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Medicina Legal - Resumo - 1 Bimestre

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MEDICINA LEGAL – 1º BIMESTRE 
IMPORTANCIA DA ML 
“O prontuário médico é um documento médico legal usado por todas as especialidades, portanto, é desejável que todos saibam fazê-lo 
adequadamente, garantindo sua proteção legal em contextos jurídicos.”. 
A medicina legal é a disciplina que nos ensina como aplicar os saberes médicos no universo do direito, reconhecendo, por exemplo, há quanto 
tempo uma equimose foi produzida ou investigando se um indivíduo tinha suas faculdades mentais preservadas quando cometeu um crime 
(psiquiatria forense). Através dessas análises (perícias médicas), a lei e as penas passam a ser aplicadas de forma mais adequada, uma vez que 
os profissionais do direito, como juízes, não possuem conhecimento médico específico para fazê-lo sem auxílio 
 
DIVISÕES DA ML 
1. Traumatologia médico-legal 
Avalia as energias de ordem mecânica, física (frio e calor), química (intoxicações) 
 
2. Asfixiologia médico-legal 
Avalia todos tipos de asfixia: soterramento, afogamento, enforcamento 
 
3. Antropologia forense 
Através da análise de ossadas, faz-se a identificação do indivíduo comparando o seu material genético com o de familiares 
 
4. Toxicologia forense 
Estudo das intoxicações exógenas 
 
5. Sexologia criminal 
Abrange os crimes de teor sexual 
 
6. Tanatologia médico-legal 
Estudo da morte e todas as suas etapas; há quanto tempo ocorreu, por exemplo 
 
7. Psiquiatria forense 
Estuda a integridade (ou não) mental de possíveis criminosos 
 
8. Infortunística 
Estuda acidentes ocupacionais e outros acidentes 
 
9. Genética médico-legal 
Faz o vínculo do DNA entre pessoas, muito atrelada a antropologia forense 
 
10. Deontologia médica e diceologia médica 
Deveres e direitos médicos, respectivamente 
 
1º PROVA E CORPO DE DELITO 
PROVA 
- É o componente que comprova (ou não) um fato. Se o fato é um tapa, a prova é a marca deixada na outra pessoa – que é analisada na perícia 
médica e confrontada com o relato do denunciante. 
 
CORPO DE DELITO 
- É o objeto ou pessoa que será examinada; em outras palavras, é onde a prova está. 
- O corpo de delito pode ser direto ou indireto: o primeiro representa o grupo de vestígios materiais/físicos que podem ser comprovados pelos 
peritos médicos, como lesões corporais e homicídios; já o indireto são as provas materiais, como um prontuário médico ou provas testemunhais. 
- a ausência da análise do corpo de delito pode levar à anulação processual, mesmo que haja confissão. 
- O exame de corpo de delito é pedido somente por autoridades policiais e necessita de um boletim de ocorrência prévio 
 
2º TIPOS DE PERITOS 
Os peritos são os profissionais que investigam os casos e provas; são habilitados pelo tribunal, pelas autoridades competentes e têm função de 
esclarecer ou confrontar argumentos em um processo. 
 
1. Perito Judicial Médico 
- perito especialista inscrito em seu Conselho de Classe, selecionado e de confiança dos membros do tribunal, como juiz, com função de auxiliar 
e esclarecer dúvidas médicas nos processos 
 
2. Perito Oficial de Âmbito Criminal 
- Trata-se de um servidor público que foi aprovado em um concurso; esse médico pode ou não ter título de especialista. 
 
3. Perito Criminal Não Oficial (Ad hoc) 
- Médico convocado/nomeado por um delegado em circunstâncias que não existem outros profissionais oficiais disponíveis em uma determinada 
cidade/região. 
 
4. Perito Arbitral Profissional liberal designado pelo juiz, que deve estar inscrito em seu Conselho de Classe, e tem a função de esclarecer questões 
duvidosas que não precisam da análise de um especialista específico, mas podem ser resolvidas através do conhecimento e experiência geral 
em questões legais ou técnicas relacionadas ao caso 
 
3º MÉDICO ASSITENTE E ASSISTENTE TÉCNICO 
- o médico assistente é simplesmente o médico que fez o atendimento de um paciente; 
- o assistente técnico é um médico que tem a função de analisar e estudar o caso com sua visão médica, converter esses fatos em uma linguagem 
jurídica e esclarecer os fatos para um juiz 
 
4º LEITURA COMPLEMENTAR 
1. Cadeia de Custódia 
Todo o processo, desde a coleta do material até a elaboração do laudo médico, incluindo a perícia; é uma cadeia de eventos/tarefas que pode 
ser quebrada na falta de provas. 
 
2. Quesitos 
Os quesitos livres são perguntas feitas pelo juiz da forma que bem entender a fim de esclarecer uma questão que lhe cause dúvidas; também 
existem quesitos pré-determinados pela própria lei – questões específicas registradas na lei, que devem ser feitas para crimes específicos 
 
DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS 
Os documentos no campo médico-legal sempre servirão de prova (ex.: atestado médico, atestado de dispensa); Desse modo, os documentos 
médico-legais dizem respeito a expressões gráficas, que podem ser públicas (hospitais) ou privadas (consultórios) e que possuem caráter 
representativo de um fato a ser avaliado em juízo; 
Por isso, os documentos escritos pelo médico devem legíveis; Em casos de documentos inelegíveis, devese realizar uma denúncia, sendo que o 
médico responderá por infração ética ao CRM. 
- o médico só pode atestar aquilo que vê/contesta 
- não existe atestado falso e sim atestado de um fato; por isso, na impossibilidade de se afirmar que um fato é de fato, não se faz atestado 
 
TIPOS DE DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS 
- Notificações; Atestados; Prontuários; Relatórios; Pareceres; Depoimentos orais. 
 
1. NOTIFICAÇÕES 
- São documentos públicos com força de lei; 
- Se referem a comunicações compulsórias feitas por médicos às autoridades competentes de um fato profissional (autoridades de saúde pública 
- As notificações comunicam a ocorrência de fatos que representam necessidade social ou sanitária 
 
No Brasil, deve notificar: 
- Acidentes de trabalho; 
- Doenças de notificação compulsória (representadas, em sua maioria, por doenças infectocontagiosas); 
- Morte encefálica – à autoridade pública - instituição de saúde pública ou privada - artigo 12 da Lei no 8.489/1992. 
 
2. ATESTADOS 
- tem objetivo de firmar a veracidade de um fato ou a existência de determinado estado 
- O atestado é uma declaração pura e simples, por escrito, de um fato médico e suas possíveis consequências. 
- Documento que o médico geralmente emite em sua prática diária a pedido do paciente. 
- O atestado se destina a reproduzir, com idoneidade, uma específica manifestação do pensamento, com objetivo de firmar a veracidade de um 
fato ou a existência de determinado estado, ocorrência ou obrigação 
- só se pode firmar aquilo que se tem certeza 
- Não se pode fornecer atestado do atendimento de consultório com timbre do HR, por exemplo, pois isso é considerado atestado falso 
- O atestado é DIREITO do paciente, devendo ser feito somente quando pedido pelo paciente ou pelos seus responsáveis legais (pedir para 
paciente assinar com o intuito de resguardar a segurança do medico) 
- Competência para emitir: Qualquer médico inscrito no Conselho Regional de Medicina DO LOCAL, independente de especialidade, desde que 
se sinta capacitado para tanto. 
- os demais profissionais da saúde podem apenas emitir declarações EX: “declaro para os devidos fins, que atendi a paciente Maria em 10 sessões 
de fisioterapia”. 
 
PONTES CONSTITUTIVAS: 
É importante datar o documento. 
1. Cabeçalho; 
 
2.Qualificação do médico (pode-se anunciar até duas especialidades, desde que possuam registro no Conselho Regional de Medicina); 
 
3. Dados do interessado (sempre o paciente); 
- Deve-se atentar em pôr o máximo de características possíveis do paciente (nome, RG) 
 
4. Referência à solicitação do interessado; 
- Exemplo: “Atesto a pedido de Dona Maria...” 
 
 
 
 
5. Finalidade à que se destina; 
- Deve-se se perguntar ao paciente para que ele quer o atestado; 
- Exemplo: “Atesto a pedido de Dona Maria para fins de...” 
 
6. O fato médico quando solicitado pelo paciente ou familiar (CID ou patologia decodificada); 
 
7. Suas consequências: 
- Tempo de repouso ou de afastamentodo trabalho. 
- Exemplo: “Atesto a pedido de Dona Maria para fins trabalhistas, a necessidade de repouso ou afastamento de suas atividades por X dias”. 
 
8. Local e assinatura com respectivo carimbo profissional: 
- Nome completo do médico e número de inscrição no Conselho Regional de Medicina 
 
TIPOS DE ATESTADOS 
1. Administrativo: interesse do serviço ou servidor público 
2. Judiciário: solicitação da administração da justiça 
3. Oficioso: interesse das pessoas física ou jurídica de direito privado (ex. ausência das aulas ou para dispensa alunos da pratica de educação 
física) 
 
OBS: 
- EVITAR declaração do diagnóstico no atestado! Exceto o que permite o Código de Ética Médica: justa causa, dever legal ou a pedido do paciente 
(que deve assinar, autorizando). 
- Atestado: quem o firma, tem fé de oficio, isto é, o MÉDICO 
- Declaração: é relato de testemunho, podendo ser feita por qualquer profissional liberal 
 
3. PRONTUÁRIOS 
- Os prontuários representam todo o acervo documental dos registros dos cuidados médicos/odontológicos prestados e que possuem efeitos 
jurídicos de grande significação médico-legal; 
- As informações contidas no prontuário são de propriedade do paciente, contudo, a guarda da documentação deve ser realizada pelo médico 
(para consultórios ou clínicas) ou pela instituição (para hospitais) 
- o médico/instituição tem a responsabilidade de guarda 
- o médico é obrigado a fornecer caso um dia seja solicitado 
- As informações dos prontuários são de propriedade do paciente, porém a guarda da documentação é de responsabilidade do médico ou 
instituição, pelo período de 20 anos. 
 
