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SISTEMA DE ENSINO
LEGISLAÇÃO 
PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de 
Trânsito Brasileiro
Livro Eletrônico
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Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de Trânsito Brasileiro
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Fábio Roque e Flávia Araújo
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................4
Lei n. 9.503/1997 - Crimes no Código de Trânsito Brasileiro .................................................................5
1. Disposições Gerais dos Crimes de Trânsito .................................................................................................5
1.1. Aplicação Subsidiária do CP, CPP e da Lei 9.099/95, no que Couber (art. 291, Caput 
do CTB). ..................................................................................................................................................................................5
1.2. Ação Penal nos Crimes de Trânsito ..............................................................................................................6
1.3. Fixação da Pena-Base nos Crimes de Trânsito (Art. 291, §4º) ......................................................6
1.4. Suspensão ou Proibição do Direito de Dirigir (Art. 292 a 296 do CTB) ...................................7
1.5. Circunstâncias Agravantes dos Crimes de Trânsito (Art. 298) ....................................................9
1.6. Prisão em Flagrante e Fiança (Art. 301 Do CTB) ................................................................................ 10
2. Crimes de Trânsito em Espécie (Art. 302 a 312-B). .............................................................................. 10
a) Homicídio Culposo (Art. 302) ..............................................................................................................................11
b) Lesão Corporal Culposa (Art. 303 do CTB) ...............................................................................................19
c) Crime de Omissão de Socorro (Art. 304 do CTB) ................................................................................... 24
d) Fuga do Local do Acidente (Art. 305 do CTB) .........................................................................................26
e) Embriaguez ao Volante (Art. 306 do CTB) ................................................................................................27
f) Violação da Suspensão ou Proibição ao Direito de Dirigir (Art. 307 do CTB) .......................31
g) Participação não Autorizada em Competições Automobilísticas ou em Exibições de 
Manobras em Veículo Automotor (Art. 308 do CTB) ................................................................................34
h) Dirigir sem Habilitação (Art. 309 do CTB) ................................................................................................37
i) Entregar a Direção de Veículo Automotor à Pessoa não Habilitada, com Habilitação 
Cassada, com o Direito de Dirigir Suspenso ou que não Esteja em Condições de 
Conduzir o Veículo com Segurança (Art. 310) ...............................................................................................39
j) Trafegar com Velocidade Incompatível à Segurança de Determinados Locais (Art. 
311 do CTB) ........................................................................................................................................................................40
k) Inovação Artificiosa (Art. 312 do CTB) .........................................................................................................41
3. Substituição da Pena Privativa de Liberdade pela Pena Restritiva de Direitos (Arts. 
312-A e 312-B do CTB) ................................................................................................................................................42
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Fábio Roque e Flávia Araújo
Resumo ...............................................................................................................................................................................44
Mapas mentais ...............................................................................................................................................................47
Questões de Concurso ................................................................................................................................................51
Gabarito .............................................................................................................................................................................. 69
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................70
Referências .....................................................................................................................................................................120
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Fábio Roque e Flávia Araújo
ApresentAção
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga 
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um su-
porte caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindí-
vel o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre os Crimes previstos no Código de Trânsito Brasilei-
ro (Lei 9.503/98). Iremos tratar sobre suas disposições normativas e os principais posiciona-
mentos doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?
Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).
Fábio Roque Araújo (@professorfabioroque)
Juiz Federal, professor e autor de obras jurídicas;
Doutor e Mestre em Direito Público pela UFBA.
Canal no Youtube: Fábio Roque Araújo
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Fábio Roque e Flávia Araújo
LEI N. 9.503/1997 - CRIMES NO CÓDIGO DE TRÂNSITO 
BRASILEIRO
Olá, amigo(a)!
Na aula de hoje, vamos estudar sobre as disposições penais e os crimes em espécie pre-
vistos no Código de Trânsito Brasileiro(Lei 9.503/97), mais precisamente entre os 291 a 312-B
Começaremos, então, pelo estudo das disposições gerais, depois, analisaremos os crimes 
em espécie.
É muito importante estarmos atentos à leitura da lei seca, para que nosso estudo fique 
mais completo!
1. Disposições GerAis Dos Crimes De trânsito
Iniciaremos o nosso estudo fazendo uma análise das disposições gerais sobre crimes de 
trânsito, previstas entre os arts. 291 a 301 do CTB.
1.1. ApliCAção subsiDiáriA Do Cp, Cpp e DA lei 9.099/95, no que 
Couber (Art. 291, CAput Do Ctb).
O caput do art. 291 do CTB possui a seguinte redação:
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, apli-
cam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não 
dispuser de modo diverso, bem como a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
De acordo com este artigo, as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo 
Penal serão aplicadas subsidiariamente aos crimes de trânsito. Em regra, havendo conflito 
aparente entre estas normas, deve-se respeitar as disposições do CTB, em razão do princípio 
da especialidade.
Os crimes de trânsito cuja lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, serão 
considerados “infrações penais de menor potencial ofensivo”, submetendo-se, assim, às re-
gras previstas na Lei 9.099/95. Nestes casos, ao tomar conhecimento do crime, a Autoridade 
Policial deverá lavrar termo circunstanciado de ocorrência (e não inquérito policial), e será 
possível a aplicação de institutos despenalizadores como a composição civil dos danos e a 
transação penal.
Lembre-se que, quando preenchidos os demais requisitos previstos no art. 89 da Lei 
9.099/95, a suspensão condicional do processo poderá ser aplicável aos crimes em que a 
pena mínima cominada seja igual ou inferior a um ano, independentemente de tratar-se, ou 
não, de infração penal de menor potencial ofensivo.
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1.2. Ação penAl nos Crimes De trânsito
Em regra, os crimes previstos no CTB são de Ação Penal Pública Incondicionada. Porém, a 
lesão corporal culposa, prevista no art. 303, é um crime de Ação Penal Pública Condicionada 
à Representação.
Esta exceção se deve ao fato de a lesão corporal culposa constituir uma infração penal 
de menor potencial ofensivo, se submetendo, portanto, as regras previstas na Lei 9.099/95, a 
qual estabelece, em seu art. 88, que nos crimes de lesões corporais leves e lesões corporais 
culposas, a ação penal dependerá de representação do ofendido.
Por outro lado, o art. 291, §1º do CTB elenca três hipóteses em que o crime de lesão cor-
poral culposa será de ação penal pública incondicionada (não sendo possível a aplicação do 
art. 88 da Lei 9.099/95). Vamos fazer uma leitura deste dispositivo:
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da 
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição 
ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade 
competente;
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta 
quilômetros por hora).
Portanto, nas hipóteses descritas no art. 291, §1º, a lesão corporal culposa no trânsito:
a) Não será submetida à composição civil dos danos (prevista no art. 74 da Lei 9.099/94),
b) Não será submetida à transação penal (prevista no art. 76 da Lei 9.099/95),
c) O crime praticado será de Ação Penal Pública Incondicionada (não sendo aplicável a 
disposição do art. 88 da Lei 9.099/95)
d) A investigação será realizada por meio da instauração de inquérito policial (e não por 
meio da lavratura de Termo Circunstanciado), como prevê o art. 291, §2º do CTB.
Resumindo...
• Em regra, os crimes previstos no CTB são de Ação Penal Pública Incondicionada.
• Exceção: O crime de lesão corporal culposa (previsto no art. 303 do CTB) é de ação pe-
nal pública condicionada à representação, por força do art. 88 da Lei 9.099/94.
