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DCEEng – Departamento das Ciências Exatas e Engenharias Curso de Engenharia Civil UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ RODOVIAS I JOSÉ ANTONIO SANTANA ECHEVERRIA RELATÓRIO DO PROJETO DE RODOVIA ANA PAULA DE OLIVEIRA ANTONELLO FERNANDA MARIA OICZENASZ BALDISSERA IJUÍ 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………… 3 2. ESTUDO DO TRAÇADO………………………………………………………………... 3 2.1 Classificação do relevo………………………………………………………………. 4 2.2 Classificação quanto às condições técnicas………………………………………… 5 3. PROJETO GEOMÉTRICO………………………………………………………………6 3.1. Características técnicas para projeto……………………………………………… 6 3.2. Faixas de rolamento………………………………………………………………… 6 3.3. Velocidade de projeto……………………………………………………………….. 7 3.4. Distância de visibilidade de parada………………………………………………... 7 3.5. Planimetria………………………………………………………………………….. 9 3.5.1. Curva Horizontal de Transição………………………………………………….. 9 3.6. Detalhamento da superelevação…………………………………………………...13 3.7. Altimetria…………………………………………………………………………... 15 3.7.1. Curva vertical……………………………………………………………………. 15 4. PROJETO DE TERRAPLENAGEM………………………………………………….. 19 4.1. Cálculo de volumes de corte e aterro……………………………………………...20 4.2. Diagrama de Massas………………………………………………………………. 21 5. ORÇAMENTO BÁSICO………………………………………………………………...22 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………… 24 7. REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………. 24 8. ANEXOS: DESENHOS…………………………………………………………………. 24 1. INTRODUÇÃO Neste relatório apresenta-se o desenvolvimento do projeto de uma rodovia de Classe I-B, em uma região classificada pelo grupo como montanhosa e de subsolo constituído por material de 1ª categoria (solo escavável sem explosivos). Tem como propósito demonstrar como é concebido um projeto de trecho de rodovia em carta topográfica, obedecendo os parâmetros, técnicas e estudos. Assim, podendo ser apresentado o projeto geométrico e seus detalhamentos, tendo por referência as normas do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Além disso, a região de estudo apresenta grande quantidade de vegetação (matos e macegas), córregos ou sangas, estradas vicinais e algumas cercas. No decorrer da disciplina de Rodovias I, o projeto geométrico acaba tornando-se o principal conteúdo de estudo, assim mostrando as formas e técnicas para desenvolvimento de tal. Glauco Pontes Filho (1998) reconhece projeto geométrico como a parte de “amadurecimento” de uma estrada de rodagem na qual articula informações como aspectos físicos do local de implantação, sendo essas relacionadas a tópicos como frenagem, aceleração, condições de segurança, conforto entre outros. Deste modo, sabe-se que o conhecimento do traçado exige que diversos estudos sejam feitos antecipadamente para que se possa adaptar a rodovia ao terreno havendo conhecimento também da demanda de tráfego que irá percorrê-la. Tendo noção das exigências básicas e do tipo de classificação (citada acima) é possível desenvolver um traçado que apresente o menor custo possível de acordo com a segurança e conforto dos usuários da rodovia. 