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GESTÃO AMBIENTAL
Conselho Regional do SENAI-CE
Presidente
Roberto Proença de Macêdo
Delegados das Atividades Industriais 
Efetivos
Marcus Venícius Rocha Silva
Aluísio da Silva Ramalho
Ricard Pereira Silveira
Edgar Gadelha Pereira Filho
Suplentes
Marcos Antônio Ferreira Soares;
Paulo Alexandre de Sousa;
Francisco Lélio Matias Pereira;
Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque.
Representantes do Ministério da Educação
Efetivo
Samuel Brasileiro Filho
 
Representantes da Categoria Econômica da Pesca do Estado do Ceará
Efetivo
Elisa Maria Gradvohl Bezerra
Suplente
Eduardo Camarço Filho
Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego
Efetivo
Francisco Enio Oliveira Alencar
Suplente
Francisco José Pontes Ibiapina
Representantes dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Ceará
Efetivo
Carlos Alberto Lindolfo de Lima
Suplente
Francisco Alexandre Rodrigues Barreto
Departamento Regional do SENAI–CE
Fernando Ribeiro Melo Nunes
Diretor do Departamento Regional do SENAI-CE
GESTÃO AMBIENTAL
Maracanaú - Ceará
2014
Departamento Regional do Ceará
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SENAI
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© 2014. SENAI – Departamento Regional do Ceará
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SENAI/CE
Departamento Regional do Ceará
Este trabalho foi elaborado por uma equipe cujos nomes estão relacionados na folha de créditos.
Ficha Catalográfica
S492g Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Ceará. Centro 
de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues.
 Gestão ambiental. Maracanaú: SENAI/CE/CETAFR. 2006. 76 p. il
 1 Meio Ambiente. I. Título
 CDU: 574.3
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional do Ceará
Av. Barão de Studart, 1980
1o Andar - Aldeota
CEP 60120-901 Fortaleza-CE
Tel. (085) 3421.5900
Fax (085) 3421.5909
e-mail: senai@sfiec.org.br
 ∙ Meio ambiente e desenvolvimento sustentado;
 ∙ Ecologia;
 ∙ Desenvolvimento industrial e impacto no meio ambiente;
 ∙ Qualidade de vida;
 ∙ Legislação ambiental;
 ∙ Qualidade ambiental;
 ∙ Recursos naturais;
 ∙ Efeitos biológicos da poluição;
 ∙ Lixo e desperdício;
 ∙ Sistema de gestão ambiental - ISO 14000;
 ∙ Gerenciamento de resíduos;
 ∙ Monitoramento do meio ambiente.
Ementa da Disciplina
Disciplina: GESTÃO AMBIENTAL
Carga Horária: 40 horas/aula
Sumário
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
2 GESTÃO AMBIENTAL........................................................................................................ 10
2.1 O que é gestão ambiental? ......................................................................................... 10
2.2 Declaração do ambiente .............................................................................................. 11
3 O QUE É MEIO AMBIENTE?.............................................................................................. 13
3.1 O que é? ...................................................................................................................... 13
3.2 O que tem? .................................................................................................................. 13
3.3 Ecologia ....................................................................................................................... 13
3.4 Atividades .................................................................................................................... 14
4 O QUE É POLUIÇÃO? ....................................................................................................... 15
4.1 Poluição da água ......................................................................................................... 16
4.2 Poluição do solo .......................................................................................................... 17
4.2.1 Poluição atmosférica ................................................................................................... 19
4.2.2 Poluição visual ............................................................................................................ 20
4.2.3 Poluição sonora .......................................................................................................... 20
5 LIXO ................................................................................................................................ 20
5.1 Resíduos ..................................................................................................................... 21
5.2 Destino do lixo ............................................................................................................ 23
5.2.1 Aterros sanitários ........................................................................................................ 23
5.2.2 Incineração ................................................................................................................. 23
5.2.3 Compostagem ............................................................................................................. 24
5.2.4 Coleta seletiva e reciclagem ......................................................................................... 24
5.2.5 Atividade .................................................................................................................... 27
6 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL................................................................................. 27
6.1 O desenvolvimento sustentável tem seis metas prioritárias ....................................... 28
6.2 Desenvolvimento sustentável busca crescimento sem destruição .............................. 28
6.3 Discussões e aplicações ............................................................................................. 29
7 RECURSOS NATURAIS ..................................................................................................... 29
8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................. 31
8.1 Algumas leis ambientais importantes ......................................................................... 31
8.2 Constituição Federal .................................................................................................... 31
8.3 PNMA - LEI FEDERAL nº 6.938, de 31/08/81 ............................................................. 31
8.4 SNUC ........................................................................................................................... 33
8.5 Apresentação ............................................................................................................... 36
8.6 A lei da natureza ......................................................................................................... 36
8.7 Inovações da lei .......................................................................................................... 38
8.8 Lei de crimes ambientais ............................................................................................ 39
9 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ................................................................................... 57
10 QUALIDADE AMBIENTAL ................................................................................................ 58
11 TABELA DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS ......................................................... 73
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 74
9SENAI-CE
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1 INTRODUÇÃO
A atual preocupação mundial com os aspectos ambientais afeta intensamente as atividades 
agrícolas, pecuárias e industriais, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil. 
As questões ambientais, por outro lado, não podem ser um empecilho ao desenvolvimento. Para 
evitar isso, é preciso que toda a sociedade esteja esclarecida. Todas as gerações devemser infor-
madas sobre as relações complexas existentes entre as atividades humanas e os impactos que 
elas causam sobre o meio ambiente, assim pode-se garantir um futuro mais saudável e pacífico 
para a sociedade com um todo. O final do século XX presenciou o crescimento da consciência da 
sociedade em relação à degradação do meio ambiente decorrente do processo de desenvolvimento. 
O aprofundamento da crise ambiental, juntamente com a reflexão sistemática sobre a influência da 
sociedade neste processo, conduziu a um novo conceito - o de desenvolvimento sustentável. Este 
conceito alcançou um destaque inusitado a partir da década de 1990, tornando-se um dos termos 
mais utilizados para se definir um novo modelo de desenvolvimento. O desenvolvimento sustentá-
vel prevê a educação ambiental como instrumento de melhoria da qualidade de vida, por meio da 
formação de cidadãos conscientes de sua participação local no contexto da conservação ambiental 
global. Dessa maneira, devem-se somar forças para gerar uma sociedade sustentável global ba-
seada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa 
cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que todos declarem a responsabilidade 
uns para com os outros, com a própria vida e natureza, e com as futuras gerações. Assim, esta 
apostila tem como intuito despertar o conhecimento através do esclarecimento sobre tais assuntos 
para promover uma educação profissional e tecnológica e assim elevar a competitividade do setor 
industrial mantendo uma imagem de liderança perante os problemas ambientais. Portanto são 
abordados temas como Poluição, Impactos Ambientais, Política Ambiental e Sistemas de Gestão 
Ambiental e sua séries de Normas ISO 14 000, onde o meio ambiente foi introduzido como uma 
variável importante na estratégia dos negócios, entre outros temas de relevância para o Desenvol-
vimento Sustentável.
Gestão Ambiental10
2 GESTÃO AMBIENTAL
2.1 O que é gestão ambiental?
por Giovana Baggio de Bruns*
 
A novíssima área de conhecimento e trabalho intitulada “Gestão Ambiental” vem causando 
muita confusão entre os especialistas em meio ambiente. A dúvida se inicia com a pergunta: mas 
afinal, o que é Gestão Ambiental?
Para responder esta difícil pergunta, antes de tudo deve ser esclarecido que a Gestão Ambien-
tal possui caráter multidisciplinar, profissionais dos mais diversos campos podem atuar na área, 
desde que devidamente habilitados. 
Antigamente, existia uma divisão nítida entre os defensores da natureza (ditos ecologistas) 
e os que pregavam a exploração irrestrita dos recursos naturais. Com o advento do termo “de-
senvolvimento sustentável” tornou-se necessária a formação de pessoas com um diferente perfil, 
profissionais que agregassem a visão ambientalista à exploração “racional” dos recursos naturais, 
aí surgiram os gestores ambientais. 
A Gestão Ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas originem o menor 
impacto possível sobre o meio. Esta organização vai desde a escolha das melhores técnicas até o 
cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros. 
O que deve ficar claro é que “gerir” ou “gerenciar” significa saber manejar as ferramentas 
existentes da melhor forma possível e não necessariamente desenvolver a técnica ou a pesquisa 
ambiental em si. Pode estar aí o foco da confusão de conceitos entre a enorme gama de profis-
sionais em meio ambiente, pois muitos são parte das ferramentas de Gestão (ciências naturais, 
pesquisas ambientais, sistemas e outros), mas não desenvolvem esta como um todo, esta função 
pertence aos gestores ou gerentes ambientais, que devem ter uma visão holística apurada.
Existe também uma outra discussão sobre o que é “Gestão Ambiental” e o que é “Gerencia-
mento Ambiental”; alguns defendem que a “gestão” é inerente a assuntos públicos (gestão de cida-
des, bacias, zonas costeiras, parques) e que gerenciamento refere-se ao meio privado (empresas, 
indústrias, fazendas e outros). Esta diferença de significados, na verdade, não é importante, o que 
é realmente importante é promover a Gestão Ambiental em todos os seus aspectos.
Pode-se então concluir que a Gestão Ambiental é conseqüência natural da evolução do pensa-
mento da humanidade em relação à utilização dos recursos naturais de um modo mais sábio, onde 
se deve retirar apenas o que pode ser reposto ou, caso isto não seja possível, deve-se, no mínimo, 
recuperar a degradação ambiental causada.
*Engª Florestal, especialista em Gestão Ambiental através do European Master in Environmental Management, EAEME - Kapodis-
trian University of Athens e Università degli Studi di Parma, Itália. Atualmente trabalha como consultora ambiental na empresa de 
consultoria Silviconsult Engenharia Ltda, Curitiba, Paraná.
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2.2 Declaração do ambiente
A conferência das Nações Unidas sobre o ambiente reunida em Estocolmo, de 5 a 16 de 
Junho de 1972, tendo examinado a necessidade de adotar uma concepção comum e princípios 
comuns que inspirem e guiem os esforços dos povos do Mundo na preservação e melhoria do am-
biente, proclama que:
1. O Homem é criatura e criador do seu próprio ambiente, que lhe assegura a subsistência 
física e lhe dá a possibilidade de desenvolvimentos intelectual, moral, social e espiritual. 
No decurso da longa e laboriosa evolução da raça humana na Terra chegou o momento em 
que, graças ao progresso cada vez mais rápido da ciência e da tecnologia, o Homem adquiriu o 
poder de transformar o seu ambiente de inúmeras maneiras e em escala sem precedentes. Os dois 
elementos do seu ambiente, o natural e o que ele próprio criou, são indispensáveis ao seu bem-
estar e à plena fruição dos seus direitos fundamentais, inclusive o direito à própria vida.
2. A proteção e a melhoria do ambiente são questões de maior importância, que afetam o 
bem estar das populações e o desenvolvimento econômico do globo. Estas ações correspondem 
aos votos ardentes dos povos do mundo inteiro e constituem o dever de todos os governos.
3. O Homem deve constantemente fazer o ponto de situação da sua experiência e continuar 
a descobrir, a inventar, a criar e a avançar.
Hoje, o poder que o Homem tem de modificar o meio em que vive permite-lhe, se aquele foi 
aplicado com discernimento, levar a todos os povos os benefícios do desenvolvimento e a possi-
bilidade de melhorar a qualidade de vida. Este mesmo poder, se abusiva ou inconsideradamente 
usado, pode causar um mal incalculável aos seres humanos e ao ambiente. 
Multiplicam-se os indícios crescentes de prejuízos, de restrições e de devastações causadas 
pelo Homem em muitas regiões do globo: níveis perigosos de poluição da água, do ar, da terra e dos 
seres vivos; perturbações profundas e indesejáveis do equilíbrio ecológico da biosfera; destruição 
e esgotamento de recursos insubstituíveis e graves deficiências no ambiente que o próprio Homem 
criou, particularmente naquele em que vive e trabalha, revelando-se prejudiciais à sua saúde física, 
mental e social.
4. Nos países em desenvolvimento, a maior parte dos problemas do ambiente são causados 
pelo subdesenvolvimento. Milhões de pessoas continuam a viver muito abaixo dos níveis mínimos 
compatíveis com uma vida humana decente, privados do que se considera essencial no que se 
refere a alimentação, vestuário, habitação, educação, saúde e higiene. 
Tais países devem, portanto, orientar os esforços no sentido do desenvolvimento. 
Nos países industrializados, os problemas do ambiente estão geralmente relacionados com 
a industrialização e o desenvolvimento tecnológico.
5. O crescimento natural da população coloca ininterruptamente problemas de preservação 
do ambiente e os Estados devem, por isso, adotar políticas e medidas apropriadas para resolvê-los. 
Gestão Ambiental12
Os seres humanos são elementos preciosos no mundo. É a populaçãoque impulsiona o progresso 
social, cria a riqueza, desenvolve a ciência e a tecnologia e, mediante muito trabalho, transforma 
continuamente o ambiente. Com o progresso social e a evolução das ciências e tecnologia, a capa-
cidade humana de melhorar o ambiente aumenta dia a dia.
6. Encontramo-nos num momento histórico em que devemos orientar as nossas ações no 
mundo inteiro tomando em maior consideração as suas repercussões no ambiente. 
Podemos causar, por ignorância ou indiferença, prejuízos consideráveis e irreversíveis no 
meio ambiente, do qual dependem a nossa vida e o nosso bem-estar. 
Pelo contrário, mediante conhecimentos mais profundos e ações mais ponderadas, podere-
mos conquistar para nós próprios e para os nossos descendentes uma vida melhor, num ambiente 
mais adaptado às necessidades e aspirações humanas. 
Existem perspectivas para a melhoria da qualidade do ambiente e para a criação de condições 
para uma vida feliz. É necessário, para isso, entusiasmo, calma e um trabalho intenso e ordenado. 
Para usufruir livremente dos benefícios da natureza, o Homem deverá tirar partido dos seus conhe-
cimentos, com o fim de criar, em colaboração com a própria natureza, um ambiente melhor. 
A defesa e a melhoria do ambiente para as gerações atuais e vindouras tornaram-se um ob-
jetivo primordial da Humanidade. A realização desta tarefa deverá ser coordenada e harmonizada 
com os objetivos fundamentais já fixados de paz e de desenvolvimento. 
7. A persecução deste objetivo implica que todos, sejam cidadãos ou coletividades, em-
presas ou instituições, e a qualquer nível, assumam as suas responsabilidades e compartilhem, 
eqüitativamente, os esforços comuns.
Os homens de todas as condições e as organizações mais diversas podem, pelos seus valo-
res e pelo conjunto das suas ações, determinar o ambiente futuro do mundo. 
Caberá às autoridades locais e aos governos a responsabilidade principal das políticas e da 
ação a realizar em assuntos de ambiente, nos limites da sua jurisdição. Há necessidade também 
de cooperação internacionalmente para aumentar os recursos que permitam ajudar os países em 
desenvolvimento e cumprir as suas responsabilidades neste domínio. 
 Os problemas de ambiente, em número cada vez mais elevado, de âmbitos regional ou mun-
dial, ou que afetam o domínio internacional comum, exigirão vasta cooperação entre as nações e 
que os órgãos internacionais atuem no interesse de todos.
 A Conferência solicita aos governos e aos povos que unam os seus esforços para preservar 
e melhorar o ambiente, a bem de todos os povos e das gerações futuras.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente, ocorreu em Estocolmo, entre 5 e 16 
Junho de 1972. 
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3 O QUE É MEIO AMBIENTE?
3.1. O que é?
- Tudo o que rege e abriga a vida;
- O homem é criatura e criador do seu próprio ambiente;
- Um lugar determinado e/ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante 
interação os aspectos naturais e sociais.
“O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, 
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.” (Lei Federal n° 6.938 de 31/08/81, 
PNMA, Art. 3°).
“As condições, influência ou forças que envolvem, influem ou modificam o complexo de fato-
res climáticos, edáficos e bióticos que atuam sobre um organismo vivo ou uma comunidade ecoló-
gica e acaba por determinar sua forma e sua sobrevivência; a agregação das condições sociais e 
culturais (costumes, leis, idioma, religião e organização política e econômica) que influenciam a vida 
de um indivíduo ou de sua comunidade.” (Webster’s Dictionary).
“Conjunto de elementos físicos-químicos, ecossistemas naturais e sociais em que se insere 
o Homem, individual e socialmente, num processo de interação que atenta ao desenvolvimento 
das atividades humanas, à preservação dos recursos naturais e das características essenciais do 
entorno, dentro dos padrões de qualidades definidos.” (Coimbra, 1985).
3.2 O que tem?
- Elementos bióticos (todos os seres vivos: fauna e flora);
- Elementos abióticos (todos os componentes da natureza física: atmosfera, recurso hídrico, 
rochas, etc.);
- Elementos sociais;
- Suas inter-relações e inter-dependências;
- População Humana e seu crescimento.
A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. 
Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes po-
pulações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente 
formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas.
3.3 Ecologia: 
É o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.
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A palavra Ecologia tem origem no grego “oikos”, que significa casa, e “logos”, estudo, refle-
xão. Logo, por extensão seria o estudo da casa, ou de forma mais genérica, do lugar onde se vive.
O meio ambiente afeta os seres vivos não só pelo espaço necessário à sua sobrevivência e 
reprodução - levando, por vezes, ao territorialismo - mas também às suas funções vitais, incluindo 
o seu comportamento.
- Ecossistemas terrestres Brasileiros: Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatinga, 
Pampas 
3.4 Atividades:
- Para debater em aula:
• Podemos causar por ignorância ou indiferença, prejuízos consideráveis e irreversíveis no 
meio ambiente, do qual dependem a nossa vida e o nosso bem-estar.
• Valores, princípios e ética.
• A defesa e a melhoria do ambiente para as gerações atuais e vindouras tornaram-se um 
objetivo primordial da Humanidade
Responda:
01. O que você entende por “Meio Ambiente”? 
 