• Exceção da exceção: Nos casos previstos no art. 291, §1º do CTB, o crime de lesão cor-
poral culposa será de ação penal pública incondicionada.
1.3. FixAção DA penA-bAse nos Crimes De trânsito (Art. 291, §4º)
O art. 291, §4º do CTB estabelece que:
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§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei n. 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às 
circunstâncias e consequências do crime.
Sabemos que, na primeira fase da dosimetria da pena, o juiz irá fixar a pena-base após 
a análise das oito circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal, que são: a) 
culpabilidade; b) antecedentes; c) conduta social; d) personalidade do agente, e) motivos do 
crime; f) circunstâncias do crime e g) consequências do crime.
Todas as circunstâncias judiciais, previstas no art. 59 do CP, devem ser analisadas na 
dosimetria da pena-base dor crime de trânsito. Porém, o art. 291, §4º do CTB prevê que o juiz 
deverá dar especial atenção a três delas:
1) Culpabilidade do agente
2) Circunstâncias do crime
3) Consequências do crime
1.4. suspensão ou proibição Do Direito De DiriGir (Art. 292 A 296 
Do Ctb)
A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor poderá ser aplicada como penalidade ou como medida cautelar.
1.4.1. Suspensão ou Proibição do Direito de Dirigir como Penalidade
Como penalidade, esta restrição ao direito de dirigir poderá ser imposta tanto em proces-
so administrativo (como suspensão), quanto por decisão judicial, em processo penal.
O art. 292 do CTB prevê que esta pena pode ser imposta isolada ou cumulativamente 
com outras penalidades, devendo ter prazo de duração de 2 (dois) meses a 5 (cinco) anos 
(art. 293).
Perceba que, no processo penal, a “suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou 
a habilitação para dirigir veículo automotor” não terá, necessariamente, o mesmo prazo que a 
pena de privação de liberdade!!
Este prazo da pena de “suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilita-
ção para dirigir veículo automotor” não se inicia enquanto o sentenciado estiver recolhido em 
estabelecimento penal. Desta forma, o art. 293, §2º estabelece que:
Art. 293, § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação 
para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação pe-
nal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
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Veremos, em breve, que o art. 307 tipifica a conduta de violar a decisão que impõe a pe-
nalidade de “suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor”.
De acordo com o STJ, o crime previsto neste artigo só se configura quando a restrição 
ao direito de dirigir tiver sido imposta por meio de decisão judicial, em processo penal sobre 
crime de trânsito. A conduta será atípica caso a violação seja à decisão administrativa (STJ 
– Informativo 641).
O art. 293, §1º estabelece que, no processo penal, “Transitada em julgado a sentença con-
denatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a 
Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação”.
Incorre em crime, o condenado que não entregar a Permissão para Dirigir ou a Carteira 
de Habilitação, no prazo de 48 horas após o trânsito em julgado (art. 307, parágrafo úni-
co do CTB).
O art. 296 estabelece que “Se o réu for reincidente na prática de crime de trânsito, o juiz 
aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automo-
tor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis”. Perceba que a reincidência específica 
gera a pena de “suspensão” não de “proibição”!
Há casos, porém, que o tipo penal incriminador prevê a cumulação obrigatória da pena 
privativa de liberdade com a pena de “suspensão ou proibição de se obter a permissão ou 
a habilitação para dirigir veículo automotor”, independentemente da reincidência do agente, 
como é o caso dos crimes previstos nos arts. 302, 303, 306, 307 e 308 do CTB.
1.4.2. Suspensão ou Proibição do Direito de Dirigir como Medida Cautelar (Art. 
294 do CTB)
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia 
da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério 
Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, 
a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua 
obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o 
requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Vamos detalhar este artigo?
a) Momento de decretação da medida cautelar: Qualquer fase da persecução penal (seja 
na investigação ou na ação penal).
b) Motivo da decretação: Garantia da ordem pública (deve ser provado os pressupostos 
do fumus comissi delicti e periculum in mora).
c) Forma da decretação: Decisão judicial fundamentada
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d) Legitimados:
d.1) A requerimento do MP
d.2) mediante Representação da Autoridade Policial
e) Recurso cabível contra a decisão que decretar ou indeferir o requerimento do MP – Re-
curso em Sentido Estrito
Obs.: � O Pacote Anticrime alterou o art. 282, §2º do CPP, retirando a possibilidade de o magis-
trado decretar medidas cautelares de ofício. O art. 294 do CTB deve ser interpretado 
com base nesta alteração. Assim, o juiz não poderá decretar, de ofício a medida cau-
telar de “suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou 
a proibição de sua obtenção”.
1.5. CirCunstânCiAs AGrAvAntes Dos Crimes De trânsito (Art. 298)
De acordo com art. 298 do CTB, as penalidades dos crimes de trânsito são agravadas 
quando o condutor comete a infração:
1) Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano 
patrimonial a terceiros;
2) Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
3) Sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
4) Com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da 
do veículo;
5) Quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de 
passageiros ou de carga;
6) Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características 
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade 
prescritos nas especificações do fabricante;
7) Sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
Estas agravantes deverão ser obrigatoriamente aplicadas, exceto quando sua incidência 
puder acarretar dupla valoração. Assim, as agravantes dos crimes de trânsito não serão apli-
cadas quando sua previsão configurar crime autônomo, qualificadora ou causa de aumen-
to de pena.
Vamos a alguns exemplos...
A agravante prevista no art. 298, III constitui crime autônomo, previsto no art. 309 do CTB. 
Assim, caso o agente pratique este delito, não será possível a aplicação da agravante, sob 
pena de haver bis in idem.
Já a agravante prevista no art. 298, V, constitui “causa de aumento de pena” dos crimes de 
homicídio culposo e lesão corporal culposa (quando o agente exercer a profissão, ou ativida-
de, de transportar passageiros), conforme prevê o art. 302, §1º, IV do CTB.
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Assim, as penas do homicídio culposo e da lesão corporal culposa serão aumentadas de 
1/3 até a metade se o agente, no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo 
veículo de transporte de passageiros. Neste caso, a agravante prevista no art. 298, V não será 
aplicada, sob pena de haver bins in idem.
Da mesma forma, a agravante prevista no art. 298, VII constitui “causa de aumento de 
pena” dos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa, conforme prevê o art. 302, 
§1º, II do CTB.
Assim, a pena do homicídio culposo e da lesão corporal culposa será aumentada de 1/3 
até a metade se o agente, praticar o crime em faixa de pedestres ou na calçada. Neste caso, a 
agravante prevista no art. 298, VII não será aplicada, sob pena de haver bins in idem.
1.6. prisão em FlAGrAnte e FiAnçA (Art. 301 Do Ctb)
O art. 301 do CTB estabelece que:
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se 
imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.
Lembre-se que as infrações penais de menor potencial ofensivo, em regra, não admitem 
prisão em flagrante, e nem exigem fiança, quando, após a lavratura do termo circunstancia-
do, o agente for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer (art. 69, parágrafo único da Lei 9.099/95).
Portanto, a prisão em flagrante não será aplicada aos crimes do CTB em que a lei comine 
pena máxima não superior a 2 (dois) anos (exceto quando o agente não assumir o compro-
misso de comparecer ao juizado).
O crime de lesão corporal culposa no trânsito, por exemplo, constitui infração penal de 
menor potencial ofensivo, não sendo admitida a prisão em flagrante (exceto nas hipóteses 
previstas no art. 291, §1º do CTB).
