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elaborado por @fredsmcezar TEORIA DO CRIME 1. CONCEITO DE CRIME .................................................................................................................................................................. 8 1.3.1 TEORIA QUADRIPARTIDA .......................................................................................................................................... 8 1.3.2 TEORIA BIPARTIDA ................................................................................................................................................... 8 1.3.3 TEORIA TRIPARTIDA .................................................................................................................................................. 9 2. TEORIAS DA CONDUTA ............................................................................................................................................................ 11 2.1 TEORIA CLÁSSICA - CAUSALISTA – NATURALÍSTICA – MECANICISTA - CAUSAL .......................................................... 11 2.1.1 A TEORIA CAUSALISTA E SUAS CRÍTICAS .............................................................................................................. 12 2.2 TEORIA CAUSAL-VALORATIVA (TELEOLÓGICA, NEOKANTISMO, BADEN, MEZGER) ...................................................... 12 2.3 TEORIA FINALISTA (WELZEL) .......................................................................................................................................... 13 2.4 TEORIA CIBERNÉTICA ...................................................................................................................................................... 14 2.5 TEORIA SOCIAL ................................................................................................................................................................ 14 2.6 TEORIA JURÍDICO-PENAL ................................................................................................................................................ 15 2.7 TEORIA DA AÇÃO SIGNIFICATIVA ................................................................................................................................... 15 2.8 TEORIA FUNCIONALISTA DA AÇÃO .................................................................................................................................. 15 2.9 TEORIA PESSOAL OU PERSONALISTA DE AÇÃO ............................................................................................................ 15 2.10 TEORIA CONSTITUCIONAL DA AÇÃO (LUIZ FLÁVIO GOMES) ...................................................................................... 15 2.11 TEORIA NEGATIVA DA AÇÃO ....................................................................................................................................... 16 3. AUSÊNCIA DE CONDUTA .......................................................................................................................................................... 17 3.1 ATOS INSTINTIVOS E AUTOMÁTICOS (AÇÃO EM CURTO-CIRCUITO) ............................................................................. 17 4. CRIME DOLOSO ........................................................................................................................................................................ 18 4.1 REFLEXÕES ACERCA DA NATUREZA DO DOLO (PAULO CÉZAR BUSATO) ...................................................................... 18 4.1.1 AS SUPERADAS TEORIAS ONTOLÓGICAS DO DOLO .............................................................................................. 18 4.1.2 AS TEORIAS NORMATIVAS DO DOLO ..................................................................................................................... 19 4.2 ELEMENTOS DO DOLO .................................................................................................................................................... 19 4.2.1 DOLO SEM VONTADE .............................................................................................................................................. 20 4.3 TEORIAS DO DOLO .......................................................................................................................................................... 20 4.3.1 TEORIAS ADOTADAS PELO CÓDIGO PENAL ........................................................................................................... 20 4.4 ESPÉCIES DE DOLO ......................................................................................................................................................... 21 4.4.1 DOLO DIRETO DE PRIMEIRO GRAU ........................................................................................................................ 21 4.4.2 DOLO DIRETO DE SEGUNDO GRAU ........................................................................................................................ 21 4.4.3 DOLO DIRETO DE TERCEIRO GRAU ........................................................................................................................ 22 4.4.4 DOLO INDIRETO - INDETERMINADO ....................................................................................................................... 22 4.5 CRIME PRETERDOLOSO (PRETERINTENCIONAL) ............................................................................................................ 27 4.5.1 CRIME PRETERDOLOSO x AGRAVANTES ................................................................................................................ 29 4.6 DOLO DE ÍMPETO ............................................................................................................................................................ 29 4.7 DOLO DE DANO x DOLO DE PERIGO ............................................................................................................................... 29 4.8 DOLO GENÉRICO x ESPECÍFICO ....................................................................................................................................... 29 4.9 DOLO NORMATIVO x DOLO NATURAL ............................................................................................................................ 29 5. CRIME CULPOSO ...................................................................................................................................................................... 31 5.1 FUNDAMENTO DA PUNIBILIDADE DA CULPA .................................................................................................................. 31 elaborado por @fredsmcezar 5.2 PRINCÍPIO DA EXCEPCIONALIDADE ................................................................................................................................ 31 5.3 ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO .................................................................................................................................. 31 5.4 MODALIDADES DE CULPA ............................................................................................................................................... 32 5.4.1 IMPRUDÊNCIA ......................................................................................................................................................... 32 5.4.2 NEGLIGÊNCIA .......................................................................................................................................................... 32 5.4.3 IMPERÍCIA ............................................................................................................................................................... 32 5.5 ESPÉCIES DE CULPA ....................................................................................................................................................... 33 5.5.1 CULPA CONSCIENTE - COM PREVISÃO - EX LASCÍVIA ...........................................................................................33 5.5.2 CULPA INCONSCIENTE - SEM PREVISÃO - EX IGNORANTIA .................................................................................. 33 5.5.3 CULPA IMPRÓPRIA - CULPA POR EXTENSÃO - POR ASSIMILAÇÃO OU EQUIPARAÇÃO ........................................ 33 5.5.4 CULPA MEDIATA OU INDIRETA ............................................................................................................................... 34 5.5.5 CULPA PRESUMIDA: VEDADA ................................................................................................................................. 34 5.6 COMPENSAÇÃO DE CULPAS: VEDADA ............................................................................................................................ 34 5.7 CONCORRÊNCIA DE CULPAS ........................................................................................................................................... 34 5.8 AGRAVANTES x CRIME CULPOSO ................................................................................................................................... 35 5.9 CAUSAS DE AUMENTO x CRIME CULPOSO ..................................................................................................................... 35 5.10 GRAUS DE CULPA ....................................................................................................................................................... 35 5.11 INSTITUTOS COMPATÍVEIS E INCOMPATÍVEIS COM O CRIME CULPOSO .................................................................. 35 5.11.1 CRIMES OMISSIVOS................................................................................................................................................ 35 5.12 PRINCÍPIO DA CONFIANÇA .......................................................................................................................................... 