COMPOSIÇÃO DO PRONTUÁRIO 
- Exame clínico do paciente; 
- Fichas de ocorrências; 
- Prescrições terapêuticas; 
- Relatórios da enfermagem, da anestesia e da cirurgia; 
- Registro dos resultados de exames 
 
É VEDADO AO MÉDICO: 
Art. 93 - Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir 
em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado. 
- Quem preenche o exame de corpo de delito é o perito médico-legista; 
- A manifestação do médico assistente deve ser registrada apenas em prontuário. 
- perito oficial: aquele concursado para determinada tarefa, como medico legista 
- perito não oficial: na ausência de um perito oficial, os peritos não oficiais são aqueles designados por um juiz para exercer tal tarefa 
 
4. RELATORIO MEDICO LEGAL 
- Definição: descrição mais minuciosa de uma perícia médica “visum et repertum” (ver e repetir). 
- O relatório médico-legal é uma resposta à solicitação da autoridade policial ou judiciária frente ao inquérito. 
- tanto o relatório quanto o laudo e o auto necessitam de uma autoridade requisitante. 
 
Laudo: 
- relatório realizado pelos peritos após suas investigações, auxílio de recursos ou consultas por especializados (ex. perito solicita avaliação de 
ortopedista em casos de fratura óssea) 
 
Auto: 
- é o exame ditado diretamente a um escrivão e diante de testemunhas. 
- Os autos são utilizados com frequência em casos de exumação ou quando o juiz colhe depoimentos. 
 
PARTES CONSTITUTIVAS 
1. Preâmbulo: 
- Hora, data e local exatos em que o exame é feito; 
- Nome da autoridade que requereu e daquela que determinou a perícia; 
- Nome, títulos e residências dos peritos; 
- Qualificação do examinado (nome, raça, cor de olhos etc. do indivíduo) 
 
2. Quesitos Oficiais: 
- Nas ações penais, existem quesitos oficiais que devem ser respondidos pelo perito mediante a realização do relatório (perguntas feitas segundo 
o Código de Processo Penal). 
- Também podem haver quesitos acessórios (perguntas feitas por médico assistente, por ex.). 
- na psiquiatria médico-legal, não existem quesitos oficiais. O juiz e as partes no direito fazem quesitos (livre formulação). 
 
3. Descrição: 
- A descrição é a parte mais importante do relatório médico-legal. 
- Deve ser objetiva e impessoal; 
- Deve fornecer o detalhamento das lesões: completa, minucioso e objetivo; Forma, direção, número, idade, situação, extensão, largura, 
disposição e profundidade; Nas lesões, deve-se produzir esquemas e/ou fotografias. 
- quanto mais detalhada a descrição, melhor será o relatório médico-legal. 
 
4. Discussão: 
- Discussão sobre as várias hipóteses; 
- Diagnóstico lógico a partir de justificativas racionais. 
- a discussão deve levar em consideração as referências da literatura. 
 
5. Conslusão: 
- A conclusão consiste na síntese diagnóstica, que deve ser de caráter objetivo, isento e imparcial. 
- Toda constatação técnico-científica deve ser com fundamentação, evitando suposições ou possibilidades. 
- Síntese diagnóstica; análise sumária da conclusão pericial 
 
6. Resposta aos Quesitos: 
- São as respostas sintéticas e convincentes aos quesitos. 
 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
A declaração de óbito é um documento médico-legal, consistindo em uma simples afirmação, por escrito, de um fato médico e suas 
consequências 
 
Finalidades legais: 
A finalidade da DO é a de confirmar a morte; comprovação da extinção da pessoa natural e do termino da pessoa civil 
 
Finalidades médicas: 
1. Sanitárias: inumação do cadáver 
2. Vigilância epidemiológica: bioestatística 
 
ATENÇÃO: 
- Atestado: somente uma parte da DO 
- DO: o documento por completo 
- Não se preenche um dos itens com “parada cardiorrespiratória”, visto que toda morte é definida pela PCR. 
- O preenchimento e emissão da DO tem responsabilidade ética, civil, criminal e trabalhista. 
 
CONCEITO DE MORTE 
1. Jurídico: 
- desaparecimento de todo sinal de vida, em um momento qualquer após o nascimento (ou seja, uma DO deve ser precedida por uma certidão 
de nascimento, obrigatoriamente). 
 
2. Médico-legal (OMS): 
- desaparecimento de todos os sinais de vida ou cessação das funções vitais, sem a possibilidade de ressuscitar. 
- Morte como um processo: cessação do metabolismo de todas as células do organismo com sua consequente lise 
 
3. Morte encefálica (ME): 
- A morte encefálica será caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, 
próprios para determinadas faixas etárias. 
- Processo irreversível e de causa conhecida; 
- Parâmetros clínicos: coma aperceptivo com ausência de atividade motora supra-espinal e apnéia; 
 
Exames Complementares: 
Os exames complementares a serem observados para constatação de morte encefálica são: 
- Ausência de ativ. elétrica cerebral, OU 
- Ausência de ativ. metabólica cer. OU 
- Ausência de perfusão sanguínea cer. 
 
ATENÇÃO: 
Caso ocorra coma por hipotermia ou por depressores do SNC, ou morte de crianças < de 7 dias e prematuros, NÃO SE PODE aplicar o protocolo 
de ME. 
 
 
 
FORNECIMENTO DA DO 
- Em todos os óbitos (natural ou violento). 
- Criança nascida viva que morre logo pós o nascimento, independentemente da duração da gestação, do peso do recém-nascido e do tempo 
que tenha permanecida viva. 
- Óbito fetal, com gestação igual ou superior a 20 semanas, OU o feto com peso igual ou superior a 500 gramas, OU estatura igual ou superior a 
25 centímetros 
 
OBS: 
- Sempre se fornece DO para criança nascida viva que morre logo após o nascimento, independentemente da duração da gestação, do peso do 
RN e do tempo que tenha permanecido viva. 
 
Diagnóstico de nascido vivo é pela presença de: 
• Movimentos respiratórios 
• Mov. musculares voluntários 
• Batimentos cardíacos 
• Pulsação de cordão umbilical 
 
PROCESSO PENAL 
Código de Processo Penal: 
- Artigo 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa 
ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
- Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é 
particular. 
- Parágrafo único - Se o agente é funcionáriopúblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de 
assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte 
 
Falsidade ideológica: 
- omitir ou inserir declaração falsa. 
- pena: reclusão + multa. 
 
Falsidade de atestado médico: 
- Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: 
- Pena - detenção, de um mês a um ano. 
- Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa 
 
MORTE NATURAL 
1. COM ASSISTENCIA MEDICA 
Quem preenche DO: médico assistente. 
- Na ausência dele, médico substituto ou plantonista (se óbito hospitalar). 
- Caso não se saiba a causa da morte, encaminha para o SVO. 
- Se em localização sem SVO, pode-se escrever “causa indeterminada”. 
 
Atenção! 
- Sempre despir o paciente TOTALMENTE para investigar possível morte por causa externa (quando a DO deve ser emitida pelo IML, 
impreterivelmente). 
 
2. SEM ASSISTENCIA MEDICA 
- Quem preenche DO: SVO. 
- Local sem SVO: a DO deve ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; e na sua 
ausência, por qualquer médico da localidade 
 
MORTE NÃO NATURAL 
Morte não natural (causa externa): homicídio, suicídio, acidente, morte suspeita. 
 
1. LOCAL COM IML 
- quem preenche DO: perito legista do IML 
 
2. LOCAL SEM IML 
- quem preenche DO: qualquer médico da localidade pode ser investido da função de perito legista, pela autoridade judicial ou policial (perito 
ad-hoc). 
 
Exemplo: 
- paciente teve acidente automobilístico e fica 9 meses internado no hospital. Com isso, adquire pneumonia hospitalar e falece. A DO deve ser 
emitida pelo IML, porque a causa de entrada no hospital foi acidente (causa externa). 
 
OBS: 
O IML que fornece a DO de paciente desconhecido (ex. indigentes) ou privado de liberdade, mesmo que tenham morrido por causas naturais. 
 
 
 
PEÇAS ANATOMICAS 
Para sepultar as peças anatômicas retiradas por ato cirúrgico, deve-se fazer um relatório em papel timbrado com descrição do procedimento 
realizado, que será apresentado ao departamento administrativo do cemitério. 
 
