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Correlações Clínicas: Artrite: Inflamação nas articulações; Anquilose: Traumatismo simples ou agressões repetidas que provocam calcificação (e perda do movimento). Pé e joelho de jogadores de futebol e dedos de músicos mais propensos. Artrite reumatoide/tuberculos: autoimune que pode provocar anquilose gradual. Cirurgia de prótese pode auxiliar na dor e movimentação. Artrite gotosa/gota: Depósito de ácido úrico nas articulações. Dor intensa e limitação do movimento Principalmente indivíduos predispostos usando medicamentos diuréticos tiazídicos. Composição da Matriz Óssea: A Fundação do Sistema Ósseo O tecido ósseo é notável por sua matriz mineralizada, que o distingue de outros tecidos conjuntivos. A matriz óssea é composta principalmente por fosfato de cálcio em cristais de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2], que conferem aos ossos sua rigidez e resistência. Essa matriz mineralizada desempenha um papel crucial no armazenamento de cálcio e fosfato disponíveis para o corpo, que podem ser mobilizados quando necessário, principalmente pelo sistema circulatório. No entanto, a matriz óssea não é apenas mineral, ela também contém fibras de colágeno, que representam cerca de 90% do peso das proteínas presentes. O colágeno tipo I é a principal proteína presente, conferindo resistência e flexibilidade ao osso. Os outros 10% das proteínas são representados pela substância fundamental do osso, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento, crescimento, remodelação e reparo do tecido ósseo. Além disso, a matriz óssea contém lacunas, cada uma delas abrigando um osteócito. Os osteócitos são células especializadas do osso que se comunicam entre si através de prolongamentos chamados canalículos. Esses canalículos formam uma rede contínua que permite a troca de nutrientes e sinais entre os osteócitos. Além dos osteócitos, outros tipos de células desempenham papéis importantes no sistema ósseo, incluindo: Células osteoprogenitoras: derivam de células-tronco mesenquimais e têm a capacidade de se diferenciar em osteoblastos. • Osteoblastos: essas células são responsáveis pela síntese e deposição da matriz óssea. Inicialmente, secretam uma matriz não mineralizada chamada osteoide, que é posteriormente mineralizada para formar osso sólido. • Células de revestimento ósseo: essas células permanecem na superfície do osso, mesmo quando não há crescimento ativo. Elas são originárias de osteoblastos e têm um papel na manutenção e nutrição dos osteócitos subjacentes. • Osteoclastos: essas células são responsáveis pela reabsorção da matriz óssea quando é necessário remodelação ou reparo. São células fagocíticas mononucleadas que desempenham um papel crítico na regulação do equilíbrio entre formação e reabsorção óssea. • A Estrutura do Osso: Além do Tecido Ósseo Os ossos são órgãos complexos que consistem não apenas em tecido ósseo, mas também em outros tecidos, como o tecido hemocitopoético (onde ocorre a formação de células do sangue), tecido adiposo, vasos sanguíneos e nervos. Quando os ossos formam articulações móveis, como as articulações sinoviais, também é evidente a presença de cartilagem hialina, que ajuda a facilitar o movimento. Além disso, os ligamentos desempenham um papel crucial na estabilidade das articulações. O periósteo é uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso que cobre a superfície externa do osso, exceto nas áreas de articulação com outros ossos, onde a cartilagem desempenha esse papel. O periósteo é rico em fibras colágenas, incluindo as fibras de Sharpey, que se estendem obliquamente ou em ângulo reto ao eixo maior do osso. Essas fibras ancoram o periósteo ao osso subjacente e são contínuas com as fibras colágenas da matriz óssea. Os ossos podem ser classificados com base em sua forma em: Ossos longos: possuem uma diáfise (parte central) e duas epífises (extremidades), como o fêmur e os metacarpais. • Ossos curtos: têm comprimento e diâmetro aproximadamente iguais, como os ossos do carpo. • Ossos planos: são finos e se assemelham a placas. Eles consistem em duas camadas de osso compacto sobre uma camada de osso esponjoso. Exemplos incluem os ossos do crânio. • Ossos irregulares: não se enquadram em nenhuma classificação específica. Podem ser complexos, como as vértebras, ou pneumáticos, como o osso etmoide. • Revestimento e Cavidades Ósseas: Uma Visão Interna Os ossos são recobertos pelo periósteo, exceto