35 6. CRIMES OMISSIVOS ................................................................................................................................................................. 36 6.1 RECAPITULANDO AS TEORIAS DA AÇÃO......................................................................................................................... 36 6.1.1 TEORIA CLÁSSICA - CAUSALISTA – NATURALÍSTICA – MECANICISTA – CAUSAL (LISZT) .................................... 36 6.1.2 TEORIA CAUSAL-VALORATIVA (TELEOLÓGICA, NEOKANTISMO E BADEN, MEZGER) ............................................ 36 6.1.3 FINALISMO (WELZEL) ............................................................................................................................................. 36 6.1.4 TEORIA NEGATIVA DA AÇÃO ................................................................................................................................... 37 6.2 TEORIAS ACERCA DA OMISSÃO ...................................................................................................................................... 37 6.3 INTERRUPÇÃO DE ESFORÇOS DE SALVAMENTO ............................................................................................................ 37 6.4 RELEVÂNCIA DA OMISSÃO .............................................................................................................................................. 38 6.5 CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS .................................................................................................................................. 39 6.5.1 A FIGURA DO GARANTIDOR .................................................................................................................................... 40 6.5.2 HOMICÍDIOS CULPOSO POR OMISSÃO IMPRÓPRIA ............................................................................................... 42 6.5.3 HOMICÍDIO DOLOSO POR OMISSÃO IMPRÓPRIA ................................................................................................... 42 6.5.4 ERRO DE TIPO SOBRE A POSIÇÃO DE GARANTIDOR ............................................................................................. 42 6.5.5 ATIPICIDADE ........................................................................................................................................................... 42 6.6 CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS ...................................................................................................................................... 43 6.6.1 OMISSÃO DE SOCORRO .......................................................................................................................................... 44 6.6.2 ART. 64 DO DCD ..................................................................................................................................................... 44 6.6.3 OMISSÃO DE CAUTELA – ESTATUTO DO DESARMAMENTO - Lei nº 10.826/2003 ................................................. 44 6.6.4 APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA ............................................................................................................ 44 6.6.5 ART. 68 DA LEI 9.605/98 ......................................................................................................................................... 45 6.6.6 TORTURA MEDIANTE OMISSÃO .............................................................................................................................. 45 6.6.7 CRIME OMISSIVO PRÓPRIO CULPOSO ................................................................................................................... 45 6.7 COAUTORIA EM CRIMES OMISSIVOS .............................................................................................................................. 46 6.8 PARTICIPAÇÃO EM CRIMES OMISSIVOS ......................................................................................................................... 46 elaborado por @fredsmcezar 6.9 ERRO MANDAMENTAL ..................................................................................................................................................... 47 6.10 EXEMPLO FINAL SOBRE A POSSIBILIDADE DE DIFERENTES ADEQUAÇÕES TÍPICAS PARA UM MESMO FATO A DEPENDER DA QUALIDADE DO AGENTE ...................................................................................................................................... 47 7. ITER CRIMINIS .......................................................................................................................................................................... 48 7.1 COGITAÇÃO (INTERNA) .................................................................................................................................................... 48 7.2 PREPARAÇÃO (EXTERNA) ................................................................................................................................................ 48 7.2.1 PREPARAÇÃO PUNÍVEL (CRIMES-OBSTÁCULOS) ................................................................................................... 48 7.3 EXECUÇÃO (EXTERNA) .................................................................................................................................................... 49 7.3.1 TEORIA SUBJETIVA ................................................................................................................................................. 49 7.3.2 TEORIA OBJETIVA .................................................................................................................................................. 49 7.4 CONSUMAÇÃO (EXTERNA) .............................................................................................................................................. 49 7.5 EXAURIMENTO ................................................................................................................................................................ 50 7.6 PREPARAÇÃO, EXECUÇÃO E O PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃOOU ABSORÇÃO ................................................................. 50 8. TENTATIVA – CONATUS ............................................................................................................................................................ 52 8.1 ELEMENTOS DA TENTATIVA ............................................................................................................................................ 52 8.2 ADEQUAÇÃO TÍPÍCA DA TENTAIVA .................................................................................................................................. 52 8.3 TEORIAS SOBRE A PUNIBILIDADE DA TENTATIVA ......................................................................................................... 53 8.3.1 EXCEÇÃO: TEORIA SUBJETIVA ................................................................................................................................ 54 8.4 PENA DA TENTATIVA ....................................................................................................................................................... 54 8.5 CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA ........................................................................................................................ 55 8.5.1 TENTATIVA: CRIMES UNISSUBSISTENTES E PLURISSUBSISTENTES .................................................................... 56 8.5.2 “TENTATIVA” DE CONTRAVENÇÃO PENAL E FALTA GRAVE (LEP) ......................................................................... 57 8.5.3 “TENTATIVA” DE TRÁFICO DE DROGAS .................................................................................................................. 57 8.5.4 CRIMES DE ATENTADO / CRIMES DE EMPREENDIMENTO ..................................................................................... 58 8.5.5 “TENTATIVA” DE ROUBO OU FURTO – APPREHENSIO / AMOTIO ........................................................................... 58 8.6 CRIMES OMISSIVOS: TENTATIVA? .................................................................................................................................. 59 8.7 CULPA IMPRÓPRIA E TENTATIVA .................................................................................................................................... 59 8.8 LATROCÍNIO E TENTATIVA ............................................................................................................................................... 59 8.9 TENTATIVA BRANCA (INCRUENTA) x VERMELHA (CRUENTA) ........................................................................................ 60 8.10 TENTANTIVA PERFEITA x IMPERFEITA ........................................................................................................................ 60 9. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ....................................................................................................... 62 9.1.1 OBSERVAÇÕES (ANA PAULA VIEIRA) ..................................................................................................................... 63 9.2 TENTATIVA QUALIFICADA ............................................................................................................................................... 64 9.3 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ x LEI DE TERRORISMO ....................................................... 64 10. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ...................................................................................................................................................... 65 10.1 DA VOLUNTARIEDADE DA DESISTÊNCIA .................................................................................................................... 66 11. ARREPENDIMENTO EFICAZ....................................................................................................................................................... 