Buscar

DIREITO ADMINISTRATIVO - ARTIGOS CONSTITUCIONAIS OBRIGATÓRIOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO - ARTIGOS CONSTITUCIONAIS OBRIGATÓRIOS
9. Julgamentos Relevantes:
9.3 Segunda chamada para testes físicos
De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), geralmente não existe o direito à realização de uma segunda chamada para testes físicos em concursos públicos quando um candidato não pode comparecer devido a circunstâncias físicas ou fisiológicas. Entretanto, o STF reconhece duas exceções:
· Quando houver uma previsão expressa no edital do concurso;
· Para mulheres grávidas, independentemente de previsão no edital. Isso está relacionado à promoção da igualdade entre homens e mulheres, bem como à proteção da família, da maternidade e dos direitos das mulheres.
9.4 Dever de intimar pessoalmente o candidato
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu que a administração pública tem a obrigação de comunicar pessoalmente o candidato quando houver um período considerável entre a homologação do concurso e a nomeação. Isso está em consonância com os princípios da razoabilidade e da publicidade, independentemente de haver previsão no edital.
9.5 Cláusula de reserva de barreira
O Supremo Tribunal Federal (STF) considera constitucional a existência de uma cláusula de reserva de barreira em concursos públicos. Essa cláusula estabelece um limite para o número de candidatos que podem avançar para as fases subsequentes do processo seletivo, e sua finalidade é promover a imparcialidade e igualdade entre os candidatos.
9.6 Participação do candidato que responda inquérito ou ação penal
O STF determinou que não é legítimo restringir a participação de um candidato em um concurso público apenas pelo fato de estar respondendo a inquérito ou ação penal, a menos que exista uma previsão constitucional adequada e estabelecida por lei. No entanto, em alguns casos, como para cargos na Polícia, como o de Delegado de Polícia, pode haver eliminação do concurso para candidatos nessas circunstâncias, conforme decisões anteriores.
9.7 Natureza jurídica do ato de demissão
O ato de demissão de um empregado público tem uma natureza constitucional-administrativa, não trabalhista. Portanto, questões relacionadas a essa demissão são de competência da Justiça Comum, não da Justiça do Trabalho. Isso é particularmente relevante com a Emenda Constitucional 103/2019, que determina que a concessão de aposentadoria aos empregados públicos encerra o vínculo de trabalho e qualquer disputa não envolve questões trabalhistas.
9.8 Dispensa de concurso público
A reestruturação de um quadro funcional, por meio da aglutinação de cargos diversos em uma única carreira, que tenha atribuições e responsabilidades diferentes dos cargos originais, é considerada inconstitucional por dispensar o concurso público. Isso está de acordo com a Súmula Vinculante 43 do STF.
9.9 Restituição de valores a servidores públicos
O Estado pode exigir a restituição de pagamentos indevidos a servidores públicos decorrentes de erros administrativos, desde que esses erros não estejam relacionados a interpretações errôneas ou equivocadas da lei por parte da Administração. O Supremo Tribunal Federal estabeleceu que, no caso de uma decisão judicial precária que posteriormente seja revogada, não é necessária a restituição dos valores pagos de boa-fé pelos servidores, desde que exista uma boa-fé objetiva por parte do servidor.
9.10 Retorno do servidor após cometer falta grave
O parágrafo único do artigo 137 da Lei 8.112, que proíbe o retorno ao serviço público federal de servidores condenados por praticar fatos graves, foi considerado inconstitucional pelo STF. Essa decisão se baseia no princípio da razoabilidade e na vedação de penas perpétuas no direito administrativo, seguindo a mesma lógica do direito penal.
9.11 Ex-usuário de drogas
O STJ considera que proibir que um candidato continue em um concurso de formação para o cargo de agente penitenciário devido a seu histórico de uso de drogas há sete anos seria uma pena de caráter perpétuo, o que é inadmissível. Portanto, o STJ entende que esse tipo de restrição não é aceitável.
9.12 Contratação temporária de terceiros
A contratação temporária de terceiros para exercer funções de um cargo de enfermeiro, devido à pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2 e por ordem judicial, não é considerada preterição ilegal ou arbitrária e, portanto, não gera o direito a uma nomeação em um cargo público em favor de um candidato aprovado no cadastro de reserva. Isso ocorre devido à imprevisibilidade da pandemia e à natureza da contratação temporária por decisão judicial.