2. ESTUDO DO TRAÇADO Para definir o traçado da estrada de rodagem levou-se em consideração a topografia local, geotecnia, hidrografia e comunidades que envolvem o local e limites da rodovia. Quanto a valores, sabe-se que a implantação de uma rodovia é considerada elevada, no entanto se faz impraticável quando o volume de movimentação de terra (corte e aterro) se torna muito grande, tanto pelo valor já citado, quanto pela estabilidade do terreno Foram definidas três alternativas de traçado e com a ajuda do professor, escolheu-se uma delas. O traçado escolhido foi o que passou por uma região mais plana e por menos regiões de vegetação, além de não passar pelas edificações existentes. Também optou-se por desviar as regiões com maior presença de água, reduzindo a construção de bueiros. Abaixo pode-se observar o traçado escolhido em rosa. Figura 1 - Traçado escolhido para a realização do projeto rodoviário. Fonte: Autoria própria (2022). 2.1 Classificação do relevo Primeiramente, o terreno foi classificado segundo a LMD, calculando a inclinação em locais alternados ao longo de todo o terreno e após fazendo a média destas. As distâncias ( ), foram medidas na carta topográfica com o auxílio do escalímetro.∆𝐿 Fórmula da inclinação: ;𝑖 = ∆ℎ∆𝐿 × 100 𝑖 = 𝑐𝑜𝑡𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 − 𝑐𝑜𝑡𝑎 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 × 100 Tabela 1. Classificação do relevo Linhas Cota superior(m) Cota inferior(m) Distância em planta Inclinação(%) LMD 1 790 755 162 21,6 LMD 2 785 765 151 13,24 LMD 3 800 765 180 19,44 LMD 4 800 750 443 11,29 LMD 5 785 755 123 24,4 LMD 6 820 790 420 7,14 Média = 16,18 Fonte: Autoria própria(2022) A classificação do relevo é dada em função da Linha de maior declividade – LMD, da seguinte forma: 1. Região plana: LMD < 5%; 2. Região ondulada: 5% < LMD < 15%; 3. Região montanhosa: LMD > 15%. Aplicando-se a média aritmética, obteve-se LMD = 16,18 %, o qual classificou a região como sendo Montanhosa. 2.2 Classificação quanto às condições técnicas Ao realizar a classificação da rodovia conforme classificação DNER/DNIT e DAER, sabe-se que a mesma se enquadra em Classe I-B, com pista simples, com volume médio diário, VDM>1400. Figura 2 - Classes de projeto Fonte:DNER (1979) 3. PROJETO GEOMÉTRICO Após o cálculo para classificação do terreno, foi possível dar início ao detalhamento do projeto, começando a partir do traçado definido pelas integrantes do grupo como mais viável, já mencionado acima, deste modo foi elaborado o perfil longitudinal, o qual tem o intuito de estabelecer a rampa máxima, definindo as seções de corte e aterro, este contém o eixo da estrada em planta, desenhado nas escalas 1:2000 (horizontal) e 1:200 (vertical). 3.1. Características técnicas para projeto Primeiramente deve-se atentar a determinadas características, para uso de base ao calcular ou definir outros fatores. 3.2. Faixas de rolamento A medida é dada em função da classe de projeto e do relevo da região, sendo para o projeto atual 3,50 m (Figura 3). Figura 3 - Largura das faixas de rolamento em tangentes em função do relevo(m) Fonte:DNER (1979) 3.2.1. Largura dos acostamentos A medida também é dada em função da classe de projeto e do relevo da região, sendo para o projeto atual 2,50 m (Figura 4). Figura 4 - Largura dos acostamentos externos(m) Fonte:DNER (1979) 3.3. Velocidade de projeto Conforme a American Association of State Highway and Transportation Officials (AASHTO) velocidade de projeto, ou velocidade diretriz, é a máxima velocidade que