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PCC filosofia da Educação

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – BIOLOGIA
DISCIPLINA: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
PRÁTICA DE COMPONENTE CURRICULAR (PCC):
CONVERSA COM UMA PROFESSORA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
DATA: 19/11/2019
OBJETIVO:
Refletir sobre as relações de aprendizado existentes na sala de aula, utilizando os conhecimentos aprendidos nas aulas de Filosofia da Educação. 
INTRODUÇÃO TEÓRICA 
Ao questionar-se sobre o Sistema de Ensino faz-se necessário em um primeiro momento compreender as metodologias, e a forma de passar os conteúdos em sala de aula. É importante observar que escolas tradicionais são rigorosas em seus ensinamentos, seguindo currículo rígido. Contudo cabe ao educador fazer ligação entre os textos e a realidade da sociedade, trabalhando contexto, a história, os costumes da comunidade, para assim fazer sentido o que se ensina para aluno, e não simplesmente ser mais um conteúdo para prova.
Algumas investigações comprovam que a escola não deve apenas ser autoritária e burocrática, pois as questões sociais influenciam no ato de ensinar e aprender. A pedagogia construtivista considera fundamental o direito à liberdade individual, a luta contra qualquer tipo de coação, propondo os interesses e as motivações pessoais como ponto de partida de todo o processo educativo, além disso, é fundamental uma preocupação ética no ambiente escolar. O professor deve assumir o papel de parceiro no processo de aprendizagem do aluno, influenciando de forma decisiva na qualidade do ensino e nas relações interpessoais que se estabelecem a partir da sala de aula. Nessa concepção, a questão da educação não poderá ser compreendida de maneira mecânica, desvinculada das relações entre escola e realidade histórica, pois essa relação dialética será a busca e a aplicação dos conhecimentos apreendidos sobre a realidade no sentido de transformá-la (FREIRE, 1979). 
Valores e regras são transmitidos pelos professores, pelos livros didáticos, pela organização institucional, pela forma de avaliação, pelos comportamentos dos próprios alunos. Assim, em vez de deixá-las ocultas, é melhor que tais questões recebam tratamento explícito, que sejam assuntos de reflexão da escola como um todo, e não apenas de cada professor. “Para o professor, a escola (...) é, também, lugar de construção de relações de autonomia, de criação e recriação de seu próprio trabalho, de reconhecimento de si, que possibilita redefinir sua relação com a instituição, com o Estado, com os alunos, suas famílias e comunidades” (BRASIl, 1998).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Entrevista com uma professora
Foi perguntada á professora as seguintes questões:
a) O que é ensinar?
	“Ensinar é mediar. Está diretamente relacionado com a instrução e transmissão de conhecimentos, mas vai além disso: é ajudar a traçar metas, escolher os caminhos pelos quais os conhecimentos se materializam, tornando-se mecanismos de transformação do indivíduo e do seu mundo”.
b) Como você escolhe seus procedimentos de ensino?
	“O currículo é o norte. Na rede pública, estes já vêm pronto. A instituição, juntamente com toda a comunidade escolar elabora o PPP. Esse, por sua vez, apresenta o caminho particular que devemos percorrer. E, a partir daí eu uso meu próprio método, meu perfil. Prefiro o trabalho voltado que proporciona igualdade de condições para a aprendizagem. Faço adaptação aos conteúdos tornando-os acessíveis a os alunos…. Por meio de atividades de desafios, para alunos acima da média; reforço, para alunos medianos; recuperação, para alunos com defasagem. Isso, sem que eles haja exclusão”.
c) Você se baseia em algum teórico? Qual? Como?
	“Sim. Vygotsky, é construtivista. Com ele aprendemos, na rede estadual e municipal, que o conhecimento é uma via de mão dupla: alunos e professores ensinam e aprendem juntos. Eu, particularmente, aprendo muito com Paulo Freire. Por ser brasileiro, talvez, aprendo muito com ele”.
..."O conhecimento de mundo, precede o da escrita". Isso nos faz valorizar os conhecimentos prévios, as particularidades e cultura de cada aluno, que são indivíduos.
d) Como acontecem as relações interpessoais em sua sala de aula? Como você trabalha os conflitos?
	“A sala de aula é um "ring" de conflitos cotidianos. Da educação infantil ao ensino médio, lidamos com pessoas em formação e desenvolvimento. Cada um com sua bagagem, seus problemas, seus anseios...Existe o apoio da equipe diretiva, porque com os pais, quase nunca podemos contar. Então, o diálogo vale mais do que o castigo, para mim. Converso no grupo, e quando necessário, no privado. Levando a mensagem de que vale a pessoa cultivar o respeito, pois a "Era do Gelo" é longa. E, sozinho não há sobrevivência”.
RESULTADOS E CONCLUSÃO
Como mencionado pela professora entrevistada é preciso empenho dos educadores em sua prática de ensino, valorizando sua função no ambiente educacional. Dessa forma, é importante salientar que a escola já não deve atuar somente com um viés pedagógico, mas deve priorizar também o aspecto social e político que estão presentes no cotidiano escolar, além de ela precisar estar em consonância com a realidade do dia a dia, precisa também estar atenta às novas demandas que se instauram a cada dia na sociedade contemporânea.
Dessarte, a escola não estará isolada, visto que não é uma redoma ou uma instituição à parte do âmbito social, ela tem a incumbência de promover a formação plena do educando para que este seja um cidadão crítico, participativo e autônomo.
A partir dessa interação do professor educador na construção do saber, pode-se dizer que estamos "construindo" novos estágios de conhecimento. Não há dúvida de que todo conhecimento teórico, cientifico filosófico ou cultural começa com a experiência que adquirimos em nossa formação escolar, a fim de compará-las, conectá-las ou separá-las, e deste modo trabalhar as impressões sensíveis do educando visando à construção do conhecimento pautada em seu cotidiano, buscando sua prática nas interações sociais como preconizava o grande pensador da educação Paulo Freire. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. MEC,1998.
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. 9. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

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