9.13 Preferência estadual em critério de desempate
Leis estaduais que estabelecem preferência por servidores públicos do próprio estado como critério de desempate em concursos públicos foram consideradas inconstitucionais pelo STF. Isso ocorre porque tais leis contrariam o disposto na Constituição Federal, que proíbe a criação de distinções entre brasileiros e a concessão de privilégios entre eles, exceto nos casos previstos pela Constituição. Além disso, essa prática viola os princípios da isonomia e da impessoalidade.
9.14 Licença médica vs. Férias (informativo 1078)
Uma lei municipal não pode limitar o direito fundamental de férias de um servidor público que tenha gozado de mais de dois meses de licença médica durante o seu período de aquisição. O exercício da autonomia municipal para legislar sobre o regime jurídico de seus servidores não pode infringir direitos garantidos constitucionalmente.
9.15 Danos materiais causados em concurso público
O Estado é responsável subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em concursos públicos organizados por entidades de direito privado quando os exames são cancelados devido a suspeitas de fraude. A responsabilidade principal recai sobre a entidade organizadora do concurso.
9.16 Controle judicial sobre correção de questões de concurso público
O Poder Judiciário não pode interferir nos critérios de correção estabelecidos pela Banca Examinadora de Concurso, uma vez que esses critérios são considerados mérito administrativo e não estão sujeitos a controle judicial. No entanto, o Judiciário pode avaliar se a matéria cobrada na prova está de acordo com o que foi previsto no edital do concurso.
9.17 Competência de julgamento
As ações relacionadas a concursos públicos realizados por órgãos e entidades da Administração Pública para a contratação de empregados celetistas devem ser julgadas pela Justiça Comum (estadual ou federal). Isso ocorre porque algumas questões envolvem aspectos administrativos que não estão ligados a uma relação de trabalho que ainda não existe.
9.18 Candidata lactante
Uma candidata que está amamentando durante a realização de um concurso de formação para o cargo de agente penitenciário tem o direito de adiar sua participação no concurso.
9.19 Questões sobre Jurisprudência em Concursos
É válido incluir questões relacionadas à jurisprudência em concursos, mesmo que o edital não tenha previsto a exigência de conhecimentos sobre os entendimentos dos Tribunais Superiores.
9.20 Posse em Cargo Público por Medida Judicial Precária e a Teoria do Fato Consumado
De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a teoria do fato consumado não se aplica quando um candidato toma posse em um cargo público por meio de uma medida judicial precária, mesmo que tenha se passado um considerável lapso de tempo. Isso ocorre porque o candidato estava ciente da precariedade da medida, o que não fere os princípios da segurança jurídica e da confiança legítima.
9.21 Participação de Mulheres em Concursos Públicos e o Princípio da Isonomia
A imposição de discriminação de gênero para a participação em concursos públicos é compatível com a Constituição apenas em casos excepcionais, nos quais seja demonstrada uma fundamentação proporcional e a legalidade da imposição. Caso contrário, isso viola o princípio da isonomia. Em situações excepcionais, é permitido um concurso público exclusivo para um dos sexos.
9.22 Posse em Concurso Público para Menores de 18 Anos
O Superior Tribunal deJustiça (STJ) permitiu que um candidato tomasse posse em um cargo de auxiliar de biblioteca, mesmo sem ter completado 18 anos, desde que ele já estivesse emancipado voluntariamente por seus pais anteriormente. Isso ocorreu apesar da exigência de idade mínima de 18 anos prevista em lei e no edital do concurso.
9.23 Indenização Material por Nomeação Tardia
A nomeação tardia de um candidato aprovado em um concurso público, devido a uma decisão judicial, não gera o direito a uma indenização por danos materiais. O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que isso configuraria enriquecimento ilícito, já que o candidato não prestou serviços à Administração.
9.24 Legitimidade após Morte de Ex-Servidor
O espólio não possui legitimidade passiva ad causam em uma ação de ressarcimento relacionada a remunerações recebidas indevidamente após a morte de um ex-servidor. A responsabilidade recai sobre os herdeiros, uma vez que o espólio responde apenas pelas dívidas adquiridas pelo falecido enquanto ele estava vivo.
9.25 Monitoramento de E-mail Corporativo
O monitoramento de e-mails corporativos de servidores públicos não configura prova ilícita quando relacionado a aspectos não pessoais e de interesse da Administração Pública e da coletividade. Especialmente quando existem disposições normativas que estabelecem que os e-mails são destinados apenas a assuntos relacionados ao serviço, juntamente com advertências sobre o monitoramento e acesso ao conteúdo das comunicações dos usuários para cumprir disposições legais ou instruir procedimentos administrativos.
