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Desenho Desenho II - Desenho com instrumentos Desenho II - Desenho com instrumentos 004623 (46.70.12.324-3) © SENAI-SP, 2009 4a Edição. Trabalho revisado pelo Comitê Técnico de Desenho Técnico e editorado por Meios Educacionais da Gerência de Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP. Revisão Daniel Camusso Luiz Carlos Gonçalves Tinoco Marcilio Manzam Vladimir Pinheiro de Oliveira Coordenação editorial Gilvan Lima da Silva 3a Edição, 2007. Editoração. 2a Edição, 1991. Trabalho elaborado e editorado pela Divisão de Material Didático da Diretoria de Tecnologia Educacional do SENAI-SP. Coordenação Marcos Antonio Gonçalves Coordenação do projeto Lauro Annanias Pires Revisão técnica Lauro Annanias Pires Elaboração Antonio Ferro (CFP 1.02) José Romeu Raphael (CFP 5.02) Paulo Binhoto Filho (CFP 5.07) Ilustração Devanir Marques Barbosa FICHA CATALOGRÁFICA S47d SENAI-SP. DMD. Desenho com instrumentos. Por Antônio Ferro et al. 2. ed. São Paulo, 1991. (Desenho II, 1). 1. Desenho técnico. 2. Desenho com instrumentos. I.t. II.s. 74:62 (CDU, IBICT, 1976) SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo Av. Paulista, 1313 - Cerqueira César São Paulo – SP CEP 01311-923 Telefone Telefax SENAI on-line (0XX11) 3146-7000 (0XX11) 3146-7230 0800-55-1000 E-mail Home page senai@sp.senai.br http://www.sp.senai.br Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 Sumário Introdução 7 Instrumentos de desenho 9 • Prancheta 9 • Régua-tê 10 • Esquadro 11 • Compasso 12 • Traçado de linhas com instrumentos 13 Construção geométrica 19 • Construções geométricas fundamentais 24 Planificação 45 • Planificação do prisma 47 • Planificação do cilindro 51 • Planificação do cone 53 • Planificação da pirâmide quadrangular 55 Indicação de estado de superfície 57 • Acabamento 57 • Rugosidade 59 • Símbolo com indicações complementares 60 • Recartilhar 68 • Tratamento 71 Cortes 73 • Tipos de cortes 75 • Indicação do plano de corte 76 • Meio corte 82 • Corte composto 86 • Corte parcial 91 • Hachuras 93 • Omissão de corte 95 Encurtamento 101 Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 Seção 107 • Indicação da seção 109 Vistas laterais 113 • Vistas laterais esquerda e direita 115 Projeção ortogonal especial 117 • Vista auxiliar 118 • Vista especial com indicação 120 • Rotação de elementos Oblíquos 121 • Vista simplificada 124 Projeção no terceiro diedro 125 • Comparação entre projeções de uma mesma peça no primeiro e terceiros diedros 126 Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 7 Introdução No fascículo “Iniciação ao desenho” foram dados os primeiros passos para o aprendizado do desenho técnico, com o estudo do traçado à mão livre. O objetivo deste fascículo é completar a matéria básica para o aprendizado de desenho técnico, utilizado em diversas ocupações, e introduzir a execução do traçado com instrumentos. Inicialmente será abordado o traçado em construções geométricas e planificação. Em seguida, serão estudados as indicações de estados de superfície, os cortes e as projeções especiais. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 8 Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 9 Instrumentos de desenho Instrumentos de desenho são objetos destinados a traçados precisos. Os instrumentos de desenho mais comuns são: • Prancheta; • Régua-tê; • Esquadro; • Compasso. Prancheta A prancheta é um quadro plano usado como suporte do papel para desenhar. Há vários tipos de prancheta. Algumas são colocadas sobre mesas e outras são apoiadas em cavaletes. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 10 Régua-tê A régua-tê é um instrumento usado para traçar linhas retas horizontais. Fixação do papel na prancheta Para fixar o papel na prancheta é necessário usar a régua-tê e a fita adesiva. Durante o trabalho, a cabeça da régua-tê fica encostada no lado esquerdo da prancheta. A margem da extremidade superior do papel deve ficar paralela a haste da régua-tê. Veja a figura: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 11 Esquadro O esquadro é um instrumento que tem a forma do triângulo retângulo e é usado para traçar linhas retas verticais e inclinadas. Os esquadros podem ser de 45° e de 60°. O esquadro de 45º tem um ângulo de 90º e os outros dois ângulos de 45º O esquadro de 60º tem um ângulo de 90º, um de 60º e outro de 30º Os esquadros são adquiridos aos pares: um de 45° e outro de 60°. Ao adquirir-se um par de esquadros deve-se observar que o lado oposto ao ângulo de 90° do esquadro de 45° seja igual ao lado oposto ao ângulo de 60° do esquadro de 60°. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 12 Compasso O compasso é um instrumento usado para traçar circunferências e arcos de circunferência, tomar e transportar medidas. O compasso é composto de uma cabeça, hastes, um suporte para fixar a ponta-seca e um suporte para fixar a grafita. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 13 Traçado de linhas com instrumentos Linhas horizontais traçadas com a régua-tê: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 14 Linhas inclinadas traçadas com a régua-tê e um esquadro: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 15 Linhas inclinadas traçadas com a régua-tê e dois esquadros: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 16 Projeções traçadas com instrumentos: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 17 Linhas curvas traçadas com compasso Perspectiva isométrica traçada com instrumentos Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 18 Desenho II Desenho com instrumentos Avaliado pelo Comitê Técnico de Desenho Técnico/2007. SENAI-SP – INTRANET CT011-09 19 Construção geométrica Estudadas as características dos instrumentos de desenho técnico, é possível executar os traçados, desenvolvendo as construções geométricas e planificação. Para aprender as construções geométricas é necessário estudar os conceitos de: • Retas perpendiculares; • Retas paralelas; • Mediatriz; • Bissetriz; • Polígonos regulares; • Linhas tangentes; • Concordância. Duas retas são perpendiculares quando são concorrentes e formam quatro ângulos retos. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 20 Duas retas são paralelas quando estão no mesmo plano e não se cruzam. Mediatriz é uma reta perpendicular a um segmento de reta que divide este segmento em duas partes iguais. A reta m é a mediatriz do segmento de reta AB. Os segmentos da reta AM e MB têm a mesma medida. O ponto M chama-se ponto médio do segmento de reta AB. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 21 Bissetriz é uma semi-reta que tem origem no vértice de um ângulo e divide o ângulo em duas partes iguais. A semi-reta r é a bissetriz do ângulo A. Polígono é toda figura plana fechada. Os polígonos regulares têm todos os lados iguais e todos os ângulos iguais. O polígono regular é inscrito quando desenhado com os vértices numa circunferência. Linhas tangentes são linhas que têm só um ponto em comum e não se cruzam. O ponto comum às duas linhas é chamado ponto de tangência. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 22 Oscentros das duas circunferências e o ponto de tangência ficam numa mesma reta. O raio da circunferência e a reta são perpendiculares no ponto de tangência. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 23 Concordância de duas linhas é a ligação dessas duas linhas com um arco de circunferência. A circunferência utilizada para fazer a ligação é tangente às duas linhas. Concordância de duas retas paralelas Concordância de duas retas concorrentes Concordância de uma circunferência com uma reta Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 24 Concordância de duas circunferências Construções geométricas fundamentais 1. Perpendicular (ponto sobre a reta) Dados a reta s e o ponto P, Determine os pontos A e B, com qualquer abertura do compasso e com centro em P. Determine o ponto C, com o compasso em uma abertura maior que AP e centro em A e B. Trace uma reta passando pelos pontos P e C. Essa reta é a perpendicular. