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Processos Patológicos Gerais Distúrbios Hemodinâmicos • Também referidos como alterações circulatórias. Sistema Cardiovascular composto por: − Vasos sanguíneos – artérias, veias, capilares e vasos linfáticos. − Coração – bomba. − Sangue – seus componentes [plasma e elementos figurados]. >> esse sistema pode ser comparado a um circuito hidráulico fechado – com uma bomba precursora dinâmica que faz circular no interior fluidos, células e moléculas importantes para a manutenção da vida. doenças cardiovasculares. − Principais causas de morbidade e mortalidade no mundo. − Causas de 31% de morte no mundo, segundo OPAS/OMS, 2016. Sendo 85% devido infarto e AVC (por conta da aterosclerose). >> por isso, pode-se afirmar que a aterosclerose é a desordem cardiovasc que mais mata no mundo. , Fisiologia • Na patologia o coração é dividido em direito e esquerdo. o O esquerdo bombeia o sangue arterial através da artéria aorta. o O direito bombeia o sangue venoso para os pulmões através das artérias pulmonares. >> desse modo, tudo o que for uma barreira para esse fluxo de sangue dentro do sistema, gera um acúmulo dele para trás do sistema – ex. se existe uma obstrução na aorta (total ou parcial), o sangue fica represado no ventrículo esquerdo, que atrapalha o fluxo do átrio esquerdo, que atrapalha o fluxo dos pulmões e assim vai. obs. cerca de 85% do volume retorna para a veia cava, o restante é drenado pelos vasos linfáticos – que recompõem esse volume pelo ducto torácico [que se abra na veia cava]. Capilares – Face arteriovenosa • A maioria dos capilares quando penetram nos tecidos possuem fenestras. o Essas fenestras facilitam a saída de fluidos, gases, moléculas, nutrientes para as céls. • Então, esses componentes penetram no intestício e a oferta dos gases e de nutrientes é absorvida pelas céls. por difusão ou endocitose. >> como é um circuito fechado, à medida em que o sangue passa e os componentes vão se difundindo, a osmolaridade do sangue no interior do vaso vai mudando. -- fisiologicamente, a mudança de osmolaridade e, consequentemente, de pressão proporciona a saída de líquidos e, depois, o retorno desses líquidos e de moléculas do catabolismo para as vênulas ou os capilares linfáticos. • É a partir do conceito de difusão que se entende como as pressões atuam no movimento do fluido de fora do vaso para o interior do vaso. >> pressão hidrostática (PH) – resulta da resistência vascular e da pressão arterial. >> pressão oncótica– resulta da pressão gerada pelos elementos figurados e pelas proteínas e moléculas que compõem o sangue. -- a pressão oncótica é resultado principalmente da ptn albumina e das imunoglobulinas. no mesmo capilar: − Extremidade arterial: PH PO. Como a pressão osmótica (PO) é menor... Favorece a saída de fluido e dos gases que estão nessa extremidade. − Capilar venoso: PH PO. Conforme o sangue passa pelo capilar, essas forças vão sendo alteradas, de modo que nessa extremidade, como o fluido foi saindo do capilar, há uma concentração maior de ptns no sangue, aumentando a PO. Favore o retorno do fluido para o interior dessa extremidade – tendo assim o retorno venoso. >> porém, como a PH está diminuída (mas não é inversamente proporcional) , o fluido que volta para extremidade venosa é só ~85% – os outros 15% retornam pela circulação linfática. qualquer desequilíbrio nessas forças [PH e PO] influencia na entrada e na saída de fluido dos capilares. • Portanto, qualquer desequilíbrio pode favores a permanência do fluido no espaço intersticial – e isso caracteriza a formação do edema. Edema • É o aumento de líquido no espaço intersticial e/ou cavitário. • Acontece devido a um desequilíbrio [principalmente] da pressão hidrostática. • Sinal de Godet ou Cacifo: depressão formada na pele após a compressão desse local – indica edema. causas: − da permeabilidade vascular – favorece a saída de fluidos e, dependendo da intensidade, podem sair até moléculas ou ptns. Presente na inflamação aguda, pelo aumento de moléculas vasoativas. − da pressão hidrostática – ex. em situações de maior pressão arterial, uma vez que a PH é força que o fluido faz na parede do vaso; outros exemplos são em processos congestivos e estase sanguínea. − da pressão oncótica – ex. indivíduos que têm hipoptnemia ou hipo- albuminemia -> isso ocorre na desnutrição energético-proteica, em disfunções