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1 
Treinamento à Rede 
APOSTILA DE METROLOGIA 
2 
Treinamento à Rede 
MATEMÁTICA APLICADA................................................................................................................. 04 
 
METROLOGIA.................................................................................................................................... 08 
Um breve histórico das medidas......................................................................................................... 08 
 
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO........................................................................................................ 11 
 
RÉGUA GRADUADA.......................................................................................................................... 11 
Utilização da régua sem encosto.........................................................................................................11 
Características..................................................................................................................................... 11 
Leitura..................................................................................................................................................11 
 
CÁLIBRE DE LÂMINAS..................................................................................................................... 12 
Cuidados:............................................................................................................................................ 12 
 
PAQUÍMETRO.................................................................................................................................... 13 
Paquímetro universal........................................................................................................................... 14 
Princípio do nônio................................................................................................................................ 14 
Cálculo de resolução........................................................................................................................... 16 
Erros de leitura.................................................................................................................................... 16 
Paralaxe.............................................................................................................................................. 16 
Conservação....................................................................................................................................... 17 
 
MICRÔMETRO.................................................................................................................................... 18 
Origem e função do micrômetro.......................................................................................................... 18 
Princípio de funcionamento................................................................................................................. 18 
Nomenclatura...................................................................................................................................... 19 
Principais componentes de um micrômetro......................................................................................... 19 
Calibração (regulagem da bainha)...................................................................................................... 20 
 
RELÓGIO COMPARADOR.................................................................................................................21 
Ajuste do Relógio comparador............................................................................................................ 21 
Ressalto e Rebaixo..............................................................................................................................22 
Acessório para utilização do relógio comparador................................................................................ 24 
Conservação....................................................................................................................................... 24 
 
 
 
ÍNDICE 
3 
Treinamento à Rede 
SÚBITO............................................................................................................................................... 25 
Preparação do súbito.......................................................................................................................... 25 
Conicidade........................................................................................................................................... 27 
Ovalização........................................................................................................................................... 28 
Conservação....................................................................................................................................... 28 
 
 
TORQUÍMETRO.................................................................................................................................. 29 
Torque angular .................................................................................................................................. 29 
Cuidados............................................................................................................................................. 30 
 
 
MANÔMETRO..................................................................................................................................... 31 
 
 
TERMÔMETROS................................................................................................................................ 32 
Cuidados............................................................................................................................................. 33 
Manuseio e armazenamento:.............................................................................................................. 33 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS..............................................................................................................34 
 
 
ÍNDICE 
4 
Treinamento à Rede 
Matemática Aplicada 
 
 Números decimais 
 Os números decimais são largamente utilizados em nosso dia-a-dia. Vejamos uma situação: 
Se formos ao supermercado comprar 1kg de batatas por R$1,32 e pagarmos a compra com uma nota de 
R$2,00, receberemos R$0,68 de troco. Neste exemplo, podemos observar a utilização dos números decimais. 
Tanto o preço da batata, R$1,32, como o troco recebido são números decimais. Muitas outras situações 
utilizam os números decimais. 
 
Fração Decimal 
 Definimos fração decimal como sendo qualquer fração cujo denominador é uma potência de 10. São 
exemplos de frações decimais: 
3/10 que se lê ------- três décimos; 
13/100 que se lê ------- treze centésimos; 
29/1000 que se lê ------- vinte e nove milésimos. 
143/10000 que se lê ------- cento e quarenta e três décimos milésimos; 
 
 Número decimal 
Toda fração decimal pode ser apresentada por um número decimal, isto é, um número que tem uma 
parte inteira e uma parte decimal, separados por meio de uma vírgula. 
A fração: 3/10 pode ser escrita como: 0,3, que se lê 3 décimos, ou de uma forma mais simples como zero 
virgula três ( 0 é a parte inteira e 3 é a parte decimal). 
A fração: 74/100 pode ser escrita como: 0,74, que se lê 74 centésimos, ou de uma forma mais simples como 
zero virgula setenta e quatro (0 é a parte inteira e 74 é a parte decimal). 
A fração: 9/1000 pode ser escrita como: 0,009 que se lê 9 milésimos, ou de uma forma mais simples como 
zero virgula zero zero nove (0 é a parte inteira e 009 é a parte decimal). 
A fração: 532/100 pode ser escrita como 5,32: que se lê quinhentos e trinta e dois centésimos, ou de uma 
forma mais simples como cinco virgula trinta e dois e nesse caso temos o algarismo 5 como a parte inteira e 32 
como a partedecimal. Esta notação nos leva a compreender que a fração 532/100 pode ser decomposta da 
seguinte forma: 
 