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 25 2. Perpendicular (ponto fora da reta) Dados a reta r e o ponto P, Determine os pontos A e B, com o compasso em uma abertura qualquer e centro em P. Determine o ponto C, com o compasso em uma abertura qualquer maior que a metade de AB e centro em A e B Trace uma reta passando pelos pontos P e C. Essa reta é a perpendicular. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 26 3. Perpendicular na extremidade do segmento Dado o segmento AB, marque um ponto C, próximo à extremidade a ser traçada a perpendicular. Determine o ponto D, com abertura do compasso AC e centro em A e C. Trace um arco aposto ao ponto C, com abertura do compasso AC e centro em D. Trace uma reta passando pelos pontos C e D e obtenha o ponto E. A perpendicular é a reta que passa pelos pontos A e E. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 27 4. Paralela (ponto dado) Dados a reta r e o ponto P, marque na reta r o ponto A deslocado de P e trace uma reta por P e A. Determine os pontos B e C, com uma abertura qualquer de compasso e centro em A. Determine o ponto D com a mesma abertura e centro em P. Marque o ponto E, com abertura do compasso BC e centro em D. Trace uma reta passando pelos pontos P e E. A reta que passa por P e E é paralela à reta r. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 28 5. Paralela (distância dada) Dadas a reta r e a distância d, determine os pontos A e B sobre a reta r. Trace as perpendiculares t e s pelos pontos A e B. Marque a distância d nas perpendiculares t e s, com o compasso em A e B, e obtenha assim os pontos C e D. Trace uma reta que passe pelos pontos C e D. Essa reta é paralela à reta r na distância dada d. 6. Mediatriz Dado o segmento de reta AB, Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 29 determine os pontos C e D, traçando arcos com o compasso em uma abertura maior que a metade do segmento AB e centro em A e B. Trace uma perpendicular que passe pelos pontos C e D. Essa perpendicular é a mediatriz. M é o ponto médio do segmento AB. 7. Bissetriz Dado o ângulo de vértice A, determine os pontos B e C, utilizando o compasso com abertura qualquer e centro em A. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 30 Determine o ponto D, utilizando o compasso para traçar arcos do mesmo raio com centro em B e C. Trace uma reta que passe pelos pontos A e D. Essa reta é a bissetriz do ângulo dado. 8. Divisão de segmento de reta em partes iguais (Neste exemplo: cinco partes). Dado o segmento de reta AB, determine os pontos C e D, utilizando o compasso para traçar arcos de mesmo raio, com centro em A e B; determine os pontos E e F por meio de arcos de mesmo raio, com centro em C e D; trace retas auxiliares que passem por AE e BF. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 31 Marque com o compasso cinco espaços iguais sobre as retas auxiliares a partir de A e de B. Trace retas ligando os pontos A com B5, A1 com B4 e assim sucessivamente, dividindo o segmento de reta em cinco partes iguais. 9. Divisão do ângulo reto em três partes iguais Dado o ângulo reto de vértice A, determine os pontos B e C, utilizando o compasso com qualquer abertura e centro em A. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 32 Com a mesma abertura e centro em C e B, determine os pontos D e E. Trace retas que passem por AD e AE. Essas retas dividem o ângulo em três partes iguais. 10. Triângulo equilátero inscrito (Divisão da circunferência em três partes iguais) Dada a circunferência de centro O, trace uma reta passando pelo centro, obtendo assim o diâmetro AB. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 33 Determine os pontos C e D por meio de um arco, com centro em A, passando pelo centro O. Ligue os pontos B, C e D, determinando o triângulo equilátero inscrito na circunferência. 11. Quadrado inscrito (Divisão da circunferência em quatro partes iguais) Dada a circunferência de centro O, Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 34 determine os pontos C e D, traçando o diâmetro AB e sua mediatriz. Ligando os pontos A, C, B e D por segmentos de reta, obtêm-se o quadrado inscrito. 12. Pentágono inscrito (Divisão da circunferência em cinco partes iguais) Dada a circunferência de centro O: trace o diâmetro AB e sua mediatriz, determinando os pontos C e D; trace também a mediatriz de OB, determinando os pontos E, F e G. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 35 Determine H com abertura do compasso GC e centro em G. O segmento CH divide a circunferência em cinco partes iguais, ou seja: CI, IJ, JL, LM e MC. Unindo os pontos que dividem a circunferência, obtêm-se o pentágono inscrito. 13. Hexágono inscrito (Divisão da circunferência em seis partes iguais) Dada a circunferência de centro O, Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 36 trace uma reta que passe pelo centro e obtenha os pontos A e B. Trace os arcos com o compasso em A e B, passando pelo centro O, e obtenha, no cruzamento com a circunferência, os pontos C, D, E e F. Esses pontos dividem a circunferência em seis partes iguais. Unindo os pontos que dividem a circunferência, obtêm-se o hexágono inscrito. 14. Triângulo equilátero dado o lado Dado o segmento AB, lado do triângulo, determine o ponto C, traçando arcos com abertura AB , com centro em A e B. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 37 Ligando os pontos A, C e B com segmentos de reta, obtêm-se o triângulo equilátero. 15. Quadrado dado o lado Dado o segmento AB, lado do quadrado, trace uma perpendicular na extremidade A. Determine C na perpendicular com abertura AB e centro em A. Determine o ponto D com a mesma abertura, por meio de arcos e centro em B e C. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 38 Unindo os pontos A, C, D e B por segmentos de reta, obtêm-se o quadrado. 16. Determinar o centro do arco Dado o arco, marque sobre eles três pontos A, B eC. Trace os segmentos AB e BC. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 39 Trace as mediatrizes dos segmentos AB e BC. O cruzamento das mediatrizes determina o ponto O, que é centro do arco. Observação Este processo é válido também para determinar o centro da circunferência. 17. Concordância entre retas paralelas Dadas as retas r e s, paralelas e o ponto A, contido em s, race uma perpendicular pelo ponto A, determinando o ponto B. Trace a mediatriz do segmento AB, obtendo o ponto O. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 40 Trace o arco de concordância entre as duas retas com abertura OA e centro em O. Os pontos de tangência são A e B. 18. Concordância entre retas concorrentes Dado o ângulo formado pelas retas t e s e o raio do arco de concordância r, determine o ponto A, traçando paralelas às retas t e s. Determine os pontos de tangência B e C, traçando a partir de A, linhas perpendiculares às retas t e s, respectivamente. Trace o arco que concordará com as retas dadas. Observação Este processo é válido para concordância entre retas concorrentes que formam qualquer ângulo. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 41 19. Concordância no ângulo reto Dadas as retas concorrentes t e s formando um ângulo de 90° e o raio do arco de concordância r, trace um arco determinando os pontos B e C, com o compasso com abertura r e centro em A. Determine D com abertura r e centro em B e C. Trace a circunferência determinando a concordância com as retas t e s, abertura r e centro em D. