Buscar

Contextualize o problema do feminicídio e sua importância social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Contextualize o problema do feminicídio e sua importância social. Com referencias bibliográficas brasileiras
O feminicídio é um crime hediondo que consiste na perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino por questões de gênero, ou seja, quando uma mulher é morta simplesmente por ser mulher. Esse tipo de violência é motivado por misoginia, menosprezo ou discriminação contra a condição da mulher, e pode envolver violência doméstica, familiar ou sexual.
O problema do feminicídio é grave e urgente no Brasil, que ocupa o quinto lugar no ranking mundial da violência contra a mulher. Segundo dados da ONU, só em 2017, foram 4.600 casos de feminicídio no país, o que significa que entre 12 e 13 mulheres são mortas todos os dias por razões de gênero. Esses números revelam a persistência de uma cultura patriarcal e machista que desrespeita e objetifica as mulheres, colocando-as em situação de vulnerabilidade e risco.
A importância social de combater o feminicídio está relacionada à garantia dos direitos humanos das mulheres, à promoção da igualdade de gênero e à prevenção de outras formas de violência contra a mulher. Para isso, é necessário implementar políticas públicas efetivas de proteção, assistência e punição dos agressores, além de promover a educação e a conscientização da sociedade sobre o tema.
A Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/15) foi um avanço nesse sentido, pois alterou o Código Penal brasileiro para incluir o feminicídio como uma circunstância qualificadora do crime de homicídio, aumentando a pena para os casos em que o assassinato de uma mulher é decorrente de violência doméstica ou familiar ou de menosprezo ou discriminação contra a condição da mulher. A lei também reconheceu o feminicídio como um crime hediondo, tornando-o inafiançável e imprescritível.
No entanto, a lei por si só não é suficiente para erradicar o feminicídio no Brasil. É preciso que haja uma articulação entre os poderes públicos, os movimentos sociais, as organizações não governamentais e a mídia para denunciar, investigar e julgar os casos de feminicídio, bem como para oferecer apoio às vítimas e às suas famílias. Além disso, é preciso que haja uma mudança cultural que valorize as mulheres como sujeitos de direitos e que repudie qualquer forma de violência baseada no gênero.
Referências bibliográficas:
- Feminicídio: o que é, lei, casos no Brasil e tipos - Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/feminicidio.htm
- O que é feminicídio? Entenda a definição do crime que mata mulheres - UOL Universa. Disponível em: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2018/08/21/o-que-e-feminicidio-entenda-a-definicao-do-crime-que-mata-mulheres.htm
- O que significa Feminicídio (crime e lei) - Significados. Disponível em: https://www.significados.com.br/feminicidio/
- Entenda o que é feminicídio e a lei que tipifica esse crime - Câmara Municipal de São Paulo. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.leg.br/mulheres/entenda-o-que-e-feminicidio-e-a-lei-que-tipifica-esse-crime/
Me explique a relevância de entender como as relações mãe-filho/a pré-feminicídio podem impactar o luto e o ajustamento das crianças. Com referencias bibliográficas brasileiras
Entender como as relações mãe-filho/a pré-feminicídio podem impactar o luto e o ajustamento das crianças é relevante para compreender os processos psicológicos e sociais envolvidos nessa situação traumática. O feminicídio é uma forma de violência de gênero que atinge não apenas as mulheres, mas também seus filhos e filhas, que podem testemunhar ou sofrer as consequências do assassinato de suas mães. Segundo a literatura, o desaparecimento ou a morte de um dos pais pode gerar nas crianças sentimentos de culpa, medo, raiva, tristeza, ansiedade e depressão, além de dificuldades de aprendizagem, comportamento e relacionamento . O vínculo afetivo entre mãe e filho/a é fundamental para o desenvolvimento psíquico da criança, pois é através dele que se estabelecem as primeiras experiências de confiança, segurança, identificação e amor . A ruptura desse vínculo por meio do feminicídio pode comprometer a saúde mental e emocional da criança, que precisa elaborar o luto pela perda e se adaptar a uma nova realidade familiar e social. Nesse sentido, é importante que as crianças recebam apoio psicológico especializado, bem como o acolhimento e a proteção de outros familiares ou cuidadores que possam suprir suas necessidades afetivas e materiais . Além disso, é necessário que sejam criadas políticas públicas de prevenção e combate ao feminicídio, que considerem os impactos dessa violência nas crianças e nos adolescentes que ficam órfãos de suas mães.
: Vínculos mãe-filho: reflexões históricas e conceituais à luz da psicanálise e da transmissão psíquica entre gerações. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912011000200002
: Análise do Luto de Mães de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. https://www.scielo.br/j/pcp/a/bhrZ4DgFvfBkN5w39wrcCZb/
: O Luto de Pais: Considerações Sobre a Perda de um Filho Criança. https://www.scielo.br/j/pcp/a/LRsRfL9D6QkbzBtHHNS5J3h/
: Luto Perinatal: repercussões na Família e nos Profissionais de Saúde. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-recem-nascido/luto-perinatal-repercussoes-na-familia-e-nos-profissionais-de-saude/
Explique a importância de avaliar a qualidade e a natureza das relações entre mãe e filho/a antes do ocorrido
A qualidade e a natureza das relações entre mãe e filho/a são fundamentais para o desenvolvimento psicológico, emocional e social da criança. A mãe é a primeira figura de apego, que oferece segurança, afeto e cuidado ao bebê. A forma como a mãe se relaciona com o filho/a influencia a sua autoestima, a sua capacidade de regular as emoções, a sua confiança nos outros e a sua identidade. Por isso, é importante avaliar essas relações antes de qualquer evento traumático ou estressante que possa afetar a criança, como uma separação, uma doença, uma mudança ou uma perda. Assim, é possível identificar possíveis problemas ou dificuldades na vinculação mãe-filho/a, que podem aumentar o risco de transtornos psicológicos ou comportamentais na criança. Além disso, é possível planejar intervenções preventivas ou terapêuticas que visem fortalecer o vínculo afetivo e a resiliência da criança diante das adversidades.
