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NEUROFARMACOLOGIA - APOSTILA

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1 VICTORIA CHAGAS 
Neurofarmacologia 
FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 A ação do fármaco pode ser: 
- Específica → resulta diretamente do seu mecanismo molecular, cuja ação primária da 
célula alvo é devido à interação com receptores. São seletivos de ação localizada. 
- Inespecífico → resulta de propriedades físico-químicas do fármaco e apresenta diversos 
mecanismos moleculares em diversas células-alvo. 
 Para um fármaco passar pela barreira hematoencefálica (proteção/regulação de 
substancias/moléculas para o cérebro) é necessário: transporte de proteínas de membrana, 
lipossolubilidade e baixo peso molecular 
 
DEPRESSORES GERAIS DO SNC 
 São fármacos capazes de deprimir reversivelmente as atividades de todos os tecidos 
excitáveis → sendo o SNC intensamente sensível. 
 Nessa categoria incluem-se os anestésicos gerais inalatórios 
ESTIMULANTES GERAIS DO SNC 
 São fármacos capazes de estimular o SNC em todos os níveis. 
 Nessa categoria estão os psicoestimulantes como as metilxantinas. 
FÁRMACOS QUE ATUAM SELETIVAMENTE NO SNC 
 São fármacos capazes de deprimir ou estimular as funções do SNC 
 Em doses terapêuticas possuem pouco efeito sobre o nível de excitabilidade 
 Nessa categoria estão os: psicofármacos (antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos, 
hipnóticos), anticonvulsivantes, antiparkinsonianos, analgésicos opioides... 
 
SINAPSE QUÍMICA 
 Há dois tipos de sinapses: 
▪ QUÍMICA → Com mediadores químicos; mais lento (são mais comuns no SNC) 
▪ ELÉTRICA → sem mediadores químicos; mais rápido; passam por canais iônicos voltagem 
dependentes. 
 
 2 VICTORIA CHAGAS 
 A sinapse química compreende um terminal pré-sináptico e um pós-sináptico e a fenda 
sináptica (entre os dois neurônios). 
 
o Sinapse excitatória: Se o neurotransmissor tiver papel excitatório, sua interação com o 
receptor provoca uma despolarização localizada (PEPS) através do aumento da 
permeabilidade dos íons Na+ e saída do íon K+. Essa despolarização da membrana se 
propaga pelo neurônio, resultando na transmissão do impulso nervoso do neurônio pré-
sináptico para o pós-sináptico. 
 
o Sinapse inibitória: Se o neurotransmissor for inibitório, a interação com o receptor provoca 
uma hiperpolarização localizada (PIPS) através do aumento na permeabilidade ao íon Cl 
e saída de K+. Isso impede a propagação do impulso nervoso da região pré para a pós-
sináptica. 
 
RECEPTORES 
▪ IONOTRÓPICOS: canais iônicos que se abrem após a ligação do neurotransmissor 
(dependente de ligante). É mais rápido, porém menos duradouro. 
- Ex: nicotínico de acetilcolina e receptores de glutamato, glicina e GABA 
 
▪ METABOTRÓPICO: acoplado a proteína G. Mais lento, porém tem efeito mais duradouro. 
- Cascata de sinalização → aumenta (estímulo) ou diminui (inibição) os segundo 
mensageiros → permitindo à amplificação de sinal, modulação da excitabilidade neuronal 
e regulação da atividade intracelular. 
- Ex: muscarínicos. 
 
▪ RECEPTORES LIGADOS A QUINASES: receptores ligados a enzima quinase. A ativação dessas 
enzimas leva a fosforilação e ligação de outras proteínas para ocorrer o sinal. 
- Ex.: Receptores de citocinas, insulina... 
 
▪ NUCLEARES: fármacos sofrem difusão através da membrana plasmática e ligam-se a 
receptores nucleares/citoplasmáticos. 
- Ex.: cortisol/receptor de estrógenos. 
 
▪ AUTORRECEPTOR: comanda um feedback negativo/retroalimentação 
 3 VICTORIA CHAGAS 
 
NEUROTRANSMISSORES 
 Substâncias produzidas e armazenadas em vesículas sinápticas 
 Com o potencial de ação irá ocorrer a liberação por exocitose dessas substâncias 
 As moléculas então irão se difundir através da fenda sináptica e agir em receptores 
 Cada neurônio é específico → ex.: neurônio dopaminérgico (só produz dopamina) 
 Podem ser excitatórios ou inibitórios 
- Excitatório: ao interagir com o receptor faz despolarização (PEPS) da membrana pós-
sináptica (entrada de Na+ e saída de K+) → aumenta transmissão de impulso nervoso 
- Inibitório: ao interagir com o receptor faz hiperpolarização (PIPS) da membrana pós-
sináptica (saída de K e entrada de Cl-) → impede propagação do impulso nervoso 
 
o NEUROMODULADORES: São substâncias liberadas simultaneamente aos 
neurotransmissores com a função de modular os efeitos dessas substâncias. 
o NEURO-HORMÔNIOS: hormônios secretados pelas células nervosas para o sangue em 
resposta a sinais recebidos. 
o FATORES NEUROTRÓFICOS: substâncias endógenas produzidas no SNC que auxiliam os 
neurônios a reparar danos. 
 4 VICTORIA CHAGAS 
SÍNTESE 
 Cada neurônio sintetiza um determinado neurotransmissor que será liberado em seus 
terminais para a fenda sináptica. 
 As enzimas responsáveis pela síntese do neurotransmissor encontram-se no corpo celular, 
principalmente no terminal nervoso (dendrítico ou axônico). 
 
 Existem pelo menos três sítios teóricos responsáveis pelo controle da síntese 
1. Dentro do neurônio → ação direta do mediador químico sobre a enzima sintetizante 
2. Extracelular → interação do neurotransmissor com autorreceptores 
3. Mecanismo reflexo multissináptico → altera a velocidade de disparos do neurônio 
responsável pela liberação do mediador químico. 
 
ARMAZENAMENTO E LIBERAÇÃO 
 Os neurotransmissores são sintetizados e depois armazenados em vesículas/reservatórios 
diferentes, com exceção da noradrenalina (Nad) e da adrenalina (Ad) cujas etapas finais 
da síntese e de armazenamento ocorrem em um mesmo compartimento. 
 Eles são liberados na fenda sináptica após despolarização do terminal pré-sináptico por um 
mecanismo cálcio-dependente. 
 
CAPTAÇÃO E INATIVAÇÃO 
 Captação por receptores e inativação por recaptação ou degradação → após serem 
liberados e atuarem nos receptores, devem ser removidos do seu local de ação, pois a 
estimulação prolongada dos receptores sinápticos ocasionaria uma dessensibilização 
(diminuição dos números de receptores). Por outro lado, uma deficiência do transmissor 
pode acarretar o aumento do número de receptores e causar supersensibilidade. 
 O mais importante processo de inativação do neurotransmissor consiste em sua remoção 
da fenda sináptica por processos (recaptação ou degradação) nas membranas pré e pós-
sináptica assim como nas membranas das células da glia (fagocitose) próximas. 
 
PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES 
o ACETILCOLINA (ACh) 
- Os neurônios colinérgicos são aqueles que sintetizam, armazenam e liberam acetilcolina. 
- Esses neurônios não conseguem captar o próprio transmissor e sim o produto do seu 
metabolismo (diferente dos outros neurônios). 
- Foram identificados subtipos de receptores muscarínicos (M1, M2, M3 e M4) e nicotínicos 
- A acetilcolina participa na percepção da dor, estados convulsivos e nos processos de 
aprendizagem e memória. Pessoas que sofrem de Alzheimer apresentam tipicamente baixos 
níveis de ACh no córtex cerebral, e as drogas que aumentam sua ação podem melhorar a 
memória em tais pacientes. 
 
o DOPAMINA (DA) 
- Síntese a partir de precursores adquiridos na dieta (AA - fenilalanina e tirosina) 
- As ações no SNC são mediadas por subtipos de receptores D1 e D2 (também há D3, D4 e D5) 
- Controla níveis de estimulação e controle motor em muitas partes do cérebro. Quando os 
níveis estão extremamente baixos na doença de Parkinson, os pacientes são incapazes de se 
mover voluntariamente. Presume-se que o LSD e outras drogas alucinógenas ajam no sistema 
da dopamina. 
 
