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Paula Caroline Santos Nadal TCC VERSAO FINAL

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DAS 
MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paula Caroline Santos Nadal 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2022
 
 
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DAS 
MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE 
 
 
 
Paula Caroline Santos Nadal 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Coordenação do Curso de 
Direito da Universidade Cruzeiro do Sul, 
como requisito parcial para obtenção do 
diploma de bacharelado em Direito, sob a 
orientação do Prof. Me. Roberto 
Vasconcelos da Gama. 
 
 
São Paulo 
2022 
 
 
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL 
CURSO DE BACHARELADO 
EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS 
 
 
O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DAS 
MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE 
 
Paula Caroline Santos Nadal 
 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
___________________________________________ 
Presidente: 
 
___________________________________________ 
2º Membro: 
 
___________________________________________ 
3º Membro: 
 
 
São Paulo, ____de ______________de 2022. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO................................................................................09 
1 CAPITÚLO I – RESSOCIALIZAÇÃO PRISIONAL E A FUNÇÃO 
DAS PENAS....................................................................................10 
1.1 Instituto Jurídico da Pena............................................................................10 
1.2 Surgimento do Sistema Prisional.................................................................11 
1.3 Direitos Fundamentais Violados..................................................................13 
1.4 Lei de Execução Penal e Ressocialização..................................................15 
2 CAPÍTULO II - CRIMINALIDADE FEMININA NO CONTEXTO DE 
GÊNERO.........................................................................................16 
2.1 Perfil das Mulheres em Cárcere..................................................................16 
2.2 Direitos Humanos e Mulheres Encarceradas..............................................17 
2.3 Políticas Públicas.........................................................................................18 
3 CAPÍTULO III - DO CRITÉRIO DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS 
RESSOCIALIZADORAS.................................................................20 
3.1 Trabalho como Medida................................................................................20 
3.2 Educação como Medida Ressocializadora..................................................22 
3.3 Arte como Medida Ressocializadora............................................................23 
CONCLUSÃO..................................................................................25 
REFERÊNCIAS...............................................................................26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico todo o meu esforço aos meus filhos, Paolla e Hector, ao meu 
marido, Victor e a minha mãe Diná, que foram primordiais para que mesmo com 
as dificuldades de continuar na batalha pelo diploma nunca duvidaram que eu 
seria capaz de concluir este capítulo da minha vida profissional que se iniciou na 
Universidade Cruzeiro do Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À Deus, por mais esta oportunidade de evolução. Aos queridos 
professores professores: Rosa Maria Abade, Rogério Neres e Wellington 
Amorim, que foram a base e a inspiração desde o início deste sonho agora 
realizado pelas sábias orientações nos momentos de dúvida e por ser um 
excelente mestre do qual tive a honra de ter sido aluno por longos semestres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Este tema tem como objetivo descrever e analisar o processo de ressocialização 
das mulheres privadas no sistema prisional brasileiro, incluindo o problema da 
reinserção e como se dá o processo de ressocialização das mulheres privadas 
de liberdade, principalmente para enfrentar o aumento da criminalidade por parte 
das mulheres, mostrando que nele vive a realidade. É preciso ter as ferramentas 
para reinserir o infrator na sociedade, a fim de reintegrá-lo de forma digna, pois 
as circunstâncias em que ele está inserido são claramente incapazes de 
desenvolver por si só sua ressocialização, e esse processo é crucial. As 
mulheres presas enfrentam muitos obstáculos, como suprimir resistências 
excepcionais e maiores dificuldades, e são tratadas de forma desumana e em 
total violação de seus direitos humanos. 
 
Palavras-chaves: Ressocialização. Mulheres. Direitos Fundamentais. Lei de 
Execução Penal. Políticas Públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This theme aims to describe and analyze the process of resocialization of women 
deprived in the Brazilian prison system, including the problem of reintegration and 
how the process of resocialization of women deprived of liberty takes place, 
mainly to face the increase in crime by women, showing that reality lives in it. It 
is necessary to have the tools to reinsert the offender into society, in order to 
reintegrate him in a dignified way, since the circumstances in which he is inserted 
are clearly incapable of developing his resocialization on its own, and this process 
is crucial. Women prisoners face many obstacles, such as suppressing 
exceptional resistance and greater difficulties, and are treated inhumanely and in 
total violation of their human rights. 
Keywords: Resocialization. Women. Fundamental rights. Penal Execution Law. 
Public policy. 
 