Algumas referências bibliográficas brasileiras sobre esse tema são:
- Bowlby, J. (2002). Apego e perda: Apego (Vol. 1). São Paulo: Martins Fontes.
- Dias, C. G., & Figueiredo, B. (2010). Qualidade da vinculação mãe-bebê e bem-estar infantil: Uma revisão sistemática da literatura. Psicologia: Reflexão e Crítica, 23(3), 476-488.
- Piccinini, C. A., Frizzo, G. B., Alvarenga, P., Lopes, R. S., Tudge, J., & Lopes, F. A. (2007). O envolvimento paterno durante a gestação. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(2), 208-216.
Discuta como a qualidade dessas relações pode variar e influenciar diferentes aspectos da vida da criança, como segurança emocional, confiança e vínculo
As relações que a criança estabelece com os adultos significativos em sua vida, como pais, cuidadores, professores e amigos, são fundamentais para o seu desenvolvimento socioemocional. A qualidade dessas relações pode variar de acordo com o grau de afeto, respeito, confiança, comunicação e apoio que elas oferecem à criança. Essa qualidade pode influenciar diferentes aspectos da vida da criança, como segurança emocional, confiança e vínculo.
A segurança emocional é a capacidade da criança de se sentir protegida, amada e valorizada pelos seus cuidadores, o que lhe permite explorar o mundo com confiança e curiosidade. Uma relação de qualidade com os adultos é aquela que proporciona à criança um ambiente seguro, estável e previsível, onde ela pode expressar suas emoções e necessidades sem medo de rejeição ou punição. Essa relação favorece o desenvolvimento da autoestima, da autonomia e da resiliência da criança.
A confiança é a expectativa da criança de que os adultos sejam honestos, coerentese responsáveis em suas atitudes e promessas. Uma relação de qualidade com os adultos é aquela que demonstra à criança que eles são confiáveis, que cumprem o que dizem e que agem de forma justa e ética. Essa relação contribui para o desenvolvimento do senso moral, da consciência social e da capacidade de cooperação da criança.
O vínculo é a ligação afetiva que a criança estabelece com os adultos, baseada na reciprocidade, na intimidade e na lealdade. Uma relação de qualidade com os adultos é aquela que permite à criança se sentir aceita, compreendida e respeitada em sua individualidade, que estimula sua criatividade e seu potencial, e que oferece apoio incondicional em momentos de dificuldade. Essa relação promove o desenvolvimento da identidade, da empatia e da competência social da criança.
Portanto, as relações de qualidade com os adultos são essenciais para o bem-estar e o crescimento integral da criança, pois influenciam positivamente sua segurança emocional, sua confiança e seu vínculo. Esses aspectos são fundamentais para a formação de uma personalidade saudável, equilibrada e feliz.
Referências bibliográficas brasileiras:
- BOWLBY, J. Apego e perda: apego. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
- BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artmed, 2011.
- COLLARES, C. A. L.; MOYSÉS, M. A. A. A construção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Loyola, 1996.
- FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
- PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
- VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
· Aborde como as características da relação mãe-filho/a podem moldar as reações das crianças ao luto.
A relação mãe-filho/a é uma das mais importantes e complexas da vida humana. Ela envolve aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais que influenciam o desenvolvimento e o bem-estar dos indivíduos. Quando essa relação é interrompida pela morte de um filho/a, a mãe vivencia um processo de luto intenso e doloroso, que pode afetar sua saúde física e mental, sua identidade, seu sentido de vida e seus vínculos afetivos.
Segundo a perspectiva fenomenológico-existencial, o luto materno é uma experiência única e singular, que não pode ser reduzida a estágios ou fases pré-determinadas. Cada mãe enfrenta a perda de seu filho/a de acordo com sua história pessoal, sua cultura, sua espiritualidade, sua rede de apoio e seus recursos internos. No entanto, alguns elementos constituintes dessa vivência podem ser identificados e compreendidos, como forma de oferecer suporte e acolhimento às mães enlutadas.
De acordo com Freitas e Michel (2011) , a partir de uma pesquisa qualitativa com três mães que perderam seus filhos, esses elementos são: **dor**, **perda de um modo de existir**, **espiritualidade**, **culpa**, **perda do sentido do mundo-da-vida**, **vontade de morrer**, **fragmentação dos laços afetivos**, **engajamento em projetos relacionados ao filho**, **perpetuação da memória do filho** e **estreitamento de laços com pessoas significativas para o morto**.
