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As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
 O organismo feminino sofre mudanças 
anatômicas e funcionais durante a gravidez, 
adaptando-se para a presença do feto em 
desenvolvimento. 
 Essas alterações podem ser molecular, 
bioquímica, hormonal, celular e tecidual dos 
mais variados órgãos e sistemas. 
 É possível se deparar com situações de má 
adaptação do organismo materno à presença 
do feto, de manifestação de doenças latentes, 
de intercorrências patológicas ligadas 
especificamente ao período gestacional e de 
piora de doenças previamente existentes. 
 Nesses casos, as gestações serão 
consideradas de alto risco e merecem atenção 
especial na assistência pré-natal. 
 No início da gestação, a presença de células 
trofoblásticas no ambiente intrauterino altera a 
homeostase local e, por meio da produção 
celular de hormônios e outras substâncias, o 
funcionamento de quase todos os sistemas 
maternos se adapta à nova condição. 
 As manifestações dessas adaptações em 
outros órgãos e sistemas são consideradas 
modificações do organismo materno à 
gestação e podem ser classificadas como 
locais (presentes nos órgãos genitais e/ ou 
sexuais) ou gerais (que surgem nos sistemas 
digestório, urinário, respiratório, nervoso, 
esquelético e em pele e anexos). 
 Mecanismo endócrinos e metabólicos estão 
intimamente ligados às adaptações do sistema 
circulatório 
a) Adaptações hematológicas do organismo 
materno 
 A primeira adaptação circulatória 
observada na gestante se constitui de 
alterações do volume e da constituição do 
sangue. 
 O volume sanguíneo materno aumenta 
consideravelmente durante a gravidez, 
atingindo valores 30 a 50% maiores do que 
os níveis pré-gestacionais. 
 As variações relacionadas ao aumento da 
volemia se associam a diferenças 
individuais e à quantidade de tecido 
trofoblástico, sendo maior em gestações 
múltiplas e menor em gestações com 
predisposição a insuficiência placentária 
(Restrição de crescimento fetal e HAS). 
 O papel da hipervolemia no organismo 
materno está associado ao aumento das 
necessidades de suprimento sanguíneo 
nos órgãos genitais, especialmente em 
território uterino, cuja vascularização 
apresenta-se maior na gestação. 
 Além disso, tem função protetora para 
gestante e feto em relação à redução do 
retorno venoso, comprometido com as 
posições supina e ereta, e também para as 
perdas sanguíneas esperadas no processo 
de parturição. 
 
b) Volume sanguíneo e plasmático 
 O aumento da volemia materna decorre do 
acréscimo de volume plasmático e, em 
menor proporção, da hiperplasia celular. 
 Em geral, o aumento de volume plasmático 
é da ordem de 45 a 50% em comparação 
com os valores da mulher não gestante, 
enquanto o volume de células vermelhas 
se eleva em cerca de 30%, estabelecendo 
um estado de hemodiluição. 
 Consequentemente, a viscosidade 
plasmática está menor, o que reduz o 
trabalho cardíaco. 
 Esses processos adaptativos se iniciam no 
1º trimestre de gestação (6ª semana) com 
expansão mais acelerada no 2º trimestre, 
para, finalmente, reduzir sua velocidade e 
estabilizar-se nas últimas semanas do 
período gravídico. 
 Dessa forma, observa-se aumento do 
volume plasmático ao fim do 1º trimestre e 
de aproximadamente mais ao fim do 2º 
trimestre. 
 O aumento da massa eritrocitária 
acompanha as velocidades de acréscimo 
observadas para o volume plasmático 
 Parece se tratar do surgimento de novo 
equilíbrio entre fatores envolvidos na 
retenção e na excreção de sódio e água, 
resultantes da vasodilatação sistêmica e do 
aumento da capacitância dos vasos. 
 O sistema renina-angiotensina-aldosterona 
tem maior atividade na gestação de forma 
a suplantar a ação de mecanismos 
excretores, como o aumento da filtração 
glomerular e do peptídeo atrial natriurético. 
 Fora do ciclo gravídico-puerperal, 
elevações agudas da volemia ativam 
receptores de volume e barorreceptores 
Modificações no Corpo Feminino na 
Gravidez 
Introdução 
Sistema Circulatório 
As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
presentes nos átrios e em grandes vasos, 
assim como a baixa osmolaridade 
plasmática provoca a excitação de 
quimiorreceptores do hipotálamo anterior. 
 Esses estímulos acarretam secreção de 
peptídeo atrial natriurético, que atua em 
receptores presentes nos rins, adrenais e 
vasos, promovendo excreção de sódio e 
água, além de vasodilatação. 
 Durante a gravidez, apesar do aumento 
progressivo dos níveis séricos de peptídeo 
atrial natriurético, o aumento lento da 
volemia torna os receptores menos. 
sensíveis ao seu estímulo, permitindo o 
acúmulo de sódio e água pelo organismo 
materno. 
 Assim, a atividade do sistema renina-
angiotensina-aldosterona suplanta os 
mecanismos de manutenção da volemia. 
c) Eritrócitos 
 Apesar da hemodiluição fisiológica 
observada na gestante, o volume 
eritrocitário absoluto apresenta aumento 
 Em média, mulheres grávidas possuem 
eritrócitos a mais, com maior incremento no 
3º trimestre. 
 A produção de hemácias está acelerada, 
em função do aumento dos níveis 
plasmáticos de eritropoetina, o que é 
confirmado pela discreta elevação do 
número de reticulócitos apresentado pelas 
gestantes. 
 A vida média dessas células é menor 
durante a gestação. 
 A concentração de hemoglobina se 
encontra reduzida durante a gravidez, 
resultado da hemodiluição 
 Considerando-se que a produção 
eritrocitária seja maior no 3º trimestre, essa 
redução relativa dos valores de 
hemoglobina é menor no fim da gravidez. 
 Apesar dessa variação ocorrer, é consenso 
utilizar valores de hemoglobina e 
hematócritos 
 
