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RADIOLOGIA – 1º BIMESTRE INTRODUÇÃO A RADIOLOGIA Radiologia é uma especialidade médica que estuda órgãos e estruturas internas do corpo humano utilizando os diferentes métodos de aquisição de imagens. Os principais métodos de diagnóstico por imagem são: • RX simples • RX contrastado • Tomografia • Ultrassonografia 2D/3D/4D • US com doppler colorido • Ressonância magnética • Mamografia • Densitometria óssea • Intervenções guiadas RADIAÇÕES 1. Radiação - é a energia transportada pelo espaço. 2. Radiação Eletromagnética - é uma forma de energia que se propaga como a combinação de campos elétricos e magnéticos, variáveis no tempo e no espaço, com a mesma velocidade da luz. - Ex: luz visível, raios X, raios gama, UV. - O RX é capaz de ionizar a matéria e os tecidos humanos, gerando efeitos benéficos (ex. radioterapia) e deletérios (mutações genéticas, infertilidade, teratogenicidade). - Não existe valor de dose de radiação considerado seguro. Alguns danos são reversíveis, mas os danos genéticos são irreversíveis - Assim, é necessária a radioproteção por blindagem com EPIs confeccionados com material plumbífero: Óculos; Protetor de tireoide; Luvas; Avental abaixo dos joelhos - Além disso, a distância da emissão de RX também reduz o risco de danos. - O dosímetro é utilizado para medir a quantidade de radiação o profissional recebe por mês. Caso a leitura venha acima do valor limite, o profissional é afastado. 3. RX Simples Principais indicações do RX simples são: • Traumas em geral • Sistema musculoesquelético • Tórax • Abdome agudo • Controle de tubos, sondas, cateteres 4. RX CONTRASTADO O RX contrastado está em crescente desuso, sendo resguardado para locais desprovidos de outras tecnologias. Exemplos de RX constrastado: • Urografia • Uretrocistografia • Enema opaco • Histerossalpingografia 5. USG - Ultrassonografia é um método que não utiliza radiação ionizante, mas sim ondas sonoras para gerar a imagem, por isso é preferível para gestantes. - Indicações de uso: Obstetrícia; Medicina interna; Pequenas partes; Procedimentos guiados. Músculos - A US com doppler colorido é utilizada para estudo da circulação sanguínea, pois capta o movimento das hemácias no interior dos vasos 6. Tomografia - A tomografia é um método que emite radiação e é considerada padrão-ouro para ossos e sistema urinário. - PET CT: tomografia computadorizada por emissão de pósitrons, muito útil para estadiamento de câncer, avaliação de resposta terapêutica e recidiva tumoral. 7. RM - A ressonância magnética é um método que não emite radiação. - Ressonância funcional: capta áreas ativadas ou desativadas do encéfalo. - Contraindicação para RM (devido aoforte campo magnético): • Uso de marca-passo • Objetos metálicos • Próteses ortopédicas recentes 8. Mamografia - A mamografia é um método que emite radiação ionizante. Rastreamento anual: - TODAS mulheres > 40a - Mulheres > 35a c/ fatores de alto risco - Mulheres > 25a c/ fator de risco genético 9. Densiometria Óssea - A densitometria óssea é um método que emite pouca radiação, tanto é que não é necessária a presença de paredes com proteção plumbífera na sala de realização desse exame. - A densitometria óssea é o único método reconhecido pela OMS e aceito internacionalmente que permite o diagnóstico da osteoporose anterior a fratura por baixo trauma típicas da osteoporose. - Principais indicações da OMS: • Mulheres > 65a • Homens > 70a • Mulheres < 65a e homens 50-70a com risco de fratura • Adultos e crianças com história de fratura por fragilidade óssea • Uso prolongado de corticoides • Monitorar resposta terapêutica DENSIDADES As densidades da radiografia simples permitem visualizar ar, partes moles, osso e gordura. O exame de imagem é uma representação anatômica das estruturas do paciente. INTERAÇÃO: RADIAÇÃO e MATÉRIA - Quando o raio chega no corpo, ele interage com os tecidos, sofrendo absorção. - O ar, presente nos pulmões, não absorve a radiação, portanto ela "passa" totalmente para o filme, imprimindo uma coloração mais escura. - Os ossos são as estruturas que mais absorvem a radiação (após os metais), portanto pouca radiação chega ao filme, imprimindo o aspecto branco no filme. Assim surgem os diferentes tons vistos em um filme de raio-x. METAL: - absorção dos RX: total - imagem no filme: branco CÁLCIO: - absorção dos RX: grande - imagem no filme: um pouco menos branco PARTE MOLE E ÁGUA: - absorção dos RX: média - imagem no filme: cinza GORDURA: - absorção dos RX: pouca - imagem no filme: +/- preto AR: - absorção dos RX: nenhuma - imagem no filme: preto RADIODENSA: - imagem branca no filme - pouca radiação chega no filme; o osso, por exemplo, absorve a radiação, então pouca radiação chega ao filme. - Quanto menor a quantidade de radiação que chega ao filme, mais branco o filme fica. RADIOTRANSPARENTE: - imagem preta no filme - muita radiação chega no filme. - O ar não absorve a radiação, então toda a radiação chega ao filme. RX NA NORMAL - Diâmetro do coração deve ser menor que a metade do tórax. - Índice cardiotorácico: relação entre o diâmetro do tórax e o do coração. Se > 0,5 = cardiomegalia RX – ICC - Na ICC, os vasos ficam congestos (porque o coração não está ejetando de forma adequada), causando aumento dos hilos pulmonares e acentuação da trama vascular pulmonar, que são vistos no Rx como a cefalização da trama vascular (passam a se situar mais na região apical). - Linhas B de Kerley: linhas transversais adjacentes à pleura que são sinais de ICC. - Efusão pleural: líquido na região da fissura oblíqua. - No Rx de ICC, há apagamento dos seios costofrênicos, o que indica provável derrame pleural. DENSIDADE NA TC - As densidades na tomografia também dependem da absorção ou não da radiação pelas estruturas. - Difere-se do raio-x pela capacidade de medição quantitativa das densidades através da escala de cinzas de Hounsfield, uma escala de tons de cinza criada para interpretação dos exames tomográficos. - A TC também é um exame de raio-x - resultado do uso de raios-x e processamento avançado do sinal através de computadores para gerar imagens de cortes do corpo TC x TUMORES Cada tumor – benigno e maligno – tem a sua densidade, portanto alguns tumores podem ser diferenciados entre malignos e benignos através da tomografia. MEDIDA DAS UNIDADES HOUNSFIELD A medida das densidades de Hounsfield varia de +1000 para -1000, sendo que o grau 0 corresponde à água ou líquido. * --1000 a -800: - estrutura: ar - cor: preto * -800 a -100: - estrutura: gordura - cor: cinza escuro * 0: - estrutura: cinza médio - cor: * 0 a 20: - estrutura: partes moles - cor: cinza médio a claro * Acima de 200: - estrutura: ossos - cor: branco * Próximo de 1000: - estrutura: metal - cor: branco brilhante RX DE TORAX É o exame complementar mais solicitado na medicina; -Vantagens: baixo custo; amplamente disponível - Desvantagem: radiação ionizante; dependência de boa técnica; falta de treinamento para interpretar as imagens Ao pegar uma radiografia, deve-se observar: - identificação do paciente: sempre a direita do paciente; quando formos posicionar a plicula da radiografia no negatoscopio, a identificação deve estar a direita do paciente. Olhamos a imagem de frente, a identificação esta a esquerda do observador. - sexo: importante saber pois algumas doenças acometem mais um sexo do que o outro. Doenças reumáticas afetam mais mulheres - idade Principios da Formação da Imagem: - Quanto maior a densidade da estrutura, maior será a atenuação do feixe de raio-x e mais clara será a sua aparência no filme - Quanto menor a densidade da estrutura, menor será a atenuação do feixe de raio-x e mais escura será a sua aparência no filme PROJETOÇÕES PA – PÓSTERO ANTERIOR - É a projeção mais solicitada. - A radiação entra posteriormente (costas no paciente)e saem anteriormente (no tórax do paciente). - Quando o paciente é magro, tanto faz o paciente ficar de frente ou de costa. No entanto se for um paciente obeso ou com uma cifose, o mediastino fica muito longe do filme, podendo distorcer o tamanho real das estruturas. - Quanto mais longe da película, maior o coração fica no filme. Permite Avaliar: - Posicionamento crânio-caudal: o que é cranial (mais para cima no tórax) e o que é caudal (o que é mais para baixo no tórax); - Posicionamento latero-lateral: o que é lado direito do paciente é o lado esquerdo do paciente P – PERFIL Permite avaliar: - pode-se ver o que é inferior, superior, anterior e posterior - Posicionamento antero-posterior: o que é mais anterior e o que é mais posterior; - Posicionamento crânio-caudal: o que é cranial (mais para cima no tórax) e o que é caudal (o que é mais para baixo no tórax); OBS: - normalmente, solicita-se as duas posições (PA e P), possibilitando a visualização em 3 dimensões (anterior e posterior, cranial e caudal, direita e esquerda). - Pedindo incidências PA e perfil podemos ter uma noção tridimensional do tórax AP – ANTERO-POSTERIOR - Utilizada para pacientes acamados, onde a movimentação fica comprometida. Nesse caso o aparelho de raio-x é portátil, levado até o leito do paciente. - O paciente fica em decúbito dorsal, sendo que os raios incidem anteriormente e saem posteriormente (os raios vão “de cima para baixo”), já que o aparelho fica em cima e o filme fica em baixo do paciente. - Apresenta grande distorção da imagem do coração, já que a distância entre o órgão e o filme torna-se maior; ÁPICO - LÓRDICA - É realizada com o paciente de pé, com sua parte anterior mais inclinada, para que a incidência da radiação venha de baixo para cima, evitando a sobreposição das clavículas. - Muito utilizada na tuberculose. DECÚBITO LATERAL (LAURELL) - Muito utilizada para avaliação de derrame pleural (presença de líquido na caixa torácica do paciente). - O paciente é deitado em decúbito lateral, sendo que nessa posição o líquido escorre, permitindo o diagnóstico. - Sempre o lado da suspeita deve ficar para baixo OBLÍQUAS - Avaliação de trauma torácico, para visualizar fraturas de costelas. - São feitas do hemi-tórax direito ou esquerdo PARAMETROS TECNICOS Na avaliação do Rx, há quatro características básicas que devem ser respeitadas para que haja uma imagemde qualidade: 1. Penetração: - dose de radiação adequada 2. Rotação: - paciente deve estar centrado - como analisar: Bordas mediais das clavículas devem estar equidistantes do centro da coluna, e as escápulas devem estar fora do campo 3. Inspiração: - O exame deve ser feito enquanto o paciente faz uma apneia inspiratória máxima. - Como avaliar se o paciente realmente inspirou corretamente? Devemos ter de 9-11 costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares 4. Movimento: - aquisição estática ESTUDO SEQUENCIAL Seguir um roteiro pré-determinado para o estudo das radiografias do tórax - de fora para dentro (da parte mais externa para a parte mais interna do tórax). 1. Partes moles; 2. Esqueleto torácico; 3. Hilos e trama vascular; 4. Campos pulmonares; 5. Diafragma e seios costofrênicos; 6. Coração e mediastino. Radiopacos: - estruturas com densidade mais alta, como ossos. Quando a radiação atinge essas estruturas, parte da radiação fica na estrutura e não chega ao filme Radiolúcidas: - estruturas em que a radiação passa quase que totalmente. São estruturas com densidade muito baixa, como o pulmão OBS: - os termos “radiopaco” e “radiolúcido” referem-se a transparência que essa estrutura aparece na radiografia, ou seja, o tanto de radiação que se absorveu e o tanto de radiação que atravessou o tecido - A radiação que incide no paciente fica retida no corpo do paciente para sempre, por isso é preciso ter sensatez ao solicitar raio x MACETE: - pensar que a radiação “queima” o papel. Portanto quanto mais radiação chega ao papel, mais escura fica aquela região. O filme é composto por cristais de prata. Os cristais de prata que não foram queimados pela radiação ficam brancos (mais claros). HILOS PULMONARES - Os hilos pulmonares são constituídos por brônquios, estruturas vasculares, nervosas e linfáticas. - o hilo E geralmente é mais superior em relação ao D CAMPOS PULMONARES Pulmão direito - composto 3 lobos (lobos superior, médio e inferior) divididas por 2 cisuras/fissuras(grande cisura/fissura oblíqua e pequena cisura/fissura horizontal); Pulmão esquerdo - composto por 2 lobos e 1 cisura: lobos superior (onde encontra-se a língula) e inferior, grande cisura/fissura oblíqua DIAFRAGMA E ESPAÇO PLEURAL - As cúpulas diafragmáticas apresentam contornos regulares, sendo a D geralmente mais elevada que a E (devido à localização do fígado). - Avaliar sempre os ângulos costofrênicos (deve ser um ângulo bem agudo) e cardiofrênicos. - A obliteração do seio costofrênico indica derrame pleural. MEDIASTINO - É o espaço composto por todas as estruturas compreendidas entre as pleuras dos pulmões direito e esquerdo - Limitado inferiormente pelo diafragma, lateralmente pelos pulmões. Superiormente não há limitação física. - O mediastino é melhor avaliado na imagem de tórax em perfil, pois podemos ver suas divisões. Conforme a região que está havendo uma patologia, podemos definir os órgãos acometidos. - mediastino é limitado inferiormente pelo diafragma, porém não possui um limite superior. Dessa maneira, doenças do pescoço podem descer para o mediastino, bem como doenças do mediastino podem atingir a região cervical, já que não existe barreira física ou anatômica que dividam essas regiões DIVISÃO ANATOMICA 1. Mediastino Superior - acima da linha do pericárdio - não se subdivide 2. Mesiastino Inferior - abaixo do nível pericárdico - subdivide-se em: Mediastino Anterior: - entre a borda do esterno e a borda anterior do coração - possui o timo residual, linfonodos, mesênquima (tecido de preenchimento); Mediastino Médio/Vascular: - entre a borda anterior do coração até a borda anterior da coluna vertebral - compreende o coração e grandes vasos (aorta, artéria pulmonar principal, artérias pulmonares direita e esquerda, veia cava superior e veia cava inferior), além de brônquios, linfonodos e nervo frênico; Mediastino Posterior: - da borda anterior da coluna vertebral para trás. - Tudo que está depois da coluna torácica, inclusive acima do nível pericárdico, é o mediastino posterior: aorta descendente, esôfago, ducto torácico, linfonodos, nervos e áreas paravertebrais. OBS: - pelo fato de o brônquio fonte D ser mais retificado em relação ao E, é mais comum que corpos estranhos aspirados sigam o trajeto para o pulmão D. INDICE CARDIO-TORÁCICO – ICT Serve para sabermos o tamanho do coração do paciente. Proporciona uma noção se o paciente está com o coração aumentado, avaliando a área cardíaca. Para avaliar o índice cárdio-torácico: • Traça-se uma linha na região média do tórax; • Mede-se a distância do átrio direito até a linha média (a), a distância do ventrículo esquerdo até a linha média (b) e a distância entra as bordas internas da costela tangenciando o diafragma (c); • Em seguida fazemos (a + b) ÷ c, que deve ser ≤ 0,5 no adulto e ≤ 0,6 na criança. Resultado: O resultado obtido é interpretado da seguinte forma em adultos: até 0,5 considera-se normal, acima desse valor, considera-se cardiomegalia. Em crianças, o valor de referência sobe para 0,6. OPACIDADE - aumento da densidade - opacidade focal e opacidade difusa OPACIDADE FOCAL Há 3 tipos: 1. CONSOLIDAÇÃO: - É a substituição do ar dos alvéolos por material de densidade de partes moles, geralmente líquidos - opacidade pulmonar (aumento da densidade) - geralmente mal delimitado - sem perde do volume - broncogramas aéreos Exemplos: - Transudato no edema pulmonar; - Exsudato na pneumonia;- Sangue na hemorragia pulmonar; - Cél. neoplásicas no câncer (CA bronquialveolar) Caracteristicas: - Geralmente mal delimitada - Sem perda do volume - Broncogramas aéreos (linhas hipodensas no interior da opacidade), que consistem em parte do parênquima pulmonar com ar, em contraste com o restante que está com líquido - Pode ser lobar, difusa ou multifocal 2. ATELECTASIA É o colapso de segmento pulmonar. - opacidade pulmonar Causas: - Obstrutiva: CA, corpo estranho - Passiva: derrame pleural, pneumotórax - Cicatricial: fibrose pós-inflamação - Por aderência: defic. de surfactante Caracteristica: - Geralmente geométrica, triangular - Com perda de volume - Elevação do diafragma, desvio ipsilateral do mediastino (efeito retrátil) 3. NÓDULO/MASSA - É uma opacidade pulmonar arredondada solitária ou múltipla. - Nódulo: até 3 cm - Massa: lesão expansiva > 3 cm Causas de nódulo solitário: • Tuberculose • CA de pulmão • Metástase isolada • Hamartoma (neo. benigna) Causas de múltiplos nódulos: • Metástases pulmonares • Embolia séptica • Aspergilose angioinvasiva OPACIDADE DIFUSA As opacidades difusas são encontradas em patologias intersticiais, que acometem lóbulo pulmonar secundário. 1. HIPERTRANSPARÊNCIA FOCAL - diminuição da densidade ESCAVAÇÃO: - Massa pulmonar com necrose e comunicação com a via aérea - Paredes espessadas e irregulares - Pode conter gás e nível líquido no seu interior - mais comum: abscessos; neoplasias; tuberculose CISTO E BOLHA: - paredes finas e regulares PNEUMATOCETE: - É uma evolução benigna de pneumonia, normalmente estafilocócica, muito comum em crianças. - Não necessita de tratamento, pois involui sozinha. - Características: lesão bem delimitada, de bordas regulares e com nível hidroaéreo. 