um veículo pode manter, em determinado trecho, em condições normais, e com segurança. Sua determinação tem o intuito de condicionar as características da via, influenciando em cálculo de curvatura, superelevação, distância de visibilidade, sendo dada através da classe de rodovia e região topográfica (Figura 5). Figura 5 - Velocidade de projeto por região Fonte:DNER (1979) 3.4. Distância de visibilidade de parada De acordo com o DNER, distâncias de visibilidade representam os padrões de visibilidade a serem proporcionados ao motorista, atentando-se para que este não sofra limitações visuais vinculadas às características geométricas da rodovia, possibilitando controlar o veículo a tempo, seja para imobilizá-lo, ou em casos de ultrapassagem, podendo interromper ou concluir esta, dentro de condições aceitáveis de conforto e segurança (Figura 6). Figura 6 - Distância de visibilidade de parada Fonte: FILHO, Glauco Pontes. Estradas de rodagem: projeto geométrico. São Carlos: Glauco Pontes Filho, 1998. A Distância de visibilidade de parada, conforme FILHO (1998), determina-se aplicando-se a equação a seguir, onde V é a velocidade de projeto, e f, o coeficiente de atrito longitudinal pneu/ pavimento, obtido através da velocidade de projeto (Figura 7). Figura 7 - Coeficiente de atrito longitudinalpneu/pavimento Fonte:DNER (1979) Aplicando a equação, temos: 𝐷𝑝 = 0, 7. 𝑉 + 𝑉²255.𝑓 𝐷𝑝 = 0, 7. 60 + 60²255.0,34 𝐷𝑝 = 83, 52 𝑚 Assim, para uma velocidade de 60km/h, um veículo terá uma distância de visibilidade de 83,52 m para assim poder controlar o veículo em caso de obstáculo ou ultrapassagens. 3.5. Planimetria De acordo com a NBR 13133 (1994), o levantamento topográfico planimétrico é a determinação do limite de uma propriedade, sendo possível, através da determinação do alinhamento com a via ou logradouro, a sua orientação, amarração dos pontos da propriedade com referências existentes, o qual é possível por meio da determinação do seu perímetro. 3.5.1. Curva Horizontal de Transição Segundo Glauco Pontes Filho (1998), a curva horizontal de transição tem como principal objetivo reduzir a situação de brusca que os indivíduos sofrem ao adentrar uma curva, elas estão inseridas em um trecho entre a curva circular e a tangente da curva, proporcionando assim um crescimento gradual da aceleração centrífuga, entre a transição de um trecho retilíneo à um trecho curvo, e vice e versa. Figura 8 – Características básicas do projeto geométrico das rodovias estaduais de classe I Fonte: DNER (1979) Para calcular a curva horizontal de transição é necessário adotar os valores e equações a seguir. a. Raio mínimo de curvatura horizontal (Rmin), pela figura x = 115 m, mas adotou-se R=300 m. b. Comprimento mínimo de transição (LSmin): 𝐿𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0, 036 𝑉³𝑅𝑐 𝐿𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0, 036 60³300 𝐿𝑠𝑚𝑖𝑛 = 25, 92 𝑚 c. Comprimento máximo de transição (LSmax): 𝐿𝑠𝑚á𝑥 = 𝑅𝑐.∆.π180 𝐿𝑠𝑚á𝑥 = 300. 66°3'50".π180 𝐿𝑠𝑚á𝑥 = 345, 9097 𝑚 Com isso, adotou-se o valor de 100 metros para o Ls. d. Cálculo do ângulo de transição(θ): θ𝑠 = 𝐿𝑠2.𝑅𝑐 θ𝑠 = 1002.300 θ𝑠 = 0, 16666 𝑟𝑎𝑑 e. Cálculo da abscissa dos pontos SC e CS ( Xs): 𝑋𝑠 = 𝐿𝑠(1 − θ𝑠²10 + θ𝑠4 16 ) )𝑋𝑠 = 100(1 − 0,16666²10 + 0,166664 16 𝑋𝑠 = 99, 7174 𝑚 f. Cálculo da ordenada dos pontos SC e CS (Ys): )𝑌𝑠 = 𝐿𝑠(1 − θ𝑠3 + θ𝑠3 42 𝑌𝑠 = 100(1 − 0,166663 + 0,16666³ 42 ) 𝑌𝑠 = 5, 5665 𝑚 g. Cálculo da abscissa do centro O’(k): 𝑘 = 𝑋𝑠 − 𝑅𝑐. 