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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE DIREITO O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DAS MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE Paula Caroline Santos Nadal São Paulo 2022 UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE DIREITO O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DAS MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE Paula Caroline Santos Nadal Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Direito da Universidade Cruzeiro do Sul, como requisito parcial para obtenção do diploma de bacharelado em Direito, sob a orientação do Prof. Me. Roberto Vasconcelos da Gama. São Paulo 2022 UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DAS MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE Paula Caroline Santos Nadal Banca Examinadora: ___________________________________________ Presidente: ___________________________________________ 2º Membro: ___________________________________________ 3º Membro: São Paulo, ____de ______________de 2022. SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................09 1 CAPITÚLO I – RESSOCIALIZAÇÃO PRISIONAL E A FUNÇÃO DAS PENAS....................................................................................10 1.1 Instituto Jurídico da Pena............................................................................10 1.2 Surgimento do Sistema Prisional.................................................................11 1.3 Direitos Fundamentais Violados..................................................................13 1.4 Lei de Execução Penal e Ressocialização..................................................15 2 CAPÍTULO II - CRIMINALIDADE FEMININA NO CONTEXTO DE GÊNERO.........................................................................................16 2.1 Perfil das Mulheres em Cárcere..................................................................16 2.2 Direitos Humanos e Mulheres Encarceradas..............................................17 2.3 Políticas Públicas.........................................................................................18 3 CAPÍTULO III - DO CRITÉRIO DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS RESSOCIALIZADORAS.................................................................20 3.1 Trabalho como Medida................................................................................20 3.2 Educação como Medida Ressocializadora..................................................22 3.3 Arte como Medida Ressocializadora............................................................23 CONCLUSÃO..................................................................................25 REFERÊNCIAS...............................................................................26 DEDICATÓRIA Dedico todo o meu esforço aos meus filhos, Paolla e Hector, ao meu marido, Victor e a minha mãe Diná, que foram primordiais para que mesmo com as dificuldades de continuar na batalha pelo diploma nunca duvidaram que eu seria capaz de concluir este capítulo da minha vida profissional que se iniciou na Universidade Cruzeiro do Sul. AGRADECIMENTOS À Deus, por mais esta oportunidade de evolução. Aos queridos professores professores: Rosa Maria Abade, Rogério Neres e Wellington Amorim, que foram a base e a inspiração desde o início deste sonho agora realizado pelas sábias orientações nos momentos de dúvida e por ser um excelente mestre do qual tive a honra de ter sido aluno por longos semestres. RESUMO Este tema tem como objetivo descrever e analisar o processo de ressocialização das mulheres privadas no sistema prisional brasileiro, incluindo o problema da reinserção e como se dá o processo de ressocialização das mulheres privadas de liberdade, principalmente para enfrentar o aumento da criminalidade por parte das mulheres, mostrando que nele vive a realidade. É preciso ter as ferramentas para reinserir o infrator na sociedade, a fim de reintegrá-lo de forma digna, pois as circunstâncias em que ele está inserido são claramente incapazes de desenvolver por si só sua ressocialização, e esse processo é crucial. As mulheres presas enfrentam muitos obstáculos, como suprimir resistências excepcionais e maiores dificuldades, e são tratadas de forma desumana e em total violação de seus direitos humanos. Palavras-chaves: Ressocialização. Mulheres. Direitos Fundamentais. Lei de Execução Penal. Políticas Públicas. ABSTRACT This theme aims to describe and analyze the process of resocialization of women deprived in the Brazilian prison system, including the problem of reintegration and how the process of resocialization of women deprived of liberty takes place, mainly to face the increase in crime by women, showing that reality lives in it. It is necessary to have the tools to reinsert the offender into society, in order to reintegrate him in a dignified way, since the circumstances in which he is inserted are clearly incapable of developing his resocialization on its own, and this process is crucial. Women prisoners face many obstacles, such as suppressing exceptional resistance and greater difficulties, and are treated inhumanely and in total violation of their human rights. Keywords: Resocialization. Women. Fundamental rights. Penal Execution Law. Public policy. 