d) Leucócitos 
 Existe aumento da produção da maioria 
dos elementos figurados do sangue na 
gravidez. 
 A leucocitose pode estar presente na 
gravidez normal 
 Durante o parto e o puerpério imediato, os 
valores de leucócitos se elevam de modo 
significativo, possivelmente relacionado à 
atividade das adrenais no momento de 
estresse. 
 O aumento dos níveis sanguíneos de 
leucócitos ocorre principalmente à custa de 
células polimorfonucleares. 
 Apesar do maior número de neutrófilos, sua 
função se encontra deprimida, com 
diminuição de fenômenos quimiotáxicos e 
da expressão de moléculas de aderência 
 As proteínas inflamatórias da fase aguda 
apresentam aumento em todo o período 
gestacional. 
 A proteína C reativa apresenta níveis 
plasmáticos mais elevados no momento 
próximo ao parto. 
 A velocidade de hemossedimentação, 
eleva-se por conta do aumento de 
fibrinogênio e de globulinas no sangue, 
perdendo seu valor em investigações 
diagnósticas na gravidez. 
 
e) Plaquetas e sistema de coagulação 
 Os níveis plaquetários estão discretamente 
reduzidos na gravidez normal. 
 Parte desse evento ocorre pelo fenômeno 
da hemodiluição, mas o consumo de 
plaquetas também está envolvido nesse 
processo, e certo grau de coagulação 
intravascular no leito uteroplacentário pode 
ser uma justificativa para esse achado. 
 O aumento da produção de tromboxano A2 
está associado à maior agregação 
plaquetária e, assim, à redução da 
contagem plaquetária. 
 Um discreto aumento do baço também 
pode ser responsável pela queda 
observada no número de plaquetas na 
gravidez. 
 A contagem de plaquetas volta a aumentar 
logo depois do parto e continua subindo por 
3 a 4 semanas até retornar aos valores 
basais. 
 Praticamente todos os fatores de 
coagulação apresentam-se elevados na 
gestação, com exceção dos fatores XI e 
XIII. 
 Fibrinogênio e dímero D têm seus níveis 
elevados com o decorrer da gravidez. 
 A atividade fibrinolítica parece estar 
reduzida na gestação à custa da elevaçãode inibidores dos ativadores de 
plasminogênio (precursor da plasmina, que 
remove fibrina, metabólito final da cascata 
de coagulação), PAl-1 e PAI-2, e do inibidor 
da fibrinólise ativado pela trombina 
As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
 Outras proteínas que possuem função 
anticoagulante colaboram para o estado de 
hipercoagulabilidade da gestação. 
 A resistência à proteína Cativada e a 
diminuição dos níveis plasmáticos de 
proteína S estão entre os fatores que se 
somam ao incremento da coagulabilidade 
do organismo materno. 
 Todas essas alterações do mecanismo de 
coagulação sejam mediadas por processos 
hormonais relacionados aos altos níveis de 
estrógeno e progesterona oriundos do 
tecido placentário, uma vez que 
desaparecem 1 hora após a dequitação. 
 
f) Metabolismo do ferro 
 As necessidades de ferro durante o à clo 
gravídico-puerperal aumentam 
consideravelmente. 
 O consumo e a perda de ferro que ocorrem 
nessa fase não permitem que a gestante 
mantenha os níveis de hemoglobina e os 
estoques desse elemento dentro do 
intervalo de normalidade. 
 Uma série de eventos contribui para esse 
estado de deficiênà a de ferro: 
 Consumo pela unidade fetoplacentária 
 Utilização para produção de hemoglobina e de 
mioglobina para aumento da massa eritrocitária 
e da musculatura uterina 
 Depleção por perdas sanguíneas e pelo 
aleitamento. 
 
 Por esse motivo, a não ser que haja 
suplementação adequada, a maioria das 
gestantes apresentará anemia ferropriva. 
 A demanda por ferro é maior na segunda 
metade da gravidez, chegando a uma 
necessidade de 6 a 7 mg/dia no 3º 
trimestre. 
 Mesmo em gestantes com grave 
deficiência de ferro, a produção de 
hemoglobina fetal permanece intacta; no 
entanto, nesses casos, além de anemia 
materna grave, há depleção das reservas 
de ferro na gestante e no produto 
conceptual. 
 
g) Adaptações cardiovasculares do organismo 
materno 
 As adaptações cardiovasculares se 
instalam logo no iníào da gestação. 
 Antes mesmo das principais modificações 
da circulação do território uteroplacentário, 
observa-se novo equilíbrio circulatório na 
grávida. 
 As gestantes hígidas toleram bem essas 
alterações enquanto as portadoras de 
cardiopatia, hipertensão arterial ou 
distúrbio hiperdinâmico, como 
hipertireoidismo, porém, podem apresentar 
descompensação clínica já no 1º trimestre, 
diante da sobrecarga hemodinâmica. 
 
h) Adaptações hemodinâmicas 
 Na gravidez, o aumento da frequência 
cardíaca basal, geralmente em 15 a 20 
bpm, e a elevação do volume sistólico 
determinam aumento do débito cardíaco. 
 Esse processo se inicia por volta da 5ª 
semana de gravidez, estabiliza-se por volta 
de 24 semanas e atinge seu ápice no pós-
parto imediato 
 Esse aumento final no pós-parto imediato 
possivelmente ocorre pelo aumento do 
retorno venoso e, portanto, da pré-carga, 
após a descompressão dos vasos pélvicos 
pelo útero. 
 A postura da gestante pode exercer grande 
influência no débito cardíaco, 
especialmente nas últimas semanas da 
gravidez em função do grande volume 
uterino. 
 A posição supina pode reduzir o déb ito 
cardíaco em comparação com o decúbito 
lateral esquerdo, por conta da compressão 
da veia cava e da redução do retorno 
venoso. 
 As alterações esperadas seguem as 
relações entre os parâmetros 
hemodinâmicos definidos por: 
 