RECEM NASCIDOS 
Para recém-nascido com 450g que morreu minutos após o nascimento, deve-se ou não emitir a DO? Considera-se óbito fetal? 
- O conceito de nascido vivo depende, exclusivamente, da presença de sinal de vida, ainda que essa dure poucos instantes. Se esses sinais 
cessaram, significa que a criança morreu e a DO deve ser fornecida pelo médico do hospital. 
- Não se trata de óbito fetal, dado que existiu vida extra-uterina. O hospital deve providenciar também a emissão da Declaração de Nascido Vivo, 
para que a família promova o registro civil do nascimento e do óbito 
 
PREENCHIMENTO INCORRETO DA DO 
- Caso ocorra preenchimento incorreto da DO, não se pode rasurar, mas deve-se riscar, escrever “anulado” e encaminhar à secretaria de saúde 
para cancelamento no sistema de informação. 
- NUNCA descartar/rasgar a DO 
- se a DO já tiver sido registrada em Cartório de Registro Civil, a retificação será mediante pedido judicial por advogado, junto à Vara de Registros 
Públicos. 
 
COBRANÇA DE HONORÁRIO 
- O médico NÃO pode cobrar honorários para emitir a DO. 
- O ato médico de examinar e constatar o óbito, sim, poderá ser cobrado, desde que se trate de paciente particular, a quem o médico não vinha 
prestando assistência. Entenda-se que o diagnóstico da morte exige cuidadosa análise das atividades vitais, pesquisa de reflexos e registro de 
alguns fenômenos abióticos, como perda da consciência, perda da sensibilidade, abolição da motilidade e do tônus muscular. (Parecer nº 
17/1988- CFM). 
 
DO x CERTIDAO x DECLARACAO 
Atestado de óbito: consiste em uma parte da declaração de óbito, onde são preenchidas as causas da morte do paciente; 
Declaração de óbito: documento inteiro, que, por sua vez, deve ser preenchido por completo pelo médico assistente do paciente; 
Certidão de óbito: documento emitido em cartório a partir da declaração de óbito. 
 
SVO 
PORTARIA Nº 1.405 DE 29 DE JUNHO DE 2006. 
Institui a Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito e Esclarecimento da Causa Mortis (SVO). 
 
Art. 8º Os SVO serão implantados, organizados e capacitados para executarem as seguintes funções: 
I - realizar necropsias de pessoas falecidas de morte natural sem ou com assistência médica (sem elucidação diagnóstica), inclusive os casos 
encaminhadas pelo Instituto Médico Legal (IML); 
 
II - transferir ao IML os casos: 
a) confirmados ou suspeitos de morte por causas externas, verificados antes ou no decorrer da necropsia; 
b) em estado avançado de decomposição; e 
c) de morte natural de identidade desconhecida 
 
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA 
Resolução CFM nº1931/2009 
É vedado ao médico: 
Art. 8º Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem deixar outro médico encarregado do atendimento de seus 
pacientes internados ou em estado grave 
Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de registro no Conselho 
Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos 
médicos. 
Art. 43. Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, 
quando pertencente à equipe de transplante. 
Art. 77. Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circunstâncias da morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na 
declaração de óbito, salvo por expresso consentimento do seu representante legal. 
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último 
caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal. 
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta. 
 
Capitulo X – Documentos Médicos 
- Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade. 
- Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens. 
- Art. 91. Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou por seu representante legal. 
 
Resolução CFM nº1799/05 
CONSIDERANDO o que consta nos artigos do Código de Ética Médica: 
Art. 14. O médico deve empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços médicos e assumir sua parcela de 
responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde; 
 
 
CONSIDERANDO que Declaração de Óbito é parte integrante da assistência médica; 
CONSIDERANDO a Declaração de Óbito como fonte imprescindível de dados epidemiológicos; 
CONSIDERANDO que a morte natural tem como causa a doença ou lesão que iniciou a sucessão de eventos mórbidos que diretamente causaram 
o óbito; 
CONSIDERANDO que a morte não-natural é aquela que sobrevém em decorrência de causas externas violentas; 
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar a responsabilidade médica no fornecimento da Declaração de Óbito; 
CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sessão plenária realizada em 11 de novembro de 2005, 
RESOLVE: 
Art. 1º O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da responsabilidade do médico que atestou a morte. 
 
Art. 2º Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes normas: 
1) MORTE NATURAL 
I. Morte sem assistência médica: 
a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do SVO; 
b) Nas localidades sem SVO : 
A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; na sua 
ausência, por qualquer médico da localidade. 
 
II. Morte com assistência médica: 
a) A Declaraçãode Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha prestando assistência ao paciente. 
b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico assistente e, na sua falta, por médico 
substituto pertencente à instituição. 
c) A declaração de óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico designado pela instituição que 
prestava assistência, ou pelo SVO; 
d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da Família, internação domiciliar e outros) deverá 
ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar 
o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente. 
 
2) MORTE FETAL 
Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados a fornecer a Declaração de Óbito quando a gestação tiver 
duração igual ou superior a 20 semanas ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 (quinhentos) gramas e/ou estatura igual ou superior 
a 25 cm. 
 
3. MORTE VIOLENTA OU NÃO NATURAL 
A Declaração de Óbito deverá, obrigatoriamente, ser fornecida pelos serviços médico-legais. 
Parágrafo único. Nas localidades onde existir apenas 1 (um) médico, este é o responsável pelo fornecimento da Declaração de Óbito. 
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação e revoga a Resolução CFM nº 1.601/00. 
 
DEFINIÇÕES 
1. Nascimento vivo: 
Nascimento vivo é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção 
que, depois da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou 
movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a 
placenta. Cada produto de um nascimento que reúna essas condições se considera como uma criança viva. 
 
2. Óbito fetal 
Óbito fetal é a morte de um produto da concepção, antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe, independentemente da 
duração da gravidez; indica o óbito o fato do feto, depois da separação, não respirar nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como 
batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária. 
 
3. Morte Materna 
Define-se morte materna como a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, 
independentemente de duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por 
medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais. 
 
4. Morte materna tardia 
Morte materna tardia é a morte de uma mulher por causas obstétricas diretas ou indiretas mais de 42 dias, mas menos de um ano após o 
término da gravidez. 
 
EXEMPLOS 
1. Masculino, 65 anos. Há 35 anos, sabia ser hipertenso e não fez tratamento. Há 2 anos, começou a apresentar dispneia de esforço. Foi ao 
médico, que diagnosticou HAS e cardiopatia hipertensiva, e iniciou o tratamento. Há 2 meses, ICC e, hoje, teve EAP, falecendo após 5 horas. Há 
2 meses, foi diagnosticado CA de próstata. 
R= a) edema agudo de pulmão – 5h; b) insuficiência cardíaca hipertensiva – 2 meses; c) cardiopatia hipertensiva – 2 anos; d) HAS – 35 anos; e) 
neoplasia maligna de próstata – 2 meses 
 
 
 
 
2. Paciente diabético, deu entrada no pronto-socorro às 10:00 com história de vômitos sanguinolentos desde 6:00 da manhã. Desde 8:00 com 
tonturas e desmaios. Ao exame físico, descorado +++/4+, e PA de 0 mmHg. A família conta que paciente é portador de esquistossomose 
mansônica há cinco anos, e que dois anos atrás esteve internado com vômitos de sangue, e recebeu alta com diagnóstico de varizes de esôfago 
após exame endoscópico. Às 12:00, apresentou parada cardiorrespiratória e teve o óbito verificado pelo médico plantonista, após o insucesso 
das manobras de reanimação 
R= a) choque hipovolemico – 2h; b) rotura de varizes esofágicas – 6h; c) hipertensão portal – 2 anos; d) Esquistossomose mansonica - 5 anos; e) 
DM 
 
3. Paciente chega ao pronto-socorro (PS) e, em seguida, tem parada cardíaca. Iniciadas manobras de ressuscitação, estas não tiveram sucesso. 
O médico é obrigado a fornecer DO? Como proceder com relação á causa da morte? 
R= Primeiro, deve-se verificar se a causa da morte é natural ou externa. Se a causa for externa, o corpo deverá ser encaminhado ao IML. Se for 
morte natural, o médico deve esgotar todas as possibilidades para formular a hipótese diagnóstica, inclusive com anamnese e história colhida 
com familiares. Caso persista dúvida e na localidade exista SVO, o corpo deverá ser encaminhado para esse serviço. 
Caso contrário, o médico deverá emitir a DO esclarecendo que a causa é desconhecida. 
 
4. Médico do serviço público emite DO para paciente que morreu sem assistência médica. Posteriormente, por denúncia, surge suspeita de que 
se tratava de envenenamento. Quais as consequências legais e éticas para esse médico? 
R= Ao constatar o óbito e emitir a DO, o médico deve proceder a um cuidadoso exame externo do cadáver, a fim de afastar qualquer possibilidade 
de causa externa. Como o médico não acompanhou o paciente e não recebeu informações sobre esta suspeita, não tendo, portanto, certeza da 
causa básica do óbito, deverá anotar, na variável causa, "óbito sem assistência médica". Mesmo se houver exumação e a denúncia de 
envenenamento vier a ser comprovada, o médico estará isento de responsabilidade perante a justiça se tiver anotado, na DO, no campo 
apropriado, "não há sinais externos de violência" (campo 59 da Declaração de Óbito vigente). 
 
5. Quando sou obrigado a fornecer a Declaração de Óbito? 
R= Sempre que houver morte natural de um paciente assistido pelo médico e em que a causa é conhecida. 
- quando não se sabe a causa da morte e haja SVO no local, deve-se encaminhar ao SVO; na ausência, deve-se declarar a causa como 
indeterminada. 
 
