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BOTÂNICA FANEROGÂMICA AULA 3

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25/02/2023, 21:05 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/22
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA FANEROGÂMICA
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25/02/2023, 21:05 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/22
Profª Dayane May
CONVERSA INICIAL
Estudos de anatomia e histologia vegetal levam a conhecimentos importantes para melhor
compreensão e entendimento dos grupos taxonômicos, da evolução dos mesmos e da
funcionalidade dos diferentes tecidos vegetais. Ademais, eles são importantes para identificação de
caracteres ecológicos e adaptativos, pois refletem as pressões ambientais geradas por fatores
bióticos e abióticos às quais as espécies estão submetidas.
Apesar de sua aparente diversidade, o corpo de todas as plantas com sementes apresenta o
mesmo plano básico: os tecidos primários estarão presentes na raiz, no caule e nas folhas
desempenhando as funções de revestimento, preenchimento e condução.
Nesta etapa, estudaremos os principais pontos referentes à anatomia e histologia das
fanerógamas.
Objetivos:
Identificar a composição da célula vegetal, com ênfase na parede celular, plastos e vacúolo
celular e como unidade funcional e de crescimento;
Conhecer o desenvolvimento inicial das plantas, as células meristemáticas e sua importância no
crescimento e desenvolvimento vegetal;
Reconhecer os diversos tipos de tecidos de revestimento e suas funções;
Entender a importância dos tecidos fundamentais na constituição do organismo vegetal;
Validar a importância dos tecidos de condução para o pleno funcionamento dos vegetais.
TEMA 1 – CÉLULA VEGETAL COMO UNIDADE BÁSICA E DE
CRESCIMENTO DO VEGETAL
25/02/2023, 21:05 UNINTER
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A célula vegetal consiste em parede celular ou membrana celulósica mais ou menos rígida e um
protoplasto. Protoplasma, protoplasto ou citoplasma fundamental é um coloide gelatinoso que
contém no seu interior o núcleo e as organelas citoplasmáticas (Evert, 2013). É diferenciada da célula
animal principalmente pela presença de parede celular e plastos ou plastídios, conforme apresenta a
Figura 1.
Figura 1 – Estrutura da célula vegetal e suas diferenças em relação à célula animal
Créditos: Ldarin/Shutterstock.
1.1 PAREDE CELULAR
A parede celular ou membrana celulósica é exclusiva das células vegetais e visível ao microscópio
óptico. Ela consiste em uma parede que envolve o protoplasto, dando-lhe proteção e sustentação,
podendo variar em espessura de acordo com a idade da célula e com sua função na planta (Reece et
al., 2015). Apresenta várias características importantes: é resistente à tensão e à decomposição por
ação de organismos vivos; é permeável, ou seja, substâncias podem atravessar, entrar ou sair da
célula; pode ser morta, com os materiais componentes da parede celular inertes; é dotada de certa
elasticidade. Além disso, atua na resistência às pressões de turgescência e participa da adesão celular,
da sinalização célula a célula, da interação com o ambiente e em processos de diferenciação e
desenvolvimento celular (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). A ampla diversidade das formas dos órgãos
vegetais, de tecidos, bem como o desenvolvimento das plantas, está relacionada às propriedades da
parede celular (Reece et al., 2015).
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A parede celular é composta de três camadas: lamela média (faz a união entre as células), parede
primária e secundária. É formada externamente à membrana plasmática. As primeiras camadas
formam a parede primária e as demais camadas desenvolvidas durante o desenvolvimento celular
formam a parede secundária. Estando localizada internamente à parede primária, pode apresentar
até três camadas: S1, S2 e S3, as quais se diferem pela organização estrutural das microfibrilas de
celulose e hemicelulose. As paredes primárias contêm campos primários de pontoação e
plasmodesmas, enquanto as paredes secundárias apresentam pontoações de dois tipos: simples ou
areoladas. As pontoações são comuns nas gimnospermas (Raven; Evert; Eichhorn, 2016; Evert, 2013).