↑ 𝐷é𝑏𝑖𝑡𝑜 𝐶𝑎𝑟𝑑í𝑎𝑐𝑜 = ↑ 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑆𝑖𝑠𝑡ó𝑙𝑖𝑐𝑜 𝑥 ↑ 𝐹𝐶 
 A terceira adaptação circulatória acontece 
em nível bioquímico. 
 O aumento relativo da produção de 
prostaciclina, em comparação à produção 
de tromboxano A2, ocasiona vasodilatação 
sistêmica. 
 Em associação aos altos níveis de 
progesterona presentes no período 
gestacional, a prostaciclina não só gera, 
como também mantém a vasodilatação 
generalizada que se observa na gestante. 
 A refratariedade vascular aos estímulos 
vasoconstritores de angiotensina II e de 
catecolaminas ocorre pela ação dessas 
substâncias. 
As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
 Além desses fatores, a produção endotelial 
de óxido nítrico apresenta aumento no 
período gestacional e colabora localmente 
para a vasodilatação periférica. 
 Em adição a essa vasodilatação, o 
surgimento da circulação uteroplacentária, 
de baixa resistência, contribui para diminuir 
a resistência vascular periférica. 
 A redução da resistência vascular periférica 
é tão acentuada que é capaz de reduzir a 
pressão arterial sistêmica, apesar do 
aumento do débito cardíaco. 
 O decréscimo da pressão arterial sistêmica 
resulte dos seguintes determinantes: 
 
↓ 𝑃𝐴 𝑆𝑖𝑠𝑡ê𝑚𝑖𝑐𝑎 = ↓↓ 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑥 ↑ 𝐷𝐶 
 𝑎𝑟𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑎 
 
 A queda da PA sistêmica média é mais 
acentuada no 2º trimestre e retorna para 
níveis pré-gravídicos próximo ao parto. 
 Essa redução acontece mais à custa da 
pressão arterial diastólica que diminui mais 
do que da pressão arterial sistólica 
 Durante as contrações uterinas do trabalho 
de parto, a pressão arterial se eleva, o que 
é desencadeado pelo aumento do débito 
cardíaco e pela ação das catecolaminas 
liberadas pelo estímulo da dor 
 O aumento da pressão venosa nos 
membros inferiores é justificado pela 
compressão das veias pélvicas pelo útero 
volumoso. 
 Por essa razão, há maior chance de a 
gestante apresentar hipotensão, edema, 
varizes e doença hemorroidária. 
 A compressão uterina também pode 
ocorrer sobre vasos maiores, como a veia 
cava inferior, quando a gestante se 
encontra na posição supina a partir da 
segunda metade da gravidez. 
 A redução da pré-carga nessas ocasiões 
provoca hipotensão seguida de bradicardia 
por reflexo vagal, podendo se manifestar 
com quadro de lipotimia (síndrome da 
hipotensão supina). 
 As adaptações circulatórias se inià am com 
6 semanas de gestação e estão 
completamente instaladas entre o fim do 1º 
trimestre e o início do 2º. 
 A distribuição do fluxo sanguíneo se 
modifica durante a gravidez e vai sendo 
desviada com prioridade para útero, rins, 
mamas e pele 
i) Coração 
 Com o decorrer da gravidez, o diafragma 
se eleva por conta do aumento do volume 
abdominal. 
 Esse deslocamento altera a posição 
cardíaca, que está intimamente 
relacionada à localização do diafragma. 
 Assim, o coração se apresenta desviado 
para cima e para a esquerda, ligeiramente 
rodado para a face anterior do tórax. 
 Além desse deslocamento, o volume do 
órgão está maior como um todo, em função 
do aumento do volume sistólico e da 
hipertrofia dos miócitos. 
 Pequenas alterações do ritmo cardíaco são 
frequentes, em especial as extrassístoles 
ventriculares e taquicardias paroxísticas 
supraventriculares. 
 O sopro cardíaco sistólico é comum em 
decorrência da redução da viscosidade 
sanguínea e do aumento do DC 
 As adaptações endócrinas e metabólicas do 
organismo materno visam garantir o aporte 
nutricional para o desenvolvimento saudável do 
feto, de termo e com peso adequado. 
 A produção placentária de substâncias 
similares aos hormônios maternos gera um 
novo equilíbrio dos eixos hipotálamo-hipófise-
adrenal, hipotálamo-hipófise-ovário e 
hipotálamo-hipófise-tireoide. 
 Da mesma forma, sua produção hormonal 
própria, como a do hormônio lactogênico 
placentário, altera o metabolismo da gestante 
no decorrer da gravidez, adequando-o ao 
momento de desenvolvimento o u crescimento 
fetal. 
 Portanto, existem duas fases distintas: 
Sistema Endócrino 
As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
 Uma primeira etapa de anabolismo 
materno,que dura pouco mais da metade 
da gestação 
 Uma segunda etapa de catabolismo 
materno e anabolismo fetal, segue até o 
término da gravidez. 
 
