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TCC_2019_Patrícia Fernanda Nunes de Campos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO e CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá 
03/2019 
O PAPEL DA AUDITORIA EXTERNA NA GOVERNANÇA 
CORPORATIVA 
 
PATRÍCIA FERNANDA NUNES DE CAMPOS 
 
 
 
O PAPEL DA AUDITORIA EXTERNA NA GOVERNANÇA 
CORPORATIVA 
 
 
Monografia apresentada à UFMT/Faculdade de 
Administração e Ciências Contábeis, 
Departamento de Ciências Contábeis, para a 
obtenção do título de bacharel em Ciências 
Contábeis. 
Professor Orientador: Prof.° João Soares da 
Costa 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá 
03/2019 
 
Patrícia Fernanda Nunes de Campos 
 
 
 
 
O Papel da Auditoria Externa na Governança Corporativa 
 
 
 
Monografia defendida e aprovada em _____/______/______ 
pela banca examinadora constituída pelos professores: 
 
 
 ________Prof.° João Soares da Costa_________ 
 
 Presidente 
 
 
 
 
_____ Prof.° Ederaldo José Pereira de Lima_____ 
 
 Membro 
 
 
 
 
_________Prof.ª Gisele Alves Silvente_________ 
 
 Membro 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 05 
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 07 
2.1 Aspectos Históricos Relacionados à Auditoria .................................................. 07 
2.2 Auditoria no Brasil ............................................................................................. 11 
2.3 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas à Auditoria ............................. 15 
2.4 Métodos e Procedimentos de Auditoria ............................................................. 16 
2.5 Modalidades de Auditoria ................................................................................... 21 
2.6 Planejamento de auditoria .................................................................................. 30 
2.7 Papéis de Trabalho.............................................................................................. 31 
2.7.1 Objetivos e Importância dos Papéis de Trabalho............................................ 31 
2.7.2 Natureza dos Papéis de Trabalho .................................................................. 33 
2.7.3 Técnica de Elaboração dos Papéis de Trabalho ............................................ 34 
2.8 Governança Corporativa...................................................................................... 35 
2.8.1 O que é Governança Corporativa.................................................................... 35 
2.8.2 Princípios de Governança Corporativa........................................................... 37 
2.8.3 Boas práticas de Governança......................................................................... 38 
3. METODOLOGIA..................................................................................................... 40 
4. O PAPEL DA AUDITORIA EXTERNA PARA A GOVERNANÇA CORPORATIVA 41 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 44 
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 46 
5 
1. INTRODUÇÃO 
 
A partir da contabilidade, desenvolveu-se o procedimento de auditoria. Na 
medida que as entidades se tornam mais complexas, o volume das atividades e do 
patrimônio fez necessário que fossem periciadas para encontra ou não de eventuais 
erros ou fraudes, bem como, sugerir medidas saneadoras, quando possível. 
A governança corporativa surge no momento que a economia se abre, com 
processos de privatizações, fusões, incorporações e aquisições, e intensa atuação do 
mercado de capital nacional e internacional, especialmente, decorrente da 
globalização. Assim, dada a essa amplitude, surge o seguinte questionamento: qual o 
papel da auditoria externa na governança corporativa? 
O mercado competitivo tornou o papel da atividade de auditoria essencial para 
mitigar a ocorrência de distorções e oferecer informações seguras para a tomada de 
decisão, dessa forma, a auditoria externa, funciona como um instrumento utilizado 
para dar credibilidade ou certificação dos resultados apresentados, além, de poder 
apresentar recomendações ou sugestões para correção ou melhoria de aspectos que 
podem acrescer no desempenho, inclusive, quando se tem na entidade a adoção da 
governança. 
A pesquisa foi conduzida e delimitada a partir de fontes bibliográficas e 
apresenta aspectos históricos relacionados à auditoria, sua introdução no Brasil, as 
normas aplicadas, métodos, modalidades e planejamento, bem como, os papéis de 
trabalho, objetivos e importância, natureza, técnica e importância da auditoria para a 
governança. O estudo se constitui valiosa contribuição para todos aqueles que 
desejam conhecer mais sobre o tema, desde acadêmicos e de profissionais de 
contabilidade e administração, como um facilitador para que se aprofunde e se adquira 
o domínio sobre auditoria e contribuição para a governança. 
Dada a relevância do tema, se objetivou discorrer sobre o papel das auditorias 
interna e externa nas atividades de governança junto as empresas. Especificamente 
apresentar o desenvolvimento da auditoria, investigar como foi introduzida no Brasil e 
sua normatização e, analisar os papéis da auditoria e correlacionar com a governança 
corporativa. 
O auxílio da auditoria na governança das empresas, oferece maior grau de 
segurança tanto para os para os credores, quanto para os investidores que precisam 
de informações confiáveis, logo, a governança corporativa aliada à transparência das 
6 
 
informações contribui para um resultado positivo atendendo aos interesses de todas 
as partes envolvidas direta e indiretamente com a organização. A governança é uma 
das consequências da necessidade de maior controle e divulgação de informações 
para que evite a ocorrência de fraudes ou outras irregularidades, ou seja, torna-se fato 
natural, na auditoria externa, o fornecimento de um laudo de veracidade das 
informações que estão disponíveis no mercado. 
Metodologicamente o estudo foi desenvolvido e organizado desse modo, uma 
breve introdução, seguido do primeiro capítulo constituído pelo referencial teórico que 
dá suporte aos entendimentos aqui alinhados. O segundo capítulo foi dedicado aos 
papéis de trabalho utilizados na auditoria. Ao fim, se encontram dispostas as 
considerações finais, desenvolvidas por esta pesquisadora. Cumpre ainda, destacar 
as referências bibliográficas que foram contribuições extraídas de obras já publicadas 
em livros, revistas, artigos e trabalhos científicos, consistindo na atribuição do crédito 
aos seus autores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 Aspectos históricos relacionados a auditoria 
 