9 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo despertar a atenção do leitor para a importância do processo de ressocialização da mulher egressa do sistema prisional e que atua como fator impeditivo da reincidência. Além disso, os subtópicos abordados neste trabalho propõe um estudo mais amplo sobre temas como: a origem das penas, o surgimento do sistema prisional, o perfil das mulheres encarceradas, dados estatísticos dos presídios, entre outros correlatos. O aumento da criminalidade feminina é um alerta para a sociedade como um todo, evidenciado pelo fato de o tema ser recorrente em reportagens e questões de políticas públicas. Não se trata de defender o ato que está sendo imputado e que supostamente teria sido praticado por mulheres, ou mesmo ter a pretensão de apontar a solução para o problema em si, o objetivo é compreender a dificuldade de reinserção delas na sociedade quando soltas, os desafios do processo de ressocialização e o quanto isso pode ajudar a solucionar o problema da inclusão social, moral, afetiva e econômica dessas mulheres. A discussão prioriza a construção de categorias de presídios, presídios femininos, família e direitos humanos, bem como referências à política social, segurança pública e justiça e ainda pesquisas mostram que o número de mulheres detidas tem aumentado nos últimos anos, sugerindo que a baixa escolaridade, baixa renda, abandono pelas famílias, violência doméstica ou ser usada por terceiros são fatores dessa realidade. A abordagem temática, tem principalmente seu foco a demarcação que é relevante após a análise e pesquisas feita diante da realidade do sistema prisional feminino. Cumprindo sentenças e os direitos que têm para minar suas diferenças com as mulheres dependendo de cada caso. Alguns dados prisionais e visões sobre políticas públicas em favor das mulheres serão explicados. Passar da data, poderemos verificar o aumento impressionante na porcentagem de mulheres condenadas criminalmente e obter uma imagem mais completa de quantas delas estão em sistemas fechados. 10 RESSOCILIZAÇÃO PRISIONAL E A FUNÇÃO DASPENAS É imprescindível refletir sobre a função das prisões e da punição para compreender a situação das mulheres aprisionadas (ou encarceradas). Embora fosse uma prisão feminina, a natureza da prisão era interpretada como um lugar de expiação pelo crime/sofrimento físico. Segundo Foucault. Homicídios cometidos por presos fazem parte do cotidiano, apenas quando a vítima é figura de destaque no intrincado mundo do crime, como os eventos transcenderam as grades da prisão e se tornaram páginas de jornais. Ao lidar com as prisões e seu caráter exclusivamente punitivo ao invés de ressocializador, Foucault observou: “A prisão não é uma forma de ressocialização, mas uma forma de vigilância e punição, mantendo os armazéns fechados, tornando-se uma máquina potencializada de violência, esse espaço fechado é cortado, monitorado em todos os pontos, os indivíduos são inseridos lugares fixos, os menores movimentos são controlados, todos os acontecimentos são registrados, o trabalho ininterrupto de escrita liga o centro à periferia, o poder é exercido sem divisão, e cada pessoa é constantemente posicionada de acordo com um gráfico hierárquico contínuo, examinado e distribuído aos vivos, doentes e morto. Tudo isso cria um modelo compacto do dispositivo disciplinado”. (Foucault, 1987, p. 198). Ressocializar é dar ao preso o suporte necessário para se reinserir na sociedade, buscar entender o que o levou a cometer esses crimes, dar-lhe a chance de mudar e ter um futuro melhore. 1.1 Instituto Jurídico da Pena Punição é punição, uma condenação peculiar do direito penal, uma resposta àqueles que corrompem a ordem social. É uma sanção imposta pelo Estado por meio do devido processo legal com o objetivo de reprimir o crime e prevenir novos, visando a reeducação dos agressores, afastando-os do convívio social se necessário, e reafirmando valores protegidos pelo direito penal, intimidar a sociedade e evitar o crime, segundo Nucci, 2014, p.316. O Estado deve estabelecer a ordem, estabelecer os fatos e punir os indivíduos que violam as normas estabelecidas, protegendo assim a sociedade Capítulo 1 11 e os interesses legítimos. As penas e as medidas de segurança constituem duas formas de sanções penais. Enquanto a punição é preventiva punitiva e tende a readequar os infratores à sociedade atual, as medidas de segurança são preventivas por natureza, no sentido de prevenir o crime, segundo Jesus volume 1, p. 589. A pena passou por algumas até ficar como é hoje, de acordo com Nucci, 2014 p.60. Fica muito aquém de atender às necessidades daqueles que foram prejudicados como vítimas da ação criminosa. Atualmente, é mais humano e diferente da tortura em primeiro lugar, no entanto, vale ressaltar que não responde às expectativas da mesma, pois mostram que grande parte da população carcerária e atos repetidos de irregularidades indicam que o alvo falhou uma vez como principal, isso elevará a consciência do prisioneiro, ou pelo menos, medo de passar por essa situação de encarceramento novamente. Partindo do pressuposto que uma das funções do aprisionamento é promover a preparação do recluso para futuramente estar