Por outro lado, o crime de homicídio culposo (302 do CTB) não se submete às regras pre-
vistasna Lei 9.099/95 logo, nestes casos, seria cabível a prisão em flagrante.
Contudo, o art. 301 do CTB estabelece que não se imporá prisão em flagrante, e nem se 
exigirá fiança, ao condutor que prestar pronto e integral socorro à vítima.
Portanto, nos crimes de trânsito, a prisão em flagrante e a fiança (quando admitidas), não 
serão aplicadas, quando:
a) Se tratar de crime culposo com vítima e
b) o condutor prestar pronto e integral socorro à esta
2. Crimes De trânsito em espéCie (Art. 302 A 312-b).
Antes de analisamos os crimes as espécies de crimes previstas no CTB, é importante fa-
zermos algumas considerações iniciais
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Os crimes de homicídio culposo (art. 302) e lesão corporal culposa (art. 303) constituem 
crime de dano, ou seja, para a consumação destes delitos é necessária a ocorrência de efe-
tiva lesão ao bem jurídico penalmente protegido. As demais infrações penais previstas no 
CTB, configuram crimes de perigo, que, por sua vez, se dividem em crime de perigo abstrato 
ou concreto.
Os crimes de perigo não exigem a efetiva produção de um resultado danoso para que haja 
sua consumação. Nestas hipóteses, a consumação do delito ocorre com a mera exposição do 
bem jurídico à perigo de lesão. Como sabemos, os crimes de perigo podem ser divididos em 
perigo concreto ou perigo abstrato.
Os crimes de perigo concreto não exigem a produção de resultado danoso (não são cri-
mes de dano), mas exigem a demonstração de que a conduta praticada pelo agente, expôs o 
bem jurídico a risco (perigo) de lesão. Já nos crimes de perigo abstrato, não é necessário a 
demonstração de que a conduta praticada expôs o bem jurídico à risco. Ou seja, nos crimes 
de perigo abstrato, uma vez realizada a conduta, a exposição do bem jurídico à perigo de le-
são já é presumida pela lei.
Vamos analisar os tipos penais previstos nesta norma?
A) HomiCíDio Culposo (Art. 302)
O art. 302, caput, do CTB possui a seguinte redação:
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo automotor.
Como vimos, o homicídio culposo na direção de veículo automotor constitui crime de 
dano, exigindo a efetiva lesão ao bem jurídico.
É importante percebermos que o Código de Trânsito não regula sobre homicídio doloso. 
Desta forma, caso o agente utilize o veículo automotor com a intenção deliberada de matar 
alguém, não estará sujeito às regras deste Código, devendo responder pelo crime previsto no 
art. 121 do Código Penal.
O homicídio culposo, regulado pelo art. 302 do CTB, poderá ocorrer nas modalidades “culpa 
consciente” ou “culpa inconsciente”. Sua concretização ocorre em razão da quebra do dever 
objetivo de cuidado, por imprudência, negligência ou imperícia, como prevê o art. 18, II do CP.
Em relação a este tema, o STJ entende que a denúncia que imputar homicídio culposo na 
direção de veículo automotor, deverá descrever, de forma clara e precisa, a conduta negligen-
te, imprudente ou imperita do agente, sob pena de ser considerada inepta.
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Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de Trânsito Brasileiro
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Fábio Roque e Flávia Araújo
JURISPRUDÊNCIA
É inepta a denúncia que imputa a prática de homicídio culposo na direção de veículo 
automotor (art. 302 da Lei 9.503/1997) sem descrever, de forma clara e precisa, a con-
duta negligente, imperita ou imprudente que teria gerado o resultado morte, sendo 
insuficiente a simples menção de que o suposto autor estava na direção do veículo no 
momento do acidente. (STJ - HC 305.194-PB, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 
11/11/2014, DJe 1º/12/2014).
Por ser crime culposo, o homicídio previsto no art. 302 do CTB não admite tentativa!!
Por estarmos diante de um crime culposo, será cabível a aplicação do perdão judicial, no 
caso previsto no art. 121, §5º do CP, que assim dispõe:
Art. 121, §5º do CP. Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as 
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se 
torne desnecessária.
Assim, é possível o perdão judicial, diante da existência de um vínculo prévio entre o agen-
te e a vítima, de modo que a consequência do crime torna a aplicação da pena desnecessária 
ou, até mesmo, exacerbada. É o que ocorre, por exemplo, quando a vítima do homicídio cul-
poso é mãe do agente.
Ainda em relação ao perdão judicial, o STJ entende que, em caso de concurso formal em 
homicídio culposo causado na direção de veículo automotor, os efeitos do perdão judicial 
concedido em razão da morte de uma das vítimas não se estendem à outra, se não ficar com-
provado a existência de liame subjetivo desta com o autor do fato.
Vamos exemplificar este entendimento...
Imagine que um sujeito estava dirigindo veículo automotor levando a mãe e uma amiga da 
mãe como caronas e, por imprudência, acaba capotando o carro, causando a morte das duas 
passageiras. Neste caso, este agente responderá, em concurso formal, pelo crime de homicí-
dio culposo previsto no art. 302 do CTB, né?
Pois bem, de acordo com o STJ, o perdão judicial concedido em razão da morte da mãe, 
não gera a extensão dos seus efeitos para o homicídio culposo praticado contra a outra víti-
ma, se não ficar comprovado a existência de vínculo subjetivo prévio entre esta e o infrator.
JURISPRUDÊNCIA
O fato de os delitos haverem sido cometidos em concurso formal não autoriza a exten-
são dos efeitos do perdão judicial concedido para um dos crimes, se não restou com-
provado, quanto ao outro, a existência do liame subjetivo entre o infrator e a outra vítima 
fatal (STJ - REsp 1.444.699-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, por unanimidade, jul-
gado em 1/6/2017, DJe 9/6/2017. Informativo 606).
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Quanto ao sujeito ativo: O condutor do veículo automotor
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa poderá ser vítima do crime de homicídio cul-
poso no trânsito.
Quanto ao elemento subjetivo: Culpa consciente ou inconsciente. Como vimos, o CTB 
só tipifica o homicídio culposo, realizado por meio de negligência, imprudência ou imperícia 
do agente.
Quanto a ação penal: Pública Incondicionada.
Quanto a pena (do homicídio culposo simples): detenção, de dois a quatro anos, e sus-
pensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Como a pena máxima, prevista na lei, é superior a 2 anos, não estamos diante de uma 
infração penal de menor potencial ofensivo. Logo, o crime de homicídio culposo, realizado no 
trânsito, será submetido ao procedimento comum ordinário, não sendo possível a aplicação 
dacomposição civil dos danos e da transação penal, previstos, respectivamente, nos art. 74 
e 76 da Lei 9.099/95.
Também não será possível a aplicação da suspensão condicional do processo já que, 
neste caso, a pena mínima cominada não é igual ou inferior a um ano, requisito exigido no art. 
89 da Lei 9.099/95.
No homicídio culposo simples, será possível a substituição da pena privativa de liber-
dade pela pena restritiva de direitos, se estiverem preenchidos os requisitos previstos no 
art. 44 do CP.
É interessante observarmos, ainda, que a pena por homicídio culposo, prevista no CTB, é 
mais grave do que a pena prevista no art. 121, §3º do Código Penal (detenção, de um a três anos).