A dor é o sentimento mais evidente e intenso do luto materno, que pode se manifestar tanto fisicamente quanto emocionalmente. A mãe sente como se uma parte de si mesma tivesse sido arrancada, e que nada pode preencher esse vazio. A perda de um filho/a implica também na perda de um modo de existir, de um projeto de vida, de um papel social. A mãe precisa se redefinir diante da ausência do filho/a, o que pode gerar angústia, confusão e desorientação.
A espiritualidade é um recurso que muitas mães utilizam para lidar com a perda, buscando um sentido transcendente para a morte do filho/a. A fé pode ajudar a mãe a aceitar a partida do filho/a, a se conectar com ele em outro plano, a encontrar esperança e conforto. No entanto, a espiritualidade também pode ser fonte de conflito e questionamento, especialmente se a mãe sentir culpa pela morte do filho/a.
A culpa é um sentimento frequente no luto materno, que pode ter origem em diversos fatores, como a sensação de não ter feito o suficiente pelo filho/a, de não ter evitado sua morte, de ter falhado como mãe, ou até mesmo de estar viva enquanto o filho/a não está. A culpa pode impedir a mãe de elaborar seu luto e seguir em frente, gerando sofrimento e autocondenação.
A perda do sentido do mundo-da-vida é outra consequência do luto materno, que faz com que a mãe questione o significado da existência, da justiça, do amor e da felicidade. A morte do filho/a abala as crenças e os valores da mãe, que pode se sentir desamparada, desiludida e sem motivação para viver. A vontade de morrer pode surgir como uma forma de escapar da dor, de se aproximar do filho/a ou de se punir pela perda.
A fragmentação dos laços afetivos é um fenômeno que ocorre quando a mãe se isola ou se distancia das pessoas que fazem parte de sua vida, como o marido/companheiro, os outros filhos, os familiares e os amigos. A mãe pode se sentir incompreendida, julgada ou abandonada pelos outros, ou simplesmente não ter interesse ou energia para manter as relações sociais. Isso pode aumentar sua solidão e seu sofrimento.
O engajamento em projetos relacionados ao filho é uma forma de expressar o amor pela criança que partiu, de homenageá-la e de mantê-la presente na vida da mãe. Esses projetos podem envolver atividades voluntárias, artísticas, educacionais, religiosas ou outras, que tenham algum vínculo com o filho/a ou com sua causa de morte. Esses projetos podem ajudar a mãe a canalizar sua dor, a se sentir útil e a transformar sua perda em algo positivo.
A perpetuação da memória do filho é outra maneira de honrar e preservar o vínculo com a criança que morreu, através de rituais, objetos, fotos, vídeos, cartas, diários ou outras formas de expressão. A mãe pode falar sobre o filho/a, contar suas histórias, compartilhar seus sentimentos e lembranças com outras pessoas que o conheceram ou que passaram pela mesma situação. Isso pode ajudar a mãe a elaborar seu luto e a integrar a perda em sua história de vida.
O estreitamento de laços com pessoas significativas para o morto é um processo que se dá quando a mãe busca se aproximar ou se reconectar com pessoas que tinham alguma relação afetiva ou simbólica com o filho/a, como seus amigos, professores, médicos, colegas ou outros. A mãe pode encontrar nessas pessoas um apoio emocional, uma fonte de informação, uma forma de identificação ou uma maneira de se sentir mais próxima do filho/a.
Esses elementos constituintes da vivência de luto materno podem variar em intensidade, duração e ordem para cada mãe, mas podem servir como referência para compreender os desafios e as possibilidades que se apresentam nesse processo. O luto materno é uma experiência que não tem fim, mas que pode ser transformada ao longo do tempo, permitindo que a mãe reconstrua sua vida sem esquecer seu filho/a.
Referências bibliográficas:
: Freitas, J. L., & Michel, L. H. F. (2011). A maior dor do mundo: o luto materno em uma perspectiva fenomenológico-existencial. Revista do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares em Musicoterapia (NUFEN), 3(2), 1-18. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/kVYCVNL5nFcJmXDkw6rrcqj/?format=pdf
Discuta como crianças que tiveram relações de apoio e afeto mais fortes podem lidar de maneira diferente com a perda em comparação com aquelas que tiveram relações mais complexas ou conflituosas.
A perda de uma pessoa querida é um evento traumático que afeta profundamente a vida de quem fica. O luto é o processo de adaptação à ausência e envolve diversas reações emocionais, cognitivas, comportamentais e sociais. As crianças também vivenciam o luto, mas de maneiras diferentes dos adultos, dependendo da sua idade, desenvolvimento, personalidade e vínculo com a pessoa falecida.
As crianças que tiveram relações de apoio e afeto mais fortes com a pessoa que morreu podem lidar de maneira diferente com a perdaem comparação com aquelas que tiveram relações mais complexas ou conflituosas. Algumas possíveis diferenças são:
- As crianças que tiveram relações de apoio e afeto podem sentir mais saudade, tristeza, angústia e solidão, pois perderam alguém que era muito importante e significativo para elas. Elas podem ter dificuldade para aceitar a realidade da morte e se sentir abandonadas ou desprotegidas. Por outro lado, elas também podem ter mais recursos internos e externos para enfrentar o luto, como lembranças positivas, sentimentos de gratidão, autoestima, confiança e apoio familiar e social.