apto ao convício em sociedade, o investimento em educação e qualificação profissional devem ser medidas implementadas ao maior número possível de mulheres encarceradas, para aumentar suas chances de inserção no mercado de trabalho altamente competitivo, para além da superação das barreiras do preconceito e da discriminação social que essas mulheres sofrem com a reintegração ao convívio social, onde a oportunidade de trabalho já seria o primeiro passo conquistado para restabelecer a dignidade da pessoa humana. A sociedade tem sua parcela de responsabilidade interferindo nos resultados tímidos da pretendida ressocialização, que seria bom para todos, naturalmente. Ao contrário, tratam com hostilidade e juízo de reprovação qualquer um (homem ou mulher) que se envolva ou seja envolvido com a Justiça criminal, sobretudo se for levado à prisão. Como se comparados a um animal feroz, ou alguém portador de moléstia grave e contagiosa, talvez por medo de ser a próxima vítima ou da sua imagem estar associada à de uma ex-detenta, optam pelo distanciamento não participando do processo de integração na reconstrução de vidas dentro da coletividade. 1.2 Surgimento do Sistema Prisional 12 Nas sociedades antigas, não havia privação de liberdade. A privação de liberdade servia apenas para garantir a execução de uma sentença final, geralmente a pena de morte. Após a fase de punição corporal, a privação de liberdade foi registrada pela primeira vez como a principal condição de sanção em pesquisa realizada segundo Carvalho Filho 2002. A pena tem por finalidade de origem exercer uma função preventiva, ou seja, acredita-se que a existência da norma penal e a possibilidade dela ser aplicada a todos os membros da sociedade, indistintamente, é o suficiente para prevenir o crime (prevenção geral) e, quando acontece de alguém violar a norma penal a intimidação é exercida diretamente ao infrator da lei penal (prevenção especial). Por outro lado, a pena cumpre também uma finalidade de garantir que o criminoso será punido, ou seja, ela tem função retributiva, expiatória, ou seja, do infrator pagar pelo crime cometido com a imposição de uma pena proporcional para restabelecer a ordem rompida. Mas, há também uma função ressocializadora da pena que visa a reeducação, a recuperação dos infratores para reintegrá-los ao meio social, evitando-se a reincidência. As penas privativas de liberdade aplicam-se àqueles que cometeram crimes mais graves e exigem ressocialização, que deve ocorrer em estabelecimento prisional. Letícia de Bastos de Lima v. 2, n. 2 (2013) afirma que as espécies das penas privativas de liberdade são: reclusão, detenção e prisão simples! A Prisão temporária é prisão processual e não prisão pena! pode ter regime inicial de execução fechada, o período de detenção não reconhece o regime inicial fechado, seja no início ou durante a pena. A pena de prisão pelo sistema prisional tem como objetivo proteger a sociedade e garantir que os indivíduos criminosos sejam capazes de enfrentar novas realidades no meio social. O importante em tudo isso é que muitas vezes o criminoso deixa de ser considerado cidadão porque sua liberdade está sendo questionada. Ainda que a pena de prisão tenha como um dos seus objetivos a proteção da sociedade, mas, também a garantia de que os indivíduos que cometeram crimes sejam capazes de enfrentar novas realidades no meio social, importa que eles continuem a ser tratados como cidadãos, porque a privação temporária de sua liberdade e o cumprimento efetivo da pena imposta, são suficientes para o restabelecimento de todos os seus direitos perante a sociedade que, muito vezes, o rejeita. 13 O condenado precisa ser reconhecido como um sujeito normal com dignidade, afinal quem se dispõe a agir está sujeito ao erro. O simples fato de privatizar sua liberdade não o torna geneticamente ou espiritualmente diferente de todos os demais, ao contrário a liberdade é um dos direitos humanos mais importantes, de modo que o preso acaba tendo ele foi censurado, colocou-o em posição de inferioridade em seus direitos, e não há base lógica para continuar a degradá-lo depois que ele pagou sua dívida social. Mattos, 2016, p.52 afirma que as prisões não são projetadas apenas para tirar a liberdade, mas também para mudar os indivíduos. Por conta das mudanças ocorridas, acabaram provocando inúmeros debates voltados à ressocialização e reeducação dos detentos, mas o que realmente aconteceu em nosso país foi a ressocialização dos indivíduos para a permanência no cárcere, de acordo com as regras ali estabelecidas, e reeducação acaba por não existir. No Brasil, a primeira prisão feminina foi criada noinício da década de 1940, enquanto a reforma penal estava em andamento. Em 1941, surgiu o presídio feminino em São Paulo, próximo ao complexo do Carandiru, e alguns anos depois tornou-se o presídio feminino da capital. Em 1942, foi criado o presídio feminino no Rio de Janeiro, mais tarde conhecido como presídio feminino talavera bruce. Foi nesse período que a separação das células por sexo ocorreu pela primeira vez em nosso país, conforme pesquisa realizada em que afirma Dirce v.4, n.2 (2012) em sua revista de psicologia da IMED. 1.3 Direitos Fundamentais Violados Os direitos fundamentais são os direitos de proteção dos