 
 
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02. Qual a importância desse tema em sua vida e de sua família? 
 
 
 
03. Qual temática em relação ao meio ambiente você gostaria de saber mais?
 
 
 
04. O que você espera da disciplina de Gestão Ambiental?
 
 
 
4 O QUE É POLUIÇÃO?
A palavra POLUIÇÃO vem do latim POLURE, que significa sujar. Sendo assim, conclui-se que 
os romanos já poluíam o meio ambiente; não só os romanos, mas o homem polui desde que surgiu 
na face da terra. Obviamente, o problema se agravou, como também surgiram vários outros tipos de 
impacto ambiental, devido à expansão da sociedade de consumo. Mas o que é poluir, sujar?
Poluição é a presença no ambiente de determinadas substâncias químicas prejudiciais aos 
seres vivos desse ambiente. 
As atividades humanas, principalmente nas sociedades industrializadas modernas, têm gera-
do diversos tipos de poluentes: esgotos, resíduos industriais, gases tóxicos, etc. A poluição afeta 
diretamente a saúde humana, além de prejudicar o equilíbrio dos ecossistemas. Ao poluir o ambien-
te, a espécie humana põe em risco sua saúde e a própria sobrevivência. A poluição, de acordo com 
a localização no ambiente, pode ser dividida em três grupos: atmosférica, da água e do solo.
 ∙ Poluição: “A degradação da qualidade ambiental (alteração adversas características do 
meio ambiente) resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população;
b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) Afetem desfavoravelmente a biota;
d) Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) Lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.” (Lei 
Federal n° 6.938 de 31/08/81 – PNMA).
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 ∙ Poluidor: “A pessoa física ou jurídica, de direito privado ou público, responsável direta ou 
indiretamente por atividade cauadora de degradação ambiental.” (Lei Federal n° 6.938 de 
31/08/81 – PNMA).
4.1 Poluição da água
O conceito de água poluída compreende não só as modificações das propriedades físicas, 
químicas e biológicas da água, mas também a adição de substâncias líquidas, sólidas ou gasosas 
capazes de tornar as águas impróprias para os diferentesusos a que se destinam.
A poluição da água está associada a diversos fatores:
- ao aumento da população;
- ao desenvolvimento urbanístico;
- e à expansão industrial.
 Os mares, rios e lagos têm vindo a ser utilizados como um gigantesco caixote de lixo, acredi-
tando-se que grandes massas de água tudo diluem e tudo dispersam a uma velocidade suficiente 
para evitar qualquer poluição.
 A poluição da água pode ter várias origens, tais como biológica, térmica, sedimentar e química.
Quando se despejam materiais orgânicos num rio ou num lago (por exemplo, esgotos não tra-
tados), é difícil imaginar as alterações produzidas; quando estes materiais se decompõem utilizam 
o oxigênio e, portanto, a quantidade de oxigênio dissolvido na água baixa. Se a concentração de po-
luentes não for excessiva e se a quantidade de água não for reduzida (isto é, se não houver secas 
ou desvios para a agricultura e indústria) as correntes de água recuperam a carência de oxigênio, 
pelo fato de se autodepurarem.
Naturalmente, mas muito lentamente, poluentes degradáveis e não degradáveis são elimina-
dos. Por vezes a recuperação é difícil, pelo fato de a velocidade de rearejamento natural da água 
não conseguir ser suficientemente elevada para evitar uma total carência de oxigênio, e então, diz-
se que a água se tornou anaeróbia; assim populações que requerem altos níveis de oxigênio são 
reduzidas ou eliminadas.
Também quando se despeja água aquecida resultante de um processo industrial de arrefeci-
mento os ecossistemas são alterados devido à interferência na temperatura e no pH da água.
 “A água pode fluir por milhares de canais, mas regressa sempre toda ao mar” (Provérbio africano)
Os oceanos têm conseguido diluir, dispersar e degradar grandes quantidades de esgotos não 
tratados, lamas, petróleo e alguns efluentes industriais, pelo fato de serem lançados em águas 
profundas.
A vida marinha, embora tenha sido afetada, tem se recuperado melhor do que os cientistas esperavam.
Desperdícios, resíduos industriais tóxicos e/ou radioativos, que antes eram colocados em 
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aterros ou queimados, passaram a ser lançados em águas profundas dos oceanos; o mar tornou-se 
o esgoto por excelência.
Além das descargas poluentes premeditadas, ocorrem acidentes como, por exemplo, derra-
mes de crude, petróleo e seus derivados. Como os mares e oceanos são ambientes frágeis, ocor-
rem autênticos desastres ecológicos, tais como mortes de organismos aquáticos como o plâncton, 
caranguejos, moluscos, corais, passando pelas aves marinhas que mergulham até as baleias, 
leões–marinhos, lontras...
4.2 Poluição do solo
Contaminação dos Solos (http://www.ambientebrasil.com.br/).
Conforme estabelece o Decreto n.º 28.687/82, art. 72, poluição do solo e do subsolo con-
siste na deposição, disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou enterramento no solo 
ou no subsolo de substâncias ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido ou gasoso. O solo 
é um recurso natural básico, constituindo um componente fundamental dos ecossistemas e dos 
ciclos naturais, um reservatório de água, um suporte essencial do sistema agrícola e um espaço 
para as atividades humanas e para os resíduos produzidos.
A degradação do solo pode ocorrer por meio da desertificação, uso de tecnologias inadequadas, 
falta de conservação, destruição da vegetação nele encontrada pelo desmatamento ou pelas queimadas.
A contaminação dos solos dá-se principalmente por resíduos sólidos, líquidos e gasosos, águas 
contaminadas, efluentes sólidos e líquidos, efluentes provenientes de atividades agrícolas, etc. Assim, 
pode-se concluir que a contaminação do solo ocorrerá sempre que houver adição de compostos ao 
solo, modificando suas características naturais e as suas utilizações, produzindo efeitos negativos.
Para que o solo mantenha as múltiplas capacidades de suporte dos sistemas naturais e 
agrícolas, é fundamental que as suas características estruturais permaneçam em equilíbrio com os 
diversos sistemas ecológicos. Este condicionamento é tanto mais determinante quanto o tipo de 
solo é frágil e pouco estável.
A preocupação com os processos de degradação do solo vem sendo crescente, à medida que 
se verifica que, para além da clássica desertificação por secura, outros processos conducentes aos 
mesmos resultados se têm instalado, devido à:
 ∙ Utilização de tecnologias inadequadas em culturas de sequeiro;
 ∙ Falta de práticas de conservação de água no solo;
 ∙ Destruição da cobertura vegetal.
Um dos principais fenômenos de degradação dos solos é a contaminação, notadamente por:
 ∙ Resíduos sólidos, líquidos e gasosos provenientes de aglomerados urbanos e áreas indus-
triais, na medida em que a maioria são ainda depositados no solo sem qualquer controle, 
levando a que os lixiviados produzidos e não recolhidos para posterior tratamento conta-
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minem facilmente solos e águas e, por outro lado, o metano produzido pela degradação 
anaeróbia da fração orgânica dos resíduos, pode acumular-se em bolsas no solo, criando 
riscos de explosão. 
 ∙ Águas contaminadas, efluentes sólidos e líquidos lançados diretamente sobre os solos 
e/ou deposição de partículas sólidas, cujas descargas continuam a ser majoritariamente 
não controladas, provenientes da indústria, de onde se pode destacar a indústria química, 
destilarias e lagares, indústria de celulose, indústria de curtumes, indústria cimenteira, 
centrais termoelétricas e atividades mineira e siderúrgica, assim como aquelas cujas ativi-
dades industriais constituem maiores riscos de poluição para o solo. 
 ∙ Efluentes provenientes de atividades agrícolas, de onde se destacam aquelas que apre-
sentam um elevado risco de poluição, como sendo as agropecuárias intensivas (suinocul-
turas), com taxa bastante baixa de tratamento de efluentes, cujo efeito no solo depende do 
tipo deste, da concentração dos efluentes e do modo de dispersão; os sistemas agrícolas 
intensivos que têm grandes contributos de pesticidas e adubos, podendo provocar a acidez 
dos solos, que por sua vez facilita a mobilidade dos metais pesados; e os sistemas de 
rega, por incorreta implantação e uso, podem originar a salinização do solo e/ou a toxici-
dade das plantas com excesso de nutrientes. 
 ∙ Uso desmedido das lamas de depuração e de águas residuais na agricultura, por serem 
materiais com elevado teor de matéria orgânica e conterem elementos biocidas que deve-
rão ser controlados para reduzir os riscos de acumulação. 
O processo de contaminação pode, então, definir-se como a adição no solo de compostos, 
que qualitativa e/ou quantitativamente podem modificar as suas características naturais e utiliza-
ções, produzindo então efeitos negativos, constituindo poluição. Estando a contaminação do solo 
diretamente relacionada com os efluentes líquidos e sólidos nele lançados e com a deposição de 
partículas sólidas (lixeiras), independentemente da sua origem, salienta-se a imediata necessidade 
de controle destes poluentes, preservando e conservando a integridade natural dos meios recepto-
res, como sendo os recursos hídricos, solos e atmosfera. 
A destruição do manto florestal, os incêndios ambientais ou provocados, o sobrepastoreio e 
as inúmeras obras de urbanização, acelerando os processos erosivos, têm destruído, ao longo dos 
anos, enormes áreas de solos cultivados. Milhões de toneladas de solos perdem-se todos os anos 
devido à erosão. Com a introdução da agricultura, o homem modificou o equilíbrio ecológico em 
numerosas zonas. Muitos animais que no seu ambiente natural são eliminados devido à presença 
de predadores e parasitas, noutro meio são capazes de aumentar numericamente de forma consi-
derável. Neste processo se deve procurar a origem da maioria das pragas conhecidas.
Para encontrar um novo equilíbrio ecológico e lutar contra os animais e plantas prejudiciais, 
começaram a utilizar-se, jáhá vários anos, certos produtos químicos cujo número e eficácia não 
parou de aumentar. Entre esses produtos destacam-se os pesticidas (fungicidas e inseticidas), 
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agrotóxicos e herbicidas. Mas o lançamento de quantidades maciças de pesticidas e herbicidas, 
além de matar os “indesejáveis”, destrói muitos seres vivos que interferem na construção do solo, 
impedindo, deste modo, a sua regeneração.
Os produtos tóxicos, acumulando-se nos solos, podem permanecer ativos durante longos 
anos. As plantas cultivadas nestes terrenos infectados podem absorvê-los ainda mesmo quando 
estes não foram utilizados para o seu próprio tratamento. Assim se explica a existência de pestici-
das nos nossos alimentos principais, como o leite e a carne, acabando a sua acumulação por se 
dar fundamentalmente no homem, que se encontra no fim das cadeias alimentares.
Saiba mais sobre os principais poluentes do solo:
FONTE POLUIDORA PRODUTO QUÍMICO EFEITOS
Inseticidas
DDT Câncer, danos no fígado, embriões e ovos de aves
BHC Câncer, danos a embriões
Solventes, produtos farmacêuti-
cos e detergentes Benzina
Dor de cabeça, náusea, perda de coordenação dos músculos, 
leucemia
Plásticos Cloro Vinil Câncer do fígado e do pulmão, atinge o sistema nervoso cen-tral
Herbicidas, incineração do lixo Dioxina Câncer, defeitos congênitos, doenças de pele
Componentes eletrônicos, fluí-
dos hidráulicos, luzes fluores-
centes
PCBs Danos pele e ao sistema gastrointestinal; possíveis car-cinógemos
Tintas, gasolina Chumbo Dor de cabeça, irritabilidade, pertubações mentais em crianças; danos ao fígado, aos rins e ao sistema neurológico
Processamento de zinco, fertili-
zantes, baterias Cádmio Câncer em animais; danos ao fígado e aos rins
A acumulação dos resíduos sólidos constitui hoje também um problema angustiante das 
sociedades de consumo a que pertencemos. Nos refugos sólidos há que se considerar os lixos 
domésticos, constituídos de papel, papelão, plásticos, vidros, restos de comida, etc. acumulação 
destes lixos pode ser um foco de contaminação ou um excelente meio para o desenvolvimento de 
insetos e roedores. Além disso, destroem a paisagem, podendo ainda contribuir para a contamina-
ção das águas superficiais e subterrâneas, através da água da chuva, principalmente quando os 
terrenos são permeáveis.
4.2.1 Poluição Atmosférica
- O desenvolvimento industrial e urbano tem originado em todo o mundo um aumento crescente da 
emissão de poluentes atmosféricos pode dar origem ao efeito estufa, alterações climáticas, diminuição 
da qualidade do ar, problemas de saúde nos seres vivos como diversas doenças respiratórias. 
- A atmosfera do planeta é uma exceção na medida em que é dos raros recursos naturais que é com-
partilhado pelo mundo inteiro dessa maneira os efeitos negativos sobre esta são globalmente sentidos. 
Gestão Ambiental20
Fontes poluidoras: 
 ∙ refinarias, fábricas de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras e indústria química e de adubos.
 ∙ O uso de solventes em colas, tintas, produtos de proteção de superfícies, aerossóis, lim-
peza de metais e lavanderias é responsável pela emissão de quantidades apreciáveis de 
Compostos Orgânicos Voláteis.
 ∙ A queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais. de explosivos, resinas, 
tintas, plásticos, pneus é responsável pela emissão de compostos perigosos; 
 ∙ Os fogos florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões significativas de CO2; 
 ∙ As indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em construção, 
são fontes importantes de emissões de partículas. 
4.2.2 Poluição Visual:
Dá-se o nome de poluição visual ao excesso de elementos ligados à comunicação visual 
(como cartazes, anúncios, propagandas, banners, placas, etc) dispostos em ambientes urbanos.
Prejuízos:vias públicas de intenso tráfego, é que pode concorrer para acidentes automobilísticos. 
O lixo propriamente dito também é considerado um elemento de desconforto visual que con-
tribui para a sensação de mal-estar urbano.
4.2.3 Poluição sonora 
A poluição sonora é o efeito provocado pela difusão do som num tom demasiado alto, sendo 
o mesmo muito acima do tolerável pelos organismos vivos. 
Prejuízos: Perda da audição; causar estresse; interferir na comunicação falada; perturbar o 
sono, o descanso e a relaxação; impedir a concentração e aprendizagem; criar estado de cansaço 
e tensão que podem afetar significativamente o sistema nervoso e cardiovascular.
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5 LIXO
Lixo é todo e qualquer resíduo proveniente das atividades humanas ou gerado pela natureza 
em aglomerações urbanas. Comumente, é definido como aquilo que ninguém quer. Porém, precisa-