A Figura 2 ilustra a estrutura da parede celular.
Figura 2 – Parede celular
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Fonte: elaborado com base em Raven; Evert; Eichhorn, 2016.
Crédito: Ramos, [S.d.]; Excellent Dream/Shutterstock.
O principal componente da parede celular é a celulose. Os polímeros de celulose agrupados
formam as microfibrilas. Essas moléculas entrelaçadas conferem resistência à parede celular. Outras
moléculas estão presentes na estrutura: hemicelulose, pectinas (polissacarídeos) e proteínas
estruturais (glicoproteínas) (Evert, 2013). A Figura 3 apresenta esquematiza a estrutura e composição
da parede celular primária.
Figura 3 – Estrutura da parede celular primária
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Crédito: Vectormine/Shutterstock.
A lignina é outro constituinte da parede celular, que, quando depositada, fornece rigidez e
resistência à compressão, permitindo a sustentação. Ademais, impermeabiliza a parede celular, o que
facilita o transporte de água nas células condutoras do xilema. Acredita-se que o processo de
lignificação (deposição de lignina) teve um papel primordial na evolução das plantas terrestres.
Dependendo da função que a célula vai exercer na planta, a parede celular pode sofrer
modificações em consequência da deposição de várias substâncias como suberina, cutina, sílica e
ceras (Reece et al., 2015). A cutina e suberina são lipídeos (gorduras) impermeáveis à água, as quais
são frequentes principalmente quando a planta necessita proteger as paredes celulares contra a
perda de água. A cutina forma a película que reveste as folhas e frutos e a suberina aparece no tecido
chamado súber (cortiça) (Raven; Evert; Eichhorn, 2016).
1.2 PLASTOS OU PLASTÍDEOS
São organelas exclusivas de células vegetais, capazes de realizar várias funções. Os plastídios
pigmentados (cromoplastos) são classificados de acordo com o pigmento predominante. Por
exemplo, cloroplasto (clorofila) e xantoplasto (xantofila). Os plastídios não pigmentados são
denominados leucoplastos e estão normalmente associados à função de reserva. São eles:
amiloplastos (amido), elaioplastos (óleos ou gorduras) e proteinoplastos (proteínas) (Raven; Evert;
Eichhorn, 2016).
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Os plastídios têm origem nos proplastídios (precursor) presentes nas células meristemáticas.
Após diferenciados, alguns plastídios podem se transformar em outro (Figura 4). Os cloroplastos são
dotados de clorofila e relacionados com a função de fotossíntese, mas só se desenvolvem na
presença de luz. Caso isso não ocorra, os pigmentos não se tornam ativos, sendo chamados de
etioplastos, ocorrentes em plantas que se desenvolvem no escuro (Evert, 2013).
Figura 4 – Diferentes tipos de plastos
Crédito: Sakurra/Shutterstock.
1.3 VACÚOLO
São grandes cavidades encontradas no interior das células vegetais e separadas do protoplasto
por uma membrana lipoprotéica denominada tonoplasto. O interior do vacúolo é preenchido pelo
suco vacuolar ou suco celular (solução de várias substâncias).
As substâncias ergásticas são os componentes não protoplasmáticos que incluem os materiais
de reserva e outros produtos do metabolismo vegetal, dentre os quais podemos citar: amido,
lipídeos, proteínas, taninos, cristais de oxalato de cálcio, carbonato de cálcio, entre outros (Raven;
Evert; Eichhorn, 2016). As formas mais comuns dos cristais de oxalato de cálcio são monocristais
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prismáticos (prismas), ráfides (cristais em forma de agulha) e drusas (agregados esféricos) (Evert,
2013). A Figura 5 representa algumas formas desses cristais.
Figura 5 – Representação de cristais de oxalato de cálcio presentes nos vacúolos, oriundos dometabolismo secundário das plantas
Créditos: Morphart Creation/Shutterstock.