67 12. ARREPENDIMENTO POSTERIOR [PONTE DE PRATA] ............................................................................................................... 69 12.1 REQUISITOS DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR ....................................................................................................... 70 12.2 EXEMPLOS .................................................................................................................................................................. 71 12.3 FUNDAMENTOS ........................................................................................................................................................... 72 12.4 COMUNICABILIDADE DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR NO CONCURSO DE PESSOAS .......................................... 72 12.5 CRITÉRIO PARA REDUÇÃO DA PENA ........................................................................................................................... 72 12.6 RECUSA DO OFENDIDO EM ACEITAR A REPARAÇÃO / RESTITUIÇÃO ......................................................................... 72 12.7 ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM CRIMES AMBIENTAIS ........................................................................................ 72 elaborado por @fredsmcezar 12.8 PECULATO E A REPARAÇÃO DO DANO ....................................................................................................................... 73 12.9 JECRIM E COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS ............................................................................................................... 73 12.10 APROPRIAÇAÕ INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA (art. 168-A) ............................................................................................. 74 12.11 PAGAMENTO DE TRIBUTO APÓS RECEBIMENTO DA DENÚNCIA (REGRA ESPECIAL) ................................................ 74 12.12 SÚMULA 554 STF – CHEQUE “SEM FUNDO”............................................................................................................... 74 13. CRIMES IMPOSSÍVEL ............................................................................................................................................................... 76 13.1 TEORIAS ...................................................................................................................................................................... 77 13.2 ESPÉCIES DE CRIME IMPOSSÍVEL .............................................................................................................................. 77 13.3 MOMENTO ADEQUADO PARA A AFERIÇÃO DA INIDONEIDADE .................................................................................. 78 13.4 ASPECTOS PROCESSUAIS ........................................................................................................................................... 78 13.5 CRIME PUTATIVO x CRIME IMPOSSÍVEL ..................................................................................................................... 78 13.6 ESPÉCIES DE CRIMES PUTATIVOS .............................................................................................................................. 78 13.7 SISTEMA DE VIGILÂNCIA ............................................................................................................................................. 79 14. RESULTADO .............................................................................................................................................................................. 80 14.1 CONCEITO .................................................................................................................................................................... 80 14.2 RESULTADO JURÍDICO x RESULTADO NATURALÍSTICO............................................................................................. 80 14.3 CRIMES FORMAIS, MATERIAIS E DE MERA CONDUTA ............................................................................................... 80 14.3.1 CRIMESMATERIAIS ................................................................................................................................................ 80 14.3.2 CRIMES FORMAIS ................................................................................................................................................... 81 14.3.3 CRIMES DE MERA CONDUTA .................................................................................................................................. 81 15. NEXO DE CAUSALIDADE ........................................................................................................................................................... 82 15.1 TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS - TEORIA DA CONDITIO SINE QUA NON ........................ 82 15.1.1 CRÍTICA ................................................................................................................................................................... 83 15.2 TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA - TEORIA DA CONDIÇÃO QUALIFICADA – TEORIA INDIVIDUALIZADORA ..... 83 15.3 TEORIA DA RELEVÂNCIA CAUSAL ............................................................................................................................... 83 15.4 TEORIA DA CONDIÇÃO MAIS EFICAZ OU ATIVA .......................................................................................................... 84 15.5 TEORIA DA QUALIDADE DO EFEITO OU DA CAUSA EFICIENTE ................................................................................... 84 15.6 TEORIA DO EQUILÍBRIO OU DA PREPONDERÂNCIA .................................................................................................... 84 15.7 TEORIA DA CAUSA PRÓXIMA ...................................................................................................................................... 84 15.8 TEORIA DO ESCOPO DA NORMA JURÍDICA VIOALDA ................................................................................................. 84 15.9 TEORIA DA CAUSA HUMANA ....................................................................................................................................... 85 15.10 TEORIA DA CONDIÇÃO INUS OU TEORIA DA CONDIÇÃO MÍNIMA .............................................................................. 85 15.11 TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA ............................................................................................................................. 85 15.11.1 ROXIN (FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO/MODERADO) ...................................................................................... 87 15.11.1.1 DIMINUIÇÃO DO RISCO.................................................................................................................................. 87 15.11.1.2 CRIAÇÃO DE UM RISCO JURIDICAMENTE RELEVANTE ................................................................................. 88 15.11.1.3 AUMENTO DO RISCO PERMITIDO .................................................................................................................. 88 15.11.1.4 ESFERA DE PROTEÇÃO DA NORMA DE CUIDADO ......................................................................................... 88 15.11.2 JAKÖBS (FUNCIONALISMO SISTÊMICO OU RADICAL) ....................................................................................... 89 15.11.2.1 RISCO PERMITIDO ......................................................................................................................................... 89 15.11.2.2 PRINCÍPIO DA CONFIANÇA............................................................................................................................. 89 15.11.2.3 PROIBIÇÃO DE REGRESSO ............................................................................................................................. 90 15.11.2.4 COMPETÊNCIA OU CAPACIDADE DA VÍTIMA ................................................................................................. 90 16. CONCAUSAS ............................................................................................................................................................................. 91 16.1 CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE ......................................................................................................... 91 elaborado por @fredsmcezar 16.1.1 CAUSA PREEXISTENTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE ................................................................................... 91 16.1.2 CAUSA CONCOMITANTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE ................................................................................. 91 16.1.3 CAUSA SUPERVENIENTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE ................................................................................ 92 16.2 CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE ........................................................................................................... 92 16.2.1 CAUSA PREEXISTENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE ..................................................................................... 92 16.2.2 CAUSA CONCOMITANTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE .................................................................................. 92 16.2.3 CAUSA SUPERVENIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE .................................................................................. 93 16.3 DUPLA CAUSALIDADE ................................................................................................................................................. 