A auditoria possui estreita ligação com a contabilidade, que nascida a partir da 
necessidade de se ter um registro e controle dos rebanhos, do resultado das suas 
atividades de caça ou pesca e com isso, saber exatamente como estavam seus 
estoques e condição de subsistência. Estima-se que essas funções se encontram 
presentes desde aproximadamente 4.000 anos antes de Cristo. Desse modo a 
contabilidade nasceu basicamente preocupada com a contagem e o registro dos bens, 
mais tarde é que se voltou também aos valores. Pode entender que em determinado 
momento a memória do homem primitivo não conseguia conservar o registro de todos 
os seus bens ou que, percebeu que estava sujeito a fatores de esquecimento e por 
isso, procurou um meio para registrar e conservar adequadamente todas as 
informações relacionadas ao seu patrimônio (IUDICIBUS,2000). 
Existem registros desde a Era da Pedra Polida onde se tinham gravuras 
associadas a numerais, o que pode indicar os primeirosregistros. Na medida que 
começaram a surgir as primeiras civilizações acentuava o desenvolvimento e com ele 
o descobrimento científico. Uma dessas civilizações surgiu no território que 
atualmente compreende o Irã e o Iraque. Trata-se da civilização Sumério-Babilônica. 
Nesse caso, já não mais se servia de registros rupestres, mas, de um sistema aplicado 
sobre peças elaboradas a partir da argila. O uso da contabilidade nessa civilização se 
tornou imprescindível devido ao tamanho do império e o volume dos bens do reino. 
Era uma questão de Estado (IUDICIBUS,2000). 
Na sequência com o desenvolvimento do comércio a contabilidade viria a ser 
fundamental para os registros e o controle das trocas, ainda na fase do escambo. Com 
o surgimento da moeda foi um divisor de águas para o comércio entre os povos e 
permitia o acúmulo de riquezas que deviam ser controladas e registradas 
adequadamente, ou seja, contabilizadas. A civilização egípcia alcançava notável 
desenvolvimento e utilizava um sistema de registro em papiros, mais fácil de 
armazenar e conservar e, sobretudo, tinha-se um trabalho contábil mais dinâmico e 
realizado diariamente (FERREIRA, 2018). 
8 
 
Adiantando no tempo, uma outra civilização viria a promover a evolução dos 
trabalhos de registros contábeis dos egípcios: a civilização grega. Proximamente a 
2000 a.C. a civilização grega despontava através de suas cidades-estados e o 
conhecimento acompanhava o desenvolvimento econômico. A contabilidade 
alcançava a apuração do saldo com a confrontação de contas de custos e receitas. 
Entre os gregos, a contabilidade alcançou tanto a administração pública, mas também, 
a área bancária. Em período posterior, na Idade Média, o conhecimento ficou 
desenvolvido dentro de mosteiros e igrejas, pela influência da religião, o 
enfraquecimento do poder dos reis e a força dos senhores feudais. Apesar dessas 
limitações foi um período de descobrimento e desenvolvimento de técnicas, entre 
estas, se proporcionou o aperfeiçoamento da técnica contábil e seu crescimento, 
especialmente, para melhorar a forma de registro de débito e crédito 
(IUDICIBUS,2000). 
Desse modo, permite-se dizer que o desenvolvimento das atividades contábeis 
remonta a uma longa caminhada da humanidade. Desde que o homem passou a dar 
valor as coisas e tomar posse como sua. A posse passou ser condição de poder e 
enriquecimento perante os demais, logo, o cuidado e a quantificação delas se 
tornaram primordiais. A contabilidade é resultante dessa constatação e foi se 
desenvolvendo, alcançando durante o período renascentista italiano, quando era 
fluente o comércio, proporcionando a sistematização de sua forma, principalmente 
com a adoção das partidas dobradas, criada por Luca Pacioli (GOMIDES, 2016). 
Desse modo, a contabilidade veio a se constituir na ciência que estuda a 
situação patrimonial, financeira e econômica das organizações elaborando relatórios 
que resumem sua atual situação (ABREU e ABREU, 2006). É verdade que para 
chegar a essa condição de ciência houve a contribuição e o desenvolvimento ao longo 
de toda uma evolução que, de certo modo, acompanha a humanidade. 
A partir da contabilidade e a complexidade das relações e interesses, foram 
desenvolvidas novas aptidões ou especializações relacionadas a contabilidade. Uma 
dessas é a auditoria, que segundo relata Crepaldi (2018), já existia desde a época dos 
imperadores romanos a prática de designar altos funcionários para supervisionar 
todas as atividades financeiras realizadas pelos administradores locais, estes 
possuíam maiores conhecimentos e deviam fazer a informação chegar com maior 
9 
 
veracidade até o imperador. Isso explica o emprego da palavra auditoria que deriva 
do latim “audire”, cuja tradução significa ouvir, em outras palavras, conferir se o 
narrado é a expressão da veracidade. 
A auditoria se desenvolveu a partir do século II, na França, quando se tinha a 
realização de leituras pública das contas, na presença de funcionários designados 
pela Corte. Na Inglaterra, desenvolvia-se através de conferência de contas que os 
representantes oficiais promoviam. Estas podem ser consideradas as bases que se 
desenvolveu a auditoria como se conhece atualmente. Os nomes auditoria e auditor, 
todavia, viriam a ser consolidados apenas ao final do século XIII. O objetivo primordial 
era a identificação de fraudes ou erros e permitir que se pudesse impor as sanções 
cabíveis. A partir dessa primeira experiência que se pode chamar de estatal, a 
iniciativa privada, com o advento do mercantilismo passou a adotar as práticas e usar 
a nomenclatura (CREPALDI, 2018). 
A origem e desenvolvimento da auditoria, no entanto, não se tem um ponto 
pacífico, quanto a sua localização e época. Observe-se Franco e Marra (2000), 
atribuem o surgimento da auditoria a Inglaterra, em decorrência das suas atividades 
mercantis, suas grandes companhias de comércio, a instituição de taxação de imposto 
de renda tendo como base de cálculo o lucro das empresas. Para estes autores, deve-
se a evolução de procedimento que já se realizava junto as contas públicas desde 
1314, conforme relata a Enciclopédia Britânica. 
A auditoria destinou-se a confirmação das informações e registros contábeis, 
atestando sua veracidade, especialmente se tornou necessária após o surgimento de 
alguns fatos que causaram abalos no sistema como um todo e, portanto, controles 
mais eficientes para evitar a ocorrência de situações indesejadas (IUDICIBUS,2000). 
O colapso da economia mundial ocorrido a partir da quebra da bolsa de Nova 
Iorque, em 1929, com instituições frágeis e procedimentos contábeis vulneráveis e 
papéis de pouca confiabilidade levaram a necessidade que a informações fossem 
certificadas para que retornasse à credibilidade das operações. Em 1930, através do 
Comitê May elaborou um conjunto de regras obrigatórias as empresas que 
desejassem realizar operações junto a Bolsa de Valores, dando maior segurança aos 
investidores. Diante desse fato novo, as organizações passaram a utilizar os serviços 
de Auditoria Contábil Independente, nas demonstrações financeiras para 
10 
 