2. HIPERTRANSPARENCIA DIFUSA ENFISEMA PULMONAR: - DPOC - resposta inflamatória crônica a inalação de partículas - obstrução do fluxo aéreo Sinais Radiográficos: • Hipertransparência • Pobreza das silhuetas vasculares • Cúpulas rebaixadas e retificadas • ↑ Diâmetro anteroposterior TOMOGRAFIA DE TORAX Vantagens da TC: melhor visualização da anatomia, alterações pulmonares, mediastinais e parede torácica. Desvantagens da TC: radiação, alto custo, deslocamento do paciente (não é útil na emergência). PADROES DE OPACIDADE CONSOLIDAÇÃO: - opacidade que obscureceas silhuetas vasculares, sem perda de volume e, eventualmente, com broncogramas aéreos VIDRO FOSCO: - opacidade que não obscurece as silhuetas vasculares NÓDULO: - opacidade razoavelmente circunscrita medindo até 3,0 cm MASSA: - opacidade razoavelmente circunscrita maior que 3,0 cm BOLHAS (ENFISEMA): - aumento do espaço aéreo por destruição das paredes alveolares CISTOS: - hipodensidades focais com paredes finas ESCAVAÇÃO: - hipodensidade focal com paredes espessas Sinal do crescente aéreo: - linha de ar (hipodensa) periférica e que circunda uma opacidade pulmonar - Está normalmente relacionada à colonização fúngica (micetoma ou bola fúngica) TEP - A fisiopatologia do tromboembolismo pulmonar (TEP) consiste na migração de material tromboembólico originado de TVP periférica (principalmente em MMII), até a artéria pulmonar, obstruindo-a. - O TEP é a 3ª causa morbimortalidade entre as doenças CV agudas, sendo a principal causa de óbito de pacientes hospitalizados. - O tratamento do TEP é altamente efetivo, por isso o diagnóstico é imprescindível. RAIO X – TORAX 1. Oligoemia regional (sinal de Westermark): - pulmão fica mais “apagado” e escuro localmente, com trama vasobrônquica não tão visível 2. Aumento do calibre da artéria pulmonar central (sinal de Fleischner) 3. Consolidação periférica em formato de cunha com a base na superfície pleural (corcova de Hampton) 4. Pequeno derrame pleural TC – TORAX 1. É Padrão ouro para diagnostico de TEP 2. Defeito de enchimento: - imagem hipodensa intravascular obstruindo parcial ou totalmente o vaso 3. Consolidação cuneiforme com a base voltada para a superfície pleural (sinal de Hampton): infarto ou hemorragia 4. Oligoemia regional (Westermark) 5. Atelectasia laminar 6. Derrame pleural TUBERCULOSE - Mycobacterium tuberculosis - Transmissão via inalatória por gotículas - Formação de granuloma com necrose caseosa 5. Forma pós-primária: 5% dos infectados 1. FORMA PRIMÁRIA - Caracterizada pela formação do complexo de Ranke e tem cura espontânea na maioria dos pacientes. - É mais comum em crianças < 5 anos. - Forma miliar: mais comum em não vacinados com BCG e imunossuprimidos; são múltiplos micronodulos pulmonares de destruição randômica (aleatória) Achados: - Linfonodomegalias hilares/mediastinais - Opacidade pulmonar: consolidação, escavação, calcificação, disseminação broncogênica - Disseminação broncogênica: aspecto de árvore em brotamento 2. FORMA PÓS PRIMÁRIA - É a forma mais comum em adultos. - não apresenta linfonodomegalias Achados: a) Consolidações, vidro fosco, escavações b) Árvore em brotamento (nódulos e micronodulos centrolobulares) - segmentos apicais e posteriores dos lobos superiores e apicais dos lobos inferiores Alterações Sequelares de TB: - travesfibrocicatriciais, bronquiectasias, bolhas e distorção arquitetural nos lobos superiores COVID-19 Nos casos de COVID-19, deve haver indicação cautelosa de exames de imagem para evitar exposição a radiação. Inicial: RX tórax para triagem e para determinar diagnósticos diferenciais Próximos exames: TC, angiotomografia (TC com contraste p/ procurar TEP) RX – TORAX - Achado mais comum: opacidade pulmonar periférica predominando lobos inferiores - Baixa sensibilidade (25%) - Exame de triagem - Diagnósticos diferenciais TC – TORAX 1. Opacidades pulmonares em vidro fosco multifocais, bilaterais, periféricas, predominando nos segmentos posteriores 2. Pavimentação em mosaico (vidro fosco + espessamento septal) 3. Consolidações ESTEATOSE HEPÁTICA - O exame de escolha para diagnosticar esteatose hepática é a ultrassonografia. O US de abdome avalia o grau de esteatose hepática com bastante assertividade. - O ultrassom é o exame de escolha para avaliar o abdome do paciente com dislipidemia, diabetes e para fazer diagnóstico de esteatose hepática. METODOLOGIA DA USG - O transdutor emite ondas sonoras que interagem com os tecidos e são transformadas em sinais elétricos pelo cristal isoelétrico presente nesse transdutor. Por fim, esses sinais elétricos são convertidos em imagem pelo aparelho da US. - O que promove os tons de cinza nas imagens de US é o conceito físico de impedância acústica, que consiste na velocidade de propagação do som nos tecidos IMAGEM ECOGÊNICA: - imagem mais clara/branca. - A onda sonora interage com o órgão e dá origem a muitos ecos, ficando branco na imagem. IMAGEM HIPOECOICO: - cinza mais escuro - produz pouco eco IMAGEM ANECOICO: - preto - não produz eco de reflexão IMAGEM ISOECOGÊNICA: - tem a mesma ecogenicidade do que está ao redor ESTRUTURA HIPERECOGENICA - pode ser chamado de hiperrefringente - não permite passagem do som, refletindo muitos ecos e resultando em imagem muito branca SOMBRA ACUSTICA - presente na região posterior a alguma estrutura calcificada (hiperecogenica) - ex: cálculos biliares ASPECTOS DA USG NA ESTEATOSE HEPATICA A infiltração gordurosa no fígado tem o aspecto ultrassonográfico de aumento da ecogenicidade hepática (se torna hiperecogênico em relação ao rim). Além disso, há distorção da anatomia hepática, com apagamento dos contornos vasculares e prejuízo da visualização do diafragma e de estruturas peri-hepáticas DESCRIÇÃO O fígado, quando vai sendo substituído por gordura, vai ficando mais branco e granulado, fica heterogêneo. Portanto o principal sinal da esteatose é o aumento da ecogenicidade do fígado. O fígado normal tem uma cor próxima ao córtex renal. Alteração: “Fígado com dimensões aumentadas (ou não),apresentando aumento difuso da ecogenicidade do seu parênquima. Apresenta indefinição dos contornos vasculares e apagamento dos contornos do diafragma.” GRADUAÇÃO DA ESTEATOSE HEPÁTICA GRAU 1: - leve - aumento difuso da ecogenecidade hepática com visualização de vasos intra-hepáticos e do diafragma GRAU 2: - moderado - barramento da visualização dos vasos e do diafragma, mas ainda é possível vê-los GRAU 3: - acentuado - não se visualiza os vasos, o diafragma e a região posterior do fígado - Quando o fígado está muito gorduroso, o som não consegue passar, portanto não conseguimos visualizar a região mais posterior ATENÇÃO: A hepatomegalia (aumento do tamanho do fígado) pode ocorrer do grau moderado para cima, todavia ahepatomegalia está relacionada com a esteatohepatite alcoólica. INTERPRETAÇÃO DO RX SIMLPES DE ABDOME Para avaliar o abdome por imagem, têm-se: - RX simples; RX contrastado; USG; TC; RM RAIO X SIMPLES DE ABDOME - É um exame de baixo custo e amplamente disponível, que dispensa a utilização de qualquer tipo de contraste artificial, sendo frequentemente utilizado como avaliação inicial em diversos contextos clínicos. - Pode ser feito em protocolos de baixa dose de radiação (emite menos radiação no paciente) - A diferença de densidade das estruturas é que vai nos dar a possibilidade de estudar os limites, ou mais frequentemente um segmento dos limites destas, e a partir daí, poderemos deduzir algo sobre o tamanho e forma dos órgãos abdominais. - O AR dentro do TGI em função de sua radiotransparência, vai sempre nos ajudar. PRINCIPAIS INDICAÇÕES Distribuição de gás no TGI (no PS) • Tubos e linhas radiopacas • Corpo estranho • Pós-procedimento • Passagem de contraste oral no intestino. Nos exames enema opaco (intestino grosso) e trânsito GI (intestino delgado) • Cálculos renais INCIDENCIAS RADIOGRÁFICAS São feitas com o paciente em pé ou deitado. - AP (antero-posterior); decúbito dorsal (deitado); - AP ortostase (em pé); - Incidências especiais (exemplo: em decúbito lateral). OBS: - quando solicitamos raio-x de abdome agudo, são realizadas 3 incidências: AP decúbito dorsal + AP ortostase + tórax PA. - É dever do médico saber que são essas as 3 incidências do abdome agudo, e avalia-las para dar o diagnóstico TÉCNICA - Ao longo de todo o TGI temos líquido. As fezes ficam sólidas apenas em seu trajeto final do intestino grosso. - Quando o paciente está em pé, em situações fisiológicas, vemos uma divisão na bolha gástrica (imagem do estômago), onde vemos uma linha que divide ar para cima e líquido para baixo - exame mais escuro está mais penetrado. Ocorre quando o técnico faz um procedimento que emite muita radiação. Quando o técnico coloca pouca radiação, a imagem fica muito clara. Nenhuma dessas duas formas é adequada, não possibilita a visualização ideal das estruturas Técnica Adequada: - quando podemos visualizar a linha do músculo psoas, a base do tórax, a sínfise púbica e as paredes laterais do abdome. OBS: - Quando há muitos gases e fezes, pode haver um apagamento da linha do músculo psoas, sem necessariamente indicar uma patologia. - É obrigação do médico avaliar se a técnica do exame de imagem está correta. - sabe-se que quando o nível hidroaéreo (contato ar-liquido) está sendo visualizado, é um RX em PA ortostase. PADRÃO DA NORMALIDADE - Sempre conferir o nome do paciente, a data e o tipo do exame O que avaliar: • P: psoas • I: intestino • R: rins e vísceras • E: esqueleto • C: calcificações fisiológicas e patológicas 1. PSOAS - Deve-se enxergar a sombra do músculo