 500 +30 + 2 = 500 + 30 + 2 = 5 + 3 + 0,2 = 5 + 0,3 + 0,02 = 5,32 
 100 100 100 100 10 10 
 
METROLOGIA 
5 
Treinamento à Rede 
 
 
 
 
Leitura de um número decimal 
1ª forma: lemos a parte inteira acrescida da palavra inteiros e lemos a parte fracionária acrescida da 
palavra décimos se ele contiver uma casa decimal, centésimos se ele contiver duas casas decimais, 
milésimos se tiver três casas e assim por diante. Se a sua parte inteira for zero lemos apenas a parte 
decimal. 
 
Por exemplo: 
O número decimal 0,6 seria lido: 6 décimos. 
O número decimal 23,4 seria lido: vinte e três inteiros e 4 décimos. 
O número decimal 8,73 seria lido: oito inteiros e setenta e três centésimos. 
O número decimal 5,289 seria lido: cinco inteiros e 289 milésimos. 
 
2ª forma: Lemos o número como se ele não tivesse vírgula acrescida da palavra décimos se ele contiver 
uma casa decimal, centésimos se ele contiver duas casas decimais, milésimos se tiver três casas e 
assim por diante. Se a sua parte inteira for zero lemos apenas a parte decimal. 
 
Por exemplo: 
O número decimal 0,6 seria lido: 6 décimos; 
O número decimal 23,4 seria lido: duzentos e trinta e quatro décimos; 
O número decimal 8,73 seria lido: oitocentos e setenta e três centésimos. 
O número decimal 5,289 seria lido: cinco mil duzentos e oitenta e nove milésimos. 
 
3ª forma: Lemos a parte inteira e acrescentamos a palavra vírgula e lemos por fim a parte decimal. 
Apesar de não ser considerada uma forma de leitura de um número decimal, por sua forma mais 
simples, acaba sendo a forma mais usual de leitura. 
 
Por exemplo: 
O número decimal 0,6 seria lido: zero vírgula seis; 
O número decimal 23,4 seria lido: vinte e três vírgula quatro; 
O número decimal 8,73 seria lido: oito vírgula setenta e três. 
O número decimal 5,289 seria lido: cinco vírgula duzentos e oitenta e nove. 
 
METROLOGIA 
 NOTA 
Toda fração decimal de numerador unitário é chamada de uma unidade decimal. 
6 
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As ordens decimais – Recomendamos a denominação das ordens decimais ou casa decimais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transformação de uma fração decimal em um número decimal 
 
Vejamos a regra: 
 
 
 
 
EXEMPLOS: 
47/10 = 4,7 ------ A vírgula foi colocada entre o 4 e o 7 já que o denominador tem apenas 1 zero. 
9/100 = 0,09 ----- O número terá duas casas decimais, o denominador tem apenas 2 zeros. 
2153/1000 = 2,153 ------ O número terá três casas decimais, o denominador tem 3 zeros. 
 
Transformação de um número decimal em uma fração decimal 
Vejamos a regra: 
 
 
METROLOGIA 
Para transformarmos uma fração decimal em um número decimal, toma-se o numerador da 
fração e coloca-se a vírgula de tal modo que o número de ordens decimais seja igual ao 
número de zeros presentes no denominador. 
Para transformarmos um número decimal em uma fração decimal, toma-se para numerador o 
número decimal, sem a vírgula e para denominador da fração o algarismo 1 seguido de 
tantos zeros quantas forem as ordens decimais do número. 
7 
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EXEMPLOS: 
3,8 = 3/8 --- o numerador é 38 e o denominador é o algarismo 1 seguido de 1 zero, já que o número 
decimal possui uma casa decimal. 
 
