@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); CASOS CLÍNICOS - Princípios do diagnóstico e tratamento imediato dos traumatismos alvéolo-dentário e trauma de faceTÓPICO: Princípios do diagnóstico e tratamento das fraturas faciaisCaso 1. Paulo, que foi socorrido após sofrer um grave acidente de moto e foi levado ao pronto-socorro do hospital-escola, que é um centro de referência e recebe muitos casos de trauma, com diferentes graus de gravidade. Após a avaliação secundária do paciente, detectou-se uma fratura de mandíbula, além de algumas abrasões na face. Como deve ser feito o exame físico? Quais exames podem ser realizados para confirmar o diagnóstico? Qual é o tratamento adequado?Resolução: Após dar entrada no hospital-escola, vítima de um acidente de moto, o exame clínico da face de Paulo deve ser feito minuciosamente de forma organizada e sequencial, procurando-se traumatismos, incluindo lesões nos tecidos moles. A presença de dor, edema, equimoses, crepitação, hipoestesia, paralisia, má oclusão, distúrbios visuais e assimetrias pode ser indicativa de fraturas faciais. Uma equimose no assoalho bucal pode indicar a fratura da região anterior da mandíbula. A avaliação neurológica da face deve incluir todos os nervos cranianos. Alterações nos movimentos oculares ou acuidade visual podem sugerir traumatismo intracraniano ou trauma direto à órbita. Pupilas desiguais em um paciente letárgico podem indicar lesão ou hemorragia intracraniana ou, ainda, uma perfuração do globo ocular. A função motora dos músculos faciais (VII par craniano-nervo facial) e dos músculos da mastigação (V par nervo trigêmeo) deve ser avaliada, assim como a sensibilidade (V nervo craniano). Lacerações podem causar danos, lesões a nervos importantes, como o facial. A mandíbula deve ser palpada externamente, seguindo as bordas inferiores até a lateral da articulação temporomandibular, prestando atenção à presença de dor. Desnivelamento oclusal, mobilidade dentária e lacerações gengivais devem ser observadas. A presença de desoclusão dental, disfunção, mobilidade anormal, edema local e desvio de linha média na abertura bucal são sinais de fraturas mandibulares. Como no exame clínico detectou-se uma fratura da mandíbula, as seguintes radiografias podem ser realizadas para confirmar o diagnóstico e verificar a extensão do dano: radiografia panorâmica, incidência de Towne, incidência posteroanterior e incidência lateral oblíqua. A tomografia computadorizada também pode ser utilizada. O tratamento consiste nas etapas de redução, fixação e contenção das fraturas. O principal objetivo do tratamento é o restabelecimento da oclusão e da função mastigatória. Cada tipo de fratura mandibular apresenta um tratamento diferenciado e específico, principalmente as fraturas de côndilo, que envolvem a articulação temporomandibular. O primeiro e mais importante passo da correção cirúrgica é reduzir apropriadamente a fratura ou colocar os segmentos individuais em relação adequada com outras lesões que necessitam de intervenção mais urgente. O tratamento básico consiste na estabilização primária, tratamento dos tecidos moles e estabilização de oclusão satisfatória do paciente. Prescrição de antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos também deve ser realizada. As abrasões devem ser limpas e tratadas com pomadas antibióticas.Caso 2.Paciente, gênero masculino, 16 anos, melanoderma, procurou atendimento hospitalar queixando-se de dificuldade de abertura bucal e dor na região da mandíbula. O paciente referiu ter caído andando de skate. O exame físico extrabucal mostrou edema importante em terço inferior de face à direita, assimetria facial, trismo severo e desvio acentuado da mandíbula para o lado contralateral. No exame clínico intrabucal constatou-se alteração de oclusão significativa. Qual é o provável diagnóstico? Que exame radiográfico pode ser indicado? Qual é o tratamento? Resolução: Com base nos achados clínicos, após o exame físico, o provável diagnóstico é o de fratura mandibular. No entanto, as radiografias panorâmicas, lateral oblíqua da mandíbula e posteroanterior da mandíbula devem ser realizadas para confirmação do diagnóstico. Assim também se determina o tipo de fratura e sua extensão, a fim de se planejar o tratamento cirúrgico, que provavelmente será a redução cruenta e fixação com placas e parafusos de titânio em ambiente hospitalar.
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