mos reciclar este conceito, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. 
Grande parte dos materiais que vão para o lixo podem (e deveriam) ser reciclados. 
A produção de lixo vem aumentando assustadoramente em todo o planeta. Visando a uma 
melhoria da qualidade de vida atual e para que haja condições ambientais favoráveis à vida das 
futuras gerações, faz-se necessário o desenvolvimento de uma consciência ambientalista.
5.1 Resíduos
Resíduo pode ser considerado qualquer material que sobra após uma ação ou processo 
produtivo. Diversos tipos de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos) são gerados nos processos de 
extração de recursos naturais, transformação, fabricação ou consumo de produtos e serviços. Es-
ses resíduos passam a ser descartados e acumulados no meio ambiente causando não somente 
problemas de poluição, como caracterizando um desperdício da matéria originalmente utilizada. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o lixo como qualquer coisa que seu proprietário 
não quer mais e que não possui valor comercial. Seguindo esta lógica, se assumirmos que parte dos 
resíduos gerados nas diversas atividades humanas ainda possui valor comercial se for manejado ade-
quadamente, temos que adotar uma nova postura e assumir o resíduo como uma matéria-prima po-
tencial. Considerando a complexidade das atividades humanas, podemos imaginar que o resíduo de 
uma atividade pode ser utilizado para outra e assim sucessivamente, de forma sistêmica e integrada. 
Após este ciclo de utilizações, o material que não tiver nenhuma possibilidade de se reintegrar na ca-
deia produtiva, ou seja, que não tiver nenhum consumidor em potencial, será nomeado como “lixo”. 
Os resíduos podem ser classificados por:
 ∙ Sua natureza física: seco e molhado; 
 ∙ Sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica; 
 ∙ Seus riscos potenciais ao meio ambiente: perigosos, não inertes e inertes.
Tipos de resíduos:
1. Resíduo Domiciliar:
Originado na vida das residências, constituído por restos de alimentos, produtos deteriora-
dos, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma 
grande diversidade de outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos.
2. Resíduo Público:
Originado dos serviços de:
Gestão Ambiental22
 ∙ Limpeza pública urbana, incluindo-se todos os resíduos de varrição das vias públicas; limpeza de 
praias; limpeza de galerias, córregos e terrenos; restos de podas de árvores; corpos de animais. 
 ∙ Limpeza de áreas de feiras livres, constituído por restos vegetais diversos, embalagens.
3. Resíduo Industrial:
Originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como metalúrgica, química, 
petroquímica, papeleira, alimentícia.
O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resí-
duos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros e 
cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se a grande maioria do lixo considerado tóxico.
4. Entulho:
Resíduos da construção civil, composto por materiais de demolições, restos de obras, solos 
de escavações diversas. O entulho é geralmenteum material inerte, passível de reaproveitamento, 
porém geralmente contém uma vasta gama de materiais que podem lhe conferir toxicidade, com 
destaque para os restos de tintas e de solventes, peças de amianto e metais diversos, cujos com-
ponentes podem ser remobilizados caso o material não seja disposto adequadamente.
Tipos de Lixo:
 ∙ Lixo domiciliar/Urbano:
É constituído pelo lixo de nossas casas, bares, lanchonetes, restaurantes, repartições pú-
blicas, lojas, supermercados, feiras e do comércio. Compõe-se principalmente de sobras de ali-
mentos, embalagens, papéis, papelões, plásticos, vidros, trapos, etc. Esse lixo normalmente é 
encaminhando para Aterros Sanitários. 
 ∙ Lixo Industrial:
É o lixo produzido pelas indústrias, o qual possui características peculiares, que dependem das 
matérias-primas utilizadas. Pode ser perigoso e até mesmo tóxico, por isto, a menos que passe por pro-
cessos de tratamento específicos, não pode ter sua disposição final no mesmo local do lixo domiciliar. 
 ∙ Lixo Hospitalar:
Por sua peculiaridade, pelas múltiplas possibilidades de transmitir doenças dos hospitais, 
além de ser transportado em veículos especiais, também como o lixo industrial, a menos que passe 
por processos de tratamento específico, deve ser disposto em local apropriado.
 ∙ Lixo orgânico: é todo lixo que tem origem animal ou vegetal, ou seja, que recentemente fez 
parte de um ser vivo. Neles pode-se incluir restos de alimentos, folhas, sementes, restos 
de carne e ossos, papéis, madeira, etc. Lixo orgânico pode ser decomposto. Pode ser se-
letivizado e usado como adubo (a partir da compostagem) ou utilizado para a produção de 
certos combustíveis como biogás, que é rico em metano (a partir da biogasificação). 
 ∙ Lixo inorgânico: inclui todo material que não possui origem biológica, ou que foi produzida 
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através de meios humanos, como plásticos, metais e ligas, vidro, etc. Muito do lixo inor-
gânico possui um grande problema: quando jogado diretamente no meio ambiente, sem 
tratamento prévio, demora muito tempo para ser decomposto. 
 ∙ Lixo tóxico: Muito do lixo é tóxico, inclui pilhas e baterias, que contém ácidos e metais 
pesados em sua composição, certos tipos de tinta (como aquela usada nas impressoras), 
além de rejeitos industriais. Lixo tóxico precisa receber tratamento adequado, ou pode cau-
sar sérios danos ambientais e/ou à saúde de muitas pessoas
 ∙ Lixo altamente tóxico: Lixo nuclear e hospitalar entram neste quesito e precisam receber 
tratamento especial, ou podem causar sérios danos ambientais e/ou à saúde das pesso-
as. Lixo altamente tóxico deve ser isolado, enquanto lixo hospitalar deve ser incinerado.
5.2 Destino do lixo
5.2.1 Aterros sanitários
São locais onde o lixo é depositado permitindo mantê-lo confinado sem causar maiores danos 
ao meio ambiente. É um método em que o lixo é comprimido através de máquinas que diminuem 
seu volume. Com o trabalho do trator, o lixo é empurrado, espalhado e amassado sobre o solo (com-
pactação), sendo posteriormente coberto pôr uma camada de areia, minimizando odores, evitando 
incêndios e impedindo a proliferação de insetos e roedores.
A compactação tem como objetivo reduzir a área disponível, prolongando a vida útil do aterro, 
ao mesmo tempo que lhe propicia a firmeza do terreno, possibilitando seu uso futuro para outros 
fins. A distância mínima de um aterro sanitário para um curso de água deve ser de 400m.
São considerados uma maneira prática, barata de destinar os resíduos urbanos e industriais. 
Por isso, são a forma mais utilizada para tratamento de resíduos.
Utilizam grandes áreas de terra, onde o lixo é depositado e inutilizam vários materiais que 
poderiam ser reciclados, além de ser uma fonte de poluição que se deve ao processo de decompo-
sição da matéria orgânica que gera enormes quantidades de biogás, que contém metano e outros 
componentes tóxicos, e de chorume, líquido contendo componentes tóxicos que flui do lixo para o 
solo e corpos d’água.
5.2.2 Incineração
Consiste na queima do lixo a altas temperaturas em instalações chamadas “incineradores”.
É um método de alto custo devido à utilização de equipamentos especiais. Neste método 
existe uma grande redução do volume do lixo, cerca de 3% do volume original.
No mundo, o primeiro incinerador foi instalado na cidade de Nohinglam, Inglaterra, projetado 
e construído por Alfred Figer, em 1874.
Gestão Ambiental24
No Brasil, foi instalado em Manaus, em 1896, pelos ingleses. Em 1958 foi desativado por 
não mais atender às necessidades locais e por problemas de manutenção.
Atualmente existem modernos incineradores, inclusive no Brasil, entretanto, ainda existem 
muitos inconvenientes envolvendo seu uso. O problema mais grave deste método é o da poluição 
do ar pelos gases da combustão e por partículas não retidas nos filtros e precipitadores. Problemas 
estes muitas vezes ocasionados pela deficiência de mão-de-obra especializada.
Os gases remanescentes da incineração do lixo são: anidrido carbônico (CO2); anidrido sulfu-
roso (SO2); nitrogênio (N2); oxigênio (O2); água (H2O) e cinzas.
5.2.3 Compostagem
Processo biológico de decomposição da matéria orgânica contida em restos de origem animal 
ou vegetal. Esse processo tem como resultado final um produto - o composto orgânico - que pode 
ser aplicado ao solo para melhorar suas características, sem ocasionar riscos ao meio ambiente. 
Há muito tempo é praticada no meio rural, utilizando-se de restos vegetais e esterco animal. 
Pode-se, também, utilizar a fração orgânica do lixo domiciliar, mas de forma controlada, em instalações 
industriais chamadas usinas de triagem e compostagem. No contexto brasileiro, a compostagem tem 
grande importância, uma vez que cerca de 50% do lixo municipal é constituído por matéria orgânica.
5.2.4 Coleta seletiva e reciclagem
O que é Coleta Seletiva?
É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais como papéis, plásticos, vidros, 
metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora. Estes materiais são vendidos às 
indústrias recicladoras ou aos sucateiros. 
As quatro principais modalidades de coleta seletiva são: domiciliar, em postos de entrega 
voluntária, em postos de troca e por catadores.
A coleta seletiva domiciliar assemelha-se ao procedimento clássico de coleta normal de lixo. 
Porém, os veículos coletores percorrem as residências em dias e horários específicos que não 
coincidam com a coleta normal.
A coleta em PEV - Postos de Entrega Voluntária ou em LEV - Locais de Entrega Voluntária uti-
liza normalmente contêineres ou pequenos depósitos, colocados em pontos fixos, onde o cidadão, 
espontaneamente, deposita os recicláveis.
A modalidade de coleta seletiva em postos de troca se baseia na troca do material entregue 
por algum bem ou benefício.
O sucesso da coleta seletiva está diretamente associado aos investimentos feitos para sensi-
bilização e conscientização da população. Normalmente, quanto maior a participação voluntária em 
programas de coleta seletiva, menor é seu custo de administração. Não se pode esquecer também 
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a existência do mercado para os recicláveis.
A coleta seletiva é comumente confundida com o processo de reciclagem, mas é apenas uma 
das fases do processo de reciclagem. 
As vantagens proporcionadas por programas de coleta seletiva, segundo CEMPRE (1999), são: 
 ∙ redução de custos com a disposição final do resíduo sólido;
 ∙ aumento da vida útil de aterros sanitários;
 ∙ diminuição de gastos com remediação de áreas degradadas pelo mal acondicionamento 
do resíduo sólido;
 ∙ educação/conscientização ambiental da população;
 ∙ diminuição de gastos gerais com limpeza pública, considerando-se que o comportamen-
to de comunidades educadas/conscientizadas ambientalmente traduz-se em necessidade 
menor de intervenção do estado;
 ∙ melhoria das condiçõesambientais e de saúde pública do município;
 ∙ geração de empregos diretos e indiretos, com a ampliação das atividades das indústrias 
recicladoras já existentes e instalações de novas;
 ∙ resgate social de indivíduos, através da criação de associações/cooperativas de catadores 
ou mesmo através do trabalho autônomo de catação.
O IPT/CEMPRE (2000), relaciona mais algumas vantagens da coleta seletiva:
 ∙ preservação de recursos naturais;
 ∙ economia de energia; 
 ∙ diminuição de impactos ambientais.
Cores Oficiais para Coleta Seletiva
RESOLUÇÃO nº 275, de 25 de abril de 2001
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe con-
ferem a Lei n� 6.938, de 31 de agosto de 1981, e tendo em vista o disposto na Lei n� 9.605, de 12 
de fevereiro de 1998, e no Decreto n� 3.179, de 21 de setembro de 1999, e considerando que a 
reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o consumo 
de matérias-primas, recursos naturais não-renováveis, energia e água;
Considerando a necessidade de reduzir o crescente impacto ambiental associado à extração, 
geração, beneficiamento, transporte, tratamento e destinação final de matérias-primas, provocando 
o aumento de lixões e aterros sanitários;
Considerando que as campanhas de educação ambiental, providas de um sistema de identifi-
Gestão Ambiental26
cação de fácil visualização, de validade nacional e inspirada em formas de codificação já adotadas 
internacionalmente, sejam essenciais para efetivarem a coleta seletiva de resíduos, viabilizando a 
reciclagem de materiais, resolve:
Art.1� Estabelecer o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identi-
ficação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
CORES MATERIAL
AZUL Papel/papelão
VERMELHO Plásticos
VERDE Vidro
AMARELO Metal
PRETO Madeira
LARANJA Resíduos perigosos
BRANCO Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
ROXO Resíduos radioativos
MARROM Resíduos orgânicos
CINZA Resíduo geral não reciclável contaminado, ou contaminado não passível de 
separação
 Figura. Cores da coleta seletiva Fonte: CONAMA n°275 de 25/4/2001
O que é Reciclagem?
Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os detritos e reutilizá-
los no ciclo de produção de que saíram. É o resultado de uma série de atividades pelas quais ma-
teriais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, coletados, separados e processados 
para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. 
Reciclagem é um termo originalmente utilizado para indicar o reaproveitamento (ou a reutiliza-
ção) de um polímero no mesmo processo em que, por alguma razão, foi rejeitado. 
Reciclar, outro termo usado, é na verdade fazer a reciclagem. 
O retorno da matéria-prima ao ciclo de produção é denominado reciclagem, embora o termo já venha 
sendo utilizado popularmente para designar o conjunto de operações envolvidas. O vocábulo surgiu na 
década de 1970, quando as preocupações ambientais passaram a ser tratadas com maior rigor, especial-
mente após o primeiro choque do petróleo, quando reciclar ganhou importância estratégica. As indústrias 
recicladoras são também chamadas secundárias, por processarem matéria-prima de recuperação. Na 
maior parte dos processos, o produto reciclado é completamente diferente do produto inicial. 
O que é IMPACTO AMBIENTAL?
É qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada 
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indireta-
mente, afetam a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; 
a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.
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5.2.5 Atividade
Para responder: 
Por que você acha que a humanidade vem cada vez mais produzindo maior quantidade de lixo?
 
 
 
 
Quais os principais destinos do lixo? Na sua opinião quais as características positivas e negativa-
desses destinos?
 
