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9ª ano/ religião aula 1 Morrer bem E o final da vida? Uma pessoa em estado de saúde muito grave ou com uma doença incurável pode optar pela morte? Médicos ou enfermeiros não devem realizar procedimentos para mantê-la viva quando já não tem muito o que fazer por ela? Isso está muito em voga hoje em dia, porque se discute eutanásia e distanásia. Mas, o que é eutanásia? Imaginem uma pessoa sofrendo por uma doença incurável ou em estado terminal escolha morrer de forma rápida e sem dor. Eutanásia é esse processo de escolha. Só que esse procedimento não é permitido em qualquer país. Por exemplo, na Holanda e na Bélgica, nos casos para pacientes terminais ou portadores de doenças incuráveis que acarretam em sofrimento físico e emocional para o paciente e seus familiares, isso pode. Já no Brasil é ilegal esse tipo de prática. E o que é distanásia? Distanásia é prolongar a vida através de tratamento. É o ato de prolongar o dia da morte de uma pessoa, prolongando, com isto, a dor e o sofrimento. Sobre isto, veremos a posição do médico Dálio Kippen: “Nós temos dois extremos, hoje em dia, em relação ao final da vida. Um deles é o que nós infelizmente fazemos em nossa UTIs. Nós não deixamos o paciente morrer de jeito nenhum. Muitas vezes a morte é bem- vinda, ela é esperada, mas usa-se toda a tecnologia, todos os recursos disponíveis, fazendo o paciente sofrer e gastando dinheiro desnecessariamente, ocupando leitos. Em outro extremo são aqueles são aqueles que defendem a eutanásia, que dizem assim: “se o paciente quiser que a vida dele seja terminada, se ele está sofrendo muito, que seja atendido”. O primeiro extremo chamamos distanásia, as pessoas consideram que a vida é sagrada, que a gente não pode nunca fazer alguma intervenção para interromper esta vida. E o outro extremo é a eutanásia, que considera que a vida só tem valor quando tem uma certa qualidade. Se o paciente está sofrendo, se sua vida não é boa, ele tem o direito de acabar com ela. No Brasil, a eutanásia é proibida. Os médicos, de um modo geral, não a aceitam, sob nenhuma circunstância. O ideal seria se encontrássemos um meio termo, o que nós médicos chamamos de ortotanásia. Quer dizer: a morte no momento certo. No final de 2006, o Conselho Federal de Medicina, através de uma resolução, permitiu que os médicos retirem os suportes que mantém os órgãos e sistemas funcionando, quando se considera que o paciente tem uma doença grave e incurável. Vale ressaltar que muitas pessoas dizem que a Igreja Católica é radicalmente contra algum tipo de limitação de suporte de vida. Eu gostaria de ressaltar que desde o papa Pio XII, a Igreja Católica já aceita que os médicos não possam fazer tudo o que é possível para manter o paciente vivo. O papa João Paulo II várias vezes também colocou isso e é muito importante ressaltar que ele mesmo decidiu, num determinado momento, que não queria mais voltar para o hospital, nem receber mais suporte de vida, para que o deixassem morrer em paz. Então essas são as posições, digamos assim, da Ciência, da Bioética e da própria Igreja Católica que defende este ponto de vista: que a vida começa na fecundação e que gente não precisa no final da vida usar todos os recursos disponíveis, fazendo o paciente sofrer inutilmente.”
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