95 17. TIPICIDADE ............................................................................................................................................................................... 96 17.1 TIPICIDADE FORMAL ................................................................................................................................................... 96 17.2 TIPICIDADE MATERIAL ................................................................................................................................................ 96 17.2.1 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ............................................................................................................................. 96 17.2.2 INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA ....................................................................................................................... 98 17.2.3 INAPLICABILIDADE DA INSIGNIFICÂNCIA ............................................................................................................... 99 17.2.4 APLICABILIDADE DA INSIGNIFICÂNCIA ................................................................................................................. 101 17.3 TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE (ZAFFARONI) .............................................................................................. 103 17.3.1 CRÍTICA ................................................................................................................................................................. 103 17.4 FORMAS DE ADEQUAÇÃO TÍPICA .............................................................................................................................. 103 17.4.1 DIRETA – IMEDIATA (ADEQUAÇÃO TÍPICA DE SUBORDINAÇÃO IMEDIATA OU DIRETA) ..................................... 103 17.4.2 INDIRETA/MEDIATA - (ADEQUAÇÃO TÍPICA DE SUBORDINAÇÃO MEDIATA OU INDIRETA OU POR DUPLA VIA) 103 18. ILICITUDE................................................................................................................................................................................ 105 18.1 ILICITUDE E ANTIJURICIDADE: SINÔNIMOS? ............................................................................................................ 105 18.2 DA UNICIDADE DA ILICITUDE OU CONCEPÇÃO UNITÁRIA ........................................................................................ 105 18.3 1ª FASE: TEORIADO TIPO AVALORADO / ACROMÁTICO - FUNÇÃO DESCRITIVA DO TIPO PENAL (BINDING. 1906) 105 18.4 2ª FASE: TEORIA RATIO COGNOSCENDI - MAX ERNST MAYER (1915) - BRASIL ..................................................... 105 18.5 3ª FASE: MEZGER (TEORIA DA RATIO ESSENDI) ...................................................................................................... 106 18.6 TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS DO TIPO ....................................................................................................... 106 19. CAUSAS DE EXCLUSÃO DE ILICITUDE, CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO OU DESCRIMINANTES ................................................. 107 19.1 EFEITOS DAS EXCLUDENTES .................................................................................................................................... 108 19.2 EXCESSO PUNÍVEL .................................................................................................................................................... 108 19.2.1 ERRO ESCUSÁVEL (INVENCÍVEL - INEVITÁVEL) X ERRO VENCÍVEL (INESCUSÁVEL) .......................................... 109 20. ESTADO DE NECESIDADE ....................................................................................................................................................... 110 20.1 ELEMENTOS ............................................................................................................................................................. 111 20.2 NATUREZA JURÍDICA DO ESTADO DE NECESSIDADE ............................................................................................. 112 20.3 TEORIA UNITÁRIA – CÓDIGO PENAL ......................................................................................................................... 112 20.4 TEORIA DIFERENCIADORA – CÓDIGO PENAL MILITAR ............................................................................................. 112 20.5 ESTADO DE NECESSIDADE DEFENSIVO .................................................................................................................... 113 20.5.1 ATAQUE DE CACHORRO: ESTADO DE NECESSIDADE x LEGÍTIMA DEFESA ......................................................... 113 20.6 ESTADO DE NECESSIDADE AGRESSIVO ................................................................................................................... 113 20.7 ESTADO DE NECESSIDADE PUTATIVO ...................................................................................................................... 114 20.8 COEXISTÊNCIA ENTRE ESTADO DE NECESSIDADE E LEGÍTIMA DEFESA ................................................................. 114 20.9 ESTADO DE DEFESA x LEGÍTIMA DEFESA ................................................................................................................. 114 20.10 ESTADO DE NECESSIDADE RECÍPROCO .................................................................................................................. 114 21. LEGÍTIMA DEFESA .................................................................................................................................................................. 115 21.1 REQUISITOS CUMULATIVOS: .................................................................................................................................... 116 elaborado por @fredsmcezar 21.2 ELEMENTOS OBJETIVOS ........................................................................................................................................... 116 21.3 ELEMENTOS SUBJETIVOS – REQUISITOS DA LEGÍTIMA DEFESA ............................................................................. 117 21.4 LEGÍTIMA DEFESA AGRESSIVA OU ATIVA ................................................................................................................. 117 21.5 LEGÍTIMA DEFESA DEFENSIVA OU PASSIVA............................................................................................................. 117 21.6 LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA – IMAGINÁRIA ............................................................................................................ 117 21.6.1 DESCRIMINANTES PUTATIVAS ............................................................................................................................. 118 21.7 LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA ................................................................................................................................. 119 21.7.1 EXCESSO INTENSIVO x EXTENSIVO ...................................................................................................................... 119 21.8 LEGÍTIMA DEFESA RECÍPROCA ................................................................................................................................. 120 21.9 ABERRATIO ICTUS E LEGÍTIMA DEFESA ................................................................................................................... 120 21.10 LEGÍTIMA DEFESA CONTRA PESSOA JURÍDICA ........................................................................................................ 120 21.11 LEGÍTIMA CONTRA A MULTIDÃO .............................................................................................................................. 121 21.12 INCLUSÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO (LEI 13.964/2019) ............................................................................................. 121 21.13 LEGÍTIMA DEFESA: COMPATIBILIDADES E INCOMPATIBILIDADES .......................................................................... 121 22. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL .......................................................................................................................... 123 22.1 DEVER LEGAL ............................................................................................................................................................ 123 22.2 DESTINATÁRIO DA EXCLUDENTE .............................................................................................................................. 124 22.3 LIMITES DA EXCLUDENTE ......................................................................................................................................... 124 22.4 ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL E CRIMES CULPOSOS ......................................................................... 124 22.5 COMUNICABILIDADE DA EXCLUDENTE DA ILICITUDE .............................................................................................. 124 23. EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO ......................................................................................................................................... 125 23.1 LESÕES EM ATIVIDADES ESPORTIVAS ..................................................................................................................... 125 23.2 INTERVENÇÕES MÉDICAS OU CIRÚRGICAS .............................................................................................................. 125 23.3 OFENDÍCULOS ........................................................................................................................................................... 125 24. CAUSAS SUPRALEGAIS DE JUSTIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 127 24.1 CONSENTIMENTO DO OFENDIDO .............................................................................................................................. 