No crime de homicídio culposo, a sanção de “suspensão ou proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor” deverá ser aplicada de forma cumula-
tiva à pena privativa de liberdade, independentemente de o réu ser, ou não, reincidente, apesar 
da previsão do art. 296 do CTB. Neste sentido, o STJ afirma que:
JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ESPECIAL. CRIME DE TRÂNSITO. HOMICÍDIO CULPOSO. VIOLAÇÃO AO ART. 
296 DA LEI 9.503/97. INEXISTÊNCIA. A sanção penal estabelecida no art. 302 do Código 
de Trânsito Brasileiro, de suspender ou proibir a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor, deve ser aplicada conjuntamente com a pena corporal, não sendo 
necessário a reincidência do Réu. Inaplicabilidade do art. 296 da Lei 9.503/97. Recurso 
não conhecido (STJ – Resp 556.928. Rel. Min. Laurita Vaz. Quinta Turma. Julgado em 
17/08/2004. Dje 13/09/2004).
De acordo com o STF, é constitucional a aplicação da pena de “suspensão ou proibição de 
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor” ao motorista profissio-
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nal condenado por homicídio culposo no trânsito. De acordo com a Corte, esta penalidade é 
coerente com o princípio da individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI) e respeita o princípio 
da proporcionalidade.
JURISPRUDÊNCIA
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO 
AUTOMOTOR. MOTORISTA PROFISSIONAL. SUSPENSÃO DE HABILITAÇÃO PARA DIRI-
GIR. CONSTITUCIONALIDADE. 1. O recorrido, motorista profissional, foi condenado, em 
razão da prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor, à pena de alter-
nativa de pagamento de prestação pecuniária de três salários-mínimos, bem como à 
pena de suspensão da habilitação para dirigir, prevista no art. 302 do Código de Trânsito 
Brasileiro, pelo prazo de dois anos e oito meses. 2. A norma é perfeitamente compatí-
vel com a Constituição. É legítimo suspender a habilitação de qualquer motorista que 
tenha sido condenado por homicídio culposo na direção de veículo. Com maior razão, a 
suspensão deve ser aplicada ao motorista profissional, que maneja o veículo com habi-
tualidade e, assim, produz risco ainda mais elevado para os demais motoristas e pedes-
tres. 3. Em primeiro lugar, inexiste direito absoluto ao exercício de atividade profissio-
nais (CF, art. 5º, XIII). É razoável e legítima a restrição imposta pelo legislador, visando 
proteger bens jurídicos relevantes de terceiros, como a vida e a integridade física. 4. Em 
segundo lugar, a medida é coerente com o princípio da individualização da pena (CF, 
art. 5º, XLVI). A suspensão do direito de dirigir do condenado por homicídio culposo na 
direção de veículo automotor é um dos melhores exemplos de pena adequada ao delito, 
já que, mais do que punir o autor da infração, previne eficazmente o cometimento de 
outros delitos da mesma espécie. 5. Em terceiro lugar, a medida respeita o princípio 
da proporcionalidade. A suspensão do direito de dirigir não impossibilita o motorista 
profissional de auferir recursos para sobreviver, já que ele pode extrair seu sustento de 
qualquer outra atividade econômica. 6. Mais grave é a sanção principal, a pena privativa 
de liberdade, que obsta completamente as atividades laborais do condenado. In casu, 
e com acerto, substituiu-se a pena corporal por prestação pecuniária. Porém, de todo 
modo, se a Constituição autoriza o legislador a privar o indivíduo de sua liberdade e, 
consequentemente, de sua atividade laboral, em razão do cometimento de crime, certa-
mente também autoriza a pena menos gravosa de suspensão da habilitação para dirigir. 
7. Recurso extraordinário provido. 8. Fixação da seguinte tese: É constitucional a impo-
sição da pena de suspensão de habilitação para dirigir veículo automotor ao motorista 
profissional condenado por homicídio culposo no trânsito. STF – RE 607107/MG, Rel. 
Min. Roberto Barroso, Plenário, julgado em 12/2/2020, Dje 14/04/2020. Repercussão 
Geral – tema 486. Informativo 966).
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É importante pontuarmos, ainda, que o STJ não admite a aplicação do arrependimento 
posterior ao crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, ainda que tenha 
havido a composição civil entre o autor do crime e a família da vítima.
O instituto do arrependimento posterior está previsto no art. 16 do CP, que assim dispõe 
“Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restitu-
ída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena 
será reduzida de um a dois terços.” Nesta hipótese, para que a pena seja diminuída, é neces-
sário a reparação do dano ou a restituição da coisa.
Com base neste dispositivo, o STJ entende que o arrependimento posterior só poderá ser 
aplicado aos crimes patrimoniais, ou que tenham efeitos patrimoniais. No caso do homicídio, 
o bem juridicamente tutelado é a vida, não sendo possível falarmos em “reparação do dano”.
Portanto, o instituto do arrependimento posterior não é aplicável ao crime de homicídio 
culposo na direção de veículo automotor.
JURISPRUDÊNCIA
Em homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB), ainda que 
realizada composição civil entre o autor do crime e a família da vítima, é inaplicável o 
arrependimento posterior (art. 16 do CP). O STJ possui entendimento de que, para que 
seja possível aplicar a causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do Código Penal, 
faz-se necessário que o crime praticado seja patrimonial ou possua efeitos patrimoniais 
(HC 47.922-PR, Quinta Turma, DJ 10/12/2007; e REsp 1.242.294-PR, Sexta Turma, DJe 
3/2/2015). Na hipótese em análise, a tutela penal abrange o bem jurídico, o direito fun-
damental mais importante do ordenamento jurídico, a vida, que, uma vez ceifada, jamais 
poderá ser restituída, reparada. Não se pode, assim, falar que o delito do art. 302 do CTB 
é um crime patrimonial ou de efeito patrimonial. Além disso, não se pode reconhecer o 
arrependimento posterior pela impossibilidade de reparação do dano cometido contra o 
bem jurídico vida e, por conseguinte, pela impossibilidade de aproveitamento pela vítima 
da composição financeira entre a agente e a sua família. Sendo assim, inviável o reco-
nhecimento do arrependimento posterior na hipótese de homicídio culposo na direção 
de veículo automotor. (STJ - REsp 1.561.276-BA,Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado 
em 28/6/2016, DJe 15/9/2016. Informativo 590)
a.1) Causas de Aumento de Pena no Homicídio Culposo (Art. 302, §1º)
O art. 302, §1º do CTB estabelece que a pena por homicídio culposo será aumentada, de 
1/3 até a metade, se o agente:
1) Não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
2) Praticar o crime em faixa de pedestres ou na calçada;
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3) Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente
4) No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de 
passageiros.
Em relação à primeira causa de aumento de pena (aplicável se o agente não possuir Per-
missão para Dirigir ou Carteira de Habilitação), o STJ entende que sua incidência não é apli-
cável quando o agente estiver com a carteira de habilitação vencida.
Em outras palavras, “O fato de o autor de homicídio culposo na direção de veículo auto-
motor estar com a CNH vencida não justifica a aplicação da causa especial de aumento de 
pena descrita no § 1º, I, do art. 302 do CTB”. (STJ - HC 226.128-TO, Rel. Min. Rogerio Schietti 
Cruz, julgado em 7/4/2016, DJe 20/4/2016 – Informativo 581).