9 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem por objetivo despertar a atenção do leitor 
para a importância do processo de ressocialização da mulher egressa do sistema 
prisional e que atua como fator impeditivo da reincidência. Além disso, os 
subtópicos abordados neste trabalho propõe um estudo mais amplo sobre temas 
como: a origem das penas, o surgimento do sistema prisional, o perfil das 
mulheres encarceradas, dados estatísticos dos presídios, entre outros 
correlatos. 
O aumento da criminalidade feminina é um alerta para a sociedade 
como um todo, evidenciado pelo fato de o tema ser recorrente em reportagens e 
questões de políticas públicas. Não se trata de defender o ato que está sendo 
imputado e que supostamente teria sido praticado por mulheres, ou mesmo ter 
a pretensão de apontar a solução para o problema em si, o objetivo é 
compreender a dificuldade de reinserção delas na sociedade quando soltas, os 
desafios do processo de ressocialização e o quanto isso pode ajudar a solucionar 
o problema da inclusão social, moral, afetiva e econômica dessas mulheres. 
A discussão prioriza a construção de categorias de presídios, 
presídios femininos, família e direitos humanos, bem como referências à política 
social, segurança pública e justiça e ainda pesquisas mostram que o número de 
mulheres detidas tem aumentado nos últimos anos, sugerindo que a baixa 
escolaridade, baixa renda, abandono pelas famílias, violência doméstica ou ser 
usada por terceiros são fatores dessa realidade. A abordagem temática, tem 
principalmente seu foco a demarcação que é relevante após a análise e 
pesquisas feita diante da realidade do sistema prisional feminino. 
Cumprindo sentenças e os direitos que têm para minar suas 
diferenças com as mulheres dependendo de cada caso. Alguns dados prisionais 
e visões sobre políticas públicas em favor das mulheres serão explicados. 
Passar da data, poderemos verificar o aumento impressionante na porcentagem 
de mulheres condenadas criminalmente e obter uma imagem mais completa de 
quantas delas estão em sistemas fechados. 
10 
 
RESSOCILIZAÇÃO PRISIONAL E A FUNÇÃO DASPENAS 
 
É imprescindível refletir sobre a função das prisões e da punição 
para compreender a situação das mulheres aprisionadas (ou encarceradas). 
Embora fosse uma prisão feminina, a natureza da prisão era interpretada como 
um lugar de expiação pelo crime/sofrimento físico. Segundo Foucault. 
Homicídios cometidos por presos fazem parte do cotidiano, apenas 
quando a vítima é figura de destaque no intrincado mundo do crime, como os 
eventos transcenderam as grades da prisão e se tornaram páginas de jornais. 
Ao lidar com as prisões e seu caráter exclusivamente punitivo ao 
invés de ressocializador, Foucault observou: 
“A prisão não é uma forma de ressocialização, mas uma forma 
de vigilância e punição, mantendo os armazéns fechados, 
tornando-se uma máquina potencializada de violência, esse 
espaço fechado é cortado, monitorado em todos os pontos, os 
indivíduos são inseridos lugares fixos, os menores 
movimentos são controlados, todos os acontecimentos são 
registrados, o trabalho ininterrupto de escrita liga o centro à 
periferia, o poder é exercido sem divisão, e cada pessoa é 
constantemente posicionada de acordo com um gráfico 
hierárquico contínuo, examinado e distribuído aos vivos, 
doentes e morto. Tudo isso cria um modelo compacto do 
dispositivo disciplinado”. (Foucault, 1987, p. 198). 
 
Ressocializar é dar ao preso o suporte necessário para se reinserir na 
sociedade, buscar entender o que o levou a cometer esses crimes, dar-lhe a 
chance de mudar e ter um futuro melhore. 
 
1.1 Instituto Jurídico da Pena 
 
Punição é punição, uma condenação peculiar do direito penal, uma 
resposta àqueles que corrompem a ordem social. É uma sanção imposta pelo 
Estado por meio do devido processo legal com o objetivo de reprimir o crime e 
prevenir novos, visando a reeducação dos agressores, afastando-os do convívio 
social se necessário, e reafirmando valores protegidos pelo direito penal, 
intimidar a sociedade e evitar o crime, segundo Nucci, 2014, p.316. 
O Estado deve estabelecer a ordem, estabelecer os fatos e punir os 
indivíduos que violam as normas estabelecidas, protegendo assim a sociedade 
Capítulo
1 
 
11 
 
e os interesses legítimos. As penas e as medidas de segurança constituem duas 
formas de sanções penais. Enquanto a punição é preventiva punitiva e tende a 
readequar os infratores à sociedade atual, as medidas de segurança são 
preventivas por natureza, no sentido de prevenir o crime, segundo Jesus volume 
1, p. 589. 
A pena passou por algumas até ficar como é hoje, de acordo com 
Nucci, 2014 p.60. Fica muito aquém de atender às necessidades daqueles que 
foram prejudicados como vítimas da ação criminosa. Atualmente, é mais humano 
e diferente da tortura em primeiro lugar, no entanto, vale ressaltar que não 
responde às expectativas da mesma, pois mostram que grande parte da 
população carcerária e atos repetidos de irregularidades indicam que o alvo 
falhou uma vez como principal, isso elevará a consciência do prisioneiro, ou pelo 
menos, medo de passar por essa situação de encarceramento novamente. 
Partindo do pressuposto que uma das funções do aprisionamento é 
promover a preparação do recluso para futuramente estar apto ao convício em 
sociedade, o investimento em educação e qualificação profissional devem ser 
medidas implementadas ao maior número possível de mulheres encarceradas, 
para aumentar suas chances de inserção no mercado de trabalho altamente 
competitivo, para além da superação das barreiras do preconceito e da 
discriminação social que essas mulheres sofrem com a reintegração ao convívio 
social, onde a oportunidade de trabalho já seria o primeiro passo conquistado 
para restabelecer a dignidade da pessoa humana. 
A sociedade tem sua parcela de responsabilidade interferindo nos 
resultados tímidos da pretendida ressocialização, que seria bom para todos, 
naturalmente. Ao contrário, tratam com hostilidade e juízo de reprovação 
qualquer um (homem ou mulher) que se envolva ou seja envolvido com a Justiça 
criminal, sobretudo se for levado à prisão. Como se comparados a um animal 
feroz, ou alguém portador de moléstia grave e contagiosa, talvez por medo de 
ser a próxima vítima ou da sua imagem estar associada à de uma ex-detenta, 
optam pelo distanciamento não participando do processo de integração na 
reconstrução de vidas dentro da coletividade. 
 