1.4 OUTROS COMPONENTES DA CÉLULA VEGETAL
Mitocôndrias: corpúsculos que realizam a respiração, processo que libera energia dentro da
célula;
Retículo endoplasmático: representa um conjunto de canalículos delimitados por membranas,
que permitem uma rápida circulação de nutrientes no interior da célula;
Dictiossomos: representam o complexo de Golgi difuso de uma célula vegetal; têm função de
secretar várias substâncias, entre os quais os materiais que formam a parede celular;
Ribossomos: corpúsculos relacionados com a síntese de proteínas;
Peroxissomos: atuam na reserva de lipídeos e no metabolismo do carbono;
Núcleo: As células vegetais contêm, normalmente, apenas um núcleo, mas podem existir
estruturas polinucleadas (cenocíticas). O núcleo está separado do citoplasma pelo envoltório
nuclear. Internamente à membrana, encontra-se a matriz conhecida por matriz nuclear ou
nucleoplasma, dentro do qual encontramos os cromossomos e o nucléolo. Os cromossomos
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são filamentos que contêm o material genético (DNA). O nucléolo é um corpúsculo rico em
RNA.
TEMA 2 – EMBRIOGÊNESE E TECIDOS MERISTEMÁTICOS
Para compreensão da estrutura e desenvolvimento do corpo vegetal, estudaremos a formação
do embrião ou embriogênese, início do desenvolvimento da planta, bem como a atividade dos
meristemas, regiões com células embrionárias com potencial para se dividir após a embriogênese ter
terminado.
2.1 EMBRIOGÊNESE
A formação do embrião ou embriogênese é acompanhada pelo desenvolvimento da semente.
Começa com a divisão do zigoto no interior do saco embrionário do óvulo, estabelecendo a
polaridade apical-basal, ainda de forma assimétrica e transversal. O polo superior (calazal) dará
origem a maior parte do embrião maduro. O polo inferior (micropilar) produzirá o suspensor, uma
estrutura que ancora o embrião junto à micrópila (abertura do óvulo). A começar desse ponto,
ocorrem divisões celulares progressivas até formar o embrião esférico (estágio globular) (Raven;
Evert; Eichhorn, 2016).
Inicialmente, as células do embrião em estágio globular são indiferenciadas. O primeiro tecido a
ser formado é a protoderme, que dará origem à epiderme, por divisões periclinais, ou seja, paralelas
à superfície. Posteriormente, as divisões anticlinais (verticais) no interior do embrião resultam na
separação de meristema fundamental precursor do tecido fundamental, que circunda o procâmbio,
que dará origem ao tecido vascular. Protoderme, meristema fundamental e procâmbio são os tecidos
meristemáticos primários (Evert, 2013; Taiz et al., 2017).
As primeiras folhas da planta são os cotilédones. Nas eudicotiledôneas, desenvolvem-se dois
cotilédones; então, o embrião globular adquire a forma bilobada ou cordiforme. Nas
monocotiledôneas, o embrião globular se torna cilíndrico. O eixo do embrião, no padrão apical-basal,
fica evidenciado com as subdivisões em: meristema apical do sistema caulinar, cotilédone, hipocótilo,
raiz embrionária e seu meristema apical (Raven; Evert; Eichhorn, 2016; Taiz et al., 2017).
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A próxima etapa consiste no alongamento do eixo do embrião e do(s) cotilédone(s) (estágio de
torpedo), com extensão dos meristemas primários. As divisões celulares ocorrem por todo o
esporófito jovem até a formação de um embrião maduro, o qual contém um sistema caulinar
embrionário com um eixo acima dos cotilédones (epicótilo) com uma ou mais folhas e um meristema
apical; e um eixo caulinar abaixo dos cotilédones (hipocótilo), estando presente uma raiz embrionária
ou radícula (Evert, 2013). Os estágios sucessivos da embriogênese estão representados na Figura 6.