psoas. - O músculo fica mais branco e em volta tem a gordura abdominal, por isso vemos uma linha mais escura em volta. - a não visualização da linha do psoas pode ser causado por: peritonite, obstrução de alça intestinal 2. INTESTINO - Deve-se avaliar a distribuição gasosa nas alças intestinais, e identificar se são alças do intestino delgado ou grosso. - A presença de gás dentro das alças varia de pessoa a pessoa, não tem um padrão certo definido. - Quando a quantidade de gases não está normal, há distensão da alça. - quando tem gás fora do TGI, indica pneumoperitonio e não é normal, pode ser devido a um orifício ouo ruptura de alguma viscera oca e o gas extravasa para fora do TGI INTESTINO GROSSO - presença de haustrações (pregas) que não chegam do outro lado da parede. - Pode distender mais (maior calibre de distensão), porque são maiores. INTESTINO DELGADO - presença de pregas coniventes (vão de um lado para o outro, atravessam a parede). - Sempre que tiver distensão de alça, com pregas visíveis e nível hidroaéreo, há obstrução. Se não tiver obstrução, não ocorre nível hidroaéreo, devido ao fluxo intestinal - Na obstrução de intestino delgado, muitas vezes é possível observar o "sinal do empilhamento de moedas", que consiste em vários anéis seguidos bem visíveis (são as pregas coniventes), sendo um sinal característico dessa obstrução; - sinal de “miolo de pao” indica grande acumulo de fezes e fecaloma (pode ser calcificado), característico da obstrução 3. RINS E VISCERAS - podemos visualizar a sombra renal, vendo somente o contorno dos órgãos. Essa sombra é importante para avaliação de cálculo renal; - Além dos rins, é importante a visualização do fígado e baço; - A visualização nem sempre é visível, mas devemos sempre procurar 4. ESQUELETO - possível observar alterações na coluna ou ossos do quadril 5. CALCIFICAÇÕES E CORPOS ESTRANHOS - As calcificações podem ser fisiológicas (não são doenças) ou patológicas, e são radiopacas (brancas). - Comum observar oleomas, que são calcificações fisiológicas típicas de injeção intramuscular. Outra calcificação fisiológica comum são os flebolitos, que são calcificações vasculares. - As calcificações patológicas são, por exemplo, os cálculos renais. - Os corpos estranhos podem ser visualizados através do raio-X simples TIPOS DE ABDOME AGUDO • Obstrutivo; Perfurativo; Vascular; Inflamatório; Traumático 1. ABDOME AGUDO PERFURATIVO - Abdome agudo é uma dor aguda de abdome de início súbito. - O pneumoperitônio é causado pelo abdome agudo perfurativo - Quando o gás extravasa para áreas fora do TGI, devido ao rompimento das vísceras abdominais, é formado o pneumoperitônio. - O abdome agudo perfurativo é uma condição que evolui para choque sépticose não tratada porque, como extravasou ar, é provável que também tenha extravasado fezes. - As bactérias intestinais são responsáveis por originar a peritonite que pode evoluir à infecção generalizada, choque sépticoe óbito Quadro clínico: - dor com piora súbita, intensa, aguda e persistente, peritonite, palidez e sudorese. Etiologias: • Úlcera gástrica/duodenal perfurada • CA de intestino delgado ou cólon • Rompimento de divertículos de colo • Rompimento de divert. de Meckel • Traumas • Complicação de AA obst./vascular • Outras (ex. ferimentos com arma brancaou de fogo) Sinais e Sintomas: - dor com piora súbita, intensa, aguda e persistente, peritonite (BD+), palidez, sudorese. Evolui para choque séptico se não tratado - Sinal do Duplo Contorno: visualização do contorno interior e exterior da parede intestinal, muito sugestivo de pneumoperitônio. - Quando há distensão das alças intestinais com nível líquido, a principal hipótese diagnóstica é de abdome agudo obstrutivo. 2. ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO - avaliação de gás + distençao das alças - O abdome agudo obstrutivo causa distensão das alças intestinais devido à obstrução intestinal, que impede a eliminação de fezes e gases. Valores normais do calibre das alças intestinais são: a) Alças do delgado: 3-4cm b) Alças do grosso: 7-8cm Quadro Clínico: - distensão, parada de eliminação de gases e fezes, associada a náuseas e vômitos Causas: - Principal: bridas (aderências), normalmente secundárias a alterações do processo fibrocicatricial de intervenções cirúrgicas abdominais. Asbridas se formam quando há aumento da atividade dos fibroblastos no processocicatricial, aumentando a formação de fibrose, que resulta na aderência entre alças intestinais. À medida que as fezes e gases passam por essa região com bridas, geram obstrução. - tumores, volvos, íleo paralitico (causado por distúrbio hidroeletrolítico), megacolon chagásico, fecalomas - íleo biliar, que é uma obstrução do delgado associada a um cálculo biliar grande que migra da vesícula para o íleo terminal, ficando estagnada na válvula ileocecal Como saber em qual intestino esta obstruído? - Intestino Grosso: presença de haustrações, que não ultrapassam a linha média do calibre da alça.Alças de distribuição mais periférica (emoldura o abd). Pode gerar aparecimento dos niveis hidroaéreos - Intestino Delgado: presença de pregas coniventes, que atravessam todo o calibre da alça. Alças de distribuição centrale característica serpiginosa Sinais e Sintomas: - Um sinal de abdome agudo obstrutivo no intestino delgado é a presença dos níveis hidroaéreos no paciente em posição ortostática. Isso se dá porque as fezes no intestino delgado têm composição mais líquida. Logo, se o delgado está obstruído, há acúmulo de líquido, formando os limites com os gases ali presentes. - Sinal da Escada: sinal de abdome agudo obstrutivo, onde os níveis hidroaéreos esta em diferentes “alturas ou degraus” do abdome, que pode aparecer tanto na obstrução de delgado quanto de grosso - Sinal do Empilhamento de Moedas: clássico da obstrução de delgado. - distensão, parada de aliminação de gases e fezes, náuseas e vômitos TC: A TC auxilia o diagnóstico da causa doabdome agudo obstrutivo, o que muitas vezes não é possível no Rx simples - No íleo biliar, o achado na TC é ar nas vias biliares, devido a fomração da fistula entre intestino e sistema biliar, e do calculo biliar no íleo terminal. 3. ABDOME AGUDO INFLAMATORIO - quadro de abdome agudo mais prevalente na população geral, sendo o mais visto nos PA e PS - O abdome agudo inflamatório geralmente tem resoluçãocirúrgica. QUADRANTE SUPERIOR DIREITO – Hipocondrio Direito COLECISTITE AGUDA - colecistite aguda, devendo sempre procurar excluir esse diagnóstico Fisiopatologia: - a colecistite aguda ocorre quando há a migração de cálculos da vesícula biliar para o ducto cístico ou colédoco, obstruindo a drenagem da bile, levando a uma estase biliar, gerando um processo inflamatório da parede da vesícula, resultando em uma dor abdominal aguda no quadrante superior direito - Mnemonico 4F causas da litíase biliar: Fat (obesidade); Female (feminino); Fertility (mulheres com mais filhos); Forty (idade >40 anos) Quadro Clínico: - Dor importante no quadrante superior direito; - Sinal de Murphy positivo (dor à compressão do Ponto Cístico - hipocôndrio direito); - Febre, leucocitose, icterícia e colangite. A colangite é a infecção/inflamação das vias biliares. Geralmente a icterícia é decorrente da colangite; - 1/3 dos pacientes com sintomas clássicos não tem colecistite confirmada por exames, por isso é importante fazer a investigação por exames de imagem mediante um quadro clínico típico; - 90-95% dos casos de colecistite ocorre por obstrução do ducto cístico (forma calculosa); - A forma acalculosa: é rara, geralmente ocorre como complicação de outras doenças, em paciente debilitados, em pós operatório ou com estase biliar USG - padrão ouro para diagnostico de colecistite aguda Achados: 1. Cálculos 2. Murphy ultrassonográfico: Murphy feito com o transdutor 3. Espessamento da parede da vesícula biliar (> 4mm) Cálculos + 1 dos outros sinais = colecistite - Classico: bile espessa, com espessamento da parede, contendo cálculos calcificados e sombra acústica Obs: - cálculos no ducto cístico podem não ser visualizados na US. Diagnósticos diferenciais: • Pancreatite aguda: Principal causa de Murphy falso + • Úlcera duodenal perfurada • Abscesso no QSD • Pielonefrite à D QUADRANTE INFERIOR DIREITO – FOSSA ILIACA DIREITA APENDICITE AGUDA - principal HD, devendo sempre procurar excluir esse diagnósticos - é a causa cirúrgica mais comum de dor abdominal aguda - faixa etária dos 8 anos ate adultos jovens são os mais acometidos Exame Físico: - descompressão brusca positiva (DB+) Fisiopatologia: - o apêndice é um remanescente embrionário que fica no final do ceco. Um fecalito pode obstruir o lúmem do apêndice e a sua formação fisiológica de muco não tem para onde ser drenado, iniciando um processo inflamatório. Diagnóstico: - a princípio é clínico, deve ser baseado no exame clínico, com DB+ em fossa ilíaca direita, com dor abdominal que migra para FID, associada a perda importante de apetite. - Caso haja dúvidas, lançar