a) Hipotálamo 
 O hipotálamo exerce importante papel no 
sistema endócrino por ação parácrina e 
autócrina, atuando na regulação da 
atividade da hipófise. 
 Durante a gravidez, as concentrações de 
diversos hormônios produzidos pelo 
hipotálamo têm aumento na circulação 
periférica, apesar de não serem 
tipicamente detectadas fora do período 
gestacional. 
 Isso decorre da produção placentária de 
variantes idênticas aos hormônios 
hipotalâmicos, como: 
 Hormônio liberador da gonadotrofina (GnRH) 
 Hormônio liberador da corticotrofina (CRH), 
 Hormônio hipotalâmico estimulador da 
tireotrofina (TRH) 
 Somatostatina 
 Hormônio liberador do hormônio do 
crescimento (GHRH) 
 
b) Hipófise 
 Durante a gestação normal, a hipófise 
aumenta de tamanho à custa de hipertrofia 
e hiperplasia da adeno-hipófise, 
especialmente dos lactótrofos, promovidas 
pela ação estimulante do estrógeno. 
 A expansão volumétrica pode, no entanto, 
acarretar falência da glândula quando 
ocorre sangramento profuso no período 
periparto e isquemia hipofisária (síndrome 
de Sheehan). 
 Com relação à adeno-hipófise, observa-se 
aumento considerável da produção de 
prolactina, que chega a níveis maiores que 
em mulheres não gestantes 
 A elevação desse hormônio tem por 
finalidade preparar as glândulas mamárias 
para a produção de leite no pós-parto. 
 Por causa desse aumento fisiológico, não 
se dosa a prolactina para o 
acompanhamento das doenças 
hipofisárias durante a gravidez. 
 A produção e a secreção de hormônio do 
crescimento (GH), por sua vez, 
permanecem normais no 1º trimestre, mas, 
com o aumento da secreção desse 
hormônio pelo sinciciotrofoblasto, os níveis 
séricos de GH aumentam ao longo da 
gestação. 
 A fração alfa da gonadotrofina coriônica 
humana (hCG), por sua semelhança 
molecular com a fração alfa do hormônio 
estimulante da tireoide (TSH), estimula a 
função tireoidiana, o que, por meio de 
retroalimentação negativa, reduz a 
produção e a secreção hipofisária de TSH. 
 Essas alterações são evidentes no 1º 
trimestre da gravidez, com retomo a níveis 
normais de TSH no 2º e no 3º trimestres. 
 Os altos níveis de progesterona parecem 
aumentar a produção e a secreção do 
hormônio melanotrófico da hipófise ( MSH). 
 Os níveis de hormônio adrenocorticotrófico 
(ACTH) aumentam progressivamente em 
função da produção hipofisária e 
placentária. 
 A produção placentária de esteroides 
sexuais leva ao decréscimo da secreção de 
gonadotrofinas hipofisárias. 
 Os hormônios armazenados pela neuro-
hipófise são o hormônio antidiurético (ADH) 
e a ocitocina. 
 Os níveis de ocitocina mantêm-se 
constantes durante a gestação, elevando-
se na fase ativa e no período expulsivo do 
trabalho de parto. 
 De acordo com a hemodiluição fisiológica 
da gravidez, a gestante experimenta nível 
de osmolaridade sanguínea mais baixo 
para desencadear a liberação de ADH pelo 
mecanismo de sede. 
 No entanto, não há alteração dos níveis 
circulantes de ADH, apenas um novo 
equilíbrio do limiar determinante de sua 
liberação. 
 
c) Tireoide 
 As alterações provocam sobrecarga 
funcional da tireoide, mas não costumam 
causar aumento volumétrico acentuado da 
glândula. 
 A regulação da tireoide está alterada na 
gravidez em razão de: 
1. Redução dos níveis séricos de iodo pelo 
aumento da taxa de filtração glomerular e pelo 
consumo periférico. 
 O aumento da depuração renal de iodo 
associado à ingestão baixa ou limítrofe desse 
elemento pode ocasionar deficiência na 
produção hormonal materna e fetal. 
 Políticas nacionais de iodação do sal de 
cozinha limitam o surgimento de deficiência de 
iodo, o que pode ocorrer, contudo, em 
gestantes que fazem dietas restritivas. 
 
2. Aumento da produção e da glicosilação da 
globulina transportadora de hormônios 
tireoidianos (TBG) com consequente aumento 
das frações ligadas dos hormônios. 
 A glicosilação da TBG é estimulada pela 
crescente produção de estrógenos pela 
placenta, o que diminui sua metabolização 
hepática e, consequentemente, aumenta seus 
As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
níveis circulantes. Isso faz com que as formas 
ligadas de tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4) 
tenham aumento fisiologicamente. 
 
3. Estimulação direta dos receptores de TSH pelo 
hCG. 
d) Paratireoides 
 A função das paratireoides está 
intimamente ligada ao metabolismo do 
cálcio. 
 A demanda de cálcio na gestação é maior 
em função da unidade fetoplacentária, que 
absorve cálcio e outros elementos do 
organismo materno para a formação do 
esqueleto fetal. 
 Na lactante, as demandas são ainda 
maiores, pelo alto teor de cálcio no leite 
materno, que deve suprir as necessidades 
do recém-nascido 
 O produto conceptual consome, em média, 
cerca de 300 mg/ dia de cálcio na gravidez, 
concentrados no 3º trimestre 
 O aumento da filtração glomerular, por sua 
vez, contribui para maior excreção de 
cálcio urinário. 
 A hemodiluição materna leva a um 
decréscimo na concentração de albumina, 
a qual se liga a aproximadamente 50% do 
cálcio total. 
 Essas alterações fisiológicas levam a um 
decréscimo do nível sérico de cálcio total, 
sem alterar, contudo, os níveis de cálcio 
iônico e de cálcio corrigido pela albumina. 
 Dessa forma, não se observa benefício na 
suplementação desse elemento em 
gestações normais, mas deve-se 
considerá-la em situações como na 
adolescência, gemelidade, intervalo entre 
partos curto e doenças intestinais 
disabsortivas. 
 O paratormônio (PTH) apresenta redução 
dos níveis séricos no 1º trimestre, que 
depois voltam a aumentar 
progressivamente ao longo da gestação. 
 Os efeitos adaptativos que mantêm o 
equilíbrio do metabolismo do cálcio, a 
despeito da diminuição na produção de 
PTH pela paratireoide, estão relacionados, 
principalmente, à elevação observada do 
calcitriol (vitD3 ativada), resultante da 
estimulação da atividade da 1-alfa-
hidroxilase renal por estrógeno, hormônio 
lactogênico placentário e proteína 
relacionada ao paratormônio (PTH-rP), 
produzidos pela placenta. 
 Consequentemente, com o aumento do 
calcitriol, ocorre maior absorção de cálcio 
pelo sistema digestório. 
 