Figura 6 – Padrão de formação de uma plântula durante a embriogênese – Representação
esquemática da embriogênese.
Crédito: Ramos, [S.d.].
2.2 TECIDOS MERISTEMÁTICOS
Numa planta em crescimento, a capacidade de divisão e de produção de novas células está
limitada a regiões denominadas meristemáticas. Os meristemas apresentam características citológicas
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típicas como: células com paredes delgadas, citoplasma denso, núcleo grande e poucos vacúolos
(Evert, 2013).
Os meristemas podem ser apicais (ápice de caule e raiz) responsáveis pelo crescimento
longitudinal; intercalares (na base dos entrenós de gramíneas) promovem o crescimento longitudinal
do entrenó e os laterais (paralelos a circunferência do órgão) responsáveis pelo crescimento em
espessura, conforme apresenta a Figura 7.
Figura 7 – Diferentes meristemas na estrutura da planta (meristemas apicais, laterais e intercalares)
Créditos: Vectormine/Shutterstock.
Os meristemas oriundos de células pró-meristemáticas são denominados primários e os que se
originam de células já diferenciadas são denominados secundários.
Na região apical, encontra-se o promeristema ou meristema apical com suas iniciais e derivadas.
Próximo ao promeristema, situa-se uma zona meristemática parcialmente diferenciada, composta de
três meristemas primários: a protoderme, o meristema fundamental e o procâmbio. O meristema
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apical do caule se mostra mais complexo do que o da raiz, por estar envolvido na formação de
primórdios foliares (Evert, 2013). A Figura 8 mostra os meristemas apicais de caule e raiz.
Na formação de órgãos vegetativos (caule, folha e raiz) e reprodutivos (flor, fruto e semente), a
protoderme irá originar a epiderme; do meristema fundamental, podem ser originados o
parênquima, colênquima e esclerênquima; e, do procâmbio, são originados xilema e floema
primários. O primórdio foliar formará uma folha; o traço foliar se constitui de células de procâmbio e
originará xilema e floema primários nas folhas; a gema axilar originará um ramo.
Na formação da raiz, o caliptrogênio é responsável pela formação (renovação) da coifa, que tem
a função de reduzir o atrito do solo e proteger a região meristemática (Evert, 2013).
Figura 8 – Meristemas apicais (primários): ápice de caule, com evidência dos primórdios floliares e
ápice de raiz, com destaque da coifa
Créditos: Jubal Harshaw/Shutterstock; Choksawatdikorn/Shutterstock.
Os meristemas secundários são câmbio vascular e felogênio. O câmbio vascular forma, para o
lado externo, floema secundário e, para o lado interno, xilema secundário. Esse meristema é
responsável pelo crescimento em diâmetro (engrossamento) de caules e raízes que apresentam
crescimento secundário. O felogênio forma súber para o lado externo e feloderme para o lado
interno. O conjunto de súber, felogênio e feloderme gera a periderme (tecido de proteção ou
revestimento secundário) (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). A Figura 9 apresenta o panorama dos
crescimentos primário e secundário.
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Figura 9 – Panorama dos crescimentos primário e secundário
Crédito: Jefferson Schnaider.
TEMA 3 – TECIDOS DE REVESTIMENTOS
A epiderme constitui o sistema dérmico (de revestimento) do corpo da planta. Origina-se da
protoderme e reveste todo o corpo primário dos vegetais. Suas células variam em forma e tamanho.
Todavia, estão sempre reunidas formando uma camada compacta, desprovida de espaços
intercelulares. Entre as funções, estão: proteção contra a herbivoria, diminuição da transpiração,
secreção de substâncias e trocas gasosas (Reece et al., 2015).
As células epidérmicas são vivas, vacuoladas e normalmente desprovidas de cloroplastos (exceto
algumas plantas ombrófilas ou aquáticas e células estomáticas ou células-guarda). As células
epidérmicas em secção transversal aparecem geralmente com aspecto tabular: a parede tem
espessura variável e apresenta impregnação de cutina na parede periclinal externa (Raven; Evert;Eichhorn, 2016).