0,21= 21/100 --- o numerador é 21 e o denominador é o algarismo 1 seguido de 2 zeros, já que o 
número decimal possui duas casas decimais. 
 
65,083= 65083/1000 --- o numerador é 65083 e o denominador é o algarismo 1 seguido de 3 zeros, já 
que o número decimal possui três casas decimais. 
 
Observação importante: Se necessário complemente o número decimal à esquerda, com zeros, 
deixando um deles à esquerda da vírgula. Para transformarmos uma fração ordinária (fração não 
decimal) em um número decimal basta dividirmos o numerador pelo denominador da fração. 
 
Operações Matemáticas Com Números Decimais: 
 
Adição 
Nas operações de adição com números decimais é necessário organizar os números de modo que as 
unidades de mesma ordem se correspondam, colocando a vírgula no lugar correto. 
Resumindo: As vírgulas devem ficar uma exatamente em baixo da outra. 
Exemplo Prático: 12,50 + 2525,36 + 1,30 = 
 1 2 , 5 0 
 + 2 5 2 5 , 3 6 
 1 , 3 0 
 ______________________________ 
 2 5 3 9 , 1 6 
Subtração: 
O procedimento é semelhante ao da adição, onde o minuendo deverá ser colocado embaixo do 
subtraendo, de modo que as unidades de mesma ordem se correspondam. 
Resumindo: As vírgulas devem ficar uma exatamente em baixo da outra. 
Exemplo Prático: 1234,45 - 925,30 = 
 _ 1 2 3 4 , 4 5 
 9 2 5 , 3 0 
 ____________________________ 
 3 0 9 , 1 5 
 
METROLOGIA 
8 
Treinamento à Rede 
Metrologia 
 
Um breve histórico das medidas 
Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir comprimentos? 
As unidades de medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano, que eram 
referências universais, pois ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser verificada por qualquer 
pessoa. Foi assim que surgiram medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o 
passo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Algumas dessas medidas-padrão continuam sendo empregadas até hoje. 
Veja os seus correspondentes em centímetros: 
1 polegada = 2,54 cm 
1 pé = 30,48 cm 
1 jarda = 91,44 cm 
 
O Antigo Testamento da Bíblia é um dos registros mais antigos da história da humanidade. E lá, no 
Gênesis, lê-se que o Criador mandou Noé construir uma arca com dimensões muito específicas, 
medidas em côvados. 
 
O côvado era uma medida-padrão da região onde morava Noé, e é equivalente a três palmos, 
aproximadamente, 66 cm. 
 
 
METROLOGIA 
9 
Treinamento à Rede 
Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que tais padrões 
deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino, fizessem as medições. 
 Há cerca de 4.000 anos, os egípcios usavam, como padrão de medida de comprimento, o cúbito: 
distância do cotovelo à ponta do dedo médio. 
 
 
 
 
 
 
A partir do século XII o termo METRO (termo grego METROM significa medir) passou a ser utilizado. Os 
astrônomos franceses Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o meridiano. Utilizando a toesa 
como unidade, mediram a distância entre Dunkerque (França) e Montjuich (Espanha). Feitos os cálculos, 
chegou-se a uma distância que foi materializada numa barra de platina de secção retangular de 4,05 x 
25 mm. O comprimento dessa barra era equivalente ao comprimento da unidade padrão metro, que 
assim foi definido: 
 
 
 
Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado metro dos arquivos. 
 
Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais precisa do meridiano fatalmente 
daria um metro um pouco diferente. Assim, a primeira definição foi substituída por uma segunda: 
 
 
 
 
Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente obtida com o gelo 
fundente. No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, o sistema 
métrico foi implantado pela Lei Imperial nº 1157, de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se, então, um 
prazo de dez anos para que padrões antigos fossem inteiramente substituídos. 
Com exigências tecnológicas maiores, decorrentes do avanço científico, notou-se que o metro dos 
arquivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo das faces não era assim tão 
perfeito. O material, relativamente mole, poderia se desgastar,e a barra também não era 
suficientemente rígida. 
 
