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4 Relacao de emprego

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1 
 
RELAÇÃO DE EMPREGO E CONTRATO DE TRABALHO 
 
Introdução: 
- Relação de Trabalho x Relação de Emprego; 
- Segundo Maurício Godinho Delgado, relação de trabalho é “toda relação jurídica caracterizada por 
ter sua prestação essencial centrada em uma obrigação de fazer consubstanciada em labor humano”. 
- Diz-se comumente que a relação de trabalho é gênero (alcançando toda modalidade de trabalho 
humano), ao passo que a relação de emprego (relação de trabalho subordinado) é espécie. 
- Relação de emprego é a relação de trabalho subordinado. Pode-se dizer que a relação de emprego 
é o vínculo de trabalho humano sob subordinação. Entretanto, a subordinação não é o único 
requisito para a caracterização da relação de emprego. Também o são a prestação de trabalho por 
pessoa física, a pessoalidade, a onerosidade e a não eventualidade. 
1. Pessoa Física 
- Os bens jurídicos tutelados pelo Direito do Trabalho – vida, saúde, integridade oral, bem-estar, 
lazer, etc. – importam à pessoa física, não podendo ser usufruídos por pessoas jurídicas. Assim, a 
figura do trabalhador há de ser, sempre, uma pessoa natural. 
- Na verdade, a própria palavra “trabalho” já denota, necessariamente, atividade realizada por 
pessoa natural, ao passo que o verbete “serviços” abrange obrigação de fazer realizada quer por 
pessoa física, quer pela jurídica. 
- Quanto a este requisito, é importante ressaltar que a prestação de serviço por pessoa física não se 
confunde com situações de fraude. Assim, por exemplo, a existência das falsas pessoas jurídicas, 
também chamadas “PJ de um único sócio” ou “sociedades unipessoais”, as quais são geralmente 
“constituídas” por profissionais liberais que assumem a roupagem de pessoa jurídica como único 
meio de obter trabalho junto a grandes empresas, não impede o reconhecimento da relação de 
emprego, desde que presentes os demais requisitos. Prevalece no Direito do Trabalho o princípio da 
primazia da realidade, segundo o qual os fatos se sobrepõem à forma, de modo a inibir as fraudes 
aos direitos trabalhistas assegurados. 
2. Pessoalidade 
OBS: O fato de ser o trabalho prestado por pessoa física não significa, necessariamente, ser ele 
prestado com pessoalidade. 
2 
 
- Essencial que a prestação do trabalho, por pessoa natural, tenha efetivo caráter de infungibilidade, 
no que tange ao trabalhador. (Godinho) 
- A contratação de um empregado leva em consideração todas as suas qualidades e aptidões 
pessoais. Por conta dessas características é que o empregador espera ver o empregado, e não outra 
pessoa por ele designada, realizando o serviço contratado. 
- Pressupõe a ideia de intransferibilidade, isto é, de que somente uma específica pessoa física, e 
nenhuma outra em seu lugar, pode prestar o serviço ajustado. 
- O vínculo empregatício é intuito personae, ou seja, o trabalhador deve prestar o serviço 
pessoalmente, sem possibilidade de se fazer substituir por outrem; 
- Pessoalidade ou caráter intuito personae significa que é aquela pessoa física escolhida quem deve 
executar o serviço contratado porque o contrato de trabalho é intransmissível. Assim, o empregado 
não pode, quando bem entender, mandar o amigo, o vizinho, o pai ou o irmão no seu lugar para 
trabalhar (Vólia Bomfim Cassar). 
- O trabalho em si não é uma obrigação personalíssima, pois pode ser executado por outros, o que é 
personalíssimo é o contrato de emprego ou a obrigação que dele decorre (Vólia Bomfim Cassar). 
3. Onerosidade 
- Todo contrato de trabalho é oneroso, isto é, para todo trabalho haverá sempre uma retribuição; 
- O simples fato de não existir contraprestação durante o tempo em que houve trabalho não autoriza 
a conclusão de que estará descaracterizada a ocorrência de relação de emprego; 
- A onerosidade manifesta-se no plano objetivo, através de pagamentos materiais feitos ao prestador 
de serviço e no plano subjetivo, a onerosidade manifesta-se pela intenção contraprestativa, intenção 
econômica conferida pelas partes, em especial pelo prestador de serviços, ao fato da prestação de 
trabalho. 
- A contraprestação do empregador é o pagamento de remuneração, que é o salário, revelando o 
caráter oneroso desse tipo de relação jurídica; 
OBS: Colportor: de forma similar a jurisprudência não admite, ainda, a existência do vínculo de 
emprego ao colportor, cuja atividade consiste em distribuir livros religiosos e outras publicações 
editadas pela Igreja Adventista do 7° dia ou de entidade similar, mesmo que onerosa, sob o 
argumento de que o engajamento possui finalidade estritamente religiosa1. 
 
1 Assim, mesmo quando em exercício de funções administrativas ligadas à igreja, a doutrina e a jurisprudência não têm 
concedido o vínculo de emprego, sob a alegação de que as causas conexas estão ligadas à atividade religiosa, logo, este 
3 
 
IMPORTANTE: Lei 14.647/23, que inseriu os parágrafos 2º e 3º ao art. 442 da CLT. 
 
Art. 442, § 2º Não existe vínculo empregatício entre entidades religiosas de 
qualquer denominação ou natureza ou instituições de ensino vocacional e 
ministros de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, 
de congregação ou de ordem religiosa, ou quaisquer outros que a eles se 
equiparem, ainda que se dediquem parcial ou integralmente a atividades 
ligadas à administração da entidade ou instituição a que estejam vinculados 
ou estejam em formação ou treinamento. 
§ 3º O disposto no § 2º não se aplica em caso de desvirtuamento da 
finalidade religiosa e voluntária. 
 