 
 5 VICTORIA CHAGAS 
o NORADRENALINA (Nad) 
- Precursores adquiridos na dieta (AA - fenilalanina e tirosina) 
- 3 tipos de receptores adrenérgicos e seus subtipos (α1, α2 e β) foram descritos no SNC 
- A atividade dos neurônios Nad está associada a modulação de estados emocionais 
(excitação física e mental, bom humor), alerta, aprendizagem, reação ao estresse e 
percepção da dor. 
 
o SEROTONINA 
- Síntese a partir do AA triptofano adquirido na dieta- Dentro as várias implicações funcionais da serotonina no SNC, destacam-se seu papel nos 
estados depressivos do humor, na modulação do apetite e na regulação da temperatura 
corpórea e sono (visto como ‘’neurotransmissor do bem-estar’’) 
 
o HISTAMINA 
- Prováveis funções: modulações da microcirculação vascular, da temperatura corpórea e da 
atividade motora. 
- As ações da histamina no SNC parecem ser mediadas por 3 subtipos de receptores H1, H2 e 
H3 (autorreceptor). O receptor H4 está localizado em células hematopoiéticas 
 
o GLUTAMATO 
- O glutamato e o aspartato são excitatórios potentes e encontrados em altas concentrações 
no cérebro. 
- Suas prováveis ações no SNC estão relacionadas a aprendizagem, dor e neurotoxicidade. 
- Os receptores do glutamato no SNC podem ser classificados em receptores ionotrópicos e 
metabotrópicos. 
 
o GABA 
- O GABA é sintetizado a partir do glutamato pela ação da enzima glutamato descarboxilase 
e degradado pela enzima GABA-transaminase. 
- O conteúdo de GABA cerebral é de 200 a 1000x maior que o de outros neurotransmissores e 
ele se distribui por todo o SNC, o que nos faz considerá-lo o transmissor inibitório de 
interneurônios em quase todas áreas cerebrais. 
- 3 tipos de receptores gabaérgicos foram propostos: GABAa, GABAb e GABAc. 
 
o ENCEFALINAS E ENDORFINAS 
- Essas substâncias são opiáceos que, como as drogas heroína e morfina, modulam a dor, 
reduzem o estresse, etc. 
- Elas podem estar envolvidas nos mecanismos de dependência física. 
 
 
 
 
INIBITÓRIOS EXCITATÓRIOS 
GABA GLUTAMATO 
ENDORFINAS ADRENALINA 
DOPAMINA (D2) ACETILCOLINA 
SEROTONINA (5HT1...) DOPAMINA (D1) 
- SEROTONINA (5HT4,2...) 
 6 VICTORIA CHAGAS 
ALVOS DOS FÁRMACOS NO SNC 
 Os fármacos podem agir na síntese, liberação, armazenamento, recaptação, enzimas de 
degradação de NT, autorreceptores... 
 Podem ter ação agonista ou antagonista nessas ações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA SEROTONINÉRGICO 
 A serotonina está envolvida em diversos processos fisiológicos (central e periférico) 
 Também é conhecido como 5-hidroxitriptamina ou 5-HT 
 Envolvida no SNC com a depressão, ansiedade, TOC, transtorno de alimentação, 
dependência química e enxaqueca. 
 Influencia inúmeras funções cerebrais, incluindo sono, cognição, percepção sensorial, 
atividade motora, regulação da temperatura, nocicepção, humor, apetite, 
comportamento sexual e secreção hormonal. 
 Dependendo do receptor pode ser excitatória ou inibitória 
 Os principais corpos celulares dos neurônios de 5-HT ficam nos núcleos do tronco encefálico 
e se projetam através do cérebro e medula espinhal. 
 Encontrada em altas concentrações nas células enterocromafins no TGI, nos gânglios de 
armazenamento de plaquetas e dispersas no SNC. 
SÍNTESE E ARMAZENAMENTO 
 A serotonina é produzida 90% no intestino, 8% nas 
plaquetas e 2% no SNC 
 PRECURSOR → Triptofano (é um aminoácido 
proveniente da dieta - proteínas) 
 O triptofano é transportado até os neurônios 
serotoninérgicos 
 Sofre a ação da triptofano hidroxilase e é convertida 
em L-5-hidroxitriptofano, e este, por sua vez, será 
convertido pela AADC em 
5-HT (serotonina) 
 Posteriormente ela é armazenada pelo transporte 
vesicular de monoaminas (VMAT) → leva a 
serotonina para dentro da vesícula 
 7 VICTORIA CHAGAS 
LIBERAÇÃO, RECAPTAÇÃO E DEGRADAÇÃO 
 Para haver o deslocamento da vesícula é preciso um estímulo que promoverá a entrada 
de cálcio (canal de Ca++ dependente de voltagem) → potencial de ação 
 
 A serotonina que é liberada pode seguir por 3 caminhos: 
- Na fenda → se liga ao receptor e o ativa 
- Recaptação → pode ser recaptada por 
transportadores como o SERT na membrana 
pré-sináptica → após recaptação pode ser 
degradada ou rearmazenada. 
- Autorregulação → se liga ao receptor 5-HT1 
(inibitório – feedback negativo) 
 
 A degradação é feita pela enzima MAO 
(monoamina oxidase): 
- 5-hidroxitriptamina (5-HT) → MAO faz 
desaminação oxidativa (principalmente 
MAO-A) → 5- hidroxiindoaldeído → pelo 
aldeído desidrogenase → 5-hidroxiindolacético 
(5-HIAA) 
- A 5-HIAA é transportado para fora do cérebro 
e excretado na urina. 
- O catecol-O-metiltransferase (COMT) no 
espaço extracelular é outra enzima importante 
de degradação de monoaminas. 
 
REGULAÇÃO 
 A enzima triptofano hidroxilase (TPH) limita a velocidade de produção da serotonina. 
 Autorreceptores pré-sinápticos de 5-HT respondem ao aumento de 5-HT através da 
sinalização de proteínas G, reduzindo AMPc, resultando em atividade diminuída de 
produção de neurotransmissores ou de liberação → feedback negativo – inibitório 
 Essa alça de autorregulação pode fornecer uma explicação para o tempo observado de 
ação dos antidepressivos clinicamente. 
 
RECEPTORES 
 Há múltiplos receptores de 5-HT → no total são 7 famílias (14 receptores – famílias + subtipos) 
 Todos os receptores de serotonina são expressos no SNC 
 Todos são metabotrópicos, exceto o 5-HT3 que é ionotrópico 
 
o 5-HT1 
- Acoplado a proteína G e inibe a adenilato-ciclase 
- Ele é inibitório → diminui os segundos mensageiros 
- Os subtipos dos receptores 5-HT1b atuam como autorreceptores inibitórios nos neurônios pré-
sinápticos (em terminações axônicos), fazendo um feedback para regular a quantidade de 
neurotransmissor liberado na fenda, assim como o controle de sua produção. 
- 5-HT1a e 5-HT1d: subtipos mais importantes terapeuticamente (1a → interferem na ansiedade, 
humor e comportamento e o 1d → receptores vasoconstritores no território carotídeo) 
- Importantes para tratamento da enxaqueca → vasoconstrição 
 
o 5-HT2 
- Acoplam-se a proteínas G e ativam a via PLC-DAG/IP3-Ca2+-PKC. 
- Ele é um receptor excitatório → aumenta os segundos mensageiros 
- Relacionado a ansiedade e insônia 
- Pode fazer síndrome serotoninérgica → insônia, vômito, diarreia, tremores, taquicardia... 
 8 VICTORIA CHAGAS 
o 5-HT3 
- Único receptor que atua como canal iônico operado por ligantes (ionotrópico) 
- Ele é excitatório 
- Expressos no SNC e no TGI → excesso causa diarreia e êmese 
- Núcleo do trato solitário no bulbo → área postrema (centro do vômito) 
 
o 5-HT4 
- Encontrados no SNC, assim como nos TGI (intestino – vai levar a peristaltismo → diarreia) 
- Ele é um receptor excitatório. 
 