demonstrarem a veracidade e obterem a credibilidade para negociar suas ações junto 
a bolsa de valores e obter a sua capitalização (CREPALDI, 2018). 
Os registros contábeis se tornaram instrumento fundamental para os auditores 
independentes, desenvolverem as atividades, necessárias para o conhecimento e 
análises das diversas transações financeiras. Os funcionários das empresas indicados 
para auxiliarem na auditoria, com o domínio que adquiram passaram a desenvolver 
aquilo que se viria a ser a auditoria interna, com menores custos. Muito embora, para 
atuação na bolsa de valores continuasse a se exigir os trabalhos da auditoria externa 
independente (CREPALDI, 2018). 
Assim, permite-se compreender que, na medida que as atividades humanas se 
tornaram mais complexas, a compreensão da aplicação, do controle e a o cuidado 
com os investimentos, evidenciou-se a necessidade de um processo capaz de 
assegurar confiabilidade e segurança para sócios e investidores. Segundo Attie 
(2011), a auditoria surgiu em decorrência dessa necessidade e que possibilitasse aos 
investidores e proprietários melhor segurança sobre a realidade econômico-financeira 
refletida através do patrimônio das empresas. Destaca, ainda, que a formação de 
grandes empresas multigeograficamente distribuídas, acompanhadas do 
desenvolvimento em todos os setores da economia vieram a proporcionar a 
participação de capital constituído por investimentos de pessoas, físicas e jurídicas ou 
anônimas. 
As transformações que se processam na sociedade, especialmente a partir do 
advento da tecnologia da informação, a superação da dimensão espaço-tempo 
possibilitando a construir aquilo que veio a se chamar aldeia global (globalização), o 
sistema capitalista ampliou o leque de possibilidades deexpansão, todavia, também 
veio trazer um maior nível concorrencial. Esse novo cenário veio a exigir das 
empresas, além de investimentos tecnológicos, melhor controle sobre as operações 
internas da empresa com intuído de reduzir custos. Cada vez mais, as empresas 
precisam captar recursos junto ao mercado para investirem no aumento da produção, 
na expansão, ou na modernização de seu parque tecnológico (ALMEIDA, 2018). 
Os bancos, investidores e sócios passaram a exigir das organizações que 
buscam recursos de capital, a adoção de medidas destinadas a transparência e a 
segurança nas suas operações, além da demonstração da sua viabilidade econômica, 
11 
 
ou seja, a capacidade de produzir e de gerar lucros, com a redução do nível de risco 
para a remuneração do capital disponibilizado. O mercado, através do sistema de 
bolsa de valores passou a agir mais eficientemente contra as possibilidades de 
informações manipuladas ou incompletas, por isso, a exigência de auditores 
independentes se tornou fundamental para atestar a capacidade da organização 
(ALMEIDA, 2008). 
Em face dessas exigências do mercado, os procedimentos de realização de 
demonstrações contábeis deixaram de ser uma faculdade informativa para constituir-
se em procedimento indispensável para se atestar a saúde financeira da organização, 
quer para seus sócios ou investidores. Por outro lado, passou a ser utilizada pela 
gestão da empresa, dado ao exame que se processa através da auditoria para apurar 
a veracidade de daquilo que é ofertado como resultado do exercício fiscal ou de um 
período específico, ou seja, além de confirmar ou refutar informação, transmite-se 
segurança ao mercado. No Brasil, por outro lado, permite-se entender que a auditoria 
teve sua regulamentação muito recente, ajustando-se ao que o mercado globalizado 
exige. 
 
2.2 Auditoria no Brasil 
 
A auditoria como procedimento foi introduzida no Brasil devido a chegada de 
empresas estrangeiras já a desenvolviam em seus países-sedes e por normas 
internacionais de padronização de registro e demonstração de resultados, precisam 
também, nas suas filiais apresentar a mesma segurança, confiabilidade e 
transparência, acalmando o mercado e seus investidores (ATTIE, 2011). 
Em outras palavras, permite-se compreender que a instalação de filias de 
empresas estrangeiras foi um primeiro determinante para a consolidação a prática da 
auditoria no Brasil. Na sequência, as empresas nacionais ao buscarem aportes de 
capitais junto a bancos ou lançarem ações no mercado, foram compelidas a 
demonstrar as suas auditorias. Além disso, as empresas nacionais que abriram filiais 
em outros países precisaram padronizar todos os seus como contributivos, a criação 
das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil, em 1972, bem 
como, a Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades por Ações em 
12 
 
1976, vindo a ocorrer a sistematização de todo o processo e serviram para consolidar 
a atividade de auditoria (ATTIE, 2011). 
Há que se destacar, porém, que essa informação levantada por Attie (2011), 
não é compartilhada por todos. Ricardino e Carvalho (2004) afirmam que é tarefa 
improvável e imprecisa estimar uma data para a realização do primeiro trabalho de 
auditoria no Brasil. A despeito disso, entendem que se trata da primeira evidencia de 
atividade de auditoria como resultante do Decreto nº 2935, de 16 de junho de 1862, 
onde se encontra o texto com a aprovação da reorganização da Cia. de Navegação 
por Vapor - Bahiana - Anonyma. Nesse documento legal encontram-se descritos 
procedimentos a serem efetuados pela empresa para que seja saneada e que 
pertencem caracteristicamente a auditoria. 
O fato de ser uma lei prevendo, se deve a determinação legal de que para que 
ocorresse as medidas necessárias a recuperação da empresa, ou então, sua 
liquidação, haveria de uma lei específica determinar a sequência de procedimentos a 
serem executados. 
 