9.26 Teoria do Fato Consumado e Remoção de Servidor
A teoria do fato consumado não se aplica a remoções indevidas de servidores, principalmente quando essas remoções não atendem aos requisitos previstos em lei.
9.27 Instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) de Servidor Cedido
A instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) ocorre preferencialmente no órgão em que a irregularidade foi praticada. O julgamento e a aplicação de sanções ocorrem no órgão de origem.
9.28 ADI 3855/DF
A instituição de subtetos remuneratórios com limites distintos para diferentes entidades políticas e Poderes dentro dos estados e no Distrito Federal não viola o princípio da isonomia.
9.29 ADI 5584/MT
É inconstitucional vincular o reajuste de vencimentos de servidores públicos estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária, de acordo com a Súmula Vinculante 42.
9.30 RESP 1.888.04 - Importante
Um candidato aprovado em um concurso pode assumir um cargo que, segundo o edital, exige um título de Ensino Médio Profissionalizante ou equivalente em área específica, mesmo que ele possua um diploma de nível superior na mesma área profissional. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) considera que essa prática promove uma seleção mais abrangente e competitiva, aprimorando o serviço público e promovendo o princípio da eficiência.
9.31 ADI 6476/DF
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6476/DF estabelece que é inconstitucional excluir o direito de candidatos com deficiência à adaptação razoável em provas físicas de concursos públicos. Além disso, a submissão genérica de candidatos com e sem deficiência aos mesmos critérios em provas físicas, sem a demonstração de sua necessidade para o exercício da função pública, também é inconstitucional, violando o princípio da igualdade.
9.32 RE 1322195/SP
O STF entendeu que a promoção de servidores a uma classe distinta na mesma carreira não representa uma ascensão a um cargo diferente do que já ocupavam. Portanto, para fins de aposentadoria, o prazo mínimo de cinco anos no cargo efetivo, conforme exigido pela Constituição, não recomeça a contar com a alteração de classe.
9.33 ADI 5818/CE
A ADI 5818/CE estabelece que é inconstitucional uma lei estadual que isenta servidores da taxa de inscrição em concursos públicos promovidos pela Administração Pública local, beneficiando um grupo economicamente favorecido sem justificativa razoável. Essa prática gera uma concorrência desleal no processo de seleção, privilegiando aqueles que já estão em uma situação social e econômica privilegiada.
9.34 RESP 1.878.849/TO - Importante
O julgado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob o RESP 1.878.849/TO ressalta a ilegalidade do ato de negar a progressão funcional a um servidor público, mesmo quando todos os requisitos legais são atendidos, independentemente dos limites orçamentários estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso ocorre porque a progressão é considerada um direito subjetivo do servidor, derivado de determinação legal. Portanto, esse direito se enquadra na exceção prevista no inciso I do parágrafo único do art. 22 da Lei Complementar 101/2000.
A própria Lei de Responsabilidade Fiscal, no art. 22, parágrafo único I, proíbe a concessão de vantagens, aumentos, reajustes ou adequações de remuneração, a menos que se trate de direitos oriundos de sentença judicial, determinação legal ou contrato. Dessa forma, a progressão funcional é uma determinação legal, considerando-a uma exceção expressamente prevista.
Além disso, o julgado destaca que a progressão funcional pode ser considerada simples e vinculada. O ato administrativo que a concede é simples, o que significa que não requer homologação ou manifestação de outro órgão. Esse ato produzirá seus efeitos imediatamente, sem necessidade de ratificação ou chancela por parte da Secretaria de Administração. A progressão funcional também é um ato vinculado, o que implica que a Administração Pública não tem discricionariedade para negá-lo quando todos os elementos legais da progressão são atendidos. Condicionar a progressão a situações não previstas por lei pode transformar um direito subjetivo em um ato discricionário, violando princípios fundamentais da Administração Pública, como legalidade, impessoalidade e moralidade.
Portanto, a jurisprudência do STJ estabelece que os limites de despesas com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal não podem ser usados como justificativa para negar direitos subjetivos dos servidores, como o direito à progressão funcional garantido por lei.
9.35 ADI 6603/DF
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6603/DF trata da inconstitucionalidade de um ato normativo que, ao regular a licença maternidade nas Forças Armadas, estabelece prazos diferentes de afastamento com base na distinção entre maternidade biológica e adotiva, bem como em função da idade da criança adotada.
O entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é claro: não é constitucionalmente aceitável estabelecer distinções entre a licença maternidade e a licença adotante, seja com base na idade da criança, seja com base na natureza biológica ou adotiva do vínculo. Qualquer diferenciação nesse sentido é considerada inconstitucional.