127 25. CULPABILIDADE ..................................................................................................................................................................... 129 25.1 CULPABILIDADE ENQUANTO ELEMENTO DO CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME (JUÍZO DE REPROVABILIDADE) ... 129 25.2 CULPABILIDADE ENQUANTO CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL .........................................................................................130 25.3 TEORIAS DA CULPABILIDADE ................................................................................................................................... 130 25.3.1 TEORIA PSICOLÓGICA ........................................................................................................................................... 130 25.3.2 TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA – REINHART FRANK ..................................................................................... 131 25.3.3 TEORIA NORMATIVO PURA ................................................................................................................................... 133 25.3.3.1 TEORIA EXTREMADA OU ESTRITA DA CULPABILIDADE .............................................................................. 134 25.3.3.2 TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE (ADOTADA PELO CP) ..................................................................... 134 25.4 IMPUTABILIDADE ...................................................................................................................................................... 135 25.4.1 CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE........................................................................................................................... 135 25.4.2 CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DA IMPUTABILIDADE ...................................................................................... 135 25.4.2.1 LEI DE DROGAS ............................................................................................................................................ 136 25.4.3 EMBRIAGUEZ ........................................................................................................................................................ 137 25.4.3.1 TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA ........................................................................................................... 138 25.4.4 EMOÇÃO OU PAIXÃO ............................................................................................................................................ 138 25.5 POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE .................................................................................................................. 138 25.5.1 ERRO DE PROIBIÇÃO............................................................................................................................................. 138 25.6 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA CONFORME O DIREITO .............................................................................................. 139 elaborado por @fredsmcezar 26. TEORIA DO TERRO .................................................................................................................................................................. 141 26.1 ERRO DE TIPO x ERRO DE PROBIÇÃO ....................................................................................................................... 141 26.2 ERRO DE TIPO ESSENCIAL ........................................................................................................................................ 141 26.2.1 INVENCÍVEL, INEVITÁVEL ou ESCUSÁVEL ............................................................................................................ 143 26.2.2 VENCÍVEL, EVITÁVEL OU INESCUSÁVEL ............................................................................................................... 143 26.2.3 ERRO DE TIPO E A TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS DO TIPO.................................................................... 144 26.2.4 ERRO DE TIPO PSIQUICAMENTE CONDICIONADO ................................................................................................ 145 26.3 ERRO DE TIPO ACIDENTAL ........................................................................................................................................ 145 26.3.1 ERRO NA EXECUÇÃO – ABERRATIO ICTUS ........................................................................................................... 145 26.3.2 ERRO SOBRE A PESSOA – ERROR IN PERSONAE ................................................................................................. 147 26.3.3 ABERRATIO CRIMINIS - ABERRATIO DELICTI (ART. 74) – RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO ................... 147 26.3.4 ERRO SOBRE O OBJETO ...................................................................................................................................... 148 26.3.5 ERRO SOBRE CURSO CAUSAL – ABERRATIO CAUSAE ........................................................................................ 148 26.4 ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO (ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO) ....................................................................... 149 26.4.1 ERRO MANDAMENTAL .......................................................................................................................................... 151 26.5 ERRO DE PROIBIÇÃO DE INDIRETO – ERRO DE PERMISSÃO .................................................................................... 151 26.5.1 TEORIA EXTREMADA OU ESTRITA DA CULPABILIDADE ....................................................................................... 152 26.5.2 TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE (ADOTADA PELO CP) ............................................................................. 153 26.5.3 ERRO MANDAMENTAL .......................................................................................................................................... 153 elaborado por @fredsmcezar 1. CONCEITO DE CRIME 1.1 CONCEITO MATERIAL/SUBSTANCIAL De acordo com esse critério, crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. Essa fórmula leva em conta a relevância do mal produzido aos interesses e valores selecionados pelo legislador como merecedores da tutela penal. Destina-se a orientar a formulação de políticas criminais, funcionando como vetor ao legislador, incumbindo-lhe a tipificação como infrações penais exclusivamente das condutas que causarem danos ou ao menos colocarem em perigo bens jurídicos penalmente relevantes, assim reconhecidos pelo ordenamento jurídico. 1 1.2 CONCEITO FORMAL/LEGAL2 Segundo esse critério, o conceito de crime é o fornecido pelo legislador. Em que pese o Código Penal não conter nenhum dispositivo estabelecendo o que se entende por crime, tal tarefa ficou a cargo do art. 1.º da Lei de Introdução ao Código Penal: Art. 1º Considera-se: CRIME a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; CONTRAVENÇÃO, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. A Lei de Introdução ao Código Penal fornece um conceito genérico de crime, aplicável sempre que não existir disposição especial em sentido contrário. Além disso, a sua finalidade precípua não é dizer sempre o que se entende por crime, mas diferenciá-lo da contravenção penal. O art. 1.º da Lei de Introdução ao Código Penal permite, assim, a definição de conceito diverso de crime por leis extravagantes, reservando-se a sua aplicação para casos omissos. A distinção entre crime e contravenção penal é de grau, quantitativa (quantidade da pena), e também qualitativa (qualidade da pena) e não ontológica. O Direito Penal brasileiro acolheu um sistema dicotômico, ao fracionar o gênero infração penal em duas espécies: crime ou delito e contravenção penal. INFRAÇÃO PENAL (gênero) CRIME CONTRAVENÇÃO Outros países, como Alemanha e França, adotaram um sistema tricotômico: crimes seriam as infrações mais graves, delitos as intermediárias e por último, as contravenções penais albergariam as de menor gravidade. 1.3 CONCEITO ANALÍTICO/EXTRATIFICADO O mais importante, nesse contexto, é perceber que a estrutura analíticado crime não se liga necessariamente à adoção da concepção finalista, causalista, social ou funcional da ação delituosa.3 1.3.1 TEORIA QUADRIPARTIDA FATO TÍPICO + ILICITUDE + CULPABILIDADE + PUNIBILIDADE Basileu Garcia sustentava ser o crime composto por quatro elementos: fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Essa posição quadripartida é claramente minoritária e deve ser afastada, pois a punibilidade não é elemento do crime, mas consequência da sua prática. Não é porque se operou a prescrição de determinado crime, por exemplo, que ele desapareceu do mundo fático. Portanto, o crime existe independentemente da punibilidade. 