os pacientes exibem movimentos involuntários e repetitivos, incluindo movimentos faciais e bilaterais da mandíbula e movimentos de “caça à mosca” com a língua. → (Síndrome de Parkinson) Parkinsonismo: falta de expressividade, marcha arrastada, rigidez muscular, bradicinesia/acinesia, tremor de repouso e instabilidade postural. → Síndrome neuroléptica maligna: início agudo de hipertermia, rigidez muscular, tremores, taquicardia, sudorese – efeito mais raro, mas quando acontece geralmente é fatal. 16 VICTORIA CHAGAS SISTEMA GABAÉRGICO Para manter uma atividade equilibrada, o SNC requer mecanismos excitatórios e inibitórios GABA é um aminoácido aminobutírico e atua como principal neurotransmissor inibitório no SNC desenvolvido dos mamíferos, que atua tanto pré como pós-sináptico. Em decorrência de sua distribuição disseminada, os receptores de GABA influenciam muitos circuitos e funções neurais → sendo inibitório seu papel principal é a desaceleração da atividade cerebral além de estar envolvido na reatividade e atenção, formação da memória, ansiedade, sono e tônus muscular. O efeito desencadeado pela ligação do GABA aos receptores GABAA promove a abertura do canal iônico ao cloreto, o que produz hiperpolarização neuronal e, assim, diminui a excitabilidade. A modulação da sinalização GABA também constitui importante mecanismo no tratamento da hiperatividade neuronal focal ou disseminada na epilepsia. Seu efeito ionotrópico é observado devido à sua ação sobre os denominados canais de cloro, localizados na membrana sináptica, causando hiperpolarização neuronal e reduzindo, portanto, tanto a hiperexcitabilidade, como também a ação dos neurônios inibitórios. Promove, desta forma, um equilíbrio entre excitação/inibição neuronal. SÍNTESE O organismo sintetiza o GABA a partir do glutamato, utilizando a enzima L-ácido glutâmico descarboxilase. Glutamina → enzima glutamato sintetase → glutamato → GABA Este processo converte o principal neurotransmissor excitatório (glutamato) em um dos principais inibitórios (GABA) Células da glia → Função vital na produção do neurotransmissor Armazenado nas vesículas pré-sinápticas pelo transportador VGAT Recaptado pelos transportadores de GABA específicos ou GAT Degradado pela GABA transaminase (GABA-T) → formação de semi-aldeído succínico (SSA) O SSA é oxidado pela SSA desidrogenase em ácido succínico que entra no ciclo de Krebs e é transformado em alfacetoglutarato que é transformado pela GABA-T em glutamato. RECEPTORES Os receptores do GABA foram divididos em três tipos principais: 1) GABAA (subtipo de receptor GABA mais proeminente) - É um canal iônico de Cl– regulado por ligante (ionotrópico) - A forma principal do receptor contém pelo menos três subunidades — α, β e γ. Todas as três subunidades são necessárias à interação com os benzodiazepínicos. 2) GABAB: um receptor metabotrópico, esses receptores quando pré-sinápticos funcionam como autorreceptores, inibindo a liberação do GABA. 3) GABAC: é um canal de Cl- controlado por transmissor (ionotrópico) - É pouco expresso e pouco relevante para farmacologia 17 VICTORIA CHAGAS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS Os transtornos envolvendo ansiedade são os distúrbios mentais mais comuns. A ansiedade é um estado desagradável de tensão, apreensão e inquietação – um temor que se origina de fonte conhecida ou desconhecida. Os sintomas físicos da ansiedade grave são similares aos do medo (como taquicardia, sudoração, tremores e palpitações) e envolvem a ativação simpática. A ansiedade intensa, crônica e debilitante pode ser tratada com fármacos ansiolíticos (ou antiansiedade) e/ou com alguma forma de psicoterapia. Como muitos dos fármacos ansiolíticos causam alguma