6. Posso fornecer o Atestado de Óbito a conhecidos que não foram pacientes meus? 
R= Nunca. 
 
7. Posso subscrever Atestados de Óbito sem as demais partes preenchidas? 
R= Nunca. 
 
8. Médico do serviço público emite DO para paciente que morreu sem assistência médica. Posteriormente, por denúncia, surge suspeita de que 
se tratava de envenenamento. Quais as consequências legais e éticas para esse médico? 
R= Ao constatar o óbito e emitir a DO, o médico deve proceder a um cuidadoso exame externo do cadáver, a fim de afastar qualquer possibilidade 
de causa externa. Como o médico não acompanhou o paciente e não recebeu informações sobre essa suspeita, não tendo, portanto, certeza da 
causa básica do óbito, deverá anotar, na variável causa, “óbito sem assistência médica”. Mesmo se houver exumação e a denúncia de 
envenenamento vier a ser comprovada, o médico estará isento de responsabilidade perante a justiça se tiver anotado, na DO, no campo 
apropriado, “não há sinais externos de violência” (campo 59 da Declaração de Óbito). 
- uma vez examinado e, na ausência de sinais, deve-se sempre indicar a ausência de sinais externos de violência 
 
9. Para recém-nascido com 450g que morreu minutos após o nascimento, deve-se ou não emitir a DO? Considera-se óbito fetal? 
R= O conceito de nascido vivo depende, exclusivamente, da presença de sinal de vida, ainda que essa dure poucos instantes. Se esses sinais 
cessaram, significa que a criança morreu e a DO deve ser fornecida pelo médico do hospital. Não se trata de óbito fetal, dado que existiu vida 
extra-uterina. O hospital deve providenciar também a emissão da Declaração de Nascido Vivo, para que a família promova o registro civil do 
nascimento e do óbito. 
 
TANATOLOGIA 
- Tanatologia forense é um ramo da Medicina Legal que estuda a morte, o morto e suas repercussões na esfera jurídico-social 
- A mortecessa a personalidade civil e a aptidão a direitos, põe fim à capacidade jurídica, e extingue a punibilidade. 
 
MORTE 
- Cessa a personalidade civil 
- Põe a termo a capacidade jurídica 
- Termina a aptidão para ser titular de direitos 
- Os bens são transmitidos aos herdeiros 
- Extingue-se a punibilidade 
 
MORTE ENCEFÁLICA 
Segundo a Resolução do CFM, a morte encefálica (ME) é dada a partir da realização de exames clínicos e complementares, feitos em intervalos 
de tempo variáveis para cada faixa etária. 
 
Parâmetros clínicos: 
• Coma aperceptivo 
• Ausência resp. dolorosa/vegetativa 
• Presença de apneia 
 
 
Parâmetros complementares: 
• Ausência ativ. elétrica cerebral, OU 
• Ausência ativ. metabólica cer., OU 
• Ausência perfusão sanguínea cer. 
 
Exclusão: 
- coma por hipotermia ou por depressores do SNC; 
- crianças menores de sete dias e prematuros 
 
TRANSPLANTES 
LEI 9434/1997 – LEI DOS TRANSPLANTES: 
 A lei dos transplantes não contempla a doação de sangue, de esperma e de óvulos. 
 O diagnóstico de morte encefálica deve ser feito por dois médicos não pertencentes à equipe de remoção e de transplante; 
 Um médico indicado pela família faz o acompanhamento do processo de retirada e de transplante; 
 Apenas equipes autorizadas pelo SUS podem realizar o transplante 
 
Direitos do indivíduo sobre seu cadáver: 
 Aspectos filosóficos e religiosos; 
 Desejos preservados. 
 
Família: 
 A família não poderá ceder o cadáver a uma instituição científica se esta não era a vontade do morto; 
 Necropsia clínica (aquela realizada pelo SVO) somente poderá ser realizada mediante autorização da família. Isso não inclui as necropsias 
médico-legais (aquelas realizadas pelo IML), visto que, uma vez que o indivíduo é morto por causa externa, o corpo passa a ser do Estado 
 
DO 
1. Importância epidemiológica: Definição das causas da morte 
2. Importância social / sanitária: Inumação do cadáver 
3. Importância médico-legal: Definição das causas externas 
4. Importância jurídica: Cessação dos direitos civis e dos deveres penais - sucessão 
 
NECROPSIAS 
O Serviço de Verificação de Óbito (SVO) é obrigatório se a morte ocorrer sem assistência médica, embora necessite da autorização familiar para 
ser realizado 
 
Morte violenta; 
- Realizada pelo IML. 
 
Morte natural (sem amparo legal): 
- Necropsia clínica; 
- Realizada pelo SVO; 
- Carece de autorização familiar. 
. 
DESTINOS DO CADÁVER 
1. Inumação simples: 
- Enterramento em caixões próprios em sepulturas comuns, túmulos ou jazigos; 
- Deve ser realizada após 24 horas e antes de 36 horas do óbito. 
 
2. Inumação com necropsia; 
 
3. Imersão; 
- Jogar no mar; 
- Quando a morte ocorre em alto mar. 
 
4. Destruição; 
- Colocar o corpo para animais comerem; 
- Realizado em algumas culturas. 
 
5. Cremação: 
- Fornos entre 800 e 1000°C; 
- Não pode ser realizada após morte violenta, exceto quando autorizada pela Justiça 
 
OBS: 
- para peças anatômicas e partes de cadáver, não existe a necessidade de atestado de óbito; nesses casos, o hospital deve realizar apenas um 
breve relatório para ser entregue a administração do cemitério. 
 
COMORIÊNCIA ou PREMORIÊNCIA 
A definição do tempo é importante para que haja a preservação do direito sucessório dos bens 
Importância dessa determinação: definição do tempo de morte para preservar direitos sucessórios. 
 
COMORIÊNCIA 
- morte simultânea 
- é a presunção de morte simultânea de duas ou mais pessoas, na mesma ocasião (tempo), em razão do mesmo evento ou não, sendo essas 
pessoas ligadas por vínculos sucessórios. Quando não se sabe quem morreu primeiro, presumem-se simultâneos. 
- EX: esposa e marido, ambos possuem filhos de outro casamento, sofrem um acidente de carro e morrem juntos, no mesmo instante (morte 
simultânea  comoriência); nesse caso, os bens são divididos entre todos os herdeiros, igualmente 
 
PREMORIÊNCIA 
- É a morte de uma pessoa, ocorrida anteriormente à de outra pessoa determinada, que lhe sobrevive 
- EX: esposa e marido, ambos possuem filhos de outro casamento, sofrem um acidente de carro e morrem, sendo que um morreu anteriormente 
ao outro (premoriência); nesse caso, os bens do morto são transferidos para aquele que sobreviveu. 
- Devido a isso, faz-se sempre importante anotar o horário em que a morte do paciente ocorreu, principalmente quando o caso se tratar de 
pessoas pertencentes à mesma família 
 
TIPOS DE MORTE 
 Morte natural; 
 Morte violenta (homicídio, suicídio ou acidente); 
 Morte suspeita (não se sabe a causa); 
 Morte súbita; 
 Morte agônica (causa doença que demora muito tempo para matar e, por isso, faz com que o paciente fique sofrendo). 
 
CAUSAS DE MORTE 
- Na presença de sangramento, crostas, equimose etc., considera-se que a lesão foi causada em vivo. 
- Na ausência de sinais de sangramento, considera-se que a lesão foi causada em morto. 
 
1. Médicas ou clínicas: 
- causa relacionada ao estado mórbido letal; 
 
2. Jurídicas: naturais ou violentas. 
- Causas Jurídica de morte: Homicídio; Suicídio; Acidente; Natural. 
- Deve-se avaliar: Lesões de defesa; Lesões por luta; Sede dos ferimentos. 
 
DIAGNOSTICO DA REALIDADE DA MORTE 
 A morte se refere a cessação progressiva das funções e atividades vitais; 
 Para que seja dito que um indivíduo se encontra morto, analisam-se fenômenos abióticos, avitais ou vitais negativos, que, por sua vez, podem 
ser causados: Imediatos (logo após a morte); Consecutivos; Transformadores. 
 
FENOMENOS ABIOTICOS IMEDIATOS 
Ocorrem logo após a morte da pessoa. 
- Inconsciência; 
- Insensibilidade; 
- Imobilidade; 
- Parada da respiração; 
- Abolição da motilidade e do tônus muscular; 
- Parada da circulação sanguínea; 
- Cessação da atividade cerebral. 
 