Pode-se distinguir na epiderme vários tipos de células: células epidérmicas propriamente ditas,
células estomáticas, tricomas (Figura 10), idioblastos, células buliformes, células suberificadas e
silicificadas (Evert, 2013).
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Diferentes tipos de apêndices denominados tricomas podem ocorrer: tricomas uni ou
pluricelulares, simples, ramificados, glandulares ou não-glandulares, papilas e escamas (Raven; Evert;
Eichhorn, 2016).
A periderme reveste caules e raízes maduros, substitui a epiderme e tem função de proteção. É a
união do felogênio, feloderme e o súber (casca).
Figura 10 – Células epidérmicas propriamente ditas; células estomáticas e tricomas
Créditos: Kallayanee Naloka/ Shutterstock; Gleti/Shutterstock.
TEMA 4 – TECIDOS FUNDAMENTAIS
O sistema fundamental consiste em três tipos de tecidos – o parênquima, o colênquima e o
esclerênquima e são responsáveis pelo preenchimento e sustentação do corpo da planta.
4.1 PARÊNQUIMA
O parênquima é o tecido mais abundante de todos os órgãos vegetais adultos, sendo
constituído por células vivas, fisiologicamente ativas, originadas do meristema fundamental. As
células parenquimáticas variam em forma, tamanho e conteúdo celular (Raven; Evert; Eichhorn, 2016).
Podemos diferenciar os seguintes tipos de parênquimas: parênquima clorofiliano paliçádico,
esponjoso ou lacunoso (e plicado em algumas gimnospermas), parênquima de reserva (aquífero,
amilífero e aerífero) e parênquima fundamental (Evert, 2013).
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O parênquima clorofiliano ocorre nos órgãos aéreos dos vegetais, principalmente, nas folhas.
Suas células apresentam paredes primárias delgadas, numerosos cloroplastos e são intensamente
vacuoladas. O tecido está envolvido com a fotossíntese, convertendo energia luminosa em energia
química, armazenando-a sob a forma de carboidratos. Quando heterogêneo, podem ser observadas
camadas distintas: parênquima clorofiliano paliçádico e parênquima clorofiliano lacunoso. No
primeiro, as células são cilíndricas, dispostas perpendicularmente à epiderme, com função de
fotossíntese e evitar a perda excessiva de água; no segundo, o parênquima clorofiliano lacunoso, as
células são de formato irregular se dispõem de maneira a deixar numerosos espaços intercelulares
(lacunas) e tem função de fotossíntese e absorção de água. Quando homogêneo, o parênquima
clorofiliano possui a função de fotossíntese (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). A Figura 11 mostra o
parênquima clorofiliano em corte transversal.
Figura 11 – Parênquima clorofiliano (folha)
Crédito: Oliveira, [S.d.].
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O parênquima aerífero ou aerênquima é um tecido cujas células apresentam grandes espaços
intercelulares, facilitando a circulação de gases, fazendo com que principalmente os vegetais
aquáticos flutuem. São comuns em plantas de solo encharcado ou ambiente aquático. Os espaços
intercelulares são excepcionalmente bem desenvolvidos, para ter reserva de oxigênio para respiração
e flutuação. O parênquima fundamental é um tecido constituído por células relativamente grandes,
com um notável vacúolo, envolvido por uma fina camada de citoplasma. O parênquima aquífero tem
a função de armazenamento de água, com característica de poucos ou nenhum cloroplasto, típico de
plantas suculentas. O parênquima amilífero ocorre nos tecidos vegetais contendo células com plastos
responsáveis por armazenar substâncias de reserva (amido, neste caso) (Evert, 2013). A Figura 12
remete às características dos diferentes parênquimas.
Figura 12 – Diferentes parênquimas: fundamental (preenchimento), aerífero (flutuação), aquífero
(armazenamento de água) e amilífero (reserva)
Crédito: Pecker/Shutterstock; Natalya Yudina/Shutterstock; D. Kucharski K. Kucharska/Shutterstock.