sedação, eles podem ser usados clinicamente como ansiolíticos e como hipnóticos (indutores do sono). Alguns antidepressivos também são indicados para certos distúrbios de ansiedade. BENZODIAZEPÍNICOS Os benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais usados. Eles substituíram os barbitúricos e o meprobamato no tratamento da ansiedade e da insônia por serem fármacos considerados mais seguros e eficazes. Ainda que os benzodiazepínicos sejam comumente usados, eles não são necessariamente a melhor escolha contra ansiedade ou insônia. Certos antidepressivos com ação ansiolítica, como os inibidores seletivos da captação de serotonina (ISRSs), são preferidos em vários casos, e os hipnóticos não benzodiazepínicos e os anti-histamínicos podem ser preferíveis contra insônia. o MECANISMO DE AÇÃO - Todos os benzodiazepínicos em uso clinico são capazes de promover a ligação DO neurotransmissor inibitório (GABA) aos receptores GABAa, um canal de cloreto controlado por ligante. - Os benzodiazepínicos não ativam os receptores GABAa diretamente (não substitui o GABA), em vez disso, eles atuam de maneira alostérica modulando/potencializando os efeitos do GABA, de forma que ele aumenta a frequência de abertura do canal de Cl- - Esse aumento da condutância de Cl- resulta em uma hiperpolarização neuronal (inibitório) o AÇÕES - Redução da ansiedade: Em doses baixas, os benzodiazepínicos são ansiolíticos. A redução da ansiedade é atribuída à potenciação seletiva da transmissão gabaérgica em neurônios que têm a subunidade α2 em seus receptores GABAa, inibindo, assim, os circuitos neuronais no sistema límbico do cérebro. - Efeito hipnótico/sedativo: Todos os benzodiazepínicos têm propriedades sedativa e calmante, e alguns podem produzir hipnose (sono produzido “artificialmente”) em doses mais elevadas. - Amnésia anterógrada: A perda temporária da memória com o uso de benzodiazepínicos também é mediada pelos receptores α1-GABAA. A capacidade de aprender e formar novas memórias também é reduzida. - Efeito anticonvulsivante: Vários benzodiazepínicos têm atividade anticonvulsivante. Esse efeito é parcialmente mediado pelos receptores α1-GABAA. - Relaxamento muscular: Em doses elevadas, os benzodiazepínicos diminuem a espasticidade do músculo esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré-sináptica na medula espinal, onde predominam os receptores α2-GABAA. 18 VICTORIA CHAGAS o DOSAGEM EXCESSIVA - Causam sono prolongado sem depressão grave da respiração ou da função cardiovascular; se uso com álcool pode causar depressão respiratória grave e morte. - A superdosagem de benzodiazepínico, sem álcool ou outros agentes depressores, raramente é fatal. - Comparado a alguns outros medicamentos, os benzodiazepínicos são considerados seguros, porque apresentam uma janela terapêutica (índice terapêutico) elevada → janela terapêutica é diferença da dosagem terapêutica a dosagem tóxica/letal → mais seguro é o fármaco quanto maior a janela terapêutica - A overdose pode ser revertida por uma antagonista (flumazenil) 19 VICTORIA CHAGAS EFEITOS ADVERSOS Sedação e confusão são os efeitos adversos mais comuns dos benzodiazepínicos. Ocorre ataxia em doses elevadas, impedindo as atividades que exigem coordenação motora fina, como dirigir automóvel. Pode ocorrer comprometimento cognitivo (diminuição da evocação de memória e da retenção de novos conhecimentos) com o uso dos benzodiazepínicos. A síndrome de abstinência → ocorre quando há uma redução no nível sérico ou tissular da substância, desencadeando sintomas que geralmente são o oposto do efeito agudoda droga ou de certa forma mimetizam os sintomas para os quais a substância foi inicialmente utilizada. Tem duração de aproximadamente 