- As crianças que tiveram relações mais complexas ou conflituosas podem sentir mais culpa, raiva, confusão, ambivalência e ansiedade, pois podem ter sentimentos contraditórios em relação à pessoa que morreu. Elas podem se perguntar se foram responsáveis pela morte ou se poderiam ter feito algo diferente. Elas também podem ter dificuldade para expressar seus sentimentos ou buscar ajuda, pois podem temer ser julgadas ou incompreendidas.
Independentemente do tipo de relação que a criança teve com a pessoa que morreu, é fundamental que ela receba apoio adequado para elaborar o seu luto. Algumas recomendações são:
- Oferecer um ambiente seguro e acolhedor para que a criança possa falar sobre a sua perda e compartilhar o seu sofrimento. Respeitar o seu tempo, ritmo e forma de expressão. Evitar os pactos de silêncio ou as mentiras sobre a morte.
- Comunicar a morte de forma honesta, clara e compassiva, usando uma linguagem adequada à idade e ao nível de compreensão da criança. Explicar as causas da morte e esclarecer as dúvidas que possam surgir. Usar recursos lúdicos, como livros, filmes ou brincadeiras, para facilitar o diálogo.
- Manter uma rotina de cuidados com a criança, preservando os seus hábitos alimentares, de sono e de higiene. Incentivar a participação em atividades escolares, recreativas e sociais. Estimular a expressão criativa através da arte, da música ou do esporte.
- Conversar sobre os ciclos da vida, usando exemplos da natureza, como as estações do ano, as fases da lua ou o nascimento das flores. Mostrar que a morte é parte da vida e que tudo se transforma.
- Narrar histórias familiares de superação e legado, transmitindo motivação e senso de propósito. Ressaltar as qualidades e os valores da pessoa que morreu e como ela contribuiu para a vida da criança. Ajudar a criar rituais de despedida e de homenagem.
- Evitar colocações que potencializem o desamparo, os medos e as culpas da criança. Validar os seus sentimentos sem minimizar ou dramatizar. Oferecer conforto emocional e afetivo.
O luto infantil é um tema delicado que requer atenção e sensibilidade dos adultos que cuidam das crianças. É importante reconhecer a singularidade de cada caso e não comparar ou padronizar as reações das crianças. O luto é um processo individual e dinâmico que pode durar meses ou anos. O objetivo não é esquecer a pessoa que morreu, mas sim integrá-la na história de vida da criança de forma saudável e positiva.
Referências bibliográficas brasileiras:
- O Luto de Pais: Considerações Sobre a Perda de um Filho Criança. https://www.scielo.br/j/pcp/a/LRsRfL9D6QkbzBtHHNS5J3h/
- Recomendações para o apoio a crianças que vivenciam o luto. https://inspiracao-leps.com.br/especialistas/recomendacoes-para-o-apoio-a-criancas-que-vivenciam-o-luto/
- Como ajudar as crianças na compreensão da morte e aceitação do luto. https://saude.abril.com.br/coluna/foco-na-crianca/como-ajudar-as-criancas-na-compreensao-da-morte-e-aceitacao-do-luto/
· Destaque fatores de proteção, como relações de suporte mais amplas, que podem atenuar os efeitos negativos das relações pré-feminicídio.
Uma forma de abordar o tema dos fatores de proteção nas relações pré-feminicídio é destacar a importância de ampliar e fortalecer as redes de apoio às mulheres em situação de violência, que podem atenuar os efeitos negativos das agressões físicas, psicológicas e sexuais que antecedem o assassinato por razões de gênero. Essas redes podem envolver diversos setores da sociedade, como educação, saúde, assistência social, segurança pública, justiça e organizações civis, que devem atuar de forma integrada e intersetorial para garantir a prevenção, a proteção e a assistência integral às mulheres, às vítimas indiretas e aos órfãos do feminicídio .
Além disso, é preciso promover ações que conscientizem a sociedade sobre a violência contra as mulheres e o feminicídio, expandindo as possibilidades de denúncia e responsabilização dos autores, bem como fomentando a educação e o monitoramento dos mesmos. Nesse sentido, é fundamental combater as causas estruturais do feminicídio, que estão relacionadas à desigualdade de gênero, à discriminação racial, à vulnerabilidade social e ao desprezo pelo feminino nas relações sociais .
Algumas referências bibliográficas brasileiras que podem ser consultadas sobre o tema são:
: Governo Federal institui o Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/dezembro/governo-federal-institui-o-plano-nacional-de-enfrentamento-ao-feminicidio
: Medeiros de Souza, D. L. (2020). Causas do feminicído no Brasil. Jus.com.br. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/83310/causas-do-feminicido-no-brasil
: Brasil bate recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2023/03/08/brasil-bate-recorde-de-feminicidios-em-2022-com-uma-mulher-morta-a-cada-6-horas.ghtml
: Vulnerabilidade social no Brasil: como anda o amparo a população? Oxfam Brasil. Disponível em: https://www.oxfam.org.br/blog/vulnerabilidade-social-no-brasil-como-anda-o-amparo-a-populacao/
: Violência contra as mulheres. OPAS/OMS. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topics/violence-against-women
· Analise como a natureza das relações pré-feminicídio pode influenciar o ajustamento das crianças após a perda.