𝑠𝑒𝑛θ𝑠 𝑘 = 99, 7174 − 300. 𝑠𝑒𝑛 0, 1666 𝑘 = 49, 9487 𝑚 h. Cálculo do afastamento da curva circular (p): 𝑝 = 𝑌𝑠 − 𝑅𝑐(1 − 𝑐𝑜𝑠θ𝑠) 𝑝 = 5, 5665 − 300(1 − 𝑐𝑜𝑠 0, 1666) 𝑝 = 1, 4095 𝑚 i. Cálculo da Tangente Total (TT): 𝑇𝑇 = 𝑘 + (𝑅𝑐 + 𝑝). 𝑡𝑔( ∆2 ) 𝑇𝑇 = 49, 9487 + (300 + 1, 4095). 𝑡𝑔( 66°3'50"2 ) 𝑇𝑇 = 245, 925419 𝑚 j. Cálculo da distância do PI a curva circular (E): 𝐸 = 𝑅+𝑝 𝑐𝑜𝑠 ( ∆2 ) − 𝑅 𝐸 = 300+1,4095 𝑐𝑜𝑠 ( 66°3'50"2 ) − 300 𝐸 = 59, 5199205𝑚 k. Cálculo do ângulo central do trecho circular (Φ): ϕ = ∆ − 2θ𝑠 ϕ = 66°3'50" − 2(9, 55°) ϕ = 46°57'50" l. Cálculo do desenvolvimento do trecho circular (D): 𝐷 = 𝑅.ϕ.π180 𝐷 = 300.46°57'50".π180 𝐷 = 245, 9023472 𝑚 m. Cálculo da estaca PI: 𝑃𝐼 = 647, 6241 𝑚 = 32 + 7, 6 𝑚 n. Cálculo da estaca da tangente espiral E(TS): Conhecendo o ponto de interseção das tangentes traçadas na carta topográfica, PI que está na estaca 36 + 7,8 m. 𝐸(𝑇𝑆) = 𝐸(𝑃𝐼) − 𝑇𝑇 𝐸(𝑇𝑆) = 647, 6241 − 245, 9254 𝐸(𝑇𝑆) = 401, 6987 𝑚 = 20 + 1, 68 𝑚 o. Cálculo da estaca da espiral circular E(SC): 𝐸(𝑆𝐶) = 𝐸(𝑇𝑆) + 𝐿𝑠 𝐸(𝑆𝐶) = 401, 6987 + 100 𝐸(𝑆𝐶) = 501, 6987 𝑚 = 25 + 1, 68 𝑚 p. Cálculo da estaca da circular espiral E(CS): 𝐸(𝐶𝑆) = 𝐸(𝑆𝐶) + 𝐷 𝐸(𝐶𝑆) = 501, 6987 + 245, 9023 𝐸(𝐶𝑆) = 747, 601 𝑚 = 37 + 7, 6 𝑚 q. Cálculo da estaca da espiral tangente E(ST): 𝐸(𝑆𝑇) = 𝐸(𝐶𝑆) + 𝐿𝑠 𝐸(𝑆𝑇) = 747, 601 + 100 𝐸(𝑆𝑇) = 847, 601 𝑚 = 42 + 7, 6 𝑚 r. Cálculo do comprimento do trecho: Após a locação da curva e a marcação das estacas a cada 20 metros, o comprimento total do trecho da rodovia é: L𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 401, 6987 + 2. 100 + 245, 9023 + 481, 8691 𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1329, 4701 𝑚 = 66 + 9, 47𝑚 A representação da curva de transição é apresentada no item ” 8. Anexos”. 3.6. Detalhamento da superelevação A superelevação, é um fator necessário para evitar a força centrífuga bruta, a qual é desenvolvida nos veículos, dificultando a derrapagem. Para a realização dos cálculos da superelevação, foi utilizado o método de BARNETT. Temos como valor de superelevação máxima estabelecido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) conforme a figura 8, como sendo emáx = 10% e valor máximo admissível para o coeficiente de atrito transversal f = 0,15 (Figura 9). Figura 9: Quadro com os valores máximos admissíveis para os coeficientes de atrito transversal f Fonte: DNER ● Cálculo da superelevação: 𝑒 = 𝑒𝑚𝑎𝑥 . ( 2 𝑅𝑚𝑖𝑛𝑅 − 𝑅²𝑚𝑖𝑛 𝑅² ) 𝑒 = 0, 1 . ( 2.115300 − 115² 300² ) 𝑒 = 0, 06197 = 6, 197 % Temos também que L=3,5m e α=2%, assim: ℎ1 = 𝐿 . α100 ℎ1 = 3,5 . 2100 ℎ1 = 0, 07 𝑚 𝑆 = 𝐿 . 𝑒 . 2100 𝑆 = 3,5 . 6,197 . 2100 𝑆 = 0, 43379 𝑚 Considerando Le=Ls=100 m, tem-se: 𝐿𝑒 = 100. ℎ1α₂ + 100. ( 𝑆− 2. ℎ1) 2α₂ α₂ = ( 100 . ℎ1𝐿𝑠 ) + ( 100. ( 𝑆− 2. ℎ1) 2 . 𝐿𝑠 )⎡⎣ ⎤⎦ α₂ = ( 100 . 0,07100 ) + ( 100. ( 0,43379− 2. 0,07) 2 . 100 )⎡⎣ ⎤⎦ α₂ = 0, 216895° α₂ = α₁ = 0, 216895° Portanto, os comprimentos são: 𝐿𝑒1 = 100. ℎ1α₂ 𝐿𝑒1 = 100. 0,070,216895 𝐿𝑒1 = 32, 2737 𝑚 𝐿𝑒2 = 100. ( 𝑆− 2. ℎ1)2α₂ 𝐿𝑒2 = 100. ( 0,43379− 2. 0,07)2. 