 
 
METROLOGIA 
Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre. 
Metro é a distância entre os dois extremos da barra de platina depositada nos Arquivos da 
França e apoiada nos pontos de mínima flexão na temperatura de zero grau Celsius. 
10 
Treinamento à Rede 
Para aperfeiçoar o sistema, fez-se outro padrão, que recebeu: 
Seção transversal em X, para ter maior estabilidade; 
Uma adição de 10% de irídio, para tornar seu material mais durável; 
Dois traços em seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualmente, a temperatura de referência para calibração é de 20ºC. É nessa temperatura que o metro, 
utilizado em laboratório de metrologia, tem o mesmo comprimento do padrão que se encontra na 
França, na temperatura de zero grau Celsius. 
 
Ocorreram, ainda, outras modificações. Hoje, o padrão do metro em vigor no Brasil é recomendado pelo 
INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª Conferência Geral dos Pesos e 
Medidas de 1983. O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), 
em sua resolução 3/84, assim definiu o metro: 
 
 
 
 
 
É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior exatidão o valor 
da mesma unidade: o metro. 
 
Apesar de se chegar ao metro como unidade de medida, ainda são usadas outras unidades. Na 
Mecânica, por exemplo, é comum usar o milímetro e a polegada. 
 
METROLOGIA 
Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo de tempo 
de 1 do segundo. 
 99.792.458 
11 
Treinamento à Rede 
Instrumentos de Medição 
 
Régua Graduada 
A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples entre os instrumentos de medida 
linear. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de aço-carbono ou de aço inoxidável. 
Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro (cm) e milímetro (mm), conforme o sistema 
métrico. 
 
 
 
Utiliza-se a régua graduada nas medições com erro admissível superior à menor graduação. 
Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm ou 1” . 
 32 
As réguas graduadas apresentam-se nas dimensões de 150, 200, 250, 300, 500, 600, 1000, 1500, 2000 
e 3000mm. As mais usadas na oficina são as de 150 mm (6") e 300 mm (12"). 
 
Utilização da régua sem encosto 
 
 
 
 
Características 
De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordas retas e bem 
definidas, e faces polidas. 
 As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de metais tratados termicamente. É 
necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos, uniformes, equidistantes e finos. 
 
Leitura 
Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais e cada parte equivale a 1 mm. 
Assim, a leitura pode ser feita em milímetro. 
 
 
 
 
 
METROLOGIA 
12 
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Cálibre de Lâminas 
 
O Calibre de lâminas também conhecido por calibre de folgas é confeccionado de lâminas de aço 
temperado, rigorosamente calibradas em diversas espessuras. As lâminas são móveis e podem ser 
trocadas. São usadas para medir folgas nos mecanismos ou conjuntos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidados: 
Antes de manusear o equipamento, deixar as mãos livre de graxas e impurezas que possam atrapalhar 
o seu manuseio. 
Ao utilizar o equipamento, evitar forçar as lâminas para que as mesmas não entortem. 
Ao término da utilização limpar, lubrificar e guardar o equipamento em local apropriado 
 
METROLOGIA 
13 
Treinamento à Rede 
Paquímetro 
 
O paquímetro é um instrumento usado para medir as dimensões lineares internas, externas e de 
profundidade de uma peça. Consiste em uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza 
um cursor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação, com um mínimo de folga. Ele é dotado de 
uma escala auxiliar, chamada nônio ou vernier. Essa escala permite a leitura de frações da menor 
divisão da escala fixa. O paquímetro é usado quando a quantidade de peças que se quer medir é 
pequena. 
 
 As superfícies do paquímetro são planas e polidas, e o instrumento geralmente é feito de aço 
inoxidável. Suas graduações são calibradas a 20ºC. 
 
 
METROLOGIA 
1 Orelha fixa 6 Escala fixa de polegadas 11 Nônio ou vernier milímetro) 
2 Orelha móvel 7 Bico fixo 12 Impulsor 
3 Nônio ou vernier (polegada) 8 Encosto fixo 13 Escala fixa de milímetros 
4 Parafuso de trava 9 Encosto móvel 14 Haste de profundidade 
5 Cursor 10 Bico móvel 
14 
Treinamento à Rede 
Paquímetro Universal 
 
 É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de ressaltos. 
Trata-se do tipo mais usado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípio do nônio 
A escala do cursor é chamada de nônio ou vernier, em homenagem ao português Pedro Nunes e ao 
francês Pierre Vernier, considerados seus inventores. 
O nônio possui uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa. 
 