FENOMENOS ABIOTICOS CONSECUTIVOS 
- Desidratação cadavérica (perda de água): Decréscimo de peso; 
- Ocorre devido à evaporação da água 
- Pergaminhamento da pele; 
- Dessecamento das mucosas dos lábios; 
- Modificação do globo ocular: O globo ocular perde o tônus 
- Esfriamento cadavérico: Ocorre conforme o tempo; Esfria até alcançar a temperatura do meio ambiente. 
- Manchas de hipóstases cutâneas (livor mortis): Representa a mudança de coloração que surge na pele dos cadáveres, decorrente do depósito 
do sangue estagnado pela ação da gravidade, nas partes mais baixas do corpo, e que indicam sua posição original. 
- Rigidez cadavérica: Primeiro ocorre no crânio e segue para a região cervical, membros superiores, tórax e abdômen e, após, membros inferiores. 
- Espasmo cadavérico; 
- Opacificação da córnea: Se o paciente morrer com as pálpebras abertas, a opacificação da córnea leva de 2 a 4h para ocorrer; Se o paciente 
morrer com as pálpebras fechadas, a opacificação da córnea leva cerca de 24h para ocorrer 
 
FENOMENOS TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS 
1. Autólise; 
 
 
 
 
 
2. Putrefação: 
- Período de coloração: Ocorre devido ao processo de proliferação bacteriana; Inicialmente visualizado na região de fossa ilíaca direita, visto que 
o ceco se localiza próximo a superfície do abdome  se apresente como uma mancha verde; Após, se estende para o corpo inteiro. 
- Período gasoso: Ocorre em virtude da produção de gases pelas bactérias 
- Período coliquativo ou de liquefação: invasão por larvas 
- Período de esqueletização 
 
OBS: 
- os bombeiros procuram o corpo de uma pessoa que morreu afogada até certo período de tempo, sendo que, caso não encontrem, optam 
então por esperar o corpo boiar (ocorre em virtude do período gasoso) 
- Circulação póstuma de Brouardel: Ocorre visto que os gases do período gasoso passam a pressionar os vasos sanguíneos, gerando assim esse 
tipo de circulação 
 
3. Maceração: 
- ocorre do sexto ao nono mês de gestação. 
- Ocorre quando o bebê morre no útero da mãe; 
- Pode ocorrer amolecimento ou dissolução dos tecidos por embebição aquosa, visto que o cadáver permanece em meio líquido. 
 
FENOMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES 
 Mumificação: Alguns solos facilitam a preservaçãocorpórea por meio da mumificação. 
 Saponificação ou adipocera: Consistência untuosa (algumas partes do corpo podem não se dissolver e passam a apresentar um aspecto 
semelhante a manteiga). 
 Calcificação: Geralmente ocorre em bebês que morrem no útero. 
 Corificação: Quando o morto permanece em urnas metálicas de zinco, podem surgir manchas brilhosas chamadas de corificação. 
 Congelação. 
 
ESTIMATIVA DO TEMPO DA MORTE – CRONORANATOGNOSE 
É feita através da análise dos dados acima 
 
RESFRIAMENTO 
O resfriamento do cadáver ocorre até que o corpo atinja a temperatura ambiente. 
 Nas primeiras três horas, há perda de 0,5°; 
 Da 4ª até a 12ª hora, há perda 1°C por hora; 
 Temperatura axilar no vivo: ± 36,5; 
 Temperatura retal no vivo: ± 37,2 
 
RIGIDEZ CADAVERICA 
 Mandíbula e nuca na 1ª a 2ª hora; 
 MMSS na 2ª a 4ª hora; 
 Músculos torácicos e abdominais na 4ª a 6ª hora; 
 MMII na 6ª a 8ª hora; 
 Início da flacidez entre 36 a 48 horas: O corpo precisa amolecer para entrar no período coliquativo. 
 
TABELA – FRANÇA 2015 
- menos de 2h: Corpo flácido, quente e sem livores 
- De 2 a 4h: rigidez da nuca e mandíbula, esboço de livores e esvaziamento das papilas oculares 
- de 4 a 6h: rigidez dos MMSS, livores relativamente acentuado 
- mais de 8 e menos de 16h: rigidez generalizada, manchas de hipóstases, não surgimento da manche verde abdominal 
- mais de 16 e menos de 24h: rigidez generalizada, esboço da mancha verde abdominal 
- de 24 a 48h: mancha verde abdominal, inicio da flacidez 
- de 48 a 72h: extensão da manche verde abdominal 
- de 8d a 3 anos: fauna cadavérica 
- de 2 a 3 anos: desaparecimento das partes moles do corpo 
- mais de 3 anos: esqueletização completa 
 
NECROPSIA MEDICO LEGAL 
- É o “conjunto de métodos que objetiva identificar a causa da morte biológica, e/ou jurídica, de interesse da Justiça, especialmente em mortes 
violentas, as quais são resultado de ação exógena, não natural, ou seja, aquelas que não sejam devidas às patologias pré-existentes” FRANÇA 
(2015); 
- “Perícia das perícias” – art.162 do CPP – deve ser feita 6 horas depois da morte ou antes pela evidência dos sinais da morte; 
- Deve ser feito de preferência à luz do dia, visto que a luz artificial pode alterar a visualização de certas lesões 
 
QUESITOS DA NECROPSIA MEDICO LEGAL 
1º: Houve morte? Se sim, deve-se descrever quais os sinais que confirmam a morte (sinais abióticos imediatos, consecutivos e tardios que são 
evidenciados). 
2º:Qual a causa? 
3º Terceiro: Qual a natureza do agente, instrumento ou meio que a produziu? 
4º: Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou por outro meio insidioso ou cruel? (Resposta especificada). Tem a 
capacidade de agravar a pena 
 
INSPEÇÃO NECROPSIA MEDICO LEGAL 
Inspeção Externa: 
- Exame de conjunto (exame das vestes, membros, etc.); 
- Muitas vezes os cadáveres chegam sem roupa e, com isso, já se perde muitas informações. 
- Exame dos grandes segmentos 
 
Inspeção Interna: 
- Exame da cavidade craniana; 
- Exame da cavidade torácica e abdominal; 
- Exame da cavidade vertebral; 
- Exame dos órgãos do pescoço (principalmente caso haja suspeita de asfixia); 
- Exame das cavidades acessórias da cabeça. 
 
FOTOGRAFIA E ESQUEMATIZAÇÃO 
- Consiste no processo de fotografar as lesões; 
- Faz-se importante esquematizar o trajeto das lesões causadas por instrumentos corto contundentes, além de esquematizar o padrão e 
sequência das demais lesões 
 
EUTANASIA x ORTOTANASIA x DISTANASIA 
EUTANÁSIA 
Conduta para promover a morte mais cedo do que se espera, por motivo de compaixão, ante um paciente incurável e em sofrimento 
insuportável. 
 
ORTOTANÁSIA 
Suspensão de meios medicamentosos ou artificiais de vida de um paciente em coma irreversível e considerado em “morte encefálica”, quando 
há grave comprometimento da coordenação da vida vegetativa e da vida de relação. 
 
DISTANASIA 
Distanásia como o tratamento insistente, desnecessário e prolongado de um paciente terminal, que não apenas é insalvável, mas também 
submetido a tratamento fútil 
 
DESASTRE DE MASSA 
- Os desastres de massa consistem em todos os acidentes nos quais há um número X considerável de mortes; 
- nos desastres em massa, pode-se entregar às famílias apenas uma parte representativa da vítima, sendo que o restante do corpo 
eventualmente encontrado pode ser enterrado em uma vala comum 
- Exemplos: Mamonas Assassinas, Chapecoense, World trade Center, Tsunami, Atentado de Paris e da Espanha, Furacão, Terremoto. 
 
Obs: o exemplo dos Mamonas Assassinas não é considerado como desastre de massa, visto que o número de mortes desse caso não foi grande; 
contudo, as manobras que foram adotadas para o caso foram manobras de um desastre em massa. 
 
O que fazer nesse tipo de acidente: 
1. Quando ocorre um desastre de massa, o mais importante a ser feito é assegurar a preservação do local do desastre, visto que, caso diversas 
pessoas entrem em contato com o local, o DNA dessas pessoas pode se misturar no ambiente, fato que dificulta a identificação das vítimas; 
 
2. Deve ser feito: 
- cordão de isolamento: 100m a 500m de distancia 
- estabelecer um ponto de controle de acesso (único local de entrar e sair) 
- marcar os pontos de restos humanos e fragmentos (corpos inteiros são identificados com a letra C e partes de corpos com as letras PC) 
 
3. Identificar o que for achado com etiquetas (malas, celulares) 
 
4. selecionar local para ser QG: esse local não pode trazer lembranças ruins para as pessoas que irão frequentar após o ocorrido, como escolas 
 
5. Dados AM x PM 
- são feitas divisões de Ante-Mortem (AM) e Post-Mortem (PM) 
- AM: são levantados por familiares, que descrevem as características das pessoas presentes no local do acidente; 
- Uma vez identificada alguma parte condizente com alguma característica levantada, faz-se um DNA comparativo da parte achada com o DNA 
de algum parente da vítima 
 
6. Sala de Exames 
- Local onde serão feitas as necropsias de corpos maiores; 
- Onde os corpos vão chegar e os médicos legistas irão trabalhar, assim como demais profissionais; 
- deve-se sempre abrir o útero das mulheres para investigar a possibilidade de gravidez (declaração de óbito ou não para feto) 
 
Outros aspectos importantes: 
- Sala de atendimento da imprensa: Antes de informar a imprensa alguma nota, a família deve ser informada 1h antes. 
- Sala de atendimento das famílias: Essa sala deve constar de psicólogos, assistentes sociais 
- Sala de registros (AM e PM); 
- local para acondicionamento dos corpos (como caminhão frigorifico) 
 
Como Identificar pessoa desaparecida: 
 Dados da vítima (cena + post mortem) + dados da pessoa desaparecida (dados AM); 
 Com isso, faz-se a reconciliação dos dados com o intuito de verificar se o que foi achado é de fato a pessoa desaparecida. 
 