indivíduos diante das ações do estado. Esses direitos garantem o mínimo necessário para que o indivíduo exista dignamente dentro de um país, nas condições mínimas que lhe permitam viver em sociedade dentro dos preceitos da dignidade humana. Os direitos humanos visam proporcionar aos indivíduos igualdade, vida, fraternidade, solidariedade, liberdade e dignidade humana, que são inalienáveis e essenciais. Há a necessidade de respeitar os direitos dos presos, de fato, o tratamento dispensado na prisão nem sempre é a mais respeitosa e expressiva dos direitos fundamentais, em especial, a dignidade da pessoa humana. Para 14 tanto, a ressocialização do preso é fundamental para sua futura absorção pela sociedade e assim, se afastando da marginalidade. Além de ser a base para governar um país, a dignidade humana também pode ser um parâmetro que encarna os direitos fundamentais. A diferença entre direitos e garantias fundamentais é a norma de conteúdo declarativa, porque declara o que o sujeito possui, e a norma de conteúdo de garantia, que garante os direitos que os cidadãos possuem. Segundo a obra Alexis Couto de Brito Atlas, 2014, p. 424-450. No âmbito jurídico, a ressocialização nas lições de Danyelle Cristina Fernandes, Sonia Boczar diz que a história humana está fadada a ser submissa do fraco ao forte, e a cultura, no conceito de elementos, faz com que o não natural se torne natural. As mulheres são sistematicamente conceituadas como os seres mais fracos, mais submissos e menos dignos. Uma série de mitos foi criada em torno da imagem feminina para perpetuar essa condição e, como resultado, inúmeras violências de gênero até hoje. Se mulheres livres são frequentemente de violência de gênero, então talvez um dos seres mais ingratos que se possa imaginar nesta sociedade patriarcal e machista são as mulheres encarceradas com a média de mulheres negras, pobres e sem instrução. Trata- se de um grupo já com uma série de malefícios sociais e culturais, vendo apenas a confirmação da inação estatal no sistema prisional. As celas degradadas dos presídios, para eles, são apenas estereótipos de uma vida cercada de abandono, abuso e superação. A Constituição Federal estabelece claramente a responsabilidade do Estado para com todos os cidadãos, e isso inclui toda a população carcerária. Para estes, devem ser efetivados direitos e garantidas as condições previstas para a ressocialização que deve ser promovida dentro dos estabelecimentos prisionais como função da pena em cumprimento, segundo Danyelle Cristina Fernandes, Sonia Boczar. Por isso, o presente trabalho visa demonstrar que a melhor forma de reinserção na sociedade e na profissão é por meio da educação, pois a maioria deles não tem a oportunidade de aprender antes de entrar no mundo do crime. Inicialmente, o Estado e o direito de punir todos os infratores por meio de prisões, mas observou-se que, devido à ausência de prisões, o sistema prisional não teve sucesso satisfatório no uso de suas estruturas de sanções, incluindo o número 15 cada vez maior de infratores. Segundo obra de Danyelle no âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 90, jul 2011. Portanto, devido à ineficiência do sistema, ele não consegue atingir seu objetivo principal: “ressocialização”, reabilitação, reintegração de criminosos e sua reintegração à sociedade em condições adequadas. 1.4 Lei de Execução Penal e Ressocialização A Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210 de 1984) é considerada uma das leis mais bem elaboradas do mundo, pois dá mais atenção à dignidade e, portanto, reconhecendo os direitos dos encarcerados e a importância da ressocialização. A lei é clara quanto ao caráter ressocializador que deve ter as penas, no entanto, no que diz respeito às instituições prisionais do Brasil, ainda não há projetos concretos substanciais para efetivar o processo. A Lei de Execução Penal incluem diretrizes detalhadas que exigem a classificação e segregação de presos por sexo, antecedentes as infrações penais, a situação jurídica (condenado ou aguardando julgamento) e outras características reproduzem as normas internacionais sobre o assunto. Na prática, porém, poucas pessoas seguem essas regras. Na obra de Pedro Wilson Guimarães em que as mulheres nas prisões são separadas dos homens e os menores são em grande parte excluídos. Adultos e ex-policiais mantidos em celas separadas de outras presas; no entanto, na maioria das instituições penais, em diferenciar entre as diferentes categorias de prisioneiro. A lei é crucial para a reintegração de um delinquente, pois permite a sua reintegração através de uma variedade de métodos através de ajuda ou apoio, permitindo-lhe escolher o seu próprio caminho. Por meio da ressocialização, há um trabalho de reorganização psicossocial do infrator, mas também de transformação da própria sociedade, que acolherá o infrator quando sua pena terminar. A mulher deve ser vista como um indivíduo capaz de superar as barreiras que a tornam delinquente e capaz de se reintegrar à sociedade. Com a ajuda da ressocialização, a mulher estará preparada para se reinserir no meio social, colocando em prática o que aprendeu por meio de atividades como reeducação e trabalho. A ressocialização traz a confiança está de volta. 