e) Adrenais 
 O aumento generalizado das atividades do 
eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e do 
sistema renina-angiotensina-aldosterona 
dosterona faz da gravidez um período de 
hipercortisolismo e hiperaldosteronismo. 
 O aumento do cortisol sérico decorre da 
redução de sua excreção e do aumento de 
sua meia-vida. 
 Tem relação direta com a unidade 
fetoplacentária, que produz CRH e ACTH, 
e, no 3º trimestre, os níveis de cortisol 
chegam a ser três vezes maiores que os 
níveis basais. 
 Na presença de ambiente com altos níveis 
de progesterona, ocorre refratariedade da 
resposta tecidual ao cortisol. 
 O hiperaldosteronismo relativo, mantém o 
balanço eletrolítico de sódio, de acordo 
com as alterações do volume plasmático. 
 Os níveis circulantes e excretados de 
andrógenos adrenais, como o sulfato de 
deidroepiandrosterona (DHEA-S), 
encontram-se reduzidos, possivelmente 
pelo consumo e pela metabolização em 
estrógeno placentário. 
 Os níveis maternos de androstenediona e 
de testosterona, por sua vez, encontram- -
se maiores na gestação. 
 
f) Ovários 
 Durante a gravidez normal, a função 
endócrina ovariana está relacionada à 
produção de progesterona pelo corpo 
lúteo. 
 Sua importância se limita até a 7ª semana 
de gravidez, pois está associada à 
manutenção da gestação até o período em 
que o trofoblasto cresce suficientemente 
para sua autonomia hormonal. A produção de outras substâncias como a 
relaxina se associa a mecanismos de 
relaxamento sistêmico das fibras de 
colágeno e musculares, responsáveis pela 
acomodação da gestação e pelo processo 
de parturição. 
 A relaxina também está envolvida na 
fisiopatologia do parto pré-termo e das 
alterações da cérvix, mas não tem relação 
com o processo de embebição gravídica 
presente no sistema articular. 
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 A produção de andrógenos 
(androstenediona e testosterona) está 
elevada, mas não acarreta maiores 
repercussões, já que a placenta converte 
esses hormônios em estradiol.54 
 As demandas energéticas são as mais 
evidentes, reservando-se ao metabolismo 
hidroeletrolítico papel secundário e associado 
às alterações circulatórias. 
 O ganho de peso materno decorre, em grande 
parte, do acúmulo de componente hídrico intra 
e extravascular, e em menor proporção, do 
acúmulo de componentes energéticos e 
estruturais (carboidratos, lípides e proteínas). 
 O ganho de peso total se distribui de forma 
proporcionalmente diferente nos diversos 
segmentos do organismo, preferenàalmente 
alocado no território uterino e fetoplacentário, 
nas mamas e nas estruturas vasculares 
 As demandas gestacionais não são constantes 
e diferem de acordo com os diversos trimestres 
e compartimentos, sendo maiores quanto mais 
avançada for a gravidez, 
 Na primeira fase de anabolismo materno, que 
se estende da concepção até 24 a 26 semanas 
de gestação, o aporte energético é direcionado 
para reservas maternas. 
 Na segunda fase, de catabolismo materno, 
tanto o aporte energético ingerido como as 
reservas maternas são direcionados ao 
crescimento do feto. 
a) Metabolismo dos carboidratos e lipídeos 
 A gravidez normal gera um deslocamento 
do equilíbrio entre o metabolismo materno 
de carboidratos e o de lípides, os quais 
ganham mais relevância no metabolismo 
energético durante o período gestacional. 
 Dessa forma, há uma redução da glicemia 
em jejum e da glicemia basal materna em 
favor do armazenamento de gordura, 
(glicogênese hepática e transferência de 
glicose para o feto) 
 Essas alterações são observadas na fase 
anabólica da gestação e são 
desencadeadas pelos hormônios sexuais 
placentários (estrógeno e progesterona). 
 A partir da segunda metade da gravidez, 
inicia-se o período catabólico, com: 
 Lipólise 
 Neoglicogênese 
 Resistência periférica à insulina, (secundária à 
produção placentária de hormônios 
diabetogênicos, como GH, CRH, progesterona 
e hormônio lactogênico placentário (hLP ou 
somatomamotropina coriônica) 
 
 A partir de 30 semanas gestacionais que a 
mulher começa a mobilizar suas reservas 
energéticas para se adequar ao 
crescimento fetal. 
 Para garantir o aporte de glicose 
necessário visando o crescimento e o 
desenvolvimento do produto conceptual, 
ocorre aumento da resistência periférica à 
insulina, criando um ambiente de 
hiperglicemia pós-prandial e consequente 
hiperinsulinemia, resultante da hipertrofia e 
da hiperplasia das células beta 
pancreáticas mediadas pela prolactina e 
pelo hLP 
 A hiperglicemia visa satisfazer a maior 
necessidade energética do feto no 3º trimestre, 
favorecendo o transporte de glicose pela 
placenta, que ocorre por difusão facilitada. 
 Para manter o desvio de glicose para o produto 
conceptual, o metabolismo da gestante passa 
a utilizar mais lípides como fonte energética. 
 A redução da sensibilidade à insulina é um 
fenômeno materno observado de forma mais 
evidente a partir de 26 semanas de gestação, 
período em que há aumento progressivo do 
nível de hLP. 
 E nesse momento, portanto, que qualquer 
desequilíbrio no metabolismo de carboidratos 
pode gerar quadro de diabetes mellitus 
gestacional, em especial se a oferta de glicose 
no sangue materno ultrapassar a capacidade 
pancreática de produção de insulina. 
 Entre outras substâncias, além do hLP, 
participam desse processo fisiológico a 
prolactina, o fator de necrose tumoral, a leptina 
e a adiponectina 
 