Quais profissionais são necessários: 
- Médicos Legistas; 
- Odontolegistas – peritos criminais; 
- Papiloscopistas (analisam as impressões digitais); 
- Geneticistas; 
- Antropologistas forenses; 
- Fotógrafos; 
- Radiologistas; 
- Peritos criminais 
 
TOXICOLOGIA 
Toxicologia forense é um termo relacionado a qualquer aplicação da toxicologia ou estudo dos agentes tóxicos com a finalidade de elucidar 
procedimentos legais ou judiciais. 
 
Agentes tóxicos (Xenobiótico): 
- Todo agente tóxico estranho ao organismo pode ser considerado como um xenobiótico; 
- Os xenobióticos representam qualquer substância estranha capaz de causar dano ao organismo ou causar intoxicação. 
 
FISIOPATOLOGIA 
A ação da droga no sistema biológico depende de 4 principais fatores: 
• Absorção (VO, pele, inalatória) 
• Distribuição 
• Biotransformação 
• Eliminação 
 
TIPOS DE INTOXICAÇÃO 
- Aguda: ocorre em questão de minutos ou horas; 
- Sub-aguda: ocorre em questão de dias; 
- Crônica: ocorre em questão de anos 
 
LEGISLAÇÃO 
 Na legislação, o homicídio com veneno consiste um agravante de pena; 
 Esse homicídio por veneno pode ocorrer pormeio insidioso (quando não havia intensão) ou cruel  Artigo 61 CPP, inciso II, letra d 
 
NATUREZA JURIDICA 
1. Intoxicações acidentais; 
2. Suicídios e homicídios; 
3. Abuso de drogas; 
4. Envenenamento judicial (casos de pena de morte); 
5. Armas de guerra (gás sarin) 
 
TIPOS DE USUARIOS 
Há 4 tipos de usuários de droga: 
1. Experimentador: foi em uma festa e experimentou, mas não aderiu 
2. Ocasional: experimentou na festa, gostou e sempre repete o uso 
3. Habitual ou funcional: começa a utilizar mais vezes (aumenta sua adesão à droga) 
4. Dependente: necessita da droga 
 
DEPENDENCIA QUIMICA 
- Definida pelo uso / necessidade, tanto física quanto psicológica, de uma substância psicoativa, apesar do conhecimento de seus efeitos 
prejudiciais à saúde 
 
- Há um padrão de auto-administração que, geralmente, resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo para consumir a droga” 
- Dependência cruzada: dependência de ≥ 1 droga simultaneamente. 
 
Tolerancia: 
Significa que o usuário de uma droga em particular, com o propósito de continuar experimentando os mesmos efeitos farmacológicos, deve usar 
quantidades cada vez maiores da droga. 
 
Abstinencia: 
O processo de extinção de qualquer conduta aditiva se caracteriza pela presença do desejo da droga que estará presente em todo o processo 
de recuperação terapêutica, mesmo que sua intensidade vai diminuir gradativamente 
 
 
DROGAS PSITROPICAS - Tropismo pelo SNC 
Podem ser: 
1. Psicolépticas: depressoras (álcool, barbitúricos, opioides) 
2. Psicoanalépticas: estimulantes (crack, cocaína, anfetamina) 
3. Psicodislépticas: depressão e estímulo (maconha, LSD) 
 
1. ALCOOL ETILICO 
Principal representante das psicolepticas. - embriaguez alcoolica: conjunto de manifestações neuropsicossomáticas resultantes da intoxicação 
etílica aguda de caráter episódico e passageiro; 
- alcoolismo: uma síndrome psico-orgânica, caracterizada por um elenco de perturbações resultantes do uso imoderado do álcool e de caráter 
crônico, independendo, no momento do exame, de um maior ou menor consumo ou concentração de bebida alcoólica; 
- alcoolemia: resultado da dosagem do álcool etílico na circulação sanguínea e seus percentuais trazidos em gramas ou decigramas por litro de 
sangue examinado 
 
Fases da Embriaguez: 
 A embriaguez possui 2 fases distintas: uma estimulante (rápida no inicio do consumo) e outra depressora; 
 A intensidade varia de acordo com as características pessoais. 
 
Formas de Embriaguez: 
1. Culposa: 
- Decorrente da imprudência ou negligência de beber exageradamente e de não conhecer os efeitos reais do álcool; 
- Não isenta de responsabilidade. 
- Ex.: um estudante de medicina não pode alegar embriaguez culposa. 
 
2. Preterdolosa: 
- O agente não quer o resultado, mas tem ciência de que, em estado de embriaguez, pode cometer o delito (assume-se o risco de produzir o 
dano). 
- Não isenta de responsabilidade. 
 
3. Fortuita: 
- É a embriaguez ocasional, rara, em momentos especiais, tendo origem em um erro compreensível e não em uma ação predeterminada ou 
imprudente; 
- Pode isentar da pena, se for originada em erro compreensível e não em ação predeterminada ou imprudente. 
 
4. Acidental: 
- Seria o exemplo de um indivíduo que, por engano, toma uma bebida com um grande teor alcoólico ou ingere algum remédio capaz de 
potencializar os efeitos de pequenas doses de bebida considerada inócua; 
- Pode ser isenta de pena quando caracterizada. 
 
5. Por força maior: 
- É aquela que a capacidade humana é incapaz de prever ou resistir (influência do meio) 
- É possível a redução da pena. 
 
6. Preordenada: 
- É a forma de embriaguez em que o agente se embriaga com o propósito de adquirir condições psíquicas que favorecem a prática criminosa. 
- A lei considera circunstância agravante da pena. 
 
7. Habitual: 
- Dependência do álcool (alcoolista); 
- Assumem um estado de “normalidade” sob o efeito da bebida, equilibrando suas reações e escondendo suas inibições em condições de 
frequente embriaguez 
 
8. Patológica: 
- Resulta da ingestão de pequenas doses, com manifestações intempestivas e desproporcionais 
 
Responsabilidade na Embriaguez: 
 Mantida: culposa, preterdolosa, habitual; 
 Diminuída: por força maior; 
 Isenta: acidental, patológica, fortuita; 
 Agravada: preordenada 
 
Sinais de Embriaguez: 
- Ênfase à avaliação neurológica: a avaliação neurológica nos indivíduos que consumiram bebidas alcoólicas e/ou substâncias psicoativas, fica 
alterada antes das manifestações psíquicas 
- tabela dos variados autores: correlações dos sinais clínicos de embriaguez alcoólica - uma linha de corte na alcoolemia - sinais coincidentes da 
embriaguez 
 
 
 
I – 5 a 10 d/L 
Fase de excitação 
- Euforia ou agressividade 
- Diminuição da atenção 
- Diminuição da concentração 
- Alteração da coordenação motora 
- Dano às funções sensoriais 
 
II – 10 a 20d/L 
Fase de estado franco de embriaguez, os sinais predominantes ao exame clinico são: 
- fala arrastada 
- Ataxia 
- Sonolência 
- Instabilidade de humor 
- Alteração de memória 
- Perda do juízo crítico 
 
ATENÇÃO 
Nota técnica n.º 15/08 do Ministério da Saúde o álcool é eliminado em média a uma velocidade de 0,15 gramas/litro/hora (em pessoas normais). 
- para mulheres, considera-se 0,20 gramas/litro/hora 
 
CÓDIGO DE TRANSITO 
Art. 165. 
- Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência 
- Infração – gravíssima. 
- Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. 
- Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo. 
- Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 meses. 
 
Art. 276. 
- Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165. 
 
Art. 277. 
- O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, 
exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, permita certificar influência de álcool ou outra substância 
psicoativa que determine dependência. 
- § 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem alteração 
da capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas. 
§ 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter 
a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo 
 
Art. 306. 
- Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que 
determine dependência: 
- Penas - detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
§ 1o As condutas previstas no caput serão constatadas por: 
- I - Concentração ≥ 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou ≥ 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou 
- II - Sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora. 
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou 
outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. 
 
Art. 3º 
- A confirmação da alteração da capacidade psicomotora em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine 
dependência dar-se-á por meio de pelo menos um dos seguintes procedimentos a serem realizados no condutor de veículo automotor: 
I - Exame de sangue; 
II - Exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em 
caso de consumo de outrassubstâncias psicoativas que determinem dependência; 
III - Teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar (etilômetro); 
IV - Verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora do condutor. 
- § 1º Além do disposto nos incisos deste artigo, também poderão ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer outro meio de 
prova em direito admitido. 
- § 2º Nos procedimentos de fiscalização deve-se priorizar a utilização do teste com etilômetro. 
- § 3° Se o condutor apresentar sinais de alteração da capacidade psicomotora na forma do art. 5º ou haja comprovação dessa situação por meio 
do teste de etilômetro e houver encaminhamento do condutor para a realização do exame de sangue ou exame clínico, não será necessário 
aguardar o resultado desses exames para fins de autuação administrativa 
 
 
 
 
 
Art. 5º 
- Os sinais de alteração da capacidade psicomotora poderão ser verificados por: 
I - Exame clínico com laudo conclusivo e firmado por médico perito; ou 
II - Constatação, pelo agente da Autoridade de Trânsito, dos sinais de alteração da capacidade psicomotora nos termos do Anexo II 
- § 1º Para confirmação da alteração da capacidade psicomotora pelo agente da Autoridade de Trânsito, deverá ser considerado não somente 
um sinal, mas um conjunto de sinais que comprovem a situação do condutor 
- Infração administrativa: Etilômetro: valor considerado p/ autuação: 0,05 mg/L Alcoolemia: qualquer [ ] de álcool/L de sangue 
- Crime: Etilômetro: valor: 0,34 mg/L / Alcoolemia: 6 dg/L 
 