hepáticas. Kwashiorkor – desnutrição majoritariamente proteica caracterizada pela formação de edema generalizado [principalmente abdome, face e MMII]. Indivíduo que tem desbalanço entre ptns e carboidratos – quando passa a consumir muito carboidrato ou pouca ptn -> pode desenvolver essa hipoptnemia. − Obstrução da linfa – pode gerar um acúmulo de fluido, sem ser drenado. Como na infecção por filaria (filariose) em que o parasita habita nos vasos linfáticos, levando à sua congestão e ao consequente edema. Como no linfedema secundário a carcinoma de mama – pois as céls. do câncer bloqueiam os canais linfáticos que drenam o fluido da pele da mama, levando à congestão. Cirrose Hepática >> a cirrose pode causar edema também – pela hipertensão portal. -- a fibrose periportal causa uma condição de falta de elasticidade no fígado – e isso se traduz numa resistência à passagem do fluxo sanguíneo, que causa um aumento da PH nos vasos hepáticos [hipertensão portal]. -- quando há hipertensão existe a liberação de moléculas vasoativas [fisiológico], que vão promover um relaxamento dos mm. lisos dos vasos, diminuindo a PH -> essa vasodi- latação permite que escape fluido dos vasos, para diminuir a hipertensão. obs. há uma conexão entre a circulação do fígado com os rins – ela é conectada através de uma ponte que é a shunt hepatorrenal -> essa conexão é aberta e utilizada quando há hipertensão hepática ou renal – para redirecionar o volume. -- na cirrose, o líquido é desviado para os rins e, assim, há um aumento da filtração glomerular, da função renal -> já que o rim entende que existe um aumento de fluido corporal. --- contudo, o indivíduo não tem excesso de volume, apenas o shunt que foi aberto, então ele acaba perdendo volume -> pode desenvolver hipovolemia, com posterior falha cardiovascular <- essa é a Síndrome Hepatorenal, em que há uma hipertensão secundá- ria renal. >> por conta da hipertensão portal o fluido acumula no abdome, causando o aumento de volume [chamado de ascite ou hidroperitôneo]. • Em caso de hipertensão portal, também, o sangue fica retido naquele local, fazendo com que o que está atrás do fluxo da circulação hepática (veias próximas ao esôfago) se congestionem. o Essas veias se tornam tortuosas pelo processo de congestão -> são as varizes esofagianas – varizes em cabeça de medusa. >> muitos indivíduos podem ter ruptura dessas varizes, o que causa um processo he- morrágico severo associado ainda à perda de volume pela hipertensão secundária renal devido à hipertensão primária hepática. Insuficiência Cardíaca Congestiva – ICC relembrando... a hipertensão arterial é uma das principais causas de hipertrofia do ven- trículo esquerdo -> isso pode se agravar a ponto de haver uma grave diminuição da câmara cardíaca -> que diminui o volume ejetado pelo essa diminuição do volume ejetado resulta numa insuficiência cardíaca – na per- fusão dos órgãos. >> então, o volume que vai dos pulmões para o AE e passa para o VE não consegue se acomodar no VE (que está hipertrófico). por isso, o sangue fica represado para trás do fluxo -> fazendo com que haja um refluxo sanguíneo para as veias e os capilares pulmonares. • No caso da ICC esquerda o sangue se acumula nos pulmões. o Assim, os pulmões apresentam hipertensão secundária ao mal funciona- mento do coração esquerdo. >> para aliviar essa hipertensão pulmonar, há uma vasodilatação exagerada para que ocorraum alívio da PH -> acaba escapando fluido para os alvéolos pulmonares. isso diminui a superfície de troca gasosa – o indivíduo apresenta quadro de dispneia ou de insuficiência respiratória -> o principal reflexo disso é a tosse seca, principalmente à noite, quando o indivíduo deita, há um aumento da superfície do fluido que diminui a troca. -- a tosse noturna está associada a uma situação de ICC esquerda. • Se a ICC esquerda não for tratada, o sangue pode acabar se acumulando para trás, nas artérias pulmonares e no átrio direito. o Pode causar hipertrofia dilatada, podendo afetar o coração direito [mas é numa situação a longo prazo]. • No caso da ICC direita, por uma insuficiência na válvula tricúspide. o Faz com que o sangue, quando vai do AD para o VD para ser bombeado para os pulmões se acumule no AD – sangue se acumula para trás. >> isso leva a uma cardiomiopatia dilatada e o sangue se acumula para trás – o que está atrás do AD é o corpo -> o indivíduo tem um processo