Em relação à segunda majorante (aplicável se o agente praticar o homicídio culposo em 
faixa de pedestres ou na calçada), o STJ entende que “A causa de aumento prevista no art. 302, 
§ 1º, II, do Código de Trânsito Brasileiro não exige que o agente esteja trafegando na calçada, 
sendo suficiente que o ilícito ocorra nesse local.” (STJ - AgRg nos EDcl no REsp 1.499.912-
SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 05/03/2020, DJe 
23/03/2020. Informativo 668).
Lembre-se que a incidência desta causa de aumento de pena (prevista no art. 302, §1º, 
II), afasta a possibilidade de aplicação da agravante estabelecida no art. 298, VII, sob pena de 
haver bis in idem.
A quarta majorante do crime de homicídio culposo no trânsito, está prevista no art. 302, 
§1º, IV, sendo aplicável se o agente, “no exercício de sua profissão ou atividade, estiver con-
duzindo veículo de transporte de passageiros”. Esta causa de aumento de pena é aplicada 
ao motorista profissional que, no exercício de sua profissão ou atividade, venha a cometer 
homicídio culposo.
De acordo com o STJ, para a aplicação desta majorante, não é necessário que o agente 
esteja transpostanto passageiros no momento da ocorrência do crime (basta que ele esteja, 
no exercício de sua profissão ou atividade, conduzindo o veículo destinado ao transporte de 
passageiros).
JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO CULPOSO COMETIDO NO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE 
DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS. CAUSA DE AUMENTO PENA DO ART. 302, PARÁ-
GRAFO ÚNICO, IV, DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE 
PASSAGEIROS NO INTERIOR DO VEÍCULO QUANDO DA COLISÃO FATAL. IRRELEVÂN-
CIA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. A majorante do art. 302, parágrafo único, inciso 
IV, do Código de Trânsito Brasileiro, exige que se trate de motorista profissional, que 
esteja no exercício de seu mister e conduzindo veículo de transporte de passageiros, 
mas não refere à necessidade de estar transportando clientes no momento da colisão 
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e não distingue entre veículos de grande ou pequeno porte.2. Recurso especial provido. 
(STJ – Resp 13.58214/ RS. Rel. Min. Campos Marques. Julgado em 09/04/2013. Dje 
15/04/2013).
Lembre-se que a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 302, §1º, IV, 
afasta a possibilidade de aplicação da agravante estabelecida no art. 298, V, sob pena de ha-
ver bis in idem.
a.2) Homicídio culposo qualificado (art. 302, §3º)
O art. 302, §3º do CTB traz a hipótese de homicídio culposo qualificado, que ocorre quan-
do “o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra subs-
tância psicoativa que determine dependência”. 
Pena – aplicada ao homicídio culposo qualificado: reclusão, de cinco a oito anos, e sus-
pensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor.
Como a pena privativa de liberdade máxima é superior a 4 (quatro) anos, a fiança não po-
derá ser concedida pela autoridade policial, em razão da vedação prevista no art. 322 do CPP.
No homicídio culposo qualificado, não será possível a substituição da pena privativa de liber-
dade pela pena restritiva de direitos, em razão da vedação prevista no art. 312-B, acrescido ao 
CTB por meio da Lei 14.071/20.
Nos casos de homicídios qualificados cometidos antes da entrada em vigor da Lei 
14.071/20, será possível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direi-
tos, desde que preenchidos os requisitos previstos no art. 44 do CP. Porém, a substituição não 
será mais cabível aos crimes cometidos após a vigência desta norma.
Já vimos que a sanção de “suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilita-
ção para dirigir veículo automotor” deverá ser aplicada de forma cumulativa à pena privativa 
de liberdade.
O art. 306 do CTB tipifica o crime de embriaguez ao volante como a conduta de “Conduzir 
veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou 
de outra substância psicoativa que determine dependência”.
Se, ao dirigir veículo automotor sob influência de álcool ou de outra substância psicoativa 
que determine dependência, o agente causar a morte de alguém, o crime de embriaguez ao 
volante (previsto no art. 306 do CTB) será absorvido pelo crime de homicídio culposo (art. 302 
do CTB), havendo aplicação do princípio da consunção.
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Resumindo: Não há concurso material de crimes na hipótese de morte causada em razão 
de embriaguez ao volante. Neste caso, o agente irá responder apenas pelo homicídio culposo 
qualificado, na forma do art. 302, §3º do CTB.
JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ESPECIAL. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (ART. 306 DA LEI N. 9.503⁄1997) E 
HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO (ART. 302 DA LEI N. 9.503⁄1997). PRINCÍPIO DA 
CONSUNÇÃO. INCIDÊNCIA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1. (...)
2. O crime de embriaguez (art. 306 da Lei n. 9.503⁄1997) ao volante é antefato impunível 
do crime de homicídio culposo no trânsito (art. 302 da Lei n. 9.503⁄1997), porquanto a 
conduta antecedente está de tal forma vinculada à subsequente que não há como sepa-
rar sua avaliação (ambos integram o mesmo conteúdo de injusto). Precedentes.
3. Recurso especial provido, a fim de que seja o réu absolvido do crime descrito no art. 
306 da Lei n. 9.503⁄1997. (STJ – Resp 1481023/DF. Rel. Min Rogério Schietti Cruz. Sexta 
Turma. Julgado em 05/05/2015.Dje 08/05/2015).
A morte causada em razão de embriaguez ao volante configura, em regra, crime de homicídio 
culposo qualificado. A existência de dolo eventual não é presumida em razão, apenas, da em-
briaguez. Neste sentido, o STJ afirma que:
JURISPRUDÊNCIA
(...) 5. É possível, em crimes de homicídio na direção de veículo automotor, o reconheci-
mento do dolo eventual na conduta do autor, desde que se justifique tal excepcional con-
clusão a partir de circunstâncias fáticas que, subjacentes ao comportamento delitivo, indi-
quem haver o agente previsto e anuído ao resultado morte. 6. A embriaguez do agente 
condutor do automóvel, sem o acréscimo de outras peculiaridades que ultrapassem a vio-
lação do dever de cuidado objetivo, inerente ao tipo culposo, não pode servir de premissa 
bastante para a afirmação do dolo eventual. Conquanto tal circunstância contribua para a 
análise do elemento anímico que move o agente, não se ajusta ao melhor direito presumir o 
consentimento do agente com o resultado danoso apenas porque, sem outra peculiaridade 
excedente ao seu agir ilícito, estaria sob efeito de bebida alcoólica ao colidir seu veículo 
contra o automóvel conduzido pela vítima. (...). (REsp 1689173/SC, Rel. Ministro Rogerio 
Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em 21/11/2017, DJe 26/03/2018. Informativo 623).
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b) lesão CorporAl CulposA (Art. 303 Do Ctb)
O art. 303 do CTB tipifica o crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veí-
culo automotor.
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou 
a habilitação para dirigir veículo automotor.
Como vimos, a lesão corporal culposa na direção de veículo automotor constitui crime de 
dano, exigindo a efetiva lesão ao bem jurídico. 
O art. 303 prevê que este crime será realizado, necessariamente, na direção de veículo 
automotor, que por sua vez, está definido no Anexo I do CTB
Perceba que o Código de Trânsito não regula sobre lesão corporal dolosa. Desta forma, 
caso o agente utilize o veículo automotor com a intenção deliberada de causar lesão corporal 
em alguém, responderá pelo crime previsto no art. 129 do Código Penal.