1 a 4 semanas após a descontinuação, dependendo do tipo de droga e da susceptibilidade individual. Em geral, a síndrome é aliviada com a readministração da substância. Recomendamos que a redução gradual do BZD ocorra em um período de 10 semanas ou que se diminua 25% da dose diária usada a cada semana, reduzindo-se a velocidade desse processo caso os sintomas de retirada se tornem severos. ANTAGONISTAS DE RECEPTOR BENZODIAZEPÍNICO O flumazenil é um antagonista do receptor onde se liga o benzodiazepínico que pode rapidamente reverter os efeitos dos benzodiazepínicos. O fármaco está disponível apenas para administração intravenosa Faz competição com os benzodiazepínicos para se ligar ao sítio de ligação do benzo O início de ação é rápido, mas a duração é curta, com meia-vida de cerca de uma hora. Administrações frequentes podem ser necessárias para manter a reversão dos benzodiazepínicos de longa ação. Os efeitos adversos mais comuns são tonturas, náusea, êmese e agitação. OUTROS ANSIOLÍTICOS o Antidepressivos → Vários antidepressivos são eficazes no tratamento da ansiedade crônica e devem ser considerados fármacos de primeira escolha, especialmente em pacientes com inclinação para dependência ou vício. o Buspirona → A buspirona é útil no tratamento crônico do TAG e tem eficácia comparável à dos benzodiazepínicos. Esse fármaco tem início de ação lento e não é eficaz para tratamento de curta duração ou para estados de ansiedade agudos. As ações da buspirona parecem mediadas pelos receptores de serotonina (5-HT1A), embora ela também tenha alguma afinidade pelos receptores D2 da dopamina e 5-HT2A da serotonina. Assim, seu modo de ação difere do mecanismo de ação dos benzodiazepínicos. Além disso, a buspirona não tem as propriedades anticonvulsivantes e miorrelaxantes dos benzodiazepínicos. A frequência dos efeitos adversos é baixa, sendo as mais comuns cefaleias, nervosismo, náuseas e tonturas. Sedação e disfunções cognitivas e psicomotoras são mínimas, e a dependência é improvável. A buspirona não potencializa a depressão do SNC pelo etanol. BARBITÚRICOS Os barbitúricos foram, no passado, a base do tratamento usado para sedar o paciente ou para induzir e manter o sono. Com o tempo, foram amplamente substituídos pelos benzodiazepínicos, principalmente porque os barbitúricos induzem a tolerância e a dependência física e estão associados a sintomas de abstinência graves. Todos os barbitúricos são substâncias controladas. Certos barbitúricos, como o de ação muito curta tiopental, foram usados para induzir anestesia, mas são menos empregados atualmente devido aos novos fármacos com menos efeitos adversos 20 VICTORIA CHAGAS A diferença entre benzodiazepínicos é que esses aumentam a frequência de abertura dos canais de cloreto enquanto os barbitúricos aumentam o tempo de abertura dos canais. Por aumentar o tempo de abertura dos canais GABAa, a ação é muito rápida (grande quantidade de cloreto entra) mas o efeito passa rápido. Os barbitúricos causam sonolência, dificuldade de concentração e preguiça mental e física Os efeitos depressores do SNC são potencializados com os do etanol. A superdosagem pode levar à morte, possuindo um índice terapêutico menor (maior o índice terapêutico de uma medicação, maior sua margem de segurança) O flumazenil não reverte a overdose, pois o sítio de ligação é diferente do benzodiazepínico. OUTROS HIPNÓTICOS (INDUTORES DO SONO) o Zolpidem → O hipnótico zolpidem não é relacionado aos benzodiazepínicos estruturalmente, mas se fixa seletivamente ao receptor benzodiazepínico do subtipo BZ1. O zolpidem não tem propriedades anticonvulsivantes ou miorrelaxantes. Ele apresenta poucos efeitos de abstinência e provoca insônia de rebote mínima. Com