Essa jurisprudência do STF há muito tempo pacificou o entendimento de que a licença maternidade e a licença adotante devem ser tratadas com igualdade, sem distinções arbitrárias ou discriminatórias.
9.36 RE 964659/RS
O Recurso Extraordinário (RE) 964659/RS aborda a questão do pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo a servidores públicos, mesmo que trabalhem em uma jornada de trabalho reduzida.
A decisão destaca que é inconstitucional remunerar servidores públicos com um valor inferior ao salário mínimo, independentemente da jornada de trabalho ser reduzida. Isso significa que mesmo que um servidor público trabalhe menos horas, ele tem direito a receber pelo menos o salário mínimo, de acordo com a Constituição Federal.
Essa jurisprudência reforça a proteção dos direitos dos servidores públicos e a garantia de que sua remuneração atenda aos valores mínimos estabelecidos pela lei.
9.37 ADI 4857/DF - Importante
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4857/DF aborda a constitucionalidade do compartilhamento, por meio de convênios, entre estados, o Distrito Federal e municípios, da execução de atividades e serviços públicos federais essenciais. Também discute a adoção de procedimentos simplificados para garantir acontinuidade dessas atividades em situações de greve, paralisação ou operação de retardamento promovida por servidores federais.
Nesse caso, a jurisprudência e a decisão da ADI estabelecem que essa prática é constitucional. Não implica na criação de novos cargos ou autorizações para contratação temporária. Além disso, não delega as atribuições de servidores federais a servidores estaduais, mas envolve o compartilhamento da execução da atividade ou serviço com o objetivo de garantir a continuidade do serviço público em circunstâncias excepcionais ou temporárias. Assim, essa medida será encerrada quando essas circunstâncias deixarem de existir.
É importante destacar que essa jurisprudência é relevante para questões de concursos, pois esclarece que o compartilhamento por meio de convênios em situações específicas é possível, embora a criação de cargos, a contratação temporária ou a transferência de atribuições não sejam permitidas.
9.38 ADPF 764/CE
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 764/CE trata da questão da concessão de benefícios vitalícios a pessoas que ocuparam cargos temporários, como mandato eletivo. O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que conceder pensões vitalícias a viúvas, companheiras e dependentes de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores falecidos durante o exercício do mandato não é compatível com a Constituição Federal.
Isso ocorre porque esses cargos políticos, no âmbito municipal, têm natureza temporária e transitória, não justificando a concessão de benefícios permanentes a ex-ocupantes de tais cargos. Além disso, a prática contraria princípios constitucionais como impessoalidade, moralidade, responsabilidade nos gastos públicos, princípio republicano e igualdade.
Portanto, a jurisprudência do STF reforça que a concessão de benefícios vitalícios a ex-ocupantes de cargos temporários é inconstitucional.
9.39 CC 188.950/TO
O Conflito de Competência (CC) 188.950/TO aborda a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar uma reclamação trabalhista apresentada por um servidor que foi admitido sem concurso público sob o regime celetista antes da Constituição Federal de 1988 (CF/1988). Mesmo que essa reclamação envolva uma acumulação de pedidos relacionados ao período de trabalho sob o regime de contratação temporária.
A jurisprudência estabelece que a Justiça do Trabalho é competente para julgar essa ação. É um tópico importante para provas objetivas, pois esclarece que a jurisprudência permite que a Justiça do Trabalho tenha jurisdição sobre tais casos, independentemente de os pedidos envolverem um período de trabalho sob diferentes regimes de contratação.
10. Direitos Trabalhistas dos Servidores Públicos
Em relação aos direitos trabalhistas dos servidores públicos, a jurisprudência estabelece vários princípios e garantias, incluindo:
· Salário mínimo: Os servidores têm direito a receber um salário mínimo como remuneração mínima.
· Garantia de salário: O salário nunca deve ser inferior ao salário mínimo, mesmo para aqueles que têm uma remuneração variável.
· Décimo terceiro salário: Os servidores públicos têm direito a receber o décimo terceiro salário, conforme determinado por lei.
· Remuneração do trabalho noturno: O trabalho noturno deve ser remunerado de forma superior ao trabalho diurno.
· Salário-família: Os servidores têm direito ao salário-família em relação a seus dependentes, de acordo com critérios definidos por lei.
· Duração do trabalho: A jornada de trabalho não pode exceder 8 horas por dia e 44 horas por semana.