 
METROLOGIA 
15 
Treinamento à Rede 
Existem paquímetros em que o nônio possui dez divisões equivalentes a nove milímetros (9 mm). Há, 
portanto, uma diferença de 0,1 mm entre o primeiro traço da escala fixa e o primeiro traço da escala 
móvel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa diferença é de 0,2 mm entre o segundo traço de cada escala; de 0,3 mm entre o terceiros traços e 
assim por diante. 
 
 
 
METROLOGIA 
16 
Treinamento à Rede 
Cálculo de resolução 
As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro podem ser calculadas pela sua 
resolução. 
A resolução é a menor medida que o instrumento oferece. Ela é calculada utilizando-se a seguinte 
fórmula: 
Resolução = UEF 
 NDN 
UEF = unidade da escala fixa 
NDN = número de divisões do nônio 
 
Exemplo: 
Nônio com 10 divisões 
Resolução = 1mm = 0,1mm 
 10 
Nônio com 20 divisões 
Resolução = 1mm = 0,05 mm 
 20 
Nônio com 50 divisões 
Resolução = 1mm = 0,02mm 
 50 
 
Erros de leitura 
Além da falta de habilidade do operador, outros fatores podem provocar erros de leitura no paquímetro, 
como, por exemplo, a paralaxe e a pressão de medição. 
 
Paralaxe 
Dependendo do ângulo de visão do operador, pode ocorrer o erro por paralaxe, pois devido a esse 
ângulo, aparentemente há coincidência entre um traço da escala fixa com outro da móvel. 
 
Para não cometer o erro de paralaxe, é aconselhável que se faça a leitura situando o paquímetro em 
uma posição perpendicular aos olhos. 
 
METROLOGIA 
17 
Treinamento à Rede 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conservação 
Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando choques. 
Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas, o que pode lhe causar danos. 
Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica a graduação. 
Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário. 
Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado, após sua utilização. 
 
METROLOGIA 
18 
Treinamento à Rede 
Micrômetro 
 
Origem e função do micrômetro 
Jean Louis Palmer apresentou, pela primeira vez, um micrômetro para requerer sua patente. O 
instrumento permitia a leitura de centésimos de milímetro, de maneira simples. 
 
Com o decorrer do tempo, o micrômetro foi aperfeiçoado e possibilitou medições mais rigorosas e exatas 
do que o paquímetro. 
 
De modo geral, o instrumento é conhecido como micrômetro. Na França, entretanto, em homenagem ao 
seu inventor, o micrômetro é denominado Palmer. 
 
 
 
 
 
 
 
Princípio de funcionamento 
O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-seao do sistema parafuso e porca. Assim, há 
uma porca fixa e um parafuso móvel que, se der uma volta completa, provocará um descolamento igual 
ao seu passo. 
 
 
 
 
 
 
Desse modo, dividindo-se a cabeça do parafuso, pode-se avaliar frações menores que uma volta e, com 
isso, medir comprimentos menores do que o passo do parafuso. 
 
 
 
METROLOGIA 
19 
Treinamento à Rede 
Nomenclatura 
A figura seguinte mostra os componentes de um micrômetro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principais componentes de um micrômetro 
 
O arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para eliminar as tensões internas. 
O isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a transmissão de calor das mãos para o 
instrumento. 
O fuso micrométrico é construído de aço especial temperado e retificado para garantir exatidão do passo da 
rosca. 
As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso, apresentam-se rigorosamente planos e 
paralelos. Em alguns instrumentos, os contatos são de metal duro, de alta resistência ao desgaste. 
A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico, quando isso é necessário. 
O tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira ligado ao fuso micrométrico. Portanto, a cada volta, 
seu deslocamento é igual ao passo do fuso micrométrico. 
A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição constante. 
A trava permite imobilizar o fuso numa medida predeterminada. 
 