1.2 Surgimento do Sistema Prisional 
12 
 
Nas sociedades antigas, não havia privação de liberdade. A privação 
de liberdade servia apenas para garantir a execução de uma sentença final, 
geralmente a pena de morte. Após a fase de punição corporal, a privação de 
liberdade foi registrada pela primeira vez como a principal condição de sanção 
em pesquisa realizada segundo Carvalho Filho 2002. 
A pena tem por finalidade de origem exercer uma função preventiva, 
ou seja, acredita-se que a existência da norma penal e a possibilidade dela ser 
aplicada a todos os membros da sociedade, indistintamente, é o suficiente para 
prevenir o crime (prevenção geral) e, quando acontece de alguém violar a norma 
penal a intimidação é exercida diretamente ao infrator da lei penal (prevenção 
especial). Por outro lado, a pena cumpre também uma finalidade de garantir que 
o criminoso será punido, ou seja, ela tem função retributiva, expiatória, ou seja, 
do infrator pagar pelo crime cometido com a imposição de uma pena proporcional 
para restabelecer a ordem rompida. Mas, há também uma função 
ressocializadora da pena que visa a reeducação, a recuperação dos infratores 
para reintegrá-los ao meio social, evitando-se a reincidência. 
As penas privativas de liberdade aplicam-se àqueles que cometeram 
crimes mais graves e exigem ressocialização, que deve ocorrer em 
estabelecimento prisional. Letícia de Bastos de Lima v. 2, n. 2 (2013) afirma que 
as espécies das penas privativas de liberdade são: reclusão, detenção e prisão 
simples! A Prisão temporária é prisão processual e não prisão pena! pode ter 
regime inicial de execução fechada, o período de detenção não reconhece o 
regime inicial fechado, seja no início ou durante a pena. A pena de prisão pelo 
sistema prisional tem como objetivo proteger a sociedade e garantir que os 
indivíduos criminosos sejam capazes de enfrentar novas realidades no meio 
social. O importante em tudo isso é que muitas vezes o criminoso deixa de ser 
considerado cidadão porque sua liberdade está sendo questionada. Ainda que a 
pena de prisão tenha como um dos seus objetivos a proteção da sociedade, mas, 
também a garantia de que os indivíduos que cometeram crimes sejam capazes 
de enfrentar novas realidades no meio social, importa que eles continuem a ser 
tratados como cidadãos, porque a privação temporária de sua liberdade e o 
cumprimento efetivo da pena imposta, são suficientes para o restabelecimento 
de todos os seus direitos perante a sociedade que, muito vezes, o rejeita. 
13 
 
O condenado precisa ser reconhecido como um sujeito normal com 
dignidade, afinal quem se dispõe a agir está sujeito ao erro. O simples fato de 
privatizar sua liberdade não o torna geneticamente ou espiritualmente diferente 
de todos os demais, ao contrário a liberdade é um dos direitos humanos mais 
importantes, de modo que o preso acaba tendo ele foi censurado, colocou-o em 
posição de inferioridade em seus direitos, e não há base lógica para continuar a 
degradá-lo depois que ele pagou sua dívida social. Mattos, 2016, p.52 afirma 
que as prisões não são projetadas apenas para tirar a liberdade, mas também 
para mudar os indivíduos. Por conta das mudanças ocorridas, acabaram 
provocando inúmeros debates voltados à ressocialização e reeducação dos 
detentos, mas o que realmente aconteceu em nosso país foi a ressocialização 
dos indivíduos para a permanência no cárcere, de acordo com as regras ali 
estabelecidas, e reeducação acaba por não existir. 
No Brasil, a primeira prisão feminina foi criada noinício da década de 
1940, enquanto a reforma penal estava em andamento. Em 1941, surgiu o 
presídio feminino em São Paulo, próximo ao complexo do Carandiru, e alguns 
anos depois tornou-se o presídio feminino da capital. Em 1942, foi criado o 
presídio feminino no Rio de Janeiro, mais tarde conhecido como presídio 
feminino talavera bruce. Foi nesse período que a separação das células por sexo 
ocorreu pela primeira vez em nosso país, conforme pesquisa realizada em que 
afirma Dirce v.4, n.2 (2012) em sua revista de psicologia da IMED. 
1.3 Direitos Fundamentais Violados 
Os direitos fundamentais são os direitos de proteção dos indivíduos 
diante das ações do estado. Esses direitos garantem o mínimo necessário para 
que o indivíduo exista dignamente dentro de um país, nas condições mínimas 
que lhe permitam viver em sociedade dentro dos preceitos da dignidade humana. 
Os direitos humanos visam proporcionar aos indivíduos igualdade, vida, 
fraternidade, solidariedade, liberdade e dignidade humana, que são inalienáveis 
e essenciais. 
Há a necessidade de respeitar os direitos dos presos, de fato, o 
tratamento dispensado na prisão nem sempre é a mais respeitosa e expressiva 
dos direitos fundamentais, em especial, a dignidade da pessoa humana. Para 
14 
 