 
 
 
6 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Desenvolvimento versus Natureza
Estradas, cidades , máquinas e muitas outras invenções humanas são benefícios essenciais 
para a população de hoje, pois melhoram a qualidade de vida, como o transporte , a comunicação e 
a saúde. Mas será que toda essa facilidade de vida não nos custa nada? Como você sabe, tudo na 
vida tem um bom preço e nesse caso não é diferente. O progresso tecnológico e científico da forma 
como vem sendo desenvolvido, tem acabado com o meio ambiente. Os modelos de crescimento so-
cioeconômicos, tecnológicos e científicos geraram um enorme desequilíbrio. Se por um lado nunca 
houve tanta riqueza e fartura no mundo , por outro lado a miséria, a degradação ambiental e a polui-
ção aumentam a cada dia. Diante desses fatos surge a idéia de Desenvolvimento Sustentável, que 
busca unir o desenvolvimento econômico à preservação ambiental e ao fim da pobreza no mundo. 
Para chegarmos ao Desenvolvimento Sustentável, a proteção do meio ambiente tem que ser entendi-
da como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente , uma 
vez que o Desenvolvimento Sustentável tem por objetivo o equilíbrio entre tecnologia e meio ambiente visando 
à melhoria na qualidade de vida e das condições de sobrevivência. É aqui que entra uma questão importante: 
qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não leva de imediato 
à igualdade nem à justiça social, pois não considera nenhum outro fator da qualidade de vida a não ser o 
acúmulo de riquezas que está concentrado nas mãos de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento 
preocupa-se com a geração de riquezas, mas tem o objetivo de distribuí-las igualmente, de melhorar a quali-
dade de vida de toda a população, levando em conta, portanto, a qualidade ambiental do planeta. 
Gestão Ambiental28
6.1 O desenvolvimento sustentável tem seis metas prioritárias:
1. A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, 
moradia, lazer, etc.);
2. A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas 
tenham chance de viver);
3. A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de 
conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);
4. A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.);
5. A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a 
outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, 
como por exemplo os índios);
6. A efetivação dos programas educativos.
De longe, algumas dessas metas parecem utópicas, entretanto, um dos caminhos para ten-
tarmos chegar ao Desenvolvimento Sustentável seria a Educação Ambiental, pois é a maneira mais 
direta de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da população. 
6.2 Desenvolvimento sustentável busca crescimento sem destruição
O desenvolvimento sustentável consiste em criar um modelo econômico capaz de gerar rique-
za e bem-estar enquanto promove a coesão social e impede a destruição da natureza.
Esse modelo busca satisfazer às necessidades presentes, sem comprometer a capacidade 
das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. Ou seja: utilizar recursos naturais sem 
comprometer sua produção, fazer proveito da natureza sem devastá-la e buscar a melhoria da qua-
lidade de vida.
Por isso, o desenvolvimento sustentável coloca na berlinda o modelo de produção e consumo 
ocidentais, que ameaça o equilíbrio do planeta. Além disso, se preocupa com os problemas a longo 
prazo, enquanto o atual modelo de desenvolvimento, fundado em uma lógica puramente econômica,se centra no “aqui e agora”.
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O termo foi utilizado pela primeira vez em 1980 por um organismo privado de pesquisa, a 
Aliança Mundial para a Natureza (UICN). Em 1987, o conceito apareceu em um informe realizado 
pela ex-ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland para a ONU (Organização das Nações Unidas), 
no qual se dizia que um desenvolvimento é duradouro quando “responde às necessidades do pre-
sente sem colocar em perigo as capacidades das gerações futuras para fazer o mesmo”.
“A formulação do conceito de desenvolvimento sustentável implicava o reconhecimento de que 
as forças de mercado abandonadas à sua livre dinâmica não garantiam a não-destruição dos recursos 
naturais e do ambiente”, afirma o economista e consultor ambiental espanhol Antxon Olabe.
6.3 Discussões e aplicações
Na Eco-92, cúpula realizada no Rio de Janeiro, e na Rio +10, encontro em Johannesburgo dez 
anos depois, a expressão Desenvolvimento Sustentável foi o centro das discussões.
Desde então, em um extremo se situam os ecologistas radicais, que defendem o crescimento 
zero para pôr fim ao esgotamento dos recursos. Em outro lado, estão aqueles que acham que o 
progresso tecnológico permitirá resolver todos os problemas do ambiente.
Essa segunda visão é utilizada para explicar atitudes como a do presidente norte-americano, 
George W. Bush, que não ratificou o Protocolo de Kyoto (1997), sobre a redução dos gases que 
produzem o efeito estufa.
A primeira interpretação do termo, que considera incompatível o desenvolvimento econômico 
com respeito ao ambiente, foi lançada em 1972 em um informe dos universitários do chamado 
Clube de Roma.
Mas esse enfoque é solidário apenas em relação à natureza e não aos países em vias de de-
senvolvimento que criticam que não podem interromper um crescimento que ainda não se iniciou.
O termo desenvolvimento sustentável não facilitou as discussões tanto no Brasil quanto na África 
do Sul, quando os países do hemisfério Norte —que concentra os países desenvolvidos — tentaram 
defender o direito a um ambiente saudável, enquanto os do Sul queriam o direito de se desenvolver.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u9273.shtml
7 RECURSOS NATURAIS
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Recursos Naturais são substâncias que ocorrem naturalmente no ambiente. O termo surgiu 
pela primeira vez na década 1970, por E.F. Schumacher no seu livro intitulado Small Is Beautiful. O 
termo recurso refere-se a uma imensidão de matérias-primas que existem no Planeta e aquelas que o 
homem pode utilizar. São elementos da natureza que servem para a subsistência humana. Nem todos 
os recursos que a natureza oferece ao ser humano podem ser aproveitados em seu estado natural.
Gestão Ambiental30
Quase sempre o ser humano precisa trabalhar para transformar os recursos naturais em bens ca-
pazes de satisfazer alguma necessidade humana. Freqüentemente são classificados como renováveis e 
não-renováveis, quando se tem em conta o tempo necessário para que se dê a sua reposição.
Os não-renováveis incluem substâncias que não podem ser recuperadas em um curto período 
de tempo, como por exemplo o petróleo e minérios em geral.
Os renováveis são aqueles que podem se renovar ou serem recuperados com ou sem interfe-
rência humana, como as florestas, luz solar, ventos e a água.
Também podem ser classificados de energéticos e não energéticos, se atendermos à sua 
capacidade de produzir energia. Os carvões e o petróleo são recursos naturais energéticos. Por ve-
zes, a água é também considerada um recurso energético, pois as barragens transformam a força 
da água em energia.
No entanto, a maioria dos minerais são recursos não energéticos; tal não se passa com o 
volfrâmio, o urânio e o plutónio por se tratarem de substâncias radioativas.
Recurso natural pode ser definido como qualquer elemento ou aspecto da natureza que esteja 
em demanda, seja passível de uso ou esteja sendo usado direta ou indiretamente pelo Homem, como 
forma de satisfação de suas necessidades físicas e culturais, em determinado tempo e espaço. 
Os recursos naturais são componentes da paisagem geográfica, materiais ou não, que ainda 
não sofreram importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria gênese independe 
do Homem, mas aos quais foram atribuídos, historicamente, valores econômicos, sociais e cultu-
rais. Portanto, só podem ser compreendidos a partir da relação Homem-Natureza. Se, por um lado, 
os recursos naturais ocorrem e distribuem-se no estrato geográfico segundo uma combinação de 
processos naturais, por outro, sua apropriação ocorre segundo valores humanos. 
Dessa interação sociedade-natureza decorrem determinadas formas de organização social 
sobre o território, influenciada, tanto pelos processos naturais que determinam a ocorrência (ou a 
não ocorrência) e a distribuição territorial dos recursos, como pelos valores sociais vigentes no con-
texto da apropriação, sendo que quanto mais valorizado é um recurso, maior sua mobilidade sobre 
o território. De qualquer forma, sempre haverá alguma alteração no ambiente, seja na exploração 
ou no uso dos recursos naturais. Tais alterações podem tornar-se negativamente impactantes se a 
apropriação dos recursos desconsiderar as dinâmicas naturais, ou orientar-se por procedimentos 
não éticos. Além da demanda, da ocorrência e de meios técnicos, a apropriação dos recursos na-
turais pode depender também de questões geopolíticas, sobretudo quando se caracterizam como 
estratégicas, envolvendo disputa entre povos.
Legislação Ambiental
http://www.mma.gov.br
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8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
8.1 Algumas Leis Ambientais importantes:
 ∙ Lei nº 4.771 de 1965, Código Florestal;
 ∙ Lei n° 6.938 de 1981, Política Nacional do Meio Ambiente;
 ∙ Lei n° 7.661 de 1988, Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro;
 ∙ Lei n° 5.197 de 1967 com as alterações na Lei n° 7.653 de 1989, Lei de Proteção à Fauna;
 ∙ Resoluções do CONAMA: 001/86, Estudo de Impacto Ambiental e 237/97, Licença e Li-
cenciamento Ambiental;
 ∙ Lei n° 9.605 de 1998, Crimes Ambientais e Decreto n° 3.179 de 1999, Punições Administrativas;
 ∙ Lei n° 9.795 de 1999, Política Nacional de Educação Ambiental;
 ∙ Lei n° 9.985 de 2000, Sistema Nacional de Unidades de Conservação;
 ∙ Lei n° 10.165 de 2000, Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental.
8.2 Constituição Federal:
O Direito Ambiental encontra seu conteúdo normativo destacado no Capítulo VI, da Constitui-
ção Federal de 1988, em seu único artigo:
“Art. 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso co-
mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo – se ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
8.3 PNMA - LEI FEDERAL nº 6.938, de 31/08/81. 
É a norma básica a proteção ao Meio Ambiente, estabelece a Política Nacional de Meio 
Ambiente. A Lei estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), constituiu o Sistema 
Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA e cria o Órgão Consultivo e Deliberativo: Conselho Nacional 
do Meio Ambiente – CONAMA
São Objetivos da PNMA:
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
Gestão Ambiental32
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade 
do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológi-
co, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas 
ao uso e manejo de recursos ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racio-
nal de recursos ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgaçãode dados e informa-
ções ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da 
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e 
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos 
causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. 
São instrumentos da PNMA:
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
III - a avaliação de impactos ambientais; 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecno-
logia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, 
estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e 
reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas neces-
sárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
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X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei 
nº 7.804, de 1989)
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder 
Público a produzí-las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos 
recursos ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro am-
biental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
 ∙ Na PNMA a “avaliação de impactos ambientais” e o “licenciamento de atividades polui-
doras” foram dois instrumentos necessários para atingir os objetivos de: preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, 
condições ao desenvolvimento sócio - econômico, aos interesses da segurança nacional e 
à proteção da dignidade da vida humana. No entanto, somente em janeiro de 1986, por-
tanto, muito tempo depois da própria regulamentação da Lei n° 6.938, através do Decreto 
Federal n° 8.835/83 é que foram baixadas as primeiras orientações e detalhes para a rea-
lização e aplicação de Estudo de Impacto Ambiental (EIA), através da Resolução n° 001/86 
do Conselho Nacional do meio Ambiente – CONAMA.
 ∙ Para efeito da resolução do CONAMA 001/86, considera-se impacto ambiental: “qualquer 
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por 
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou 
indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades 
sociais e econômicas; a biota; as condições estáticas e sanitárias do meio ambiente; a 
qualidade dos recursos ambientais”.
A referida resolução regulamentou a elaboração do EIA-RIMA para projetos que possam ser 
instalados ou ampliados para fins de licenciamento: estradas, ferrovias, portos, aeroportos, ole-
odutos, gasodutos, linhas de transmissão de energia elétrica, barragens, hidroelétricas, extração 
de combustível fóssil, extração de minério, aterros sanitários, complexos e unidades industriais e 
agroindustriais, exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100ha, empre-
endimentos turísticos de grande porte (resorts); entre outros.
8.4 SNUC
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) foi instituído, no Brasil, 
em 18 de julho de 2000, através da Lei Nº 9.985 e está se consolidando de modo a ordenar as 
áreas protegidas, nos níveis federal, estadual e municipal.
Os objetivos do SNUC, de acordo com o disposto na Lei, são os seguintes:
Gestão Ambiental34
 ∙ contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no territó-
rio nacional e nas águas jurisdicionais; 
 ∙ proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; 
 ∙ contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; 
 ∙ promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; 
 ∙ promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de 
desenvolvimento; 
 ∙ proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; 
 ∙ proteger as características de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, paleon-
tológica e cultural; 
 ∙ proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; 
 ∙ recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; 
 ∙ proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monito-
ramento ambiental; 
 ∙ valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; 
 ∙ favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em 
contato com a natureza e o turismo ecológico; 
 ∙ proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitan-
do e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. 
A consolidação do Sistema busca a conservação in situ da diversidade biológica a longo pra-
zo, centrando-a em um eixo fundamental do processo conservacionista. Estabelece ainda a neces-
sária relação de complementariedade entre as diferentes categorias de unidades de conservação, 
organizando-as de acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso:
 ∙ Proteção Integral; 
 ∙ Uso Sustentado. 
Unidades de Proteção Integral:
As unidades de proteção integral tem como objetivo básico a preservação da natureza, sendo 
admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei do SNUC.
Este grupo é composto pelas seguintes categorias de unidades de conservação:
Estação Ecológica: Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesqui-
sas científicas. É proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional e a pesquisa cientí-
fica depende de autorização prévia do órgão responsável.
Reserva Biológica: Tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos natu-
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rais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuan-
do-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias 
para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos.
Parque Nacional: Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de 
grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e 
o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato 
com a natureza e de turismo ecológico
Monumento Natural: Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou 
de grande beleza cênica.
Refúgio de Vida Silvestre: Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asse-
guram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da 
fauna residente ou migratória.
Unidades de uso sustentável:
As unidades de uso sustentável tem como objetivo básico compatibilizar a conservaçãoda 
natureza com o uso direto de parcela dos seus recursos naturais.
O grupo das unidades de uso sustentável divide-se nas seguintes categorias:
Área de proteção ambiental: É uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação 
humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes 
para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos 
proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade 
do uso dos recursos naturais.
Área de Relevante Interesse Ecológico: É uma área em geral de pequena extensão, com 
pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga 
exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de im-
portância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com 
os objetivos de conservação da natureza.
Floresta Nacional: É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente 
nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa 
científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas NATIVAS .
Reserva Extrativista: É uma área utilizada por populações locais, cuja subsistência baseia-
se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais 
de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas po-
pulações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
Reserva de Fauna: É uma área natural com populações animais de espécies nativas, terres-
tres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o 
manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.
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Reserva de Desenvolvimento Sustentável: Conforme definição do SNUC, é uma área na-
tural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de 
exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições 
ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manu-
tenção da diversidade biológica.
Reserva particular do Patrimônio Natural: É uma área privada, gravada com perpetuidade, 
com o objetivo de conservar a diversidade biológica.
8.5 Apresentação
Com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais e sua sanção pelo Excelentíssimo Senhor Pre-
sidente da República, a sociedade brasileira, os órgãos ambientais e o Ministério Público passaram 
a contar com um instrumento que lhes garantirá agilidade e eficácia na punição aos infratores do 
meio ambiente. 
A Lei, entretanto, não trata apenas de punições severas, ela incorporou métodos e possibili-
dades da não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra forma, pague 
sua dívida à sociedade. 
Para iniciar um amplo debate com a sociedade no que se refere à aplicação desta norma, o 
IBAMA promoveu, no dia em que a mesma entrou em vigor - 30 de março de 1998, um seminário 
em todos os estados brasileiros.
A sua contribuição é fundamental para o equilíbrio dos nossos ecossistemas. 
Pode-se afirmar: a lei é boa, mas, para ficar ótima, todos devem participar da sua implemen-
tação, seja através de denúncias ao IBAMA, ao órgão ambiental do Estado ou ao Ministério Público, 
seja através do exercício diário dos direitos de cidadão. Afinal, a Constituição garante que o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado é bem de uso comum do povo e que incumbe ao poder público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
(Eduardo Martins - Presidente do IBAMA) 
8.6 A Lei da natureza 
A natureza é sábia. 
Sábia, abundante e paciente. 
Sábia porque traz em si o mistério da vida, da reprodução, da interação perfeita e equilibrada 
entre seus elementos. Abundante em sua diversidade, em sua riqueza genética, em sua maravilha 
e em seus encantos. E é paciente. Não conta seus ciclos em horas, minutos e segundos, nem no 
calendário gregoriano com o qual nos acostumamos a fazer planos, cálculos e contagens. 
Sobretudo é generosa, está no mundo acolhendo o homem com sua inteligência, seu signifi-
cado divino, desbravador, conquistador e insaciável. 
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Às vezes, nesse confronto, o homem extrapola seus poderes e ela cala. Noutras, volta-se, numa auto-
defesa, e remonta seu império sobre a obra humana, tornando a ocupar seu espaço e sua importância.
No convívio diuturno, a consciência de gerações na utilização dos recursos naturais necessita 
seguir regras claras que considerem e respeitem a sua disponibilidade e vulnerabilidade.
E assim chegamos ao que as sociedades adotaram como regras de convivência, às práticas que definem 
padrões e comportamentos, aliadas a sanções aplicáveis para o seu eventual descumprimento: as leis. 
Mais uma vez nos valemos das informações da própria natureza para entender como isso se 
processa. Assim como o filho traz as características genéticas dos pais, as leis refletem as carac-
terísticas do tempo/espaço em que são produzidas.
Nesse sentido podemos entender como a Lei de Crimes Ambientais entra no ordenamento 
jurídico nacional. Se, como já foi dito, a natureza é abundante, no Brasil possuímos números incom-
paráveis com quaisquer outros países no que se refere à riqueza da biodiversidade, com enfoque 
amplo na flora, fauna, recursos hídricos e minerais. 
Os números são todos no superlativo.
Sua utilização, entretanto, vem se processando, a exemplo de países mais desenvolvidos, 
em níveis que podem alcançar a predação explícita e irremediável ou a exaustão destes recursos 
que, embora abundantes, são em sua grande maioria exauríveis. 
Daí a importância desta Lei. 
Condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente passam a ser punidas civil, administrativa 
e criminalmente. Vale dizer: constatada a degradação ambiental, o poluidor, além de ser obrigado a promover a 
sua recuperação, responde com o pagamento de multas pecuniárias e com processos criminais. 
Princípio assegurado no Capítulo do Meio Ambiente da Constituição Federal está agora disci-
plinado de forma específica e eficaz.
É mais uma ferramenta de cidadania que se coloca a serviço do brasileiro, ao lado do Código 
de Defesa dos Direitos do Consumidor e do Código Nacional de Trânsito, recentemente aprovado.
Aliás, ao se considerar a importância do Código de Trânsito, pode-se entender a relevância da Lei de 
Crimes Ambientais. Se o primeiro fixa regras de conduta e sanções aos motoristas, ciclistas e pedestres, que 
levam à diminuição do número de acidentes e de perda de vidas humanas, fato por si só digno de festejos, a 
Lei de Crimes Ambientais vai mais longe.
Ao assegurar princípios para manter o meio ambiente ecologicamente equilibrado, ela protege todo e 
qualquer cidadão. Todos que respiram, que bebem água e que se alimentam diariamente. Protege, assim, a 
sadia qualidade de vida para os cidadãos dessa e das futuras gerações.
E vai ainda mais longe: protege os rios, as matas, o ar, as montanhas, as aves, os animais, os peixes, 
o planeta! 
Afinal, é a Lei da Natureza e, como dissemos, a natureza é sábia.
(Ubiracy Araújo - Procurador Geral do IBAMA)
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8.7 Inovações da Lei
Antes Depois
Leis esparsas, de difícil aplicação. A legislação ambiental é consolidada; as penas têm uniformização e grada-
ção adequadas e as infrações são claramente definidas.
Pessoa jurídica não era responsabilizada 
criminalmente.
Define a responsabilidade da pessoa jurídica - inclusive a responsabilidade 
penal - e permite a responsabilização também da pessoa física autora ou 
co-autora da infração.
Pessoa jurídica não tinha decretada li-
quidação quando cometia infração am-
biental.
Pode ter liquidação forçada no caso deser criada e/ou utilizada para permitir, 
facilitar ou ocultar crime definido na lei. E seu patrimônio é transferido para 
o Patrimônio Penitenciário Nacional.
A reparação do dano ambiental não ex-
tinguia a punibilidade. 
A punição é extinta com apresentação de laudo que comprove a recuperação 
do dano ambiental.
Impossibilidade de aplicação direta de 
pena restritiva de direito ou multa.
A partir da constatação do dano ambiental, as penas alternativas ou a multa 
podem ser aplicadas imediatamente.
Aplicação das penas alternativas era 
possível para crimes cuja pena privativa 
de liberdade fosse aplicada até 02 (dois) 
anos.
É possível substituir penas de prisão até 04 (quatro) anos por penas alter-
nativas, como a prestação de serviços à comunidade. A grande maioria das 
penas previstas na lei tem limite máximo de 04 (quatro) anos.
A destinação dos produtos e instrumen-
tos da infração não era bem definida.
Produtos e subprodutos da fauna e flora podem ser doados ou destruídos, e 
os instrumentos utilizados quando da infração podem ser vendidos.
Matar um animal da fauna silvestre, 
mesmo para se alimentar, era crime ina-
fiançável.
Matar animais continua sendo crime. No entanto, para saciar a fome do 
agente ou da sua família, a lei descriminaliza o abate.
Maus tratos contra animais domésticos 
e domesticados era contravenção.
Além dos maus tratos, o abuso contra estes animais, bem como aos nativos 
ou exóticos, passa a ser crime.
Não havia disposições claras relativas a 
experiências realizadas com animais.
Experiências dolorosas ou cruéis em animal vivo, ainda que para fins di-
dáticos ou científicos, são consideradas crimes quando existirem recursos 
alternativos.
Pichar e grafitar não tinham penas clara-
mente definidas.
A prática de pichar, grafitar ou de qualquer forma conspurcar edificação ou 
monumento urbano, sujeita o infrator a até um ano de detenção.
A prática de soltura de balões não era 
punida de forma clara.
Fabricar, vender, transportar ou soltar balões, pelo risco de causar incêndios em 
florestas e áreas urbanas, sujeita o infrator à prisão e multa.
Destruir ou danificar plantas de orna-
mentação em áreas públicas ou priva-
das era considerado contravenção.
Destruição, dano, lesão ou maus tratos às plantas de ornamentação é crime, 
punido por até 01 (um) ano.
O acesso livre às praias era garantido, 
entretanto, sem prever punição criminal 
a quem o impedisse.
Quem dificultar ou impedir o uso público das praias está sujeito a até 05 
(cinco) anos de prisão.
Desmatamentos ilegais e outras infra-
ções contra a flora eram considerados 
contravenções.
O desmatamento não autorizado agora é crime, além de ficar sujeito a pesa-
das multas.
A comercialização, o transporte e o arma-
zenamento de produtos e subprodutos flo-
restais eram punidos como contravenção.
Comprar, vender, transportar, armazenar madeira, lenha ou carvão, sem li-
cença da autoridade competente, sujeita o infrator a até 01 (um) ano de 
prisão e multa.
A conduta irresponsável de funcionários 
de órgãos ambientais não estava clara-
mente definida.
Funcionário de órgão ambiental que fizer afirmação falsa ou enganosa, omitir 
a verdade, sonegar informações ou dados em procedimentos de autorização 
ou licenciamento ambiental, pode pegar até 03 (três) anos de cadeia.
As multas, na maioria, eram fixadas 
através de instrumentos normativos 
passíveis de contestação judicial.
A fixação e aplicação de multas têm a força da lei.
A multa máxima por hectare, metro cúbi-
co ou fração era de R$ 5 mil.
A multa administrativa varia de R$ 50 a R$ 50 milhões.
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8.8 Lei de crimes ambientais
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998
Dispõe sobre os sansões penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesi-
vas ao meio ambiente, e dá outras providências.
O Presidente da República 
 Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Capítulo I 
Disposições Gerais 
Art. 1º. (VETADO)
Art. 2º. Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas 
penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro 
de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sa-
bendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática quando podia agir para evitá-la. 
Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente 
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu 
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua 
entidade. 
Parágrafo único: A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, 
autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 
Art. 4º. Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for 
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
Art. 5º. (VETADO) 
Capítulo II 
Da Aplicação da Pena 
Art. 6º. Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: 
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a 
saúde pública e para o meio ambiente; 
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II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; 
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. 
Art. 7º. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liber-
dade quando: 
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do condenado, bem 
como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para 
efeitos de reprovação e prevenção do crime. 
Parágrafo único: As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma 
duração da pena privativa de liberdade substituída. 
Art. 8º. As penas restritivas de direito são: 
I - prestação de serviços à comunidade; 
II - interdição temporária de direitos; 
III - suspensão parcial ou total de atividades; 
IV - prestação pecuniária; 
V - recolhimento domiciliar. 
Art. 9º. A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de 
tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação e, no caso de dano 
da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível. 
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado con-
tratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como 
de participar de licitações pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no 
de crimes culposos. 
Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo 
às prescrições legais. 
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vitima ou à entidade 
pública ou privada com fim social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo 
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nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de 
eventual reparação civil, a que for condenado o infrator. 
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade 
do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade auto-
rizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local 
destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória. 
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: 
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; 
II- arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação 
significativa da degradação ambiental causada; 
III - comunicação prévia pelo agente, do perigo iminente de degradação ambiental; 
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental. 
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; 
II - ter o agente cometido a infração: 
a) para obter vantagem pecuniária; 
b) coagindo outrem para a execução material da infração; 
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; 
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; 
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, 
a regime especial de uso; 
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; 
g) em período de defeso à fauna; 
h) em domingos ou feriados; 
i) à noite; 
j) em épocas de seca ou inundações; 
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; 
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; 
n) mediante fraude ou abuso de confiança; 
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; 
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou 
beneficiada por incentivos fiscais; 
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; 
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. 
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Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada 
nos casos de condenação à pena privativa de liberdade não superior a três anos. 
Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código Penal será 
feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz 
deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente. 
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, 
ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor 
da vantagem econômica auferida. 
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante 
do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada 
no processo penal, instaurando-se o contraditório.
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos 
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente. 
Parágrafo único: Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo 
valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, 
de acordo com o disposto no art. 3º, são: 
I - multa; 
II - restritivas de direitos; 
III - prestação de serviços à comunidade. 
Art. 22. As penas restritivas de direito da pessoa jurídica são: 
I - suspensão parcial ou total de atividades; 
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; 
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções 
ou doações. 
§ 1º. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às 
disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente. 
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§ 2º. A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcio-
nando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição 
legal ou regulamentar. 
§ 3º. A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou 
doações não poderá exceder o prazo de dez anos. 
 
