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Política de redução de danos

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Política de redução de danos
● O início refletido no presente
Em 1989, a cidade de Santos, no litoral paulista, já abrigava o maior complexo
portuário da América Latina. A localização privilegiada fez com que se estabelecesse ali
um mercado consumidor da droga. O uso de drogas injetáveis estava diretamente
ligado ao aumento alarmante dos casos de infecção por HIV. A cidade então era
conhecida como a ‘capital brasileira da Aids’ e foi nela nasceu o projeto da primeira
política municipal de enfrentamento à Aids do país.
A proposta central para a estratégia de controle da epidemia de Aids em Santos era a
distribuição de seringas descartáveis aos usuários de drogas injetáveis. Além do
recolhimento de seringas usadas. A ideia era evitar a contaminação pelo HIV através do
compartilhamento de seringas.
Bom, tínhamos um projeto, mas também tínhamos um vilão. Dessa vez o vilão da
história foi o Ministério Público, que impediu que o programa acontecesse. O MP
processou criminalmente o coordenador do programa, o secretário de Saúde e a
prefeita da cidade. Com base na Lei de Drogas então vigente, que previa penas de três
a 15 anos de reclusão para quem “induz, instiga ou auxilia alguém a usar
entorpecentes”. O três foram inocentados e, apesar do programa acabar não
acontecendo, foi aí que nasceu o debate sobre a descriminalização da redução de
danos e a mudança e com o passar dos anos ela passa a figurar na legislação e nas
políticas públicas de saúde.
● O que é e como é encarada
“Um conjunto de políticas e práticas cujo objetivo é reduzir os danos associados ao
uso de drogas psicoativas em pessoas que não podem ou não querem parar de usar
drogas” Definição atual da Associação Internacional de Redução de Danos
 O seu foco é a prevenção aos possíveis problemas causados pelo uso de drogas, e
não ao uso em si. É pautada na autonomia do indivíduo e no direito de escolha sobre
como ele quer se tratar. Se o indivíduo escolher por se tornar abstinente, por exemplo,
a redução de danos terá estratégias para auxiliá-lo. Assim como terá para o caso dele
escolher continuar usando drogas.
Encara a realidade: as pessoas vão usar drogas e o processo de abstinência é
extremamente difícil. O que pode ser feito pela saúde dessa pessoa mesmo como
usuária?

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