O capítulo XVII, do referido estatuto, denominado "Dos Auditores", dispõe: 
§ 114- Eles [os auditores] serão designados pela primeira assembleia 
ordinária de cada ano. 
§ 116 - Eles examinarão as contas da Cia. de acordo com as presentes [?] 
Infelizmente, não há registros conhecidos sobre os trabalhos executados ou 
o conteúdo da opinião expressada sobre as contas da empresa. Acredita-se 
que tais documentos, se existirem, devem estar na Inglaterra já que o 
empreendimento era constituído, exclusivamente, por capital britânico e o 
resultado do trabalho dos auditores voltados àqueles acionistas (RICARDINO 
e CARVALHO, 2004, p. 4). 
 
Nesse sentido, haveria do primeiro parecer de Auditoria produzido no Brasil 
datar de um século. Segundo Ricardino e Carvalho (2004) esse documento trata-se 
do balanço da São Paulo Tramway Light & Power Co., correspondendo ao período de 
junho de 1899 (data de fundação da empresa) e 31 de dezembro de 1902, certificado 
pelos auditores canadenses Clarkson & Cross atual Ernst & Young. Muito embora 
divergindo de Attie (2011), em relação a datas, em si trazem a mesma informação, ou 
seja, a auditoria veio ao Brasil através de empresas estrangeiras. 
 
Embora os autores não enumerem quais eram esses escritórios, segundo 
Mills (1996, p. v), a primeira empresa de Auditoria Independente a se instalar 
no Brasil foi a Price Waterhouse & Peat Marwick, em 1915. Esse pioneirismo 
13 
 
é contestado pelo departamento de comunicações da Deloitte Touche 
Tohmatsu que assegura que a empresa instalou seu primeiro escritório no 
Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em 1911, e o segundo, em Recife, em 
1917. Anos mais tarde ingressariam no país outras empresas de grande porte 
como a Arthur Andersen em 1957, a Arthur & Young, antecessora da atual 
Ernest Young, em 1959, apenas para citar as datas de chegada das 
chamadas Big 5 ao Brasil. A experiência adquirida com as empresas 
estrangeiras levou alguns profissionais egressos delas a fundar as primeiras 
empresas brasileiras de Auditoria. Desde então, diversas empresas surgiram 
e prestam seus serviços em todo o território nacional, Contorme exposto 
no site da CVM - Comissão de Valores Mobiliários, ao final de 2001, havia 
301 empresas de auditoria cadastradas naquela instituição (RICARDINO e 
CARVALHO, 2004, p. 4). 
 
Segundo Ricardino e Carvalho (2004), com essas empresas tiveram a função 
de difundir a prática da auditoria, vindo a influenciar, inclusive, a administração pública. 
Nesse sentido apontam que 1934, pela Revista Paulista de Contabilidade, publicou: 
 
É obra prima contábil brasileira a organização que deu ao Instituto de 
Previdência dos Funccionarios Públicos da União a esclarecida intelligencia 
do grande contabilista e administrador patrício, o sr, Aristides Casado, Do 
schema de sua formidável organização contábil, destacam-se, ao centro, o 
contador Geral, commandando um batalhão de sub-contadores; ao seu lado 
direito destaca-se a secção actuarial., ., , e ao lado esquerdo a secção 
de auditoria, ... (SANTOS, 1934, p. 176 apud RICARDINO e CARVALHO, 
2004, p. 4). 
 
As controvérsias sobre como iniciou o desenvolvimento da auditoria no Brasil, 
persistem, tanto que em 1957, Antônio Lopes de Sá, publicou um livro denominado 
de Curso de auditoria, todavia, o título do livro pode indicar primazia, mas, não se 
tratava de assunto desconhecido, pois, a Revista Paulista de Contabilidade, em 1922, 
já abordava o tema. No transcorrer do tempo houveram outros trabalhos e iniciativas 
que permitiram a consolidação da prática de auditoria no Brasil. Conceitualmente se 
tem, segundo Attie (2011), que auditoria consiste em uma especialização da 
contabilidade que possui como finalidade executar testes e demonstrações de 
eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado objetivando explicitar uma 
opinião sobre determinado dado. 
A auditoria é definida como sendo a técnica contábil que se desenvolve através 
de procedimentosespecíficos, aplicados para se examinar registros e documentos, 
inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, relacionados ao controle 
de uma entidade. Desse modo, tem como pressuposto a obtenção de elementos de 
convicção capazes de permitir que se desenvolva o julgamento de registros contábeis 
14 
 
que foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e normas da 
contabilidade, bem como, realizar as demonstrações contábeis decorrentes e se 
refletem adequadamente a situação econômica e financeira do patrimônio da entidade 
examinada, ainda, se o os resultados do período administrativo examinado e as 
demais situações nelas demonstradas. Trata-se de um exame com maior 
profundidade, ou seja, não busca erros ou imperfeições, mas, mais que isso, 
demonstrar como está a realidade econômica e financeira, podendo propor 
adequações (FRANCO e MARRA, 2000). 
Resta compreender, portanto, que a atividade de auditoria consiste em revisão 
das demonstrações contábeis, com o objetivo de uma outra opinião a respeito das 
informações contidas no s registros realizados pela entidade. O exame analisa com 
profundidade as operações, transações, sistema financeiro, controles internos, para 
proporcionar credibilidade e fidelidade das demonstrações e outros relatórios de 
natureza administrativa ou fiscal. Na prática, portanto, pode-se entender, 
resumidamente que a auditoria consiste em uma especialização contábil destinada a 
comprovar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial da entidade e expressar 
uma opinião na forma de parecer sobre um determinado dado ou situação (ALMEIDA, 
2018). 
Para essas atividades são tomadas a apreciação de documentos de toda 
ordem, desde livros, registros contábeis, financeiros, administrativos, fiscais, bem 
como, todos aqueles decorrentes de controles internos e externos da entidade, entre 
os quais, o de controle de pagamentos e recebimentos, livros de notas fiscais, 
lançamentos contábeis, assim como, todos os relatórios que se relacionem com o 
controle patrimonial, inclusive, para se obter evidencias sobre a veracidade e exatidão 
das informações apresentadas nas demonstrações decorrentes do mesmo período 
auditado. 
Pode-se entender que o objetivo da auditoria se situa em examinar com 
profundidade as demonstrações financeiras para, ao fim, poder estabelecer e 
expressar em relatório a opinião abalizada sobre a propriedade, exatidão, veracidade 
ou autenticidade, permitindo que se possa ter uma posição sobre a realidade e a 
saúde financeira da empresa (CREPALDI, 2013). 
15 
 