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em: 
I - custeio de programas e de projetos ambientais; 
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
III - manutenção de espaços públicos; 
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permi-
tir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, 
seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Peni-
tenciário Nacional. 
Capítulo III 
Da Apreensão do Produto e do Instrumento de Infração Administrativa ou de Crime 
 
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se 
os respectivos autos. 
§ 1º. Os animais serão libertados em seu habitat ou entregues a jardins zoológicos, fundações 
ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados. 
§ 2º. Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a ins-
tituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. 
§ 3º. Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a insti-
tuições científicas, culturais ou educacionais. 
§ 4º. Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua des-
caracterização por meio da reciclagem.
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Capítulo IV 
Da Ação e do Processo Penal 
 
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada. 
Parágrafo único: (VETADO) 
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imedia-
ta de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano 
ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se 
aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações: 
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5º do artigo referido no caput, 
dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade 
prevista no inciso I do § 1º do mesmo artigo; 
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o 
prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido 
no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição; 
Ill - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1º 
do artigo mencionado no caput; 
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de 
reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período 
de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III; 
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade depen-
derá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à 
reparação integral do dano.
Capítulo V 
Dos Crimes contra o Meio Ambiente 
 
Seção I 
Dos Crimes contra a Fauna 
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Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos 
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, 
ou em desacordo com a obtida:Pena - detenção de seis meses a um ano e multa. 
§ 1º. Incorre nas mesmas penas: 
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; 
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; 
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, 
utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, 
bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a 
devida licença, permissão ou autorização da autoridade competente. 
§ 2º. No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de ex-
tinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
§ 3º. São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, 
migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de 
vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas jurisdicionais brasileiras. 
§ 4º. A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: 
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; 
II - em período proibido à caça; 
III - durante a noite; 
IV - com abuso de licença; 
V - em unidade de conservação; 
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa. 
§ 5º. A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional. 
§ 6º. As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca. 
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a auto-
rização da autoridade ambiental competente: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença 
expedida por autoridade competente: 
Gestão Ambiental46
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos 
ou domesticados, nativos ou exóticos: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
§ 1º. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, 
ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. 
§ 2º. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. 
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espéci-
mes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente. 
Parágrafo único: Incorre nas mesmas penas: 
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público; 
II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permis-
são ou autorização da autoridade competente; 
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de mo-
luscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica. 
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por 
órgão competente: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Parágrafo único: Incorre nas mesmas penas quem: 
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; 
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petre-
chos, técnicas e métodos não permitidos; 
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, 
apanha e pesca proibida.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: 
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante. 
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente. 
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. 
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Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, 
coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos 
e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies 
ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. 
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, 
desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; 
Ill - (VETADO) 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 
 
Seção II 
Dos Crimes contra a Flora 
 
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que 
em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Parágrafo único: Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
 
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permis-
são da autoridade competente: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata 
o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização. 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 1º. Entende-se por Unidades de Conservação as Reservas Biológicas, Reservas Ecológicas, 
Estações Ecológicas, Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, Áreas de Proteção Ambiental, 
Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, Áreas de Relevante Interesse Ecológico e Reservas 
Extrativistas ou outras a serem criadas pelo Poder Público. 
§ 2º. A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unida-
des de Conservação será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. 
§ 3º. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
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Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
Parágrafo único: Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas flores-
tas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Art. 43. (VETADO) 
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, 
sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder 
Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em 
desacordo com as determinações legais:
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. 
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e ou-
tros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade 
competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Parágrafo único: Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, 
transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença váli-
da para todo o tempo da viagemou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.
Art. 47. (VETADO) 
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
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Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de 
ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Parágrafo único: No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, 
protetora de mangues, objeto de especial preservação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegeta-
ção, sem licença ou registro da autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para 
caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se: 
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do 
regime climático; 
II - o crime é cometido: 
a) no período de queda das sementes;
b) no período de formação de vegetações; 
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no 
local da infração; 
d) em época de seca ou inundação; 
e) durante a noite, em domingo ou feriado.
Seção III 
Da Poluição e outros Crimes Ambientais 
 