16 A ressocialização tem tudo a ver com permitir que uma mulher viva em sociedade porque ela não era antes disso, tanto que ela não respeita os interesses legítimos vitais da sociedade. Existem várias formas dessa ressocialização, uma delas é a prisão dela ou possivelmente algum outro tipo de punição, a punição restritiva da lei, da mesma forma, limitar os direitos dessa cidadã e fazê-la sentir-se desviada do estado dentro dos limites do que faz oferecendo oportunidades de trabalho, ensinando à sociedade sobre moralidade e limites morais se compromete e é capaz de repensar o que faz. Assim, em tese, a ressocialização prepararia os infratores para a vida em sociedade. No que diz respeito às mulheres, o estipula que elas devem ser recolhidas separadamente em locais apropriados e adequados às suas circunstâncias individuais. As instituições correcionais para mulheres devem ter creches onde os infratores possam cuidar de seus filhos, incluindo amamentação de até seis meses de idade. CRIMINALIDADE FEMININA NO CONTEXTO DE GÊNERO Neste capítulo, além de apontar dados demográficos dos presídios brasileiros, serão discutidos a história da mulher na sociedade, seu papel na criminalidade, paradigmas de gênero e políticas públicas para pessoas encarceradas. 2.1 Perfil das Mulheres em Cárcere Atualmente, as mulheres cometem diversos crimes, como homicídio, tráfico de drogas, peculato, assalto à mão armada, liderança de gangues, entre outros. Com isso, o perfil das mulheres criminosas mudou, aumentou o número de prisões e a especialização dos agentes que cuidam delas nesses locais. De acordo com a pesquisa realizada na Secretária Especial de Políticas para Mulheres Ministério da Justiça realizado em 20 de outubro de 2022 de fato, tanto o crime quanto o encarceramento são sintomas e fatores de discriminação. Quando se trata especificamente das mulheres, esses problemas são exacerbados pelas expectativas da sociedadeem torno delas e pelo Capítulo 2 17 fracasso em reestruturar e reformar o sistema prisional feminino. Sabendo desde cedo o que é certo ou errado, todos são levados a acreditar que sua escolha é determinada por mulheres, determinada pelo simples fato do sexo, impossível de mudar, e isso é a desigualdade de gênero. As mulheres sofrem o mesmo que os homens sendo privadas de liberdade. Viver entre bares, onde a vida é regida e controlada, é uma experiência aterrorizante, o sofrimento das mulheres aumentou: seus filhos dependiam delas ou as acompanhavam até a prisão. A história mais comum é a de uma mulher que caiu, ou seja, foi presa depois que seu companheiro foi preso. Muitas vezes, a prisão de uma mulher marca um ciclo dramático de sobrevivência familiar: os filhos dependem dela antes mesmo do crime e, à medida que seu parceiro e ela forem presos, ficarão mais dependentes dela. Os visitantes são sempre mulheres. Mulheres visitam homens, mulheres visitam mulheres. No presídio feminino, são mães, filha ou amiga. Há um círculo de mulheres ao redor da prisão, que a literatura sociológica descreve como encarceramento de segundo grau. 2.2 Direitos Humanos e Mulheres Encarceradas É importante notar que os direitos humanos são fruto de lutas e conflitos políticos Segundo Conselho Nacional de Justiça, e ao longo da história social até os dias atuais, certas classes e grupos sociais foram tratados de forma diferenciada, não no sentido positivo, mas, como desescalada, em termos de normas ou em termos de seu exercício, há menos acesso aos direitos atuais de um determinado momento histórico. A Constituição Federal de 1988, estabelece que o estado deve investir na reforma dos presos e conforme o artigo 1º da lei de execução penal que afirma que o governo deve recorrer à sociedade para ajudar os indivíduos a se prepararem para a vida social. A mulher privada de liberdade, por vezes, encontra-se em estado crítico no que diz respeito à sua saúde física e mental, não goza dos direitos humanos constitucionais, seus direitos não garantem sua integridade física, o que nos mostra a ineficácia das leis de execução penal existentes. Na obra de Jacqueline Pitanguy afirma que os direitos humanos precisam ser realizados 18 dentro do sistema prisional e precisam ser efetivamente garantidos. Diferentes parâmetros são usados para mulheres do que para homens na implementação de penas privativas de liberdade. Trabalhando com ressocialização, buscando a recuperação, integrando o indivíduo na sociedade, dando-lhe o tratamento certo, a oportunidade dignidade humana das mulheres presas. A garantia de um mínimo de qualidade de vida está relacionada com o cumprimento da lei, ou seja, apenas com as circunstâncias que foram previstas. Em pesquisa de artigo cientifico Caroline Howard diz que é possível ampliar e aprimorar as normas existentes, mas basta tratar da dignidade da mulher presa e cumprir os direitos e obrigações previstos na legislação brasileira. No âmbito nacional, o Brasil também desenvolveu marcos legais voltados para a garantia dos direitos das mulheres, como o código penal, a Constituição Federal de 1988, a Lei Maria da Penha, que representa e define a violência doméstica contra a mulher, a federação do trabalho leis destinado a discriminar as mulheres Igualdade de direitos nas relações laborais e igualdade de gênero, assim como a constituição, a lei do feminicídio e muitas outras ferramentas que auxiliam na busca pela igualdade, sempre respeitando as diferenças de cada um, conforme pesquisa feita no site da FGV Direito SP realizado em 30 de outubro de 2022. 