o uso prolongado, ocorre pouca tolerância. Os efeitos adversos do zolpidem incluem pesadelos, agitação, amnésia anterógrada, cefaleia, distúrbios gastrintestinais, tonturas e sonolência diurna. Diferentemente dos benzodiazepínicos, nas dosagens hipnóticas usuais, os fármacos não benzodiazepínicos zolpidem, zaleplona e eszopiclona não alteram significativamente os vários estágios do sono e, assim, costumam ser os hipnóticos preferidos. o Zaleplona → Zaleplona é um hipnótico não benzodiazepínico oral similar ao zolpidem; contudo, a zaleplona causa menos efeitos residuais nas funções psicomotoras e cognitivas em comparação ao zolpidem ou aos benzodiazepínicos. o Eszopiclona → Eszopiclona é um hipnótico não benzodiazepínico oral que também atua no receptor BZ1. Revelou-se eficaz contra insônia por até 6 meses. o Ramelteona → A ramelteona é um agonista seletivo dos subtipos de receptores de melatonina MT1 e MT2. A melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal que auxilia na manutenção do ritmo circadiano subjacente ao ciclo sono-vigília normal. o Anti-histamínicos → Alguns anti-histamínicos com propriedades sedativas, como difenidramina, hidroxizina e doxilamina, são eficazes no tratamento dos tipos leves de insônia situacional. Contudo, eles têm efeitos indesejados (como os efeitos anticolinérgicos) que os tornam menos úteis do que os benzodiazepínicos e os não benzodiazepínicos. 21 VICTORIA CHAGAS FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Divide em simpático, parassimpático e entérico Neurônios aferentes recebem sinais que serão integrados pelo sistema nervoso central. Já os neurônios eferentes levam a resposta gerada pelo SNC aos órgãos alvos Neurônios eferentes - Motora somática → musculo esquelético, a acetilcolina é liberada diretamente no músculo em receptores nicotínicos. - Autônoma → musculo liso, estriado cardíaco, glândulas endócrinas e exócrinas → dividido em simpático e parassimpático Neurônios do SNS e SNP - Pré-ganglionares → origem no SNC e terminam em um gânglio autonômico (fora do SNC). - Pós-ganglionares → corpo celular encontra-se no gânglio autonômico, recebe a sinapse do neurônio pré-ganglionar, e seu axônio transmite a mensagem para o tecido alvo. 22 VICTORIA CHAGAS FARMACOLOGIA ADRENÉRGICA SÍNTESE DAS CATECOLAMINAS (NORADRENALINA E ADRENALINA) Nos neurônios: Tirosina → DOPA → dopamina → noradrenalina Nas células cromafins da medula da adrenal: a noradrenalina sai das vesículas e é metilada no citoplasma, a fim de formar a adrenalina. Captura e degradação: 1. Recaptação pelos neurônios NA e pelos neurônios pós-sinápticos (transporte por proteínas carreadoras de NET) 2. Difusão e captação extraneuronal – TEN, TOC1 e TOC 2. 3. Catecolaminas (ex: Nad e Ad) são degradadas principalmente por 2 enzimas→MAO (dentro do neurônio) e COMT (dentro de outras células) Autorreceptor → feedback negativo (regulador) A noradrenalina é um neurotransmissor → a comunicação é neural A adrenalina é um hormônio → a comunicação se dá via corrente sanguínea. RECEPTORES ADRENÉRGICOS Os receptores adrenérgicos podem ser de dois tipos: α e β. São metabotrópicos ADRENAIS Autorregulação 23 VICTORIA CHAGAS FÁMARCOS SIMPATOMIMÉTICOS Mimetiza o simpático ▪ Ação direta: atuam diretamente nos receptores α ou β. NE e EPI mostram relativamente pouca seletividade de receptor → mesma coisa que agonista adrenérgico ▪ Ação indireta: promovem liberação de NE dos terminais pré-sinápticos ou inibem sua captação (ou seja, potencializam os efeitos da NE endógena, mas não atuam diretamente nos receptores pós-sinápticos) → aumenta a oferta do neurotransmissor ▪ Ação mista: induzem liberação de NE dosterminais pré-sinápticos, ativando também os receptores