 Em jejum, especialmente quando muito 
prolongado, as concentrações plasmáticas 
de ácidos graxos, triglicérides e colesterol 
aumentam, podendo causar cetonemia 
mais facilmente. 
 Diz-se, portanto, que a gestante apresenta 
um estado de jejum acelerado. 
 O tecido adiposo também exerce papel 
ativo na regulação do metabolismo 
materno, adaptando-o às necessidades 
fetoplacentárias. 
 Na gravidez, ocorre aumento dos níveis de 
colesterol total e suas frações, além dos 
triglicérides. 
 O tecido adiposo produz uma família de 
chamadas adipocinas (leptina e a 
adiponectina) 
 Essas proteínas estão envolvidas no 
metabolismo lipídico, no centro regulador 
de saciedade, na sensibilidade à insulina e 
também em processos inflamatórios e 
cardiovasculares. 
 Na gravidez normal, existe um aumento da 
leptina, com pico no 2º trimestre. 
Metabolismo Materno 
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 Apesar disso, o apetite e a ingestão 
alimentar são maiores na gravidez porque 
as gestantes desenvolvem resistência 
relativa à leptina no centro de saciedade do 
sistema nervoso central. 
 Já os níveis de adiponectina se encontram 
menores durante a gestação, o que 
contribui para a diminuição da sensibilidade 
à insulina. 
 Glicosúria pode estar presente em um 
número considerável de gestantes, mas 
sem maiores significados, pois está 
relacionada ao aumento fisiológico da 
filtração glomerular e à diminuição da , 
reabsorção tubular renal. 
 
b) Metabolismo proteico 
 Existe aumento do balanço nitrogenado 
materno total com acúmulo de proteína no 
termo da gestação. 
 Metade desse acúmulo é direcionada ao 
feto e a seus anexos, sendo a outra metade 
destinada a suprir as necessidades da 
musculatura uterina hipertrofiada, do 
desenvolvimento mamário, da 
hipervolemia plasmática e da hiperplasia 
dos eritrócitos 
 Acredita-se que o incremento de 
aminoácidos no organismo materno esteja 
relacionado ao melhor aproveitamento 
dietético e à menor taxa de excreção. 
 A insulina exerce importante função no 
armazenamento de aminoácidos para 
reservas maternas e, com o 
desenvolvimento da capacidade fetal de 
produzi-la, também para reservas do 
concepto. 
 Com relação às proteínas plasmáticas, 
observam-se aumento da albumina total e 
redução de sua concentração plasmática. 
 Os níveis circulantes de gamaglobulina 
também estão maiores, mas em pequena 
proporção, o que aumenta a relação 
albumina-globulina. 
 Outras proteínas como: fibrinogênio e alfa 
e betaglobulinas também apresentam 
níveis aumentados. 
 A produção placentária de estrógenos leva à 
proliferação da microvasculatura de todo o 
tegumento, fenômeno conhecido como 
angiogênese. 
 Associado ao estado hiperprogestogênico, 
ocorre vasodilatação de toda a periferia do 
organismo. 
 Observam-se, assim, eventos vasculares da 
pele e dos anexos, como: 
 Eritema palmar 
 Telangiectasias 
 Hipertricose 
 Aumento de secreção sebácea e sudorese. 
 
