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Infecção do Trato Urinário → Infecção urinária é a infecção mais comum a nível ambulatorial → Uma das mais frequentes causas de prescrição de antibióticos → não há mais formação de novos antibióticos devido à grandes resistências → Preferencialmente mulheres adultas → Cerca de 11% das mulheres: um episódio de infecção de urina ao longo de um ano → 30% dessas mulheres irão apresentar uma segundo quadro em dentro de um ano (6% apresentarão 3 episódios no mesmo período) Pielonefrite: infecção do rim Prostatite: infecção da próstata Cistite: infecção da bexiga (+ comum) Infecção Urinária não Complicada → Uretrites, cistites e pielonefrites que atingem mulheres sem alterações anatômicas ou funcionais do trato urinário → Sintomas mais comuns: polaciúria, disúria e urgência miccional → Ausência de febre ou sinais de instabilidade hemodinâmica → Cististe recorrente não complicada é a infecção urinária mais comum em mulheres – 2 episódios nos últimos 6 meses ou três cistites em 1 ano Infecção Urinária Complicada → Fatores de risco Diabetes Gravidez Falência renal Obstrução do trato urinário Presença de sonda vesical de demora ou nefrostomia Procedimento ou instrumentação cirúrgica recente no trato urinário Disfunções anatômicas ou funcionais Imunossupressão Transplante renal História de ITU na infância Microrganismos multirresistentes ou história de múltiplos usos de antibióticos Evolução clínica desfavorável Presença de febre Sexo masculino Localização → Quando pega trato urinário superior, predominantemente o rim, vai ser um tipo de sintoma, quando se manifesta na bexiga nós temos outro tipo de sintoma → Diferenciação clínica feita pela história Bacteriúria assintomática → Leucocitúria e bacteriúria sem sintomas → Achado frequente em pacientes idosos e institucionalizados ou acamados → Não tem indicação de tratamento devido à cronicidade e recorrência da colonização → Tratamento em condições específicas: gestante, procedimentos cirúrgicos, imunossuprimidos antes de quimioterapia Faixa Etária → Neonatos: mais comum em meninos e anatomia com anomalias → Crianças: mais comum em meninas – em meninos deve-se investigação muito mais aprofundada → Cistite: atinge mulheres, agudas e recorrentes → Idosos: proporcional entre homens mulheres e alta taxa de bacteriúria assintomática Agente Etiológico → Mais comum: Escherichia coli (80%) – propriedades na sua estrutura para maior tropismo em ITU (fimbrias, adesinas...) → Gram negativos: Escherichia coli, Pseudomonos, Proteus → Estreptococos do grupo B (EGB) – Streptococcus agalactiae → Staphylococcus saprophyticus → Enterococus: E. faecalis, E. faecium → Klebsiela Infecção, colonização ou eliminação → Bactéria como a E. coli tem fatores de virulência – tropismo muito grande → O hospedeiro também pode facilitar com doenças concomitantes, fatores genéticos (algumas famílias tem uma maior incidência de cistite) → Fatores comportamentais, receptores teciduais específicos do hospedeiro, ecologia vaginal, anatomia da via urinária, dispositivos clínicos Quadro Clínico Cistite → Não complicada (cura espontaneamente, até 1 semana – sem antibiótico/melhora imediata com antibiótico) e Complicada → Disúria, polaciúria e urgência → Dor pélvica, hematúria, dificuldade de esvaziamento, noctúria, urina fétida → Queixas geralmente auto-limitadas, que melhoram espontaneamente → Tratamento medicamentoso abrevia sintomas ou previne recorrência → Recorrência – comum em mulheres: 2 episódios em 6 meses ou 3 em 1 ano Pielonefrite → Presença de sintomas urinários de cistite podem estar associados → Dor lombar em flanco, febre leve, manifestações gastrointestinais → Presença de febre acentuada ou queda importante do estado geral sugere presença de complicações Prostatite → Quadro agudo de febre, dificuldade para urinar, dor pélvica associada à disúria, urgência, polaciúria → Dor na ejaculação, queixas vagas de desconforto testicular → Febre alta ou sinais de toxemia ou queda acentuada do estado geral – complicações → Prostatite crônica, muitas vezes nos confunde com sintomas de hiperplasia benigna Predomina queixas de disúria, urgência polaciúria e desconforto pélvico Quadros únicos ou sintomas há vários anos Importante o diagnostico diferencial com outras alterações do trato urinário inferior