adrenérgicos na membrana pós-sináptica. o Agonistas α1 seletivos - Fenilefrina e oximetazolina (descongestionantes nasais/tópico) → vasoconstrição - Efeitos adversos: causar hipertensão (principalmente em criança) o Agonistas α2 seletivos - Clonidina → tratamento da hipertensão arterial sistêmica; diminui PA (atuação periférica) o Agonistas β1seletivos - Dobutamina → O aumento da contratilidade cardíaca pode ser útil clinicamente, mas todos os agonistas β1 adrenérgicos podem causar arritmias cardíacas o Agonistas β2 seletivos - Salbutamol, Terbutalina (broncodilatadores) - Usados principalmente na asma, DPOC por sua ação broncodilatadora o Agonistas β3 seletivos - Podem ser desenvolvidos para o controle da obesidade → estimula a lipólise o Ação indireta → anfetamina e cocaína (↑ a liberação da NE ou inibe recaptação) o Ação mista → Efedrina e Pseudoefedrina (tratamento da congestão nasal; produzem vários efeitos adrenérgicos que são similares aos da epinefrina, embora menos potentes) FÁRMACOS SIMPATOLÍTICOS Ação contrária ao simpático Ligam-se reversível ou irreversivelmente ao receptor, evitando sua ativação o Antagonistas α1 seletivos - Prazosina, Doxazosina (usados no tratamento da hipertensão, diminui PA) - Efeito adverso: hipotensão ortostática o Antagonistas β-adrenérgicos (anti-hipertensivos) - Não seletivos: Propranolol, Alprenolol - Seletivos para β1: Atenolol, Nebivolol - Efeitos adversos importantes: broncoconstrição nos não seletivos e bradicardia o Não seletivos - Labetalol, Carvedilol → bloqueiam tanto receptores α como β → usados para pacientes com dificuldade para abaixar a PA → eficaz na redução de PA pois inibe a1 tb 24 VICTORIA CHAGAS FARMACOLOGIA COLINÉRGICA SÍNTESE DA ACETILCOLINA A acetilcolina é sintetizada nas terminações nervosas e nas varicosidades da fibra nervosa colinérgica a partir da colina e da acetil-CoA, pela enzima colina acetiltransferase Após ser sintetizada no citoplasma, a ACh é transportada até o interior das vesículas sinápticas para armazenamento → VACHT Há 2 estoques de ACh em vesículas. O primeiro é chamado de compartimento de depósito, e é liberado rapidamente após a despolarização. Já o segundo é o compartimento de reserva, que repõe o compartimento de depósito depois que ele é liberado. Ocorre por exocitose, desencadeada pela despolarização dos terminais, e consequente entrada de Ca2+ pelos canais de Ca2+, promovendo a fusão da membrana vesicular com a membrana plasmática, permitindo esse processo. Após ser liberada na fenda sináptica, a ACh pode se ligar a 2 tipos de receptores: os muscarínicos e os nicotínicos A degradação da acetilcolina é feita pela enzima acetilcolinesterase (Ache) na fenda sináptica, essa enzima é encontrada na membrana pós-sináptica. A colina resultante dessa hidrólise é captada pelo neurônio (recicla) RECEPTORES o Receptores nicotínicos - São canais iônicos regulados por ligante(ionotrópicos) - Aumentam a permeabilidade de cátions – influxo de Na+ e Ca+ - Medeia a transmissão sináptica excitatória rápida na junção neuromuscular, nos gânglios autônomos, medula suprarrenal, e em vários locais do SNC. - Os receptores nicotínicos musculares e neuronais diferem quanto à estrutura molecular e à farmacologia o Receptores muscarínicos - São receptores acoplados à proteína G (metabotrópicos) - As respostas aos agonistas muscarínicos são mais lentas e podem ser excitatórias ou inibitórias e não necessariamente ligadas a alterações da permeabilidade aos íons - São encontrados em células estimuladas pelos neurônios colinérgicos pós-ganglionares. - Há 5 subunidades: M1, M2, M3, M4 e M5 (todos os ímpares são excitatórios) M1 SNC Excitatório M2 Coração (parassimpático) Inibitório M3 Glândulas, bexiga, musculatura