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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CIÊNCIAS SOCIAIS AMANDA FRANÇA MOREIRA EMANUELA SOFIA SILVA DE JESUS MAXWELL PEREIRA DOS SANTOS STELLA DALVA DE OLIVEIRA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: AVANÇOS TECNOLÓGICOS E OS DESAFIOS À HUMANIDADE E AS NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO BELO HORIZONTE- MG 2022 I. INTRODUÇÃO: O intuito da abordagem aqui exposta é trazer à tona as muitas formas com as quais as sociedades contemporâneas tem utilizado para prosseguir sua efetividade diante de tantas transformações trazidas pelos novos modos de exploração da força de trabalho; com os avanços tecnológicos que impactam tantas áreas da sociedade mundial e, sobretudo, a maneira que o ser humano está reagindo com o todo social, individualmente e com a introdução de tantos agentes modificadores na realização das mais variadas atividades. Cabe a cada um de nós fazermos reflexões concisas sobre o nosso futuro pessoal e o futuro de cada âmbito social, já que, mutações com tamanho impacto modificam bruscamente as dinâmicas de convívio em todas as esferas da sociedade, fazendo com que situações que lidaríamos daqui há alguns anos, sejam uma realidade em pouco tempo. Nesse sentido, qual o papel das Ciências Sociais? Qual o meu papel como indivíduo? Quanto serei afetado? São questões que tentaremos esclarecer aqui. II. DESENVOLVIMENTO: Pensar o mundo e as relações sociais sob a perspectiva da inclusão e a garantia de direitos, passa por ter um olhar atento sobre as condições de trabalho e de sobrevivência, e do acesso aos avanços científicos e tecnológicos por todas as pessoas. Nossa sociedade contemporânea é um caldeirão de dicotomias. De um lado a perpetuação de grupos hegemônicos de poder, que detém o controle inclusive da ciência e tecnologia. Vivendo sob o capitalismo, vemos intensificadas as relações desiguais de distribuição de renda e riqueza, da informação, e dos resultados que este avanço tecnológico produz, apropriado por poucos. A conexão trabalho e avanços científico e tecnológico, vem seguindo a mesma regra imposta pelo processo de exclusão que nos traz este modelo, e que aponta um futuro cada vez menos inclusivo, ao contrário, seletivo socialmente, onde a degradação da vida está imposta a uma população cada vez maior de excluídos no planeta. E para este último, por mais contraditório pareça, o que vemos é de um lado o crescimento do conhecimento sobre a vida e desenvolvimento de novas tecnologias para um “aprimoramento” do ser humano; e de outro, um processo de destruição do meio ambiente, como se a garantia de uma vida genética e material com mais recursos, pudesse ter algum futuro sem ele. Se avançam nas pesquisas e resultados destas mas permanece o modelo de dominação, e o pior deles, o do homem sobre o homem. Assim, alguns seguem com acesso aos “meios de produção” modernos, e os demais subjugados e com sua mão de obra, não mais vendida, em tempos atuais, alugada. Com tanta evolução a quem caberá usufruir dos resultados dela, o que será da diversidade humana, a linha tênue de chegarmos a desumanidade, e o caminho que trilhamos até aqui, onde o processo que exclui outro ser humano de direitos e da própria vida sugere que o avanço tecnológico, igualdade e justiça, podem andar desatrelados, ou apontar algum futuro para a humanidade. Os avanços nos campos científico e tecnológico, trazem à sociedade impactos importantes nas relações interpessoais e no trabalho, apontando sérios desafios à humanidade. Ao longo dos tempos na medida em que se modernizam máquinas e modos de produção, concomitantemente, os processos de readequação social dos trabalhadores são perceptíveis, e para além disso, um grande número destes vai sendo alijado desta condição. Relacionamentos e organizações coletivas, com instituições de representação, vão dando lugar a processos de individualização e precarização do trabalho, a engrenagem já não é a mesma, ao contrário, trabalhadores se tornam pontas soltas que não se interconectam do ponto de vista de uma classe, mas servem a um todo, a um contexto que já não mais identificam, não mais compreendendo seu papel. E diante do processo de massificação e globalização o que se percebe é uma massa de trabalhadores que vai assentindo a esta condição, com raras e solitárias exceções. Surge uma nova massa explorada, que segundo o professor Ricardo Antunes, num cenário que tende a piorar, onde vemos um novo proletariado, o de serviços, precarizado, intermitente, conectado digitalmente, desconectado enquanto classe trabalhadora. No Brasil os impactos da reforma trabalhista traduzem bem este cenário, apontando, segundo Antunes, um futuro pior aos trabalhadores, e das formas de relação trabalhista. A retirada de direitos vem massificando as atividades mais simples e vem incluindo outras categorias a este cenário, como médicos e advogados, por exemplo. O autor nos alerta para a impossibilidade de uma conciliação de classes, e sugere que a organização da massa trabalhadora segue como caminho para uma reversão. Processos de privatização e exploração acentuam-se e novas formas de ordenamento dos trabalhadores vão se solidificando, e com o avanço tecnológico e a internet, o limite de jornada já não existe, o dia não se separa mais por tempo de trabalho e de descanso. Pioram a salubridade, flexibilizam-se a jornada