0,216895 𝐿𝑒2 = 67, 7263 𝑚 Assim, Le = Le1 + Le2; 𝐿𝑒 = 67, 7263 + 32, 2737 𝐿𝑒 = 100 𝑚 = 𝐿𝑠 Figura 10 - Detalhamento da superelevação Fonte: autoria própria 3.7. Altimetria 3.7.1. Curva vertical Curva vertical possui a função de realizar a concordância entre as tangentes verticais dos greides (DAER, 1991). Greides retos, definidos por sua declividade, unidos dois a dois por curvas verticais (FILHO, Glauco Pontes, 1998). A curva convexa utilizada para essa ligação é uma parábola de 2° grau simples, simétrica em relação ao PIV, ou seja, a distância do PIV até o PCV (ponto de curva vertical), e do PIV até o PTV (ponto de tangência vertical), é a mesma, estabelecida pela relação L/2. Figura 11 – Parábola de 2° grau simples Fonte: FILHO, Glauco Pontes. Estradas de rodagem: projeto geométrico. São Carlos: Glauco Pontes Filho, 1998. Cálculo da declividade A obliquidade máxima para o projeto de uma rodovia classe I, é definida pelo DAER, conforme a Figura 9, imáx=6%. As tangentes dos greides foram dispostas no perfil longitudinal do terreno natural de forma que a altura de corte e aterro não ultrapassasse 18 metros. Após, os valores das inclinações i₁ e i₂ foram encontradas da seguinte forma: 𝑖 1 =− 6% 𝑖 2 =+ 6% 𝐿 = 𝑔 × 𝑘 → 𝑔 = 𝑖 1 − 𝑖 2 𝑔 = (− 6) − 6 𝑔 = 12% 𝑜𝑢 0, 12 O valor do coeficiente k equivale ao comprimento da curva no plano horizontal, em metros, para cada 1% de variação na declividade longitudinal. Ele é estabelecido pelo DAER, e nesse caso (rodovia classe I, região montanhosa e curva côncava) o valor mínimo é 15 e o desejável 17, conforme a figura 9 ilustra. Sendo assim, o valor adotado para k foi 15. Então: 𝐿 = 12 × 15 𝐿 = 180𝑚 Cálculo da flecha da parábola (f). Dada a fórmula para o cálculo da flecha da parábola: Então: 𝑓 = 0,122·180 · 𝑥 2 𝑓 = 3, 33 × 10−4 · 𝑥2 Cálculo da flecha máxima (F). Dada a fórmula para o cálculo da flecha máxima: 𝐹 = (𝑔·𝐿)8 Então: 𝐹 = (0,12·180)8 𝐹 = 2, 7𝑚 Sabendo que a rampa máxima é de 6% em relação ao terreno natural, teremos uma altura e uma distância associadas ao greide projetado, assim(𝐻 1 = 14, 40) (𝑑 1 = 245, 15) esboçado abaixo: Fonte: autoria própria Deste modo, encontrou-se a partir da distância , o valor da estaca PIV e sua𝑑 1 respectiva cota. 𝐸(𝑃𝐼𝑉) = 12 𝐶𝑜𝑡𝑎 (𝑃𝐼𝑉) = 760𝑚 Cálculo das estacas da curva vertical. Dada as fórmulas para o cálculo das estacas PCV E PTV: Então: 𝐸(𝑃𝐶𝑉) = (12) − ( 1802 ) 𝐸(𝑃𝐶𝑉) = 240 − 90 𝐸(𝑃𝐶𝑉) = 150𝑚 = 7 + 10 𝑚 𝐸(𝑃𝑇𝑉) = (12) + ( 1802 ) 𝐸(𝑃𝑇𝑉) = 240 +90 𝐸(𝑃𝑇𝑉) = 330 𝑚 = 16 + 10 𝑚 Cálculo das cotas das estacas. Dada as fórmulas para o cálculo das cotas das estacas PCV e PTV: 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝐶𝑉) = 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝐼𝑉) − 𝑖 1 · 𝐿2 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝑇𝑉) = 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝐼𝑉) + 𝑖 2 · 𝐿2 Então: 𝐶𝑜𝑡𝑎 (𝑃𝐶𝑉) = 760 − (− 6%) · 1802( )⎡⎣ ⎤⎦ 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝐶𝑉) = 760 + 5, 4 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝐶𝑉) = 765, 4𝑚 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝑇𝑉) = 760 + 6% · 1802( )⎡⎣ ⎤⎦ 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝑇𝑉) = 760 + 5, 4 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃𝑇𝑉) = 765, 4𝑚 Figura 12 - Detalhamento da curva vertical 1. Fonte: autoria própria. Tabela das cotas do greide reto e do greide da parábola Encontrados os valores da diferença algébrica das rampas, do comprimento da curva e a flecha da parábola, calculou-se então para cada estaca da curva vertical, a