o 5-HT5 
- Presente no SNC, inibe o adenilato-ciclase. 
- Ele é um receptor inibitório 
 
o 5-HT6 e 5-HT7 
- Presente no SNC, estão ligados à ativação da adenilato-ciclase. 
- Ele é um receptor excitatório 
 
AÇÕES DA SEROTONINA NO CORPO 
▪ SNC → A 5-HT influencia inúmeras funções cerebrais, incluindo o sono, a cognição, a 
percepção sensorial, a atividade motora, a regulação da temperatura, a nocicepção, o 
humor, o apetite, o comportamento sexual e a secreção hormonal. 
- Sono-Vigília → Pode causar insônia ou aumentar o sono dependendo da ação 
- Agressão e impulsividade → baixos níveis de 5-HT colaboram com esses sintomas 
- Ansiedade e depressão → altos níveis de 5-HT ajudam nesses distúrbios 
- Apetite → supressor 
 
▪ TGI → As células enterocromafins na mucosa gástrica são o local de síntese e da maior 
parte do armazenamento da 5-HT no organismo. A motilidade do músculo liso gástrico e 
intestinal pode ser intensificada ou inibida por pelo menos seis subtipos de receptores. 
 
▪ VASOS → vasoconstrição em vasos calibrosos intracranianos. 
 
▪ MUSCULATURA LISA → contração 
 
▪ PLAQUETAS → A 5-HT não é sintetizada nas plaquetas, porém captada a partir da circulação 
e armazenada em grânulos secretores por transporte ativo. A 5-HT liga-se a receptores 5-
HT2A plaquetários e desencadeia uma resposta de aglutinação fraca (lesão do endotélio). 
Se a lesão do vaso sanguíneo atingir uma profundidade a ponto de expor o músculo liso 
vascular, a 5-HT exerce um efeito vasoconstritor direto. 
 
TEORIA DAS MONOAMINAS 
 A teoriaformulada em 1960 propõe que a depressão seja consequência de uma menor 
disponibilidade de aminas biogênicas cerebrais, em particular de serotonina, noradrenalina 
e/ou dopamina, a nível de fenda sináptica. Já a mania seria causada por produção 
excessiva desses neurotransmissores. 
 É uma teoria aceita, mas há novas teorias complementares → genética, endócrino, imuno... 
 Tal proposição é reforçada pelo conhecimento do mecanismo de ação dos 
antidepressivos, que se baseiam no aumento da disponibilidade desses neurotransmissores 
na fenda sináptica, seja pela inibição (seletiva ou não) de suas recaptações, seja pela 
inibição da enzima responsável por suas degradações (inibidores da monoaminoxidase). 
 9 VICTORIA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTIDEPRESSIVOS 
 Os sintomas da depressão são sensação de tristeza e desesperança, bem como 
incapacidade de sentir prazer em atividades usuais, alterações nos padrões de sono e 
apetite, perda de vigor e pensamentos suicidas. 
 Os medicamentos mais comumente usados, muitas vezes, chamados 
de antidepressivos de segunda geração, são os inibidores seletivos 
de recaptação da serotonina (ISRSs) e os inibidores da recaptação 
de serotonina-norepinefrina (IRSNs), que têm maior eficácia e 
segurança em relação aos fármacos de primeira geração, que 
incluem os inibidores da monoamina oxidase (MAO) e os 
antidepressivos tricíclicos (ATC). 
 
 Os antidepressivos, em geral precisam de 2 semanas para produzir 
melhora significativa no humor, e o benefício máximo pode demorar 
até 12 semanas ou mais → alça de autorregulação → com o tempo 
ocorre a dessenssibilização dos autorreceptores, parando o 
feedback negativo (sinalizava para diminuir a produção de 
serotonina), conseguindo então sentir os efeitos do medicamento. Os 
pacientes que não respondem a um antidepressivo podem responder a outro, e 
aproximadamente 80% ou mais respondem a pelo menos um antidepressivo. 
 
INIBIDOR SELETIVO DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) 
o AÇÃO 
- Grupo de fármacos antidepressivos que inibem especificamente a captação da serotonina, 
apresentando uma seletividade de 300 a 3.000 vezes maior para o transportador de serotonina 
do que para o de norepinefrina → INIBE A SERT (proteína de recaptação no pré-sináptico) 
- Os ISRSs inicialmente bloqueiam a recaptação e prolongam a neurotransmissão de serotonina 
- São eficazes nos tratamentos de TOC 
 
o EFEITOS ADVERSOS 
- Distúrbios do sono (Insônia e sonolência) 
- Cefaleia, sudoração, ansiedade e agitação 
- Efeitos no TGI (náuseas, diarreia), fraqueza e cansaço 
- Disfunções sexuais, diminuição da libido, anorgasmia 
 
o FÁRMACOS 
- Os ISRSs incluem fluoxetina, citalopram, escitalopram, fluvoxamina, paroxetina e sertralina. 
 10 VICTORIA CHAGAS 
INIBIDOR DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NORADRENALINA (IRSN) 
o AÇÃO 
- Inibem tanto SERT quanto NET e provocam aumento serotoninérgico e/ou noradrenérgico 
- Difere dos ADTs pela especificidade de sítio que é maior por parte dos IRSNs, reduzindo os 
efeitos adversos → O ADT bloqueia também receptores muscarínicos (sistema parassimpático), 
adrenérgicos (sistema simpático – hipotensão ortostática, boca seca...) e receptores 
histamínicos (sono-vigília) provocando maiores efeitos colaterais. 
 
o EFEITOS ADVERSOS 
- Náuseas, constipação, insônia, disfunção sexual, boca seca, 
visão turva, nervosismo, tremores, sonolência... 
 
o FÁRMACOS 
- Venlafaxina, desvenlafaxina, levomilnaciprana e duloxetina 
 
 
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADT) 
o AÇÃO 
- Ele inibe a recaptação de 5-HT e norepinefrina → inibe SERT e NET 
- Os ATCs podem provocar efeitos colaterais graves e geralmente 
não são usados como fármacos de primeira linha para o 
tratamento da depressão. 
- Usados em casos de depressão maior ou psicótica, insônia e dor 
neuropática com causa desconhecida. 
 
o EFEITOS ADVERSOS 
- Efeitos sedativos (antagonista de receptores de histamina); 
entorpecimento cognitivo, visão turva, boca seca, taquicardia, 
constipação, dificuldade para urinar (antagonismo aos 
receptores muscarínicos); hipotensão ortostática (antagonismo 
aos receptores adrenérgicos); ganho de peso... 
 