Na mesma linha de entendimento, Hoog e Carlin (2008), afirmam que o objetivo 
principal se trata de proporcionar credibilidade às informações a serem divulgadas 
mediante documentos contábeis como os balanços e outras peças pelas organizações 
de um modo geral, permitindo que os bens, direitos obrigações estejam clara e 
veridicamente demonstrados e valorizados segundo as práticas contábeis. 
Pode-se dizer que o objetivo da auditoria, em primeiro lugar, é a obtenção da 
confirmação das informações, o que se dá através da certificação e, eventualmente 
localizar fraudes, erros ou equívocos. A auditoria pode sugerir medidas necessárias 
para a correção daquilo que encontrou em discordância, ou seja, aprovando os 
relatórios com ressalvas. Pode ainda, não aprovar os relatórios e, inclusive, caso se 
tenha dolo ou culpa, recomendar o encaminhamento para as providencias legais. 
Segundo Uhl e Fernandes (1982), a auditoria presta importante auxílio aos 
objetivos de uma administração exitosa e permite que externamente se percebam o 
esforço e o empenho em atender adequadamente as obrigações, mediante a análise, 
apreciações, recomendações e comentários objetivos em relação que se investigar e 
demonstrar a sua veracidade. A experiência, os conhecimentos possibilitarão ao 
auditor utilizar a melhor técnica e métodos para a realização das suas atividades. 
 
2.3 Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à auditoria 
 
As Normas como o nome sugere são delimitadores que buscam padronizar ou 
uniformizar procedimentos. Neste caso, se faz necessário definir procedimentos de 
auditoria como sendo um conjunto de investigações técnicas, aplicadas que são 
capazes de permitir a formação fundamentada da opinião por parte do auditor e que 
irão servir de balizas para a elaboração do laudo ou parecer em relação ao que foi 
investigado e analisado (CHAVES, 2019) 
Dessas atividades podem resultar evidências ou provas em relação ao que está 
sendo apurado, podendo referendar devido a sua exatidão, ou desaprovar e sugerir 
em pareceres alterações para sua adequação ou correção. Não existe a 
obrigatoriedade de encontrar erros, equívocos ou inexatidões. O desejável em toda 
auditoria é que ao final se possa atestar a veracidade das informações, ou seja, a sua 
exatidão (CUNHA e HEIN, 2005). 
16 
 
A execução da auditoria é norteada por normas profissionais e técnicas, as 
principais NBC’s são: NBC PA – do Auditor Independente, NBC TA – de Auditoria 
Independente de Informação Contábil Histórica, NBC TA – de Auditoria Independente 
de Informação Contábil Histórica e NBC TI – de Auditoria Interna, todas elas são 
compostas por uma extensa relação de normas que determinam regras e 
procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos para o 
exercício da profissão contábil, bem como os conceitos doutrinários, princípios, 
estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos trabalhos 
previstos nas normas aprovadas por resolução emitidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade. 
Deste modo, assim, procede o auditor para alcançar o objetivo da auditoria, ou 
seja, na busca de elementos para formar uma opinião em relação a um fato com 
imparcialidade através de procedimentos adequados. Em outras palavras, trazer 
evidencias materiais e necessárias capazes de abalizar a opinião ou parecer em 
relação ao fato examinado. Constituem-se em procedimentos de auditoria a serem 
aplicados os testes de observância e testes substantivos. Cada categoria de testes 
tem características próprias e destinam-se a finalidades específicas (CUNHA e HEIN, 
2005). 
 
2.4 Métodos e procedimentos de Auditoria 
 
Os procedimentos de testes de observância são também chamados de testes 
de aderência ou de controle. Na prática se trata de um conjunto de procedimentos de 
auditoria com a finalidade de buscar a confirmação ou não, sobre o funcionamento do 
controle interno, fundamental para que o auditor desenvolver seu trabalho nas fases 
subsequentes e consequentemente, permitir a elaboração de pareceres, inclusive, 
com recomendações para a melhoria e funcionalidade (SANTI, 1988). 
Considera-se que os testes de observância se constituem em uma espécie de 
amostras retiradas de uma população para se conhecer como estão os procedimentos 
funcionando após serem implantados e se estão atendendo às especificações do 
sistema. Na aplicação dos testes de observância deverá ser atestada a existência, 
efetividade e continuidade dos controles internos (ANDRADE, 1988). 
https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-pa-do-auditor-independente/
https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/
https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/
https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/
https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/
https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ti-de-auditoria-interna/
17 
 
Segundo Carneiro (2019), tem-se como testes de observância todos aqueles 
que são utilizados pelo auditor com o propósito de determinar se, os procedimentos 
internos determinados entidade, encontram-se efetivamente sendo atendido por seus 
colaboradores.Assim, no primeiro momento tem como foco, constatar a credibilidade 
dos procedimentos de controle da entidade periciada, e não necessariamente em 
relação aos registros corretos das operações. Deste modo, afigura-se como o objetivo 
do teste de observância alcançar um determinado nível segurança, utilizando o 
princípio da razoabilidade, de que os procedimentos de controle interno encontram-se 
sendo executados na forma determinada pela organização e em conformidade com a 
legislação vigente. 
O auditor poderá, baseado nas suas observações, dar um maior ou menor valor 
ou sinal de confiança no sistema de controles internos aplicados. Destaque-se que os 
testes de observância possuem larga aplicação nas auditorias operacionais, quando 
o foco do auditor é atestar o respeito pelos colaboradores as normas internas pré-
estabelecidas e por isso, é permeado de extremo zelo e cuidado por parte do auditor, 
de modo discreto para que não ocorram tentativas de dissimular e prejudicar eventual 
resultado. 
Desse modo, permite-se entender que os testes de observância se direcionam 
sobre os controles internos, investigando sua funcionalidade e eficiência, bem como, 
segurança e confiabilidade para protegerem o patrimônio da entidade. Obviamente 
que no momento da aplicação dos testes de observância, estes, são aplicados 
pontualmente sobre áreas de maiores probabilidades de apresentarem distorções nos 
saldos das demonstrações contábeis. A escolha do local da aplicação, portanto, se dá 
em face a critérios como o risco decorrente de exposição ou dos interesses a serem 
protegidos, e, por isso, os testes precisam diagnosticar com segurança o 
funcionamento do controle interno e sua eficiência aos objetivos que se destina 
(CUNHA e HEIN, 2005). 
Os principais testes de observância são: de compras, de vendas, de custos e 
de pessoal, sendo que para aplicar estes testes o auditor faz uso de programas de 
auditoria ou programas de trabalho. Define-se como programa de auditoria o plano de 
ação destinado a servir de guia e controle do exame. Através do programa de auditoria 
são descritos os procedimentos e a extensão do trabalho a ser desenvolvido, ou seja, 
18 
 