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam re-
sultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição 
significativa da flora: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
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§ 1º. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
§ 2º. Se o crime: 
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; 
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habi-
tantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; 
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de 
água de uma comunidade; 
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; 
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou 
substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 3º. Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, 
quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano 
ambiental grave ou irreversível. 
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente auto-
rização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Parágrafo único: Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explo-
rada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente. 
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transpor-
tar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva 
à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou 
nos seus regulamentos: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substâncias referidos no 
caput, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança. 
§ 2º. Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um 
sexto a um terço. 
§ 3º. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
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Art. 57. (VETADO) 
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas: 
I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral; 
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem; 
III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. 
Parágrafo único: As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato 
não resultar crime mais grave. 
Art. 59. (VETADO)
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do 
território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença 
ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamen-
tares pertinentes: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à 
pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Seção IV 
Dos Crimes contra o ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural 
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial; 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido 
por lei, ato administrativo ou decisão judicial: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único: Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, 
sem prejuízo da multa. 
Gestão Ambiental52
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por 
lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, 
artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização 
da autoridade competente ou em desacordo com a concedida: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em 
razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etno-
gráfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Parágrafo único: Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu 
valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de detenção, e multa. 
Seção V 
Dos Crimes contra a Administração Ambiental 
 
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar 
informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento 
ambiental: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo 
com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato 
autorizativo do Poder Público: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único: Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem 
prejuízo da multa. 
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação 
de relevante interesse ambiental: 
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Pena - detenção, de um a três anos, e multa.Parágrafo único: Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa. 
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Capítulo VI 
Da Infração Administrativa 
 
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as 
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. 
§ 1º. São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar proces-
so administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das 
Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. 
§ 2º. Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às auto-
ridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia. 
§ 3º. A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover 
a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade. 
§ 4º. As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado 
o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei. 
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os 
seguintes prazos máximos: 
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, conta-
dos da data da ciência da autuação; 
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da 
sua lavratura apresentada ou não a defesa ou impugnação; 
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, 
de acordo com o tipo de autuação; 
IV - cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação. 
Gestão Ambiental54
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o 
disposto no art. 6º: 
I - advertência; 
II - multa simples; 
III - multa diária; 
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petre-
chos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; 
V - destruição ou inutilização do produto; 
VI - suspensão de venda e fabricação do produto; 
VII - embargo de obra ou atividade; 
VIII - demolição de obra; 
IX - suspensão parcial ou total das atividades; 
X - (VETADO) 
XI - restritiva de direitos. 
§ 1º. Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, 
cumulativamente, as sanções a elas cominadas. 
§ 2º. A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação 
em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo às demais sanções previstas neste artigo. 
§ 3º. A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo: 
 
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assi-
nalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos do Ministério da Marinha; 
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos do 
Ministério da Marinha; 
§ 4º. A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recupera-
ção da qualidade do meio ambiente. 
§ 5º. A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo. 
§ 6º. A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto 
no art. 25 desta Lei. 
§ 7º. As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, 
a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares. 
§ 8º. As sanções restritivas de direito são: 
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I - suspensão de registro, licença ou autorização; 
II - cancelamento de registro, licença ou autorização; 
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; 
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos 
oficiais de crédito; 
V - proibição de contratar com a Administração Pública pelo período de até três anos. 
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão 
revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, 
Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou muni-
cipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador. 
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida 
pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. 
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e 
corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o míni-
mo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). 
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Terri-
tórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência. 
Capítulo VII 
Da Cooperação Internacional para a Preservação do Meio Ambiente 
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Gover-
no brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, 
sem qualquer ônus, quando solicitado para: 
I - produção de prova; 
II - exame de objetos e lugares; 
Ill - informações sobre pessoas e coisas; 
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância para a deci-
são de uma causa; 
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos tratados de que 
o Brasil seja parte. 
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§ 1º. A solicitação de que trata este inciso será dirigida ao Ministério da Justiça, que a reme-
terá, quando necessário, ao órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou a encami-
nhará à autoridade capaz de atendê-la. 
§ 2º. A solicitação deverá conter: 
I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante; 
II - o objeto e o motivo de sua formulação; 
III - a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante; 
IV - a especificação da assistência solicitada; 
V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o caso. 
 
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente para a reciprocidade 
da cooperação internacional, deve ser mantido sistema de comunicações apto a facilitar o intercâm-
bio rápido e seguro de informações com órgãos de outros países. 
Capítulo VIII 
Disposições Finais 
 
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código Penal e do Código 
de Processo Penal. 
Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias a contar de sua 
publicação. 
Art. 81. (VETADO) 
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Brasília, 12 de fevereiro de 1998, 177º da Independência e 110º da República 
 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
GUSTAVO KRAUSE 
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9 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Por Maria de Guadalupe A. Lessa 
O que é Gestão Ambiental? O gerenciamento ou a gestão ambiental se constitui como uma 
nova técnica para garantir sucesso no mundo globalizado. Preservar o meio ambiente deixou de 
ser opção dos gestores e passou a ser questão de sobrevivência; é fundamental para a empresabuscar mercados no exterior. 
Um modelo de gestão ambiental poderá ser formulado a partir da alteração nos conceitos de 
qualidade na produção e na transformação da preservação em função administrativa. 
Isso envolverá processos de educação, análise dos impactos causados pela atividade da 
organização, sistemas de medidas preventivas e avaliação constante das ações. Pessoal profissio-
nalizado e qualificado para a coordenação das metas e funcionários conscientes do valor do novo 
sistema de gestão serão preocupações constantes. A alta administração deve nomear represen-
tantes específicos que, independentemente de outras atribuições, devem ter funções, responsabi-
lidades e autoridades definidas para assegurar que os requisitos do sistema de gestão ambiental 
sejam estabelecidos, implantados e mantidos, além de relatar à alta administração o desempenho 
do sistema de gestão ambiental, para análise crítica como base para aprimoramento do modelo de 
gestão ambiental. 
O plano estabelecido não ficará isolado dos outros níveis da organização, mas estará compar-
tilhando experiências com os demais setores, identificando novos potenciais de atuação. 
Dentro da contextualização dos modelos de gestão está a certificação conferida aos orga-
nismos que aderem a esta nova perspectiva. Apesar de ainda não garantirem uma mudança defi-
nitiva, retratam uma alteração cultural no comportamento das organizações. Essas considerações 
referem-se a ISO 14000 e sua série, que padroniza internacionalmente a gestão ambiental, o que 
posteriormente poderá possibilitar que esta mesma organização possa ser certificada por um órgão 
do governo. 
Depois de implantado o sistema de gerenciamento, será montada uma equipe de auditores 
para avaliar o direcionamento e os resultados. Se tudo estiver conforme os padrões, a auditoria de 
um desses órgãos poderá conferir o certificado. 
O estabelecimento de padrões de qualidade se tornou necessário por causa da exigência do 
consumidor e por causa também da exigência de se estabelecer uma linha internacional, já que os 
conceitos de gestão ambiental nasceram na Europa. 
Como conseqüência da sedutora potencialidade da ISO 14000 transformar-se no elemento 
da vantagem competitiva atual, vários manuais têm sido produzidos com o intuito de divulgar am-
plamente os princípios do gerenciamento ambiental. 
Com os processos de internacionalização e globalização, a preocupação com o meio ambiente 
só tende a aumentar. É cada vez mais preocupante a diminuição dos recursos naturais disponíveis 
e o aumento da degradação dos ambientes. Quem ignorar estes fatos certamente ficará excluído. 
Gestão Ambiental58
Em última análise, para se estabelecer um programa de gestão ou gerenciamento ambiental 
é necessário, antes de tudo, um profundo conhecimento do funcionamento do ambiente como um 
sistema, considerando todos os elementos naturais (clima, vegetação, relevo, solos, fauna, hidro-
grafia) e humanos (grupos sociais, comunidades indígenas, populações rurais e urbanas) e suas 
relações processuais entre si e com o ambiente, a fim de se estabelecer uma melhor interação de 
uso dos recursos naturais. 
Nos mais diversos setores da sociedade as questões relativas ao meio ambiente e ao geren-
ciamento ambiental se tornam mais evidentes em função da mudança ou implantação de ativida-
des em várias áreas como, por exemplo, a substituição da atividade extrativista pela mineração na 
região norte do Brasil, onde há exploração e transformação industrial de minérios (tanto em escala 
empresarial, como o Projeto Grande Carajás, ou de forma mais difusa, como o garimpo) e pela ex-
pansão da agropecuária. 
Os problemas de gestão ambiental assumem diferentes dimensões segundo o ambiente 
estudado. Nas áreas urbanas estão mais vinculados a questões de degradação dos recursos, 
enquanto que nas áreas rurais são de natureza ligada à conservação dos recursos. Nas áreas de 
fronteira agrícola em região tropical úmida existem poucos trabalhos que abordam essa problemá-
tica, contemplando a evolução apresentada pelos sistemas de produção e pelos agricultores e a 
influência das decisões tomadas ao nível da propriedade e da região. 
As estratégias adotadas pelos agricultores nem sempre respondem a programas de gestão 
concebidos a nível macro e sim, são o resultado de iniciativas pessoais. Nesse contexto, percebe-
se a falta de informações que permitam determinar quais são os processos ambientais (desma-
tamentos, queimadas, problemas de saúde pública) envolvidos e os fenômenos que os determi-
nam. Assim, se requer a definição de políticas e de sistemas hierarquizados que determinem os 
processos a serem avaliados para a obtenção de unidades de gestão adequadas à realidade das 
diferentes situações ambientais. 
10 QUALIDADE AMBIENTAL
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA – NBR 14000
SÉRIE ISO 14000
Normalização
A série de normas ISO 14000 foi desenvolvida pela Comissão Técnica 207 da ISO (TC 207), 
como resposta à demanda mundial por uma gestão ambiental mais confiável, onde o meio am-
biente foi introduzido como uma variável importante na estratégia dos negócios, e foi estruturada 
basicamente em duas grandes áreas:
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Foco nas organizações empresariais:
Esta área teve por objetivo orientar a implementação de uma gestão ambiental verificável, 
com qualidade e consistência, para reduzir os riscos nas suas atividades e facilitar o comércio in-
ternacional. Esta área foi dividida em três Subcomitês:
SC1 - Sistemas de Gerenciamento Ambiental, que trata das normas de gestão onde foi elabo-
rada a ISO 14001, que é única norma certificável da série;
SC2 - Auditorias Ambientais, que trata das normas que dão o suporte às verificações (audito-
rias) do sistema e as qualificações dos profissionais que devem atuar nestas atividades;
SC4 - Avaliação de Performance Ambiental, que traz orientações para desenvolverem indica-
dores para o acompanhamento da performance ambiental da organização.
Foco nos produtos e serviços:
Esta área teve por objetivo construir uma base comum e racional aos vários esquemas, priva-
dos, nacionais e regionais de avaliações de produtos. Esta área foi dividida em dois Subcomitês:
SC3 – Rotulagem Ambiental, que trata de todas as declarações ambientais colocadas nos 
produtos, de terceira parte (Selo Verde) ou não;
SC5 - Análise de Ciclo de Vida, que define uma metodologia consistente para se fazer uma 
análise completa do ciclo de vida do produto;
Relações com outras normas da Série ISO 14000
Normas do Sistema de Gestão Ambiental
A visão e o objetivo das normas de Sistema de Gestão Ambiental é fornecer uma assistência 
às organizações coerente com o conceito de desenvolvimento sustentável.
A Norma NBR ISO 14004 consiste em diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas 
de apoio e apresenta de forma global os sistemas de gestão ambiental e estimula o planejamento am-
biental ao longo do ciclo de vida do produto ou do processo. Um dos componentes do sistema de gestão 
é o planejamento das atividades da organização para se atingir as metas e objetivos ambientais.
A Avaliação do Ciclo de Vida e as normas da família ISO 14040 podem e devem ser usadas 
como ferramentas de apoio ao planejamento do sistema de gestão. É neste contexto que a ACV, 
uma ferramenta focalizada nos produtos ou serviços, é utilizada de maneira complementar aos 
sistemas de gestão ambiental.
A abordagem do desenvolvimento de produtos ou serviços considerando os conceitos de Ciclo 
de Vida (chamado de Life Cycle Thinking) é uma ferramenta poderosa que pode subsidiar o processo 
de planejamento da empresa e a sua consistência.
Gestão Ambiental60
Norma NBR ISO 14001 
Única norma certificável do sistema de gestão ambiental, não faz alusão direta à ACV. Isto 
porque a implementação de um sistema de gestão ambiental, bem como a sua certificação, não 
pressupõe a necessidade de uma avaliação dociclo de vida do produto ou serviço da empresa.
Normas de Rotulagem Ambiental (Rótulos e Declarações Ambientais)
As normas de rotulagem ambiental orientam todas as declarações ambientais ou símbolos 
apostos nos produtos, incluindo também orientações para os programas de Selo Verde.
A Norma ISO 14020: Contém princípios básicos, aplicáveis a todos os tipos de rotulagem 
ambiental. Recomenda que, sempre que apropriado, seja levada em consideração a ACV.
Norma ISO 14021: Rotulagem Ambiental Tipo II: Trata das autodeclarações das organizações 
que podem descrever apenas um aspecto ambiental do seu produto, não obrigando à realização de uma 
ACV, reduzindo assim, os custos para atender de uma forma rápida às demandas do marketing.
Norma ISO 14024: Rótulo Ambiental Tipo I: Princípios e Procedimentos - recomenda que 
estes programas sejam desenvolvidos levando-se em consideração a ACV para a definição dos 
“critérios” de avaliação do produto e seus valores limites. Isso quer dizer que deve haver múltiplos 
critérios identificados e padronizados, pelo menos os mais relevantes, nas fases do ciclo de vida, 
facilitando a avaliação e reduzindo os custos de certificação.
Relatório Técnico TR/ISO 14025: Rotulagem Ambiental Tipo III: Princípios e procedimentos 
orientam os programas de rotulagem que pretendem padronizar o Ciclo de Vida e certificar o padrão 
do Ciclo de Vida, ou seja, garantindo que os valores dos impactos informados são corretos, sem 
definir valores limites.
Série ISO 14040 - Gestão Ambiental
∙ ISO 14040: Princípios e Estrutura: 
Esta norma especifica a estrutura geral, princípios e requisitos para conduzir e relatar estudos 
de avaliação do ciclo de vida, não incluindo as técnicas de avaliação do ciclo de vida em detalhes.
∙ ISO 14041: Definições de escopo e análise do inventário
Esta norma orienta como o escopo deve ser suficientemente bem definido para assegurar 
que a extensão, a profundidade e o grau de detalhe do estudo sejam compatíveis e suficientes para 
atender ao objetivo estabelecido. Da mesma forma, esta norma orienta como realizar a análise de 
inventário, que envolve a coleta de dados e procedimentos de cálculo para quantificar as entradas 
e saídas pertinentes de um sistema de produto.
∙ ISO 14042: Avaliação do impacto do ciclo de vida
Esta norma especifica os elementos essenciais para a estruturação dos dados, sua carac-
terização, a avaliação quantitativa e qualitativa dos impactos potenciais identificados na etapa da 
análise do inventário.
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∙ ISO 14043: Interpretação do ciclo de vida
Esta norma define um procedimento sistemático para identificar, qualificar, conferir e avaliar 
as informações dos resultados do inventário do ciclo de vida ou avaliação do inventário do ciclo de 
vida, facilitando a interpretação do ciclo de vida para criar uma base onde as conclusões e recomen-
dações serão materializadas no Relatório Final.
∙ ISO TR 14047: Exemplos para a aplicação da ISO 14042
Este relatório técnico fornece exemplos de algumas das formas de aplicação da Avaliação do 
Impacto do Ciclo de Vida conforme descrito na norma ISO 14042.
∙ ISO TS14048: Formato da apresentação de dados
Esta especificação técnica fornece padrões e exigências para a forma de apresentação dos 
dados que serão utilizados no Inventário e na Avaliação do Inventário do Ciclo de Vida de uma forma 
transparente e inequívoca.
∙ ISO TR 14049: Exemplos de aplicação da ISO 14041 para definição de objetivos e 
escopo e análise de inventário. 
Este relatório técnico apresenta exemplos para facilitar a definição de objetivos e escopos e 
análise de inventários, orientando uma padronização para diversos tipos de ACV.
Orientações para uso da Norma ISO 14001 
1 Requisitos gerais
O texto adicional fornecido neste anexo tem caráter estritamente informativo e tem por obje-
tivo prevenir uma interpretação errônea dos requisitos contidos na seção 4 desta Norma. Embora 
estas informações refiram-se e sejam consistentes com os requisitos da seção 4, não se pretende 
adicionar, subtrair ou, de nenhuma forma, alterar esses requisitos.
A implementação de um sistema da gestão ambiental especificado por esta Norma tem como 
intenção o aprimoramento do desempenho ambiental. Por esta razão, esta Norma baseia-se na 
premissa de que a organização irá, periodicamente, analisar e avaliar seu sistema da gestão am-
biental, para identificar oportunidades de melhoria e implementá-las. A velocidade, extensão e 
temporalidade deste processo de melhoria contínua são determinados pela organização, à luz das 
circunstâncias econômicas, entre outras. Melhorias no sistema da gestão ambiental têm como ob-
jetivo resultar em novas melhorias em seu desempenho ambiental.
Esta Norma requer que uma organização:
a) estabeleça uma política ambiental apropriada; 
b) identifique os aspectos ambientais decorrentes de atividades passadas, existentes ou plane-
jadas da organização, produtos e serviços, para determinar os impactos ambientais significativos;
c) identifique os requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização; 
Gestão Ambiental62
d) identifique prioridades e estabeleça objetivos e metas ambientais apropriados; 
e) estabeleça uma estrutura e programa(s) para implementar a política e atingir objetivos e metas; 
f) facilite as atividades de planejamento, controle, monitoramento, ação preventiva e corre-
tiva, auditoria e análise, de forma a assegurar que a política seja obedecida e que o sistema da 
gestão ambiental permaneça apropriado; e 
g) seja capaz de adaptar-se à mudança de circunstâncias.
Recomenda-se que uma organização que não tenha um sistema da gestão ambiental estabe-
leça inicialmente sua situação presente em relação ao meio ambiente por meio de uma análise. O 
objetivo desta análise deve ser considerar todos os aspectos ambientais da organização, como uma 
base para estabelecer seu sistema da gestão ambiental.
Recomenda-se que a análise cubra quatro áreas principais:
- Identificação de aspectos ambientais, incluindo aqueles associados às condições normais de 
operação e condições anormais, incluindo partida e parada, situações de emergência e acidentes;
- Identificação de requisitos legais aplicáveis e outros subscritos pela organização;
- Exame de todas as práticas e procedimentos da gestão ambiental existentes, incluindo 
aqueles associados com as atividades de aquisição e de contratação de serviços;
- Avaliação de situações de emergência e acidentes anteriores.
Ferramentas e métodos para a realização da análise podem incluir listas de verificação, en-
trevistas, inspeção e medição direta, resultados de auditorias anteriores ou outras análises, depen-
dendo da natureza das atividades.
Uma organização tem a liberdade e flexibilidade para definir seus limites e pode optar pela 
implementação desta Norma para toda a organização ou para unidades operacionais específicas 
da mesma. Recomenda-se que a organização defina e documente o escopo de seu sistema da 
gestão ambiental. Pretende-se que a definição do escopo esclareça os limites da organização até 
onde será aplicado o sistema da gestão ambiental, especialmente se a organização fizer parte de 
uma organização maior numa dada localização. Uma vez definido o escopo, todas as atividades, 
produtos e serviços da organização dentro desse escopo têm que ser incluídos no sistema da ges-
tão ambiental. Ao se estabelecer o escopo, recomenda-se que se observe que a credibilidade do 
sistema da gestão ambiental irá depender da escolha dos limites organizacionais. Se uma parte da 
organização for excluída do escopo de seu sistema da gestão ambiental, recomenda-se que a or-
ganização seja capaz de explicar essa exclusão. Se esta Norma for implementada em uma unidade 
operacional específica, as políticas e procedimentos desenvolvidos por outras partes da organiza-
ção podem ser utilizados para atender aos requisitos destaNorma, desde que sejam aplicáveis à 
unidade operacional específica. 
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2 Política ambiental
A política ambiental é a força motriz para a implementação e aprimoramento do sistema da 
gestão ambiental de uma organização, permitindo que seu desempenho ambiental seja mantido e 
potencialmente aperfeiçoado.
Recomenda-se, portanto, que esta política reflita o comprometimento da alta administração 
com o atendimento aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos, com a prevenção de polui-
ção e com a melhoria contínua. A política ambiental constitui a base sobre a qual a organização es-
tabelece seus objetivos e metas. Recomenda-se que a política ambiental seja suficientemente clara 
para seu entendimento pelas partes interessadas internas e externas e que ela seja periodicamen-
te analisada e revisada, para refletir as mudanças nas condições e informações. É recomendado 
que sua área de aplicação (ou seja, seu escopo) seja claramente identificável e reflita sua natureza 
singular, escala e os impactos ambientais das atividades, produtos e serviços, dentro do escopo 
definido do sistema da gestão ambiental.
É recomendado que a política ambiental seja comunicada a todas as pessoas que trabalham 
para a organização ou que atuam em seu nome, incluindo os prestadores de serviço que trabalhem 
na instalação da organização. 
A comunicação com os prestadores de serviço pode ser de formas alternativas à própria de-
claração da política, tais como regras, diretrizes, procedimentos e podem, portanto, somente incluir 
as seções pertinentes da política. É recomendado que a política ambiental da organização seja 
definida e documentada pela alta administração, dentro do contexto da política ambiental de uma 
organização corporativa maior e da qual faça parte, com o endosso desta.
 