 A alopecia é rara, mas pode ocorrer por causa 
das alterações hormonais 
 A hiperpigmentação da pele da gestante 
também está relacionada aos altos níveis de 
progesterona, que parecem aumentar a 
produção e a secreção do hormônio 
melanotrófico da hipófise. 
 Agindo sobre moléculas de tirosina da pele, 
induz a produção excessiva de melanina, o que 
provoca máculas hipercrômicas denominadas 
cloasmas ou melasmas 
 Entre os locais de maior incidência a estão 
face, fronte, projeção cutânea da linha alba 
(linha nigra), aréola mamária e regiões de 
dobras 
 Podem piorar com a exposição solar e 
costumam desaparecerapós a gravidez. 
 O sinal de Hunter nada mais é que a 
pigmentação periareolar que determina o 
surgimento da aréola secundária nas 
gestantes. 
 Mais raramente, podem surgir as linhas de 
demarcação pigmentares, transições bem 
delimitadas entre pele mais clara e pele mais 
escura, que ocorrem prinàpalmente no tronco e 
nos membros inferiores e tendem a sumir ao 
término da gestação 
 As estrias são mais frequentes no período 
gestacional. 
 Como não há alteração da qualidade das fibras 
colágenas nem da constituição da epiderme, 
atribui-se sua ocorrência à hiperfunção das 
Pele e Anexos 
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glândulas adrenais, portanto, ao 
hipercortisolismo típico da gravidez. 
 Os fatores de risco para o desenvolvimento de 
estria são história familiar e, marcadamente, 
ganho de peso excessivo na gestação. 
 A distensão da pele do abdome, das mamas e 
do quadril pode provocar o aparecimento de 
estrias nessas regiões e até o momento não há 
tratamentos eficazes 
 As articulações, de modo geral, sofrem 
processo de relaxamento durante a gravidez, 
com acúmulo de líquido também denominado 
embebição gravídica. 
 Os níveis de estrógeno, progesterona e 
relaxina parecem não estar envolvidos nesse 
fenômeno. 
 Nas articulações dos membros inferiores, a 
embebição gravídica pode predispor a gestante 
a dores crônicas, entorses, luxações e até 
fraturas. 
 Durante a gravidez, observa-se que as 
articulações da bacia óssea (sínfise púbica, 
sacrococcígea e sinostoses sacroilíacas) se 
apresentam com maior elasticidade, 
aumentando a capacidade pélvica e 
modificando a postura e a deambulação da 
gestante, o que prepara o organismo para a 
parturição. 
 Essas modificações, por sua vez, parecem 
estar associadas à ação da relaxina e são mais 
evidentes na sínfise púbica 
 Em geral, os ligamentos estão mais frouxos e 
são mais complacentes à movimentação. 
 Tais modificações são imprescindíveis para o 
fenômeno de expulsão fetal, pois elas 
permitem o aumento dos diâmetros e estreitos 
da pelve materna. 
 O aumento do volume abdominal e das mamas 
desvia anteriormente o centro de gravidade 
materno. 
 Por instinto, a gestante direciona o corpo todo 
posteriormente, de forma a compensar e 
encontrar novo eixo de equilíbrio que permita 
que ela se mantenha ereta. 
 Por essa razão, surgem hiperlordose e 
hipercifose da coluna vertebral, aumento da 
base de sustentação, com afastamento dos 
pés e diminuição da amplitude dos passos 
durante a deambulação 
 Além disso, o aumento da flexão cervical causa 
compressão de raízes cervicais que originam 
os nervos ulnar e mediano, acarretando fadiga 
muscular, dores lombares e cervicais, e 
parestesias de extremidades 
 Muitas gestantes se queixam do aumento de 
apetite e sede. 
 A resistência à ação da leptina e as alterações 
da secreção de ADH, em nível de osmolaridade 
distinto da não grávida, parecem ser as 
explicações para tais alterações 
 Mudanças nas preferências alimentares são 
comuns e podem chegar a perversões do 
paladar, com desejos de ingerir terra, sabão, 
carvão, entre outros, situação denominada pica 
ou malacia. 
 Náuseas e vômitos são ocorrências muito 
prevalentes no 1º trimestre e desaparecem ao 
longo da gravidez. 
 Por vezes, podem ser de difícil manejo, 
acompanhados de perda significativa de peso, 
o que configura hiperêmese gravídica. 
 Os aspectos emocionais e psíquicos da 
paciente também exercem efeito no quadro de 
ínico. 
 A sialorreia, ou secreção salivar exacerbada, é 
desencadeada por estímulo neurológico do 
quinto par craniano (nervo trigêmeo) e do nervo 
vago, e relaciona-se mais à dificuldade de 
deglutição decorrente das náuseas do que 
propriamente ao aumento de secreção salivar. 
 As adaptações vasculares orais decorrentes 
dos altos níveis de esteroides sexuais 
circulantes causam hipertrofia e 
hipervascularização gengival. 
 Tal fato resulta em gengiva edemaciada e 
facilmente sangrante, o que dificulta a limpeza 
local. 
 O pH salivar é mais baixo, podendo propiciar 
proliferação bacteriana. 
 A hipertrofia gengival acentuada com 
proliferação das papilas intermediárias e dos 
vasos locais pode eventualmente formar 
pseudotumores ou granulomas, os quais são 
denominados epúlides gravídicos. 
Sistema Esquelético 
Sistema Digestório 
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 A progesterona é um potente relaxante de 
fibras musculares lisas. 
 O estrógeno, por sua vez, age como indutor 
dos efeitos progestogênicos no organismo 
materno. 
 Esses efeitos levam a relaxamento do esfíncter 
esofágico inferior e redução de seu 
peristaltismo com aumento da incidência de 
refluxo gastroesofágico (pirose). 
 A hipotonia da vesícula biliar, por sua vez, 
predispõe ao surgimento de litíase biliar, em 
especial pela associação com o aumento do 
colesterol total desde o início da gestação. 
 A contratilidade da musculatura lisa dos 
intestinos também se encontra reduzida, 
causando constipação. 
 A permanência prolongada do bolo fecal no 
lúmen intestinal expõe os alimentos ao contato 
com enzimas digestivas por tempo mais 
prolongado e aumenta a absorção de água, o 
que contribui para piora da obstipação. 
 As alterações hepáticas e pancreáticas 
desencadeadas pela gravidez são 
eminentemente funcionais e relacionadas ao 
metabolismo energético. 
 A função hepática permanece igual à da não 
grávida, com exceção do transporte intraductal 
de sais biliares, que se apresenta parcialmente 
inibido (efeito secundário do estrógeno e da 
progesterona). 
 As concentrações séricas de fosfatase alcalina 