mão dos métodos de imagem, seja a tomografia ou ultrassom. Usualmente fazemos US na maioria dos pacientes, recorrendo-se a tomo caso o US seja inconclusivo EC - Imagem: - depende do biótipo do paciente e da suspeita de ruptura do apêndice, prefere-se a TC USG - recomendado para grávidas, crianças e mulheres de 15 a 45 anos (evita-se expor os pacientes a radiação); Técnica: 1. Encontrar o ponto onde o paciente refere dor. - Existem apêndices de localizações anômalas 2. Transdutor linear com compressão gradual da fossa ilíaca direita/ponto de dor; 3. Visualizar vasos ilíacos externos e músculo íleopsoas; 4. Intestino e apêndice normal é facilmente comprimido (colaba com a compressão); 5. Apêndice inflamado não é comprimível; 6. Apêndice normal: raramente é identificado, não tem peristalse, termina em fundo cego, tem parede ecogênica; Achados: - normal e identificado, deve ter o diâmetro transversal máximo de 5mm - Diâmetro entre 5 e 7mm é considerado limítrofe; - Apendicite aguda: o diâmetro deve ser superior a 7mm; - Não comprimível quando inflamável; - Observação da imagem em alvo (sinal do alvo): coleções de líquido, geralmente hipoecóicas (mais escuras) circundando o apêndice; TC - usado em pacientes obesos pela dificuldade de penetração das ondas do US e em caso de suspeita de perfuração. - A tomografia é o melhor método de Imagem para identificação do apendicite agudo, porque a presença de gases e fezes no intestino dificulta a passagem das ondas sonoras do ultrassom. Achados: - Apêndice distendido (> 7mm); - Sinais de inflamação periapendicular; - Observação do sinal em alvo; - Visualização do apendicolito (se houver); - Suspeita de complicações: realizar duplo contraste (endovenoso + VO ou via retal), para visualizar melhor eventuais complicações; - Sensibilidade e especificidade superiores ao US Diagnostico Diferencial: - Adenite mesentérica: Inflamação dos linfonodos mesentéricos, mais localizados na FID, por quadro viral inespecífica - Diverticulite cecal - Doença de Crohn - Gravidez ectópica rota - Doença inflamatória pélvica QUADRANTE INFERIOR ESQUERDO - FIE DIVERTICULITE - excluir a possibilidade - é uma doença caracterizada pela presença de divertículos, pequenas herniações da parede do intestino grosso. - Na diverticulite, há obstrução desses divertículos por fezes, resultando nainflamação dos mesmos. - A diverticulose é mais frequente no colos descendente e sigmoide, por isso a diverticulite se manifesta geralmente no QIE. Quadro Clínico: - dor abdominal de início abrupto, alteração do hábito intestinal (principalmente diarreia), febre, calafrios, sinais de irritação peritoneal. O local mais acometido é o cólon sigmóide; - Em 70% dos casos o tratamento é clínico. 30% tem complicações que requerem cirurgia: abscesso, fístula, obstrução e perfuração TC x USG - TC é o melhor exame diagnóstico por permite detectar as saculações e as complicações principalmente na avaliação de inflamação e abscessos pericolônicos. - A USG permite a visualização de somente achados inespecíficos, raramente faz diagnóstico de diverticulite. Enema Opaco: - é contraindicado devido ao risco de perfuração.Caso seja o único método de imagem disponível, sempre solicitar com contraste iodado (e não contraste de bário porque, caso adentre a cavidade peritoneal, causa peritonite importante). Diagnosticos Diferenciais: - CA de cólon perfurado; Colite infecciosa; Doença de Crohn; Cálculo ureteral impactado à E EPIGÁSTRICO PANCREATITE AGUDA - procurar excluir a possibilidade Causas: - alcoólica e biliar, sendo a biliar a mais comum (principalmente em mulheres e obesos, na faixa etária de 50 a 70 anos). - Cerca de 80-90% dos casos apresenta pancreatite aguda edematosa e de 10-20% apresenta pancreatite aguda necrosante Fatores de Risco: - idade, litíase das vias biliares (FR: 4F), elevação do triglicerídeos, pós-operatório de CEC, pós CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endoscópica), uso de drogas ilícitas Quadro Clínico: - Dor abdominal em andar superior – dor epigástrica/mesogástrio ou difusa; - Pode ser em faixa ou irradiar para o dorso, geralmente de progressão rápida; - Náuseas e vômitos persistentes (não melhoram com medicação anti-hemética); - Febre, icterícia, taquicardia, taquipneia, hipotensão e choque. - Amilase e lipase elevados TC: - padrão ouro, pois consegue avaliar a extensão do processo inflamatório e classificar a morbimortalidade - essencial para o diagnóstico precoce e avaliação das complicações. - Exame de escolha frente a suspeita clínica - A TC é feita 48h após o início do quadro clínico, pois é quando é possível classifica�lo segundo a morbimortalidade com a classificação tomográfica de Balthazar: CLASSIFICAÇÃO de BALTHAZAR 1. Balthazar A: - 0 ponto - pâncreas normal; - paciente apresenta clinica de pancreatite aguda, amilase e lipase alterados, porem com imagem tomográfica normal 2. Balthazar B: - 1 ponto - edema do pâncreas, apresentando edema focal ou difuso; - paciente apresenta edema no pâncreas e pâncreas pouco mais escuro 3. Balthazar C: - 2 pontos - alterações peripancreáticas (em volta do pâncreas); - apresenta sinais de inflamação peripancreática, ou seja, a gordura fica borrada, acinzentada, com presença de líquido na goteira parietocólica esquerda; 4. Balthazar D: 3 pontos - uma coleção; 5. Balthazar E: - 4 pontos - duas ou mais coleções e presença de gás. - Fala a favor de necrose com produção de gás e presença de bactérias anaeróbicas PRESENÇA DE NECROSE * Ausência de necrose: 0; * < 30% de necrose: 2; * De 30 a 50% de necrose: 4; * > 50% de necrose: 6. Ao somar os pontos da classificação, obtêm-se o score de morbimortalidade RM: - alternativa em pacientes com alergia a iodo ou insuficiência renal; USG: - papel secundário mesmo na avaliação inicial. - Pode ser útil na avaliação inicial para diagnóstico de cálculos biliares ou de colédoco. Diagnostico Diferencial: - Úlcera perfurada; Isquemia mesentérica; Dissecção de aorta; Colelitíase/colecistite/coledocolit. FLANCO – DIREITO ou ESQUERDO CALCULO URETERAL - A litíase renal/ureteral é uma das causas mais comuns de dor abdominal, em específico dor no flanco que se irradia para as costas, região inguinal ou genital (testículos e grandes lábios), principalmente quando o cálculo está em níveis baixos no ureter, associada a náuseas e vômitos. Podem haver alterações laboratoriais, sendo a principal delas a hematúria. TC Helicoidal sem Contraste: - é o exame inicial de escolha para avaliar pacientes com cólica renal e suspeita de cálculo ureteral - padrão ouro (alta sensibilidade e especificidade); Achados: - Presença de cálculos em pelve ou ureter; Ureter dilatado; Dilatação do sistema coletor/pelve renal; Nefromegalia; Hidrofonese/hidroureter; - "Sinal da Orla Tecidual": halo de tecidos moles causados por edema e inflamação do ureter (positivo em 77%) - borramento em branco em volta do cálculo, indicando obstrução há mais tempo (cálculo impactado). Quando o cálculo não tem borramento em volta, significa que é um cálculo recente. USG: - preferida inicialmente em grávidas e crianças. - Nos demais pacientes a US deve ser usada como rastreamento inicial em casos de febre e suspeita de pionefrose Diagnósticos Diferenciais: Pielonefrite; Diverticulite; Apendicite; Alterações anexiais (gravidez ectópica) OUTRAS CAUSAS DE DOR ABDOMINAL * febre + dor abdominal: excluir abcesso intra-abdominal * hipotensão + dor abdominal: excluir ruptura de aneurista da aorta * dor abdominal ou pélvica + beta-HCG reagente: excluir gravidez ectópica rota 4. ABDOME AGUDO VASCULAR No abdome agudo vascular, há falha da oxigenação e circulação arterial para algum segmento do intestino (isquemia intestinal) Quadro Clínico: - dor intensa, súbita, tipo cólica, desproporcional ao exame clínico (ao exame físico, o abdome não aparenta alterações, mas o paciente refere muita dor) - angina mesentérica: onde o paciente apresenta uma dor em cólica após as refeições, que melhora nos períodos de jejum. Isso acontece pelo aumento da demanda sanguínea no período pós-prandial. É um grande indício de abdome agudo vascular Fatores de Risco: - Idade avançada; Cardiopatias; Doença vascular; Fibrilação atrial; Doenças valvulares; Hipercoagulação. Ou seja, tudo que favorece trombose e/ou isquemia Fisiopatogenia: O abdome agudo vascular é causado por uma isquemia, por trombose ou infarto de regiões intestinais, causando obstrução do fluxo sanguíneo para estruturas abdominais – redução do fornecimento de sangue para regiões do intestino. Os vasos que irrigam o intestino focam contidos no mesentério. A isquemia pode ocorrer por torção intestinal, aderências ou bridas, etc. As alças intestinais vão sofrer uma isquemia, podendo chegar a necrose e até perfuração, quando então teremos um abdome agudo perfurativo. Com a isquemia das alças pode haver uma redução do peristaltismo e nesse caso irá evoluir para abdome agudo obstrutivo TC: - A tomografia é o exame solicitado, via de