INIBIDORES DA MONOAMINOXIDASE (IMAO) 
o AÇÃO 
- Os inibidores da MAO inibem de maneira não seletiva e irreversível tanto a MAO-A quanto 
MAO-B, que estão localizados nas mitocôndrias e metabolizam monoaminas, como 5-HT e NE. 
- Se a MAO está inibida, sobra mais NT no pré ou pós-sináptico, periferia ou SNC 
- Os IMAOs têm eficácia equivalente à dos ATCs, mas raramente são utilizados devido à sua 
toxicidade e importantes interações medicamentosas e alimentares. 
- Hoje é usada para o tratamento do Parkinson → inibe a degradação de MAO-B que faz a 
degradação da dopamina, que falta no Parkinson 
 
o EFEITOS ADVERSOS 
- Crise hipertensiva e dor de cabeça (efeito do queijo) que decorre de interações alimentares 
com alimentos que contêm tiramina → A MAO-A na parede intestinal e MAO-A e MAO-B no 
fígado normalmente degradam tiramina na dieta. Quando a MAO-A é inibida, a ingestão de 
alimentos que contenham tiramina leva ao acúmulo de tiramina em terminações nervosas e 
vesículas de neurotransmissores adrenérgicas e induz a liberação de norepinefrina e 
adrenalina. As catecolaminas liberadas estimulam os receptores pós-sinápticos na periferia, 
aumentando a pressão arterial para níveis perigosos → deve ser orientado para cuidar com 
alimentação → tiamina presente em vinhos e lacticínios. 
- Hepatotoxicidade 
 
 11 VICTORIA CHAGAS 
ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS 
- Ação em locais diferentes → outros antidepressivos diferentes dos anteriores 
- Além de seu uso na esquizofrenia, depressão bipolar e depressão maior com transtornos 
psicóticos, os antipsicóticos atípicos ganharam ainda mais uso extra-bula para a depressão 
sem características psicóticas. 
 
- Antagonistas de 5-HT2 → quando ele é muito estimulado por serotonina ele é responsável pela 
ansiedade, insônia → Donaren/trazodona (usado ao final da tarde/noite) para dormir 
 
- Outros Fármacos: bupropiona, mirtazapina, nefazodona, trazodona, vilazodona e vortioxetina. 
 
 
SISTEMA DOPAMINÉRGICO 
 A dopamina (DA) é um neurotransmissor catecolamínico que atua como alvo terapêutico 
para alguns dos distúrbios importantes do sistema nervoso central (SNC), incluindo a doença 
de Parkinson e a esquizofrenia. 
 É um precursor dos outros neurotransmissores → norepinefrina e a epinefrina. 
 A doença de Parkinson é um distúrbio de movimento progressivo, degenerativo. Os 
sintomas são causados pela degeneração de neurônios produtores de dopamina na 
substância negra. As intervenções farmacológicas atualmente utilizadas na doença de 
Parkinson visam, em sua maioria, à restauração dos níveis de Dopamina no cérebro. 
 Produzida principalmente na substância negra do cérebro 
 Mais abundante no corpo estriado e em partes do córtex frontal, sistema límbico e 
hipotálamo. 
 Ela é responsável por controlar a memória, o humor, a cognição, o aprendizado, alguns dos 
nossos movimentos e também pode ser considerado o principal neurotransmissor inibitório 
da prolactina 
 
o Via nigroestriatal → se projeta da substância negra do mesencéfalo até os núcleos da 
base (Importante no controle motor) 
 
o Vias mesolímbica/mesocortical → surge na parte anterior da área tegmental ventral e 
segue até o núcleo accumbens e áreas corticais límbicas 
- Envolvidas na emoção e na sensação de recompensa 
- Pode ser modulado por drogas 
 
o Neurônios túbero-hipofisários → seguem do hipotálamo até a hipófise 
- Regulam as secreções do hipotálamo e da hipófise 
 
SÍNTESE E ARMAZENAMENTO 
 Através do aminoácido tirosina (peixes, 
abacate, nozes) sendo que uma pequena dose 
pode ser sintetizada no fígado pela fenilalanina. 
 
 Tirosina é transportada para dentro de neurônios 
adrenérgicos → Hidroxilação da tirosina pela 
enzima tirosinahidroxilase produzindo DOPA → 
Descarboxilação da DOPA (hi-hidroxi-
fenilalanina) pela DOPA descarboxilase 
produzindo dopamina 
 
 12 VICTORIA CHAGAS 
 Nos neurônios dopaminérgicos, o produto da via de síntese 
das catecolaminas é a dopamina 
 Nos neurônios adrenérgicos, a dopamina é convertida em 
noradrenalina pela B-hidroxilase e essa noradrenalina pode 
ser convertida em adrenalina. 
 
LIBERAÇÃO, RECAPTAÇÃO E DEGRADAÇÃO 
 Nos neurônios dopaminérgicos, a DA sintetizada é 
empacotada em vesículas secretoras pelo transportador 
vesicular de monoaminas (VMAT). 
 Em adrenérgicas/noradrenérgicas, a DA não é 
empacotada e sim convertida em NE 
 
 A DA liberada na sinapse está sujeita a eliminação por 
transporte (recaptação) ou degradação. 
 O transportador que leva a DA de volta a célula é o DAT 
 
 A degradação da DA ocorre primariamente pela MAO 
(principalmente a MAO-B) celular localizada em elementos pré e pós-sinápticos, ou até 
mesmo pela COMT. 
 COMT e MAO degradam a DA a ácido homovanílico, que é excretado na urina. 
 
RECEPTORES 
 É dividida em 2 famílias: D1 e D2 com base no perfil efetuador-acoplamento 
 São todos metabotrópicos → acoplados a proteína G 
 A ativação de receptores D1 leva à liberação do hormônio paratireóideo. 
 A ativação dos receptores D2 leva a uma inibição de noradrenalina em neurônios 
adrenérgicos, inibição de aldosterona nas células da adrenal, inibição de prolactina na 
neurohipófise e da renina nas células justaglomerulares. 
 
o FAMÍLIA D1 
- Consistem dos subtipos de receptor D1 e D5 
- Ambos se acoplam a proteína G para estimular AMPc 
- São despolarizantes → excitatória (↑ segundo mensageiro) 
- Receptor D1 é encontrado no SNC, rins, retina e sistema cardiovascular. 
- Receptor D5 são expressos na substância negra, hipotálamo, estriado, córtex cerebral, núcleo 
acumbente e tubérculo olfatório. 
 
o FAMÍLIA D2 
- Contém os receptores D2, D3, D4. 
- Todos diminuem a produção 
intracelular de AMPc 
- São hiperpolarizantes → inibitórios 
(↓ segundo mensageiro) 
- Receptor D2 se expressa por todo 
o cérebro 
- D3 é menos abundantes e se 
expressa só nas regiões límbicas do 
cérebro 
- D4 se expressam em abundância 
na retina. Também no tálamo, 
córtex pré-frontal, amígdala e 
hipófise. 
 13 VICTORIA CHAGAS 
RELAÇÃO COM DISTÚRBIOS DO SNC 
 
o DOENÇA DE PARKINSON 
 
- A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa 
do SNC, crônica e progressiva. 
- É causada por uma diminuição intensa da produção 
de dopamina, a qual ajuda na realização dos 
movimentos voluntários do corpo de forma automática, 
ou seja, não precisamos pensar em cada movimento 
que nossos músculos realizam, graças à presença dessa 
substância. 
- Na falta dela, particularmente numa pequena região 
encefálica chamada substância negra, o controle 
motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e 
sintomas característicos 
- O quadro clínico basicamente é composto de quatro 
sinais principais: tremores; acinesia ou bradicinesia 
(lentidão e diminuição dos movimentos voluntários); 
rigidez (enrijecimento dos músculos, principalmente no 
nível das articulações); instabilidade postural 
(dificuldades relacionadas ao equilíbrio, com quedas 
frequentes). 
 