distância horizontal do ponto de cálculo da flecha ao PCV (x), a cota do greide reto, a flecha da parábola (f) e a cota do greide da parábola, conforme especificado na tabela a seguir. . Como já calculado𝐶𝑂𝑇𝐴 𝐺𝑅𝐸𝐼𝐷𝐸 𝑃𝐴𝑅Á𝐵𝑂𝐿𝐴 = 𝐶𝑂𝑇𝐴 𝐺𝑅𝐸𝐼𝐷𝐸 𝑅𝐸𝑇𝑂 + 𝑓 anteriormente: 𝑓 = 3, 33 × 10−4 · 𝑥2 Tabela 2 - cotas dos greides Estaca Rampa(%) Cota Greide reto(m) x f Cota greide projeto PCV 7+10m -6% 765,40 0 0 765,4 8 -6% 764,80 10 0,0333 764,8333 9 -6% 763,60 30 0,2997 764,8997 10 -6% 762,40 50 0,8325 763,2325 11 -6% 761,20 70 1,6317 762,8317 PIV 12 760 90 2,6973 762,6973 13 +6% 761,20 70 1,6317 762,8317 14 +6% 762,40 50 0,8325 763,2325 15 +6% 763,60 30 0,2997 764,8997 16 +6% 764,80 10 0,0333 764,8333 PTV 16+10m +6% 765,40 0 0 765,4 Fonte: Autoria própria (novembro de 2022) 4. PROJETO DE TERRAPLENAGEM O projeto de terraplenagem é uma importante etapa do projeto de uma rodovia, pois com ele, pode-se conferir os volumes de corte e de aterro que serão necessários para a execução da obra. Além disso, o custo de execução dessa etapa, na maioria das vezes, é significativo em relação ao custo total da mesma. 4.1. Cálculo de volumes de corte e aterro As áreas das seções transversais foram obtidas através do desenho de cortes transversais da rodovia, sendo que, os taludes foram definidos em corte (inclinação 1:1 (V:H)) e em aterro (inclinação 1:1,5 (V:H)). Cada seção irá gerar uma área de aterro, corte ou seção mista. Estabeleceu-se um trecho de no mínimo 400 metros para o cálculo de terraplenagem, contando 200 metros para cada lado do ponto de passagem (PP), que é o ponto de interseção do greide do terreno natural com o greide reto. O ponto de passagem (PP) escolhido para o cálculo foi E(PP) = 11 + 11,77 m. Foram calculadas as áreas das seções transversais de onze estacas anteriores e onze posteriores à PP, ou seja, da estaca 1 à 22 , fechando um trecho de 420 metros. Abaixo, segue a tabela com as estacas e seus respectivos volumes, de corte e/ou de aterro e em anexo, os desenhos das seções transversais de terraplenagem (corte, mista e aterro). Tabela 3 - Cálculo de volume de corte Estacas Áreas(m²) Soma das Áreas (m²) Semi- Distância (m) Volume(m³) Volume acumulado Corte Aterro Ater. Corr. Corte Aterro Corte Aterro 1 226,74 - - - - - - 2 184,84 411,58 10 4115,8 0 3 107,04 291,88 10 2918,8 7034,6 4 73,872 180,912 10 1809,12 8843,72 5 18,43 92,302 10 923,02 9766,74 6 66,46 86,398 18,43 10 184,3 3449,42 6501,62 7 198,88 258,544 344,942 10 0 5823,09 678,53 8 249,05 323,765 582,309 10 0 7012,2 -6333,67 9 290,35 377,455 701,22 10 0 5446,09 -11779,76 10 128,58 167,154 544,609 10 0 2549,17 -14328,93 11 3,8 67,51 87,763 3,8 254,917 10 38 342,2757 -14633,2057 11+ 7,8 m 0 0 0 3,8 87,763 3,9 38 148,6875 -14743,8932 12 12,71 18,75 24,375 12,71 24,375 6,1 127,1 414,05 -15030,8432 13 9,21 13,1 17,03 21,92 41,405 10 219,2 358,8 -15170,4432 14 19,3 14,5 18,85 28,51 35,88 10 285,1 793 -15678,3432 15 6,5 46,5 60,45 25,8 79,3 10 258 646,1 -16066,4432 16 1,63 3,2 4,16 8,13 64,61 10 81,3 0 -15985,1432 17 31,81 33,44 10 334,4 0 -15650,7432 18 105,74 137,55 10 1375,5 0 -14275,2432 19 243,35 349,09 10 3490,9 0 -10784,3432 20 276,17 519,52 10 5195,2 0 -5589,1432 21 346,54 622,71 10 6227,1 0 637,9568 22 353,16 699,7 10 6997 0 7634,9568 Fonte: Autoria própria. (novembro, 2022) Para o aterro corrigido, foi multiplicado o valor do fator de homogeneização, que estimou-se como sendo Fh = 1,3. Assim, utilizou-se o valor do aterro corrigido para o cálculo do volume acumulado. 