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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITUs)

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A infecção do trato urinário (ITU) pode ser definida 
como a presença de um microrganismo patogênico 
na urina e, consequentemente, nas estruturas que 
compõem o aparelho urinário – uretra, bexiga, rim 
ou na próstata. Esta infecção ocorre tanto 
indivíduos hospitalizados, quanto naqueles que 
estão na comunidade, representando o 2º sítio 
mais comum de infecção na população em geral e 
importante causa de internação hospitalar 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Pela sua abrangência no que tange idade, sexo, 
doenças associadas e fatores de risco externos 
(cateterismo vesical, por exemplo), há uma grande 
diversidade epidemiológica das ITU a depender de 
cada um destes fatores. No entanto, é mais comum 
em mulheres devido a menor extensão da uretra 
feminina e sua proximidade com o ânus o que 
favorece a ascensão de patógenos pelo aparelho 
urinário, sobretudo, naquelas com vida sexual 
ativa, de modo que na vida adulta as mulheres têm 
50 vezes mais chance de adquirir ITU do que os 
homens sendo 30% sintomáticas ao longo da vida. 
Muito mais comum em mulheres, com exceção de 
2 casos: 
• Neonatos: por alteração anatomia. Nesse 
caso, sexo masculino tem prevalência. 
• Acima de 50 anos: homem começa ter mais 
por causa de doenças na próstata, 
chegando a igualar a incidência. 
MULHER: em toda a sua vida, 50 a 80% delas vão 
desenvolver ITU em algum momento. 
 
Como é possível identificar na imagem acima, uma 
parcela relevante da população pode desenvolver 
o quadro de bacteriúria assintomática, prevalente 
em grávidas e, no sexo masculino, mais frequente 
em idosos, cateterismo vesical. 
CLASSIFICAÇÃO 
As ITU são classificadas em diferentes categorias, o 
que contribui para melhor compreensão do quadro 
clínico, tratamento a ser oferecido, prognóstico, 
bem como se é necessário realizar medidas 
profiláticas. 
Podem ser classificadas quanto: 
SÍTIO ANATÔMICO 
TRATO URINÁRIO BAIXO: cistites e outros 
(prostatite, epididimite, prostatodínia). 
TRATO URINÁRIO ALTO: pielonefrites. 
PROVÁVEL ORIGEM DO PATÓGENO 
COMUNITÁRIA: patógeno adquirido na 
comunidade. 
HOSPITALAR: patógeno adquirido no ambiente 
hospitalar. 
PRESENÇA OU NÃO DE COMPLICAÇÃO 
ITU COMPLICADA: infecção com repercussões 
sistêmicas que está associada a algumas condições 
pré-existentes do indivíduo que podem resultar em 
maior dificuldade no tratamento: anormalidades 
I N F E C C O E S T R A T O G E N I T U R I N A R I O 
urológicas subjacentes (nefrolitíase, estenoses, 
obstruções, etc.), doenças sistêmicas (diabetes 
mellitus, imunossupressão, insuficiência renal 
crônica, transplante renal). 
PRESENÇA OU NÃO DE CATETER 
ASSOCIADA A CATETER: ocorre em pessoas em uso 
de cateterismo do trato urinário ou que tenha feito 
uso de cateter nas últimas 48h, estes pacientes 
podem apresentar sintomas tanto do trato urinário 
alto como baixo, podendo haver além disso 
obstrução do cateter. 
RECORRÊNCIA DO QUADRO 
RECORRENTE: aquela que acontece pelo menos 3 
vezes ao ano ou 2 episódios nos últimos 6 meses. 
AGENTES ETIOLÓGICOS 
De modo geral as ITUs são causadas por bactérias 
gram-negativas (BGN) originárias da flora 
intestinal, sendo a Escherichia coli a principal 
causadora em todas as classificações, sendo os 
patógenos Klebsiella sp. e Proteus mirabilis os 
outros mais prevalentes, sendo seguido por 
microrganismos como Chlamydia trachomatis, 
Ureaplasma urealyticum, Neisseria gonorrhoeae e 
herpes vírus. 
Entretanto, em mulheres com vida sexual ativa, o 
coco gram positivo Staphylococcus saprophyticus é 
o segundo patógeno mais prevalente. 
OBS: No ambiente hospitalar, a prevalência maior 
é de Pseudomonas sp., Enterococcus e 
Staphylococcus aureus. 
VIA DE INFECÇÃO 
Os patógenos de infecções, na maioria das vezes, 
acabam acessando as estruturas do aparelho 
urinário ascendendo pela uretra, chegando até a 
bexiga e em alguns casos no parênquima renal. 
Porém em alguns casos, ocorre a infecção pela via 
hematogênica, quando o sangue contendo 
bactérias causa a infecção do trato urinário. 
VIRULÊNCIA DO PATÓGENO 
além da via de infecção é importante também a 
virulência do patógeno, além dos fatores 
predisponentes do hospedeiro. Pacientes que 
fazem uso de corticoides, quimioterapia ou que 
possuem patologias que deprimem o sistema 
imunológico fazem parte do grupo de risco de 
desenvolvimento de ITU. 
Em relação a virulência, a mucosa vesical é rica em 
mucina, substância que visa dificultar a aderência 
das bactérias na região, porém algumas bactérias 
têm a capacidade de adesão aumentada, pois 
conseguem romper essa camada de mucina, 
aderindo a mucosa do trato urinário. 
Além disso, as bactérias têm também estruturas 
que melhoram sua motilidade, como o flagelo, que 
servem de proteção a fagocitose, como a cápsula, 
e estruturas que fazer a adesão irreversível a célula 
epitelial, as fímbrias. 
 