NOTA: A alta administração usualmente é constituída de um indivíduo ou de um grupo de 
indivíduos que orientam e controlam uma organização em seu mais alto nível.
3 Planejamento
3.1 Aspectos ambientais
A subseção 4.3.1 visa a prover um processo que permita a uma organização identificar os 
aspectos ambientais significativos, recomendando-se que sejam tratados prioritariamente pelo sis-
tema da gestão ambiental da organização.
É recomendado que uma organização identifique os aspectos ambientais dentro do escopo 
de seu sistema da gestão ambiental, levando-se em consideração as entradas e saídas (tanto in-
tencionais quanto não-intencionais) associadas às suas atividades, produtos e serviços relevantes 
presentes, passados, planejados ou de novos desenvolvimentos, ou associadas a atividades, pro-
dutos e serviços novos ou modificados. Recomenda-se que este processo considere as condições 
operacionais normais e anormais, condições de parada e partida, assim como situações de emer-
gência razoavelmente previsíveis.
Gestão Ambiental64
As organizações não têm que considerar cada entrada de produto, componente ou matéria-
prima individualmente. Elas podem selecionar categorias de atividades, produtos e serviços para 
identificar seus aspectos ambientais.
Muito embora não exista uma abordagem única para se identificar aspectos ambientais, a 
abordagem poderia, por exemplo, considerar:
a) emissões atmosféricas;
b) lançamentos em corpos d’água;
c) lançamentos no solo;
d) uso de matérias-primas e recursos naturais;
e) uso da energia;
f) energia emitida, por exemplo, calor, radiação, vibração;
g) resíduos e subprodutos e
h) atributos físicos, por exemplo: tamanho, forma, cor, aparência.
Adicionalmente aos aspectos ambientais que pode controlar diretamente, recomenda-se que 
a organização também considere aspectos que ela possa influenciar como, por exemplo, aqueles 
associados a bens e serviços por ela utilizados e produtos e serviços que ela forneça. Algumas dire-
trizes para avaliar controle e influência são fornecidas abaixo. Porém, em todas as circunstâncias é 
a organização que determina o grau de controle, bem como os aspectos que ela possa influenciar.
Recomenda-se que sejam considerados aspectos associados às atividades, produtos e ser-
viços da organização, tais como:
- projeto e desenvolvimento;
- processos de fabricação;
- embalagem e transporte;
- desempenho ambiental e práticas de prestadores de serviços e fornecedores;
- gerenciamento de resíduo;
- extração e distribuição de matérias-primas e recursos naturais;
- distribuição, uso e fim de vida de produtos e
- vida selvagem e biodiversidade.
O controle e a influência sobre os aspectos ambientais dos produtos fornecidos à uma orga-
nização podem variar significativamente, dependendo da situação de mercado e dos seus fornece-
dores. Uma organização que é responsável pelo projeto de seu próprio produto pode influenciar tais 
aspectos significativamente através da alteração, por exemplo, de um único material de entrada, 
enquanto que uma organização que necessite fornecer de acordo com especificações de produto 
externamente determinadas pode ter pouca escolha.
Em relação aos produtos fornecidos, reconhece-se que as organizações podem ter controle 
limitado sobre o uso e a disposição final de seus produtos, por exemplo, pelos usuários. Contudo, 
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as organizações podem considerar, quando exeqüível, a comunicação de mecanismos adequados 
de manuseio e disposição a esses usuários, de modo a exercer influência.
Mudanças no meio ambiente, prejudiciais ou benéficas, que resultem total ou parcialmente 
dos aspectos ambientais, são chamadas de impactos ambientais. A relação entre aspectos e im-
pactos é uma relação de causa e efeito.
Em alguns locais, a herança cultural pode ser um elemento importante da circunvizinhança na 
qual opera uma organização e, portanto, recomenda-se que isso seja levado em consideração no 
entendimento de seus¬aspectos ambientais.
Uma vez que uma organização pode ter muitos aspectos ambientais e impactos associados 
é recomendado que ela estabeleça critérios e um método para determinar aqueles impactos que 
serão considerados significativos. Não há um método único para que os aspectos ambientais sig-
nificativos sejam determinados. Contudo, recomenda-se que o método utilizado forneça resultados 
coerentes e inclua o estabelecimento e a aplicação dos critérios de avaliação, tais como aqueles 
relativos às questões ambientais, questões legais e às preocupações das partes interessadas 
internas e externas.
Ao desenvolver as informações relativas aos aspectos ambientais significativos, recomenda-
se que organização considere a necessidade de se reter a informação para fins de histórico, bem 
como a forma de utilizá-la no projeto e implementação de seu sistema da gestão ambiental.
É recomendado que o processo de identificação e avaliação dos aspectos ambientais leve 
em conta o local das atividades, o custo e o tempo para realização da análise e a disponibilidade 
de dados confiáveis. A identificação dos aspectos ambientais não requer uma avaliação detalhada 
do ciclo de vida. A informações já desenvolvidas para fins regulamentares ou outros podem ser 
utilizadas nesse processo.
Não se pretende que este processo de identificação e avaliação de aspectos ambientais alte-
re ou aumente as obrigações legais da organização.
3.2 Requisitos legais e outros
A organização necessita identificar os requisitos legais que são aplicáveis aos seus aspectos 
ambientais. Estes podem incluir:
a) requisitos legais nacionais e internacionais;
b) requisitos legais estaduais/municipais/departamentais;
c) requisitos legais do governo local.
Gestão Ambiental66
Exemplos de outros requisitos que uma organização pode subscrever incluem, se aplicável:
∙ acordos com autoridades públicas;
∙ acordos com clientes;
∙ diretrizes de natureza não-regulamentar;
∙ princípios voluntários ou códigos de prática;
∙ etiquetagem ambiental voluntária ou compromissos de administração do produto;
∙ requisitosde associações de classe;
∙ acordos com grupos comunitários ou organizações não-governamentais;
∙ compromissos públicos da organização ou de sua matriz;
∙ requisitos corporativos/da empresa.
A determinação de como os requisitos legais e outros se aplicam aos aspectos ambientais de uma 
organização é usualmente realizada no processo de identificação desses mesmos requisitos. Portanto, 
não se faz necessário ter um procedimento em separado ou adicional para fazer esta determinação.
3.3 Objetivos, metas e programa(s)
É recomendado que os objetivos e metas sejam específicos e mensuráveis, sempre que pos-
sível. É recomendado que os objetivos considerem questões de curto e de longo prazo.
Ao avaliar suas opções tecnológicas, recomenda-se que uma organização leve em conside-
ração o uso das melhores técnicas disponíveis, onde for economicamente viável, onde a relação 
custo-benefício for favorável e onde julgado apropriado.
A referência aos requisitos financeiros da organização não implica necessariamente que as 
organizações sejam obrigadas a utilizar metodologias de contabilidade de custos ambientais.
A criação e o uso de um ou mais programas são importantes para a implementação bem-su-
cedida de um sistema da gestão ambiental. É recomendado que cada programa descreva como os 
objetivos e metas da organização serão atingidos, incluindo-se cronogramas, recursos necessários 
e pessoal responsável pela implementação do(s) programa(s). Este(s) programa(s) pode(m) ser 
subdividido(s) para abordar elementos específicos das operações da organização.
Recomenda-se que o programa inclua, quando apropriado e exeqüível, considerações de pla-
nejamento, projeto, produção, comercialização e estágios da disposição final. Isto pode ser efe-
tuado tanto para as atividades, produtos ou serviços atuais quanto para os futuros. No caso de 
produtos, podem ser abordados projetos, materiais, processos produtivos, uso e disposição final. 
Para instalações ou modificações significativas de processos, podem ser abordados o planejamen-
to, projeto, construção, comissionamento, operação e, na ocasião apropriada determinada pela 
organização, o descomissionamento.
67SENAI-CE
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4 Implementação e operação
4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades
A implementação bem-sucedida de um sistema da gestão ambiental requer o comprometi-
mento de todos os empregados da organização ou que atuem em seu nome.
 Recomenda-se que as funções e responsabilidades ambientais não sejam vistas como con-
finadas à função da gestão ambiental, mas que também cubram outras áreas de uma organização, 
tais como a gerência operacional ou outras funções de apoio de cunho não ambiental.
É recomendado que o comprometimento comece nos níveis mais elevados da administração. 
Da mesma forma, é recomendado que a alta administração estabeleça a política ambiental da 
organização e assegure que o sistema da gestão ambiental seja implementado. É recomendado 
que, como parte deste comprometimento, a alta administração designe seu(s) representante(s) 
específico(s), com responsabilidade e autoridade definidas para a implementação do sistema da 
gestão ambiental. No caso de organizações grandes ou complexas, pode existir mais de um re-
presentante designado. Em pequenas e médias empresas, essas responsabilidades podem ser 
assumidas por apenas um indivíduo. Recomenda-se que a administração também assegure que 
recursos apropriados, tais como, infra-estrutura organizacional, sejam fornecidos para garantir que 
o sistema da gestão ambiental seja estabelecido, implementado e mantido. Exemplos de infra-estru-
tura organizacional incluem: edifícios, linhas de comunicação, tanques subterrâneos, drenagem etc.
É também importante que as principais funções e responsabilidades do sistema da gestão 
ambiental sejam bem definidas e comunicadas a todas as pessoas que trabalhem para a organiza-
ção ou atuem em seu nome.
4.2 Competência, treinamento e conscientização
É recomendado que a organização identifique a conscientização, o conhecimento, a compre-
ensão e as habilidades necessárias a qualquer indivíduo com responsabilidade e autoridade para 
realizar tarefas em seu nome.
Esta Norma requer que:
a) as pessoas cujo trabalho possa causar impacto(s) ambiental(is) significativo(s) identificado(s) 
pela organização sejam competentes para realizar as tarefas para as quais foram desig-
nadas;
b) as necessidades de treinamento sejam identificadas e ações sejam tomadas para assegu-
rar que o treinamento seja fornecido;
c) todas as pessoas estejam conscientes da política ambiental, do sistema da gestão am-
biental e dos aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços da organização que 
possam ser afetados pelo seu trabalho.
Conscientização, conhecimento, compreensão e competência podem ser obtidas ou melhora-
das por meio de treinamento, formação educacional ou experiência de trabalho.
Gestão Ambiental68
É recomendado que a organização requeira que seus prestadores de serviço demonstrem que 
seus empregados possuem o requisito competência e/ou treinamento apropriado.
É recomendado que a administração determine o nível de experiência, competência e treina-
mentos necessários para assegurar a capacitação do pessoal, especialmente daqueles que desem-
penham funções especializadas da gestão ambienta!.
4.3 Comunicação
A comunicação interna é importante para assegurar a eficaz implementação do sistema da 
gestão ambiental. Os métodos de comunicação interna podem incluir reuniões regulares de grupos 
de trabalho, boletins informativos, quadros de aviso e intranet.
Recomenda-se que as organizações implementem um procedimento para receber, documen-
tar e responder às comunicações das partes interessadas. Este procedimento pode incluir um diá-
logo com as partes interessadas e a consideração de suas preocupações pertinentes. Em certas 
circunstâncias, o atendimento às preocupações das partes interessadas pode incluir informações 
relevantes sobre os aspectos e impactos ambientais associados às operações das organizações. 
Recomenda-se que esses procedimentos também tratem da comunicação necessária com as au-
toridades públicas relativamente ao planejamento de emergência e a outras questões pertinentes.
A organização pode planejar sua comunicação, levando em consideração as decisões sobre gru-
pos-alvo pertinentes, as mensagens e temas apropriados e a escolha dos meios de comunicação.
Ao considerar a comunicação externa sobre aspectos ambientais, recomenda-se que as orga-
nizações levem em consideração os pontos de vista e as necessidades de informação de todas as 
partes interessadas. Se a decisão for por comunicar externamente sobre seus aspectos ambien-
tais, a organização pode estabelecer um procedimento para este fim. Este procedimento poderia se 
alterar dependendo de vários fatores, inclusive o tipo de informação a ser comunicada, o grupo-alvo 
e as circunstâncias individuais de cada organização. Os métodos para comunicação externa podem 
incluir relatórios anuais, boletins informativos, páginas na Internet e reuniões da comunidade.
4.4 Documentação
Recomenda-se que o nível de detalhamento da documentação seja suficiente para descrever 
os elementos principais do sistema da gestão ambiental e sua interação, fornecendo orientação 
sobre fontes de informação mais detalhadas sobre o funcionamento de partes específicas do 
sistema da gestão ambienta!. Essa documentação pode ser integrada com as de outros sistemas 
implementados pela organização, não precisando estar na forma de um único manual.
69SENAI-CE
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A extensão da documentação do sistema da gestão ambiental pode diferir de uma organiza-
ção para outra dependendo:
a) do porte e tipo de organização e suas atividades, produtos ou serviços;
b) da complexidade dos processos e suas interações e 
c) da competência do pessoal. 
Exemplos de documentos incluem:- declarações das políticas, objetivos e metas;
- informações sobre os aspectos ambientais significativos;
- procedimentos;
- informações de processo;
- organogramas;
- normas internas e externas;
- planos locais de emergência e
- registros.
Recomenda-se que qualquer decisão de documentar procedimento(s) seja baseada em ques-
tões tais como:
- as conseqüências, inclusive aquelas relativas ao meio ambiente, de não fazê-lo;
- a necessidade de demonstrar o atendimento a requisitos legais e outros requisitos subscri-
tos pela organização;
- a necessidade de se assegurar que a atividade seja realizada de forma constante;
- as vantagens de agir assim, que podem incluir a implementação facilitada por meio da co-
municação e treinamento, manutenção e revisão facilitada, menor risco de ambigüidades e desvios, 
capacidade de demonstração e visibilidade;
- os requisitos desta Norma.
 Os documentos originalmente criados para fins outros que não o sistema da gestão ambien-
tal podem ser utilizados como parte deste sistema e, se assim utilizados, terão que ser referencia-
dos no sistema.
 
