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O AMBIENTE HOSPITALAR
O ambiente hospitalar influencia a saúde do paciente e também a saúde e o trabalho do profissional de enfermagem, pois o profissional enxerga o hospital, na maioria das vezes, como um ambiente duro e estressante. 
O edifício hospitalar é um ambiente frio, sem vida, com cheiro de éter, aparelhos barulhentos, macas circulando, pessoas conversando e, na maioria das vezes, é mal iluminado, com colorações que não proporcionam bem-estar, causam irritação, frustração e mau humor. 
Há também a presença de cheiros desagradáveis como dos produtos utilizados na limpeza ou desinfecção de materiais. 
Este ambiente pode proporcionar estresse e agravos psíquicos, pois é neste local que se formam relações de trabalho, as demandas e as capacidades de enfrentamento frente às atividades que o indivíduo exerce. Esses aspectos de enfrentamento das dificuldades, controle das situações no ambiente de trabalho podem desencadear estresse, insatisfação e tensão. 
Quando o ambiente não satisfaz as necessidades de quem o utiliza, acontece uma desestruturação nas relações familiares e de trabalho, o que não sustenta o comportamento humano, causando degradação e perda de identidade, dificultando ainda mais as relações desenvolvidas neste ambiente.
Surge, então, o conceito de humanização nos serviços hospitalares como forma de reação ao número significativo de usuários dos serviços que apresentava queixas referentes aos maus tratos nos hospitais, falta de atendimento, desorganização, longas filas de espera, demora no atendimento além de violência institucional por parte dos trabalhadores.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM HOSPITAIS
O planejamento estratégico é um processo corporativo criado para facilitar o alcance da situação desejada no futuro, por meio de estudos para diagnosticar fatores críticos que possam impedir o crescimento da empresa. 
Trata-se de estabelecer um caminho a ser seguido de forma sistêmica no longo prazo, desenhado no sentido de fortalecer a organização com a capacidade de interagir melhor com os fatores externos. 
O planejamento estratégico hospitalar costuma ser composto de 4 etapas:
1) Diagnóstico estratégico
Nessa etapa, deve-se buscar responder à pergunta: onde meu hospital está em relação ao mercado? E para facilitar a análise, a fase pode ser dividida em:
 
Identificação da visão: deve ser ousada e posicionar o sucesso da empresa no futuro — por exemplo, “em 20 anos, seremos o mais importante hospital de referência em tratamento oncológico da América Latina”.
Identificação dos valores: princípios, crenças e éticas que pautarão as decisões do hospital ao longo do tempo — atendimento humanizado, modernização dos cuidados à saúde, solidariedade e respeito à vida.
2) Análises
Análise interna e externa: esse processo de conhecimento da empresa e de seu ambiente pode ser feito por diversas metodologias, sendo a SWOT a mais conhecida delas — uma matriz de diagnóstico organizacional que posiciona graficamente as forças e fraquezas da empresa (ambiente interno, controlável) e as oportunidades e ameaças (ambiente externo, não controlável), facilitando a formulação de estratégias.
Análise dos concorrentes: uma ferramenta interessante para fazer a análise estrutural do segmento (inclusive do nível de concorrência) é a chamada Análise das 5 Forças de Porter, que permite à instituição refletir sobre a ameaça de novos entrantes, a ameaça de serviços substitutos, o poder de negociação dos fornecedores e dos pacientes, além da rivalidade natural entre concorrentes. Tudo isso ajuda na criação de subsídios para embasar melhor o planejamento estratégico.
3) Missão da instituição
Nesse momento, você já sabe onde quer que seu hospital chegue, certo? Mas será que sabe também onde ele está agora? Aqui você deve definir a razão de existência da instituição se questionando: o que seu hospital tem de diferente dos demais?
4) Estabelecimento de propósitos atuais e potenciais: definição dos segmentos de atuação em que o hospital atua ou pretende atuar.
Elaboração e debate de cenários: desenho de situações que podem descrever o que possivelmente ocorrerá com a instituição no futuro — criada por meio de técnicas objetivas (projeções de dados socioeconômicos, levantamentos do IBGE e da ANS, por exemplo) ou subjetivas (opiniões de especialistas no setor).
Desenvolvimento da postura estratégica: formulação das estratégias mais adequadas para que o hospital alcance seus propósitos, desde que respeitando os resultados da análise SWOT anteriormente realizada.
 
Definição de macroestratégicas e macropolíticas: orientações ou ações de cunho mais geral que a instituição deve seguir para atingir seus objetivos.
4) Controle a avaliação
Depois de tudo isso vem a etapa de avaliação de resultados, medidas de desempenho, estabelecimento de padrões a serem seguidos, análise de desvios e tomada de ações corretivas para fechar o processo com chave de ouro.
Deve ser estabelecidas metas realistas, discutir o planejamento com os gestores de cada área, não deixar de lado a provisão para devedores (glosas médicas e inadimplências) e de colocar o processo em prática por etapas.

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