FATORES DE RISCO 
São divididos em três fatores gerais, sendo eles: 
SEXO FEMININO 
Por conta da anatomia feminina, em que a uretra é 
mais próxima ao ânus e mais curta, o sexo feminino 
é considerado um fator de risco, pois a ascensão 
das bactérias ocorre de forma facilitada, 
permitindo que bactérias que estão na região retal, 
como a E. coli, ascendam facilmente. Além disso, 
sexo também pode favorecer a entrada das 
bactérias. 
O uso de espermicidas por alteração de pH que 
alteram a flora do introito vaginal, está associado 
ao aumento das infecções por E. coli. 
Em relação a gestantes, alguns fatores são 
predisponentes para ITU, pois ocorre modificação 
da posição da bexiga, além de um aumento da 
capacidade vesical por redução do tônus muscular 
da bexiga, que relaxa o ureter também, causando 
uma dilatação que facilita a motilidade das 
bactérias por conta de um favorecimento do 
refluxo vesicoureteral, que é o retorno da urina da 
bexiga para os ureteres e em alguns casos para os 
rins. 
OBS: Homens tem predisposição a ITU quando 
ocorre prostatite e obstrução ureteral por 
hipertrofia prostática. Porém é um fator de risco 
para homens, quando ocorre atos sexuais de 
penetração anal sem proteção, favorecendo o 
desenvolvimento de cistite no sexo masculino. 
OBSTRUÇÃO DO TRATO URINÁRIA 
Por interferir no fluxo urinário, pode ocorrer estase 
da urina, o que favorece a proliferação de bactérias 
e a distensão vesical. 
Os fatores que causam essa obstrução podem 
variar, mas os mais comuns são a estenose uretral, 
hipertrofia prostática ou litíase e tumores do trato 
urinário. 
BEXIGA NEUROGÊNICA 
Ocorre em pacientes que tem lesão da medula 
espinhal, esclerose múltipla e diabetes mellitus, 
onde costumam apresentar uma prevalência maior 
de ITU por conta da disfunção motora da bexiga, 
que gera estase urinária. 
Nesses casos, muitas vezes é necessário o uso de 
cateter, o que favorece ainda mais a proliferação e 
infecção de bactérias. 
DIAGNÓSTICO 
É feito por meio do exame físico e da anamnese, na 
maioria das vezes, sem necessidade de ser 
realizado exames complementares, sendo 
necessário exames apenas em pacientes que 
apresentam sinais e sintomas para ITU complicada. 
Em algumas situações, é necessário realizar o 
exame de urocultura, pois é ele quem define o 
diagnóstico de ITU, sendo sempre solicitado com 
antibiograma para avaliação do perfil de 
sensibilidade. 
As situações em que é necessário a solicitação para 
urocultura são: 
• Febre 
• Sintomas a mais de 7 dias 
• Sintomas sugestivos de vaginite 
• Dor abdominal, náuseas e vômitos 
• Hematúria franca em pacientes 50 anos ou 
mais 
• Imunossupressão 
• ITU sintomática recente 
• Tratamento há 2 semanas sem melhora 
• Diabete mellitus 
• Gestação 
• Internação hospitalar há 2 semanas 
• Alterações urológicas, doença renal crônica 
ou litíase renal. 
OBS: em pacientes que usam cateter vesical, a 
coleta da urina nunca deve ser feita a partir da 
bolsa de armazenamento. 
PACIENTESASSINTOMÁTICOS 
O diagnóstico só pode ser concluído por meio da 
microbiologia, sendo necessário a urocultura. 
Porém o tratamento da bacteriúria assintomática 
deve ser feito apenas para gestantes, 
neutropênicos, transplantados de órgãos sólidos 
ou pré-operatório de cirurgias urológicas ou 
colocação de próteses, pois em outros casos o 
corpo consegue se defender de forma adequada, 
sem a necessidade do uso de drogas biológicas. 
Além do exame de urocultura, pode ser realizado 
também uma análise da urina, por meio do 
sumário de urina/urina tipo 1, em que alguns sinais 
sugerem infecção, como por exemplo a 
leucocitúria, nitrito positivo e hematúria. 
Quando a contagem de leucócitos está maior que 
10/mL ocorre a piúria, que é um achado universal 
para cistite e pielonefrite, sendo, portanto, 
necessário para diagnóstico. 
EXAMES DE IMAGEM 
Devem ser solicitados apenas em ausência de 
melhora da febre após 72h, ITU recorrente ou 
quando houver suspeita de complicações, como 
abscessos. Nesses casos, pode ser utilizado: 
• Ultrassonografia, que permite visualizar 
cálculos e cistos, além de abcessos. 
• Tomografia, que pode auxiliar na 
visualização de processos patológicos, 
porém sendo menos usada. 
TRATAMENTO 
Em paciente em que ocorra suspeita de ITU por 
quadro clínico, é preciso iniciar rapidamente o 
tratamento empírico até que se tenha o resultado 
da urocultura e do antibiograma. 
Para realizar esse tratamento empírico é 
necessário avaliar se o quadro clínico é sugestivo 
para cistite ou pielonefrite, tendo ou não presença 
de sonda vesical, que caso presente, deve ser 
retirada. 
OBS: Pacientes com pielonefrite que não serão 
internados, deve se fazer a 1a dose do antibiótico 
por via endovenosa, ainda no serviço de 
atendimento. 
OBS: Em mulheres que possuem sintomas de ITU, 
é interessante realizar o teste do beta HCG para 
confirmação de gravidez, pois o tratamento para 
gestantes é diferente. 
 