são significativamente mais elevadas no 3º 
trimestre, devido à síntese placentária de 
fosfatase alcalina. 
 Os níveis séricos de gama glutamiltransferase 
são significativamente reduzidos. 
 O tempo de protrombina se mantém inalterado 
durante a gravidez e ocorre aumento do nível 
sérico de fibrinogênio ao final da gestação. 
 Com o aumento do volume uterino, ocorrem 
alterações anatômicas que desviam o 
estômago e o apêndice para cima e para a 
direita de sua localização habitual, e os 
intestinos para a esquerda. 
 Por vezes, o apêndice cecal ocupa o flanco 
direto, dificultando o diagnóstico clínico de 
apendicite na gravidez. 
 Sintomas intestinais e anorretais, como 
inchaço abdominal, constipação, incontinência 
e doença hemorroidária, são comuns durante a 
gravidez e o pós-parto 
 As vias aéreas superiores apresentam 
modificações significativas durante a gestação. 
 Ocorre ingurgitamento e edema da mucosa 
nasal, que se traduz em maior frequência de 
obstrução, sangramento e rinite durante a 
gravidez. 
 O edema da mucosa também acomete a 
laringe e a faringe, diminuindo o lúmen dessas 
vias, o que pode, inclusive, representar maior 
dificuldade de entubacão orotraqueal nessas 
mulheres. 
 Alterações anatômicas da caixa torácica 
podem ser notadas tão logo se inicia a 
gestação. 
 A amplitude de movimento do diafragma se 
reduz ao longo da gravidez devido ao aumento 
do volume abdominal que ocorre com o 
crescimento uterino. A caixa torácica apresenta 
aumento em sua circunferência e em seu 
diâmetro anteroposterior, com consequente 
ampliação dos ângulos costofrênicos 
 A capacidade vital é a soma das reservas 
pulmonares expiratória e inspiratória e do 
volume corrente. 
 Na grávida, não se nota modificação da 
capacidade vital, mas ocorre readaptação dos 
volumes distribuídos nos seus diversos 
componentes. 
 Dessa forma, presencia-se aumento do volume 
corrente com redução da reserva expiratória e 
preservação da reserva inspiratória. 
 A elevação do volume correntepretende suprir 
as demandas de oxigênio, que sofrem aumento 
por conta da maior massa eritrócitária e da 
quantidade total de hemoglobina circulante. 
 A hemodiluição e a queda da hemoglobina 
induzem o aumento do volume corrente para 
compensar o fato de que a frequência 
respiratória em si não se altera, mas as 
necessidades de oxigênio estão maiores, e 
esse aumento do volume corrente determina 
aumento do volume-minuto também 
 Na capacidade inspiratória, reconhece-se o 
conjunto volume corrente e reserva inspiratória, 
enquanto a capacidade residual funcional é: 
reserva expiratória + volume residual. 
 Durante a gestação, ocorre deslocamento de 
volume entre essas duas capacidades, com 
acréscimo na capacidade inspiratória (pelo 
aumento do volume corrente) 
 Afecções das vias aéreas superiores também 
podem ser motivo de dificuldade respiratória, 
como a congestão nasal. 
 A própria gravidez promove edema e 
hipervascularização da mucosa, responsáveis 
por um quinto das queixas típicas de rinite. 
 Os rins apresentam aumento em seus 
diâmetros durante a gestação. 
 Modificações vasculares das arteríolas renais 
são fruto das adaptações circulatórias 
 Assim, o aumento da volemia em associação 
com a redução da resistência vascular 
periférica provoca elevação do fluxo plasmático 
Sistema Respiratório 
Sistema Urinário 
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glomerular, com aceleração do ritmo de 
filtração glomerular. 
 Essas alterações podem ser observadas logo 
na 10ª semana de gestação, com aumento 
gradativo ao longo da gravidez e redução 
discreta próxima ao termo. 
 O fluxo plasmático glomerular, assim como o 
ritmo de filtração glomerular aumentam já no 
final do 1º trimestre. 
 A osmolaridade plasmática também se 
modifica na gravidez por conta da ativação do 
sistema renina-angiotensina-aldosterona e da 
redução do limiar para secreção de ADH. 
 A liberação de ADH e o mecanismo de sede 
são desencadeados por menores níveis 
osmóticos, concentrando a urina. 
 As grávidas, filtram maiores quantidades de 
sódio e água no glomérulo, o que é 
compensado por maior reabsorção tubular 
desses elementos, resultado da ação da 
aldosterona e do ADH. 
 Da mesma forma que a pressão arterial, as 
taxas de fluxo plasmático glomerular e ritmo de 
filtração glomerular também sofrem grande 
influência da posição materna 
 Ao contrário do que ocorre em mulheres não 
grávidas, o padrão de excreção urinária é maior 
à noite em função do repouso em decúbito, 
com maior mobilização dos fluidos 
extravasculares e menor capacidade de 
reabsorção de água livre (noctúria) 
 Os fatores etiológicos dessas modificações 
relacionam-se não somente às adaptações 
circulatórias, mas também a substâncias que 
alterarão o funcionamento renal, como o óxido 
nítrico, a endotelina e a relaxina 
 O papel da endotelina, apesar de 
vasoconstritora, nos vasos renais estabiliza o 
tônus vascular. 
 A relaxina, produzida pelo corpo lúteo age na 
osmolaridade plasmática, aumentando o ritmo 
de filtração glomerular 
 Alterações do sistema urinário coletor são 
evidentes na gravidez. 
 Fatores hormonais como a progesterona 
provocam hipotonia da musculatura dos 
ureteres e da bexiga, causando discreta 
hidronefrose e aumento do volume residual 
vesical 
 Fatores mecânicos, como aumento do plexo 
vascular ovariano direito, dextrorrotação e 
compressão extrínseca uterina, predispõem à 
acentuação da hidronefrose do lado direito e à 
redução da capacidade vesical 
 A bexiga se encontra mais elevada ao longo da 
gestação, com retificação do trígono vesical, 
provocando refluxo vesicoureteral. 
 Incontinência urinária é queixa comum, embora 
mecanismos protetores estejam mais 
desenvolvidos, como aumento do comprimento 
absoluto e funcional da uretra e aumento da 
pressão intrauretral máxima. 
 Durante o trabalho de parto, a compressão da 
apresentação fetal sobre a bexiga acarreta 
edema e microtraumas na mucosa, 
aumentando as chances de hematúria e 
infecção. 
 As modificações gravídicas do sistema urinário 
aumentam o risco de formação de cálculos e de 
infecções do trato urinário.

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