tanto, a ressocialização do preso é fundamental para sua futura absorção pela 
sociedade e assim, se afastando da marginalidade. 
Além de ser a base para governar um país, a dignidade humana 
também pode ser um parâmetro que encarna os direitos fundamentais. A 
diferença entre direitos e garantias fundamentais é a norma de conteúdo 
declarativa, porque declara o que o sujeito possui, e a norma de conteúdo de 
garantia, que garante os direitos que os cidadãos possuem. Segundo a obra 
Alexis Couto de Brito Atlas, 2014, p. 424-450. 
No âmbito jurídico, a ressocialização nas lições de Danyelle Cristina 
Fernandes, Sonia Boczar diz que a história humana está fadada a ser submissa 
do fraco ao forte, e a cultura, no conceito de elementos, faz com que o não 
natural se torne natural. As mulheres são sistematicamente conceituadas como 
os seres mais fracos, mais submissos e menos dignos. Uma série de mitos foi 
criada em torno da imagem feminina para perpetuar essa condição e, como 
resultado, inúmeras violências de gênero até hoje. Se mulheres livres são 
frequentemente de violência de gênero, então talvez um dos seres mais ingratos 
que se possa imaginar nesta sociedade patriarcal e machista são as mulheres 
encarceradas com a média de mulheres negras, pobres e sem instrução. Trata-
se de um grupo já com uma série de malefícios sociais e culturais, vendo apenas 
a confirmação da inação estatal no sistema prisional. As celas degradadas dos 
presídios, para eles, são apenas estereótipos de uma vida cercada de abandono, 
abuso e superação. 
A Constituição Federal estabelece claramente a responsabilidade do 
Estado para com todos os cidadãos, e isso inclui toda a população carcerária. 
Para estes, devem ser efetivados direitos e garantidas as condições previstas 
para a ressocialização que deve ser promovida dentro dos estabelecimentos 
prisionais como função da pena em cumprimento, segundo Danyelle Cristina 
Fernandes, Sonia Boczar. 
Por isso, o presente trabalho visa demonstrar que a melhor forma de 
reinserção na sociedade e na profissão é por meio da educação, pois a maioria 
deles não tem a oportunidade de aprender antes de entrar no mundo do crime. 
Inicialmente, o Estado e o direito de punir todos os infratores por meio de prisões, 
mas observou-se que, devido à ausência de prisões, o sistema prisional não teve 
sucesso satisfatório no uso de suas estruturas de sanções, incluindo o número 
15 
 
cada vez maior de infratores. Segundo obra de Danyelle no âmbito Jurídico, Rio 
Grande, XIV, n. 90, jul 2011. 
 Portanto, devido à ineficiência do sistema, ele não consegue atingir 
seu objetivo principal: “ressocialização”, reabilitação, reintegração de criminosos 
e sua reintegração à sociedade em condições adequadas. 
 
1.4 Lei de Execução Penal e Ressocialização 
A Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210 de 1984) é considerada uma 
das leis mais bem elaboradas do mundo, pois dá mais atenção à dignidade e, 
portanto, reconhecendo os direitos dos encarcerados e a importância da 
ressocialização. A lei é clara quanto ao caráter ressocializador que deve ter as 
penas, no entanto, no que diz respeito às instituições prisionais do Brasil, ainda 
não há projetos concretos substanciais para efetivar o processo. 
A Lei de Execução Penal incluem diretrizes detalhadas que exigem a 
classificação e segregação de presos por sexo, antecedentes as infrações 
penais, a situação jurídica (condenado ou aguardando julgamento) e outras 
características reproduzem as normas internacionais sobre o assunto. Na 
prática, porém, poucas pessoas seguem essas regras. Na obra de Pedro Wilson 
Guimarães em que as mulheres nas prisões são separadas dos homens e os 
menores são em grande parte excluídos. Adultos e ex-policiais mantidos em 
celas separadas de outras presas; no entanto, na maioria das instituições penais, 
em diferenciar entre as diferentes categorias de prisioneiro. 
A lei é crucial para a reintegração de um delinquente, pois permite a 
sua reintegração através de uma variedade de métodos através de ajuda ou 
apoio, permitindo-lhe escolher o seu próprio caminho. Por meio da 
ressocialização, há um trabalho de reorganização psicossocial do infrator, mas 
também de transformação da própria sociedade, que acolherá o infrator quando 
sua pena terminar. 
A mulher deve ser vista como um indivíduo capaz de superar as 
barreiras que a tornam delinquente e capaz de se reintegrar à sociedade. Com 
a ajuda da ressocialização, a mulher estará preparada para se reinserir no meio 
social, colocando em prática o que aprendeu por meio de atividades como 
reeducação e trabalho. A ressocialização traz a confiança está de volta. 
16 
 
A ressocialização tem tudo a ver com permitir que uma mulher viva 
em sociedade porque ela não era antes disso, tanto que ela não respeita os 
interesses legítimos vitais da sociedade. Existem várias formas dessa 
ressocialização, uma delas é a prisão dela ou possivelmente algum outro tipo de 
punição, a punição restritiva da lei, da mesma forma, limitar os direitos dessa 
cidadã e fazê-la sentir-se desviada do estado dentro dos limites do que faz 
oferecendo oportunidades de trabalho, ensinando à sociedade sobre moralidade 
e limites morais se compromete e é capaz de repensar o que faz. Assim, em 
tese, a ressocialização prepararia os infratores para a vida em sociedade. 
No que diz respeito às mulheres, o estipula que elas devem ser 
recolhidas separadamente em locais apropriados e adequados às suas 
circunstâncias individuais. As instituições correcionais para mulheres devem ter 
creches onde os infratores possam cuidar de seus filhos, incluindo amamentação 
de até seis meses de idade. 
 