2.3 Políticas Públicas As políticas públicas atingem todos os cidadãos, independentemente de escolaridade, gênero, raça, religião e nível social, além de abranger todas as áreas como educação, saúde, mobilidade, segurança etc., ou seja, são uma série de planos, decisões governamentais e cooperação de entidades públicas ou privadas. Na verdade, avançamos muito ao longo dos anos, mas o estado ainda deixa muito a desejar quando o pânico é sobre políticas públicas que beneficiam as mulheres. Mesmo depois de tanto progresso, a responsabilidade pelo abuso recai sobre o abusado. Chegamos ao ponto em que tivemos que fazer leis para mostrar à sociedade que era errado agredir as mulheres, como se não fosse o 19 mínimo que deveríamos saber. É preciso dizer que, mesmo com todo esse progresso, ainda não estamos onde esperávamos ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançar uma nação verdadeiramente justa e equitativa, conforme exigido pela nossa constituição. No passado, em 1962, as mulheres exigiam permissão dos maridos para trabalhar, e sofriam uma série de crimes motivados por danos à reputação dos homens sem punição para os agressores, mas por volta de 1980, o departamento de estado criou um mulheres defendem a delegacia. Como mencionado, um dos maiores avanços foi a criação da Lei Maria da Penha criado através do trabalho de ONGs, órgãos internacionais de direitos humanos, pessoas jurídicas e da própria Maria da Penha. Embora o debate sobre as políticas públicas para as pessoas privadas de liberdade tenha ganhado destaque, a ideia de que os presos não têm direitos quando sua liberdade é limitada continua forte, e o estado vem pagando por esse segmento da população. Não temos dúvidas de que a influência neoliberal de tentar enfraquecer a participação do estado nas questões sociais é muito forte nesse entendimento. Como a ideia se espalhou para diferentes áreas da sociedade, em relação aos presos - os pobres excluídos - não poderia ser diferente. Isac Baliza Rocha, (2011) afirma que é necessário que as políticas voltadas ao sistema prisional busquem contornar as forças da racionalidade iluminista em direção à suas limitações, questionando suas bases e apontando alternativas de superação, em princípio um diálogo com todos os envolvidos, especialmente com os detentos, levando em consideração a integridade do conhecimento, da prática, dos indivíduos e do mundo, e apostando nas capacidades das pessoas e tratando-as como sujeitos históricos e, portanto, dignos de inclusão social. A queda nos índices de criminalidade está diretamente ligada à ressocialização, que é crucial para que os presos sejam reabsorvidos pela sociedade após o término do encarceramento. Na obra de Glaydson Alves da Silva Santiago – A política de ressocialização no Brasil diz que a lei de execução penal são necessários recursos teóricos para mudar o status quo do sistema prisional, o que beneficiará os presos e a sociedade como um todo. No entanto, dadas as condições precárias em que vivem os presos, os dados acima sugerem 20 que o país é ineficiente na aplicação da LEP. Como superlotação, falta de segregação entre eles, falta de assistência material, de saúde, jurídica, educacional, social e religiosa, ausente a instabilidade do sistema se reflete nessas políticas que visam ressocializar os presos enquanto cumprem suas penas e removê-los do sistema prisional carcerário. As políticas públicas é um esforço do Estado e da sociedade para encontrar soluções para necessidades especiais, mas tais esforços são triviais no monitoramento das populações carcerárias, por isso em o diagnóstico deve ser pesquisado. DO CRITÉRIO DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS RESSOCIALIZADORAS Levando em conta as inúmeras questões discutidas envolvendo as mulheres presas no Brasil, este capítulo apresenta o processo de humanização, ressocialização e reeducação das presas, enfatizando a importância de cursos profissionalizantes nas penitenciárias e criação de oportunidades de emprego às egressas do sistema. 3.1 Trabalho como Medida Devem ser feitos todos os esforços possíveis e o uso adequado dos recursos disponíveis para a efetivação do processo de ressocializaçãodas mulheres sob custódia estatal, sobretudo para evitar que voltem a delinquir quando retornarem ao convívio social. Acredita-se que esse processo de conscientização internalizado nas detentas as auxilia na tomada de decisões importantes que haverão de tomar aos inúmeros desafios que enfrentar. De acordo com a Constituição Federal de 1988, a pessoa alcança uma existência digna por meio do trabalho; no caso das mulheres presas, o trabalho seria uma forma de dignificá-las e permitir sua reintegração e reinserção na sociedade. Na obra de Rosangela Oliveira de Azevedo v. 3, n. 1 (2012) afirma que o trabalho é um direito e uma obrigação, legalmente considerado uma obrigação, e nada disso aconteceu. E ainda Gleidy Braga Ribeiro n.1 (2015) diz Capítulo 3 21 notavelmente, que LEP vê o trabalho dos presos como “uma condição de responsabilidade social e dignidade