Sabendo que cada volta completa do tambor corresponde ao deslocamento “p” de um passo no 
parafuso micrométrico e sabendo que a escala circular possui “n” divisões, calculamos a resolução do 
micrômetro. 
Resolução = P 
 N 
 
Nônio – Resolução = resolução do tambor 
 Número de divisões do nônio 
 
 
METROLOGIA 
20 
Treinamento à Rede 
A leitura dos milímetros inteiros e meios milímetros são feita na escala da bainha. 
A leitura dos centésimos na escala do tambor. Quando houver nônio, verifica-se qual dos traços do 
nônio coincide com o traço do tambor. 
 
Calibração (regulagem da bainha) 
Antes de iniciar a medição de uma peça, devemos calibrar o instrumento de acordo com a sua 
capacidade. 
 
Para os micrômetros, cuja capacidade é de 0 a 25 mm, precisamos tomar os seguintes cuidados: 
Limpe cuidadosamente as partes móveis eliminando poeiras e sujeiras, com pano macio e limpo; 
Antes do uso, limpe as faces de medição; use somente uma folha de papel macio; 
Encoste suavemente as faces de medição usando apenas a catraca; em seguida, verifique a coincidência das 
linhas de referência da bainha com o zero do tambor; se estas não coincidirem, faça o ajuste movimentando a 
Bainha com a chave de micrômetro, que normalmente acompanha o instrumento. 
 
 
 
 
 
 
Para calibrar micrômetros de maior capacidade, ou seja, de 25 a 50 mm, de 50 a 75 mm etc. ou de 1" a 
2", de 2" a 3" etc., deve-se ter o mesmo cuidado e utilizar os mesmos procedimentos para os 
micrômetros citados anteriormente, porém com a utilização de barra-padrão para calibração. 
 
 
METROLOGIA 
21 
Treinamento à Rede 
Relógio Comparador 
 
O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação, dotado de uma escala e um 
ponteiro, ligados por mecanismos diversos a uma ponta de contato. 
 
O comparador centesimal é um instrumento comum de medição por comparação. As diferenças 
percebidas nele pela ponta de contato são amplificadas mecanicamente e irão movimentar o ponteiro 
rotativo diante da escala. 
 
Quando a ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em sentido horário, a diferença é 
positiva. Isso significa que a peça apresenta maior dimensão que a estabelecida. Se o ponteiro girar em 
sentido anti-horário, a diferença será negativa, ou seja, a peça apresenta menor dimensão que a 
estabelecida. 
 
 
 Ajustar o relógio comparador com 5 mm de pré-carga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Medida do ressalto 
 
 Medida direta: 7,27mm 
 Referência: 5,00mm 
 2,27mm 
 
 
 
 
 
 
 
 
METROLOGIA 
22 
Treinamento à Rede 
 
 
 
 Medida do rebaixo 
 
 Medida direta: 7,27mm 
 Referência: 5,00mm 
 2,27mm 
 
 
 
 
 
 
Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados possuem resolução de 0,01 mm. 
O curso do relógio também varia de acordo com o modelo, porém os mais comuns são de 1 mm, 10 
mm, .250" ou 1". 
 
 
 
METROLOGIA 
23 
Treinamento à Rede 
Nos comparadores mais utilizados, uma volta completa do ponteiro corresponde a um deslocamento de 
1 mm da ponta de contato. Como o mostrador contém 100 divisões, cada divisão equivale a 0,01 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de tocar na peça, o ponteiro do relógio comparador fica em uma posição anterior a zero. Assim, 
ao iniciar uma medida, deve-se dar uma pré-carga para o ajuste do zero. Colocar o relógio sempre numa 
posição perpendicular em relação à peça, para não incorrer em erros da medida. 
 
 
METROLOGIA 
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Treinamento à Rede 
Acessório para utilização do relógio comparador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Base magnética. 
 
 
Conservação 
Descer suavemente a ponta de contato sobre a peça. 
Levantar um pouco a ponta de contato ao retirar a peça. 
Evitar choques, arranhões e sujeira. 
Manter o relógio guardado no seu estojo. 
Os relógios devem ser lubrificados internamente nos mancais das engrenagens. 
 