Para realizar o tratamento, é preciso escolher um 
antimicrobiano que concentre em via urinária, 
sendo específico para nefrite ou pielonefrite. 
MEDIDAS PREVENTIVAS 
São usadas como profilaxia de ITU, principalmente 
em pacientes com recorrência de infecção com 3 
episódios ou mais por ano. Nesses casos é 
recomendado que: 
• Seja feita ingestão oral de fluidos com 
frequência 
• Aumentar a frequencia de micções, sendo 
feita a cada 2 – 3h 
• Evitar o uso de espermicidas como método 
anticoncepcional 
• Uso de creme vaginal com estrogênio para 
mulheres na menopausa com ITU 
recorrente 
Porém, além disso é possível realizar profilaxia 
medicamentosa após o coito, sendo usado: 
• SMZ-TMP 200 mg 1 vez ao dia OU 40mg 3 
vezes na semana 
• Nitrofurantoína 50/mg por dia 
• Cefalexina 250mg/dia 
Já em gestantes, é possível fazer a profilaxia com: 
• Uso de nitrofurantoína 50-100 mg ou 
Cefalexina 250-500mg pós-coito ou antes 
de dormir 
 
 
A cistite aguda é uma infecção da bexiga, na 
maioria das vezes causada por bactéria coliforme 
(em especial Escherichia coli) e, ocasionalmente, 
por bactérias gram-positivas (enterococos). 
A via de infecção é caracteristicamente ascendente 
a partir da uretra. 
CRIANÇAS: algumas vezes encontra-se cistite viral 
causada por adenovírus, mas raramente em 
adultos. 
SEXO MASCULINO: a cistite é rara e sua presença 
implica algum processo patológico, como cálculo 
infectado, prostatite ou retenção urinária crônica, 
e requer investigação complementar. 
SINAIS E SINTOMAS 
Sintomas de irritação urinária (frequência, 
urgência, disúria) e desconforto supra púbico são 
queixas comuns. As mulheres podem apresentar 
hematúria franca e os sintomas com frequência 
surgem após relação sexual. Ao exame físico, é 
possível encontrar sensibilidade à palpação da 
região supra púbica, mas o exame muitas vezes não 
é conclusivo. Não há toxicidade sistêmica. 
ACHADOS LABORATORIAIS 
O EAS revela piúria (presença de dez ou mais 
células brancas por mm² de amostra de urina) e 
bacteriúria (bactérias na urina) com graus variáveis 
de hematúria (sangue na urina). O grau de piúria e 
de bacteriúria não se correlaciona 
necessariamente com a intensidade dos sintomas. 
A urocultura é positiva para o microrganismo 
causador, mas contagem de colônias acima de 
105/mL não é essencial para o diagnóstico. 
EXAMES DE IMAGEM 
Considerando que a cistite não complicada é rara 
no sexo masculino, há indicação de investigação 
das causas subjacentes com exames apropriados, 
como ultrassonografia abdominal ou cistoscopia 
(ou ambas). 
Nos casos com pielonefrite, infecções recorrentes 
ou suspeita de anormalidades anatômicas, há 
indicação para imageamento de acompanhamento 
com TC. 
DIAGNÓSTICO 
• Sintomas de irritação urinária 
• Paciente geralmente apirético (sem febre) 
• Urocultura positiva; hemoculturas também 
podem ser positivas. 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
Nas mulheres, os processos infecciosos, como 
vulvovaginite e doença inflamatória pélvica, 
geralmente podem ser afastados com exame da 
pelve e EAS. 
Nos pacientes do sexo masculino, o diagnóstico 
diferencial com uretrite e prostatite pode ser feito 
com exame físico (descarga uretral ou dor à 
palpação da próstata). 
Entre as causas não infecciosas de sintomas, como 
a cistite, estão: irradiação da pelve, quimioterapia 
(ciclofosfamida), carcinoma da bexiga, cistite 
intersticial, disfunção miccional e distúrbios 
psicossomáticos. 
 