e salários, restringe-se a justiça do trabalho. Resultado social nefasto, com desemprego e informalidade, e com o avanço da automação, mais trabalho e menos tempo livre. E com a mão de obra alugada, o neoliberalismo produziu o que de mais perverso poderíamos imaginar, a auto escravidão, chamada de empreendedorismo. Que grupos sociais vão ficando à margem? Quem são estas pessoas que ao ser desprovidas de condições de trabalho dignas e que lhes garantam a sobrevivência adequada, vão a cada dia tendo seus direitos violados, e sua própria vida sob perigo, e aos poucos vão sendo alijadas socialmente. E como pensar sobre o trabalhador e suas condições diante de uma outra discussão que necessita de um debate aprofundado dentro das Ciências Sociais, e que certamente, tem conexão com o discorrido anteriormente, o transhumanismo. Pode parecer distante e dicotômica mas não o é se observarmos sob a perspectiva de que as relações de trabalho e sua precarização vem retratar as desigualdades que vão se estabelecendo a partir delas, violações a direitos, a perda da cidadania. Seguimos na avaliação do tema partindo do ponto em que as relações humanas, que passam pela produção e trabalho, têm intensificado os processos de exclusão social, a destruição do meio ambiente e, de forma concomitante, aos avanços científicos e tecnológicos. Estes são importantes e inerentes ao ser humano que busca ter na tecnologia e ciência soluções para seu dia a dia e para suas questões de saúde e longevidade; o que à primeira vista, e dito assim simplesmente, parece bastante interessante. O que podemos observar para além desta primeira lente, que nos aponta ciência e tecnologia como aliados da melhor qualidade de vida, são questões transversais à humanidade, uma delas a ética. A discussão sobre condições de trabalho, relações humanas neste campo, em um cenário em que esta mesma tecnologia alija de direitos e condições dignas a um grande número de pessoas, e, a exploração do homem sobre o homem segue com nova roupagem. III. CONCLUSÃO: Conclui-se a partir do que foi colocado que a situação vigente no mundo moderno acerca da exploração da força de trabalho evidenciou o fracasso positivista, que foi uma corrente filosófica do século XIX que apostava na ordem e na ciência para a obtenção de progresso social. O positivismo é uma corrente teórica inspirada no ideal de progresso contínuo da humanidade, através inclusive do avanço tecnológico, que em umsistema dialético capitalista e em seu início no comunismo primitivo, através do materialismo histórico deu sentido à vida do trabalhador, fazendo do trabalho uma forma de humanização, más que no decorrer do processo teve suas funcionalidades descontruídas através da alienação do trabalhador do resultado final do seu trabalho, a mercadoria. No processo industrial de produção o trabalhador, agora alienado de todo o valor simbólico que lhe dava sentido à vida, se torna mais uma etapa, um recurso, se coisificando, ele vira uma extensão da máquina de produz as mercadorias, e simultaneamente ao desenvolvimento tecnológico, se dá a diminuição de mão de obra necessária na produção, gerando para o mercado um exército de reserva, que está à disposição, há espera de ser recrutado para trabalhar, nas condições mais precarizadas possíveis. Diante de todo o exposto se faz necessário refletir que quanto maior o avanço tecnológico, e o aumento desse exército de reserva, o número de cidadãos em condições de consumir as mercadorias produzidas também irá diminuir, o que não manterá o ciclo produtivo deste processo, fazendo emergir a possibilidade de uma nova crise que irá obrigar mudanças e consequências ainda não previstas, más que se tornam eminentes. IV. BIBLIOGRAFIA: ALLAIN, Clara. O fim da globalização? FOLHA DE SÃO PAULO, São Paulo, p. 1-1, 28 out. 2001. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2810200120.htm HERMANSON, Marcos. FUTURO DO TRABALHO: Trabalho precário intermitente, é a antessala do desemprego. Brasil de Fato, São Paulo, 29 abr. 2019. PLUGUIERO, Fernanda. COMO O ÓDIO VIRALIZOU NO BRASIL: Números sugerem que intolerância e desinformação se naturalizaram na internet brasileira. O que antes seria denunciado, hoje é curtido e compartilhado. [S. l.]: CARTA CAPITAL, 20 ago. 2018. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/como-o-odio-viralizou-no-brasil/. O MUNDO NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO. UFJF, 2011. VILAÇA, M.M; DIAS, M.C.M. TRANSUMANISMO E O FUTURO. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2014. p. 341-362. O MUNDO NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO. UFJF, 2011. I. INTRODUÇÃO: O intuito da abordagem aqui exposta é trazer à tona as muitas formas com as quais as sociedades contemporâneas tem utilizado para prosseguir sua efetividade diante de tantas transformações trazidas pelos novos modos de exploração da força de trabalho;... Cabe a cada um de nós fazermos reflexões concisas sobre o nosso futuro pessoal e o futuro de cada âmbito social, já que, mutações com tamanho impacto modificam bruscamente as dinâmicas de convívio em todas as esferas da sociedade, fazendo com que situ... Nesse sentido, qual o papel das Ciências Sociais? Qual o meu papel como indivíduo? Quanto serei afetado? São questões que tentaremos esclarecer aqui. II. DESENVOLVIMENTO: III. CONCLUSÃO: IV. BIBLIOGRAFIA:
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