 
 
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Súbito 
Ferramenta utilizada em conjunto com o relógio comparador para realizar medições internas. 
Requer maior experiência de manuseio do operador e sua habilidade é fundamental para resultados 
precisos. 
Permite realizar medições estáticas e dinâmicas, podendo medir diâmetro interno, conicidade e 
ovalização. 
Realiza medição comparativa, por isso deve ser calibrado através de micrômetro para começar a operar, 
assim como o relógio comparador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preparação e medição com o súbito: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medir a saia do pistão com micrômetro adequado ao diâmetro do pistão. 
 
 
 
 
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Treinamento à Rede 
 
 
 Escolher a haste do súbito adequada 
 ao tamanho do diâmetro encontrado 
 no pistão. 
 
 
 
 
 Montar a haste escolhida no súbito. 
 
 
 
 
 
 Montar o relógio comparador no súbito 
 deixando uma pré-carga de 1mm. 
 
 
 
 
 
 Transferir a medida do micrômetro 
 para o súbito 
 
 
 
 
 
 
 
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 Introduzir o súbito no cilindro e realizar a 
 medição fazendo a leitura no relógio 
 comparador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medir conicidade de cilindro: 
 
 
 
 
 A conicidade do cilindro é feita através de três 
 medições em sua extensão partindo do PMI 
 (ponto morto inferior) ao PMS (ponto morto
 Superior). 
 
 
 
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Medir ovalização do cilindro 
 
 A medição da ovalização é feita em três medições em 
 sua extensão desde o PMI (ponto morto inferior) ao 
 PMS (ponto morto superior) executando seis medições 
 sendo que são três medidas em um sentido e as outras 
 três em outro fazendo uma cruz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conservação 
Descer suavemente a ponta de contato sobre a peça. 
Evitar choques, arranhões e sujeira. 
Manter o relógio guardado no seu estojo. 
Os relógios devem ser lubrificados internamente nos mancais das engrenagens. 
 
 
 
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Torquímetro 
 
É uma ferramenta, também conhecida por chave dinamométrica, usada para ajustar precisamente o 
torque de um parafuso em uma porca. Normalmente tem a forma de alavanca,com um porta soquetes, 
onde se podem encaixar várias medidas de soquetes. 
 
O torquímetro tem ainda algum tipo de dispositivo dinamométrico que possibilita medir a força de torque, 
(força rotacional) dimensionada em projeto, que permita o máximo de aperto sem o risco de danificar o 
material. Ao se aplicar a força necessária na alavanca, o dispositivo desarma o soquete ou emite algum 
tipo de aviso ao operador. Isso impede por um lado que se deixe a peça solta e por outro que o aperto 
excessivo danifique a rosca. 
 
Existem vários tipos de dispositivos de medição de torque, desde modelos exclusivamente mecânicos 
até modernos aparelhos com display eletrônico e precisão muito boa. Como toda ferramenta de 
precisão, deve ser calibrada periodicamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ferramenta para torque angular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METROLOGIA 
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Treinamento à Rede 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Exemplo de aplicação de torque angular 
 
 
Cuidados 
Ao manusear o equipamento evitar pancadas e quedas. 
Quando terminar a sua utilização, aliviar a carga do torquímetro evitando que o seu mecanismo fique sobre 
tensão. 
Guardar o equipamento em local apropriado e livre de óleo, graxa e sujeiras. 
Efetuar a aferição do instrumento de medição a cada 4 meses de utilização. 
 
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Treinamento à Rede 
Manômetro 
 
Ao receber a pressão do gás a bolsa de ar (diafragma) contida internamente, infla-se acionando, por 
meio de eixos e alavancas, um outro eixo, provocando neste um movimento giratório que é transmitido 
ao ponteiro que se desloca sobre uma escala graduada em milibares (mbar) ou mm coluna de água. 
Logo, maior pressão, maior deformação do diafragma, maior deslocamento do ponteiro, indicação de 
maior pressão e vice versa. O manômetro pode ser digital ou analógico (de ponteiro). 
 