A lesão corporal culposa, na direção de veículo automotor, poderá ocorrer nas modalida-
des “culpa consciente” ou “culpa inconsciente”. Sua concretização ocorre em razão da quebra 
do dever objetivo de cuidado, por imprudência, negligência ou imperícia, como prevê o art. 
18, II do CP.
Por ser crime culposo, a lesão corporal prevista no art. 303 do CTB, não admite tentativa.
Quanto ao sujeito ativo: O condutor do veículo automotor.
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa poderá ser vítima deste crime.
Quanto ao elemento subjetivo: Culpa consciente ou inconsciente. Como vimos, o CTB só 
tipifica a lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor em razão de negli-
gência, imprudência ou imperícia do agente.
Quanto a pena (da lesão corporal simples): detenção, de seis meses a dois anos e sus-
pensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Antes de mais nada, perceba que, na lesão corporal culposa, a sanção de “suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor” deverá ser 
aplicada de forma cumulativa à pena privativa de liberdade, independentemente de o réu ser, 
ou não, reincidente (assim como ocorre com o homicídio culposo).
Como a pena máxima, prevista na lei, não é superior a 2 anos, estamos diante de uma 
infração penal de menor potencial ofensivo. Logo, em regra, o crime de lesão corporal, reali-
zada no trânsito, será submetido ao procedimento sumaríssimo previsto na Lei de Juizados 
Especiais, sendo possível a aplicação da composição civil dos danos e da transação penal, 
previstos, respectivamente, nos art. 74 e 76 da Lei 9.099/95.
Em regra, o crime de lesão corporal culposa é de ação penal pública condicionada à re-
presentação do ofendido, em razão da previsão do art. 88 da Lei 9.099/95, que assim dispõe: 
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Lei n. 9.503/1997 – Crimes no Código de Trânsito Brasileiro
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Fábio Roque e Flávia Araújo
“Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a 
ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas”.
Portanto, em regra, o crime de lesão corporal culposa se submete às regras previstas na 
Lei de Juizados Especiais. Logo, são crimes de ação penal pública condicionada à represen-
tação do ofendido (conforme prevê o art. 88 da Lei 9.099/95), sendo possível a aplicação dos 
institutos da composição civil dos danos (previsto no art. 74 da lei 9.099/95) e da transação 
penal (art. 76 da Lei 9.099/95), exceto nas hipóteses descritas no art. 291, §1º do CTB, que 
possui a seguinte redação:
Art. 291, §1º. Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 
76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição 
ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade 
competente;
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta 
quilômetros por hora).
Por estar submetido à Lei 9.099/95, quando a autoridade policial tomar conhecimento da 
ocorrência da lesão corporal culposa, deverá lavrará termo circunstanciado. Entretanto, nas 
hipóteses descritas no art. 291, §1º do CTB, o crime será investigado por meio da instauração 
de inquérito policial.
A doutrina aponta que, nos casos previstos no art. 291, §1º, a lesão corporal não consti-
tuirá crime de menor potencial ofensivo. Por esta razão, não será cabível a aplicação dos arts. 
74, 76 e 88 da Lei 9.099/95 nestas hipóteses.
É importante lembrarmos, porém, que o art. 89 da Lei 9.099/95 não exige que o crime seja 
de menor potencial ofensivo para que haja a aplicação da suspensão condicional do processo.
Portanto, no crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, admite-se 
a suspensão condicional do processo, independentemente da incidência das hipóteses des-
critas no art. 291, §1º, já que, neste caso, a pena mínima cominada no art. 303 do CTB não 
ultrapassa um ano (requisito exigido no art. 89 da Lei 9.099/95).
No crime de lesão corporal culposa simples, será possível a substituição da pena privativa 
de liberdade pela pena restritiva de direitos, se estiverem preenchidos os requisitos previstos 
no art. 44 do CP.
É interessante observarmos, ainda, que a pena prevista no art. 303 do CTB (detenção, de 
seis meses a dois anos), é mais grave do que aquela prevista no art. 129 do Código Penal (de-
tenção, de três meses a um ano.).
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Fábio Roque e Flávia Araújo
b.1 Causas de aumento de pena no crime de lesão corporal culposa na direção 
de veículo automotor (art. 303, §1º do CTB)
O art. 303, §1º do CTB estabelece que “Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se 
ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302.”
Portanto, as causas de aumento de pena do crime de lesão corporal culposa na direção 
de veículo automotor são as mesmas previstas para o crime de homicídio culposo, previsto 
no art. 302 do CTB.
A pena de lesão corporal culposa será aumentada, de 1/3 até a metade, se o agente:
1) Não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
2) Praticar o crime em faixa de pedestres ou na calçada;
3) Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente
4) No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de 
passageiros.
O art. 309 do CTB tipifica a conduta de “Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a 
devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, geran-
do perigo de dano:”. A partir desta previsão, surge a seguinte pergunta: haverá concurso de 
crimes se o agente, ao dirigir o veículo sem ter carteira de habilitação, vier a provocar lesão 
corporal em alguém?
De acordo com o STJ, nesta hipótese, o crime de lesão corporal culposa absorverá o crime 
de direção sem habilitação, sendo aplicável o princípio da consunção. Assim, o agente res-
ponderá pelo crime de lesão corporal culposa com aplicação da causa de aumento de pena 
prevista no art. 302, §1º, I.
JURISPRUDÊNCIA
Quando não reconhecida a autonomia de desígnios, o crime de lesão corporal culposa 
(art. 303 do CTB) absorve o delito de direção sem habilitação (art. 309 do CTB), funcio-
nando este como causa de aumento de pena (art. 303, parágrafo único, do CTB). (STJ – 
Jurisprudência em Teses n. 114. Item 4).
Ainda em relação a esta questão, é importante lembrarmos que o crime de lesão corporal 
culposa (art. 303 do CTB) é, em regra, de ação penal pública condicionada à representação, já 
o crime de “dirigir sem habilitação” (art. 309 do CTB) é de ação penal pública incondicionada. 
Diante desta informação, outra dúvida nos surge:
Na hipótese de a lesão corporal ter sido praticada por sujeito sem habilitação, se a vítima 
optar por não exercer seu direito de representação no prazo legal, o Ministério Público poderá 
denunciar o agente pelo crime previsto no art. 309?
De acordo com o STF, a resposta é não!
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A Corte entende que o crime de “dirigir sem habilitação” é absorvido pelo crime de lesão 
corporal culposa, passando a constituir mera hipótese de aumento de pena (nos termos do 
art. 303, §1º e 302, §1º, I do CTB). Como o crime de lesão corporal é, em regra, de ação penal 
pública condicionada, a ausência de representação da pessoa ofendida gera a extinção da 
punibilidade. Logo, havendo absorção, o MP não poderá denunciar o agente pelo crime pre-
visto no art. 309 do CTB.