 O tratamento/alvos farmacológicos envolve formas 
de aumentar o nível de dopamina nos pacientes 
com a doença 
- Precursores de dopamina: o precursor imediato da 
dopamina, L-DOPA, é rapidamente transportado 
através da BHE. Uma vez no SNC, a L-DOPA é 
convertida em dopamina. 
- Agonista de receptor de dopamina: utilizam diretamente como alvo o receptor de 
dopamina pós-sináptico. Podem ser seletivos ou não. 
- Inibidores da degradação de dopamina: os inibidores tanto MAO (principalmente a 
MAO-b) como COMT são utilizados como adjuvantes na prática clínica. – Ação indireta 
(não age diretamente no receptor). 
 
o ESQUIZOFRENIA 
 
- A esquizofrenia é uma das desordens mentais mais comuns, causando sintomas de psicose 
(incapacidade de distinguir a realidade da imaginação), como alucinações e delírios. 
- Em geral, a doença tem início no final da adolescência ou início da vida adulta. Ela ocorre 
em cerca de 1% da população e é um transtorno crônico e incapacitante. A esquizofrenia tem 
forte componente genético e provavelmente reflete alguma anormalidade bioquímica 
fundamental, possivelmente uma disfunção das vias neuronais dopaminérgicas mesolímbicas 
ou mesocorticais. 
- Pesquisas anteriores já associaram a doença com níveis muito altos de dopamina em uma 
região do cérebro conhecida como corpo estriado. 
- A hipótese de dopamina da psicose derivou da descoberta de que alguns medicamentos 
apresentavam propriedades antipsicóticas terapêuticas na esquizofrenia ao diminuir a 
neurotransmissão dopaminérgica. 
 
 
 
 
 14 VICTORIA CHAGAS 
ANTIPSICÓTICOS 
 Os fármacos antipsicóticos são usados principalmente para tratar 
esquizofrenia, mas também são eficazes em outros estados psicóticos 
e estados de mania. 
 O uso de medicação antipsicótica envolve o difícil limite entre o 
benefício de aliviar os sintomas psicóticos e o risco de uma ampla 
variedade de efeitos adversos perturbadores. Os antipsicóticos não 
são curativos e não eliminam o transtorno crônico do pensamento, 
mas com frequência diminuem a intensidade das alucinações e 
ilusões, permitindo que a pessoa com esquizofrenia conviva em um 
ambiente de apoio. 
 Os antipsicóticos são divididos em primeira e segunda gerações. A 
primeira geração é subdividida em potência baixa e potência alta. 
Essa classificação não indica a eficácia clínica dos fármacos, mas 
especifica a afinidade pelo receptor da dopamina D2 que, por sua 
vez, pode influenciar o perfil de efeitos adversos do fármaco. 
 Os antipsicóticos antigos (mais comumente a proclorperazina) são 
úteis no tratamento da náusea causada por fármacos. 
 
ANTIPSICÓTICOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO/TÍPICOS/NEUROLÉPTICO 
 São inibidores competitivos em vários receptores, mas seus efeitos antipsicóticos refletem o 
bloqueio competitivo dos receptores D2 da dopamina. 
 Os antipsicóticos de 1ª geração são os principais causadores dos sintomas extrapiramidais 
 
ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO/ATÍPICOS 
 Antagonistas de receptores serotoninérgicos (5-HT2) e dos receptores dopaminérgicos (D2) 
→ antagonizam o D2 menos em relação à 1º geração → menos efeitos piramidais 
 Possui menor incidência de sintomas extrapiramidais do que os de primeira geração, mas 
são associados com maior risco de efeitos adversos metabólicos, como diabetes, 
hipercolesterolemia e aumento de massa corporal. 
 Os fármacos de segunda geração são usados como 
tratamento de primeira escolha contra esquizofrenia para 
minimizar o risco de SEP debilitante, associado com os de 
primeira geração, que atuam primariamente no receptor D2 
da dopamina. 
 
MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIPSICÓTICOS 
o Antagonismo da dopamina: Todos os antipsicóticos de 
primeira e a maioria dos de segunda geração bloqueiam 
os receptores D2 da dopamina no cérebro e na periferia. 
 
o Atividade bloqueadora do receptor de serotonina: A 
maioria dos fármacos de segunda geração parece 
exercer parte da sua ação singular pela inibição de 
receptores de serotonina, em particular 5-HT2A. 
 15 VICTORIA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS ADVERSOS 
 Efeitos adversos de antipsicóticos ocorrem em praticamente todos os pacientes e são 
significativos em cerca de 80%. Os antipsicóticos de primeira geração são os que mais 
provavelmente causam transtornos de movimento conhecido como sintomas 
extrapiramidais (SEPs). 
 
o Efeitos extrapiramidais 
- No estriado, os efeitos inibitórios dos neurônios dopaminérgicos normalmente são equilibrados 
pelas ações excitatórias dos neurônios colinérgicos. O bloqueio dos receptores de dopamina 
altera esse equilíbrio, causando um excesso relativoda influência colinérgica, que resulta em 
efeitos motores extrapiramidais: 
 
→ Acatisia/agitação: sentimento de inquietação muscular intensa; forte desejo de se mover. 
→ Distonia aguda: espasmos musculares dolorosos prolongados. 
→ Discinesia tardia: Os pacientes exibem movimentos involuntários e repetitivos, incluindo 
movimentos faciais e bilaterais da mandíbula e movimentos de “caça à mosca” com a língua. 
→ (Síndrome de Parkinson) Parkinsonismo: falta de expressividade, marcha arrastada, rigidez 
muscular, bradicinesia/acinesia, tremor de repouso e instabilidade postural. 
→ Síndrome neuroléptica 
maligna: início agudo de 
hipertermia, rigidez muscular, 
tremores, taquicardia, 
sudorese – efeito mais raro, 
mas quando acontece 
geralmente é fatal. 
 
 
 16 VICTORIA CHAGAS 
SISTEMA GABAÉRGICO 
 Para manter uma atividade equilibrada, o SNC requer mecanismos excitatórios e inibitórios 
 GABA é um aminoácido aminobutírico e atua como principal neurotransmissor inibitório no 
SNC desenvolvido dos mamíferos, que atua tanto pré como pós-sináptico. 
 Em decorrência de sua distribuição disseminada, os receptores de GABA influenciam muitos 
circuitos e funções neurais → sendo inibitório seu papel principal é a desaceleração da 
atividade cerebral além de estar envolvido na reatividade e atenção, formação da 
memória, ansiedade, sono e tônus muscular. 
 O efeito desencadeado pela ligação do GABA aos receptores GABAA promove a abertura 
do canal iônico ao cloreto, o que produz hiperpolarização neuronal e, assim, diminui a 
excitabilidade. 
 A modulação da sinalização GABA também constitui importante mecanismo no 
tratamento da hiperatividade neuronal focal ou disseminada na epilepsia. 
 Seu efeito ionotrópico é observado devido à sua ação sobre os denominados canais de 
cloro, localizados na membrana sináptica, causando hiperpolarização neuronal e 
reduzindo, portanto, tanto a hiperexcitabilidade, como também a ação dos neurônios 
inibitórios. Promove, desta forma, um equilíbrio entre excitação/inibição neuronal. 
 
SÍNTESE 
 O organismo sintetiza o GABA a partir do 
glutamato, utilizando a enzima L-ácido 
glutâmico descarboxilase. 
 Glutamina → enzima glutamato sintetase 
→ glutamato → GABA 
 Este processo converte o principal 
neurotransmissor excitatório (glutamato) 
em um dos principais inibitórios (GABA) 
 Células da glia → Função vital na 
produção do neurotransmissor 
 Armazenado nas vesículas pré-sinápticas 
pelo transportador VGAT 
 Recaptado pelos transportadores de 
GABA específicos ou GAT 
 Degradado pela GABA transaminase 
(GABA-T) → formação de semi-aldeído 
succínico (SSA) 
 O SSA é oxidado pela SSA desidrogenase 
em ácido succínico que entra no ciclo de Krebs e é transformado em alfacetoglutarato que 
é transformado pela GABA-T em glutamato. 
 
RECEPTORES 
 Os receptores do GABA foram divididos em três tipos principais: 
 
1) GABAA (subtipo de receptor GABA mais proeminente) 
- É um canal iônico de Cl– regulado por ligante (ionotrópico) 
- A forma principal do receptor contém pelo menos três subunidades — α, β e γ. Todas 
as três subunidades são necessárias à interação com os benzodiazepínicos. 
 
2) GABAB: um receptor metabotrópico, esses receptores quando pré-sinápticos funcionam 
como autorreceptores, inibindo a liberação do GABA. 
 