· Repouso semanal remunerado: Os servidores têm direito a um dia de descanso remunerado por semana, preferencialmente aos domingos.
· Remuneração do serviço extraordinário: O serviço extraordinário deve ser remunerado com um adicional de pelo menos 50% em relação ao trabalho normal.
· Férias anuais remuneradas: Os servidores têm direito a férias anuais remuneradas, com um acréscimo de pelo menos um terço do salário normal.
· Licença à gestante: As servidoras gestantes têm direito a uma licença de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
· Licença-paternidade: Os servidores têm direito a licença-paternidade de acordo com os termos definidos em lei.
· Proteção no mercado de trabalho para mulheres: A lei deve oferecer incentivos específicos para proteger o mercado de trabalho das mulheres.
· Redução dos riscos no trabalho: Normas de saúde, higiene e segurança devem ser implementadas para reduzir os riscos inerentes ao trabalho.
· Proibição de discriminação: É proibido diferenciar salários, funções e critérios de admissão com base em gênero, idade ou cor, entre outros motivos.
Isso resume os princípios e garantias dos direitos trabalhistas aplicados aos servidores públicos, destacando a proteção de seus direitos e condições de trabalho.
11. Improbidade Administrativa
11.1 Conceito e Comentários Iniciais
A improbidade administrativa representa um grau agravado de imoralidade, marcando uma situação de extrema gravidade. É importante destacar que nem todo ato ilegal se enquadra como improbidade administrativa. O conceito de improbidade administrativa é rígido, uma vez que está relacionado ao campo do direito sancionador.
A Lei 8.429/92, conhecida como Lei de Improbidade Administrativa, estabelece que a improbidade está diretamente vinculada às ações de agentes públicos no exercício de suas funções em relação a bens e interesses públicos.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) utiliza esse conceito para decidir que abusos cometidos por autoridades policiais em situações envolvendo cidadãos que não estavam desempenhando funções públicas não configuram improbidade administrativa.
A improbidade administrativa encontra amparo constitucional no artigo 37, parágrafo 4º da Constituição Federal, sendo regulamentada pela Lei 8.429/92, a qual passou por modificações com a Lei 14.230.
Vale ressaltar que a Lei 8.429/92 não tem efeito retroativo, ou seja, não se aplica a atos ocorridos antes de sua vigência.
11.2 ADI 7236 - Suspensão da Eficácia
O artigo 1º, parágrafo 8º, da Lei de Improbidade Administrativa estabelece que não caracteriza improbidade ações decorrentes de interpretação divergente da lei, baseadas em jurisprudência, mesmo que não haja unanimidade nessa interpretação nos órgãos de controle ou tribunais do Poder Judiciário. No entanto, esse dispositivo tem sido considerado excessivamente amplo e gerador de insegurança jurídica em relação ao que constitui ou não improbidade administrativa.
Portanto, o artigo 1º, parágrafo 8º, encontra-se com a sua eficácia suspensa.
O artigo 12, parágrafo 1º, estabelece que a sanção de perda da função pública, nas situações previstas nos incisos I e II, afeta apenas o vínculo de mesma natureza que o agente público detinha com o poder público na época da infração, permitindo que, em circunstâncias excepcionais, o juiz estenda a sanção a outros vínculos, considerando as particularidades do caso e a gravidade da infração. Há divergência na interpretação desse dispositivo, e o Ministro Alexandre de Moraes entende que o agente perde o cargo que ocupa no momento do trânsito em julgado.
O artigo 12, parágrafo 10, estabelece a retroatividade na contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, tendo como marco inicial a decisão colegiada, retroagindo até o trânsito em julgado da sentença condenatória.
O artigo 17-B, parágrafo 3º, relacionado ao Acordo de Não Persecução Cível, estabelece a necessidade de ouvir o Tribunal de Contas competente para apurar o valor a ser ressarcido. O Ministro Alexandre de Moraes suspendeu a eficácia desse artigo, considerando que isso condicionaria o exercício do Ministério Público.
O artigo 21, parágrafo 4º, impede o trâmite da ação da Lei de Improbidade se houver absolvição criminal com fundamentos idênticos. No entanto, o Ministro Alexandre de Moraes interpretou que atos que envolvam enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de recursos públicos de partidos políticos ou suas fundações podem ser responsabilizadospela Lei 9.096/95 sem prejudicar a aplicação da Lei de Improbidade, para evitar a violação do princípio da igualdade.
Portanto, é importante considerar essas interpretações e suspensões da eficácia ao tratar de casos de improbidade administrativa.

Continue navegando