congestivo generalizado. órgãos que mais sofrem com esse processo: fígado, baço e rins -> uma vez que esses órgãos são utilizados para redirecionar o sangue que está represado para trás devido a ICC direita. -- isso gera um processo de edema generalizado chamado de anasarca. Hiperemia • É o aumento do volume sanguíneo no leito vascular. • Hiperemia ativa: aumento do volume sanguíneo no leito arterial. o Pode ser fisiológica ou patológica. >> ativa fisiológica: aumento de sangue arterial em algumas situações, principalmente no sítio onde há demanda aumentada. nos exercícios físicos, os músculos demandam maior aporte arterial; a mama ativa para lactação também apresenta hiperemia, pois precisa de aumento do supri- mento sanguíneo arterial; na ruborização da bochecha também. >> ativa patológica: em casos de processo inflamatório agudo – a hiperemia pode se traduzir nos sinais cardinais rubor e calor da inflamação aguda. • Hiperemia passiva: aumento do volume sanguíneo no leito venoso = congestão. o Ocorre em veias, capilares e sinusoides (pulmão e fígado). >> acontece em situaçãoes de: alterações cardíacas (como ICC), obstrução de veias e alteração pulmonar. >> consequências nos órgãos que têm congestão crônica: fibrose difusa. se o processo congestivo não permite a drenagem do sangue venoso, não tem como o sangue arterial chegar ao tecido -> há necrose e posterior deposição de tecido conjuntivo. off: a hipertensão pulmonar crônica gera vasodilatação muito intensa, que não só em- purra o fluido para dentro dos alvéolos, como as hemácias conseguem passar também. quando isso ocorre, os macrófagos alveolares fagocitam essas hemácias [pois elas não podem ficar no espaço alveolar] -> a fagocitose das hemácias e sua digestão gera, nos macrófagos, depósito de hemossiderina – passam a ser cha- mados de hemossiderófagos. Congestão Passiva Crônica Hepática com necrose centrolobular • Um fígado com processo congestivo crônico apresenta uma necrose do tipo centrolobular – difere da necrose tóxica. >> isso acontece porque, na circulação intrahepática – centralmente ao lóbulo hepático, há a veia centrolobular, e na periferia há o espaço porta, que acomada um ramo da artéria hepática e veia porta, o ducto hepático (ramos do hepático comum) e inervação. o sangue chega no fígado através da artéria hepática e é drenado pela veia centrolobular. -- desse modo, elementos tóxicos, alcançam o fígado pela artéria hepática e pela veia porta e, por isso, causam lesão nos hepatócitos que estão na periferia do lóbulo, de modo que, se a toxicidade for crônica, é ali que ocorre a fibrose. -- em contrapartida, a necrose hepática devido a um processo congestivo, a uma falha cardiovascular, a lesão ocorre na veia centrolobular -> como o sangue oxigenado não vai conseguir chegar lá, os hepatócitos ao redor que sofrem lesão e há necrose por ali. um tipo de lesão hepática centrolobular é uma lesão de hipóxia, esse tipo de fígado, macroscopicamente, tem uma superfície difusa com o aspecto de necrose centrolobular -> fígado em noz moscada. -- as porções centrais dos lóbulos são as últimas áreas a receberem suprimento de sangue e, por isso, as primeiras a sofrerem atrofia e necrose. -- fígado com hiperemia passiva crônica (congestão crônica). Hemorragia • Extravasamento anormal de sangue para interstício ou cavidades naturais. • Causas: traumatismos, aterosclerose, fragilidade capilar (como em doenças com fragilidade capilar, ex. dengue e ebola). • Outras situações: hipertensão, defeitos na coagulação (hemofílicos e na CID), de- formidades nos vasos (aneurismas e varizes). >> aneurisma: qualquer deformidade da parede da artéria que resulta na diminuição da complascência, na alteração da resistência do vaso – esse local é mais frágil e, quando existe aumento de pressão, pode romper, causando o acidente vascular. >> varizes: deformidade das veias. tanto no aneurisma quanto nas varizes, o aumento da pressão arterial pode rompê-los, mas no caso do aneurisma, é mais fácil haver o rompimento (pois a PA já é alta nas artérias), e nas varizes é comum o aparecimento de trombose. • Tipos de hemorragia – de acordo com a forma de ruptura ou a forma com que a hemácia sai do vaso. o Por diabrosis – erosão, corrosão, perda da integridade do vaso possibilita o escape de hemácias. o Per rexis – há uma fragmentação do vaso (não ruptura completa), nesses casos a hemorragia tende a