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 42 20. Concordância entre circunferências Dadas duas circunferências e o raio do arco de concordância r, determine os pontos C e D, traçando semi-retas a partir de A e B. Em seguida, determine E e F, com abertura r e centro em C e D, respectivamente. Determine o ponto G traçando os arcos: com abertura AE e centro em A e com abertura BF e centro em B. Determine os pontos de tangência H e I, ligando A com G e B com G. Trace o arco de concordância entre suas circunferências com centro em G e abertura em r. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 43 21. Concordância entre reta e circunferência Dados a reta s, a circunferência de centro A e o raio de concordância r, determine B na circunferência traçando uma semi-reta a partir de A. Determine o ponto C com abertura do compasso r e centro em B. Trace um arco com abertura AC e centro em A. Trace uma paralela à reta s na distância r, determinando o ponto D. Ligue D com A, obtendo o ponto E. Trace uma perpendicular à reta s partindo de D, determinando o ponto F. E e F são os pontos de tangência Trace o arco que fará a concordância com abertura r e centro em D. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 44 Créditos Comitê Técnico de Desenho Técnico/2007 Elaborador: Antonio Ferro José Romeu Raphael Paulo Binhoto Filho Ilustrador: Devanir Marques Barbosa Daniel Camusso Isaias Gouveia da Silva Luiz Carlos Gonçalves Tinoco Marcilio Manzam Vladimir Pinheiro de Oliveira Desenho II Desenho com instrumentos Avaliado pelo Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 SENAI-SP – INTRANET CT011-09 45 Planificação Planificação é um tipo de representação em que todas as superfícies de um modelo são desenhadas sobre um plano. As planificações são feitas com linhas contínuas e com linhas tracejadas. As linhas contínuas representam os contornos e as linhas tracejadas representam os lugares das dobras dos modelos. Prisma retangular em perspectiva Prisma retangular sendo planificado Planificação do prisma retangular Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 46 Cone em perspectiva Pirâmide quadrangular em perspectiva Cone sendo planificado Pirâmide quadrangular sendo planificada Planificação do cone Planificação da pirâmide quadrangular Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 47 Planificação do prisma Fases de execução • Prisma retangular 1a fase 2a fase Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 48 3a fase 4a fase – Conclusão • Prisma hexagonal Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 49 1a fase 2a fase 3a fase Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 50 4a fase 5a fase – Conclusão Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 51 Planificação do cilindro 1a fase 2a fase Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 52 3a fase 4a fase – Conclusão Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 53 Planificação do cone 1a fase 2a fase Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 54 3a fase 4a fase – Conclusão Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 55 Planificação da pirâmide quadrangular 1a fase 2a fase Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 56 3a fase 4a fase 5a fase - Conclusão Créditos Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 Elaborador: Antonio Ferro José Romeu Raphael Paulo Binhoto Filho Ilustrador: Devanir Marques Barbosa Daniel Camusso Luiz Carlos Gonçalves Tinoco Marcilio Manzam Vladimir Pinheiro de Oliveira Desenho II Desenho com instrumentos Avaliado pelo Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 SENAI-SP – INTRANET CT011-09 57 Indicação de estado de superfície O desenho técnico, além de mostrar as formas e as dimensões das peças, precisa conter outras informações para representá-las fielmente. Uma dessas informações é a indicação dos estados das superfícies das peças. Nesta indicação faz-se o uso de símbolos e textos, sendo que estes obedecem para sua construção as normas de representação de linhas e texto em desenho técnico. Acabamento Acabamento é o grau de rugosidade observado na superfície da peça. As superfícies apresentam-se sob diversos aspectos, a saber: em bruto, desbastadas, alisadas e polidas. Superfície em bruto é aquela que não é usinada, mas limpa com a eliminação de rebarbas e saliências. Superfície desbastada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são bastante visíveis, ou seja, a rugosidade é facilmente percebida. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 58 Superfície alisada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são pouco visíveis, sendo a rugosidade pouco percebida. Superfície polida é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são imperceptíveis, sendo a rugosidade detectada somente por meio de aparelhos. Os graus de acabamento das superfícies são representados pelos símbolos indicativos de rugosidade da superfície, normalizados pela norma NBR 8404 da ABNT, baseada na norma ISO 1302. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 59 Os graus de acabamento são obtidos por diversos processos de trabalho e dependem dasmodalidades de operações e das características dos materiais adotados. Rugosidade Com a evolução tecnológica houve a necessidade de se aprimorarem as indicações dos graus de acabamento de superfícies. Com a criação de aparelhos capazes de medir a rugosidade superficial em μm (micrometro: 1μm = 0,001mm), as indicações dos acabamentos de superfícies passaram a ser representadas por classes de rugosidade. Rugosidade são erros microgeométricos existentes nas superfícies das peças. A norma da ABNT NBR 8404 normaliza a indicação do estado de superfície em desenho técnico por meio de símbolos. Símbolo sem indicação de rugosidade Símbolo Significado Símbolo básico. Só pode ser usado quando seu significado for complementado por uma indicação. Caracterização de uma superfície usinada sem maiores detalhes. Caracteriza uma superfície na qual a remoção de material não é permitida e indica que a superfície deve permanecer no estado resultante de um processo de fabricação anterior, mesmo se esta tiver sido obtida por usinagem ou outro processo qualquer. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 60 Símbolos com indicação da característica principal da rugosidade de Ra Símbolo A remoção do material é facultativa é exigida não é permitida Significado Superfície com uma rugosidade de um valor máximo: Ra = 3,2μm Superfície com uma rugosidade de um valor: máximo: Ra = 6,3μm mínimo: Ra = 1,6μm Símbolos com indicações complementares Estes símbolos podem ser combinados entre si ou com os símbolos apropriados. Símbolo Significado Processo de fabricação: fresar Comprimento de amostragem: 2,5mm Direção das estrias: perpendicular ao plano de projeção da vista Sobremetal para usinagem: 2mm Indicação (entre parênteses) de um outro parâmetro de rugosidade diferent4e de Ra, por exemplo Rt = 0,4μm. Símbolos para direção de estrias Quando houver necessidade de definir a direção das estrias, isto é, a direção predominante das irregularidades da superfície, deve ser utilizado um símbolo adicional ao símbolo do estado de superfície. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 61 A tabela abaixo caracteriza as direções das estrias e os símbolos correspondentes. Símbolos para direção das estrias Símbolo Interpretação Paralela ao plano de projeção da vista sobre o qual o símbolo é aplicado. Perpendicular ao plano de projeção da vista sobre o qual o símbolo é aplicado. Cruzadas em duas direções oblíquas em relação ao plano de projeção da vista sobre o qual o símbolo é aplicado. Muitas direções. Aproximadamente central em relação ao ponto médio da superfície ao qual o símbolo é referido. Aproximadamente radial em relação ao ponto médio da superfície ao qual o símbolo é referido. A ABNT adota o desvio médio aritmético (Ra) para determinar os valores da rugosidade, que são representados por classes de rugosidade N1 a N12, correspondendo cada classe a valor máximo em μm, como se observa na tabela seguinte. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 62 Tabela característica de rugosidade Ra Classe de rugosidade Desvio médio aritmético (Ra) N12 50 N11 25 N10 12,5 N9 6,3 N8 3,2 N7 1,6 N6 0,8 N5 0,4 N4 0,2 N3 0,1 N2 0,05 N1 0,025 Exemplos de aplicação Interpretação do exemplo a: 1 é o número da peça. , ao lado do número da peça, representa o acabamento geral, com retirada de material, válido para todas as superfícies. N8 indica que a rugosidade máxima permitida no acabamento é de 3,2μm (0,0032mm). Interpretação do exemplo b: 2 é o número da peça. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 63 o acabamento geral não deve ser indicado nas superfícies. O símbolo significa que a peça deve manter-se sem a retirada de material. e dentro dos parênteses devem ser indicados nas respectivas superfícies. N6 corresponde a um desvio aritmético máximo de 0,8μm (0,0008mm) e N9 corresponde a um desvio aritmético máximo de 6,3μm (0,0063mm). Os símbolos e inscrições devem estar orientados de maneira que possam ser lidos tanto com o desenho na posição normal, como pelo lado direito. Se necessário, o símbolo pode ser interligado por meio de uma linha de indicação. O símbolo deve ser indicado uma vez para cada superfície e, se possível, na vista que leva a cota ou representa a superfície. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 64 Qualidade da superfície de acabamento SIMBOLOGIA, EQUIVALÊNCIA E PROCESSOS DE USINAGEM. A tabela que segue, classifica os acabamentos em 12 grupos e os organiza de acordo com o grau de rugosidade e o processo de usinagem que pode ser usado em sua obtenção. Permite também visualizar uma relação aproximada entre a simbologia de triângulos e as classes e os valores de Ra (μm). Grupos de rugosidades Rugosidade máxima – valores em Ra (μm). 50 6,3 0,8 0,1 Classes de Rugosidade N12 N11 N10 N9 N8 N7 N6 N5 N4 N3 N2 N1 Rugosidade máxima – valores em Ra (μm). 50 25 12,5 6,3 3,2 1,6 0,8 0,4 0,2 0,1 0,05 0,025 Informações sobre os resultados de usinagem Serrar Limar Plainar Tornear Furar Rebaixar Alargar Fresar Brochar Raspar Retificar Retificar Alisar Superfinish Lapidar Polir Faixa para um desbaste superior Rugosidade realizável com usinagem comum Rugosidade realizável com cuidados e métodos especiais Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 65 Informações complementares Interpretação: 4 é o número da peça. , ao lado do número da peça, representa o acabamento geral, válido para todas as superfícies sem indicação. N11 indica que a rugosidade máxima permitida no acabamento é de 25μm (0,025mm) , representado dentro dos parênteses e nas superfícies que deverão ser usinadas, indica rugosidade máxima permitida de 6,3μm (0,0063mm). , indica superfície usinada com rugosidade máxima permitida de 0,4μm (0,0004mm). Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 66 Símbolo indicativo de rugosidade O símbolo básico para a indicação da rugosidade de superfícies é constituído por duas linhas de comprimento desigual, que formam ângulos de 60º entre si e em relação à linha que representa a superfície considerada. 60 °H 2 H 1 60° d1 h d' Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 67 Tabela de altura e largura de linhas e caracteres Altura dos números e letras maiúsculas (h) 3,5 5 7 10 14 20 Largura da linha do símbolo (d’) 0,35 0,5 0,7 1,0 1,4 2,0 Largura das linhas das letras (d) (A) Altura H1 5 7 10 14 20 28 Altura H2 10 14 20 28 40 56 (A) A largura da linha (d) deve estar de acordo com a forma escrita utilizada para a cotagem dos desenhos em questão, a saber d= (1/14).h para a forma escrita A, ou d= (1/10).h para escrita na forma B, segundo NBR 8402. Disposição das indicações de estado de superfície Cada uma das indicações de estado de superfície é representada em relação ao símbolo, conforme as posições a seguir: Relembre o que cada uma das letras indica: a. Valor da rugosidade Ra, em μm, ou classe de rugosidade N 1 a N 12; b. Método de fabricação, tratamento ou revestimento da superfície; c. Comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, em mm; d. Direção predominante das estrias; e. Sobre metal para usinagem (μm). O símbolo dentro dos parênteses representa, de forma simplificada, todos os símbolos de rugosidade indicados nas projeções: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 68 Disposição das indicações do estado de superfície no símbolo Recartilhar Recartilharé uma operação mecânica executada por uma ferramenta chamada recartilha. Essa ferramenta tem uma ou duas roldanas com dentes de aço temperado, que penetram por meio de pressão na superfície do material e formam sulcos paralelos ou cruzados. O recartilhamento permite, assim, melhor aderência manual e evita o deslizamento da mão no manuseio de peças ou ferramentas, como punção, parafusos de aperto, etc. A representação do recartilhado deve ser feita de forma simplificada como mostrada na figura a seguir. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 69 NBR 14957 - RGE 0,8 Onde: • MBR 14957 = número desta norma; • R = recartilhado; • G = oblíquo cruzado; • E = expansão de material; • 0,8 = passo (t) em milímetros. Para a cota “t” são determinados os seguintes valores: 0,5 mm; 0,6 mm; 0,8 mm; 1,0 mm; 1,2 mm; 1,6 mm e 2,00 mm. O passo das estrias das recartilhas é determinado pela distância existente entre os picos das estrias e deve ser representado conforme a figura abaixo. d2 d1 90° t Onde: • d1 é o diâmetro final; • d2 é o diâmetro de usinagem; • t é o passo das estrias. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 70 Tipos de recartilhado Símbolo Denominação Representação Pico Diâmetro da peça RAA Recartilhado paralelo - d2=d1-0,5.t RBR Recartilhado oblíquo à esquerda 30° - d2=d1-0,5.t RBL Recartilhado oblíquo à direita 30° - d2=d1-0,5.t RGE Recartilhado oblíquo cruzado 30° 30° Expansão de material (auto relevo) d2=d1-0,67.t RGV Recartilhado oblíquo cruzado 30° 30° Expansão de material (baixo relevo) d2=d1-0,33.t RKE Recartilhado paralelo cruzado Expansão de material (auto relevo) d2=d1-0,67.t RKV Recartilhado paralelo cruzado Expansão de material (baixo relevo) d2=d1-0,33.t Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 71 Tratamento Tratamento é o processo que altera propriedades do material da peça: dureza, maleabilidade, etc. Há ainda os tratamentos apenas superficiais: pintar, oxidar, etc. Veja as indicações no desenho: Em algumas peças em função de sua aplicação mecânica faz-se necessário que a mesma ou parte dela receba um tratamento térmico para melhorar suas características mecânicas. E estes por sua vez são verificados através de medição de dureza e como já vimos que devemos indicar a região que receberá o tratamento, temos também de indicar na peça o local em que se deve ser feito à medição. Como já vimos na unidade de aplicação de linhas em desenho técnico que devemos usar uma linha traço ponto grossa para indicar o local do tratamento e temos como exemplo a figura acima. Agora, para indicar o ponto de medição usamos o símbolo da figura abaixo. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 72 Texto 1, 5h 3h h 90° Onde: • h = altura do caractere, observar as alturas válidas dos caracteres usados na escrita em desenho técnico. Exemplo de aplicação 1 2 20,00 Onde: • A linha traço dois pontos grossa indica a região que receberá tratamento térmico, sendo nesta caso: Cementado, temperado e revenido; • Localização de medição 1: 60 + 3 HRC; • Localização de medição 2: 38 + 4 HRC; • Profundidade de cementação: 1,2 + 0,4 mm. Créditos Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 Elaborador: Antonio Ferro José Romeu Raphael Paulo Binhoto Filho Ilustrador: Devanir Marques Barbosa Daniel Camusso Luiz Carlos Gonçalves Tinoco Marcilio Manzam Vladimir Pinheiro de Oliveira Desenho II Desenho com instrumentos Avaliado pelo Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 SENAI-SP – INTRANET CT011-09 73 Cortes Cortar quer dizer dividir, secionar, separar partes de um todo. Os cortes são utilizados em peças ou conjuntos com a finalidade de representar os detalhes internos de modo claro, pois através das vistas normais esses mesmos detalhes seriam de difícil interpretação, ou mesmo ilegíveis. Qualquer pessoa que já tenha visto um registro de gaveta, como o que é mostrado a seguir, sabe que se trata de uma peça complexa, com muitos elementos internos. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 74 Se fôssemos representar o registro de gaveta em vista frontal, com os recursos que conhecemos até agora (linha contínua larga para arestas e contornos visíveis e linha tracejada estreita para arestas e contornos não visíveis), a interpretação ficaria bastante prejudicada, como mostra o desenho a seguir. Para representar um conjunto complexo como esse, com muitos elementos internos, o desenhista utiliza recursos que permitem mostrar seu interior com clareza. Mas, nem sempre é possível aplicar cortes reais nos objetos, para seu estudo. Em certos casos, você deve apenas imaginar que os cortes foram feitos. É o que acontece em desenho técnico mecânico. Compare as representações a seguir. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 75 Vista frontal sem corte Vista frontal com corte Mesmo sem saber interpretar a vista frontal em corte, você deve concordar que a forma de representação da direita é mais simples e clara do que a outra. Fica mais fácil analisar o desenho em corte porque nessa forma de representação usamos a linha para arestas e contornos visíveis em vez da linha para arestas e contornos não visíveis. Na indústria, a representação em corte só é utilizada quando a complexidade dos detalhes internos da peça torna difícil sua compreensão por meio da representação normal, como você viu no caso do registro de gaveta. Mas, para que você entenda bem o assunto, utilizaremos modelos mais simples que, na verdade, nem precisariam ser representados em corte. Quando dominar a interpretação de cortes em modelos simples, você estará preparado para entender representação em corte em qualquer tipo de modelo ou peça. As representações em corte são normalizadas pela ABNT, por meio da norma NBR 10.067. Tipos de cortes Corte total Meio corte Corte em desvio Corte parcial Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 76 Corte total Corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão. No desenho técnico todos os cortes são imaginados e representados sempre que for necessário mostrar elementos internos da peça ou elementos que não estejam visíveis na posição em que se encontra o observador. Você deve considerar o corte total realizado por um plano de corte, também imaginário. As partes maciças do modelo, atingidas pelo plano de corte, são representadas hachuradas. Neste exemplo, as hachuras são formadas por linhas estreitas inclinadas e paralelas entre si. As hachuras são formas convencionais de representar as partes maciças atingidas pelo corte. Mais adiante, você conhecerá a norma técnica que trata desse assunto. Indicação do plano de corte A posição do plano de corte deve ser indicada por meio de linha estreita-traço-ponto, larga nas extremidades e na mudança de direção. O plano de corte deve ser identificado por letra maiúscula e o sentido de observação por meio de setas. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 77 Corte nas vistas do desenho técnico Os cortes podem ser representados em qualquer das vistas do desenho técnico mecânico. A escolha da vista onde o corte é representado depende dos elementos que se quer destacar e da posição de onde o observador imagina o corte. Corte na vista frontal Considere o modelo abaixo, visto de frente por um observador Nesta posição, o observador não vê os furos redondos nem o furo quadrado da base.Para que estes elementos sejam visíveis, é necessário imaginar o corte. Imagine o modelo secionado, isto é, atravessado por um plano de corte, como mostra a figura abaixo. O plano de corte paralelo ao plano de projeção vertical é chamado plano longitudinal vertical. Esse plano de corte divide o modelo ao meio, em toda sua extensão, atingindo todos os elementos da peça. Imagine que a parte anterior do modelo foi removida. Assim, você poderá analisar com maior facilidade os elementos atingidos pelo corte. Os elementos atingidos pelo corte Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 78 são representados pela linha para arestas e contornos visíveis e as partes maciças do modelo são representadas hachuradas. A vista frontal do modelo analisado, com corte, deve ser representada como segue. Os furos não recebem hachuras, pois são partes ocas que não foram atingidas pelo plano de corte. Os centros dos furos são determinados pelas linhas de centro, que também devem ser representadas nas vistas em corte. A vista superior e a vista lateral esquerda não devem ser representadas em corte porque o observador não as imaginou atingidas pelo plano de corte. Logo abaixo da vista representada em corte, no caso a vista frontal, é indicado o nome do corte e a vista superior é atravessada por uma linha traço e ponto estreita, com dois traços largos nas extremidades. Essa linha indica o local por onde se imaginou passar o plano de corte. As setas sob os traços largos indicam a direção em que o observador imaginou o corte. As letras do alfabeto, próximas às setas, dão o nome ao corte. A ABNT determina o uso de duas letras maiúsculas repetidas para designar o corte: AA, BB, CC, etc. Quando o corte é representado na vista frontal, a indicação do corte pode ser feita na vista superior, como no exemplo anterior, ou na vista lateral esquerda, como mostra a ilustração abaixo. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 79 Corte na vista superior Como o corte pode ser imaginado em qualquer das vistas do desenho técnico, agora você vai aprender a interpretar cortes aplicados na vista superior. IImagine o mesmo modelo anterior visto de cima por um observador. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 80 Para que os furos redondos fiquem visíveis, o observador deverá imaginar um corte. Veja, a seguir, o modelo secionado por um plano de corte horizontal. Este plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção horizontal, é chamado plano longitudinal horizontal. Ele divide a peça em duas partes. Com o corte, os furos redondos, que antes estavam ocultos, ficaram visíveis. Finalmente, veja na próxima ilustração, como ficam as projeções ortográficas deste modelo em corte. O corte aparece representado na vista superior. As partes maciças atingidas pelo corte foram hachuradas. A vista frontal e a vista lateral esquerda estão representadas sem corte, porque o corte imaginado atingiu apenas a vista superior. O nome do corte: A-A aparece abaixo da vista superior, que é a vista representada em corte. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 81 A indicação do plano de corte, na vista frontal, coincide com a linha de centro dos furos redondos. As setas, ao lado das letras que dão nome ao corte, indicam a direção em que o corte foi imaginado. Quando o corte é imaginado na vista superior, a indicação do local por onde passa o plano de corte pode ser representada na vista frontal ou na vista lateral esquerda. Corte na vista lateral esquerda Observe mais uma vez o modelo com dois furos redondos e um furo quadrado na base. Imagine um observador vendo o modelo de lado e um plano de corte vertical atingindo o modelo, conforme a figura a seguir. Observe na figura seguinte, que a parte anterior ao plano de corte foi retirada, deixando visível o furo quadrado. Finalmente, veja na próxima ilustração, como ficam as projeções ortográficas deste modelo em corte. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 82 O plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção lateral, recebe o nome de plano transversal. Nas vistas ortográficas deste modelo em corte transversal, a vista frontal e a vista superior são representadas sem corte. O plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção lateral, recebe o nome de plano transversal. Nas vistas ortográficas desse modelo em corte transversal, a vista frontal e a vista superior são representadas sem corte. Quando o corte é representado na vista lateral, a indicação do plano de corte tanto pode aparecer na vista frontal como na vista superior. Meio corte Há tipos de peças ou modelos em que é possível imaginar em corte apenas uma parte, enquanto que a outra parte permanece visível em seu aspecto exterior. Esse tipo de corte é o meio-corte. O meio-corte é aplicado em apenas metade da extensão da peça. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 83 Somente em peças ou modelos simétricos longitudinal e transversalmente, é que podemos imaginar o meio-corte. Observe o modelo a seguir, representado em perspectiva. Em seguida, imagine esse modelo dividido ao meio por um plano horizontal e depois, dividido por um plano vertical Você reparou que, nos dois casos, as partes resultantes da divisão são iguais entre si? Trata-se, portanto, de um modelo simétrico longitudinal e transversalmente. Nesse modelo é possível imaginar a aplicação de meio-corte. Representação do meio corte Acompanhe a aplicação do meio-corte em um modelo simétrico nos dois sentidos. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 84 Imagine o modelo atingido até a metade por um plano de corte longitudinal (P1). Depois, imagine o modelo cortado até a metade por um plano de corte transversal (P2). Imagine que a parte atingida pelo corte foi retirada. O modelo estava sendo visto de frente, quando o corte foi imaginado. Logo, a vista onde o corte deve ser representado é a vista frontal. A linha traço e ponto estreita, que divide a vista frontal ao meio, é a linha de simetria. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 85 As partes maciças, atingidas pelo corte, são representadas hachuradas. O centro dos elementos internos, que se tornaram visíveis com o corte, é indicado pela linha de centro. Nesse exemplo, os elementos que ficaram visíveis com o corte são: o furo passante da direita e metade do furo central. Metade da vista frontal não foi atingida pelo meio-corte: o furo passante da esquerda e metade do furo central não são representados no desenho. Isso ocorre porque o modelo é simétrico. A metade da vista frontal não atingida pelo corte é exatamente igual à outra metade. Assim, não é necessário repetir a indicação dos elementos internos na parte não atingida pelo corte. Entretanto, o centro dos elementos não visíveis deve ser indicado. Quando o modelo é representado com meio-corte, não é necessário indicar os planos de corte. As demais vistas são representadas normalmente. Meio corte nas vistas do desenho técnico O meio-corte pode ser representado em qualquer das vistas do desenho técnico. A vista representada em corte depende da posição do observador ao imaginar o corte. Quando o observador imagina o meio-corte vendo a peça de frente, a vista representada em corte é a frontal. Quando o observador imagina o meio-corte vendo o modelo de lado, o meio-corte deve ser representado na vista lateral esquerda. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 86 Quando a linha de simetria que atravessa a vista em corte estiver na posição horizontal, a metade em corte deve ser representada na parte inferior do desenho, abaixoda linha de simetria. A escolha da vista onde o meio-corte deve ser representado depende das formas do modelo e das posições dos elementos que se quer analisar Corte composto Certos tipos de peças, como as representadas abaixo, por apresentarem seus elementos internos fora de alinhamento, precisam de outra maneira de se imaginar o corte. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 87 Figura A Figura B Figura C O tipo de corte usado para mostrar elementos internos fora de alinhamento é o corte composto, também conhecido como corte em desvio. Corte composto por planos paralelos Imagine o primeiro modelo da figura A sendo secionado por um plano de corte longitudinal vertical que atravessa o furo retangular e veja como fica sua representação ortográfica: Você deve ter observado que o modelo foi secionado por um plano que deixou visível o furo retangular. Os furos redondos, entretanto, não podem ser observados. O corte composto torna possível analisar todos os elementos internos do modelo ou peça, ao mesmo tempo. Isso ocorre porque o corte composto permite representar, numa mesma vista, elementos situados em diferentes planos de corte. Você deve imaginar o plano de corte desviado de direção, para atingir todos os elementos da peça. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 88 A vista frontal, representada em corte, nesse exemplo, mostra todos os elementos como se eles estivessem no mesmo plano. Se você observar a vista frontal, isoladamente, não será possível identificar os locais por onde passaram os planos de corte. Nesse caso, você deve examinar a vista onde é representada a indicação do plano de corte. Observe abaixo que o corte é indicado pela linha traço e ponto na vista superior. Os traços são largos nas extremidades e quando indicam mudanças de direção dos planos de corte. O nome do corte é indicado por duas letras maiúsculas, representadas nas extremidades da linha traço e ponto. As setas indicam a direção em que o observador imaginou o corte. Um detalhe importante, é que o desvio deverá ser feito sempre progressivamente nunca podendo voltar uma linha de corte para trás, para passar por um detalhe perdido. Nesse caso, deve-se fazer outro corte em outra direção. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 89 Corte composto por planos concorrentes Agora você vai conhecer uma outra forma de imaginar cortes compostos. Observe o flange com três furos passantes, representada a seguir. Se você imaginar o flange atingido por um único plano de corte, apenas um dos furos ficará visível. Para mostrar outro furo, você terá de imaginar o flange atingido por dois planos concorrentes, isto é, dois planos que se cruzam (P1 e P2). Neste exemplo, a vista que deve ser representada em corte é a vista frontal, porque o observador está imaginando o corte de frente. Para representar os elementos, na vista frontal, em verdadeira grandeza, você deve imaginar que um dos planos de corte sofreu um movimento de rotação, de modo a coincidir com o outro plano. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 90 Veja como ficam as vistas ortográficas: vista frontal e vista superior, após a rotação do elemento e a aplicação do corte. Na vista frontal, todos os elementos são visíveis e aparentam estar no mesmo plano. Note que, na vista superior, os elementos são representados sem rotação, na sua posição real. Nessa vista fica bem visível que este corte é composto por dois planos concorrentes. Corte composto por planos sucessivos Veja mais um tipo de corte composto. A ilustração ao lado mostra um joelho, que é uma peça usada para unir canalizações. Para poder analisar os elementos internos dessa peça, você deverá imaginar vários planos de corte seguidos (P1, P2, P3). Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 91 O corte foi imaginado observando-se a peça de frente. Por isso, a vista representada em corte é a vista frontal. Na vista superior, os planos de corte sucessivos são representados pela linha de corte. A linha traço e ponto, que indica o local por onde passam os planos de corte, é formada por traços largos nas extremidades e no encontro de dois planos sucessivos. Você deve ter observado que foram utilizados três planos de corte sucessivos. São raras as peças em que se pode imaginar a aplicação deste tipo de corte. Entretanto, é bom que você esteja preparado para interpretar cortes compostos por mais de dois planos sucessivos quando eles aparecerem no desenho técnico. Corte parcial Em certas peças, os elementos internos que devem ser analisados estão concentrados em partes determinadas da peça. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 92 Figura A Figura B Figura C Nesses casos, não é necessário imaginar cortes que atravessem toda a extensão da peça. É suficiente representar um corte que atinja apenas os elementos que se deseja destacar. O tipo de corte mais recomendado nessas situações é o corte parcial. Representação do corte parcial Observe um modelo em perspectiva, com aplicação de corte parcial. A linha contínua estreita irregular e à mão livre, que você vê na perspectiva, é a linha de ruptura. A linha de ruptura mostra o local onde o corte está sendo imaginado, deixando visíveis os elementos internos da peça. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 93 A vista representada em corte é a vista frontal porque, ao imaginar o corte, o observador estava vendo a peça de frente. Nas partes não atingidas pelo corte parcial, os elementos internos devem ser representados pela linha para arestas e contornos não visíveis. Veja agora uma outra maneira de representar a linha de ruptura, na vista ortográfica, através de uma linha contínua estreita, em ziguezague. Outros exemplos de corte parcial. Hachuras Como você deve ter notado, as superfícies atingidas pelo corte são hachuradas. O hachurado é traçado com inclinação de 45º em relação à base ou ao eixo da peça. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 94 Hachuras são linhas estreitas que, além de representarem à superfície imaginada cortada, mostram também os tipos de materiais. Você pode definir o espaçamento entre as linhas da hachura, sendo o mínimo recomendado de 0,7mm. Quando a área maciça atingida pelo corte é muito grande, as hachuras podem ser representadas apenas perto dos contornos do desenho. As hachuras são executadas sempre na mesma direção, mesmo quando o corte é realizado em vários planos, como é o caso do corte composto. De acordo com a norma NBR 12298 – Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico existe outros tipos de hachuras usadas opcionalmente para representar materiais específicos, quando a clareza do desenho exigir. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 95 Omissão de corte Você já aprendeu muitas noções sobre corte: corte total, corte composto, meio-corte e corte parcial. Você estudou também a representação em seção, que é semelhante à representação em corte. E aprendeu como se interpretam desenhos técnicos com representação de encurtamento, que também requer a imaginação de cortes na peça. Mas, você ainda não viu tudo sobre cortes. Observe a vista em corte, representada a seguir. O desenho aparece totalmente hachurado porque o corte atingiu totalmente as partes maciças da peça. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 96 Agora, observe os dois modelos abaixo, representados em corte. Qual destas duas peças corresponde à vista em corte anterior? Como as áreas atingidaspelo corte são semelhantes, fica difícil, à primeira vista, dizer qual das peças atingidas pelo corte está representada na vista hachurada. Para responder a essa questão, você precisa, antes, estudar omissão de corte. Omissão quer dizer falta, ausência. Nas representações com omissão de corte, as hachuras são parcialmente omitidas. Analisando o próximo exemplo, você vai entender as razões pelas quais certos elementos devem ser representados com omissão de corte. Compare as dois suportes, a seguir. O suporte da esquerda é inteiramente sólido, maciço. Já o suporte da direita, com nervura, tem uma estrutura mais leve, com menos quantidade de partes maciças. Imagine as duas peças secionadas no sentido longitudinal. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 97 Como você vê, as áreas atingidas pelo corte são semelhantes. Para diferenciar as vistas ortográficas das duas peças, de modo a mostrar qual das duas tem estrutura mais leve, a peça com nervura deve ser representada com omissão de corte. Veja. Note que, embora a nervura seja uma parte maciça, ela foi representada no desenho técnico sem hachuras. Na vista em corte, as hachuras da nervura foram omitidas. Elementos representados com omissão de corte Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte, quando seccionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados pela NBR 10067 e sendo eles: a) Parafusos, porcas e arruelas; Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 98 b) Eixos; c) Rebites d) Chavetas Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 99 e) Pinos e contrapinos f) Nervuras g) Manípulos. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 100 h) Raios de roda e volantes i) Dentes de engrenagem; j) Rolamentos Créditos Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 Elaborador: Antonio Ferro José Romeu Raphael Paulo Binhoto Filho Ilustrador: Devanir Marques Barbosa Daniel Camusso Luiz Carlos Gonçalves Tinoco Marcilio Manzam Vladimir Pinheiro de Oliveira Desenho II Desenho com instrumentos Avaliado pelo Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 SENAI-SP – INTRANET CT011-09 101 Encurtamento Certos tipos de peças, que apresentam formas longas e constantes, podem ser representadas de maneira mais prática. O recurso utilizado em desenho técnico para representar estes tipos de peças é o encurtamento. Ela não apresenta qualquer prejuízo para a interpretação do desenho Veja o exemplo de um eixo com duas espigas nas extremidades e uma parte central longa, de forma constante. Imagine o eixo secionado por dois planos de corte, como mostra a ilustração. Como a parte compreendida entre os cortes não apresenta variações e não contém outros elementos, você pode imaginar a peça sem esta parte, o que não prejudica sua interpretação. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 102 Na prática o encurtamento acontece da seguinte forma, veja o exemplo abaixo: Retira-se a parte da peça que tem forma constante e aproximam-se suas extremidades. O resultado do encurtamento é representado abaixo. Observe que as cotas não sofreram qualquer alteração Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 103 Representação do encurtamento no desenho técnico Nas representações com encurtamento, as partes imaginadas cortadas são limitadas por linhas de ruptura, que são linhas contínuas estreitas, desenhadas à mão-livre. Nos desenhos técnicos confeccionados em software de CAD, pode-se optar pela linha contínua estreita em ziguezague para representar os encurtamentos. Mais de um encurtamento na mesma peça Certos tipos de peças podem ser imaginadas com mais de um encurtamento. Observe a chapa com quatro furos, por exemplo. Você pode imaginar um encurtamento do comprimento e outro no sentido da largura, sem qualquer prejuízo da interpretação da peça ou de seus elementos. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 104 O encurtamento pode ser imaginado nos sentidos do comprimento, da altura e da largura da peça. Pode-se, também, imaginar mais de um encurtamento no mesmo sentido, como mostra o desenho a seguir. Representação do encurtamento em peças cônicas e inclinadas Peça cônica Peça trapezoidal Representação com encurtamento e seção É muito comum, em desenho técnico, a seção aparecer na representação com encurtamento. Aplicando encurtamento e seção em um mesmo desenho, economizamos tempo e espaço. O suporte, representado em perspectiva, é uma peça que tem várias partes longas, onde você pode imaginar encurtamentos. Na vista ortográfica desta peça é possível representar, ao mesmo tempo, os encurtamentos e as seções. