@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); CASOS CLÍNICOS - Princípios do diagnóstico e tratamento imediato dos traumatismos alvéolo-dentário e trauma de faceTÓPICO: Avaliação médica-neurológica do paciente, exame clínico sumário e complementar, história de lesões traumáticas prévias e terapêutica medicamentosa e prevenção de tétano e raivaCaso 1. O paciente Paulo deu entrada no hospital, pois sofreu um grave acidente de moto; mesmo estando de capacete, machucou-se bastante e ficou inconsciente. Apresenta abrasões na face e suspeita de fratura mandibular e arco zigomático do lado direito. No hospital, iniciou-se a avaliação secundária de Paulo. Qual é a conduta que o cirurgião bucomaxilofacial deve seguir? Quais exames complementares podem ser solicitados? Quando o tratamento definitivo pode ser iniciado?Resolução: A avaliação secundária de Paulo só pode ser realizada após a finalização da avaliação primária. O politraumatizado é então avaliado minuciosamente e monitorado constantemente. Nesta fase, radiografias e exames laboratoriais complementares são executados, bem como uma avaliação neurológica completa, seguindo a escala de Glasgow. O cirurgião bucomaxilofacial pode solicitar radiografias diversas, que podem ser feitas por ângulos e perspectivas diferentes, a fim de detectar fraturas. No caso da mandíbula pode-se, além da radiografia panorâmica, realizar a incidência de Towne, posteroanterior e incidência lateral oblíqua. As fraturas do terço médio da face, que envolve o arco zigomático, podem ser avaliadas também pelas radiografias pela técnica de Waters, lateral e posteroanterior do crânio. Vale ressaltar que a tomografia computadorizada pode fornecer informações não obtidas nas radiografias planas. Pode ser indicada para casos nos quais não é possível o posicionamento adequado de filmes, bem como nos casos em que é necessário prevenir lesões na cervical. Cabe ao cirurgião se informar sobre a história do traumatismo e história médica do paciente para poder, em seguida, realizar o exame físico detalhado deste. A avaliação da área da face deve ser feita de forma organizada e sequencial. Após a reavaliação e estabilização do paciente, assim que possível, realiza-se o tratamento definitivo para as fraturas faciais. Sempre que as estruturas faciais são traumatizadas, o objetivo de tratamento é a reabilitação máxima do paciente, objetivando-se a rápida cicatrização óssea; retorno da função ocular, mastigatória e nasal; recuperação da fala e um resultado estético e dental aceitável. Cabe ao cirurgião bucomaxilofacial medicar o paciente se necessárioCaso 2. João é um adolescente que adora andar de skate. Ontem, andando de skate, caiu e bateu seu rosto no asfalto. Não procurou atendimento de emergência naquele momento. Contudo, hoje foi procurar ajuda na clínica em que você trabalha, pois, além de ter \u201cralado\u201c a face, próximo à maçã do rosto, estava com inchaço na região e muita dor. Qual é a sua conduta? O que pode ter acontecido? O que pode ser feito para ajudá-lo?Resolução: João é uma vítima de trauma não grave que só procurou ajuda no dia seguinte ao acidente. Nesse caso, você deve levantar a história médica e pregressa do paciente, além da história do trauma. As seguintes perguntas devem ser feitas: \u2022 Quando ocorreu o acidente? \u2022 Como ocorreu o trauma? \u2022 Houve perda de consciência? \u2022 Foi realizado algum tratamento prévio? \u2022 Quais são os sintomas do momento? \u2022 Há dor? Onde? \u2022 Há alteração dos sentidos (visão, audição)? \u2022 Há alteração da oclusão dentária? \u2022 Apresenta dificuldade na abertura da boca? A inspeção da face deve procurar a presença de abrasões, contusões, lacerações e edemas. A palpação detalhada das áreas traumatizadas deve ser realizada de forma bilateral, comparando-se os dois lados da face e procurando-se alterações de contorno da anatomia facial. Radiografias devem ser solicitadas para auxiliar no diagnóstico, buscando diversos ângulos e perspectivas. No caso da mandíbula, pode-se, além da radiografia panorâmica, realizar a incidência de Towne, posteroanterior e incidência lateral oblíqua. Para se detectar fraturas do terço médio da face, pode-se solicitar as radiografias pela técnica de Waters, lateral e posteroanterior do crânio. A tomografia computadorizada, na incidência axial com contraste intravenoso, pode fornecer informações não obtidas nas radiografias planas. Se alguma fratura for encontrada, o paciente deve ser encaminhado para o cirurgião bucomaxilofacial para o correto tratamento. O tratamento de fraturas deve ser executado o mais cedo possível, evitando-se infecções e perda do contorno anatômico, que dificultam a redução anatômica. Assim, o tratamento pode ser realizado de 5 a 15 dias após o trauma, um tempo suficiente para a redução do edema, pois em sua presença, que aumenta nos dois primeiros dias, fica difícil a realização da redução cirúrgica. O paciente também deve ser medicado. No caso de abrasões, prescrever o uso de pomadas antibióticas. A prescrição de antiinflamatórios e antibióticos, caso seja necessário, também deve ser realizada.
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