Art. 11. 
- É obrigatória a realização do exame de alcoolemia p/ vítimas fatais de acidentes de trânsito 
 
2. COCAÍNA 
- Estimulante – prazer e euforia - depressão 
- Destruição da mucosa nasal / perfuração do septo nasal, a degradação dos dentes, queda dos cabelos, problemas pulmonares e problemas 
cardiovasculares 
- Agressividade – violência - crime 
- Psicose 
- Síndrome de abstinência grave 
- estimula a vasoconstrição 
 
Intoxicação Aguda: 
Na intoxicação aguda pela cocaína, o paciente apresenta uma série de sintomas, quais sejam: 
- Psíquicos: excitação motora, agitação, ansiedade, confusão mental, loquacidade; 
- Neurológicos: afasia, paralisias, tremores e convulsões; 
- Circulatórios: taquicardia, aumento da pressão arterial e dor precordial; 
- Respiratórios: polipneia e até síncope respiratória; 
- Secundários: náuseas, vômitos e oligúria 
 
3. CANABIOIDES – MACONHA 
 É extraída de certas partes das folhas da Cannabis sativa; 
 Seu consumo é através de xaropes, pastilhas, infusões, bolos de folhas para mascar e, mais acentuadamente, em forma de cigarros ou em 
cachimbos especiais 
 Midríase, congestão conjuntival, taquicardia, perda da noção do tempo e do espaço, diminuição de reflexos, da coordenação motora e da 
memória, sensação de pavor e isolamento 
 Fissuras labiais, dedos com manchas escurecidas, hálito de mato queimado 
 
4. CAUSTICOS 
- Os cáusticos são substâncias que, de acordo com sua natureza química, provocam lesões tegumentares mais ou menos graves (podem resultar 
em efeitos coagulantes ou liquefacientes) 
- escaras seca: ácido 
- escara úmida: álcalis 
- vitriolagem: uso de lesões causticas para distorcer a imagem da vitima 
 
Mecanismo de Açõa: 
Inibem a enzima acetilcolinesterase, aumentando a concentração de ACh e gerando três síndromes 
a) Síndrome muscarínica: miose, bradicardia e aumento das secreções (sudorese profunda, diarreia, vômitos, sialorreia) 
b) Síndrome nicotínica: abalos e tremores musculares 
c) No SNC: convulsões, agitação psicomotor 
 
TRAUMATOLOGIA 
É o estudo das lesões e dos estados patológicos, imediatos ou tardios, produzidos pelos agentes externos (violência) sobre o corpo humano 
Os agentes físicos mecânicos são modificadores do estado de repouso do corpo. 
1. Meio ativo: objeto atinge corpo em repouso 
2. Meio passivo: corpo atinge o objeto em repouso 
3. Meio misto: ambos, corpo e objeto, em movimento, se atingem 
 
AÇÃO CONTUNDENTE 
A ação contundente é a maior causadora de danos na traumatologia. 
A depender da intensidade da ação contundente, geram-se lesões que podem acometer desde epiderme, até tecidos mais profundos 
 
Tipos: 
1. RUBEFAÇÃO 
- vermelhidão transitória causada por vasodilatação capilar mediada pela histamina. 
- marca após tapa 
 
2. ESCORIAÇÃO 
- arrancamento da epiderme. 
- lesão provocada por unha 
 
3. EQUIMOSE 
- infiltração hemorrágica nas malhas do tecido, por rompimento de vasos sanguíneos. 
- A equimose sofre alteração com o passar do tempo e tem resolução completa em torno de 15 dias. 
- O processo de alteração da cor é chamado espectro equimótico Legrand du Saulle (sequência: vermelho, arroxeado, violáceo, esverdeado e 
amarelado). 
 
Subtipos: 
- petequias 
- pequenos grãos (sugilação) 
- estrias (víbices) – por cassetete 
 
Obs: 
- equimose arroxeadas: +/- 2 dias do trauma 
 
Causas das Ações Contundentes 
1. edema traumatico 
 
2. Lesao contusa 
- bordas escoriadas e equimosadas, vertentes irregulares, ligadas por pontes de tecido e fundo irregular, causadas por 
- por pedrada 
- instrumentos contundentes: pedra, pedaço de madeira, própria mao (soco) 
 
3. entorse: 
- estiramento da capsula de uma articulação com ou sem rotura 
 
4. luxação: 
- deslocamento de dois ou mais ossos com relação ao seu ponto de articulçao normal 
 
5. fratura: 
- exposta, patológica, completa ou incompleta; lesões que causam rompimento ou trincamento de um osso 
 
6. Bossa sanguínea: 
- o que ocorre no crânio do RN após parto vaginal 
 
7. hematoma: 
- coleção de sangue que não sofre difusão nas malhas do tecido 
 
AÇÃO PERFURANTE 
- Instrumentos perfurantes: alfinete, agulha, espinho, estilete, prego. 
- A ação perfurante se dá pela pressão implementada pelo instrumento, gerando ferida punctiforme, com abertura estreita e raro sangramento. 
- O ferimento de SAÍDA é mais IRREGULAR e de MENOR DIÂMETRO. 
 
1º Lei de Filhos: 
- “instrumento de 2 gumes faz lesão em “casa de botão” 
 
2º Lei de Filhos: 
- feridas em uma mesma região de linhas de força, em um só sentido, têm seu maior eixo sempre na mesma direção 
 
Lei de Langer: 
- ferida na região de confluência de 2 linhas de tensão tem formato em ponta de seta ou quadrilátero 
 
AÇÃO CORTANTE 
- A ação cortante consiste no deslizamento de gume afiado. 
- Observar a “cauda de escoriação”, que indica a SAÍDA do ferimento. 
 
Instrumentos cortantes: 
- Típicos: faca, navalha, lâmina 
- Atípicos: folhas de papel, cerol, capim 
 
Características: 
1. Forma linear 
2. Regularidade das bordas 
3. Regularidade do fundo da lesão 
4. Ausência de vestígios traumáticos em torno da ferida 
5. Hemorragia quase sempre abundante 
6. Afastamento das bordas da ferida 
7. Cauda de escoriação fina e lisa voltada para o término da ação do instrumento 
8. Paredes da ferida lisas e regulares 
 
 
Exemplos: 
• Esquartejamento (cortar em 4) 
• Decapitação (arrancar a cabeça) 
• Esgorjamento (cortar a cabeça, s/ arrancar) 
 
AÇÃO PERFUROCORTANTE 
A ação perfurocortante é realizada por instrumentos de ponta e gume (pressão + secção). 
 
Ferimento c/ 1 gume: 
- forma de botoeira (um ângulo agudo e outro arredondado), 
- faca-peixeira, canivete 
 
Ferimento c/ 2 gumes: 
- fenda de bordas iguais e ângulos agudos 
- punhal 
 
Ferimento c/ 3 gumes: 
- forma triangular ou estrelada 
- lima 
 
Aspectos: 
• Profundidade maior que largura 
• Hemorragia interna 
• Lado do gume mais agudo 
 
OBS: 
Lesões iniciais são maiores (criminoso com + força); 
 
AÇÃO PERFURO-CONTUNDENTE 
A ação perfuro-contundente, como já indica o nome, perfura e contunde ao mesmo tempo (mas é mais perfurante que contundente) 
- exemplo típico: projetil de arma de fogo 
O estudo das lesões consiste na análise dos ferimentos de entrada e saída para propor o trajeto do projétil. 
 
Arma de baixa energia: 
- 100 - 500m/s na saída do cano 
- ex: pistola e revolver 
 
Arma de alta energia: 
- 500 - 1200m/s 
- ex: AK-47 
 
Trajeto: 
- caminho percorridopelo projetil no interior do corpo 
 
Trajetoria: 
- caminho percorrido pelo projetil fora do corpo 
 
Lesoes de ENTRADA: 
1. TIRO ENCOSTADO 
- lesão irregular, denteada ou com entalhes 
- Mina DE hoffmann (Sinal na Fronte): crepitação gasosa (à palpação) na ausência de zona de tatuagem ou de esfumaçamento, com vertentes 
enegrecidos e desgarrados 
- Sinal de Benassi (sinal em crânio, costela e escapula): halo de fuligem na lamina externa ao osso 
- Sinal de Werkgaerner: marca do cano quente na pele 
Tem formato meio que de estrela 
 
2. TIRO A CURTA DISTANCIA 
- Forma arredondada ou elíptica 
- Orla de escoriação 
- Bordas invertidas 
- Halo de enxugo 
- Halo ou zona de tatuagem 
 - Orla ou zona de esfumaçamento 
- Zona de queimadura 
- Aréola equimótica 
Tem um buraquinho com um roxo em volta 
 
 
 
 
3. TIRO A LONGA DISTANCIA 
- Forma arredondada ou elíptica 
- Diâmetro menor que o do projétil 
- Orla de escoriação 
- Halo de enxugo 
- Aréola equimótica 
- Bordas reviradas para dentro 
 
4. SINAL DE FUNIL DE BONNET 
- Na lâmina externa do osso - ferimento de entrada arredondado, regular e em forma de “saca-bocado” 
- Na lâmina interna, o ferimento é irregular, maior do que o da lâmina externa e com bisel interno bem definido, dando à perfuração a forma de 
um funil. 
- ferimento de saída - o contrário: amplo bisel externo com base voltada para fora 
Tipo um buraco negro, uma face interna da calvária 
 
Lesões de SAÍDA 
- Bordas irregulares 
- Bordas reviradas para fora 
- Maior sangramento 
- Diâmetro > que o do orifício de entrada 
- Não apresenta orla de escoriação, halo de enxugo, elementos químicos resultantes da decomposição da pólvora 
 
AÇÃO CORTO-CONTUNDENTE 
- A ação corto-contundente é realizada por instrumentos com gume e ação contundente, por deslizamento, percussão e pressão. 
- Instrumentos: Foice, Facão, machado, Enxada, Serra elétrica, Rodas de trem, Unhas, dentes, Guilhotina, Tesoura 
- As lesões são de formatos variados, quase sempre graves, com alcance profundo dos planos interiores, não apresentando cauda de escoriação, 
nem pontes de tecidos íntegros entre as vertentes da ferida 
 
LESAO CORPORAL 
Art. 129 do CPB: 
- lesão corporal é uma violência ocasionada a outrem, que ofenda a integridade corporal ou a saúde. 
 