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 105 Note que a peça está representada através da vista frontal. Neste desenho estão representados 4 encurtamentos e 4 seções. Duas seções estão indicadas na vista frontal e representadas fora da vista: Seção AA e Seção BB. Uma seção aparece rebatida dentro da vista. E a quarta seção aparece representada no encurtamento da parte inclinada. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 106 Créditos Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 Elaborador: Antonio Ferro José Romeu Raphael Paulo Binhoto Filho Ilustrador: Devanir Marques Barbosa Daniel Camusso Luiz Carlos Gonçalves Tinoco Marcilio Manzam Vladimir Pinheiro de Oliveira Desenho II Desenho com instrumentos Avaliado pelo Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 SENAI-SP – INTRANET CT011-09 107 Seção Em desenho técnico busca-se, sempre, a forma mais simples, clara e prática de representar o maior número possível de informações. Você já viu como a representação em corte facilita a interpretação de elementos internos ou elementos não visíveis ao observador. Mas, às vezes, o corte não é recurso adequado para mostrar a forma de partes internas da peça. Nesses casos, devemos utilizar a representação em seção. Secionar quer dizer cortar. Assim, a representação em seção também é feita imaginando-se que a peça sofreu um corte. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 108 Existe uma diferença fundamental entre a representação em corte e a representação em seção. Você vai compreender essa diferença, analisando os desenhos abaixo, observe a diferença entre as representações em corte e em seção respectivamente. Representação em corte Representação em seção Note que, enquanto a representação em corte mostra apenas as partes maciças atingidas pelo corte e outros elementos, a representação em seção mostra apenas a parte atingida pelo corte. A indicação da seção é representada por uma linha traço e ponto com traços largos nas extremidades aparece na vista frontal, no local onde se imaginou passar o plano de corte. A linha de corte onde se imagina o rebatimento da seção deve ser sempre no centro do elemento secionado. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 109 Indicação da seção Próxima a vista e ligada a ela por meio de uma linha estreita traço e ponto. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 110 Numa posição diferente; neste caso, é identificada de forma convencional. Desenho IIDesenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 111 Contorno da seção dentro da própria vista é traçado com uma linha fina e estreita. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 112 Créditos Comitê Técnico de Desenho Técnico/2008 Elaborador: Antonio Ferro José Romeu Raphael Paulo Binhoto Filho Ilustrador: Devanir Marques Barbosa Daniel Camusso Luiz Carlos Gonçalves Tinoco Marcilio Manzam Vladimir Pinheiro de Oliveira Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 113 Vistas laterais Vista lateral direita é a vista projetada em plano lateral situado à esquerda da vista frontal. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 114 Nos casos em que o maior número de elementos visíveis está colocado ao lado direito da peça, usa-se a vista lateral direita. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 115 Vistas laterais esquerda e direita As vistas laterais esquerda e direita são usadas quando a peça a ser desenhada apresenta elementos importantes nos seus lados esquerdo e direito. Nesse caso, as linhas tracejadas desnecessárias devem ser omitidas nas vistas laterais. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 116 Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 117 Projeção ortogonal especial Peças com partes inclinadas apresentam deformações quando representadas em projeções normais. Exemplo: Por essa razão utilizam-se outros recursos tais como a vista auxiliar, a vista especial com indicação, a rotação de elementos oblíquos e a vista simplificada. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 118 Vista auxiliar São projeções parciais, representadas em planos auxiliares para evitar deformações e facilitar a interpretação. Rebatimento dos planos Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 119 Conclusão: Projeção ortogonal com utilização de vista auxiliar: Outros exemplos: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 120 Vista especial com indicação São projeções parciais representadas conforme a posição do observador. È indicada por setas e letras. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 121 Rotação de elementos oblíquos Peças com partes ou elementos oblíquos são representadas convencionalmente, fazendo-se a rotação dessas partes sobre o eixo principal e evitando-se assim, a projeção deformada desses elementos. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 122 Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 123 Outros exemplos de elementos oblíquos: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 124 Vista simplificada Podemos substituir uma vista, quando não acarretar dúvidas, executando a vista simplificada conforme os exemplos: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 125 Projeção no terceiro diedro Estudando as projeções ortogonais, observou-se até agora a seguinte posição dos elementos: observador, objeto e plano, ou seja, projeção no primeiro diedro. Para a projeção no terceiro diedro, a posição dos elementos é a seguinte: observador, plano e objeto. Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 126 Comparação entre projeções de uma mesma peça no primeiro e no terceiro diedros 1o diedro 3o diedro Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 127 Outro exemplo: 1o diedro O método de projeção ortogonal no 1º diedro é indicado, na legenda do desenho, pelo símbolo: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 128 3o diedro O símbolo que indica o método de projeção ortogonal no 3º diedro é: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 129 O símbolo deve ter as seguintes dimensões: Desenho II Desenho com instrumentos SENAI-SP – INTRANET CT011-09 130 Aprendizagem Industrial Desenho 004622 (46.70.11.311-1) Desenho I - Iniciação ao desenho 032234 (46.70.11.311-1) Desenho l - Iniciação ao desenho - Exercícios 1 004623 (46.70.12.324-3) Desenho II - Desenho com instrumentos 032235 (46.70.12.324-3) Desenho II - Desenho com instrumentos - Exercícios 2 004624 (46.70.13.337-6) Desenho III - Desenho para caldeiraria 032236 (46.70.13.337-6) Desenho III - Desenho para caldeiraria - Exercícios 3 004625 (46.70.13.341-9) Desenho III - Desenho para marcenaria 032237 (46.70.13.341-9) Desenho III - Desenho para marcenaria - Exercícios 4 004626 (46.70.13.359-3) Desenho III - Desenho para mecânica 032238 (46.70.13.359-3) Desenho III - Desenho para mecânica - Exercícios 5 004627 (46.70.13.365-1) Desenho III - Desenho para modelação 032239 (46.70.13.365-1) Desenho III - Desenho para modelação - Exercícios 6 004628 (46.70.13.373-2) Desenho III - Desenho para serralharia 032240 (46.70.13.373-2) Desenho III - Desenho para serralharia - Exercícios 7 01 Capa.pdf 02 Introducao.pdf 03 Instrumentos de desenho.pdf 04 Construcao geometrica.pdf 05 Planificacao.pdf 06 Indicacao de estado de superficie.pdf 07 Cortes.pdf 08 Encurtamento.pdf 09 Secao.pdf 10 Vistas laterais.pdf 11 Projecao ortogonal.pdf 12 Projecao diedro.pdf 13 4Capa.pdf
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