4.5 Controle de documentos
A intenção do controle de documentos é assegurar que as organizações criem e mantenham 
documentos de forma adequada à implementação do sistema da gestão ambiental. Entretanto, é reco-
mendado que o foco primordial das organizações seja na efetiva implementação do sistema da gestão 
ambiental e no desempenho ambiental e não em um complexo sistema de controle de documentação.
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4.6 Controle operacional
Recomenda-se que uma organização avalie quais de suas operações estão associadas com 
seus aspectos ambientais significativos identificados e assegure que elas sejam conduzidas de 
modo a controlar ou reduzir os impactos ambientais adversos associados, para atender aos requi-
sitos de sua política ambiental e atingir seus objetivos e metas. Recomenda-se que sejam conside-
radas todas as partes de suas operações, incluindo as atividades de manutenção.
Como esta parte do sistema da gestão ambiental fornece orientação de como levar os requisitos do 
sistema para as operações do dia-a-dia. Controle operacional requer o uso de procedimento(s) documentado(s) 
para controlar situações onde sua ausência possa levar a desvios em relação à política ambiental, aos objetivos 
e às metas.
4.7 Preparação e resposta a emergências
É da responsabilidade de cada organização desenvolver procedimento(s) de preparação e 
resposta a emergências que atenda(m) às suas próprias necessidades específicas. No desenvolvi-
mento deste(s) procedimento(s), recomenda-se que a organização considere:
a) a natureza dos perigos locais, por exemplo: líquidos inflamáveis, tanques de armazenamento 
comprimidos e medidas a serem tomadas no caso de vazamento e lançamentos acidentais;
b) o tipo e a escala mais prováveis de uma situação de emergência ou acidente;
c) o método mais apropriado para responder a um acidente ou a uma situação de emergência;
d) planos de comunicação interna e externa;
e) a(s) ação(ões) requerida(s) para minimizar o dano ambiental;
f) ação(ões) de mitigação e resposta(s) a ser(em) tomada(s) em diferentes tipos de acidente 
ou situação de emergência;
g) a necessidade de processos para avaliação pós-acidente para estabelecer e implementar 
corretivas e preventivas;
h) teste periódico do(s) procedimento(s) de resposta a emergências;
i) treinamento do pessoal de resposta a emergências;
j) uma lista de pessoas-chave e de órgãos de atendimento, incluindo detalhes de contato (por 
exemplo, corpo de bombeiros, serviços de remediação);
k) rota (s) de evacuação e ponto(s) de encontro;
I) o potencial de situação(ões) de emergência ou acidente(s) em instalações próximas (por 
exemplo: planta estrada, linha férrea) e
m) a possibilidade de assistência mútua entre organizações vizinhas.
5 Verificação
5.1 Monitoramento e medição
As operações de uma organização podem ter uma variedade de características. Por exemplo, 
as características relativas ao monitoramento e medição de descarga de esgoto podem incluir de-
manda biológica e química por oxigênio, temperatura e acidez.
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Os dados coletados a partir do monitoramento e medição podem ser analisados para iden-
tificar padrões e obter informações. O conhecimento adquirido com essas informações pode ser 
utilizado para implementar ações corretivas e preventivas.
As características principais são aquelas que a organização necessita considerar para deter-
minar como ela está gerenciando seus aspectos ambientais significativos, atingindo seus objetivos 
e metas e aprimorando seu desempenho ambiental.
Quando for necessário assegurar resultados válidos, recomenda-se que os equipamentos de 
medição sejam calibrados ou verificados a intervalos especificados, ou antes, do uso, contra pa-
drões de medição rastreáveis, a padrões de medição internacionais ou nacionais. Se não existirem 
tais padrões, recomenda-se que a base utilizada para calibração seja registrada.
5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros
Recomenda-se que a organização seja capaz de demonstrar que ela tenha avaliado o atendi-
mento aos requisitos legais identificados, incluindo autorizações ou licenças aplicáveis.
Recomenda-se que a organização seja capaz de demonstrar que ela tenha avaliado o atendi-
mento a outros requisitos subscritos identificados.
5.3 Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva
Dependendo da natureza da não-conformidade, ao se estabelecerem procedimentos para 
lidar com esses requisitos, as organizações podem elaborá-los com um mínimo de planejamento 
formal ou por meio de uma atividade mais complexa e de longo prazo. É recomendado que a docu-
mentação associada seja apropriada ao nível da ação.
5.4 Controle de registros
Os registros ambientais podem incluir, entre outros:
a) registros de reclamações;
b) registros de treinamento;
c) registros de monitoramento de processo;
d) registros de inspeção, manutenção e calibração;
e) registros pertinentes de prestadores de serviço e de fornecedores;
f) relatórios de incidentes;
g) registros de testes de preparo a emergências;
h) resultados de auditoria;
i) resultados de análise pela alta administração;
j) decisão sobre comunicação externa;
k) registros de requisitos legais ambientais aplicáveis;
Gestão Ambiental72
I) registros de aspectos ambientais significativos;
m) registros de reuniões ambientais;
n) informações sobre desempenho ambiental;
o) registros de conformidade legal; e
p) comunicação com partes interessadas.
Recomenda-se que tratamento adequado seja dado a informações confidenciais.
 
NOTA: Registros não são a única fonte de evidência para demonstrar conformidade com esta Norma.
 
5.5 Auditoria interna
As auditorias internas do sistema da gestão ambiental podem ser realizadas por pessoas que 
trabalhem para a própria organização ou por pessoas externas selecionadas pela organização que 
trabalhem em seu nome. Em ambos os casos recomenda-se que as pessoas que realizam a audito-
ria sejam competentes e em condições de atuarem de forma imparcial e objetiva. Em organizações 
menores, a independência dos auditores pode ser demonstrada por auditores que sejam isentos de 
responsabilidade pela atividade sendo auditada.
NOTA 1: Se uma organização desejar combinar as auditorias de sistema da gestão ambiental 
com auditorias de conformidade ambiental, é recomendado que a intenção e o escopo de cada uma 
delas sejam claramente definidos. Auditorias ambientais não são cobertas por esta Norma.
NOTA 2: Diretrizes de auditorias de sistemas da gestão ambiental são fornecidas na ABNT 
NBR ISO 19011.
6 Análise pela administração
É recomendado que a análise pela administração cubra o escopo do sistema da gestão am-
biental, embora nem todos os elementos do sistema da gestão ambiental necessitem ser analisa-
dos de uma só vez, podendo o processo de análise se estenderpor um período de tempo.
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11 TABELA DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
TABELA DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
Aspectos Ambientais Impactos Ambientais
 
MEIO:
1-AR - Alteração da qualidade do 
ar
- Comprometimento da ca-
mada de Ozônio
2-ÁGUA - Alteração da qualidade dos 
rios
- Assoreamento do leito dos 
rios
3-SOLO - Alteração da qualidade do 
solo
- Impacto visual
4-ENERGIA - Esgotamento de recursos 
naturais não renováveis 
(óleo, gasolina, querosene, 
graxas)
5-ANTRÓPICO/FAUNA/
FLORA
- Danos ao Homem (lesões, 
doenças, etc.), animais ou 
vegetais
- Paisagem (desertificação, 
reflorestamento)
A Poeira, névoa, vapores, materiais particulados
B Emissão de CO, CO
2
, SO
2
, NO
x
C Emissão fugitiva
D Radiação ionizante e não-ionizante
E Esgoto doméstico
F Efluente líquido
G Resíduo de produto químico
H Pluvial
I Resíduo comum - papel, madeira
J Resíduo comum - plástico, borrachas, PVC
K Resíduo comum - metal, sucata metálica, fusíveis
L Resíduo comum - refratários, lã de vidro, pedra de retífica
M Resíduo comum - vidro
N
Resíduo comum - orgânico (restos de comida, grama, 
poda, couro cru ou curtido ao vegetal, serragem com 
óleo vegetal)
O Lâmpadas fluorescentes/incandecentes/mistas usadas
P Baterias e pilhas usadas
Q Consumo de vapor
R Freon
S Consumo de água
T Consumo de Energia elétrica
U Consumo de combustível (gasolina, óleos, grax-as,...)
V Consumo de prod. químico (tintas, solventes,...)
W Cons. de recurso renovável (madeira, casca, ar-gila,...)
X Uso de fossa séptica
Y Vazamento
Z Derramamento
AA Transbordamento
AB Explosão
AC Incêndio
AD Uso do solo ou de aterro
AE Resíduos contendo amianto
AF Ruído
AG Resíduos de tanino
AH Resíduos de graxas,óleo/querosene/solvente
AI Consumo de ar comprimido
AJ Varredura de piso/Toco de Cigarro
AK Resíduo ambulatorial contaminado
AL Ergonômico
AM Resíduo de couro - EPI’s
AN Resíduos de tecido e Juta não contaminado
AO Consumo de óleo vegetal
AP Consumo de areia, brita
AQ Resíduo contaminado com óleo (serragem, panos, papel)
AR Resíduo contaminado com produto químico
AS Resíduo de casca esgotada
AT Resíduo de carvão
AU Resíduo de cinza
AV Resíduo de Iodo ou areia da ETA
AW Resíduo de obra
AX Resíduo de serragem c/ prod. Químico
AY Resíduo contaminado (serragem/papel...) c/ tanino
AZ Resíduo de Mercúrio
Gestão Ambiental74
REFERÊNCIAS
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Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. 
COIMBRA, J. de A. A. O outro lado do meio ambiente. São Paulo: CETESB, 1985.
GUATTARI, F. As três ecologias. 3. ed. Campinas: Papirus, 1991.
REIGOTA, M. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 1994. (col. Primeiros Passos).
SANTOS, B. S. Um discurso sobre as ciências. 8. ed. [s.l.]: Edições Afrontamento, 1996.
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http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/doc/estoc72.htm
Lixo:
http://www.lixo.com.br/
http://www.ambientebrasil.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lixo
http://www.compam.com.br/oquelixo.htm
Poluição: (água/solo/ar, etc)
http://www.gpca.com.br/poluicao.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7%C3%A3o
http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/poluicao_no_ar.htm
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http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=4&proj=sabesp&pub=T&db=&docid=033EEE26807AB31B832571CA004504C4
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Impacto Ambiental
http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/impacto.htm
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Qualidade Ambiental
http://www.ibama.gov.br/qualidadeambiental/conqual/controle.htm
http://br.monografias.com/trabalhos/custos-qualidade-ambiental/custos-qualidade-ambiental.shtml
ISO 14000
http://webstore.ansi.org/ansidocstore/dept.asp?dept_id=230&source=google&adgroup=ISO_14000&keyword=iso%20
14001&gclid=CKHMwY_p6osCFSMKGgodlCmLVw
http://pt.wikipedia.org/wiki/ISO_14000
http://www.abnt.org.br/certif_body.htm
Textos Acadêmicos:
http://www.scielo.br/pdf/epsic/v8n2/19039.pdf
http://www.fecap.br/adm_online/art14/barbieri.htm
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Teoria de Gaia
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Gestão Ambiental:
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./gestao/index.html&conteudo=./gestao/artigos/artigo_gestao.htm
http://paginas.terra.com.br/educacao/proftoni/ambiente.htm
Legislação Ambiental: Lei da natureza e Lei de Crimes Ambientais
http://www.mma.gov.br
Recursos Naturais:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural
75SENAI-CE
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SENAI
IEL
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SENAI/CE
Departamento Regional do Ceará
Tarcísio José Cavalcante Bastos – CET AFR
Gerente 
Priscilla Marques Carneiro - CET AFR
Coordenação 
Frank Webston Ponte dos Anjos – CET AFR
João Rodrigues de Barros Neto – CET AFR
Compilação e Adaptações
Andréa Fontoura – CET AFR
Elaboração da Ficha Catalográfica e revisão das Referências
_________________________________________________________________________
Fabiano Mesquita
Revisão 
Gráfica COPEX
Formatação
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Anotações

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