nas áreas onde se articulam diretamente com outros ossos, onde a cartilagem hialina é encontrada. Dentro do osso, as cavidades são revestidas pelo endósteo, uma camada de células de tecido conjuntivo que contém células osteoprogenitoras. Essas células são frequentemente chamadas de células endosteais e têm a capacidade de se diferenciar em osteoblastos ou células de revestimento. Existem dois tipos principais de medula óssea: medula óssea vermelha e medula óssea amarela. A medula óssea vermelha é o local de formação das células do sangue e é mais predominante em indivíduos jovens. No entanto, com o avançar da idade, a medula amarela se deposita na medula vermelha, consistindo principalmente em células adiposas. Em resposta a estímulos apropriados, como uma perda extrema de sangue, a medula amarela pode reverter para a medula vermelha. No entanto, na idade adulta, a medula vermelha geralmente se limita a alguns locais, como o esterno e a crista ilíaca. Formação Óssea: Os Processos de Ossificação A formação óssea, também conhecida como ossificação, é um processo altamente regulado que envolve a deposição de matriz óssea e minerais na matriz pré-existente. A ossificação pode ser dividida em dois tipos principais: Ossificação intramembranosa: Esse processo ocorre na formação de ossos chatos, como os ossos do crânio. A ossificação intramembranosa envolve a formação de osso diretamente a partir do tecido conjuntivo embrionário, sem a formação de um modelo de cartilagem. Os osteoblastos secretam a matriz óssea diretamente, que se mineraliza posteriormente. 1. Ossificação endocondral: Este é o processo mais comum de formação óssea. Envolve a formação de um modelo de cartilagem hialina primeiro, que é posteriormente substituído por osso. Os passos-chave na ossificação endocondral incluem: a. Formação do modelo de cartilagem: O modelo de cartilagem é formado a partir de células condrogênicas (células que se diferenciam em células cartilaginosas) e é cercado por um pericôndrio, uma camada de tecido conjuntivo. As células condrogênicas se diferenciam em condrócitos, que secretam a matriz de cartilagem. b. Formação do periósteo: Durante o crescimento do osso, um periósteo ósseo é formado na diáfise, abaixo do pericôndrio. c. Calcificação da cartilagem: Conforme o desenvolvimento prossegue, os condrócitos começam a calcificar a matriz cartilaginosa. d. Formação do primórdio ósseo: Os osteoblastos, que se diferenciam das células do periósteo e dos osteoprogenitores, começam a secretar osteoide na região calcificada da cartilagem, formando o primórdio ósseo. e. Crescimento longitudinal: O osso continua a crescer em comprimento através da 2. Resumo de Histologia: Tecido Ósseo sábado, 20 de fevereiro de 2021 10:01 Página 1 de RENEW MED Outras moléculas que desempenham um importante papel na regulação da atividade osteoclástica incluem a catepsina K, a anidrase carbônica II e as proteínas que codificam a bomba de prótons (TCIRG1). A deficiência dessas proteínas provoca osteopetrose, uma doença congênita rara, caracterizada por aumento da densidade óssea e deficiência da função osteoclástica. Nos indivíduos com osteopetrose, os osteoclastos não funcionam dequadamente, de modo que os ossos aparecem densos em radiografias; no entanto, eles são, na realidade, muito frágeis e sofrem fratura com facilidade. e. Crescimento longitudinal: O osso continua a crescer em comprimento através da divisão dos condrócitos na placa epifisária (a região de crescimento nas epífises). f. Remodelação: O osso continuaa ser remodelado ao longo da vida, com osteoblastos depositando nova matriz óssea e osteoclastos reabsorvendo-a conforme necessário. Crescimento Ósseo e Regulação Hormonal O crescimento ósseo ocorre principalmente durante a infância e a adolescência, quando as placas epifisárias nas extremidades dos ossos longos permitem o crescimento longitudinal. Esse processo é estritamente regulado por hormônios, com destaque para o hormônio do crescimento (GH) produzido pela glândula pituitária anterior. O GH estimula a divisão e a atividade dos condrócitos na placa epifisária. Outros hormônios, como o hormônio paratireoidiano (PTH) e a calcitonina, estão envolvidos na regulação dos níveis de cálcio no sangue e, consequentemente, na homeostase óssea. O PTH atua para aumentar os níveis de cálcio no sangue, estimulando a reabsorção óssea e a absorção de cálcio nos rins. A calcitonina, por outro lado, reduz os níveis de cálcio no