3) GABAC: é um canal de Cl- controlado por transmissor (ionotrópico) 
- É pouco expresso e pouco relevante para farmacologia 
 17 VICTORIA CHAGAS 
ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
 Os transtornos envolvendo ansiedade são os distúrbios mentais mais comuns. A ansiedade 
é um estado desagradável de tensão, apreensão e inquietação – um temor que se origina 
de fonte conhecida ou desconhecida. Os sintomas físicos da ansiedade grave são similares 
aos do medo (como taquicardia, sudoração, tremores e palpitações) e envolvem a 
ativação simpática. 
 A ansiedade intensa, crônica e debilitante pode ser tratada com fármacos ansiolíticos (ou 
antiansiedade) e/ou com alguma forma de psicoterapia. Como muitos dos fármacos 
ansiolíticos causam alguma sedação, eles podem ser usados clinicamente como 
ansiolíticos e como hipnóticos (indutores do sono). 
 Alguns antidepressivos também são indicados para certos distúrbios de ansiedade. 
 
BENZODIAZEPÍNICOS 
 Os benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais usados. Eles 
substituíram os barbitúricos e o meprobamato no 
tratamento da ansiedade e da insônia por serem fármacos 
considerados mais seguros e eficazes. 
 Ainda que os benzodiazepínicos sejam comumente usados, 
eles não são necessariamente a melhor escolha contra 
ansiedade ou insônia. Certos antidepressivos com ação 
ansiolítica, como os inibidores seletivos da captação de 
serotonina (ISRSs), são preferidos em vários casos, e os 
hipnóticos não benzodiazepínicos e os anti-histamínicos 
podem ser preferíveis contra insônia. 
 
o MECANISMO DE AÇÃO 
 
- Todos os benzodiazepínicos em uso clinico são capazes de 
promover a ligação DO neurotransmissor inibitório (GABA) aos 
receptores GABAa, um canal de cloreto controlado por ligante. 
- Os benzodiazepínicos não ativam os receptores GABAa 
diretamente (não substitui o GABA), em vez disso, eles atuam 
de maneira alostérica modulando/potencializando os efeitos 
do GABA, de forma que ele aumenta a frequência de abertura 
do canal de Cl- 
- Esse aumento da condutância de Cl- resulta em uma 
hiperpolarização neuronal (inibitório) 
 
o AÇÕES 
 
- Redução da ansiedade: Em doses baixas, os benzodiazepínicos são ansiolíticos. A redução da 
ansiedade é atribuída à potenciação seletiva da transmissão gabaérgica em neurônios que 
têm a subunidade α2 em seus receptores GABAa, inibindo, assim, os circuitos neuronais no 
sistema límbico do cérebro. 
- Efeito hipnótico/sedativo: Todos os benzodiazepínicos têm propriedades sedativa e calmante, 
e alguns podem produzir hipnose (sono produzido “artificialmente”) em doses mais elevadas. 
- Amnésia anterógrada: A perda temporária da memória com o uso de benzodiazepínicos 
também é mediada pelos receptores α1-GABAA. A capacidade de aprender e formar novas 
memórias também é reduzida. 
- Efeito anticonvulsivante: Vários benzodiazepínicos têm atividade anticonvulsivante. Esse efeito 
é parcialmente mediado pelos receptores α1-GABAA. 
- Relaxamento muscular: Em doses elevadas, os benzodiazepínicos diminuem a espasticidade 
do músculo esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré-sináptica na medula 
espinal, onde predominam os receptores α2-GABAA. 
 18 VICTORIA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o DOSAGEM EXCESSIVA 
 
- Causam sono prolongado sem depressão grave da respiração 
ou da função cardiovascular; se uso com álcool pode causar 
depressão respiratória grave e morte. 
- A superdosagem de benzodiazepínico, sem álcool ou outros 
agentes depressores, raramente é fatal. 
- Comparado a alguns outros medicamentos, os 
benzodiazepínicos são considerados seguros, porque apresentam 
uma janela terapêutica (índice terapêutico) elevada → janela 
terapêutica é diferença da dosagem terapêutica a dosagem 
tóxica/letal → mais seguro é o fármaco quanto maior a janela 
terapêutica 
- A overdose pode ser revertida por uma antagonista (flumazenil) 
 
 
 
 
 19 VICTORIA CHAGAS 
EFEITOS ADVERSOS 
 Sedação e confusão são os efeitos adversos mais comuns dos benzodiazepínicos. 
 Ocorre ataxia em doses elevadas, impedindo as atividades que exigem coordenação 
motora fina, como dirigir automóvel. 
 Pode ocorrer comprometimento cognitivo (diminuição da evocação de memória e da 
retenção de novos conhecimentos) com o uso dos benzodiazepínicos. 
 A síndrome de abstinência → ocorre quando há uma redução no nível sérico ou tissular da 
substância, desencadeando sintomas que geralmente são o oposto do efeito agudoda 
droga ou de certa forma mimetizam os sintomas para os quais a substância foi inicialmente 
utilizada. Tem duração de aproximadamente 1 a 4 semanas após a descontinuação, 
dependendo do tipo de droga e da susceptibilidade individual. Em geral, a síndrome é 
aliviada com a readministração da substância. Recomendamos que a redução gradual 
do BZD ocorra em um período de 10 semanas ou que se diminua 25% da dose diária usada 
a cada semana, reduzindo-se a velocidade desse processo caso os sintomas de retirada se 
tornem severos. 
 
ANTAGONISTAS DE RECEPTOR BENZODIAZEPÍNICO 
 O flumazenil é um antagonista do receptor onde se liga o benzodiazepínico que pode 
rapidamente reverter os efeitos dos benzodiazepínicos. O fármaco está disponível apenas 
para administração intravenosa 
 Faz competição com os benzodiazepínicos para se ligar ao sítio de ligação do benzo 
 O início de ação é rápido, mas a duração é curta, com meia-vida de cerca de uma hora. 
 Administrações frequentes podem ser necessárias para manter a reversão dos 
benzodiazepínicos de longa ação. 
 Os efeitos adversos mais comuns são tonturas, náusea, êmese e agitação. 
 
OUTROS ANSIOLÍTICOS 
o Antidepressivos → Vários antidepressivos são eficazes no tratamento da ansiedade crônica 
e devem ser considerados fármacos de primeira escolha, especialmente em pacientes 
com inclinação para dependência ou vício. 
 
o Buspirona → A buspirona é útil no tratamento crônico do TAG e tem eficácia comparável 
à dos benzodiazepínicos. Esse fármaco tem início de ação lento e não é eficaz para 
tratamento de curta duração ou para estados de ansiedade agudos. As ações da 
buspirona parecem mediadas pelos receptores de serotonina (5-HT1A), embora ela 
também tenha alguma afinidade pelos receptores D2 da dopamina e 5-HT2A da 
serotonina. Assim, seu modo de ação difere do mecanismo de ação dos 
benzodiazepínicos. Além disso, a buspirona não tem as propriedades anticonvulsivantes e 
miorrelaxantes dos benzodiazepínicos. A frequência dos efeitos adversos é baixa, sendo as 
mais comuns cefaleias, nervosismo, náuseas e tonturas. Sedação e disfunções cognitivas e 
psicomotoras são mínimas, e a dependência é improvável. A buspirona não potencializa a 
depressão do SNC pelo etanol. 
 