 
CRIMINALIDADE FEMININA NO CONTEXTO DE 
GÊNERO 
 
Neste capítulo, além de apontar dados demográficos dos presídios 
brasileiros, serão discutidos a história da mulher na sociedade, seu papel na 
criminalidade, paradigmas de gênero e políticas públicas para pessoas 
encarceradas. 
2.1 Perfil das Mulheres em Cárcere 
Atualmente, as mulheres cometem diversos crimes, como homicídio, 
tráfico de drogas, peculato, assalto à mão armada, liderança de gangues, entre 
outros. Com isso, o perfil das mulheres criminosas mudou, aumentou o número 
de prisões e a especialização dos agentes que cuidam delas nesses locais. 
De acordo com a pesquisa realizada na Secretária Especial de 
Políticas para Mulheres Ministério da Justiça realizado em 20 de outubro de 2022 
de fato, tanto o crime quanto o encarceramento são sintomas e fatores de 
discriminação. Quando se trata especificamente das mulheres, esses problemas 
são exacerbados pelas expectativas da sociedadeem torno delas e pelo 
Capítulo
2 
 
17 
 
fracasso em reestruturar e reformar o sistema prisional feminino. Sabendo desde 
cedo o que é certo ou errado, todos são levados a acreditar que sua escolha é 
determinada por mulheres, determinada pelo simples fato do sexo, impossível 
de mudar, e isso é a desigualdade de gênero. 
As mulheres sofrem o mesmo que os homens sendo privadas de 
liberdade. Viver entre bares, onde a vida é regida e controlada, é uma 
experiência aterrorizante, o sofrimento das mulheres aumentou: seus filhos 
dependiam delas ou as acompanhavam até a prisão. A história mais comum é a 
de uma mulher que caiu, ou seja, foi presa depois que seu companheiro foi 
preso. Muitas vezes, a prisão de uma mulher marca um ciclo dramático de 
sobrevivência familiar: os filhos dependem dela antes mesmo do crime e, à 
medida que seu parceiro e ela forem presos, ficarão mais dependentes dela. 
Os visitantes são sempre mulheres. Mulheres visitam homens, 
mulheres visitam mulheres. No presídio feminino, são mães, filha ou amiga. Há 
um círculo de mulheres ao redor da prisão, que a literatura sociológica descreve 
como encarceramento de segundo grau. 
 
2.2 Direitos Humanos e Mulheres Encarceradas 
É importante notar que os direitos humanos são fruto de lutas e 
conflitos políticos Segundo Conselho Nacional de Justiça, e ao longo da história 
social até os dias atuais, certas classes e grupos sociais foram tratados de forma 
diferenciada, não no sentido positivo, mas, como desescalada, em termos de 
normas ou em termos de seu exercício, há menos acesso aos direitos atuais de 
um determinado momento histórico. 
A Constituição Federal de 1988, estabelece que o estado deve investir 
na reforma dos presos e conforme o artigo 1º da lei de execução penal que afirma 
que o governo deve recorrer à sociedade para ajudar os indivíduos a se 
prepararem para a vida social. 
A mulher privada de liberdade, por vezes, encontra-se em estado 
crítico no que diz respeito à sua saúde física e mental, não goza dos direitos 
humanos constitucionais, seus direitos não garantem sua integridade física, o 
que nos mostra a ineficácia das leis de execução penal existentes. Na obra de 
Jacqueline Pitanguy afirma que os direitos humanos precisam ser realizados 
18 
 
dentro do sistema prisional e precisam ser efetivamente garantidos. Diferentes 
parâmetros são usados para mulheres do que para homens na implementação 
de penas privativas de liberdade. 
Trabalhando com ressocialização, buscando a recuperação, 
integrando o indivíduo na sociedade, dando-lhe o tratamento certo, a 
oportunidade dignidade humana das mulheres presas. A garantia de um mínimo 
de qualidade de vida está relacionada com o cumprimento da lei, ou seja, apenas 
com as circunstâncias que foram previstas. Em pesquisa de artigo cientifico 
Caroline Howard diz que é possível ampliar e aprimorar as normas existentes, 
mas basta tratar da dignidade da mulher presa e cumprir os direitos e obrigações 
previstos na legislação brasileira. 
No âmbito nacional, o Brasil também desenvolveu marcos legais 
voltados para a garantia dos direitos das mulheres, como o código penal, a 
Constituição Federal de 1988, a Lei Maria da Penha, que representa e define a 
violência doméstica contra a mulher, a federação do trabalho leis destinado a 
discriminar as mulheres Igualdade de direitos nas relações laborais e igualdade 
de gênero, assim como a constituição, a lei do feminicídio e muitas outras 
ferramentas que auxiliam na busca pela igualdade, sempre respeitando as 
diferenças de cada um, conforme pesquisa feita no site da FGV Direito SP 
realizado em 30 de outubro de 2022. 
 
