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Atividade 2 - Prática Penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ARARUAMA – RJ 
Processo nº ...
PATRICK, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base no artigo 396 e 396-A, ambos do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
DA TEMPESTIVIDADE 
A presente Resposta à Acusação é tempestiva, uma vez que apresentada dentro do prazo de 10 dias, na forma do artigo 396 do Código de Processo Penal. 
DOS FATOS 
O acusado estava na varanda de sua casa, quando testemunhou uma cena alarmante: Lauro, o namorado de sua sobrinha Natália, estava violentamente agredindo-a por motivo de ciúmes. No entanto, o acusado estava limitado a intervir por conta de uma perna enfaixada. 
Movido pela preocupação com a segurança de sua sobrinha, o acusado gritou para que Lauro cessasse as agressões, mas suas palavras não tiveram efeito. Diante dessa situação, percebendo a impossibilidade de impedir as agressões de outra maneira devido à sua condição física, o acusado decidiu agir de forma a garantir a segurança de sua sobrinha Natália.
Com o intuito de interromper as agressões e proteger Natália, o acusado recorreu a uma arma de fogo que possuía legalmente, devidamente registrada e com autorização para posse. Seu plano era causar uma lesão corporal que incapacitasse a mobilidade de Lauro. No entanto, ao apertar o gatilho, a arma não funcionou conforme esperado, desencadeando apenas em um barulho alto.
Destaca-se que o som arrependido da arma de fogo foi suficiente para assustar Lauro, levando-o a interromper as agressões e fugir da cena. Após o incidente, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, em face do acusado como incurso nas sanções penais do Art. 129, § 1º, inciso III, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
DO DIREITO 
Inicialmente, o artigo 362 do Código de Processo Penal estabelece a citação por hora certa, que será aplicável quando o réu se encontra em ocultação para evitar a citação. No entanto, o acusado não estava em ocultação, mas sim ausente devido a seu trabalho. Portanto, a alegação de citação por hora certa é infundada, pois não havia projeções concretas de ocultação. A citação, dessa forma, se mostra inválida, acarretando prejuízo ao direito de defesa, haja vista que não houve oportunidade de diálogo entre o réu e seu advogado antes da resposta à acusação.
E ainda, observa-se que o acusado, na tentativa de lesionar Lauro, buscou utilizar uma arma de fogo registrada, a qual estava, contudo, completamente inoperante, conforme laudo pericial. Consoante o disposto no art. 17 do Código Penal, a tentativa de delito é inexequível quando há ineficácia absoluta do meio empregado. O intento do acusado não poderia ser alcançado pela impossibilidade material da arma em disparos controlados, caracterizando, portanto, a figura do crime impossível, o que afasta a tipicidade da conduta.
E por fim, a ação do acusado, ao impedir as agressões violentas e injustas de Lauro contra sua sobrinha, enquadra-se na figura da legítima defesa, prevista no artigo 25 do Código Penal.
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição sumária de Patrick, com fundamento nos Arts. 397, incisos I e III, do Código de Processo Penal, em virtude da atipicidade da conduta por crime impossível e da configuração da legítima defesa.
DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o denunciado a absolvição sumária, com fundamento no Art. 397, inciso I, do CPP e no Art. 397, inciso III, do CPP.
ROL DE TESTEMUNHAS 
Natália...
Maria...
José...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...

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