BARBITÚRICOS 
 Os barbitúricos foram, no passado, a base do tratamento usado para sedar o paciente ou 
para induzir e manter o sono. Com o tempo, foram amplamente substituídos pelos 
benzodiazepínicos, principalmente porque os barbitúricos induzem a tolerância e a 
dependência física e estão associados a sintomas de abstinência graves. 
 Todos os barbitúricos são substâncias controladas. Certos barbitúricos, como o de ação 
muito curta tiopental, foram usados para induzir anestesia, mas são menos empregados 
atualmente devido aos novos fármacos com menos efeitos adversos 
 20 VICTORIA CHAGAS 
 A diferença entre benzodiazepínicos é que esses aumentam a frequência de abertura dos 
canais de cloreto enquanto os barbitúricos aumentam o tempo de abertura dos canais. 
 Por aumentar o tempo de abertura dos canais GABAa, a ação é muito rápida (grande 
quantidade de cloreto entra) mas o efeito passa rápido. 
 Os barbitúricos causam sonolência, dificuldade de concentração e preguiça mental e física 
 Os efeitos depressores do SNC são potencializados com os do etanol. 
 A superdosagem pode levar à morte, possuindo um índice terapêutico menor (maior o 
índice terapêutico de uma medicação, maior sua margem de segurança) 
 O flumazenil não reverte a overdose, pois o sítio de ligação é diferente do 
benzodiazepínico. 
 
 
OUTROS HIPNÓTICOS (INDUTORES DO SONO) 
o Zolpidem → O hipnótico zolpidem não é relacionado aos 
benzodiazepínicos estruturalmente, mas se fixa 
seletivamente ao receptor benzodiazepínico do subtipo 
BZ1. O zolpidem não tem propriedades anticonvulsivantes 
ou miorrelaxantes. Ele apresenta poucos efeitos de 
abstinência e provoca insônia de rebote mínima. Com o 
uso prolongado, ocorre pouca tolerância. Os efeitos 
adversos do zolpidem incluem pesadelos, agitação, 
amnésia anterógrada, cefaleia, distúrbios gastrintestinais, 
tonturas e sonolência diurna. Diferentemente dos 
benzodiazepínicos, nas dosagens hipnóticas usuais, os 
fármacos não benzodiazepínicos zolpidem, zaleplona e 
eszopiclona não alteram significativamente os vários 
estágios do sono e, assim, costumam ser os hipnóticos 
preferidos. 
 
o Zaleplona → Zaleplona é um hipnótico não 
benzodiazepínico oral similar ao zolpidem; contudo, a zaleplona causa menos efeitos 
residuais nas funções psicomotoras e cognitivas em comparação ao zolpidem ou aos 
benzodiazepínicos. 
 
o Eszopiclona → Eszopiclona é um hipnótico não benzodiazepínico oral que também atua no 
receptor BZ1. Revelou-se eficaz contra insônia por até 6 meses. 
 
o Ramelteona → A ramelteona é um agonista seletivo dos subtipos de receptores de 
melatonina MT1 e MT2. A melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal que 
auxilia na manutenção do ritmo circadiano subjacente ao ciclo sono-vigília normal. 
 
o Anti-histamínicos → Alguns anti-histamínicos com propriedades sedativas, como 
difenidramina, hidroxizina e doxilamina, são eficazes no tratamento dos tipos leves de 
insônia situacional. Contudo, eles têm efeitos indesejados (como os efeitos anticolinérgicos) 
que os tornam menos úteis do que os benzodiazepínicos e os não benzodiazepínicos. 
 21 VICTORIA CHAGAS 
FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 Divide em simpático, parassimpático e entérico 
 Neurônios aferentes recebem sinais que serão integrados pelo sistema nervoso central. Já 
os neurônios eferentes levam a resposta gerada pelo SNC aos órgãos alvos 
 
 Neurônios eferentes 
- Motora somática → musculo esquelético, a acetilcolina é liberada diretamente no músculo 
em receptores nicotínicos. 
- Autônoma → musculo liso, estriado cardíaco, glândulas endócrinas e exócrinas → dividido 
em simpático e parassimpático 
 
 Neurônios do SNS e SNP 
- Pré-ganglionares → origem no SNC e terminam em um gânglio autonômico (fora do SNC). 
- Pós-ganglionares → corpo celular encontra-se no gânglio autonômico, recebe a sinapse 
do neurônio pré-ganglionar, e seu axônio transmite a mensagem para o tecido alvo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 VICTORIA CHAGAS 
FARMACOLOGIA ADRENÉRGICA 
 
SÍNTESE DAS CATECOLAMINAS (NORADRENALINA E ADRENALINA) 
 Nos neurônios: 
Tirosina → DOPA → dopamina → noradrenalina 
 
 Nas células cromafins da medula da adrenal: a 
noradrenalina sai das vesículas e é metilada no 
citoplasma, a fim de formar a adrenalina. 
 
 Captura e degradação: 
1. Recaptação pelos neurônios NA e pelos neurônios 
pós-sinápticos (transporte por proteínas carreadoras 
de NET) 
2. Difusão e captação extraneuronal – TEN, TOC1 e 
TOC 2. 
3. Catecolaminas (ex: Nad e Ad) são degradadas 
principalmente por 2 enzimas→MAO (dentro do 
neurônio) e COMT (dentro de outras células) 
 
 Autorreceptor → feedback negativo (regulador) 
 
 A noradrenalina é um neurotransmissor → a 
comunicação é neural 
 A adrenalina é um hormônio → a comunicação 
se dá via corrente sanguínea. 
 
RECEPTORES ADRENÉRGICOS 
 Os receptores 
adrenérgicos podem 
ser de dois tipos: α e β. 
 São metabotrópicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADRENAIS 
Autorregulação 
 23 VICTORIA CHAGAS 
FÁMARCOS SIMPATOMIMÉTICOS 
 Mimetiza o simpático 
 
▪ Ação direta: atuam diretamente nos receptores α ou β. NE e EPI mostram relativamente 
pouca seletividade de receptor → mesma coisa que agonista adrenérgico 
▪ Ação indireta: promovem liberação de NE dos terminais pré-sinápticos ou inibem sua 
captação (ou seja, potencializam os efeitos da NE endógena, mas não atuam diretamente 
nos receptores pós-sinápticos) → aumenta a oferta do neurotransmissor 
▪ Ação mista: induzem liberação de NE dosterminais pré-sinápticos, ativando também os 
receptores adrenérgicos na membrana pós-sináptica. 
 
o Agonistas α1 seletivos 
- Fenilefrina e oximetazolina (descongestionantes nasais/tópico) → vasoconstrição 
- Efeitos adversos: causar hipertensão (principalmente em criança) 
 
o Agonistas α2 seletivos 
- Clonidina → tratamento da hipertensão arterial sistêmica; diminui PA (atuação periférica) 
 
o Agonistas β1seletivos 
- Dobutamina → O aumento da contratilidade cardíaca pode ser útil clinicamente, mas todos 
os agonistas β1 adrenérgicos podem causar arritmias cardíacas 
 
o Agonistas β2 seletivos 
- Salbutamol, Terbutalina (broncodilatadores) 
- Usados principalmente na asma, DPOC por sua ação broncodilatadora 
 
o Agonistas β3 seletivos 
- Podem ser desenvolvidos para o controle da obesidade → estimula a lipólise 
 
o Ação indireta → anfetamina e cocaína (↑ a liberação da NE ou inibe recaptação) 
 
o Ação mista → Efedrina e Pseudoefedrina (tratamento da congestão nasal; produzem 
vários efeitos adrenérgicos que são similares aos da epinefrina, embora menos potentes) 
 
FÁRMACOS SIMPATOLÍTICOS 
 Ação contrária ao simpático 
 Ligam-se reversível ou irreversivelmente ao receptor, evitando sua ativação 
 
o Antagonistas α1 seletivos 
- Prazosina, Doxazosina (usados no tratamento da hipertensão, diminui PA) 
- Efeito adverso: hipotensão ortostática 
 
o Antagonistas β-adrenérgicos (anti-hipertensivos) 
- Não seletivos: Propranolol, Alprenolol 
- Seletivos para β1: Atenolol, Nebivolol 
- Efeitos adversos importantes: broncoconstrição nos não seletivos e bradicardia 
 
o Não seletivos 
- Labetalol, Carvedilol → bloqueiam tanto receptores α como β → usados para pacientes com 
dificuldade para abaixar a PA → eficaz na redução de PA pois inibe a1 tb 
 
 
 