2.3 Políticas Públicas 
 
As políticas públicas atingem todos os cidadãos, independentemente 
de escolaridade, gênero, raça, religião e nível social, além de abranger todas as 
áreas como educação, saúde, mobilidade, segurança etc., ou seja, são uma 
série de planos, decisões governamentais e cooperação de entidades públicas 
ou privadas. Na verdade, avançamos muito ao longo dos anos, mas o estado 
ainda deixa muito a desejar quando o pânico é sobre políticas públicas que 
beneficiam as mulheres. 
Mesmo depois de tanto progresso, a responsabilidade pelo abuso 
recai sobre o abusado. Chegamos ao ponto em que tivemos que fazer leis para 
mostrar à sociedade que era errado agredir as mulheres, como se não fosse o 
19 
 
mínimo que deveríamos saber. É preciso dizer que, mesmo com todo esse 
progresso, ainda não estamos onde esperávamos ainda temos um longo 
caminho a percorrer para alcançar uma nação verdadeiramente justa e 
equitativa, conforme exigido pela nossa constituição. 
No passado, em 1962, as mulheres exigiam permissão dos maridos 
para trabalhar, e sofriam uma série de crimes motivados por danos à reputação 
dos homens sem punição para os agressores, mas por volta de 1980, o 
departamento de estado criou um mulheres defendem a delegacia. Como 
mencionado, um dos maiores avanços foi a criação da Lei Maria da Penha criado 
através do trabalho de ONGs, órgãos internacionais de direitos humanos, 
pessoas jurídicas e da própria Maria da Penha. 
Embora o debate sobre as políticas públicas para as pessoas privadas 
de liberdade tenha ganhado destaque, a ideia de que os presos não têm direitos 
quando sua liberdade é limitada continua forte, e o estado vem pagando por esse 
segmento da população. Não temos dúvidas de que a influência neoliberal de 
tentar enfraquecer a participação do estado nas questões sociais é muito forte 
nesse entendimento. Como a ideia se espalhou para diferentes áreas da 
sociedade, em relação aos presos - os pobres excluídos - não poderia ser 
diferente. 
Isac Baliza Rocha, (2011) afirma que é necessário que as políticas 
voltadas ao sistema prisional busquem contornar as forças da racionalidade 
iluminista em direção à suas limitações, questionando suas bases e apontando 
alternativas de superação, em princípio um diálogo com todos os envolvidos, 
especialmente com os detentos, levando em consideração a integridade do 
conhecimento, da prática, dos indivíduos e do mundo, e apostando nas 
capacidades das pessoas e tratando-as como sujeitos históricos e, portanto, 
dignos de inclusão social. 
A queda nos índices de criminalidade está diretamente ligada à 
ressocialização, que é crucial para que os presos sejam reabsorvidos pela 
sociedade após o término do encarceramento. Na obra de Glaydson Alves da 
Silva Santiago – A política de ressocialização no Brasil diz que a lei de execução 
penal são necessários recursos teóricos para mudar o status quo do sistema 
prisional, o que beneficiará os presos e a sociedade como um todo. No entanto, 
dadas as condições precárias em que vivem os presos, os dados acima sugerem 
20 
 
que o país é ineficiente na aplicação da LEP. Como superlotação, falta de 
segregação entre eles, falta de assistência material, de saúde, jurídica, 
educacional, social e religiosa, ausente a instabilidade do sistema se reflete 
nessas políticas que visam ressocializar os presos enquanto cumprem suas 
penas e removê-los do sistema prisional carcerário. 
As políticas públicas é um esforço do Estado e da sociedade para 
encontrar soluções para necessidades especiais, mas tais esforços são triviais 
no monitoramento das populações carcerárias, por isso em o diagnóstico deve 
ser pesquisado. 
 
DO CRITÉRIO DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS 
RESSOCIALIZADORAS 
 
Levando em conta as inúmeras questões discutidas envolvendo as 
mulheres presas no Brasil, este capítulo apresenta o processo de humanização, 
ressocialização e reeducação das presas, enfatizando a importância de cursos 
profissionalizantes nas penitenciárias e criação de oportunidades de emprego às 
egressas do sistema. 
 
3.1 Trabalho como Medida 
 
Devem ser feitos todos os esforços possíveis e o uso adequado dos 
recursos disponíveis para a efetivação do processo de ressocializaçãodas 
mulheres sob custódia estatal, sobretudo para evitar que voltem a delinquir 
quando retornarem ao convívio social. Acredita-se que esse processo de 
conscientização internalizado nas detentas as auxilia na tomada de decisões 
importantes que haverão de tomar aos inúmeros desafios que enfrentar. 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a pessoa alcança uma 
existência digna por meio do trabalho; no caso das mulheres presas, o trabalho 
seria uma forma de dignificá-las e permitir sua reintegração e reinserção na 
sociedade. Na obra de Rosangela Oliveira de Azevedo v. 3, n. 1 (2012) afirma 
que o trabalho é um direito e uma obrigação, legalmente considerado uma 
obrigação, e nada disso aconteceu. E ainda Gleidy Braga Ribeiro n.1 (2015) diz 
Capítulo
3 
 