acontecer por jatos. o Por diapedese – fragilidade capilar com pequenas descontinuidades nos vasos e, por isso, há um pequeno escape de hemácias -> isso também ocorre na vasodilatação acentuada. • Formas de hemorragias – recebem nomes específicos principalmente aquelas que são facilmente observadas, como as cutâneas. o Hemorragias tegumentares: víbice, petequias, púrpura, esquimoses e hematocisto. o Cavitárias – coleção de sangue dentro de cavidas (hemopericárdio, hemotórax, hemoperitônio). Petéquias • Pequenos pontos hemorrágicos. • Geralmente o tipo de hemorragia é por diabrosis ou por diapedese. o Quanto menos o diâmetro das manchas hemorrágicas, mais provável de ter sido por diapedese. Equimoses • Grandes manchas hemorrágias (muito confundidas com hematomas). • Podem ser por diabrosis ou per rexis. >> hematoma (o certo é hematocisto): há formação de cavidade (neoformação), onde o sangue é recolhido, fica represado ali. então o que diferencia equimose de hematocisto é a estrutura morfológica, se há ou não a formação de cavidade. Púrpura • Manchas hemorrágicas avermelhadas difusamente distribuídas pelo corpo. • São por hemorragias subcutâneas por diversas etiologias. o Até em CID os indivíduos tendem a desenvolver púrpura. Formas Especiais de Hemorragia muitas vezes são sinais clínicos • Epistaxe: sangue que sai pela cavidade nasal. o Reflete situação hemorrágica do sistema respiratório superior! • Hemoptise: sangue sai pela cavidade oral. o Reflete hemorragia do sistema respiratório inferior. >> é um sangue que vem através do reflexo da tosse, por exemplo, e nessa tosse expele- se o conteúdo hemorrágico, que pode vir acompanhado de espuma, pela aeração alveolar. • Hematêmese: sangue digerido que sai pelo ânus – melena. o Reflete hemorragia do sistema digestório superior. o Quase sempre vem através do vômito, da êmese. o Pode vir acompanhada de muco, não tem espuma. • Hematoquezia: sangue vivo que sai pelo ânus. o Reflete hemorragia no sistema digestório baixo [intestino grosso e reto]. Trombose • Obstrução do leito vascular ou intracardíaco, de forma total ou parcial, por um trombo. trombo = formação de um coágulo dentro do sistem vascular in vivo. • O trombo está aderido à parede do vaso. o É formado quando há a quebra do fluxo laminar. • Tríade de Virchow: três condicionantes que favorecem a formação do trombo. o Alteração dos constituintesdo sangue. o Lesão da parede celular. o Obstrução do fluxo sanguíneo. -- essas 3 condicionantes sozinhas ou combinadas, favorecem a formação de trombos, uma vez que elas favorecem o turbilhonamento do sangue. • Se há a desorganização do fluxo laminar do sangue (para o turbilhonado). o No turbilhonamento há um contato de plaquetas com a parede do vaso. >> com esse contato, há inversão da polarida plaquetária, gerando sua degranulação, gera a formação do trombo. • Exemplos do que pode causar trombo o Infecções parasitárias, toxinas, deformidade da parede do vaso. o Placas de colesterol – ateromas. >> a posição sentada não favorece o retorno venoso, principalmente dos MMII , assim há estase venosa ou fluxo muito lento – provocam deformidade nesses vasos, varizes! por isso, há mais chance de desenvolver trombose. • Consequência da trombose: o Hipóxia – gera necrose -> a necrose por isquemia é o infarto. >> logo, a principal consequência da trombose é o infarto. Trombose Venosa Profunda Feminina • Pessoas do sexo feminino, devido aos hormônios (principalmente aos estróge- nos), tendem a desenvolver trombose. • E mulheres que tomam anticoncepcional tem uma tendência cerca de 9x maior de desenvolver trombose quando comparadas a mulheres que não tomam ac. >> os trombos tendem a se formar no local onde há as válvulas, pois na hora em que o sangue bate na parede da válvula, ele tende a coagular. Descolamento de Trombo >> os trombos vão crescendo e podem se soltar totalmente, ou soltar uma parte. • Esse trombo viaja pelo vaso sanguíneo e obrigatoriamente para no pulmão. o Um trombo que se solta de uma trombose venosa profunda para no pulmão. >> ele para no pulmão porque conforme o trombo viaja no seio venoso, a tendência do calibre das veias é só aumentar – até chegar na veia cava e na câmara cardíaca. -- depois, ele passa para as artérias pulmonares -> então o trombo para, pois o diâmetro volta a diminuir. Embolia >> quando o trombo se solta e viaja pelo sistema vascular – êmbolo. • Obstrução