lisa Excitatório M4 SNC Inibitório M5 SNC Excitatório Nm Placa motora Nn Neurônios 25 VICTORIA CHAGAS PARASSIMPATICOMIMÉTICOS o Diretos (agonistas colinérgicos) - Ex: Carbacol, Betanecol, Pilocarpina. - Estimulam diretamente os receptores muscarínicos (agonistas colinérgicos), são degradados por colinesterases presentes por todo o organismo. - Tem utilidade terapêutica limitada devido à falta de seletividade e rápida degradação. - Pilocarpina → miótico, no controle da pressão intraocular elevada (glaucoma) o Indiretos (anticolinesterásicos) - Atuam na inibição da enzima acetilcolinesterase, impedindo a degradação da Ach - Os anticolinesterásicos também são utilizados no tratamento das intoxicações por fármacos antagonistas colinérgicos (como a Atropina) ▪ Reversíveis - Inibição reversível da enzima acetilcolinesterase (minutos ou horas) - Ambenônio, Donepezil, Edrofônio, Neostigmina, Fisostigmina - Fisostigmina, Piridostigmina, Tacrina → Usados para diminuir os sintomas do Alzheimer ▪ Irreversíveis - Efeitos de longa duração, utilizados basicamente como inseticidas tóxicos - Apenas um possui utilidade terapêutica: Ecotiofato (glaucoma – vantagem do uso apenas uma vez na semana) - Como são de ação irreversível (dias ou semanas) podem causar síndrome colinérgica (acetilcolina atuando em excesso), caracterizada por: pupila puntiforme, paciente com fezes e urina, salivação excessiva, diarreia, bradicardia, vômitos, dispneia, broncoconstrição ↓FR - Tratamento da síndrome é feito com atropina (anticolinérgico) PARASSIMPATOLÍTICOS/ANTICOLINÉRGICOS - Pode ser chamado de bloqueador colinérgico ou também antagonista colinérgico. - Atropina, Hiosciamina, Escopolamina (Buscopan), Triexifenidil. - Os bloqueadores colinérgicos interrompem os impulsos nervosos parassimpáticos no SNC, e no SNA são antagonistas competitivos da Ach em receptores muscarínicos - São, por exemplo, administrados antes de uma cirurgia para: diminuir as secreções orais e gástricas; diminuir as secreções no sistema respiratório; impedir queda na FC causada por estimulação nervosa vagal - A Atropina é o fármaco escolhido para o tratamento de síndrome colinérgica/intoxicação → competição com a acetilcolina - Escopolamina (buscopan) bloqueiam a ação da Ach nos receptores muscarínicos localizados na zona do vômito (M3) e alivia a cólica e diarreia - Efeito colateral (efeitos antimuscarínicos): xerostomia, constipação, visão turva, retenção urinária, sedação 26 VICTORIA CHAGAS Órgão Receptor adrenérgico Efeito simpático Receptor colinérgico Efeito parassimpático Vasos sanguíneos - Pele e mucosas -Vísceras abdominais - Cerebrais -Músculos esqueléticos e coronários - α1 e α2 - α1 e β2 - α1 - α1 e β2 - Constrição - Constrição (+) e dilatação - Constrição - Dilatação (+) e constrição X Sem inervação Coração β1>β2 ↑ FC ↑força ↑condução M2>M3 ↓FC ↓força ↓condução Pulmões (m. liso bronquiolar) β2 Relaxamento broncodilatação M3=M2 Contração broncoconstrição Fígado α1 β2 Glicogenólise Glicogênese X X Pâncreas - Ácinos - Ilhotas - α - α2 e β2 - ↓secreção - ↓ secreção (+) - M3, M2 X -↑ Secreção X Rins (secreção de renina) α1 β1 ↓+ ↑++ X Sem inervação Bexiga - Detrusor - Trígono e esfíncter - β2 - α1 - Relaxamento - Contração M3>M2 - Contração - Relaxamento Músculos esqueléticos β2 ↑contratilidade glicogenólise X X Órgãos sexuais masculino α1 Ejaculação M3 Ereção Endotélio X X M3 ↑ síntese de NO Trato gastrointestinal - Músculo liso e glândulas - Esfíncteres - α1, α2, β1 e β2 - α1 - ↓motilidade - Contração M2, M3 - ↑motilidade -Relaxamento Autorreceptores X X M2, M4 Inibição da liberação de Ach Heteroreceptores α2A> α2C Inibição da liberação de Ach X X
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