21 
 
notavelmente, que LEP vê o trabalho dos presos como “uma condição de 
responsabilidade social e dignidade humana” e “terá fins educacionais e 
produtivos”. 
Essa lei, embora repleta de direitos, principalmente o direito de 
ressocializar, funcionar como forma de reinserção na sociedade, não é 
plenamente aplicada, mas pode proporcionar reeducação e retorno à sociedade 
afirma Cintia Jesus de Almeida em sua obra. A vida social de grande parte da 
população carcerária. No entanto, a realidade é que, de acordo com a maioria 
das leis existentes em nosso país, a lei de execução penal é satisfatória apenas 
na teoria e na forma, e não tem sido integralmente cumprida pelas autoridades 
públicas. 
O emprego é uma das inúmeras formas de ressocialização dos 
condenados, encontrar trabalho está cada vez mais difícil nos dias de hoje, e 
sem a oportunidade de participar de programas estatais, os privados de 
liberdade são desqualificados sem chance de competir no mercado de trabalho, 
e assim poder retornar ao mundo do crime. Após serem liberados da prisão, os 
detentos constataram que o mercado de trabalho não estava aberto, e não 
encontraram respaldo na sociedade, no poder público e nas leis que previam a 
reintegração desses indivíduos. 
A sociedade deve ser mais receptiva às novas oportunidades para os 
graduados, então essas pessoas devem ser ajudadas. O sistema prisional está 
em crise em todo o mundo e sempre haverá um alto índice de reincidência, mas 
se a sociedade oferecer ajuda, qualificação profissional, emprego, ocupação 
legal, a vida dessas pessoas pode ser mudada, caso contrário a primeira opção 
é ter sua própria a liberdade será é um crime. 
A possibilidade de cumprir pena e trabalhar ao mesmo tempo seria 
uma abordagem humanizada, pois o trabalho empodera homens ou mulheres 
para desenvolver habilidades, ocupar um lugar na sociedade e atender suas 
necessidades. Não é justo submeter os criminosos à humilhação e à 
dependência. Ela será capaz de trabalhar para viver na prisão enquanto estiver 
cumprindo sua sentença. 
Com isso em mente, as mulheres privadas de liberdade devem participar 
dessas atividades destinadas a prepará-las para a vida em sociedade, por isso 
22 
 
é necessário que o estado continue investindo na implementação dos princípios 
do direito penal. 
 
3.2 Educação como Medida Ressocializadora 
 
Outro processo de ressocialização é por meio da educação, o direito 
à educação é direito de todas as pessoas, inclusive aquelas em regime de 
privação de liberdade. 
O Estado é obrigado a usar recursos ociosos para investir na 
educação de todos aqueles com liberdades privadas, para que os ajudem a se 
reintegrar à sociedade e exercer sua cidadania. 
Quando uma pessoa é presa, a expectativa teórica é que, por meio 
da punição, ela possa refletir sobre sua atitude e deixar de cometer crimes, 
sendo assim punida por ao final de uma condenação, prepare-se para reintegrar-
se à sociedade, porém, o que temos visto na prática é que o distanciamento 
social dos infratores é mais uma preocupação do que uma reeducação 
adequada, por isso continuamos com altos índices de reincidência. Desta forma, 
então, nota-se que a punição por si só não é suficiente para alterar a visão do 
criminoso, criando a necessidade de entre outras formas de ressocializá-la, uma 
delas é a educação ampliando a oferta de educação de qualidade facilita a 
reintegração social. 
Na obra de Gleidy Braga Ribeiro n.1 (2015) ressalta que é necessário 
investir na sua formação e oferecer cursos de formação profissional para garantir 
de forma eficaz as condições para a sua reinserção no mundo do trabalho. Nesse 
contexto, a educação a distância torna-se uma importante estratégia de ensino 
para facilitar a aquisição do conhecimento, pois há restrições durante a execução 
das sentenças. 
As mulheres privadas de liberdade, jovens e adultas, encontram-se 
em situações de instabilidade, exclusão e violência. As políticas de inclusão e 
ressocialização, ao mesmo tempo em que buscam promover alternativas à 
educação, não conseguem concretizar os preceitos legais da cidadania, 
flagrante violação dos direitos humanos mais básicos que podem estar sob a 
23 
 
tutela dos cidadãos Estado. Afirma Carmen Lúcia Guimarães de em sua obra 
Paco Editorial, 2016, p. 169. 
A ampliação da oferta de educação de qualidade facilita o processo 
de reintegração social, pois indivíduos com conhecimento e potencial exposição 
às leis vigentes em nosso país têm maior probabilidade de estar cientes da 
prática quando ou prestes a praticar. crime para que possa ser detido. Outro fator 
que precisa ser ressaltado é que temos uma sociedade que dá grande ênfase 
ao conhecimento teórico, culpando a desvalorização daqueles com menor 
escolaridade. Não podemos ignorar o mercado de trabalho, com devido à 
escassez causada pela crise econômica, há maior polêmica sobre as vagas 
oferecidas. Indo mais além, é necessário dar aos detidos uma escolha, uma 
possível diferente vida fora do presídio, por meio da educação, lhes dão uma 
consciência crítica e visão de que é possível evoluir, mudar a realidade e a 
percepção das pessoas. Em suma, os baixos níveis de educação são 
incompatíveis com a ex-presidiárias, colocando os detentas em situação 
delicada, por meio da educação, eles podem ter acesso a uma série de 
informações que os ajudarão a encontrar uma nova vida fora do sistema 
prisional. 
 