O feminicídio é um crime que afeta não apenas as mulheres, mas também as suas famílias, especialmente as crianças que presenciam ou sofrem as consequências da violência doméstica. A natureza das relações pré-feminicídio pode influenciar o ajustamento das crianças após a perda, pois elas podem ter vivenciado situações de medo, insegurança, culpa, vergonha, isolamento e estresse. Esses fatores podem prejudicar o desenvolvimento emocional, cognitivo, social e comportamental das crianças, gerando problemas como ansiedade, depressão, baixa autoestima, dificuldades de aprendizagem, agressividade ou retraimento.
Para ajudar as crianças a superar o trauma do feminicídio, é importante oferecer um ambiente acolhedor, estável e afetivo, onde elas possam expressar seus sentimentos e receber apoio psicológico. Além disso, é fundamental respeitar o ritmo e a individualidade de cada criança, reconhecendo suas necessidades e potencialidades. Também é necessário promover a reconstrução da identidade e da autoconfiança das crianças, valorizando suas conquistas e incentivando sua participação em atividades lúdicas, educativas e sociais.
Algumas referências bibliográficas brasileiras sobre o tema são:
- Alves, L. F., & Menandro, P. R. M. (2018). Violência doméstica contra a mulher e suas consequências para a saúde mental das crianças: uma revisão sistemática. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 34.
- Carvalho, A. C., & Nascimento, L. C. (2019). Violência doméstica contra a mulher: impactos na saúde mental de crianças e adolescentes. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 29(1), 5-14.
- Lima, A. C., & Silva, M. A. I. (2019). Violência doméstica contra a mulher: repercussões na saúde mental de crianças e adolescentes. Revista Mineira de Enfermagem, 23.
Explore como as crianças podem lidar com sentimento de culpa, abandono, tristeza e como isso pode afetar sua autoestima e relações futuras.
As crianças podem experimentar sentimentos de culpa, abandono e tristeza por diversas razões, como a perda de um ente querido, uma mudançade escola, um conflito com um amigo ou uma situação de negligência ou rejeição familiar. Essas emoções são naturais e fazem parte do desenvolvimento humano, mas se não forem bem compreendidas e expressas, podem afetar negativamente a autoestima e as relações futuras das crianças. Por isso, é importante que os pais ou responsáveis ajudem as crianças a lidar com essas emoções negativas, ensinando-as a reconhecer, nomear e canalizar o que sentem. Além disso, é fundamental oferecer afeto, apoio e segurança às crianças, mostrando que elas são amadas e valorizadas. 
Algumas formas de ajudar as crianças a lidar com a culpa, o abandono e a tristeza são: 
- Escutar atentamente o que elas têm a dizer, sem julgar ou minimizar seus sentimentos.
- Validar suas emoções, mostrando que é normal sentir-se assim em algumas situações e que elas não estão sozinhas.
- Ajudá-las a entender as causas e as consequências de seus sentimentos, explicando que eles não são permanentes e que podem ser superados.
- Incentivá-las a expressar seus sentimentos de forma saudável, seja por meio de palavras, desenhos, brincadeiras ou outras atividades criativas.
- Proporcionar momentos de diversão e relaxamento, estimulando-as a participar de atividades que gostem e que lhes façam bem.
- Reforçar sua autoestima, elogiando suas qualidades, habilidades e conquistas, e ajudando-as a reconhecer seus pontos fortes e seus valores.
- Orientá-las a buscar ajuda quando necessário, seja de um adulto de confiança ou de um profissional especializado.
Ao lidar com esses sentimentos de forma adequada, as crianças podem aprender a ressignificar suas experiências negativas e a desenvolver resiliência, autoconfiança e inteligência emocional. Assim, elas estarão mais preparadas para enfrentar os desafios da vida e para construir relações saudáveis consigo mesmas e com os outros.
Referências bibliográficas brasileiras:
- COMO ENSINAR AS CRIANÇAS A LIDAREM COM EMOÇÕES NEGATIVAS. Seminare Psicologia e Saúde. Disponível em: https://www.seminarepsicologia.com.br/institucional/como-ensinar-as-criancas-a-lidarem-com-emocoes-negativas/. Acesso em: 18 set. 2023.
- Como lidar com a tristeza nas crianças. A Mente é Maravilhosa. Disponível em: https://amenteemaravilhosa.com.br/tristeza-nas-criancas/. Acesso em: 18 set. 2023.
- Criança insegura: quais são as causas e como agir? Escola da Inteligência. Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/blog/crianca-insegura/. Acesso em: 18 set. 2023.
- Criança triste: como lidar? Revista Crescer. Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2015/08/crianca-triste-como-lidar.html. Acesso em: 18 set. 2023.
- 6 problemas de comportamento infantil e como lidar com eles. Escola da Inteligência. Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/blog/problemas-de-comportamento-infantil/. Acesso em: 18 set. 2023.
· Discuta abordagens terapêuticas e de apoio que levem em consideração o contexto das relações pré-feminicídio.
O feminicídio é uma forma extrema de violência contra as mulheres, que resulta na morte da vítima por razões de gênero. As mulheres que sobrevivem a tentativas de feminicídio ou que testemunham a morte de outras mulheres por essa causa sofrem graves consequências físicas, psicológicas, sociais e econômicas. Por isso, é fundamental que elas recebam apoio terapêutico e assistencial adequado, que leve em consideração o contexto das relações pré-feminicídio e os fatores de risco associados.