sangue, inibindo a atividade dos osteoclastos. Remodelação Óssea: Manutenção e Reparo do Tecido Ósseo A remodelação óssea é um processo contínuo e altamente dinâmico que ocorre ao longo da vida para manter a integridade e a força do tecido ósseo. Envolve a reabsorção e a formação de osso, equilibrando a quantidade de osso depositada e reabsorvida. Essa regulação é realizada por osteoblastos e osteoclastos, que respondem a sinais bioquímicos e mecânicos. Reabsorção óssea: Os osteoclastos são responsáveis por degradar a matriz óssea e liberar minerais (principalmente cálcio e fosfato) no sangue. Eles se ancoram à superfície do osso e liberam enzimas que dissolvem a matriz óssea. • Formação óssea: Os osteoblastos são responsáveis por sintetizar e depositar nova matriz óssea. Eles secretam osteoide, que é posteriormente mineralizado. O osteoide contém colágeno e proteoglicanos, contribuindo para a flexibilidade e a resistência do osso. • Ciclos de Remodelação: A remodelação óssea ocorre em ciclos que envolvem a reabsorção e a formação de osso. Em uma área de osso compacto, um pequeno local é reabsorvido pelos osteoclastos, criando uma depressão. Em seguida, os osteoblastos se infiltram nessa área e depositam nova matriz óssea. Esse processo de ciclos de remodelação permite que o osso se adapte às demandas mecânicas e mantenha sua integridade. Regulação da Remodelação: A remodelação óssea é regulada por vários fatores, incluindo a taxa de estresse e carga aplicada ao osso. Osso submetido a cargas aumentadas tende a se remodelar para se tornar mais denso e forte, adaptando-se às necessidades mecânicas do corpo. Hormônios como o PTH, a calcitonina, o estrogênio e a vitamina D também desempenham papéis críticos na regulação da remodelação óssea. Reparo Ósseo: Cicatrização de Fraturas Em casos de fraturas ósseas, o reparo ósseo é um processo vital. A reparação de uma fratura segue uma sequência de eventos: Formação do hematoma: Após uma fratura, há uma hemorragia na área afetada, levando à formação de um hematoma. O hematoma contém células sanguíneas, coágulos e células inflamatórias. 1. Formação de cartilagem de calo: Conforme o hematoma é reabsorvido, células chamadas condrócitos proliferam e formam uma cartilagem de calo que estabiliza as extremidades fraturadas do osso. 2. Ossificação endocondral: O processo de ossificação endocondral ocorre dentro da cartilagem de calo, substituindo gradualmente a cartilagem por osso. 3. Remodelação: O osso formado é remodelado ao longo do tempo para se assemelhar ao osso circundante. 4. É importante ressaltar que, durante o reparo de uma fratura, a formação de osso novo pode exceder temporariamente a quantidade necessária, levando à formação de uma calosidade óssea. Com o tempo, a calosidade é remodelada para se aproximar do osso original. Página 2 de RENEW MED No adulto, a deposição está em equilíbrio com a reabsorção. No indivíduo idoso, a reabsorção frequentemente excede a deposição. Se esse desequilíbrio se tornar excessivo, observa-se o desenvolvimento de osteoporose Ensaios clínicos nos quais foi administrado o hormônio PTH em doses subcutâneas intermitentes, em mulheres na pósmenopausa com osteoporose, mostraram a ocorrência de aumentos significativos na formação óssea e na densidade mineral óssea. Aumentos na quantidade de osso esponjoso em consequência do tratamento com PTH foram demonstrados no íleo, nos corpos vertebrais e nas diáfises do rádio e do fêmur Osteoporose: Perda de densidade óssea (estrutura histológica normal, mas com menos massa) Desequilíbrio entre reabsorção e deposição óssea Principalmente em mulheres pós- menopausa (diminuição estrogênio que inibe atividade dos osteoclastos) Primária tipo I: Pós-menopausa. Geralmente mais grave a longo prazo. • Primária tipo II: Idosos (7/8 década) • Secundária: Terapia farmacológica (corticosteroides) ou proc. Patológicos (desnutrição, imobilização prolongada, ausênica de gravidade, doenças ósseas (hiperparatireoidismo, metástases...) • Raquitismo: Deficiência de cálcio no crescimento ou falta de vitamina D que impede absorção de cálcio no intestino. Em adultos, chamada Osteomalacia Deficiência em Vit. A: suprimento do crescimento normal do osso. Excesso: fragilidade e fraturas em oss. Longos Escorbuto: deficiência em vitamina C (essencial para síntese de colágeno) Referência: Histologia - Texto e Atlas - Ross 7ed - Capítulo 8 Página 3 de RENEW MED
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