regra, quando suspeitamos de abdome agudo vascular. Pede-se TC de abdome total com contraste. O contraste é importante para identificartrombos e êmbolos dentro dos vasos. - A gordura, na TC, tem tonalidade escura. Na tomografia de um paciente com abdome agudo vascular, é possível observar um borramento da gordura mesentérica (omento), tendo também o aumento de sua densidade. - O mesentério é toda gordura que envolve as alças intestinais. Também podemos ver um aumento da densidade e borramento da anatomia e das estruturas vasculares do mesentério - Outro achado é a observação de alças com paredes mais espessas, indicando um sinal de edema de alças, secundário ao processo isquêmico. - A visualização de trombos não é comum, mas pode acontecer. Na imagem abaixo, é possível observar um trombo na artéria mesentérica inferior, através da observação de uma área mais hipodensa nesse vaso. Trombos muito pequenos geralmente não são visualizado - Um achado característico de abdome agudo vascular é a PNEUMATOSE INTESTINAL, sendo gás dentro da parede da alça, decorrente da necrose da parede. É um sinal quase patognomônico, já que demonstra que está havendo necrose gasosa na parede do intestino. USG: O USG é um exame de imagem muito ruim para avaliação de alças intestinais e omento pois o US tem visualização limitada do intestino pela presença de gases e fezes que atrapalham a passagem do som Angiotomografia: - dá pra ver a interrupção de fluxo na artéria acometida 5. ABDOME AGUDO TRAUMÁTICO/HEMORRÁGICO - Trauma abdominal contuso é aquele no qual há um trauma na região abdominal, mas que não provocou uma abertura. - Todas as vezes que temos um trauma abdominal contuso, deve-se excluir a hipótese de hemoperitônio (presença de sangue na cavidade abdominal) - O abdome traumático representa um número expressivo de mortes evitáveis que, na maioria das vezes, ocorre por acidente automobilístico. - Quando o trauma com sangramento arterial envolve o abdome o paciente pode evoluir para choque hemorrágico. Alesão visceral abdominal (lesão de vísceras ocas, intestino, estômago) secundária ao trauma pode evolui para hemoperitônio, e o paciente pode ser oligossintomático (apresentar poucos sintomas), necessitando, portanto, de uma avaliação rigorosa. O sangue na cavidade abdominal indica lesão de órgão sólido, e é indicação para uma laparotomia exploratória. MÉTODO DE IMAGEM - A escolha do método de imagem do trauma vai depender a estabilidade hemodinâmica do paciente – se ele está estável ou instável hemodinamicamente. O paciente está instável hemodinamicamente quando está pálido, taquicárdico, hipotenso, com sinais de hipoperfusão periférica - Para identificar lesões de trauma, não usamos radiografia simples, mas sim o ultrassom e a tomografia. - O padrão ouro é a TC, pois avalia pormenorizadamente os órgãos abdominais. - Usamos oultrassom fast quando o paciente está hemodinamicamente estável Paciente Estável: - escolhe-se a TC, que apresenta maior sensibilidade e especificidade para identificar possíveis lesões, mas que precisa de maior tempo para ser realizada - avaliação pormenorizada dos órgãos abdominais – avalia a origem da lesão Paciente Instável: - escolhe-se o US FAST, porque é mais rápido de ser realizado - avalia a presença de sangue na cavidade abdominal – avalia a necessidade de uma laparotomia para identificar a origem da lesão USG FAST - ultrassom feito rapidamente na sala de emergência para avaliar se o paciente tem hemoperitônio. - Não avaliamos qual é o órgão lesado, mas vemos apenas se tem órgão no peritônio (líquido livre). - Se há detecção de líquido, o paciente vai para laparotomia. - O líquido é identificado nos espaços: pericárdio, perihepático, periesplênico e pelve - O FAST estendido é quando procuramos também lesão no fígado e baço, além da busca do sangue livre.Importante lembrar que o sangue sempre é visto preto no ultrassom. - espaço de Morrison’s ou espaço hepatorrenal é o espaço onde normalmente se acumula líquido. Fica entre o fígado e o rim direito Limitações do US Fast: - O US não identifica lacerações de vísceras ocas, perfurações e lesões retroperitoneais; - 29% das lesões não apresentam hemoperitônio significativo o bastante para ser identificado ao FAST; - Lesões de grande morbidade podem ter US negativo, como lesões de pâncreas, duodeno, rins e cólon. Por esses motivos, sempre que possível iremos usar a TC. Indicações: - Vítimas de contusão abdominal, para as quais o exame físico não é confiável devido ao rebaixamento do nível de consciência; - Circunstâncias em que o abdome pode ser uma das possíveis fontes de hemorragia (pacientes politraumatizados com contusão abdominal e fraturas pélvicas; - Hipotensão ou choque no politrauma sem causa aparente. OBS: - Todo trauma deve ser usado contraste, pode ser endovenoso ou via oral, para facilitar a visualização de sangue na cavidade - alergia a contraste: podemos fazer preparo antialérgico (prepara o paciente com corticoide e anti-histamínico até 3 dias antes do exame), se a alergia foi muito significativa, não usamos contraste. Em casos leves, podemos usar contraste sem iodo, que é menos alergênico. TC - Usar duplo contraste para todos os pacientes (EV e VO). 400 a 700 ml VO é suficiente, pois se necessitar de laparotomia o ideal é o paciente estar de jejum (não e muito usado VO) - Na tomografia não se usa contraste de Bário, mas somente de Iodo. - Hiperdenso: mais branco - Hipodenso: mais escuro – líquido - Isodenso: duas estruturas de mesma densidade, geralmente quando a estrutura estudada tem a mesma densidade das estruturas que estão em volta. - Hemoperitonio: sangue visto em cinza escuro, mais escuro que os órgãos sólidos e mais claro que o ar. LESÕES VISCERAIS DIAGNOSTICADAS - mais comuns: lacerações e os hematomas subcapsulares (abaixo das cápsulas de fígado ou baço) - O baço é o órgão mais afetado no trauma contuso (40% dos casos de hemoperitônio é originado do baço); o fígado é o 2º órgão mais afetado, porém é a lesão de maior mortalidade; Baço: laceração esplênica Figado: lesão “em pata de urso”, parece uma pegada LESOES DO TGI - Hematomas intramurais e lacerações de vísceras ocas: são visualizados pelo espessamento da parede e estreitamento da luz intestinal, identificados mais facilmente pelo uso de contraste oral - Mais comuns nos locais de fixação: ângulo de Treitz ((ângulo formado ao nível da junção duodenojejuna) - Líquido pode se acumular nas reflexões do mesentério (O mesentério normal é bem preto na TC, por ser bem gorduroso) TC: - vemos hematomas intramurais, com espessamento da parede e estreitamento da luz (contraste oral) das alças intestinais. PNEUMOPERITONIO TRAUMATICO Quando temos laceração (ruptura) de víscera oca, como alças intestinais, podemos ter, além do hemoperitônio, o pneumoperitônio. TC: - Gás ao longo da parede abdominal anterior com o paciente em decúbito dorsal – TC; - Pequenas bolhas de ar aprisionadas junto aos ligamentos intraperitoneais, interstício do omento maior e junto a alças. SINAIS NA TC PARA IDENTIFICAR O TRAUMA: - Sinal do coágulo sentinela: coágulo que está em volta da região do trauma/laceração. Na TC não enxergamos a laceração em si, mas enxergamos que tem um coágulo em volta; - Sinal da cava colapsada: sinal de hipovolemia; - Nefrogramas de choque: quando temos infarto renal pelo hemoperitônio e diminuição da concentração de sangue circulante, temos área de hipoperfusão renal. O rim é um órgão muito sensível à reduções de volemia - indica contusão maciça do baço. OBS: - A TC é mais sensível e específica para lesões viscerais, por isso é o método de escolha. - em uma pequena % de pacientes, pode haver somente hemoperitônio, sem lesão visceral evidente SEMANA INTEGRADORA - Os exames pedidos devem possuir um objetivo claro e devem estar dentro da realidade socioeconômica dos pacientes. Antes de pedir um exame complementar, sempre devemos nos perguntar 3 coisas: O que eu procuro solicitando esse exame? Em que ele vai me auxiliar? Como ele vai alterar a minha conduta após ver os resultados? - Levando em consideração o nível de atenção básica e disponibilidade dos métodos de imagem, serão recomendados para a paciente do caso: RX de tórax; US de abdome; Doppler de carótidas RX DE TORAX - É um exame amplamente disponível, possui baixo custo e com bom potencial para avaliar as câmaras cardíacas, parênquima pulmonar, derrame pleural e aorta. - pesquisar derrame pleural e aorta, uma vez que a paciente apresentava dispnéia, alterações pressóricas, alterações de ECG e Eco que remetiam lesões de órgãos-alvo. Paciente do Caso: - é possível pesquisar cardiomegalia (lesão de órgão-alvo de HAS), congestão/edema pulmonar, derrame pleural e doença aterosclerótica da aorta. A congestão, edema pulmonar e derrame pleural poderiam ser características de uma ICC descompensada - ICT: se o resultado for ≥ a 0,5 há cardiomegalia. isso se dá porque nesse caso o coração fica mais próximo da placa, apresentando-se menos