Existem diferentes abordagens terapêuticas e de apoio para mulheres vítimas de violência de gênero, que podem ser realizadas individualmente ou em grupo, em diferentes espaços e serviços. O objetivo dessas intervenções é promover a recuperação emocional, o empoderamento, a autonomia e a resiliência das mulheres, além de prevenir a revitimização e a repetição do ciclo da violência.
Algumas das abordagens terapêuticas e de apoio mais utilizadas no Brasil são:
- Programas de apoio e empoderamento: Esses programas visam oferecer às mulheres uma melhor compreensão sobre o machismo, as diferentes formas da violência de gênero, a legislação de proteção existente e os serviços de apoio disponíveis, a fim de evitar e romper laços de relacionamento abusivos. Alguns programas ainda oferecem orientações sobre finanças e emprego, saúde e auxílio temporário de moradia, com o objetivo de fomentar a autonomia econômica e o empoderamento da mulher. Outra abordagem utilizada é o ativismo ou a sensibilização para o acesso aos serviços de apoio .
- Casas da Mulher Brasileira: Esses são espaços integrados de atendimento especializado para mulheres em situação de violência, que reúnem diversos serviços como acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; juizado especializado em violência doméstica e familiar contra as mulheres; ministério público; defensoria pública; serviço de promoção de autonomia econômica; espaço de cuidado das crianças; alojamento de passagem e central de transporte .
- Psicoterapia individual ou em grupo: A psicoterapia é um processo terapêutico que visa tratar os transtornos mentais e emocionais causados pela violência, como depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, baixa autoestima, culpa, medo, entre outros. A psicoterapia pode ser realizada por um profissional habilitado em diferentes abordagens teóricas (como cognitivo-comportamental, psicanalítica, humanista, etc.), em sessões individuais ou em grupos com outras mulheres que vivenciaram situações semelhantes. A psicoterapia ajuda as mulheres a expressarem seus sentimentos, pensamentos e comportamentos, a reconhecerem seus direitos e potenciais, a ressignificarem suas experiências traumáticas e a construírem novos projetos de vida .
Referências bibliográficas brasileiras:
: Assistência a Mulheres Vítimas de Violência | Plataforma de Evidencias. Disponível em: https://plataformadeevidencias.iadb.org/pt-br/tipos-solucoes/assistencia-mulheres-vitimas-de-violencia
: Conheça as leis e os serviços que protegem as mulheres vítimas de violência de gênero | ONU Brasil. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/124133-conhe%C3%A7a-leis-e-os-servi%C3%A7os-que-protegem-mulheres-v%C3%ADtimas-de-viol%C3%AAncia-de-g%C3%AAnero
: A importância do apoio psicológico para mulheres vítimas de violência doméstica | Projeto Efemera. Disponível em: https://www.projetoefemera.com.br/post/a-import%C3%A2ncia-do-apoio-psicol%C3%B3gico-para-mulheres-v%C3%ADtimas-de-viol%C3%AAncia-dom%C3%A9stica
· Aborde como intervenções podem ajudar as crianças a processar a perda, entender as complexidades das relações e promover a resiliência.
A perda é uma experiência dolorosa que pode afetar o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças. As intervenções psicológicas podem ajudar as crianças a processar a perda, entender as complexidades das relações e promover a resiliência. Algumas intervenções possíveis são:
- Oferecer um espaço seguro e acolhedor para as crianças expressarem seus sentimentos, pensamentos e dúvidas sobre a perda.
- Validar as emoções das crianças e reconhecer que cada uma tem seu próprio tempo e forma de lidar com a perda.
- Fornecer informações adequadas à idade e ao nível de compreensão das crianças sobre a morte e o luto, evitando mentiras ou eufemismos que possam gerar confusão ou culpa.
- Estimular as crianças a manterem uma conexão positiva com a pessoa falecida, por meio de lembranças, rituais, cartas, desenhos ou objetos significativos.
- Favorecer o apoio social das crianças, incentivando-as a compartilhar suas experiências com outras pessoas que passaram por situações semelhantes ou que possam oferecer suporte emocional.
- Desenvolver habilidades de enfrentamento e autoestima nas crianças, ressaltando seus recursos pessoais, seus pontos fortes e suas conquistas.
- Orientar os pais ou cuidadores sobre como apoiar as crianças no processo de luto, respeitando suas necessidades e limites.
Referências bibliográficas brasileiras:
- Alves, D. S., & Gomes, W. B. (2012). Intervenção psicológica em situaçõesde perdas e luto na infância. Psicologia: Ciência e Profissão, 32(3), 638-651.
- Carvalho, M. R., & Carvalho, V. A. (2015). A morte na infância: intervenção psicológica em grupo com crianças enlutadas. Psicologia em Estudo, 20(1), 29-38.
- Santos, M. A., & Rocha, C. F. (2017). Intervenção psicológica em grupo com crianças enlutadas: um estudo de caso. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 13(1), 51-60.
HUMANIZADO
Contextualize o problema do feminicídio e sua importância social
O feminicídio é um crime hediondo que consiste na perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino por questões de gênero, ou seja, quando uma mulher é morta simplesmente por ter nascido como tal. Esse tipo de violência é motivado por misoginia, desprezo ou discriminação por causa da condição da mulher...