1.3.2 TEORIA BIPARTIDA 4 FATO TÍPICO + ILICITUDE Há autores que entendem o crime como fato típico e ilícito. Constam desse rol René Ariel Dotti, Damásio E. de Jesus e Julio Fabbrini Mirabete, entre outros. A culpabilidade deve ser excluída da composição do crime, uma vez que se trata de pressuposto de aplicação da pena. • Os partidários da teoria tripartida BIPARTIDA do delito consideram a culpabilidade como pressuposto da pena e não elemento do crime. (errada) VUNESP - 2018 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA 1 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 230 2 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 230 3 2020. Manual de Direito Penal - Guilherme de Souza Nucci, p. 221 4 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 236 elaborado por @fredsmcezar Juarez Tavares: “o isolamento da culpabilidade do conceito de delito representa uma visão puramente pragmática do Direito Penal, subordinando-o de modo exclusivo à medida penal e não aos pressupostos de sua legitimidade”.5 A teoria bipartida do crime (típico + ilícito) é incompatível coma teoria causalista da conduta. Na teoria causalista, dolo e culpa estão alocados na culpabilidade. Daí concluir que adota-se, necessariamente, o conceito tripartido do crime (fato típico, ilícito e culpável). A teoria bipartida relaciona-se intimamente com a teoria finalista da conduta.6 Claus Roxin privilegia um conceito bipartido do delito, em que se consideram seus elementos fundamentais dois juízos de valor: o INJUSTO PENAL (fato típico + ilicitude) e a responsabilidade, que inclui a culpabilidade.7 Para a teoria dos elementos negativos do tipo, assim como para a teoria bipartida de fato punível, matar alguém em situação de legítima defesa constitui fato atípico; (certa) 2011 - MPE-PR Fábio Roque explica que o menor de 18 anos, segundo a teoria bipartida, cometeria crime, mas não receberia a pena por falta de imputabilidade. Diferentemente, na teoria tripartida, o menor de 18 anos não comete crime exatamente porque a culpabilidade é um elemento do crime e a menoridade significa ausência de culpabilidade. 1.3.3 TEORIA TRIPARTIDA FATO TÍPICO + ILICITUDE + CULPABILIDADE Nélson Hungria, Aníbal Bruno, E. Magalhães Noronha, Francisco de Assis Toledo, Cezar Roberto Bitencourt e Luiz Regis Prado adotam a posição tripartida. • Os partidários da teoria tripartida do delito consideram elementos do crime a tipicidade, a antijuricidade e a punibilidade CULPABILIDADE. (errada) VUNESP - 2018 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA A distinção entre os perfis clássico e finalista reside, principalmente, na alocação do dolo e da culpa, e não em um sistema bipartido ou tripartido relativamente à estrutura do delito. 8 • É correto afirmar que a estrutura analítica do crime se liga, necessariamente, à adoção da concepção finalista, causalista ou social da ação delituosa. (errada) 2009 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA Na estrutura clássica, DOLO E CULPA estão alocados no campo da CULPABILIDADE. • O dolo, na escola clássica, deixou de ser elemento integrante da culpabilidade, deslocando-se para a conduta, já que ação e intenção são indissociáveis. (errada) VUNESP - 2018 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA Na estrutura finalista, DOLO E CULPA estão alocados no campo da TIPICIDADE. Nota-se que a teoria finalista da conduta coincide com TEORIA NORMATIVA PURA que diz respeito à CULPABILIDADE. A teoria normativa pura, a fim de tipificar uma conduta, desloca a análise do dolo ou da culpa para o fato típico, transformando a culpabilidade em um juízo de reprovação social incidente sobre o fato típico e antijurídico e sobre seu autor. (certa) FUMARC - 2018 - PC-MG - DELEGADO DE POLÍCIA • O dolo pertence à conduta, tendo como seus componentes a intencionalidade (elemento volitivo) e a previsão do resultado (elemento intelectual). A potencial consciência da ilicitude, que é um dos elementos normativos da culpabilidade, não integra o dolo. (certa) MPE-MG – 2010 • Segundo a teoria normativa pura, a fim de tipificar uma conduta, ingressa-se na análise do dolo ou da culpa, que se encontram, pois, na tipicidade, e não, na culpabilidade. A culpabilidade, dessa forma, é um juízo de reprovação social, incidente sobre o fato típico e antijurídico e sobre seu autor. (certa) CESPE - 2010 – DPU • Conforme a teoria normativa pura, a culpabilidade não se exaure na relação de desconformidade substancial entre ação e ordenamento jurídico, mas fundamenta a reprovação pessoal contra o autor, no sentido de este não ter omitido a ação antijurídica quando ainda podia. (certa) CESPE - 2012 - TJ-PI - JUIZ • A teoria normativa pura manteve no conceito de culpabilidade os elementos normativos da imputabilidade e da a exigibilidade de conduta diversa, sendo que o elemento psicológico da potencial consciência da ilicitude foi incluído na análise do dolo, que foi deslocado para o conceito de tipicidade penal. (errada) 2014 - MPE-PR 1.4 CRITÉRIO ADOTADO PELO CÓDIGO PENAL9 O Código Penal de 1940, em sua redação original, acolhia um conceito tripartido de crime, relacionado com o sistema clássico. Eram, portanto, elementos do crime o fato típico, a ilicitude e a culpabilidade. A situação mudou com a edição da Lei 7.209/1984, responsável pela redação da nova Parte Geral do Código Penal. A partir de então, fica a impressão de ter sido adotado um conceito bipartido de crime, ligado obrigatoriamente à teoria finalista da conduta. 5 1980. Teorias do Delito, Juarez Tavares p. 109). 6 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 236 7 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 149 8 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 236 9 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 237 elaborado por @fredsmcezar No Título II da Parte Geral o Código Penal trata “Do Crime”, enquanto logo em seguida, no Título III, cuida “Da Imputabilidade Penal”. Dessa forma, crime é o fato típico e ilícito, independentemente da culpabilidade, que tem a imputabilidade penal como um dos seus elementos. O crime existe sem a culpabilidade, bastando seja o fato típico e revestido de ilicitude. Em igual sentido, ao tratar das causas de exclusão da ilicitude, determina o Código Penal em seu art. 23 que “não há crime”. Ao contrário, ao relacionar-se às causas de exclusão da culpabilidade (arts. 26, caput, e 28, § 1.º, por exemplo), diz que o autor é “isento de pena” Assim sendo, é necessário que o fato típico seja ilícito para a existência do crime. Ausente a ilicitude, não há crime. Por outro lado, subsiste o crime com a ausência da culpabilidade. Sim, o fato é típico e ilícito, mas o agente é isento de pena. Em suma, há crime, sem a imposição de pena. O crime se refere ao fato (típico e ilícito), enquanto a culpabilidade guarda relação com o agente (merecedor ou não de pena). O art. 180, § 4.º, do Código Penal preceitua: “A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa”. Conclui-se que, nada obstante a isenção de pena do agente e, portanto, da falta de culpabilidade (isenção da pena = exclusão da culpabilidade), ainda assim existe o crime do qual proveio a coisa. Em outras palavras, diz o Código Penal tratar-se o crime de fatotípico e ilícito, pois subsiste mesmo com a isenção da pena em relação ao autor do crime anterior. Em que pesem tais argumentos, há respeitados penalistas que adotam posições contrárias, no sentido de ter o Código Penal se filiado a um sistema TRIPARTIDO, motivo que justifica o conhecimento de todos os enfoques por parte dos candidatos a concursos públicos. O Código Penal (CP) adota a teoria psicológico-normativa da culpabilidade, para a qual a culpabilidade não é requisito do crime, mas, sim, pressuposto de aplicação da pena. (errada) CESPE - 2009 - PC-PB - DELEGADO DE POLÍCIA elaborado por @fredsmcezar 2. TEORIAS DA CONDUTA O Direito Penal moderno é um direito penal da conduta e não do autor. A conduta é o primeiro elemento do fato típico. O Código Penal brasileiro não conceitua “conduta”. Duas teorias foram “importadas” para o Brasil. • A respeito do objeto de estudo do direito penal, do direito penal do autor e das teorias da pena, julgue o item seguinte. O d ireito penal, mediante a interpretação das leis penais, proporciona aos juízes um sistema orientador de decisões que contém e reduz o poder punitivo, para impulsionar o progresso do estado constitucional de direito. (certa) CESPE - 2015 - DPE-PE • A circunstância judicial da personalidade do agente, por ser própria do direito penal do autor, não foi recepcionada pela Constituição de 1988. (errada) FCC - 2016 - DPE-BA • O direito penal do autor poderá servir de fundamento para a redução da pena quando existirem circunstâncias pessoais favoráveis ao acusado. (certa) CESPE - 2018 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 2.1 TEORIA CLÁSSICA - CAUSALISTA – NATURALÍSTICA – MECANICISTA - CAUSAL FRANZ VON LISZT, BELING, GUSTAV RADBRUCH Conduta é o comportamento humano voluntário que produz modificação no mundo exterior.10 A ação é mera causação de evento, provocada por impulso mecânico ou inervação muscular. É um modelo marcado pelo POSITIVISMO. • Segundo a teoria finalista CAUSALISTA, ação é a atividade neuromuscular que, produzida por energias de um impulso cerebral, provoca modificações no mundo exterior; ou seja, para se afirmar que existe uma ação, basta que se tenha a certeza de que o sujeito atuou voluntariamente. (errada) CESPE - 2012 - MPE-TO • Quanto à tipicidade penal, causalista, conduta é um comportamento humano voluntário no mundo exterior que consiste em fazer ou não fazer alguma coisa. (certa) FCC - 2014 - DPE-PB • Na teoria naturalística, conduta é o comportamento humano voluntário que produz modificação no mundo exterior. (certa) 2021 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL O causalismo busca ver o conceito de conduta despido de qualquer valoração, ou seja, neutro (ação ou omissão voluntária e consciente que exterioriza movimentos corpóreos). O dolo e a culpa estão situados na culpabilidade. Logicamente, para quem adota o causalismo, impossível se torna acolher o conceito bipartido de crime (fato típico e antijurídico). 11 SISTEMA CLÁSSICO 1º - DOLO e CULPA alocados no campo da CULPABILIDADE. 2º - Se DOLO e CULPA estavam alocados no campo da CULPABILIDADE, o SISTEMA CLÁSSICO adota, necessariamente, o conceito TRIPARTIDO de crime. 3º - No campo da CULPABILIDADE vigorava a TEORIA PSICOLÓGICA. DOLO e CULPA eram um vínculo psicológico 4º - O DOLO era NORMATIVO, COLORIDO. VALORADO. (Estava impregnado com outros elementos de natureza normativa.) Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considerados psicológicos, elemento de natureza normativa (real ou potencial consciência sobre a ilicitude do fato). (certa) CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA No modelo psicológico de culpabilidade, o dolo é normativo. (certa) CESPE - 2013 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL “O dolo era considerado normativo porque tinha como pressuposto a consciência da ilicitude do fato. Logo, o dolo era consciência e vontade, mas essa consciência não era apenas a consciência sobre o fato, era também a consciência da ilicitude do fato. Isso viria a mudar no finalismo, visto que dolo/culpa são realocados para a tipicidade e a consciência da ilicitude sai de dentro do dolo e passa a ser um elemento autônomo da culpabilidade”.12 A culpabilidade é concebida como o vínculo psicológico que une o autor ao fato no sistema penal clássico. (certa) 2013 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA Deve-se lembrar que no causalismo, dolo e culpa integram a culpabilidade e, assim, necessariamente adota-se o conceito tripartido de crime. • Para a teoria causalista, o dolo e a culpa estão situados na culpabilidade. Então, logicamente, para quem adota essa teoria, impossível se torna acolher o conceito bipartido de crime. (certa) 2009 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA 10 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 273 11 2020. Manual de Direito Penal - Guilherme de Souza Nucci, p. 221 12 https://www.youtube.com/watch?v=rrlo6EaMjyQ – (Fábio Roque - Dolo Colorido e Dolo Acromático) elaborado por @fredsmcezar • De acordo com a teoria psicológica da culpabilidade, adotada pelo sistema causal-naturalista da ação, as duas modalidades de erro de permissão que acontecem nas descriminantes putativas são inescusáveis. (certa) 2011 - MPE-MG Para os adeptos desta teoria, conduta é “comportamento voluntário que produz modificação no mundo exterior.” [...] “Em síntese, a vontade é a causa da conduta, e a conduta é a causa do resultado independentemente de dolo ou culpa.” Ex.: “A” trafega cautelosamente com seu carro em via pública com velocidade de 40 km/h. O limite da via é 60 km/h. O veículo reúne perfeitas condições de uso. De repente, uma criança se solta dos braços da mãe, passa por trás de um ônibus que impedia a visibilidade de “A” e inesperadamente lança-se na direção do veículo. A criança morre. O agente não tinha dolo nem culpa. De acordo com a referida teoria, “A” teria praticado conduta penalmente relevante. A ação de dirigir ensejou resultado. Trata- se de mera relação de causa e efeito. Presentes, assim, conduta e resultado naturalístico, bem como nexo causal, eis que a criança morre em razão do atropelamento.13 A teoria clássica consagrou a responsabilidade penal objetiva? NÃO. No exemplo citado, não haveria crime por ausência de culpabilidade. O dolo e culpa eram analisados no campo da culpabilidade. Assim, de acordo com esta teoria, o fato seria típico, ilícito, mas não seria culpável por ausência de culpa ou dolo. Mezger criticou a teoria causalista dizendo que a referida teoria se limita a perguntar O QUE FOI CAUSADO pelo agente e não O QUE O AGENTE QUIS COM A SUA AÇÃO (finalidade). Sendo assim, conclui-se que os causalistas não se preocupavam com a finalidade. A teoria causalista separa vontade de finalidade. Bastava a vontade de praticar a conduta, independentemente da sua finalidade. 2.1.1 A TEORIA CAUSALISTA E SUAS CRÍTICAS • TENTATIVA – Como a finalidade não era analisada, a teoria não explicava o fenômeno da tentativa. • CRIME OMISSIVO - Só considerava ações comissivas. • ESPECIAIS FINS DE AGIR - Não era analisada a finalidade da conduta. • INIMPUTÁVEL (CRITÉRIO BIOLÓGICO) - O inimputável não tem culpabilidade, mas age com dolo. Se o dolo do agente estava na culpabilidade -conforme sustentado pelos causalistas-, e o agente não tem culpabilidade, então como poderia ter dolo? Para determinada teoria, criticada por não conseguir explicar a culpa inconsciente, a culpabilidade deve abordar os elementos subjetivos dolo e culpa, sendo a imputabilidade pressuposto para sua análise. Nessa perspectiva, a culpabilidade retira o seu fundamento do aspecto psicológico do agente. Nesse sentido, é a relação subjetiva entre o fato e o seu autor que toma relevância, pois a culpabilidade reside nela.O texto precedente refere-se à teoria causal naturalista ou psicológica. (certa) CESPE - 2022 - MPE-TO 2.2 TEORIA CAUSAL-VALORATIVA (TELEOLÓGICA, NEOKANTISMO, BADEN, MEZGER) Especificamente no conceito de ação, a par de seu conteúdo causal, faz-se uma aproximação a um conceito mais geral do que ao referente ao estrito movimento corpóreo. Propõem-se, para isso, inúmeros arranjos, definindo-se a ação simplesmente como conduta volitiva, realização da vontade, conduta voluntária ou conduta humana. Amplia-se, assim, a esquemática de Liszt-Beling ao extremo limite que possa suportar ainda um conceito objetivo-causal, a fim de possibilitar dentro do conceito de ação a compreensão de inúmeras formas da atividade fundamentadora de um fato punível. Isto tem particular importância no tratamento do delito omissivo, bem como na própria superação da forma causal-objetiva, subsistente nos autores tradicionais. 14 A ação vem a ser causalidade juridicamente relevante, consistente em atuar no sentido de um resultado (socialmente útil ou danoso), juridicamente relevante.15 Com relação à conduta, a teoria neokantista, que surgiu como reação à concepção positivista de tipo penal, propõe que o tipo penal não contém apenas elementos de ordem objetiva, não sendo, assim, meramente descritivo, e não podendo o fato típico depender de mera comparação entre o fato objetivo e a descrição legal. (certa) CESPE - 2011 - DPE-MA • Sobre a teoria finalista da ação, o tipo constitui um indício de antijuridicidade, característica que remonta à fase anterior ao neokantismo. (certa) 2012 - MPE-MG O neokantismo, diferentemente da teoria clássica, conseguiu explicar os crimes omissivos. Se a omissão pode ser negativamente valorada, ela pode ser considerada uma conduta típica. Para o Neokantismo, o direito positivo não possui um valor intrínseco, objetivo, que pode ser identificado e descrito, mas as normas jurídicas aparecem determinadas por valores que lhes são prévios e que contaminam não apenas sua edição, mas os próprios autores de sua elaboração, pelo que a pretensa verdade jurídica vem influenciada pela cultura.16 (certa) 2019 - MPE-PR O modelo Neokantista possui o mérito de ter demonstrado que toda realidade traz em seu bojo um valor preestabelecido, permitindo a constatação de que as normas jurídicas, como um produto cultural, possuem como pressupostos valores prévios, e o 13 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 274 14 1980. Teorias do Delito, Juarez Tavares p. 43. 15 2019. Tratado de Direito Penal Brasileiro, Volume 1, Luiz Regis Prado, p. 723 16 2015. Paulo César Busato, Direito Penal, p. 223. elaborado por @fredsmcezar próprio intérprete que, por mais que procure adorar certa neutralidade, não estará imune a maior ou menor influência desses valores. (certa) 2013 - MPE-MS O sistema neoclássico significa uma reaproximação dos valores, o pêndulo se reaproxima dos juízos de valores, e esse novo sistema é fundado na ideia de importância de elementos valorativos dentro da teoria do delito. Inspirado nesse pensamento, Frank introduz na culpabilidade um elemento novo: exigibilidade de conduta diversa.17 A tipicidade, no conceito neoclássico de delito (neokantismo), foi profundamente afetada pelo descobrimento de elementos normativos do tipo. Os elementos subjetivos do injusto, por sua vez, somente vieram a integrar a tipicidade com o advento do finalismo. (errada) FUNDEP - 2019 - MPE-MG O modelo Neokantista, da teoria teleológica do delito, manteve o dolo natural e a culpa strictu sensu na culpabilidade, acrescentando a esta, apenas, o elemento exigibilidade de conduta conforme o Direito. (errada) 2021 – MPDFT 2.3 TEORIA FINALISTA (WELZEL) A teoria finalista entende que, por ser o delito uma conduta humana e voluntária que tem sempre uma finalidade, o dolo e a culpa são abrangidos pela conduta. (certa) 2015 - MPE-SP Segundo a teoria finalista da ação, considera-se equivocada a ideia de ser a conduta um mero movimento corporal despido de finalidade, pois o que caracteriza o ser humano, ontologicamente, é, justamente, a capacidade de poder prever, dentro de certos limites, as consequências possíveis de sua atividade, e dirigi-la, conforme o planejado, até atingir os seus objetivos. (certa) 2013 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA Hans Welzel → “A ação humana é o exercício de uma atividade final”. Welzel acabou com a separação entre vontade e finalidade. Toda ação humana tem conteúdo, tem finalidade graças ao saber causal, o homem pode prever o resultado de suas condutas. O finalismo, de Hans Welzel, nem sempre considerou o crime como fato típico, antijurídico e culpável. (errada) 2009 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA SISTEMA FINALISTA 1º - DOLO e CULPA foram alocados no campo da TIPICIDADE. 2º - O sistema finalista é compatível com o conceito BIPARTIDO ou TRIPARTIDO de crime. 