humana” e “terá fins educacionais e produtivos”. Essa lei, embora repleta de direitos, principalmente o direito de ressocializar, funcionar como forma de reinserção na sociedade, não é plenamente aplicada, mas pode proporcionar reeducação e retorno à sociedade afirma Cintia Jesus de Almeida em sua obra. A vida social de grande parte da população carcerária. No entanto, a realidade é que, de acordo com a maioria das leis existentes em nosso país, a lei de execução penal é satisfatória apenas na teoria e na forma, e não tem sido integralmente cumprida pelas autoridades públicas. O emprego é uma das inúmeras formas de ressocialização dos condenados, encontrar trabalho está cada vez mais difícil nos dias de hoje, e sem a oportunidade de participar de programas estatais, os privados de liberdade são desqualificados sem chance de competir no mercado de trabalho, e assim poder retornar ao mundo do crime. Após serem liberados da prisão, os detentos constataram que o mercado de trabalho não estava aberto, e não encontraram respaldo na sociedade, no poder público e nas leis que previam a reintegração desses indivíduos. A sociedade deve ser mais receptiva às novas oportunidades para os graduados, então essas pessoas devem ser ajudadas. O sistema prisional está em crise em todo o mundo e sempre haverá um alto índice de reincidência, mas se a sociedade oferecer ajuda, qualificação profissional, emprego, ocupação legal, a vida dessas pessoas pode ser mudada, caso contrário a primeira opção é ter sua própria a liberdade será é um crime. A possibilidade de cumprir pena e trabalhar ao mesmo tempo seria uma abordagem humanizada, pois o trabalho empodera homens ou mulheres para desenvolver habilidades, ocupar um lugar na sociedade e atender suas necessidades. Não é justo submeter os criminosos à humilhação e à dependência. Ela será capaz de trabalhar para viver na prisão enquanto estiver cumprindo sua sentença. Com isso em mente, as mulheres privadas de liberdade devem participar dessas atividades destinadas a prepará-las para a vida em sociedade, por isso 22 é necessário que o estado continue investindo na implementação dos princípios do direito penal. 3.2 Educação como Medida Ressocializadora Outro processo de ressocialização é por meio da educação, o direito à educação é direito de todas as pessoas, inclusive aquelas em regime de privação de liberdade. O Estado é obrigado a usar recursos ociosos para investir na educação de todos aqueles com liberdades privadas, para que os ajudem a se reintegrar à sociedade e exercer sua cidadania. Quando uma pessoa é presa, a expectativa teórica é que, por meio da punição, ela possa refletir sobre sua atitude e deixar de cometer crimes, sendo assim punida por ao final de uma condenação, prepare-se para reintegrar- se à sociedade, porém, o que temos visto na prática é que o distanciamento social dos infratores é mais uma preocupação do que uma reeducação adequada, por isso continuamos com altos índices de reincidência. Desta forma, então, nota-se que a punição por si só não é suficiente para alterar a visão do criminoso, criando a necessidade de entre outras formas de ressocializá-la, uma delas é a educação ampliando a oferta de educação de qualidade facilita a reintegração social. Na obra de Gleidy Braga Ribeiro n.1 (2015) ressalta que é necessário investir na sua formação e oferecer cursos de formação profissional para garantir de forma eficaz as condições para a sua reinserção no mundo do trabalho. Nesse contexto, a educação a distância torna-se uma importante estratégia de ensino para facilitar a aquisição do conhecimento, pois há restrições durante a execução das sentenças. As mulheres privadas de liberdade, jovens e adultas, encontram-se em situações de instabilidade, exclusão e violência. As políticas de inclusão e ressocialização, ao mesmo tempo em que buscam promover alternativas à educação, não conseguem concretizar os preceitos legais da cidadania, flagrante violação dos direitos humanos mais básicos que podem estar sob a 23 tutela dos cidadãos Estado. Afirma Carmen Lúcia Guimarães de em sua obra Paco Editorial, 2016, p. 169. A ampliação da oferta de educação de qualidade facilita o processo de reintegração social, pois indivíduos com conhecimento e potencial exposição às leis vigentes em nosso país têm maior probabilidade de estar cientes da prática quando ou prestes a praticar. crime para que possa ser detido. Outro fator que precisa ser ressaltado é que temos uma sociedade que dá grande ênfase ao conhecimento teórico, culpando a desvalorização daqueles com menor escolaridade. Não podemos ignorar o mercado de trabalho, com devido à escassez causada pela crise econômica, há maior polêmica sobre as vagas oferecidas. Indo mais além, é necessário dar aos detidos uma escolha, uma possível diferente vida fora do presídio, por meio da educação, lhes dão uma consciência crítica e visão de que é possível evoluir, mudar a realidade e a percepção das pessoas. Em suma, os baixos níveis de educação são incompatíveis com a ex-presidiárias, colocando os detentas em situação delicada, por meio da educação, eles podem ter acesso a uma série de informações que os ajudarão a encontrar uma nova vida fora do sistema prisional. 