4.2. Diagrama de Massas O diagrama de massas, ou diagrama de Bruckner, representa a distribuição dos materiais escavados, identificando sua origem, destino e distâncias médias de transporte. Ele corresponde ao volume em relação às estacas, sendo o volume ascendente de corte e o volume descendente, de aterro. Figura 13 - Diagrama de Bruckner Fonte: Autoria própria (novembro, 2022). A linha de compensação foi traçada da estaca 1 até a 21 , tendo duas DMTs de compensação de corte e aterro, a primeira da estaca 1+15m até a estaca 5+10m , e a segunda da estaca 7+9m até a 19+9m, resultando em uma DMT1 de 75 m, uma DMT2 de 238 m e em uma DMT total de 176,37 metros. Conforme calculado e observado no diagrama de Brückner, o volume de corte foi maior do que de aterro para esse trecho da rodovia na estaca 21 à estaca 22, havendo assim um volume de bota-fora de terra de 7634 ,9568 m³. Sendo que este volume está relacionado apenas com os 420m desta seção, pode ser que no restante da rodovia tenha algum aterro que compense este corte. A DMT para o bota-fora foi estimada como 600 metros. 5. ORÇAMENTO BÁSICO O orçamento dos serviços de terraplanagem, levantados a partir dos volumes destacados anteriormente, baseiam-se na tabela de preços oficial do DAER/RS (desonerado) de maio de 2019. O solo é de 1ª categoria, deste modo o orçamento será feito para movimentação deste tipo de solo. Figura 14 - Referencial de preços Fonte: DAER (2019) Figura 15 - Referencial de preços Fonte: DAER (2019) Tabela 4 - Orçamento Orçamento Serviço Preço (R$/ m³) DMT (m) Volume (m³) Valor (R$) Esc. Carga e Transp. Material 1ª Cat. c/ Escavadeira 50<DMT<=200 mcs 7,93 75 9766,74 77450,2482 Compactação Aterros 95% P.N. 3,2 - 9766,74 31253,568 Esc. Carga e Transp. Material 1ª Cat. c/ Escavadeira 200<DMT<=400 mcs 8,44 238 16066,443 2 135600,7806 Compactação Aterros 95% P.N. 3,2 - 16066,443 2 51412,61824 Esc. Carga e Transp. Material 1ª Cat. c/ Escavadeira 400<DMT<=600 mcs 9,7 600 7634,9568 74059,08096 Valor total de serviços de terraplenagem para o trecho = 369776,296 Fonte: autoria própria (novembro, 2022). Dessa forma, como o trecho calculado tem 420 metros, resultou em um total de R$ 880,42 por metro executado. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho possibilitou uma maior compreensão acerca dos assuntos abordados em aula, além de permitir que o grupo tivesse conhecimento de um projeto rodoviário real. Ademais, para um bom projeto é preciso analisar a topografia, atentando-se às normas e também à questão econômica, analisando o conforto e segurança dos usuários. Percebeu-se o quão complexo é projetar uma rodovia, bem como calcular seu custo, de modo a ter a situação mais econômica e segura possível. 7. REFERÊNCIAS DAER. Preços unitários dos serviços de obras, Maio/2019. Disponível em: https://www.daer.rs.gov.br/referencial-de-obra . Acesso em: 20.11.2022 FILHO, G. P. Estradas de Rodagem: projeto geométrico. São Carlos: G. Pontes Filho, 1998. 432p. RIO GRANDE DO SUL. Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem – DAER. Projeto Geométrico de Rodovias. Porto Alegre, 1991. 8. ANEXOS: DESENHOS https://www.daer.rs.gov.br/referencial-de-obra