oferece condições para que o auditor possa elaborar o seu método de trabalho e 
organizá-lo e com isso, a administrar e evidenciar os procedimentos que devem ser 
realizados. 
De outra forma, é um programa que serve como um mapa ou guia que permite 
segurança na escolha de caminhos ou procedimentos a serem desenvolvidos na 
auditoria. Os programas de auditoria devem ser realizados de forma escrita, com 
todos os procedimentos de verificação aplicáveis a determinado elementos 
examinados com a finalidade de buscar informações adequadas capazes de 
possibilitar a formação de embasamento para que o auditor possa opinar em relação 
ao nível de confiança em relação aos controles internos. 
É fundamental que o auditor possa manifestar sua opinião, confirmando ou não, 
se os controles internos são capazes de oferecer o nível de segurança desejado na 
entidade e de acordo com sua convicção a que sejam realizados testes substantivos, 
ou seja, quanto maior a confiança constatada nos controles internos. Desse modo, 
encontrado problemas na entidade auditada, a gravidade e extensão, determinará a 
profundidade da aplicação dos testes substantivos (CUNHA e HEIN, 2005). 
Define-se o teste substantivo como sendo um procedimento de auditoria 
destinado a ser aplicado para se constatar a razoabilidade ou não das transações e 
saldos contábeis registrados e pretende-se confirmar ou não a existência de 
distorções materiais nas demonstrações contábeis (SANTI, 1988). 
Cumpre destacar que o teste substantivo é utilizado pelo auditor com o objetivo 
de vir a obter provas suficientes e convincentes sobre as transações e possam, 
também, proporcionar a fundamentação da opinião que fará na forma de laudo ou 
parecer sobre determinados fatos colocados a exame. Podem ser pontuados como 
objetivos fundamentais dos testes substantivos a confirmação ou não da existência 
real, ou seja, a veracidade em relação as transações comunicadas/registradas 
realmente tenham ocorrido, além disso, a integridade, portanto, de que aquilo 
corresponde à realidade em sua totalidade e não existem nada mais além do que se 
encontra registrado/demonstrado. Tem-se o cuidado com o interesse da parte, para 
que tenha atestado que as informações e registros que está recebendo está sendo na 
totalidade, bem como, da avaliação e aferição em relação encontram-se corretamente 
19 
 
aferidos todos os itens que compõem determinada transação/registro. Some-se a 
divulgação correta das transações/registros publicados (CARNEIRO, 2019). 
Segundo Recktenvald (1998), quando da aplicação dos testes substantivos 
deverá o auditor buscar as respostas: 
a) Se o componente patrimonial existe em certa data; 
b) Se os direitos e obrigações são efetivamente existentes em certa data; 
c) Se a ocorrência da transação de fato ocorreu; 
d) Se a abrangência de todas as transações estão registradas; 
e) Se os ativos e passivos encontram-se avaliados adequadamente; 
f) Se as transações foram registradas pelos montantes corretos e se 
respeitou-se o princípio de competência; e 
g) Se os itens estão divulgados, classificados e descritos de acordo os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade. 
De acordo com Imoniana (2001), tem-se os testes substantivos, quando da 
auditoria das demonstrações contábeis, submetidos a um processo de 
direcionamento, apresentando o Quadro 1, como exemplificativo. 
 
TESTES DÉBITOS CRÉDITOS 
Direção primária Superavaliação Subavaliação 
Ativos e despesas Super Super 
Passivos e receitas Sub Sub 
Fonte: (Adaptado de Imoniana, 2001, p. 163) 
 
Basicamente pode-se utilizar a delimitação estabelecida por Crepaldi (2013), 
onde se tem os métodos de auditoria são: como sendo a retrospecção e a análise. 
Deste modo, pode-se afirmar que a auditoria analisa fatos já realizados de forma 
analítica minuciosa. Essa forma de auditoria foi influenciada pelo mercado devido ao 
desenvolvimento das empresas, seu tamanho e a complexidade de suas atividades, 
o que tornou o exame detalhado oneroso. Assim, constitui-se em técnica prática e 
direcionada para os sistemas, fundada em exame de fluxogramas e testes limitados 
de procedimentos. 
Consiste, logo, em meio de realizar a parte do trabalho de auditoria dirigida para 
à determinação da credibilidade do sistema contábil, onde comparece como base ou 
20 
 