PREVENÇÃO 
As mulheres que tenham tido mais de três 
episódios de cistite em um ano são consideradas 
candidatas à antibioticoterapia profilática para 
prevenção de recorrência após o tratamento de 
um episódio de infecção urinária. Antes de iniciar 
a terapia, deve-se proceder à investigação 
urológica completa para excluir qualquer 
anormalidade anatômica (p. ex., cálculo, refluxo, 
fístula). 
Os três agentes mais utilizados para profilaxia por 
via oral são trimetoprima-sulfametoxazol (40 
mg/200 mg), nitrofurantoína (100 mg) e cefalexina 
(250 mg). O esquema recomendado é uma dose 
única na hora de dormir ou antes de manter 
relação sexual. 
O risco de infecção urinária adquirida associada a 
um cateter em pacientes hospitalizados pode ser 
reduzido utilizando cateteres de permanência 
apenas quando necessário, implementando 
sistemas que assegurem a remoção do cateter 
quando não for mais necessário, utilizando cateter 
antimicrobiano nos pacientes de alto risco, 
utilizando dispositivos coletores externos em 
pacientes do sexo masculino selecionados, 
identificando a presença de resíduo pós-miccional 
significativo com exame ultrassonográfico, 
utilizando técnica de instalação apropriada e 
métodos alternativos como cateterização 
intermitente. 
TRATAMENTO 
Em mulheres, a cistite não complicada pode ser 
tratada com antibioticoterapia em curto prazo, que 
consiste em tratamento com dose única ou 
durante 1 a 9 dias. 
A cefalexina, a nitrofurantoína e as 
fluoroquinolonas são os fármacos preferenciais 
para cistite não complicada. 
A associação trimetoprima-sulfametoxazol talvez 
tenha perdido a efetividade em razão do 
surgimento de microrganismos resistentes. 
Em pacientes masculinos, é rara a infecção urinária 
não complicada e, portanto, a duração da 
antibioticoterapia depende da etiologia 
subjacente. É possível obter alívio sintomático com 
banhos quentes de assento ou com analgésicos 
urinários (fenazopiridina, 200 mg por via oral, três 
vezes ao dia). 
PROGNÓSTICO 
As infecções normalmente respondem 
rapidamente ao tratamento. A ausência de 
resposta sugere resistência ao fármaco escolhido 
ou anormalidades anatômicas que implicam em 
investigação complementar. 
QUANDO ENCAMINHAR 
• Suspeita ou evidência radiográfica de 
anormalidade anatômica. 
• Evidência de litíase urinária. 
• Cistite recorrente em razão de bactéria 
persistente. 
 