O manômetro de Bourdon 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Manômetro para medir gases Manômetro para pressão de líquidos 
 
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Treinamento à Rede 
Termômetros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O termômetro de bolha é utilizado para medir a temperatura dos líquidos. A bolha que contém líquido é 
colocada em contato com o líquido a medir. O valor da temperatura é lido quando o líquido do 
termômetro se estabiliza. 
 
O termômetro com mostrador analógico é mais resistente e mais fácil de ler do que o termômetro de 
bolha. A extremidade do termômetro com mostrador analógico é colocada dentro do líquido a medir. O 
ponteiro do mostrador analógico indica a temperatura. O tempo de reação do termômetro com mostrador 
analógico é mais longo e não pode ser utilizado quando a variação de temperatura é muito grande. 
 
 
 
 
 
 
 
O termômetro digital tem as seguintes vantagens: permite a leitura exata das frações de grau, 
proporciona uma leitura muito precisa e instantânea de temperatura do ar e dos líquidos, as escalas de 
medição podem ser alteradas, é de fácil fixação. 
 
 
 
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Treinamento à Rede 
Cuidados, Manuseio e armazenamento: 
 
O manuseio deve ser feito com cuidado para evitar impacto. 
 
Não manusear o termômetro pelo seu bulbo (extremidade inferior), pois pode ocasionar quebra do 
termômetro devido ao acúmulo de tensão na solda do bulbo com a haste. 
 
Os termômetros devem ser armazenados com um ângulo a partir de 45º, ou na posição vertical. A 
temperatura ambiente deve se considerar a faixa de escala. Os termômetros podem ser armazenados 
na temperatura ambiente. 
 
Os termômetros devem ser embalados utilizando plástico bolha ou enchimento de forma prevenir 
impacto. As embalagens devem indicar que se trata de material frágil. 
 
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Treinamento à Rede 
 Efetue as operações matemáticas prestando atenção nas casas decimais: 
 
a) 13,295 – 19,23 = _____________ 
b) 22,345 – 21, 278 =____________ 
c) 345,293 + 24,19 =_____________ 
d) 25,149 + 3,256 =______________ 
e) 0,25 + 23,17 = _______________ 
 
 Exercícios nas estações de trabalho: 
1- Escala: 
 Medir o diâmetro da cabeça do pistão utilizando a escala: ______________ 
 Medir o comprimento do cabeçote: _________________ 
 Verificar o paralelismo do cabeçote: ________________ 
 
2- Calibre de Lâminas: 
 Medir a folga do eletrodo da vela de ignição: _______ 
 Medir a folga das válvulas no cabeçote: ________ 
 Medir o empenamento do cabeçote utilizando régua graduada e calibre de lâminas: __________ 
 
3- Paquímetro: 
 Medir a saia do pistão: ________ 
 Medir o câme do comando: _______ 
 Medir o curso do pistão no PMI: _______ 
 
4- Micrômetro: 
 Medir o câme do comando de válvulas: _________ 
 Medir a saia do pistão: ________ 
 Medir as pastilhas de ajuste de válvulas: _________ 
 
 
 
 
 
 
 
METROLOGIA – CADERNO DE EXERCÍCIOS 
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Treinamento à Rede 
5- Relógio Comparador: 
 Medir o lift do comando de válvulas: ___________ 
 Medir a folga axial do virabrequim: _____________ 
 Medir a folga axial do eixo de câmes: __________ 
 
6- Súbito: 
 Montar o súbito. 
 Transferir a medida da saia do pistão (micrômetro) para o súbito. 
 Verificar a folga do cilindro em relação ao pistão: _________ 
 Medir a ovalização do cilindro: __________ 
 Medir a conicidade do cilindro: __________ 
 
7- Torquímetro: 
 Torquear os parafusos do cabeçote: __________ 
 Torquear parafusos utilizando ferramenta de torque angular: __________ 
 Torquear os mancais do comando de válvulas: __________ 
 
8- Manômetros e Termômetro: 
 Medir a pressão da linha do ar condicionado: ___________ 
 Medir a pressão da linha de combustível: ____________ 
 Medir a temperatura do líquido de arrefecimento: ________ 
 
 
 
METROLOGIA – CADERNO DE EXERCÍCIOS