estrutura para planejamento da verificação do ativo e passivo, no exame de final de 
ano. Dessa forma, a técnica não pode ser tomada como um programa inteiro, mas 
parte importante para a realização da auditoria comum. Desse modo, a auditoria 
analítica constitui-se em instrumento que permite auxiliar o trabalho do auditor 
externo, podendo ser adaptada ou modificada para ter eficiência na auditoria interna. 
Enquanto que a retrospecção procede o exame em fatos patrimoniais já decorridos. 
Em face disso, os procedimentos ou tarefas, segundo Sá (2002), necessitam 
serem planejadas, executadas no acompanhamento de fatos em desenvolvimento e 
já realizados. Considera a existência de tarefas que ocorrem concomitantes e outras 
vezes, subsequentes, naquelas que acompanham os fatos patrimoniais, ou seja, 
quando ocorrem e aquelas que surgem antes da verificação depois sucedidos os 
fenômenos. O que se observa, em qualquer caso, é a necessidade do auditor elaborar 
um plano que oriente e direcione a metodologia de execução. Diante disso o método 
é o que orienta a execução dos trabalhos nas seguintes fases, quais sejam, o 
levantamento de condições de rotina administrativa financeira e contábil; o 
planejamento de auditoria; a obtenção das provas; o relatório de auditoria e os 
certificados. 
Em cada uma das fases, por suas características,haverão de serem aplicados 
procedimentos especiais, para alcançar a efetivação dos exames com a segurança 
desejada e podendo ao fim, comprovar ou não a veracidade das informações 
ofertadas. O auditor, portanto, passa a utilizar um conjunto de exames e ferramentas 
técnicas que lhe permitem coletar e reunir informações capazes de ajudar na 
avaliação e embasar o relatório, sempre demonstrando a imparcialidade em seu 
julgamento (ALMEIDA, 2008). 
Sendo assim a auditoria possui objetivo determinado e os procedimentos de 
auditoria constituem-se em caminhos a serem utilizados pelo auditor para alcançar tal 
objetivo, obtendo informações sobre a organização, os fatos ocorridos e suas 
consequências, avaliando-as e consequentemente compondo sua opinião. 
 
 
 
 
21 
 
2.5 Modalidades de Auditoria 
 
Considerando que o processo decisório no âmbito da gestão é continuo, ou 
seja, ocorre diariamente com a necessidade de tomada de decisão exigindo-se 
informações seguras, relevantes, fidedignas e estratégicas, para que se possa 
conduzir a entidade aos objetivos preliminarmente definidos. Em decorrência dessa 
necessidade a gestão poderá se servir de ferramentas, tais como, os diversos 
modelos de decisão que são utilizados para identificar o curso de ações futuras. 
Devido as condições de mercado não se permite tomar decisões sem consistência 
firmada em uma base de dados confiável e, por isso, ao longo das últimas décadas 
surgiram modalidades de auditoria interna, que foram gradativamente sendo 
incorporadas ao longo do processo de desenvolvimentos das atividades de auditoria 
interna (ALMEIDA, 2018). 
As principais modalidades são as seguintes considerando o âmbito da auditoria 
são: a interna, que se processa, em geral, através de profissionais da própria entidade 
e por iniciativa própria da entidade auditada. Trata-se de uma modalidade que teve 
seu desenvolvimento no Brasil, a partir do ano de 1972, através das definições 
apresentadas pelo Banco Central, por meio de normas oficiais para serem atendidas 
pelo sistema financeiro. Em consequência teve-se a obrigatoriedade do seu 
cumprimento por todas as empresas que tem ações negociáveis na Bolsa de Valores, 
conforme a Lei 6.385/76. 
 Dado ao exposto, deve-se considerar que a auditoria Interna como sendo um 
conjunto de procedimentos destinados ao exame sobre a integridade, a adequação e 
a eficiência dos controles internos, bem como, das informações físicas, contábeis, 
financeiras e operacionais da empresa. Sendo assim, a auditoria interna permite a 
gestão da empresa avaliar os registros contábeis, comprovar a veracidade e certificar-
se da eficácia dos controles internos (CREPALDI, 2013). 
Por sua vez, a auditoria externa, quando for desenvolvida por órgãos ou 
profissionais estranhos à entidade auditada. A auditoria pode ser tratada, ainda, 
quanto ao momento de sua ocorrência, ou seja, prévio, posto que se desenvolve antes 
do início dos processos; concomitante quando se processa no mesmo momento que 
os processos e, subsequente quando ocorre após os processos já realizados. 
22 
 
Considera-se como sendo atividade da auditoria externa a produção do exame de 
todos os lançamentos contábeis, com o objetivo de certificar ou não, dos dados ali 
compreendidos e que devem refletir fielmente a situação financeira e patrimonial da 
empresa. Diante desse entendimento, pode-se acolher o seguinte conceito definidor: 
 
Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a 
emissão do parecer sobre a adequação com que estes representam a 
posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as 
mutações do Patrimônio Líquido e as origens e aplicações de recursos 
da entidade auditada consoante as normas brasileiras de contabilidade 
(CREPALDI, 2013, p. 32). 
 
Deste modo, tem-se por auditoria externa a atividade de exame e certificação 
de realizada através de um profissional liberal, auditor independente, portanto, sem 
estar vinculado direta ou indiretamente a empresa, ou seja, sem interesse de qualquer 
natureza, podendo prestar o serviço de modo continuado ou eventualmente. Pode ser 
apreciada, também, como modalidade a perícia documental, quando for restrita a 
análise da documentação disponível ao auditor ou ao órgão de auditoria. A origem da 
auditoria operacional encontra-se tanto na atividade privada quanto pública, a partir 
dos Estados Unidos. Segundo Araújo (2006), seu início deu-se na década de 1970. 
Na área pública deve-se ao aumento da demanda das entidades por informações 
seguras sobre economia, eficiência e eficácia das operações estatais. 
No Brasil, precedendo a Constituição Federal de 1988, já havia um embrião da 
auditoria operacional, como pode ser observado da Portaria 199, de 12 de dezembro 
de 1982, instituía a auditoria programática que carregava semelhanças a auditoria 
operacional. Foi somente em 1986 que se firmou no Brasil a sua prática, conforme 
pode ser extraído da determinação contida no Decreto 93.874, em seu artigo 10, 
parágrafo segundo, dispôs da que ao examinar os atos de gestão com o objetivo de 
apreciar para certificar a exatidão, também se procedesse concomitantemente a 
análise da regularidade das contas e verificasse a eficiência e a eficácia obtida na 
implementação das atividades prevista na destinação dos recursos (LEAL, 2006). 
 
A Auditoria Operacional (...) é uma ferramenta de controle moderno, 
característica dos países que têm os mais desenvolvidos sistemas de 
Controle. Trata-se de instrumento de fiscalização que enfoca não a 
conformidade com leis e regulamentos, mas o desempenho de uma 
organização na medida em que entrega bens e serviços à sociedade, tendo 
23 
 
a eficiência como um conceito central em seu desenvolvimento. Sua 
contribuição mais relevante é trazer para o âmbito da gestão a dimensão de 
análise de desempenho das organizações. Especialmente no poder público, 
representa uma visão modernizante, de avaliação dos resultados 
efetivamente obtidos pelas organizações públicas e entregues ao cidadão 
(ALMEIDA, 2018, p.123). 
 