 
A pielonefrite aguda é uma doença inflamatóriainfecciosa que envolve o parênquima e a pelve 
renais. Os agentes causadores mais comuns são 
bactérias gram-negativas, incluindo E. coli, 
Proteus, Klebsiella, Enterobacter e Pseudomonas. 
Bactérias gram-positivas são raramente 
encontradas e incluem Enterococcus faecalis e 
Staphylococcus aureus. 
A infecção costuma ser é ascendente a partir do 
trato urinário inferior, com exceção do S. aureus, 
que tem disseminação hematogênica. 
SINAIS E SINTOMAS 
Entre os sintomas encontrados estão febre, dor no 
flanco, calafrios e sintomas de irritação das vias 
urinárias (urgência, frequência, disúria). É comum 
que haja náusea, vômitos e diarreia associados. 
Os sinais incluem febre e taquicardia. Geralmente, 
há intensa sensibilidade dolorosa no ângulo 
costovertebral. 
ACHADOS LABORATORIAIS 
O hemograma revela leucocitose com desvio à 
esquerda. O EAS mostra piúria, bacteriúria e graus 
variáveis de hematúria. É possível encontrar 
cilindros leucocitários. A urocultura demonstra 
crescimento significativo do germe causador e a 
hemocultura pode ser positiva. 
EXAMES DE IMAGEM 
Quando a pielonefrite é uma complicação, a 
ultrassonografia renal pode revelar hidronefrose 
causada por cálculo ou outra fonte de obstrução. 
DIAGNÓSTICO 
• Febre 
• Dor no flanco 
• Sintomas de irritação urinária 
• Urocultura positiva 
 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
Doenças intra-abdominais agudas, como 
apendicite, colecistite, pancreatite ou diverticulite 
devem fazer parte do diagnóstico diferencial da 
pielonefrite. 
Nos distúrbios gastrintestinais, o exame de urina 
geralmente é normal; contudo, ocasionalmente a 
inflamação intestinal adjacente (apendicite ou 
diverticulite) pode resultar em hematúria ou piúria 
estéril. Alteração nas provas de função hepática ou 
elevação da amilase ajudam na diferenciação. A 
possibilidade de pneumonia de lobo inferior é 
afastada por radiografia de tórax normal. 
Nos pacientes masculinos, o diagnóstico diferencial 
para pielonefrite aguda deve incluir epididimite 
aguda, prostatite aguda e cistite aguda. O exame 
físico e a localização da dor devem permitir a 
distinção. 
COMPLICAÇÕES 
Na pielonefrite aguda, é possível haver sepse com 
choque. Nos pacientes diabéticos, a pielonefrite 
enfisematosa causada por microrganismos 
produtores de gás representa ameaça à vida se não 
for adequadamente tratada. 
Adultos saudáveis em geral recuperam a função 
renal, mas se houver doença renal concomitante, é 
possível haver evolução com fibrose cicatricial 
renal ou pielonefrite crônica. O tratamento 
inadequado pode resultar em formação de 
abscesso. 
TRATAMENTO 
Devem ser colhidas amostras de urina e de sangue 
para cultura, a fim de identificar o agente causador 
e determinar a sensibilidade aos antibióticos. Antes 
de serem obtidos os resultados do antibiograma 
nos pacientes internados, inicia-se o tratamento 
intravenoso com ampicilina e um aminoglicosídeo. 
Em ambiente ambulatorial, pode-se iniciar o 
tratamento com uma quinolona. 
A antibioticoterapia é ajustada conforme os testes 
de sensibilidade. A febre pode persistir por até 72 
horas; a ausência de resposta determina 
imageamento (TC ou ultrassonografia) para excluir 
fatores complicadores que impliquem intervenção. 
Quando houver retenção urinária, é possível que se 
tenha que proceder à drenagem por cateter ou 
drenagem por nefrostomia, se houver obstrução 
ureteral. Nos pacientes internados, mantém-se 
antibioticoterapia intravenosa por mais 24 horas 
após a resolução da febre, prosseguindo-se com 
antibióticos por via oral até completar 14 dias de 
tratamento. 
O controle de cura com urocultura é obrigatório. 
PROGNÓSTICO 
Com diagnóstico rápido e tratamento apropriado, 
a pielonefrite aguda é uma doença com bom 
prognóstico. Fatores complicadores, doença renal 
subjacente e idade crescente podem levar a 
resultados menos favoráveis. 
QUANDO EMCAMINHAR 
• Evidência de fatores complicadores 
(urolitíase, obstrução). 
• Ausência de melhora clínica em 48 horas. 
QUANDO INTERNAR 
• Infecções graves ou fatores complicadores, 
evidências de sepse e necessidade de 
antibioticoterapia parenteral. 
• Necessidade de imageamento radiográfico 
ou de drenagem em razão de obstrução do 
trato urinário. 
 
 
 