distorcido (melhor incidência para RX de tórax é PA) USG DE ABDOME - amplamente disponível, com baixo custo e com bom potencial para avaliar o fígado, rins e aorta. - pesquisar o fígado dessa paciente, uma vez que ela tem sinais de síndrome metabólica (pode haver esteatose hepática); os rins, devido a lesões de órgão-alvo (devido a HAS e DM2); aorta, por fazer parte do sistema cardiovascular, que também pode sofrer danos. DOPPLER DE CAROTIDA - é uma ferramenta que todo aparelho de ultrassom possui, portanto também é amplamente disponível e com baixo custo. - permite a avaliação da perviedade das artérias carótidas e vertebrais: se a perviedade estiver comprometida, o paciente pode apresentar algum nível de isquemia cerebral, podendo levar a um AVC. Outra avaliação importante é o complexo médio-intimal (avaliação das paredes arteriais), um importante marcador de risco cardiovascular. AUMENTO DO VE VentrículoEsquerdo aumentado será reconhecido pelas seguintes alterações: - Proeminência e arredondamento dos contornos do VE - Ápice apontando para baixo no PA - Perfil: contorno posterior do VE abaulado, além da veia cava superior (sinal de Hoffman-Rigler) - ↑ Proeminência e arredondamento dos contornos do VE: comparação de um ventrículo esquerdo aumentado com um coração normal. - ↑ Outra alteração é o duplo contorno ao lado direito do coração, o que representa o aumento do átrio esquerdo. A linha apontada pela seta azul é o átrio esquerdo aumentado e a linha mais externa é o átrio direito. - Na imagem de perfil, o coração com ventrículo esquerdo aumentado se alonga além da veia cava superior (fica mais para trás da veia cava posterior) EDEMA PULMONAR Quando o paciente começa a apresentar alterações de edema intersticial, isto é, quando o paciente começa a acumular líquidos, esse líquido inicialmente se acumulará nos septos interlobulares (e não dentro dos alvéolos). Normalmente o líquido que começa a se acumular é proveniente do sistema linfático, que não está depurando a linfa adequadamente O edema pulmonar pode ser reconhecido pelas seguintes alterações: - Edema intersticial pulmonar: Linhas B de Kerley - Opacificação do espaço aéreo nas regiões peri hilares centrais bilaterais e simétricas (padrão em “Asas de Morcego”) - Derrame pleural: obliteração do seio costofrênico - Cefalização da trama vascular: Redistribuição dos vasos para a região superior dos pulmões RAIO X: - esse acúmulo de líquido nos septos interlobulares se manifesta com as linhas B de Kerley (indicam edema intersticial) - A trama normalmente chega na periferia, mas não como as linhas B de Kerley, que são paralelas. Quando esse líquido começa a se acumular cada vez mais, extravasa para o interior dos brônquios e alvéolos, criando uma opacidade mal delimitada - As opacidades são representadas em ambos pulmões – não apresentam efeito retrátil nem de massa, portanto são chamadas de consolidação. - A consolidação bilateral com concentração peri hilar, poupando os ápices pulmonares, são descritas como um padrão em “asas de morcego”, um sinal de edema pulmonar, que pode ser causado por insuficiência cardíaca - A obliteração dos seios costofrênicos (sua retificação) é um sinal de derrame pleural devido a presença dos líquidos – fisiologicamente esse seio deve ser bem angulado USG ABDOME: - Será feita uma avaliação do fígado (esteatose hepática), rins (nefropatias por HAS ou DM2) e aterosclerose aórtica (devido a síndrome metabólica). Essa avaliação se dá porque a paciente está inserida em um contexto de síndrome metabólica Fígado: É importante avaliar a esteatose hepática, pois ao longo prazo pode evoluir para esteatohepatite e, em última análise, cirrose hepática; na fase onde o fígado apresenta-se com a esteatohepatite, existe um processo de inflamação constante associado a reparação constante até que essa capacidade reparativa se perde e evolui para cirrose hepática. Como a esteatose hepática é assintomática, fica difícil o paciente entender que deve cuidar de sua alimentação, caso contrário pode apresentar cirrose hepática mesmo que nunca tenha tomado álcool Rins: Conforme a nefropatia evolui, os rins tornam-se mais brancos (hiperecogênicos), reduzem suas dimensões (estágio final) e a região da zona cortical começa a se tornar mais delgada. Aorta: O líquido fica anecóico (preto) no US, por isso a aorta se apresenta preta. DOPPLER DAS CAROTIDAS Um exame útil para a paciente, uma vez que ela possui síndrome metabólica, HAS, DM2, dislipidemia. Nesse exame é possível avaliar: - Espessura do complexo médio-intimal - Presença de aterosclerose - Estenoses hemodinamicamente significativas; Podendo diminuir o fluxo sanguíneo para o cérebro As artérias possuem 3 camadas: íntima (endotélio), média (camada muscular) e camada adventícia. Ao unir a camada média com a íntima, tem- se o complexo médio-intimal, região onde ocorre a deposição de LDL (na verdade, na camada subendotelial). Através do doppler de carótidas, é possível medir a espessura desse complexo A medida do complexo médio-intimal deve ser feito na artéria carótida comum, devendo apresentar < 0,8mm. Quando isso está aumentado, significa que esse paciente apresenta sinais inflamatórios crônicos dessa parede, que podem levar a formação de placas de ateroma. - o paciente com aumento da espessura do complexo médio-intimal tem maior risco neurovascular (AVC) e cardiovascular (IAM). Importancia: - é um marcador de risco não invasivo - Relação com o risco sistêmico de aterosclerose, uma vez que as placas não se formam em apenas um lugar - Ferramenta não invasiva e acessível para screening populacional de larga escala, através do rastreio dos pacientes de risco é possível tratá-los evitando condições mais graves como IAM, diminuindo gastos públicos - Prediz aumento do risco para eventos trombóticos cardíacos e cerebrovasculares RX – SISTEMA MUSCULOESQUELETICO LOMBALGIA - é uma queixa muito comum na prática clínica, sendo que 70-85% da população terá pelo menos um episódio na vida. É extremamente limitante, sendo causa importante de faltas ao trabalho - investigação diagnostica + tratamento adequado + evitar piora da lesão Causas: 1. Espondilodiscogênica: Hérnia de disco e osteoartrose 2. Artropatias inflamatórias: Artrite reumatoide, espondilite anquilosante 3. Neurogênica: Lesões no SNC 4. Vascular: Aneurismas de aorta, vasculites 5. Viscerogênicas : Doenças abdominais 6. Psicogênica A principal lombalgia é a inespecífica ou mecânica, a qual apenas 10% tem causa determinada. EXAMES DE IMAGEM RX: - informações limitadas sobre as partes moles - amplamente disponivel TC: - boa avaliação óssea e dos discos intervertebrais, porem, utiliza ionização RM: - padrão ouro nas doenças de coluna, mas pouco disponiver na AB - fornece detalhes anatômicos de estruturas osseas e partes moles (discos intervertebrais, ligamentos, raízes nervosas - técnica: o corpo é dividido em 3 eixos (axial, coronal e sagital) e são realizadas sequencias sensíveis a liquido - sinal branco na RM: liquido e gordura LOMBALGIA INESPECIFICA - desequilíbrio entre a carga funcional do indivíduo e a capacidade do seu corpo (ex. sedentarismo, obesidade, distensão da parede abdominal, postura inadequada). - Não apresenta limitações importantes para atividade física, e tem grande beneficio com o ganho de força, resistência muscular e alongamento HERNIA DISCAL Quando o disco vertebral extravasa a margem do corpo vertebral. Esse extravasamento pode ser de vários tipos: 1. Abaulamento Difuso 2. Protusão: - ocorre com a fissura do ângulo fibroso (ligamento que mantem o disco em seu devido local) - característica: colo da hérnia é largo 3. Extrusão: - colo da hérnia é mais fino 4. Extrusão com sequestro: - há perda da comunicação entre a hérnia e o disco vertebral, originando um fragmento solto Clínica: - Lombalgia variável - Quando o disco comprime a raiz nervosa emergente (o que é chamado de conflito radicular), há dor discogênica com irradiação nervosa. - Quando há conflito radicular que com�prime as origens do nervo ciático (L4, L5, S1-S3), o paciente sofre dor e limitação muscular desde a lombar até o tornozelo - manobra de Laségue: se acusa dor entre 30-60º, sugere hérnia de disco com conflito radicular LER/DORT - LER e DORT são lesões por esforço repetitivo, caracterizadas por distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. - LER/DORT podem atingir diversas articulações, a depender do tipo de atividade laboral do paciente. Definição: - conjunto de doenças que atingem tendões, nervos, músculos e líquidos articulares (cervical, ombros, cotovelos, punhos, mãos, lombar, joelhos) - dor, sensação de peso, cansaço, formigamento, fisgadas, alteração da sensibidlidade, fraqueza muscular 1. SINDROME DO TUNEL DO CARPO - dor debilitante crônica levada pela compressãodo nervo mediano no trajeto do túnel do carpo. Clínica: - parestesia ou hiperestesia na face palmar do 1º à metade do 4º quirodáctilo associada a fraqueza e atrofia da musculatura tenar