3º - No campo da CULPABILIDADE vigorava a teoria NORMATIVA PURA. 4º - O DOLO é NATURAL, ACROMÁTICO. AVALORADO. A teoria finalista da ação, adotada pelo Código Penal em sua Parte Geral, concebe o crime como um fato típico e antijurídico. A culpabilidade diz respeito à reprovabilidade da conduta. O dolo, que integrava o juízo de culpabilidade, para esta teoria é elemento estruturante do fato típico. Essa adoção pretende corrigir contradições na teoria da causalidade normativa. (certa) FCC - 2015 - DPE-MA • Segundo a teoria finalista, a imputabilidade, a consciência acerca da ilicitude do fato e da exigibilidade de conduta diversa são elementos normativos da culpabilidade. (certa) 2009 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA • O dolo pertence à conduta, tendo como seus componentes a intencionalidade (elemento volitivo) e a previsão do resultado (elemento intelectual). A potencial consciência da ilicitude, que é um dos elementos normativos da culpabilidade, não integra o dolo. (certa) 2010 - MPE- MG • A teoria finalista da ação adota o dolo como um dolo normativo, que é a vontade consciente de praticar a conduta típica, acompanhada da consciência de praticar um ato ilícito. (errada) 2010 - PGE-RS • De acordo com a teoria finalista, a ação é o comportamento humano voluntário, dirigido à atividade final lícita ou ilícita. (certa) 2011 - PC-MG - DELEGADO DE POLÍCIA • Em Direito Penal, o erro de proibição exclui a consciência da ilicitude, que, desde o advento da teoria finalista, integra o dolo e a culpa. (errada) FCC - 2012 - DPE-SP • De acordo com a visão finalista do tipo, a concepção material de ilicitude permite a construção de causas supralegais de just ificação. (certa) CESPE - 2013 - MPE-RO • No conceito finalista de delito, dolo e culpabilidade têm como característica comum a sua natureza normativa. (errada) 2013 – MPDFT • Para o finalismo, é erro de tipo PROIBIÇÃO o que incide sobre a consciência da ilicitude, que pode ser meramente potencial. (errada) 2013 – MPDFT • Quanto à tipicidade penal, finalista, conduta é a atividade humana conscientemente dirigida a uma finalidade. (certa) FCC - 2014 - DPE-PB • A transformação realizada pelo finalismo na teoria do delito consiste, principalmente, na relevância atribuída à vontade e aos aspectos subjetivos da culpabilidade. (errada) FCC - 2016 - DPE-BA • Consoante a doutrina finalista, os conceitos de dolo de culpabilidade são conceitos normativos. (errada) CESPE - 2011 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL 17 Aula – Ana Paula Vieira (Curso Ênfase) https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2013-mpe-ro-promotor-de-justica elaborado por @fredsmcezar • Doutrinadores nacionais admitem que a reforma de 1984 da Parte Geral do Código Penal, especialmente no que concerne ao “conce ito de crime”, aderiu ao “finalismo”. Hans Welzel é considerado o criador de tal sistema jurídico-penal. (certa) VUNESP - 2017 - DPE-RO • Sobre a doutrina da ação finalista, tal qual formulada por Hans Welzel, é correto afirmar que a direção final de uma ação se dá emduas fases, que nas ações simples se entrecruzam, a saber, uma que ocorre na esfera do pensamento, com a antecipação do fim a realizar, a seleção dos meios necessários à sua realização e a consideração dos efeitos simultâneos decorrentes dos fatores causais eleitos; e a concretização da ação no mundo real, de acordo com a projeção mental. (certa) 2017 - PC-AC - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL • Nos moldes do finalismo penal, pode a inexigibilidade de conduta diversa ser considerada causa supralegal de exclusão de ilicitude CULPABILIDADE. (errada) FUMARC - 2018 - PC-MG - DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO • Para Welzel, a culpabilidade é a reprovabilidade de decisão da vontade, sendo uma qualidade valorativa negativa da vontade de ação, e não a vontade em si mesma. O autor aponta a incorreção de doutrinas segundo as quais a culpabilidade tem caráter subjetivo, porquanto um estado anímico pode ser portador de uma culpabilidade maior ou menor, mas não pode ser uma culpabilidade maior ou menor. Essa definição de culpabilidade está relacionada à teoria normativa pura, ou finalista. (certa) CESPE - 2019 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO • O dolo, segundo a teoria finalista, constitui elemento normativo SUBJETIVO do tipo. (errada) FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto • Para o finalismo, o juízo de culpabilidade deve recair sobre o fato AGENTE. (errada) 2021 - MPDFT Para a teoria finalista, ação é a conduta do homem, comissiva ou omissiva, dirigida a uma finalidade e desenvolvida sob o domínio da vontade do agente, razão pela qual não reputa criminosa a ação ocorrida em estado de inconsciência, como no caso de quem, durante o sono, sonhando estar em legítima defesa, esbofeteia e causa lesão corporal na pessoa que dorme ao seu lado. Para esta mesma teoria, a culpabilidade não é psicológica, nem psicológico-normativa. (certa) 2017 - MPE-RS No erro de tipo, o erro recai sobre o elemento intelectual do dolo – a consciência –, impedindo que a conduta do autor atinja corretamente todos os elementos essenciais do tipo. É essa a razão pela qual essa forma de erro sempre exclui o dolo, que, no finalismo, encontra-se no fato típico e não na culpabilidade. (certa) 2021 - PC-MS - DELEGADO DE POLÍCIA A consciência atual da ilicitude é elemento do dolo, conforme a teoria finalista da ação. (errada) CESPE - 2021 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL. No finalismo, basta a consciência potencial e esta está alocada no campo da culpabilidade. O finalismo, de Hans Welzel (que, aliás, sempre considerou o crime fato típico, antijurídico e culpável, em todas as suas obras), crendo que a conduta deve ser valorada, porque se trata de um juízo de realidade, e não fictício, deslocou o dolo e a culpa da culpabilidade para o fato típico. Assim, a conduta, sob o prisma finalista, é a ação ou omissão voluntária e consciente, que se volta a uma finalidade. Ao transferir o dolo para a conduta típica, o finalismo despiu-o da consciência de ilicitude, que continuou fixada na culpabilidade.18 2.4 TEORIA CIBERNÉTICA Também conhecida como “ação biociberneticamente antecipada”, leva em conta o controle da vontade, presente tanto nos crimes dolosos como nos crimes culposos. busca compatibilizar o finalismo penal com os crimes culposos.19 O modelo da conduta biociberneticamente antecipada foi concebido como a última etapa de evolução do neokantismo. Nesse modelo, o conceito de ação deixa de ser apenas naturalista para ser, também, normativo, redefinido como comportamento humano voluntário. E, por levar em conta o controle da vontade, presente tanto nos crimes dolosos como nos crimes culposos, a teoria da ação cibernética serviu de inspiração para a elaboração do sistema finalista. (errada) 2014 - MPE-GO 2.5 TEORIA SOCIAL20 Para essa teoria, os ideais clássico e finalista são insuficientes para disciplinar a conduta, porque desconsiderariam uma nota essencial do comportamento humano: o seu aspecto social. Nesse contexto, Johannes Wessels, na tentativa de equacionar esse problema, criou a teoria social da ação. Assim, socialmente relevante seria a conduta capaz de afetar o relacionamento do agente com o meio social em que se insere. Essa teoria não exclui os conceitos causal e final de ação. Deles se vale, acrescentando-lhes o caráter da relevância social. • Segundo a teoria social da ação, considera-se que a conduta pode constituir-se em uma atividade final, pode restringir-se a uma causação involuntária de consequências relevantes previsíveis ou pode manifestar-se por intermédio da inatividade frente a uma expectativa de ação, sendo sempre irrelevante a existência de um sentido social. (errada) 2013 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA Para os seus defensores, a vantagem dessa teoria consiste no fato de o elemento sociológico cumprir a missão de permitir ao Poder Judiciário a supressão do vácuo criado pelo tempo entre a realidade jurídica e a realidade social. Um fato não pode ser tipificado pela lei como infração penal e, simultaneamente, ser tolerado pela sociedade, caso em que estaria ausente um elemento implícito do tipo penal, presente em todo modelo descritivo legal, consistente na repercussão social da conduta. • Para a teoria social da ação, um fato considerado normal, correto, justo e adequado pela coletividade, ainda que formalmente enquadrável em um tipo incriminador, pode ser considerado típico pelo ordenamento jurídico, devendo, no entanto, ser excluída a culpabilidade do agente. (errada) CESPE - 2009 - MPE-RN 18 2020. Manual de Direito Penal - Guilherme de Souza Nucci, p. 221 19 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 277 20 2019. Direito Penal. Vol. 1 Parte Geral. Cleber Masson, p. 278 elaborado por @fredsmcezar Por corolário, para que o agente pratique uma infração penal é necessário que, além de realizar todos os elementos previstos no tipo penal, tenha também a intenção de produzir um resultado socialmente relevante. A principal crítica que se faz a essa teoria repousa na extensão do conceito de transcendência ou relevância social, que se presta a tudo, inclusive a fenômenos acidentais e da natureza. A morte de uma pessoa provocada por uma enchente, por exemplo, possui relevância social, na medida em que enseja o nascimento, modificação e extinção de direitos e obrigações. Com efeito, ao mesmo tempo em que não se pode negar relevância social ao delito, também se deve recordar que tal qualidade é inerente a todos os fatos jurídicos, e não apenas aos pertencentes ao Direito Penal. 2.6 TEORIA JURÍDICO-PENAL21 É a teoria sustentada por Francisco de Assis Toledo para superar os entraves travados entre as vertentes clássica, finalista e social. “Ação é o comportamento humano, dominado ou dominável pela vontade, dirigido para a lesão ou para a exposição a perigo de um bem jurídico, ou, ainda, para a causação de uma previsível lesão a um bem jurídico”. A palavra “ação” é empregada por Assis Toledo em sentido amplo, como sinônimo de conduta, englobando, assim, a ação propriamente dita e a omissão. 2.7 TEORIA DA AÇÃO SIGNIFICATIVA 22 Com base nas lições filosóficas de Ludwig Wittgenstein e Jürgen Habermas, o penalista espanhol Tomás Salvador Vives Antón desenvolveu a teoria da ação significativa (ou conceito significativo de ação), com substrato normativo, apresentando uma nova definição de conduta penalmente relevante. As ações não são meros acontecimentos, têm um sentido (significado) e, por isso, não basta descrevê-las, é necessário entendê- las, interpretá-las. Diante dos fatos, que podem explicar-se segundo as leis físicas, químicas, biológicas ou matemáticas, as ações humanas devem ser interpretadas de acordo com as regras ou normas. Portanto, não existe um conceito universal e ontológico de ação. Não há um modelo matemático ou uma fórmula lógica que permita oferecer um conceito de ação humana válido para todas as diferentes espécies de ações que o ser humano pode realizar.
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