 24 VICTORIA CHAGAS 
FARMACOLOGIA COLINÉRGICA 
 
SÍNTESE DA ACETILCOLINA 
 A acetilcolina é sintetizada nas terminações 
nervosas e nas varicosidades da fibra nervosa 
colinérgica a partir da colina e da acetil-CoA, 
pela enzima colina acetiltransferase 
 Após ser sintetizada no citoplasma, a ACh é 
transportada até o interior das vesículas 
sinápticas para armazenamento → VACHT 
 Há 2 estoques de ACh em vesículas. O primeiro 
é chamado de compartimento de depósito, e 
é liberado rapidamente após a despolarização. 
 Já o segundo é o compartimento de reserva, 
que repõe o compartimento de depósito 
depois que ele é liberado. 
 Ocorre por exocitose, desencadeada pela 
despolarização dos terminais, e consequente 
entrada de Ca2+ pelos canais de Ca2+, 
promovendo a fusão da membrana vesicular 
com a membrana plasmática, permitindo esse processo. 
 Após ser liberada na fenda sináptica, a ACh pode se ligar a 2 tipos de receptores: os 
muscarínicos e os nicotínicos 
 A degradação da acetilcolina é feita pela enzima acetilcolinesterase (Ache) na fenda 
sináptica, essa enzima é encontrada na membrana pós-sináptica. 
 A colina resultante dessa hidrólise é captada pelo neurônio (recicla) 
 
RECEPTORES 
o Receptores nicotínicos 
- São canais iônicos regulados por ligante(ionotrópicos) 
- Aumentam a permeabilidade de cátions – influxo de Na+ e Ca+ 
- Medeia a transmissão sináptica 
excitatória rápida na junção 
neuromuscular, nos gânglios autônomos, 
medula suprarrenal, e em vários locais 
do SNC. 
- Os receptores nicotínicos musculares e 
neuronais diferem quanto à estrutura 
molecular e à farmacologia 
 
 
o Receptores muscarínicos 
- São receptores acoplados à proteína G 
(metabotrópicos) 
- As respostas aos agonistas muscarínicos são mais lentas e podem ser excitatórias ou 
inibitórias e não necessariamente ligadas a alterações da permeabilidade aos íons 
- São encontrados em células estimuladas pelos neurônios colinérgicos pós-ganglionares. 
- Há 5 subunidades: M1, M2, M3, M4 e M5 (todos os ímpares são excitatórios) 
 
 
 
 
M1 SNC Excitatório 
M2 Coração (parassimpático) Inibitório 
M3 Glândulas, bexiga, 
musculatura lisa 
Excitatório 
M4 SNC Inibitório 
M5 SNC Excitatório 
Nm Placa motora 
Nn Neurônios 
 25 VICTORIA CHAGAS 
PARASSIMPATICOMIMÉTICOS 
o Diretos (agonistas colinérgicos) 
- Ex: Carbacol, Betanecol, Pilocarpina. 
- Estimulam diretamente os receptores muscarínicos (agonistas colinérgicos), são degradados 
por colinesterases presentes por todo o organismo. 
- Tem utilidade terapêutica limitada devido à falta de seletividade e rápida degradação. 
- Pilocarpina → miótico, no controle da pressão intraocular elevada (glaucoma) 
 
o Indiretos (anticolinesterásicos) 
- Atuam na inibição da enzima acetilcolinesterase, impedindo a degradação da Ach 
- Os anticolinesterásicos também são utilizados no tratamento das intoxicações por fármacos 
antagonistas colinérgicos (como a Atropina) 
 
▪ Reversíveis 
- Inibição reversível da enzima acetilcolinesterase (minutos ou horas) 
- Ambenônio, Donepezil, Edrofônio, Neostigmina, Fisostigmina 
- Fisostigmina, Piridostigmina, Tacrina → Usados para diminuir os sintomas do Alzheimer 
 
▪ Irreversíveis 
- Efeitos de longa duração, utilizados basicamente como inseticidas tóxicos 
- Apenas um possui utilidade terapêutica: Ecotiofato (glaucoma – vantagem do uso apenas 
uma vez na semana) 
- Como são de ação irreversível (dias ou semanas) podem causar síndrome colinérgica 
(acetilcolina atuando em excesso), caracterizada por: pupila puntiforme, paciente com fezes 
e urina, salivação excessiva, diarreia, bradicardia, vômitos, dispneia, broncoconstrição ↓FR 
- Tratamento da síndrome é feito com atropina (anticolinérgico) 
 
PARASSIMPATOLÍTICOS/ANTICOLINÉRGICOS 
- Pode ser chamado de bloqueador colinérgico ou também antagonista colinérgico. 
- Atropina, Hiosciamina, Escopolamina (Buscopan), Triexifenidil. 
- Os bloqueadores colinérgicos interrompem os impulsos nervosos parassimpáticos no SNC, e 
no SNA são antagonistas competitivos da Ach em receptores muscarínicos 
- São, por exemplo, administrados antes de uma cirurgia para: diminuir as secreções orais e 
gástricas; diminuir as secreções no sistema respiratório; impedir queda na FC causada por 
estimulação nervosa vagal 
- A Atropina é o fármaco escolhido para o tratamento de síndrome colinérgica/intoxicação → 
competição com a acetilcolina 
- Escopolamina (buscopan) bloqueiam a ação da Ach nos receptores muscarínicos localizados 
na zona do vômito (M3) e alivia a cólica e diarreia 
- Efeito colateral (efeitos antimuscarínicos): xerostomia, constipação, visão turva, retenção 
urinária, sedação 
 
 
 
 
 
 
 
 26 VICTORIA CHAGAS 
 
Órgão Receptor 
adrenérgico 
Efeito simpático Receptor 
colinérgico 
Efeito parassimpático 
Vasos sanguíneos 
- Pele e mucosas 
-Vísceras 
abdominais 
- Cerebrais 
-Músculos 
esqueléticos 
e coronários 
 
- α1 e α2 
- α1 e β2 
- α1 
- α1 e β2 
- Constrição 
- Constrição (+) e 
dilatação 
- Constrição 
- Dilatação (+) e 
constrição 
 
 
 
X 
 
 
 
Sem inervação 
 
Coração 
 
β1>β2 
↑ FC ↑força 
↑condução 
 
M2>M3 
↓FC ↓força 
↓condução 
Pulmões 
(m. liso bronquiolar) 
 
β2 
Relaxamento 
broncodilatação 
 
M3=M2 
Contração 
broncoconstrição 
 
Fígado 
α1 
β2 
Glicogenólise 
Glicogênese 
 
X 
 
X 
Pâncreas 
- Ácinos 
- Ilhotas 
 
- α 
- α2 e β2 
 
- ↓secreção 
- ↓ secreção (+) 
 
- M3, M2 
X 
 
-↑ Secreção 
X 
Rins 
(secreção de 
renina) 
α1 
β1 
↓+ 
↑++ 
 
X 
 
Sem inervação 
Bexiga 
- Detrusor 
- Trígono e esfíncter 
 
- β2 
- α1 
 
- Relaxamento 
- Contração 
 
M3>M2 
 
- Contração 
- Relaxamento 
 
Músculos 
esqueléticos 
 
β2 
 
↑contratilidade 
glicogenólise 
 
X 
 
X 
Órgãos sexuais 
masculino 
 
α1 
 
Ejaculação 
 
M3 
 
Ereção 
Endotélio X X M3 ↑ síntese de NO 
Trato 
gastrointestinal 
- Músculo liso e 
glândulas 
- Esfíncteres 
 
- α1, α2, β1 e 
β2 
- α1 
 
- ↓motilidade 
- Contração 
 
M2, M3 
 
- ↑motilidade 
-Relaxamento 
 
Autorreceptores 
 
X 
 
X 
 
M2, M4 
Inibição da 
liberação de Ach 
 
Heteroreceptores 
 
α2A> α2C 
Inibição da 
liberação de Ach 
 
X 
 
X

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