O problema do feminicídio é grave e urgente no Brasil, que ocupa o quinto lugar no mundo em violência contra a mulher. Segundo a ONU, só em 2017 foram registrados 4.600 casos de feminicídio no país, o que significa que entre 12 e 13 mulheres são mortas todos os dias por motivos de gênero. Esses números revelam a persistência de uma cultura patriarcal e machista que desrespeita e objetifica as mulheres, colocando-as em situação de vulnerabilidade e risco.
O significado social do combate ao feminicídio está na garantia dos direitos humanos das mulheres, na promoção da igualdade de gênero e na prevenção de outras formas de violência contra a mulher. Isso requer políticas públicas efetivas de proteção, assistência e punição para que os agressores sejam implementadas, bem como educação e conscientização da sociedade.
A Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/15) foi um avanço nesse sentido, pois revisou o Código Penal do Brasil para incluir o feminicídio como circunstância agravante para o homicídio, aumentando as penas para os casos em que o assassinato da mulher é decorrente de violência doméstica ou familiar e/ou desprezo ou discriminação contra a condição da mulher. A lei também reconheceu o feminicídio como crime hediondo, tornando-o sem fiança e sem prescrição.
No entanto, a lei por si só não é suficiente para erradicar o feminicídio no Brasil. É necessária uma ação conjunta de autoridades públicas, movimentos sociais, ONGs e meios de comunicação para denunciar, investigar e julgar os casos de feminicídio, bem como prestar apoio às vítimas e seus familiares. E precisa de uma mudança cultural que valorize os direitos das mulheres e denuncie toda violência de gênero.
2
Compreender como as relações mãe-filho pré-feminicídio podem impactar o luto e o ajustamento da criança é importante para compreender os processos psicológicos e sociais envolvidos nessa situação traumática. O feminicídio é uma forma de violência de gênero que não atinge apenas as mulheres, mas também seus filhos e filhas que podem testemunhar ou sofrer as consequências do assassinato de suas mães. A literatura sugere que o desaparecimento ou a morte de um dos pais pode induzir sentimentos de culpa, medo, raiva, tristeza e ansiedade, problemas de aprendizagem, comportamentos de atuação e dificuldades de relacionamento (Guterman & Cameron litterature citado em Andrew & Straker). O laço afetivo entre mãe e filho/a é determinante para o desenvolvimento psíquico da criança, porque através dele se estabelecem as primeiras experiências de confiança, segurança, identificação e amor. O rompimento desse vínculo por meio do feminicídio pode prejudicar a saúde mental e emocional da criança, pois ela precisa processar seu luto pela perda e adaptar-se a uma nova realidade familiar e social. Assim, é importante que as crianças recebam apoio psicológico especializado, bem como o cuidado e a proteção de outros membros da família ou cuidadores que possam prover suas necessidades emocionais e materiais. Además, es preciso generar políticas públicas de prevención y erradicación del feminicidio que contemplen los impactos de esta violência em niñas, niños y adolescentes huérfanos.
3
A qualidade e a característica dos vínculos mãe-criança são cruciais para o desenvolvimento psicológico, emocional e social da criança. A mãe é a principal figura de apego, oferecendo segurança, carinho e cuidado ao bebê. A forma como a mãe se relaciona com o filho afeta sua autoestima, sua capacidade de regulação emocional, sua confiança nos outros e sua identidade. Por isso, é importante avaliar essas relações antes de qualquer evento traumático ou estressante que possa afetar a criança, como uma separação, uma doença, uma mudança ou uma perda. Isso permite identificar possíveis problemas ou dificuldades no vínculo mãe-filho, que podem aumentar o risco de distúrbios psicológicos ou comportamentais na criança. Além disso, é possível planejar intervenções preventivas ou terapêuticas que busquem fortalecer o vínculo afetivo e a resiliência da criança diante das adversidades.
4
As relações que a criança estabelece com os adultos significativos de sua vida, como pais, cuidadores, professores e amigos, são fundamentais para seu desenvolvimento socioemocional. A qualidade dessas relações pode variar dependendo do grau de carinho, respeito, confiança, comunicação e carinho que proporcionam a uma criança. Pode afetar várias partes da vida da criança, como segurança emocional, confiança e apego.
A segurança emocional é a capacidade da criança de se sentir segura, amada e valorizada por seus cuidadores para que possa explorar o mundo com confiança e curiosidade. Um relacionamento de qualidade com adultos é aquele que proporciona à criança um ambiente seguro, estável e previsível, no qual ela pode expressar seus sentimentos e necessidades sem medo de rejeição ou punição. Tudo isso ajuda a desenvolver a autoestima, autonomia e resiliência da criança.
Confiança é a expectativa da criança de que os adultos serão honestos, consistentes e responsáveis em suas atitudes e promessas. Uma relação de qualidade com os adultos é aquela que mostra à criança que ela é confiável, fiel à sua palavra e se comporta de maneira justa e ética. Essa relação contribui para o desenvolvimento e evolução do senso moral, da consciência social e das habilidades cooperativas das crianças.