4.2 COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA
O colênquima e o esclerênquima são oriundos do meristema fundamental. O colênquima consta
de células vivas, frequentemente alongadas, com cloroplastos, paredes primárias espessadas com
aspecto brilhante. O esclerênquima consta de células com paredes secundárias espessadas,
frequentemente lignificadas, com pontoações simples e, na maioria dos casos, sem protoplasto ativo
na maturidade (Raven; Evert; Eichhorn, 2016).
O colênquima sustenta órgãos em crescimento ou órgãos maduros de plantas herbáceas.
Normalmente, situa-se próximo à epiderme em caules, folhas e raízes aéreas. De acordo com o tipo
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de espessamento da parede, podemos distinguir os seguintes tipos de colênquima: angular, lacunar e
lamelar (Evert, 2013).
O esclerênquima consta de dois tipos de células: esclereídes e fibras. Os esclereídes são
usualmente definidos como elementos curtos e as fibras como elementos longos com extremidades
afiladas. As fibras podem ser classificadas quanto à localização, como xilemáticas e extraxilemáticas.
Os esclereídes ocorrem em camadas, grupos ou isoladamente e são classificados de acordo com sua
forma: braquiesclereídes, macroesclereídes, osteoesclereídes, tricoesclereídes e astroesclereides
(Evert, 2013). A Figura 13 apresenta o colênquima, com depósito de celulose na parede celular e
fibras esclerenquimáticas, com lignina na constituição do tecido.
Figura 13 – Colênquima e fibras do esclerênquima em corte transversal. Na primeira foto, fica
evidente o espessamento da parede celular pela celulose, enquanto, na segunda, o espessamento da
parede celular secundária é feito com a lignina
Crédito: Rattiya Thongdumhyu/Shutterstock; Pissamai Boonkane/Shutterstock.
TEMA 5 – TECIDOS DE CONDUÇÃO
O xilema e o floema geralmente estão associados formando um sistema vascular contínuo que
percorre a planta inteira, incluindo todas as ramificações.
O xilema realiza a condução de água e sais minerais, além de atuar na sustentação e
armazenamento de substâncias alimentares. O tecido floemático é responsável por transportar as
substâncias orgânicas nas plantas vasculares, como açúcares, aminoácidos, lipídios, micronutrientes,
hormônios, proteínas e RNA (Raven; Evert; Eichhorn, 2016).
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Os tecidos vasculares se dividem em primário (oriundo do procâmbio) e o secundário (oriundo
do câmbio vascular). O tecido secundário tem maior desenvolvimento nas partes axiais da planta
(caule e raiz). Tanto o xilema como o floema apresentam diferentes tipos de células, que estão
presentes tanto no sistema primário como no secundário, sendo o secundário organizado no sistema
axial e radial (Judd et al., 2009).
O xilema é composto de elementos traqueais de dois tipos: traqueídes, encontrados na maioria
das gimnospermas, e elementos de vaso, encontrados em angiospermas. Ambos são células
alongadas, com parede secundária e não apresentam protoplasto na maturidade, sendo células ocas.
A comunicação entre as células ocorre por meio das pontoações (traqueídes – gimnospermas) e
perfurações (elementos de vaso – angiospermas) (Judd et al., 2009), conforme mostra a Figura 14.
Figura 14 – Feixe vascular do caule de uma angiosperma e elementos traqueais (elementos de vasos
– angiospermas; traqueídes – gimnospermas)
Crédito: Dahlke, [S.d.].
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Os elementos do xilema podem combinar a função de condução com a de sustentação, pois, no
cerne (xilema central e inativo), têm a função de sustentação e no alburno (xilema periférico e ativo)
têm como principal função a condução; porém, secundariamente, fazem a sustentação também
(Evert, 2013).