 
A prostatite bacteriana aguda geralmente é 
causada por bastonetes gram-negativos, em 
particular E. coli e espécies de Pseudomonas e, 
mais raramente, por microrganismos gram-
positivos (p. ex., enterococos). 
As vias mais comuns de infecção são a ascendente 
até a uretra e o refluxo de urina infectada pelos 
ductos prostáticos. As vias linfática e hematogênica 
provavelmente são raras. 
SINAIS E SINTOMAS 
Dor perineal, sacra ou suprapúbica, febre e 
sintomas de irritação urinária são as queixas mais 
comuns. Podem ocorrer graus variáveis de 
sintomas obstrutivos à medida que a próstata 
inflamada aumenta de volume, o que chega a 
provocar retenção urinária. 
Ao exame, observa-se febre alta e próstata muito 
dolorosa à palpação. Deve-se ter o cuidado de 
realizar toque retal suave, uma vez que a 
manipulação muito vigorosa pode causar 
septicemia. A massagem prostática está 
contraindicada. 
ACHADOS LABORATORIAIS 
O hemograma mostra leucocitose e desvio à 
esquerda. O EAS revela piúria, bacteriúria e graus 
variáveis de hematúria. A urocultura revelará o 
agente patogênico. 
DIAGNÓTICO 
• Febre 
• Sintomas de irritação urinária 
• Dor perineal ou suprapúbica; é comum que 
haja sensibilidade extrema ao toque retal 
• Urocultura positiva 
DIAGNÓTICO DIFERENCIAL 
O diagnóstico diferencial com pielonefrite aguda e 
com epididimite aguda é feito pela localização da 
dor, assim como pelo exame físico. 
Ocasionalmente, pode haver confusão com 
diverticulite; entretanto, a história clínica e o EAS 
permitem a diferenciação. A retenção urinária 
causada por aumento benigno ou maligno da 
próstata é distinguível pelo toque retal inicial ou de 
seguimento. 
TRATAMENTO 
Talvez haja a necessidade de hospitalização com 
antibioticoterapia parenteral (ampicilina e 
aminoglicosídeo) até que se tenha o resultado do 
antibiograma. Após apirexia (sem febre) por 24-48 
horas, utiliza-se antibioticoterapia por via oral (p. 
ex., quinolonas) até que se completem 4 a 6 
semanas de tratamento. 
Se o paciente evoluir com retenção urinária, a 
cateterização uretral ou a instrumentação estão 
contraindicadas, sendo necessária punção 
suprapúbica. Após o tratamento, deve-se solicitar 
urocultura e exame das secreções prostáticas para 
confirmar a erradicação. 
PROGNOSTICO 
Com tratamento efetivo, a prostatite bacteriana 
crônica é rara. 
QUANDO ENCAMINHAR 
• Evidência de retenção urinária 
• Evidência de prostatite crônica 
QUANDO ENCAMINHAR 
• Sinais de sepse 
• Necessidade de drenagem cirúrgica de 
abcesso vesical ou prostático. 
 
 
Embora a prostatite bacteriana crônica possa ser 
uma evolução da prostatite bacteriana aguda, em 
muitos pacientes não há antecedente de infecção 
aguda. Os agentes etiológicos mais comuns são os 
bastonetes gram-negativos, e apenas um 
microrganismo gram-positivo (Enterococcus) foi 
associado à infecção crônica. As vias de infecção 
são as mesmas descritas para a infecção aguda. 
SINAIS E SINTOMAS 
As manifestações clínicas são variáveis. Alguns 
pacientes são assintomáticos, mas a maioria 
apresenta sintomas variáveis de irritação urinária. 
Dor lombar e perineal não são raras. Muitos 
pacientes relatam história de infecção urinária. O 
exame físico com frequência não apresenta nada 
de notável, embora, ao toque, a próstata possa 
estar normal, pastosa ou endurecida. 
ACHADOS LABORATORIAIS 
O EAS deve estar normal, a não ser que haja cistite 
secundária. A secreção obtida com expressão da 
próstata revela aumento no número de leucócitos 
(≥ 10 por campo de grande aumento), em 
particular macrófagos repletos de lipídeos.Contudo, esses achados são consistentes com o 
processo inflamatório e não são diagnósticos de 
prostatite bacteriana. As contagens de leucócitos e 
bactérias na secreção prostática não se 
correlacionam diretamente com a intensidade dos 
sintomas. 
Para firmar o diagnóstico, há necessidade de 
cultura positiva da secreção ou da amostra de urina 
obtida após massagem da próstata. 
EXAMES DE IMAGEM 
Não há necessidade de realizar exames de imagem, 
embora a radiografia da pelve e a ultrassonografia 
transretal possam demonstrar a presença de 
cálculos prostáticos. 
DIAGNÓSTICO 
• Sintomas de irritação urinária 
• Desconforto perineal ou suprapúbico, 
frequentemente vago e mal localizado 
• Presença de secreção à expressão da 
próstata com cultura positiva. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
A uretrite crônica pode ser confundida com 
prostatite crônica, embora as culturas de amostras 
fracionadas de urina possam localizar a origem da 
infecção, sendo que a cultura positiva do jato inicial 
indica origem uretral. 
A cistite pode ser secundária à prostatite, mas 
amostras de urina colhidas após a massagem da 
próstata relacionam a infecção à glândula. 
Uma doença anal pode ter alguns sintomas em 
comum com a prostatite, mas o exame físico deve 
permitir realizar o diagnóstico diferencial. 
TRATAMENTO 
Poucos agentes antimicrobianos atingem níveis 
terapêuticos dentro da próstata na ausência de 
inflamação aguda. 
A trimetoprima concentra-se bem na próstata e 
sua associação ao sulfametoxazol está relacionada 
com as melhores taxas de cura. Porém, há 
resistência crescente em até 20% dos casos. 
Outros agentes efetivos são quinolonas, cefalexina, 
eritromicina e carbenicilina. 
A duração ideal do tratamento continua sendo 
motivo de controvérsia, variando entre 6 e 12 
semanas. Pode-se obter alívio sintomático com 
agentes anti-inflamatórios (indometacina, 
ibuprofeno) e banhos de assento em água quente. 
PROGNÓSTICO 
A prostatite bacteriana crônica é difícil de ser 
curada, mas seus sintomas e a tendência a causar 
infecções recorrentes das vias urinárias podem ser 
controlados com antibioticoterapia supressiva. 
QUANDO ENCAMINHAR 
• Sintomas persistentes 
• Possibilidade de inclusão em ensaios 
clínicos 
 