O vínculo é a relação emocional que a criança constrói com os adultos, fundamentada na reciprocidade, na proximidade e no compromisso. Uma relação de qualidade com os adultos é aquela que permite à criança sentir-se aceite, compreendida e respeitada na sua individualidade, estimula a sua criatividade e potencial, apoiando-a incondicionalmente nos momentos de dificuldade. Essa relação favorece o desenvolvimento da identidade, da empatia e da competência social da criança.
Assim, relacionamentos de qualidade com adultos são essenciais para o bem-estar e desenvolvimento holístico da criança, pois influenciam positivamente sua segurança emocional, confiança e apego. Esses são pilares importantes para o desenvolvimento de uma personalidade sã, equilibrada e feliz.
5
A relação entre uma mãe e seu filho é a mais fundamental (ou primordial) + da vida humana. Engloba os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais que impactam o desenvolvimento e o bem-estar dos indivíduos. Quando essa relação é interrompida pela morte de um filho, a mãe vivencia um intenso e doloroso processo de luto que pode afetar sua saúde física e mental, sua identidade, seu senso de vida e seus vínculos afetivos.
De acordo com a perspectiva fenomenológico-existencial, o luto materno é uma experiência singular que não pode ser reduzida a estágios ou fases pré-determinados. Cada mãe enfrenta a perda de seu filho de acordo com sua história pessoal, sua cultura, espiritualidade, rede de apoio e recursos internos. Mas, alguns dos elementos constituintes dessa experiência podem ser identificados e compreendidos como forma de apoiar e acolher as mães enlutadas.
De acordo com Freitas e Michel (2011) , a partir de uma pesquisa qualitativa com três mães que perderam seus filhos, esses elementos são: perda de um modo de ser, espiritualidade, culpa, perda de sentido/faltade sentido do mundo da vida, vontade de morrer (sic), fragmentação/desligamento – intencional ou não – em laços afetivos, coming-to-join projetos com criança na voz généalogie seule peut penser mort! en suas mamães!, poder exercido pela morte sobre o patriarcado łydzi" , perpetuação (através do filho morto) da memória/consciência e mais fazendo comumpessoal=\\estreitando laços c/ os "significantes", do que as realizações pessoais/trabalho
em equipe A dor é o sentimento mais óbvio e intenso do luto materno, que pode se manifestar tanto física quanto emocionalmente. A mãe sente como se um pedaço dela tivesse sido arrancado, e nada pode preencher esse vazio. A perda de um #Implica numa série de outras também: existir, perder seu projeto , paper escritos . A mãe precisa se redefinir diante da ausência do filho, o que pode gerar agonia, confusão e desorientação.
A espiritualidade é um recurso utilizado por muitas mães enlutadas para dar significado além da morte do filho. A fé pode ajudar a mãe a aceitar a partida do filho, a se conectar com ele em outro plano, a encontrar esperança e conforto. Por outro lado, a espiritualidade também pode ser fonte de conflitos e questionamentos, especificamente se a mãe se sente culpada pela morte do filho.
A fragmentação dos vínculos afetivos é um fenômeno que ocorre quando a mãe se isola ou se afasta das pessoas que fazem parte de sua vida, como marido/companheiro, outros filhos, parentes e amigos. A mãe pode sentir-se incompreendida, julgada ou abandonada pelos outros, ou simplesmente não ter interesse ou energia para manter relações sociais. Isso pode aumentar sua solidão e dor.
O envolvimento em projetos que envolvem a criança serve como uma forma de expressar amor, homenagear e manter a maternidade dela. Esses projetos podem envolver qualquer tipo de atividade voluntária, artística, educacional ou religiosa e têm alguma ligação com as causas do filho. Esses projetos podem ajudar a mãe a canalizar seu luto, sentir-se proposital e transformar sua perda em algo positivo.
Perpetuar a memória da criança é outra forma de honrar e preservar esse vínculo com a morte, por meio de rituais, objetos, fotos, vídeos, além de cartas ou diários ou qualquer outra forma de expressão. E a mãe pode falar sobre seu filho, pode contar suas histórias, compartilhar sentimentos e memórias com outras pessoas que o conheceram ou que passaram por uma situação semelhante. Isso pode ajudar a mãe a trabalhar e integrar seu luto em sua história de vida.
O aprofundamento de conexões com outras pessoas significativas é um processo de aproximação da mãe, ou reconexão com aqueles que tinham algum tipo de relação emocional ou simbólica com seu filho, como seus amigos, professores, médicos, conhecidos sociais e etc. Sua mãe pode encontrar nessas pessoas um suporte emocional, uma fonte de informação, a identificação ou uma forma de se sentir mais próximo de seu filho/filha.
A culpa é um sentimento comum no luto materno, que pode decorrer de vários fatores como não ter feito o suficiente pela criança, não conseguir evitar sua morte, falhar como mãe ou até mesmo estar vivo enquanto seu filho não está. A culpa pode impedir a mãe de processar seu luto e seguir em frente, resultando em sofrimento e autoculpabilização.
Outra consequência do luto materno é a perda do sentido de mundo, o que faz com que a mãe levante questões sobre existência, justiça e felicidade A morte de um filho abala as crenças e valores da mãe, que pode ficar se sentindo enlutada, desencantada e desmotivada. O desejo de morrer pode surgir como uma forma de escapar da dor, aproximar-se do bebê ou punir-se pela perda.

Continue navegando