O xilema secundário, também chamado de lenho, possui atividade cambial muito intensa
durante a primavera e o verão, diminuindo progressivamente no outono até cessar por completo no
inverno; é chamado de lenho estivale primaveril. No fim do verão, quando está encerrando mais um
ciclo de atividade, o câmbio produz vasos lenhosos de paredes grossas e lúmen estreito, que
constituem o lenho estival. Na primavera, ao retomar o seu funcionamento depois do repouso
invernal, o câmbio produz vasos lenhosos de paredes delgadas e lúmen grande, que constituem o
lenho primaveril (Raven; Evert; Eichhorn, 2016).
O floema apresenta elementos crivados: células crivadas (maioria das gimnospermas) e
elementos de tubo crivados com células companheiras (em angiospermas), células de esclerênquima
(fibras e sclereides) e células parenquimáticas (Reece et al., 2015), conforme a Figura 15.
Figura 15 – Células estruturais do tecido floemático
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Créditos: Dahlke, [S.d.]. Fonte: Reece et al., 2015.
NA PRÁTICA
Faça a leitura do capítulo 22 – Desenvolvimento Inicial do Corpo da planta, da obra “Biologia
vegetal”, entre as páginas 526 a 557.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016. 856 p.
Após a leitura, construa um quadro comparativo com as características que distinguem o sistema
dérmico, sistema fundamental e sistema vascular, considerando os tipos de tecidos, tipos de células,
características, localização e função.
FINALIZANDO
25/02/2023, 21:05 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/22
As células vegetais são as unidades básicas e são constituídas pelo protoplasto (membrana,
citoplasma com organelas e núcleo) e a parede celular, característica que difere da célula
animal, junto com a presença de plastos ou plastídios;
A embriogênese estabelece o plano do corpo da planta com polaridade apical-basal. Com as
divisões celulares, o embrião se desenvolve até adquirir uma estrutura globular. Surgem os
meristemas primários, protoderme, meristema fundamental e procâmbio, precursores dos
tecidos de revestimento, preenchimento, sustentação e condução, respectivamente, os quais
farão parte do crescimento e desenvolvimento da planta;
A epiderme reveste o corpo da planta, conferindo proteção mecânica, redução da perda de
água e aeração dos tecidos internos. Pode ter células especializadas como tricomas ou células
estomáticas. A periderme é formada da células do súber, feloderme e do felogênio, substitui a
epiderme e garante proteção nas raízes e caules;
Os tecidos de preenchimento (parênquima) e sustentação (colênquima e esclerênquima)
constituem os tecidos fundamentais. Consiste em células metabolicamente ativas, que fazem
respiração, secreção, fotossíntese, armazenamento e cicatrização de ferimentos e regeneração.
Podem ter adaptações de acordo com o ambiente, com armazenamento de água, oxigênio ou
tecidos de reserva. Os tecidos de sustentação têm a parede celular bastante desenvolvida, com
ou sem lignina;
O sistema vascular consiste em dois tecidos de condução: o xilema e o floema. O primeiro
realiza a condução de água e sais minerais, enquanto o segundo transporta substâncias
orgânicas para toda a planta.
REFERÊNCIAS
EVERT, R. F. Anatomia das plantas de Esaú: meristemas, células e tecidos do corpo da planta.
São Paulo: Blucher, 2013. 726 p.
JUDD, W. S.; CAMPBELL, C. S.; KELLOGG, E. A.; STEVENS, P. F.; DONOGHUE, M. J. Sistemática
vegetal: um enfoque filogenético. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 612 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016. 856 p.
25/02/2023, 21:05 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/22
REECE, J. B.; URRY, L. A.; CAIN, M. L.; WASSERMAN, S. A.; MINORSKY, P. V.; JACKSON, R. B.
Biologia de Campbell. 10.ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 1488 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E; MOOLER, I. M.; MURPHY, A. Fisiologia vegetal. 6. ed. Porto Alegre: Artmed,
2017. 858 p.

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