Diagnóstico → Anamnese detalhada – sintomas clássicos são suficientes para o diagnóstico nas cistites não complicadas Mulheres adultas com sintomas clássicos Em crianças, idosos, gestantes, homens e evidências de patologias que possam interferir, considerar exames complementares Diagnóstico diferencial em mulheres sexualmente ativas – ISTs Rotina de urina → Presença de leucocitúria, nitritos e bacteriúria Associado a sintomas clínicos eleva a sensibilidade para o diagnóstico de ITU não complicada para 97% Nitritos: ação de bactérias gram- negativas que vão converter os nitratos em nitritos (presença de nitritos comprova que a infecção é por gram- negativas) → Resultados falso negativos ou duvidosos → prevalece a clínica Urocultura → Padrão ouro para diagnóstico de infecção urinária → crescimento de bactérias na cultura de urina (urocultura) → Problemas com a urocultura Demora para o crescimento da bactéria (3 a 4 dias) → trata empiricamente até ter a urocultura Bactérias com crescimento atípico Falsos negativos ou falsos positivos → Contagens de colônia maior ou igual a 105 (urocultura positiva) → Contagens de colônias > 102 mais sensível para o diagnóstico 95% de sensibilidade e 85% de especificidade → Homens – contagem mínima de 103 unidades formadoras de colônia por ml Exame rotina de urina → Um dos grandes, se não o maior, problema da urocultura falso-positiva é a coleta → A coleta é realizada após assepsia e pode ser feita por antissepsia, sondagem vesical ou punção suprapúbica → O exame de urina tem que ser colhido no jato médio, pois no jato inicial vai passar bactérias da vagina e da uretra distal (falso- positivo) → Exame microscópico Piúria: > 8 leucócitos/μ → Testes com tira reagente positivo para nitrito, leucócitos e hematúria Exames de imagem → Podem ser usados nos casos que não se enquadrem no diagnóstico de cistite aguda não complicada → Ultrassonografia de vias urinárias Exame barato e sem efeitos colaterais Avaliação de alterações anatômicas e outras doenças → Tomografia computadorizada de abdômen com contraste Nos casos de infecções complicadas, fundamental para descartar obstrução de ureteres Útil no diagnóstico de pielonefrite aguda bacteriana Nefrograma heterogêneo (focal ou multifocal) Nefromegalia Heterogeneidade da gordura perirrenal Manejo Tratamento Cistite não complicada em mulheres → Nitrofurantoína 100 mg 6/6 horas por 5 dias → Sulfametoxazol 800 mg – trimetoprima1 160 12 em 12 horas por 3 dias → Fosfomicina trometamol 1 envelope (5,631 g/g) com 8 gramas dose única → Segunda linha Quinolonas – 3 dias → altas taxas de indução de resistência Cefalosporinas Acetilfuroxima 250 mg 12/12 horas por 3 dias Amoxicilina 500mg e ácido clavulânico 125mg de 8 em 8 horas por 3 dias Gestantes → Ampicilina e cefalosporinas → Bacteriúria assintomática – 4 a 7 dias Terapia de dose única → Pielonefrite grave – beta-lactâmicos por via parenteral associados ou não à aminoglicosídeo Homens → Erradicar infecção prostática e vesical → Tratamento para os casos mais simples – SMT- TMP ou quinolonas por 10-14 dias → Prostatites agudas – 2 à 4 semanas → Prostatites crônicas – 4 semanas→ Casos recorrentes – até 12 semanas Pielonefrite não complicada → Tratamento ambulatorial → Tratamento parenteral No tratamento parenteral, paciente internado, o mais utilizado sempre é a ceftriaxona de 1 a 2 gramas uma vez ao dia, se for um caso mais complicado de 12 em 12 horas Bactéria multirresistente ou paciente que internou, deu ceftriaxona e piorou e a cultura não saiu, entramos com uma cefalosporina de terceira geração, antibióticos mais fortes Infecção do trato urinário complicada → Alterações estruturais, anatômicas e imunológicas que alteram toda a resposta ao tratamento → O tratamento é baseado na urocultura → Trocar antibiótico após o resultado da cultura e antibiograma Infecção urinária associada ao cateter → Praticamente todo o ser humano que tiver uma sonda vesical por mais de duas semanas vai estar com bactéria → Sintomas locais ou sistêmicos associados a presença de um cateter urinário → Troca do cateter no início do tratamento → Curso de tratamento de 7 a 14 dias Tratamento guiado por urocultura → Melhor tratamento é a prevenção Retirada precoce ou evitar o uso de cateteres Cateterismo intermitente
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