Epidemiologia: - 48% das LER - Predomínio no sexo feminino - > 30 anos - Predomina na mão dominante - 50% dos casos é bilateral Além da relação laboral, a sd. túnel do carpo também pode ser causada por tumores, cistos gangliônicos, etc. Diagnóstico: - clínico (testes de Tinel e de Phalen reproduzem a dor - teste de Tinel: percussão do nervo mediano - teste de Phalen: flexão do punho por 30 segundos - Imagem: Eletroneuromiografia, RM, US (exame mais barato e de mais fácil acesso). Limites: - Túnel ósseo-fibroso entre os ossos do carpo e o retináculo dos flexores. Composição: • Tendões flexores sup./prof. dos dedos • Tendão flexor longo do polegar • Nervo mediano USG: - Aumento da área transversa do nervo mediano (10-12 cm²) - Abaulamento do retináculo dos flexores - Ressonância magnética - Aumento da área transversa do nervo mediano - aumento de sinal do nervo mediano nas sequencias sensíveis a líquido (edema) 2. EPICONDILITE EPICONDILITE LATERAL - inflamação na origem comum dos tendões extensores do antebraço no epicôndilo lateral. - Chamada de “cotovelo do tenista” - clínica: dor na face lateral do cotovelo EPICONDILITE MEDIAL - inflamação na origem comum dos tendões flexores do antebraço no epicôndilo medial. - Chamada de “cotovelo do golfista”. - Clínica: dor na face medial do cotovelo. - Diagnóstico: clínico, que pode ser associ�ado a US e RM. - US NL: tendão linear e retilíneo. - US alterado: perda da arquitetura fibrilar, tendão hipoecoico e heterogêneo. Obs. com o doppler, pode-se visualizar fluxo devido ao edema pela inflamação local. OMBRALGIA - dor aguda ou crônica no ombro) está entre as principais causas de consulta com ortopedistas. Causas: - tendinopatias do manguito rotador; Trauma; Bursite; Síndrome do impacto; Capsulite adesiva 1. TENDINOPATIA DO MANGUITO ROTADOR Manguito rotador: - conjunto de tendões responsável pela grande amplitude demovimento do ombro. Tendoes Envolvidos: - Tendão subescapular; Tendão supraespinhal; Tendão infraespinhal; Tendão redondo menor Bursa: - bolsa de líquido supraespinhal que envolve os tendões do manguito rotador, responsável por formar líquido sinovial que auxilia o amortecimento da movimentação do ombro. - Bursite: distensão de líquidos da bursa Diagnóstico: - clínico (anamnese + ef) - teste de Neer e teste de Jobe, que pode ser associado a Rx, US, RM OBS: Normalmente, NÃO se visualiza a bursa no US. Quando é possível visualizá�la, trata-se de um processo patológico. 2. TENDINOPATIA CALCARIA - depósito de cristais de hidroxi�apatita nos tendões do ombro, em ordem decrescente de maior prevalência – - supraespinhal > infraespinhal > redondo menor > subescapula Clínica: - dor súbita no ombro Causa: - ainda não elucidada RX: - se visualiza a calcificação RX DO SISTEMA ESQUELÉTICO O checklist da radiologia do sistema ósseo consiste em analisar: 1. Textura óssea (analisa o “branco” do osso, avaliando a presença de osteopenia, osteo�porose, tumores ósseos, etc.) 2. Estruturas (ex. fraturas, osteófitos) 3. Espaços articulares (ex. redução, luxação) OSTEOPOROSE - doença caracterizada por perda de densidade mineral óssea, primeiramente na medular óssea (centro ósseo), podendo evoluir para a cortical, egeralmente ocorre na região periarticular. - Com a perda da densidade mineral, o osso se torna fraco e poroso, podendo ocorrer fraturas espontâneas ou por baixo impacto (ex. qualquer queda não importante é capaz de resultar em fratura). Fatores de Risco: - café, álcool, tabagismo, corticoides sistêmicos, mulher de raça branca, sedentarismo, redução de estrógenos (menopausa) Exame de Imagem: RX: O Rx simples NÃO é o método de imagem para diagnóstico de osteoporose. Porém, ele pode ser utilizado para identificar sinais que sugiram o quadro patológico Fisiopatogenia - Na osteoporose, a atividade osteoclásti�ca se sobressai à osteoblástica. - A osteoporose pode levar à redução da altura dos ossos, sobretudo das vértebras resultando na perda da estatura dos idosos. DENSIOMETRIA ÓSSEA - A densitometria óssea (DO) é o método de imagem DE ESCOLHA para diagnosticar a osteoporose. - Esse exame mede diretamente a concen�tração de cálcio dos ossos e compara com os padrões de densidade óssea para idade e sexo. - Vantagens: exame rápido, preciso, não invasivo, barato e que emite pouca radiação. - Deve-se realizar a DO nos locais mais sensíveis à perda da densidade óssea: * Coluna lombar: L2-L4 * Colo e troncanter maior do fêmur Critérios a) Normal: * 0 a -1 DP b) Osteopenia: * -1 a -2,5 DP * Significado: redução da massa óssea * com -1 DP, já existe perda de 10-12% de densidade óssea e risco de fratura de 1,5-2,5% c) Osteoporose: * <2,5 DP * significado: redução da massa óssea e destruição da estrutura óssea. PRINCIPAIS INDICAÇÕES DA OMS - Mulher > 65 anos e homens > 70 anos - Mulher < 65 anos e homens entre 50- - 70 anos com risco de fratura - Adultos e crianças com história de fratura por fragilidade óssea - Uso prolongado de corticoides - Pessoa jovem pós bariátrica - Doenças metabólicas (ex. gota) - Para monitorar resposta terapêutica LOCAIS MAIS COMUNS DE FRATURA NA OSTEOPOROSE Os locais mais comuns de fratura por osteoporose são: terço proximal do fêmur e do úmero, punho e coluna vertebral 1. Fratura do Punho * mecanismo de queda: mão espalmada (fratura de baixo trauma) 2. Fratura do Terço Proximal do Úmero 3. Fratura com Compressão * chamada de fratura por redução da altura 4. Fratura do Terço Proximal do Femur TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE 1. Aporte de cálcio e vit. D 2. Eliminar fatores de risco modificáveis 3. Atividade física orientada 4. Prevenção de quedas e acidentes (ex. retirada dos tapetes, uso de corrimão) OSTEOARTROSE - doença degenerativa das articulações sinoviais. Quando o quadro apresenta um componente inflamatório, é chamado de osteoartrite. - e a doença articular mais prevalente, apresentando importante aspecto economico Clínica: - dor e limitação funcional RX: 1: esclerose do osso subcondral 2: osteofitos 3: redução do espaço articular Histopatologia: - perda da integridade da cartilagem articular Fisiopatologia: - a cartilagem articular sofre degeneração e perde seus componentes (ex. colágeno tipo II, proteoglicanos, matriz cartilaginosa) e o osso subcondral passa a ficar desnudo. - Como tentativa de proteção contra o desgaste gerado pelo atrito direto entre ossos, há aumento da atividade osteoblástica, resultando na esclerose óssea (1). - O aumento da produção óssea também resulta no aparecimento dos osteófitos (2). - Pela própria degeneração da cartilagem, há redução do espaço articular (3), podendo inclusive evoluir à anquilose(quando o osso “gruda” no outro). - Quando a cartilagem amolece muito (condromalácia), devido à perda dos seus constituintes, parte dela pode se des tacar e migrar para as partes moles adjacentes, originando os corpos livresextra-articulares. - Por fim, a sinovite instalada pode resultar em erosões ósseas e cistos subcondrais. Classificação da Osteoartrose: 1. PRIMÁRIA ou IDIOPÁTICA Generalizada e simétrica. Os padrões articulares clássicos são: * Poliarticular de mãos e joelhos (predomínio em mulher) * Poliarticular destrutiva generalizada (predomínio em mulher) * Monoarticular de quadril (predomínio em homens) * Monoarticular de joelho * Coluna vertebra 2. SECUNDÁRIA: Localizada e assimétrica. Traumas, defeitos congênitos, osteonecrose, distúrbios metabólicos, endocrinopatias Achados Radiológicos: - redução do espaço articular; osteofitos; corpos livres , esclerose óssea, cistos subcondrais Peculiaridades de Articulações Acometidas: MÃOS: -Nódulos deHeberden (IFD) - Nódulos de Bouchard (IFP) - Rizartrose (1ª metacarpofalangiana) JOELHOS: As alterações podem gerar o joelho valgo (colapso do compartimento articular lateral) ou varo (colapso do compartimento medial) Para lembrar: “valgo não cavalga”. Estesopatia: ossificação na inserção do quadríceps QUADRIL: Alterações predominam na região superior-lateral do osso. Pode haver a presença do cisto de Eggers. COLUNA VERTEBRAL Presença de osteófitos anteriores e posteriores e alteração da articulação apofisária ou interfacetária (resulta no estreitamento dos neuroforames, compressão de raízes nervosas e dor intensa) 1. Espondilolistese Degenerativa - escoramento das vertebras e desalinhamento da coluna vertebral 2. Nódulo de Schmorl - eventração do disco intervertebral 3. Doença Degenerativa do Disco • Estreitamento do espaço discal • Herniações discais • Osteofitose nas bordas marginais • Fenômeno do vácuo (Presença de ar no interior do disco) OMBROS Predomínio de alterações na região superior, na articulação glenoumeral PÉS Degeneração das articulações interfalangianas, metatarsofalangianas e tarsometatársicas ATENÇÃO! - o Rx simples é importante para a avaliação da osteoartrose (porque é barato e de fácil acesso). Porém, ele não é capaz de fornecer informações das partes moles (articulações, discos intervertebrais, ligamentos), por isso é necessária a RM.