Ofensa à integridade corporal: 
- quando ocorre dano anatômico, 
- escoriação, equimose, mutilação, cicatriz, fratura. 
 
Ofensa à saúde: 
- quando ocorre perturbações funcionais, 
- da ativ. sexual, psiquismo, funções vegetativas (ex. digestão, respiração, circulação) 
 
QUESITOS PARA EXAME DE CORPO DE DELITO 
1. Houve lesão? 
2. Qual instrumento ou meio a produziu? 
3. Há quanto tempo foi produzida? 
4. Resultou debilidade de membro, sentido ou função? 
5. Resultou perda ou inutilização de membro, sentido ou função? 
6. Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel? 
7. Resultou perigo de vida? 
8. Impediu as atividades habituais por mais de trinta dias? 
9. Resultou deformidade permanente, enfermidade incurável, aceleração de parto ou aborto? 
 
CLASSIFICAÇÃO DA LESAO CORPORAL 
1. Lesões Leves 
- pena de até 1 ano 
- não implicam em grandes consequências para a vítima. 
- tapa que gera rubefação 
 
2. Lesões Graves 
- pena de até 5 anos 
- A lesão grave é determinada quando a ação violenta resultar em: 
a) Incapacidade para ocupação habitual por > 30 dias (lembrar-se disso quando fornecer atestados. Podem converter o crime leve para grave) 
b) Perigo de vida: atestado mediante sintomas, como perda de consciência, desaparecimento de reflexo 
c) Debilidade permanente do membro (ex. perda de dedos, paralisia muscular), sentido (tato, visão, olfato) ou função (perda de dente = função 
mastigatória, perda de testículo = função reprodutiva) 
d) Aceleração do parto: traumas de toda ordem (física ou psíquica) que podem antecipar o parto, não ocorrendo a morte do feto (sequelas para 
a mãe, retardo mental ou debilidade para a criança) 
 
 
 
 
3. Lesoes Gravissimas 
- pena ate 8 anos 
a) Incapacidade permanente p/ o trabalho: dificilmente curada ou reparada, ex. motorista de ônibus que perde a visão 
b) Enfermidade incurável: estado patológico que tende a evoluir para a morte ou que permaneça indefinidamente estacionário s/ possibilidade 
de cura (ex. lepra, TB, epilepsia) 
c) Deformidade permanente: dano estético irreversível, visível e permanente 
d) Aborto: ofensa com que o agente, sem a intenção de fazê-lo, provoca o aborto desde o 1º ao 6º mês 
 
4. Lesoes Seguidas de Morte 
- pena ate 12 anos 
- quando o agente, sem intenção de matar, produz uma lesão corporal dolosa e esta determina a morte da vítima. 
- Mesmo não tendo sido o objetivo final do agente, a morte da vítima agrava a pena, pois se trata de uma ação dolosa com resultado culposo. 
 
AGENTES FISICOS NÃO MECANICOS 
* Energias de ordem física: calor; frio eletricidade; pressão atmosférica; luz; som; radioatividade 
* Energias de ordem química: cáusticos; venenos; gas toxico 
* Energias de ordem físico-quimico: asfixia; sufocação direta e indireta; soterramento; afogamento; enforcamento 
* Energias de ordem bioquímica: ação negativa (carencial); ação positiva (toxica, infecciosa) 
* Energias de ordem biodinâmica: choques; síndrome da falência de múltiplos órgãos e sistemas 
* Energias de ordem mista: doenças profissionais; acidente de trabalho; fadiga; doença parasitaria; tortura 
 
1. CALOR 
Termonoses 
Danos orgânicos e/ou morte provocada pelo calor por insolação ou intermação. 
I: Insolação: ação da temperatura, de raios solares, da excessiva umidade relativa e viciação do ar. Tem pouca importância médico-legal, por ser 
de origem frequentemente acidental 
 
II: Intermação: danos orgânicos ou morte ocorridos em espaços confinados ou abertos, sem suficiente arejamento, quando há elevação excessiva 
do calor radiante. 
- Causas jurídicas: acidentes de trabalho e crimes (ex. bebê esquecido no carro) 
 
Queimaduras 
1º GRAU: eritema simples 
2º GRAU: eritema e bolhas 
3º GRAU: coagulação necrótica de tecidos moles, com posterior cicatriz 
4º GRAU: carbonização até plano ósseo 
 
2. FRIO 
As lesões sobre o revestimento cutâneo são semelhantes às causados pelo calor, e têm pouca importância médico-legal no Brasil. 
Ação geral: alterações no SNC (ex. sonolência, convulsões, delírios, anestesias). De forma intensa, pode ocasionar a morte. 
 
Lesões: 
1º GRAU: palidez ou rubefação local e aspecto anserino da pele (“arrepiado”) 
2º GRAU: eritema e formação de flictenas e conteúdo claro e hemorrágico 
3º GRAU: necrose de tecidos moles com formação de crostas enegrecidas, aderidas e espessas 
4º GRAU: gangrena e desarticulação 
 
3. ELETRICIDADE 
Lesoes Naturais: 
- por raio 
- Elas são caracterizadas pela presença do Sinal de Lichtenberg. 
Podem ser: 
I) Fulminação: lesão + morte 
II) Fulguração: s/ morte 
 
Lesoes Industriais: 
- eletropressao 
- são caracterizadas pela Marca Elétrica Jellineck (no local em que houve o choque) 
 
Lesoes Judiciais: 
- eletrocussão 
- cadeiras elétricas 
- Baixa: até 120w; FV 
- Média: 120-1200w; FV e tetanização respiratória 
- Alta: 1200-5000w; tetanização respiratória 
- >5000: paralisia bulbar; apneia; PCR 
 
 
 
 
Eletricidade pode causar: 
a) Morte pulmonar: achados necroscópicos compatíveis com a asfixia 
b) Morte cardíaca: efeito da corrente elétrica sobre o coração 
c) Morte cerebral: hemorragia das meninges, das paredes ventriculares do cérebro, do bulbo, dos cornos anteriores da medula espinal e edema 
da substância branca e cinzenta do cérebro 
 
4. PRESSAO ATMOSFÉRICA 
Os barotraumas são raros e geralmente secundários atividades de mergulho, alpinismo e aviação. 
 
Redução da PA (subida): 
- ar rarefeito gera alterações de hematose e pode originar a doença dos aviadores (cefaleia, dispneia, anorexia, fadiga, insônia, tonturas e 
vômitos) 
 
Aumento da PA (descida): 
- patologia de compressão (intoxicação por O2, nitrogênio e CO2) e patologiade descompressão (fenômeno de embolia, por maior concentração 
dos gases dissolvidos no sangue) 
 
5. RADIOATIVIDADE 
- Os RX podem gerar lesões locais (radiodermites) ou gerais (ex. gônadas) 
- As radiodermites agudas são depilatórias e eritematosas / pápula-eritematosas / ulcerosas. 
- As lesões crônicas variam desde úlceroatróficas a neoplásicas. 
- As lesões de energia atômica são semelhantes às do RX (queimaduras) e às da onda explosiva blast, gerando inclusive sequelas tardias. 
 
6. LUZ E SOM 
Luz: 
- cegueira; infravermelho/UV fazem lesões sobre a conjuntiva e cristalino, e o raio laser, sobre a córnea e cristalino. 
 
Som: 
- quando > 20.000 ciclos/s e 85 dB, podem gerar lesões auditivas e perturbações psíquicas. 
 
7. ENERGIA DE ORDEM QUIMICA 
Lesões cáusticas 
Geram escaras secas (feitas por ácidos) ou úmidas (geradas por álcalis) 
 
Intoxicação pode ser: 
- aguda: minutos a hora 
- subaguda: duração de dias 
- crônica: meses a anos (ex: ocupacional) 
Os inseticidas organofosforados e carbamatos são inibidores da acetilcolinesterase, podendo gerar as síndromes muscarínica e nicotínica. 
 
8. ENERGIA DE ORDEM BIOQUIMICA 
Existem as de ação: 
- Negativa: carencial (ex. hipovitaminoses, avitaminoses, inanição) 
- Positiva: intoxicações alimentares 
 
9. ENERGIA DE ORDEM BIODINAMICA 
- choques 
- síndrome da falência de múltiplos órgãos e sistemas 
 
10. ENERGIA DE ORDEM MISTA 
- doenças profissionais; acidente de trabalho; fadiga; doenças parasitárias; sevícias; torturas

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