4. Não Eventualidade ou Habitualidade 
- A eventualidade baseia-se numa ideia de imprevisibilidade de repetição; 
- diz respeito à atividade desenvolvida pela empresa e não à quantidade de tempo em que o 
empregado fica à disposição do empregador; 
- A necessidade daquele tipo de serviço pode ser permanente (de forma contínua ou intermitente) 
ou acidental, fortuita, rara. Assim, o vocábulo não eventual caracteriza-se quando o tipo de trabalho 
desenvolvido pelo obreiro, em relação ao seu tomador, é de necessidade permanente para o 
empreendimento. 
- O trabalhador não eventual é aquele que trabalha de forma repetida, nas atividades permanentes 
do tomador, e a este fixado juridicamente. 
OBS: Muitos doutrinadores e bancas de provas costumam utilizar o termo “habitualidade” como 
sinônimo de “não-eventualidade”. 
5. Subordinação 
- Trabalho por conta alheia; 
 
religioso deve cumprir os votos que lhe foram impostos pela ordem religiosa, os quais foram aceitos em razão da grande fé 
existente nessas pessoas. Mais uma vez os argumentos utilizados pela doutrina são religiosos e não jurídicos. Há, contudo, 
opiniões minoritárias no sentido de que o vínculo pode se formar quando exercerem o magistério religioso na própria 
congregação. 
4 
 
- O empregador detém o Poder Diretivo, emitindo ordens genéricas ou específicas, dirigindo a 
prestação dos serviços do empregado, que, por conta disso, perde parte de sua liberdade de 
conduzir a sua atividade; 
- É evidenciada na medida em que o tomador dos serviços (empregador) define o tempo e o modo de 
execução daquilo que foi contratado; 
- Percebe-se, outrossim, que a subordinação do tempo e do modo de execução dos serviços 
contratados coloca o tomador (normalmente) na condição de pós-pagador. Com isso se pretende 
dizer que os contratos caracterizados pela subordinação, dentre os quais se destaca o de emprego, 
são ordinariamente pós-pagos; 
- Pós-retributividade; 
- Portanto, a subordinação, no plano jurídico (não é técnica – origem na frança - ou econômica – de 
origem alemã), é uma situação que limita a ampla autonomia de vontade do prestador de serviços; 
- De um lado, o empregador exerce o poder diretivo, do qual decorre o poder de direcionar 
objetivamente a forma pela qual a energia de trabalho do obreiro será disponibilizada. Por sua vez, 
cabe ao empregado se submeter a tais ordens, donde nasce a subordinação jurídica. A contraposição 
à subordinaçãoé a autonomia. Quem é subordinado não trabalha por conta própria, não é senhor 
do destino de sua energia de trabalho. 
- A subordinação nada mais é que o dever de obediência ou o estado de dependência na conduta 
profissional, a sujeição às regras, orientações e normas estabelecidas pelo empregador inerentes ao 
contrato, à função, desde que legais e não abusivas (Vólia Bomfim Cassar). 
- A submissão a controle de horário (controle de ponto), o recebimento de ordens pelo empregado e 
a direção do empregador quanto ao modo de produção configuram indícios relevantes para a 
caracterização da subordinação. 
5.1 Lei 12.551/12 
- Alteração do art. 6º da CLT; 
5.2 Subordinação direta e subordinação indireta 
- Nas situações de terceirização, a empresa prestadora coloca trabalhadores à disposição da 
empresa-cliente outorgando a esta apenas parte do seu poder diretivo; 
- Quando isso acontece, a empresa prestadora fraciona a subordinação jurídica que lhe é inerente e 
concede à tomadora o poder de dar ordens de comando e de exigir que a tarefa seja feita a contento 
5 
 
(subordinação indireta), preservando consigo o intransferível poder de apenar o trabalhador diante 
do descumprimento das ordens de comendo diretivo (subordinação direta); 
- Súmula 331, III. 
 
6. Não assunção dos riscos da atividade patronal – Alteridade 
- O empregado não assume os riscos da atividade desenvolvida pelo empregador, estando alheio a 
qualquer dificuldade financeira ou econômica deste ou do seu empreendimento; 
- CLT, art. 2º; 
OBS: A alteridade é fundamental na caracterização da relação de emprego. Se não houver alteridade, 
haverá autonomia, e, logo, mera relação de trabalho. Não obstante este fato, também é comum na 
doutrina que não seja mencionado tal requisito, principalmente pelo fato de que o mesmo se 
encontra implícito no art. 2° da CLT, que compõe o conceito de empregador, e não no art. 3°, o qual 
conceitua empregado. 
 
7. Exclusividade? 
- Por fim, esclareça-se que a exclusividade não é requisito para caracterização da relação de 
emprego, embora possa surgir a partir do acordo de vontades firmado entre as partes. O exemplo 
típico de empregado cujo contrato de trabalho prevê exclusividade é o daquele que tem 
conhecimento de segredos industriais e que, naturalmente, não poderia trabalhar para algum 
concorrente. Da mesma forma, artistas de televisão normalmente assinam contratos com cláusula de 
exclusividade. 
 
8. Cumulação necessária de todos os elementos 
- Só há relação empregatícia se houver a existência simultânea de todos os elementos 
caracterizadores da relação de emprego acima expostos;

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