JURISPRUDÊNCIA
(...) A Turma consignou que o crime de dirigir sem habilitação seria absorvido pelo delito 
de lesão corporal culposa em direta aplicação do princípio da consunção. Isso porque, 
de acordo com o CTB, já seria causa de aumento de pena para o crime de lesão corporal 
culposa na direção de veículo automotor o fato de o agente não possuir permissão para 
dirigir ou carteira de habilitação. Assim, em decorrência da vedação de “bis in idem”, não 
se poderia admitir que o mesmo fato fosse atribuído ao paciente como crime autônomo 
e, simultaneamente, como causa especial de aumento de pena. Além disso, o crime do 
art. 303 do CTB, imputado ao paciente, seria de ação pública condicionada à representa-
ção, que, como se inferiria da própria nomenclatura, só poderia ser perseguido mediante 
a representação do ofendido. Diante da ausência de representação, seria imperativo 
reconhecer a extinção da punibilidade do crime de dirigir sem habilitação. (STF – HC 
128921/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, julgado em 25/8/2015. Informativo 796).
b.2 Lesão corporal culposa qualificada (art. 303, §2º do CTB)
O art. 303, §2º do CTB prevê uma qualificadora do crime de lesão corporal praticada na 
direção de veículo automotor ao dispor que:
Art. 303, §2º. A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das 
outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora 
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine depen-
dência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
A lesão corporal qualificada ocorre quando o agente conduz o veículo com capacidade psi-
comotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que de-
termine dependência e, em razão disso, praticar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
Podemos perceber, então, que o crime de lesão corporal será qualificado se houver o pre-
enchimento dos seguintes requisitos:
a) O agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influên-
cia de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência e, em razão disso, 
acaba praticando 
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b) crime de lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
O art. 306 do CTB criminaliza a conduta de “Conduzir veículo automotor com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que 
determine dependência.” Porém, se esta conduta gerar lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima, o art. 306 será absorvido pelo crime previsto no art. 303, §2º, que dispõe sobre a 
lesão corporal qualificada.
Perceba que, para que haja incidência desta qualificadora é necessário que a direção em 
estado de embriaguez cause lesão corporal grave ou gravíssima à vítima. Portanto, se a direção 
em estado de embriaguez gerar lesão corporal leve, não poderemos falar em crime qualificado.
Com base neste raciocínio, o STJ entende que só haverá consunção, nos casos em que o 
crime de embriaguez ao volante gerar lesão corporal grave ou gravíssima, para que não haja 
incidência de bis in idem. Porém, caso a embriaguez ao volante venha a gerar lesão corporal 
leve, os delitos previstos no art. 303 e 306 do CTB serão considerados autônomos
JURISPRUDÊNCIA
Os crimes de embriaguez ao volante (art. 306 do CTB) e o de lesão corporal culposa em 
direção de veículo automotor (art. 303 do CTB) são autônomos e o primeiro não é meio 
normal, nem fase de preparação ou de execução para o cometimento do segundo, não 
havendo falar em aplicação do princípio da consunção (Jurisprudência em Teses n. 114. 
Item 5).
Quanto a pena de lesão corporal qualificada: Reclusão de dois a cinco anos.
No crime de lesão corporal qualificada, a pena máximaabstratamente cominada, é supe-
rior a 2 anos, logo, não estamos diante de uma infração penal de menor potencial ofensivo. 
Assim, para os crimes de lesão corporal qualificada não será possível a aplicação dos institu-
tos despenalizadores da composição civil dos danos e da transação penal, previstos, respec-
tivamente, nos art. 74 e 76 da Lei 9.099/95.
Também não será possível a aplicação da suspensão condicional do processo já que a 
pena mínima cominada não é igual ou inferior a 01 ano (requisito previsto no art. 89 da Lei 
9.099/95).
Como, nas lesões corporais qualificadas, a pena máxima é superior a 4 (quatro) anos, a 
fiança não poderá ser concedida pela autoridade policial, em razão da vedação prevista no 
art. 322 do CPP.
Assim como ocorre com o homicídio culposo qualificado, o crime de lesão corporal qualifica-
da não admitirá a substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos, 
em razão da vedação prevista no art. 312-B, acrescido ao CTB por meio da Lei 14.071/20.
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Nos casos de lesões corporais qualificadas cometidas antes da entrada em vigor da Lei 
14.071/20, será possível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direi-
tos, desde que preenchidos os requisitos previstos no art. 44 do CP. Porém, a substituição não 
será mais cabível aos crimes cometidos após a vigência desta norma.
C) Crime De omissão De soCorro (Art. 304 Do Ctb)
O art. 304 do CTB trata do crime de omissão de socorro. Vamos analisar seu texto:
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à víti-
ma, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade 
pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime 
mais grave.
Perceba que, diante de um acidente, o condutor do veículo deverá prestar imediato socor-
ro à vítima. A solicitação de auxílio da autoridade pública só será cabível em hipótese supleti-
va, quando, por justa causa, este agente não puder prestar o socorro diretamente.
Como vimos, no CTB, apenas o homicídio e a lesão corporal são crimes de dano, que 
exigem a efetiva lesão a bem jurídico. Os demais tipos previstos nesta norma, constituem 
crimes de perigo, que não exigem a efetiva produção de um resultado danoso para que haja 
sua consumação.
No caso específico da omissão de socorro, falamos em crime de perigo abstrato, não 
sendo necessária a comprovação de que o bem jurídico foi exposto à risco, diante da prática 
da conduta.
É interessante pontuarmos, ainda, que o crime de omissão de socorro é classificado como 
subsidiário. Assim, sua incidência só ocorre quando a omissão não configurar outro crime, de 
natureza mais grave.
Imagine por exemplo, a hipótese em que o condutor do veículo deixa de prestar socorro 
e a vítima morre, em razão do acidente. Nesta hipótese, havendo comprovação da culpa do 
agente (pela constatação da imprudência, negligência ou imperícia), a omissão de socorro 
configurará causa de aumento de pena do crime de homicídio culposo, conforme prevê o art. 
302, §1º, III do CTB. 
O mesmo ocorre quando o condutor, ao dirigir com imprudência, negligência ou imperí-
cia, vem a causar lesão corporal na vítima, não prestando o socorro devido. Neste caso, este 
agente responderá pelo crime de lesão corporal culposa e terá sua pena aumentada (de 1/3 
até a metade) por “deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à 
vítima do acidente”
Por outro lado, imagine a hipótese em que o agente dirige o veículo observando todos os 
deveres de cuidado, não havendo constatação de imprudência, negligência ou imperícia de 
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sua parte, mas acaba atropelando uma pessoa que atravessa a rua sem olhar que o sinal. 
Neste caso, havendo ferimentos ou morte da vítima, não poderíamos falar em lesão corporal 
ou homicídio culposo. Porém, se este condutor deixar de prestar o socorro, responderá pelo 
crime previsto no art. 304 do CTB.
Quanto ao sujeito ativo: O condutor do veículo.
O terceiro (não condutor) que deixar de prestar socorro à vítima do acidente, poderá, a de-
pender do caso, responder pelo crime de omissão de socorro previsto no art. 135 do CP, que 
assim dispõe: “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à 
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave 
e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”
Quanto ao sujeito passivo: Qualquer pessoa poderá ser vítima deste crime.
Quanto ao elemento subjetivo: Dolo. O condutor do veículo deve agir com “consciência e 
vontade” de se omitir na prestação de socorro à vítima do acidente de trânsito. Não se exige 
o dolo específico (especial finalidade no agir).
Quanto a pena: detenção, de um a seis meses, ou multa.
Neste caso, se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB, a pena de “sus-
pensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor” poderá ser aplicada 
cumulativamente à sanção prevista no art. 304, conforme prevê o art. 296.
Como a pena máxima, prevista na lei, não é superior a 2 anos, estamos diante de uma 
infração penal de menor potencial ofensivo. Logo, em regra, o crime de omissão de socorro 
do condutor, em acidente de trânsito, será submetido ao procedimento sumaríssimo previsto 
na Lei de Juizados Especiais, sendo possível a aplicação da composição civil dos danos e da 
transação penal, previstos, respectivamente, nos art. 74 e 76 da Lei 9.099/95.