 
A prostatite não bacteriana é a mais comum das 
síndromes de prostatite e sua causa é 
desconhecida. Há especulações relacionando-a 
com clamídia, micoplasmas, ureaplasmas e vírus, 
mas sem provas substantivas. 
Em alguns casos, a prostatite não bacteriana pode 
ser um distúrbio inflamatório não infeccioso ou 
autoimune. Considerando que sua causa 
permanece desconhecida, o diagnóstico é feito por 
exclusão. 
 
 
SINAIS E SINTOMAS 
A apresentação clínica é idêntica àquela da 
prostatite bacteriana crônica; contudo, não há 
história clínica de infecção do trato urinário. 
ACHADOS LABORATORIAIS 
Observa-se aumento do número de leucócitos na 
secreção obtida com expressão da próstata, mas as 
culturas são negativas. 
DIAGNOSTICO 
• Sintomas de irritação urinária 
• Desconforto perineal ou suprapúbico 
semelhante ao observado nos casos com 
prostatite bacteriana crônica 
• Presença de secreção à expressão da 
próstata, porém com cultura negativa. 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
O diagnóstico diferencial tem que ser feito 
principalmente com prostatite bacteriana crônica. 
A distinção é feita pelas ausências de história de 
infecção urinária e de culturas positivas. 
Nos pacientes do sexo masculino e de idade 
avançada que se apresentem com sintomas de 
irritação urinária e culturas negativas, a 
possibilidade de câncer de bexiga deve ser 
investigada. Há indicação para citologia urinária e 
cistoscopia. 
TRATAMENTO 
Considerando a incerteza quanto à etiologia da 
prostatite não bacteriana, há indicação para a 
prova terapêutica, usando antimicrobianos 
direcionados a Ureaplasma, Micoplasma e 
Chlamydia. 
Pode-se prescrever eritromicina (250 mg por via 
oral, quatro vezes ao dia), inicialmente durante 14 
dias, podendo ser mantida por 3 a 6 semanas, caso 
se observe resposta clínica favorável. 
Pode-se obter algum alívio de sintomas com 
agentes anti-inflamatórios e banhos de assento. 
Não há necessidade de indicar dieta restritiva, a 
não ser que o paciente manifeste piora dos 
sintomas com o consumo de algumas substâncias 
como bebidas alcoólicas, cafeína e alguns 
alimentos. 
PROGNÓSTICO 
É comum que os sintomas sejam recorrentes e 
desconfortáveis, mas não foram identificadas 
sequelas graves. 
 
 
A prostatodínia é um distúrbio não inflamatório 
que afeta homens jovens e de meia-idade, com 
causas variáveis, incluindo disfunção miccional e da 
musculatura do soalho pélvico. 
O termo “prostatodínia” é equivocado, uma vez 
que a próstata não se encontra alterada. 
SINAIS E SINTOMAS 
Os sintomas são os mesmos observados nos 
pacientes com prostatite crônica, mas não há 
história clínica de infecção urinária. Entre os 
possíveis sintomas adicionais estão hesitância e 
interrupção do fluxo miccional. 
Os pacientes podem relatar história de dificuldades 
miccionais ao longo de toda a vida. 
O exame físico não apresenta alterações dignas de 
nota, mas podem ser observados aumento do 
tônus do esfincter anal e sensibilidade dolorosa 
periprostática. 
ACHADOS LABORATORIAIS 
O EAS é normal. A secreção obtida com expressão 
da próstata revela contagem normal de leucócitos. 
O exame de urodinâmica pode mostrar sinais de 
disfunção miccional (contração do detrusor sem 
relaxamento uretral, aumento da pressão uretral, 
espasmo do esfíncter urinário) e está indicado nos 
pacientes que não respondam ao tratamento 
empírico com α-bloqueadores ou anticolinérgicos. 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
O exame de urina normal faz a distinção com os 
processos infecciosos agudos. O exame da 
secreção obtida, com expressão da próstata, faz o 
diagnóstico diferencial com as síndromes de 
prostatite. 
TRATAMENTO 
Os espasmos no colo vesical e uretrais podem ser 
tratados com agentes α-bloqueadores (terazosina, 
1-10 mg por via oral, uma vez ao dia, ou 
doxazosina, 1-8 mg por via oral, uma vez ao dia). 
A disfunção da musculatura do soalho pélvico 
talvez responda ao tratamento com diazepam e 
com técnicas de biofeedback. Banhos de assento 
podem contribuir para o alívio dos sintomas. 
PROGNÓSTICO 
O prognóstico é variável, dependendo da causa 
específica. 
 