do leito vascular por uma massa estranha ou êmbolo. êmbolo = qualquer massa física estranha a composição do sangue e vinculado por ele. -- nem todo êmbolo é um trombo, mas o trombo é o tipo de êmbolo mais comum. • Embolia causada por trombo: tromboembolismo. • Outros tips: embolia gasosa, embolia gordurosa. >> quando a embolia pulmonar é causada por um trombo que se tornou êmbolo, a embolia, então, é chamada de tromboembolia/lismo pulmonar. -- contudo, nem toda embolia pulmonar é causada por um trombo, pode ser causada por êmbolos gasoso ou gorduroso. • Quando o êmbolo para no pulmão ele obstrui o fluxo, causando infarto pulmonar. o A trajetória de um êmbolo que se solta é embolia pulmonar e infarto pulmonar. >> o que determina a área tecidual infartada do pulmão é o vaso que o êmbolo obstrui. Embolia Gasosa – doença do mergulhador • Não acontece só em mergulhadores – também ocorre em indivíduos que pilotam em caça, fazendo decolagens muito rápidas. • Quando há um aumento de pressão, o nitrogênio se torna líquido e se difunde dos alvéolos para os capilares e circula no sistema vascular. o E quando o mergulhador retorna à superfície de forma rápida, esses gases líquidos se tornam gases (em PA normais) sem tempo de se perfundirem para os alvéolos. >> então eles se tornam gases em pequenos vasos e capilares -> causando múltiplos micro-infartos (doença da descompressão). Embolia Gordurosa • Ocorre em indivíduos politraumatizados, ou quando há liberação exagerada de gordura por algum motivo (como em suturações malfeitas). • Principalmente no politraumatismo de ossos longos. o Pois no indivíduo adulto, os ossos longos contêm a medula óssea amarela, composta por gordura. >> com isso, há uma liberação exagerada de glóbulos de gordura na circulação – que acabam causando obstrução no leito vascular. -- assim como na gasosa, ocorre micro-infartos generalizados. Infarto • Morte por isquemia (ausência da irrigação arterial) – necrose de coagulação. • Classificado como: o Anêmico/branco – área infartada fica esbranquiçada. o Hemorrágico/vermelho – área afetada fica com coloração escura acastanhada ou vinhosa. • Condicionantes determinam o tipo de infarto. 1. Se o local da obstrução foi num leito arterial ou num leito venoso. >> se a obstrução for num leito arterial, o sangue não tem como chegar no órgão de modo que a área vai ficar anêmica. >> se a obstrução for num leito venoso a área afetada vai estar “inundada” de sangue, hemorrágica. -- obstrução no leito arterial: infarto branco; obstrução no leito venoso: infarto vermelho. 2. Tecidos frouxos x tecidos sólidos. >> normalmente tecidos sólidos compõem órgãos maciços, como rins, miocárdio, fígado -> infarto branco/anêmico [mas isso depende da 1ª condicionante] -- o miocárdio só tem um vaso -> as artérias coronarianas – por isso, uma obstrução ali sempre gera infarto anêmico (infarto no coração é sempre branco) . -- no rim, se a obstrução é no leito arterial (quase sempre é, por ser órgão maciço), o infarto gerado é branco. -- o encéfalo é maciço então depende, se a obstrução for no leito arterial o infarto é branco [AVE anêmico], se for no leito venoso o infarto é hemorrágico [AVE hemorrágico]. 3. Circulação dupla x circulação simples. >> ex. o rim é maciço e tem uma circulação simples (tem uma artéria que entra e uma veia que sai) -> o tipo de infarto renal quase sempre anêmico. >> órgãos com circulação dupla sempre têm infarto vermelho, são eles: pulmão, fígado, baço, intestino [esses órgãos sempre serão encharcados por sangue]. Choque • Alteração do fluxo sanguíneo, de ordem progressiva, decorrente de uma dimi- nuição da perfusão sanguínea nos tecidos. o Há insuficiência orgânica de forma generalizada que pode se traduzir em colapso orgânico. • Causas: o Hipovolemia – perda de volume sanguíneo -> gera volume insuficiente para haver perfusão sanguínea perfeita. o Vasodilatação periférica – causa aprisionamento do fluido nos vasos sanguíneos periféricos -> ausência de volume para a perfusão. o débito cardíaco. o Obstrução aguda do fluxo sanguínea – em casos de rupturas de aneuris- mas aórticos. • O choque é uma situação multifatorial. o Não importa o fator, todos eles caem numa alteração da volemia, que altera o débito cardíaco, alterando o retorno venoso -> gera uma hipo- perfusão e hipotensão arterial -> colapso do indivíduo.
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