Também será possível a aplicação da suspensão condicional do processo já que, neste 
caso, a pena mínima cominada é inferior a um ano, requisito exigido no art. 89 da Lei 9.099/95.
O crime previsto no art. 304 do CTB (omissão de socorro), admite a substituição da pena 
privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos, se estiverem preenchidos os requisitos 
previstos no art. 44 do CP.
Não admite a tentativa: De acordo com a doutrina, o crime de omissão de socorro não 
pode ser fracionado em diversos atos, logo, trata-se de crime unissubsistente, que não admi-
te a tentativa.
De acordo com o art. 304, o condutor do veículo responderá pela omissão de socorro 
ainda que:
a) A omissão seja suprima por terceiros
b) Haja a morte instantânea da vítima
d) A vítima tenha ferimentos leves.
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D) FuGA Do loCAl Do ACiDente (Art. 305 Do Ctb)
O art. 305 do CTB prevê o crime de “fuga do local do acidente”, realizada mediante a 
seguinte conduta:
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do localdo acidente, para fugir à responsabilidade 
penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
De antemão, é importante deixarmos claro que este crime só se configura caso o aci-
dente não tenha gerado vítimas, tendo causado, apenas, danos de natureza patrimonial.
Logo, se, por exemplo, o condutor do veículo causar a morte de alguém e, para fugir da 
responsabilidade penal ou civil, se afastar do local do acidente, haverá incidência do crime 
de homicídio culposo com aplicação da majorante prevista no art. 302, §1º, III do CTB (“dei-
xar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente”).
Parte da doutrina entende que o crime tipificado no art. 305 do CTB é inconstitucional, 
por violar o princípio de que “ninguém é obrigado a constituir prova contra si mesmo” (nemo 
tenetur se detegere). De acordo com este entendimento, o condutor do veículo não é obriga-
do a ficar no local do acidente e assumir a autoria do dano.
O STF, porém, entendeu pela constitucionalidade deste dispositivo no RE 971.959, e rati-
ficou este entendimento na ADC 35/DF. De acordo com a Corte a exigência de que o condu-
tor permaneça no local do acidente não o obriga a assumir responsabilidade cível ou penal 
pelo fato. Portanto...
JURISPRUDÊNCIA
A regra que prevê o crime do art. 305 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9.503/97) 
é constitucional, posto não infirmar o princípio da não incriminação, garantido o 
direito ao silêncio e ressalvadas as hipóteses de exclusão da tipicidade e da antijuri-
dicidade. (STF - RE 971.959/RS, Plenário, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/11/2018. 
Informativo 923).
Como vimos, no CTB, apenas o homicídio e a lesão corporal são crimes de dano, que 
exigem a efetiva lesão a bem jurídico. Os demais tipos previstos nesta norma, constituem 
crimes de perigo, que não exigem a efetiva produção de um resultado danoso para que haja 
sua consumação.
No caso específico de “fuga do local do acidente”, a doutrina entende tratar-se de crime 
de perigo abstrato, não sendo necessária a comprovação de que o bem jurídico foi exposto 
à risco, diante da prática da conduta.
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Quanto ao objeto jurídico: Como a conduta do agente é realizada com a intenção de fugir 
da responsabilidade penal ou civil decorrente do acidente, o bem jurídico primário, tutelado 
pelo art. 305, é a “Administração da Justiça”. Secundariamente tutela-se o patrimônio alheio.
Quanto ao Sujeito Ativo: O condutor do veículo.
Quanto ao Sujeito Passivo: O sujeito passivo é o Estado (no que se refere ao bem jurí-
dico “administração da justiça”) e a pessoa que teve seu patrimônio danificado em razão 
do acidente.
Quanto ao Elemento Subjetivo: Dolo. O condutor do veículo deve agir com consciência e 
vontade de “afastar-se do local do acidente”. Além do dolo genérico, exige-se, ainda, a pre-
sença do dolo específico (especial finalidade no agir), já que o agente pratica a conduta com 
o objetivo de “fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída”.
Ação Penal: Pública Incondicionada
Quanto a pena: detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Neste caso, se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB, a pena de “sus-
pensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor” poderá ser aplicada 
cumulativamente à sanção prevista no art. 305, conforme prevê o art. 296.
Estamos diante de uma infração penal de menor potencial ofensivo. Logo, em regra, o 
crime de omissão de socorro do condutor, em acidente de trânsito, será submetido ao proce-
dimento sumaríssimo previsto na Lei de Juizados Especiais, sendo possível a aplicação da 
composição civil dos danos e da transação penal, previstos, respectivamente, nos art. 74 e 76 
da Lei 9.099/95.
Será possível a aplicação da suspensão condicional do processo já que, neste caso, a 
pena mínima cominada é inferior a um ano (requisito exigido no art. 89 da Lei 9.099/95).
O crime previsto no art. 305 do CTB admite a substituição da pena privativa de liber-
dade pela pena restritiva de direitos, se estiverem preenchidos os requisitos previstos no 
art. 44 do CP.
Tentativa: É admitida. De acordo com a doutrina, a conduta de “afastar-se do local do aci-
dente” pode ser fracionada em vários atos, tratando-se, assim, de crimes plurissubsistente. 
Como o elemento subjetivo é o dolo, é possível a tentativa, nestes casos.
e) embriAGuez Ao volAnte (Art. 306 Do Ctb)
O art. 306 do CTB prevê o crime de “embriaguez ao volante”, realizado por meio da seguin-
te conduta:
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência 
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permis-
são ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
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A embriaguez ao volante constitui crime de perigo abstrato, não sendo necessária a de-
monstração de que a conduta praticada tenha gerado, efetivamente, a exposição à lesão do 
bem jurídico. Neste sentido, o STJ entende que:
JURISPRUDÊNCIA
O crime do art. 306 do CTB é de perigo abstrato, sendo despicienda a demonstração da 
efetiva potencialidade lesiva da conduta. (Jurisprudência em Teses n. 114. Item 6).
O crime se realiza quando o agente dirige veículo automotor com a capacidade psicomo-
tora alterada, em razão da influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine 
dependência. Esta substância psicoativa poderá ser lícita ou ilícita.
Quanto ao Sujeito Ativo: O condutor do veículo.
Quanto ao Sujeito Passivo: É a coletividade. Não é necessário que haja a individualização 
de vítima.
Quanto ao Elemento Subjetivo: Dolo. O condutor do veículo deve agir com consciência e 
vontade de “Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da 
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”. Não se 
exige o dolo específico (especial finalidade no agir do agente).
Ação Penal: Pública Incondicionada
Quanto a pena: detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de 
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Antes de mais nada, perceba que, no crime de embriaguez ao volante, a sanção de “sus-
pensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor” 
deverá ser aplicada de forma cumulativa à pena privativa de liberdade, independentemente de 
o réu ser, ou não, reincidente (assim como ocorre com os crimes de homicídio culposo e lesão 
corporal culposa).
Como a pena máxima cominada na lei é superior a 2 (dois) anos, não estamos diante de 
uma infração penal de menor potencial ofensivo. Logo, o crime de embriaguez ao volante não 
será submetido ao procedimento sumaríssimo previsto na Lei de Juizados Especiais, não 
sendo possível a aplicação da composição civil dos danos e da transação penal.
Por outro lado, será possível a aplicação da suspensão condicional do processo já que, 
neste caso, a pena

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