 
Em sua maioria, os casos de epididimite aguda têm 
causa infecciosa e podem ser divididos em duas 
categorias com distribuição por faixa etária e 
agentes etiológicos distintos. 
As formas sexualmente transmissíveis ocorrem 
caracteristicamente em homens ≤ 40 anos de 
idade, estão associadas à uretrite e são causadas 
por Chlamydia trachomatis ou Neisseria 
gonorrhoeae. 
As formas de transmissão não sexual ocorrem 
caracteristicamente em homens mais velhos, estão 
associadas a infecções do trato urinário e 
prostatite e são causadas por bastonetes gram-
negativos. 
A via de infecção provavelmente vai da uretra ao 
ducto ejaculatório, descendo até os ductos 
deferentes e ao epidídimo. 
A amiodarona foi associada à epididimite 
autolimitada, um fenômeno dose dependente. 
SINAIS E SINTOMAS 
Os sintomas podem ocorrer após esforço físico 
(levantar peso), traumatismo ou atividade sexual. 
É possível haver sintomas de uretrite associados 
(dor na ponta do pênis e descarga uretral) ou cistite 
(sintomas de irritação urinária). É possível a 
evolução com dor escrotal que pode se irradiar ao 
longo dos cordões espermáticos ou para o flanco. 
Geralmente há febre e edema escrotal. 
No início da evolução, é possível identificar o 
epidídimo nos testículos; entretanto, mais tarde 
ambos podem aparecer como uma massa única 
dolorosa à palpação. A próstata talvez esteja 
dolorida ao toque retal. 
ACHADOS LABORATORIAIS 
O hemograma mostra leucocitose e desvio à 
esquerda.Na variedade sexualmente transmissível, a 
coloração pelo Gram do esfregaço da secreção 
uretral pode ser diagnóstica para diplococos gram-
negativos intracelulares (N. gonorrhoeae). A 
presença de leucócitos sem microrganismos 
visíveis no esfregaço uretral indica uretrite não 
gonocócica e o patógeno mais provável é C. 
trachomatis. 
 Na variedade não transmissível sexualmente, o 
EAS mostra piúria, bacteriúria e graus variáveis de 
hematúria. A urocultura demonstra o patógeno 
responsável. 
EXAMES DE IMAGEM 
A ultrassonografia escrotal pode ajudar no 
diagnóstico, caso o exame esteja sendo dificultado 
pela presença de hidrocele ou quando há dúvida 
sobre o diagnóstico. 
DIAGNÓSTICO 
• Febre 
• Sintomas de irritação urinária 
• Aumento doloroso do epidídimo 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Os tumores geralmente causam aumento indolor 
dos testículos. O EAS é negativo e o exame físico 
revela epidídimo normal. A ultrassonografia 
escrotal ajuda a definir a patologia. 
A torção testicular costuma ocorrer em pacientes 
pré-púberes, mas ocasionalmente é vista em 
adultos jovens. A instalação súbita de sintomas 
com exame de urina negativo favorece o 
diagnóstico de torção testicular ou de torção de um 
dos apêndices do testículo ou do epidídimo. O sinal 
de Prehn (a elevação do escroto acima da sínfise 
pubiana produz aumento da dor de origem no 
epidídimo) pode ser útil, mas não é confiável. 
TRATAMENTO 
Repouso no leito e elevação do saco escrotal são 
importantes na fase aguda. O tratamento deve ser 
direcionado contra o patógeno identificado. 
A variedade sexualmente transmissível deve ser 
tratada com antibióticos por 10-21 dias, e o 
parceiro sexual também deve ser tratado. 
As formas não transmissíveis sexualmente são 
tratadas por 21-28 dias com antibióticos 
apropriados e, ao final do tratamento, há indicação 
para investigação do trato urinário, a fim de 
identificar qualquer doença subjacente. 
PROGNÓSTICO 
O tratamento imediato geralmente resulta em 
resultados favoráveis. O tratamento tardio ou 
inadequado pode resultar em epidídimo-orquite, 
redução da fertilidade ou formação de abscesso. 
QUANDO ENCAMINHAR 
• Sintomas e infecção persistentes, a 
despeito da antibioticoterapia. 
• Sinais de sepse ou de formação de abcesso.

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