3.3 Arte como Medida Ressocializadora 
 
Uma ferramenta importante no processo de ressocialização é a arte. 
Arte como um todo, incluindo todas as suas formas e ramos. Muitos prisioneiros 
encontrados na música, pintura e dança, e outras formas de arte, fuja do mundo 
do crime. 
É preciso ressaltar que esses projetos dão aos presos uma ideia do 
futuro e das possíveis ocupações. Muitos descobrem que podem usar o que 
aprenderam para o desenvolvimento de carreira e geração de renda até que 
possam reingressar no mercado de trabalho. Além disso, a apropriação mental 
durante o cumprimento de pena é outro fator importante destacado pelos 
diretores desses projetos artísticos. 
Se colocados em equilíbrio, os programas culturais e artísticos nas 
prisões precisam apenas aumentar os presos. Além de combater a preguiça, 
24 
 
trazem crescimento pessoal e cultural aos presos, libertando-os do mundo do 
crime e conduzindo-os a uma nova perspectiva de vida. 
O objetivo dessas medidas é mudar a situação dos detentos, pois seu 
acesso ao mercado de trabalho após o encarceramento é parte importante da 
ressocialização, pois para as mulheres, a situação é mais complicada, muitas 
vezes porque são mães e têm que abrir mão da educação básica para cuidar da 
família, então essas medidas são extremamente importantes para as mulheres. 
Diante disso, as empresas também precisam se preparar para a reintegração à 
sociedade, conforme fonte de pesquisa realizada no site R7, notícia em 
19/05/2015 em que leva mulheres artistas a presídio feminino. 
Os projetos mencionados visam reduzir a reincidência, reintegrando 
as mulheres à sociedade por meio da educação e do trabalho para preservar suadignidade. 
Acredita-se que a arte esteja diretamente envolvida na formação do 
ser humano, bem como em suas relações culturais e sociais. Além de ser um 
palco de expressão e comunicação, também reflete quem somos, nossas 
interações e transformação social. Aliado ao lugar que a psicologia ocupa nas 
instituições, o uso de recursos artísticos oferece um espaço potencial para a 
subjetividade (reconstrução) e promoção da saúde mental ao olhar para além 
das violações, levando em conta aspectos como a singularidade das presas. É 
necessário ver a arte como meio de intervenção do psicólogo nas instituições 
socioeducativas. Foi realizada uma revisão narrativa da literatura e revisados os 
artigos e trabalhos acadêmicos, bem como a legislação pertinente de acordo 
com ECA - Brasil, 1990) e (Sinase). 
Assim, no contexto da arte como ressocializadora, tem se mostrado 
uma ferramenta útil para estimular o autoconhecimento, desenvolver a 
percepção e a beleza, estimular a criatividade e engajar na interação social 
(Costa, 2011, p.852). 
 
 
 
 
 
25 
 
CONCLUSÃO 
 
O presente trabalho trata do processo de ressocialização de mulheres 
privadas de liberdade e analisa a importância da sociedade na efetividade do 
processo de ressocialização e a necessidade de permitir o desenvolvimento da 
estrutura de a prisão feminina. 
No sistema prisional brasileiro, ainda hoje há renúncia e desrespeito 
aos direitos fundamentais que dificultam a recuperação dos indivíduos. preso. 
Em suma, a sociedade exige um determinado comportamento do infrator, mas 
não lhe proporciona o necessário para atingir o objetivo almejado, não se 
preocupa em entender os reais motivos que levam a mulher ao mundo do crime 
e o pior, acredita que a mudança é necessária, mas não atua para o projeto de 
mudança. 
No que se refere à origem da pena que tem por finalidade reprimir 
crimes cometidos e prevenir novos crimes falando de execução penal trata-se 
de um processo regulamentado pela Lei nº 7.210/84 relativa aos direitos das 
presas em prisões brasileiras feminino, garantindo um mínimo de nível das 
condições de higiene, segurança e saúde sobre o surgimento e desenvolvimento 
do sistema prisional, sobre a classificação das penas privação de liberdade 
encarceramento, detenção e encarceramento breve, sobre direitos fundamentais 
destinada a garantir que os indivíduos existam em um país de forma digna e com 
base na dignidade humana. 
Durante essa verificação, pode-se notar que as ações do estado 
ainda são insuficientes para garantir um processo de ressocialização 
suficientemente eficaz e que ainda existem entraves para a implementação 
desses projetos nos presídios brasileiros. 
Por meio de pesquisa em institutos oficiais foi obtido dados 
estatísticos confiáveis de que se pode confirmar que a educação, o trabalho e 
as artes são importantes medidas de ressocialização para a reintegração à 
sociedade. Por meio deles, o estado tem as ferramentas para tentar mudar a 
perspectiva dos criminosos e mostrar-lhes uma saída do mundo do crime. Essas 
medidas têm se mostrado eficazes e visam reduzir a reincidência e restaurar a 
autoestima dos apenados. 
 
26 
 
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