3.3 Arte como Medida Ressocializadora Uma ferramenta importante no processo de ressocialização é a arte. Arte como um todo, incluindo todas as suas formas e ramos. Muitos prisioneiros encontrados na música, pintura e dança, e outras formas de arte, fuja do mundo do crime. É preciso ressaltar que esses projetos dão aos presos uma ideia do futuro e das possíveis ocupações. Muitos descobrem que podem usar o que aprenderam para o desenvolvimento de carreira e geração de renda até que possam reingressar no mercado de trabalho. Além disso, a apropriação mental durante o cumprimento de pena é outro fator importante destacado pelos diretores desses projetos artísticos. Se colocados em equilíbrio, os programas culturais e artísticos nas prisões precisam apenas aumentar os presos. Além de combater a preguiça, 24 trazem crescimento pessoal e cultural aos presos, libertando-os do mundo do crime e conduzindo-os a uma nova perspectiva de vida. O objetivo dessas medidas é mudar a situação dos detentos, pois seu acesso ao mercado de trabalho após o encarceramento é parte importante da ressocialização, pois para as mulheres, a situação é mais complicada, muitas vezes porque são mães e têm que abrir mão da educação básica para cuidar da família, então essas medidas são extremamente importantes para as mulheres. Diante disso, as empresas também precisam se preparar para a reintegração à sociedade, conforme fonte de pesquisa realizada no site R7, notícia em 19/05/2015 em que leva mulheres artistas a presídio feminino. Os projetos mencionados visam reduzir a reincidência, reintegrando as mulheres à sociedade por meio da educação e do trabalho para preservar suadignidade. Acredita-se que a arte esteja diretamente envolvida na formação do ser humano, bem como em suas relações culturais e sociais. Além de ser um palco de expressão e comunicação, também reflete quem somos, nossas interações e transformação social. Aliado ao lugar que a psicologia ocupa nas instituições, o uso de recursos artísticos oferece um espaço potencial para a subjetividade (reconstrução) e promoção da saúde mental ao olhar para além das violações, levando em conta aspectos como a singularidade das presas. É necessário ver a arte como meio de intervenção do psicólogo nas instituições socioeducativas. Foi realizada uma revisão narrativa da literatura e revisados os artigos e trabalhos acadêmicos, bem como a legislação pertinente de acordo com ECA - Brasil, 1990) e (Sinase). Assim, no contexto da arte como ressocializadora, tem se mostrado uma ferramenta útil para estimular o autoconhecimento, desenvolver a percepção e a beleza, estimular a criatividade e engajar na interação social (Costa, 2011, p.852). 25 CONCLUSÃO O presente trabalho trata do processo de ressocialização de mulheres privadas de liberdade e analisa a importância da sociedade na efetividade do processo de ressocialização e a necessidade de permitir o desenvolvimento da estrutura de a prisão feminina. No sistema prisional brasileiro, ainda hoje há renúncia e desrespeito aos direitos fundamentais que dificultam a recuperação dos indivíduos. preso. Em suma, a sociedade exige um determinado comportamento do infrator, mas não lhe proporciona o necessário para atingir o objetivo almejado, não se preocupa em entender os reais motivos que levam a mulher ao mundo do crime e o pior, acredita que a mudança é necessária, mas não atua para o projeto de mudança. No que se refere à origem da pena que tem por finalidade reprimir crimes cometidos e prevenir novos crimes falando de execução penal trata-se de um processo regulamentado pela Lei nº 7.210/84 relativa aos direitos das presas em prisões brasileiras feminino, garantindo um mínimo de nível das condições de higiene, segurança e saúde sobre o surgimento e desenvolvimento do sistema prisional, sobre a classificação das penas privação de liberdade encarceramento, detenção e encarceramento breve, sobre direitos fundamentais destinada a garantir que os indivíduos existam em um país de forma digna e com base na dignidade humana. Durante essa verificação, pode-se notar que as ações do estado ainda são insuficientes para garantir um processo de ressocialização suficientemente eficaz e que ainda existem entraves para a implementação desses projetos nos presídios brasileiros. Por meio de pesquisa em institutos oficiais foi obtido dados estatísticos confiáveis de que se pode confirmar que a educação, o trabalho e as artes são importantes medidas de ressocialização para a reintegração à sociedade. Por meio deles, o estado tem as ferramentas para tentar mudar a perspectiva dos criminosos e mostrar-lhes uma saída do mundo do crime. Essas medidas têm se mostrado eficazes e visam reduzir a reincidência e restaurar a autoestima dos apenados. 26 REFERÊNCIAS ADNEWS. Instituto Coca-Cola promove igualdade de gênero em comunidades. 06 de Maio de 2016 Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2022. ALMEIDA, Cintia Jesus de. A importância do trabalho na ressocialização do preso: aplicação efetiva da Lei de Execução Penal. Jurídico Certo. 12/09/2014. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2022. AZEVEDO, Rosangela Oliveira de. O papel do agente penitenciário no processo de humanização no presídio feminino do Distrito Federal - COLMEIA. 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