A perícia documental é um procedimento destinado a comprovação ou não, da 
realização e grau de efetividade, desde métodos, programas, sistema organizacional, 
atividades programadas, sejam no setor público ou privado. Visa comprovar a 
realização daquilo que estava estabelecido (operação) e o nível de eficiência 
alcançado na sua execução. Quando ocorre no decorrer ou mesmo após, podem ser 
constatadas inadequações, nada impede, portanto, que o auditor encaminhe no 
relatório sugestões para a melhoria ou a superação dos problemas identificados 
(CREPALDI, 2013). 
Será considerada como diligencial quando as atividades consistirem em 
verificações “in loco”, e ocorrerem dentro das instalações da entidade auditada. 
Poderá ser processada conjuntamente com outras entidades, através do fornecimento 
de informações, auxiliar o desenvolvimento do processo de auditoria e mista, quando 
se aglutina em um só processo, as formas, documental e diligencial de auditorias 
(PRADO, 2011). 
Quando a sua periodicidade a auditoria pode ser considerada como sendo 
ordinária ou periódica, quando for desenvolvida de modo sistemático, sempre com 
intervalos determinados. Esse tipo de auditoria se dá em face a exigências legais, 
geralmente. Poderá ser considerada como especial ou esporádica quando for 
realizada visando atender uma situação especifica e de relevância ou importância que 
determinem sua urgência, tais como, denúncias, requisições, solicitações, 
complementações de instrução e outras. 
Pode ser tratada como contábil ou financeira a auditoria que elege como foco 
prioritário as demonstrações financeiras, realiza o exame e avaliação das partes de 
demonstrativos, incluindo, procedimentos e registros com o objetivo de aferir o nível 
de aderência à legislação e aos Princípios Fundamentais da Contabilidade, além das 
próprias normasinternas da empresa. Enquanto que, o aspecto financeiro se direciona 
prioritariamente para as áreas de tesouraria, aplicações financeiras, captação de 
24 
 
recursos, envolvendo avaliação de liquidez e rentabilidade, incluindo, as atividades de 
planejamento e controle dos resultados (PRADO, 2011). 
Este tipo de auditoria possui como possui como objetivo a realização de exame 
da situação fiscal da empresa e por isso, seu foco está no controle da sua regularidade 
fiscal. Deste modo a regularidade ou legalidade fiscal é norteada pelos princípios 
definidos pelas respectivas normas e legislações fiscais, normas incidentes, de 
liquidação e de cobrança. Inclusas estão, também, as regras de retenção na fonte e 
as obrigações contáveis e declaratórias (VINAGRE, 2004). 
A auditoria da gestão é aquela que se encontra mais em evidencia na 
atualidade, vindo a se constituir na revisão, avaliação, emissão de opinião de 
processos e resultados exercidos em linhas de negócios, produtos, serviços no 
horizonte temporal, presente/futuro. Desse modo, constitui-se em ferramenta 
considerada essencial para a tomada de decisão a nível de gestão, quer por atestar a 
veracidade das informações, quanto a possibilidade de indicar sugestões para o 
alcance dos objetivos da empresa (GASS, 2009). 
A auditoria de gestão possibilita a apresentação de uma visão bem mais 
integrada onde todas as pessoas envolvidas no processo de tomada de decisão 
devem estarem imbuídas de preocupação conjunta em relação a análise dos riscos e 
conhecimento amplo do negócio desenvolvido em sua instituição e com seus clientes 
(PRADO, 2011). 
A auditoria de qualidade possui a capacidade de contribuir para a análise da 
questão operacional sob a ótica da percepção dos clientes e também, do ponto de 
vista de contribuição de resultados da empresa. Esse tipo de auditoria possui a 
finalidade de vir a ajudar o alcance de produtos com o mais alto padrão de qualidade. 
É necessária essa auditoria para não se investir em qualidade, quando o cliente não 
se encontra disposto a pagar pelos custos adicionais. 
Na atualidade com a inclusão de novas ferramentas derivadas da tecnologia da 
informação, inclusive, as possibilidades da computação e da internet, que otimizou e 
possibilitou o exercício do controle de forma mais dinâmica sobre todos os sistemas, 
independente da complexidade ou tamanho. As facilidades da tecnologia da 
informação possibilitaram que se agregasse através dos sistemas de comunicação às 
categorias de objetivos de controles operacionais, de mensuração de desempenho 
25 
 
econômico, de cumprimento de leis e regulamentos de proteção dos ativos 
(VINAGRE, 2004). 
Dificilmente alguma empresa não utilize alguma forma de informatização, 
desde a mais básica, com um computador, notebook, ou todo um sistema que permite 
o processamento e a disponibilização da informação em tempo real. Desse modo, 
permite-se entender a existência de dois os grupos de atividades de controle que 
atuam sobre os sistemas, um é o grupo de informações tecnológicas que são os 
controles gerais sobre computadores, o outro é a dos controles sobre aplicações, onde 
estão inclusos, procedimentos automáticos efetuados através de software de 
aplicação, além de procedimentos complementares, os quais relacionam os vários 
tipos de transações. Nesse caso, a rapidez e a disponibilidade da informação devem, 
também, assegurar um nível ainda mais elevado de segurança nas informações 
ofertadas (ALBERTON, 2002). 
A chamada auditoria operacional se destina a aferir a organização ou unidade 
submetida a exame e avaliação para se determinar se a entidade opera de forma 
eficiente. O auditor interno deverá avaliar as operações da entidade e seus objetivos 
em função das definições contidas no plano tático ou operacional e ao fim deve atestar 
a qualidade da versão impressa. Assim, pode-se pontificar que o objetivo primordial 
da auditoria operacional se encontra em auxiliar a gestão através das informações 
que permitem melhor desempenho de suas funções e responsabilidades, oferecendo 
avaliações sobre a organização, unidades, sistemas, operações e programas da 
empresa frente aos objetivos predeterminados e sua eficiência (MEDEIROS, 2004). 
Outra modalidade de auditoria, ou especialização dela, é a Auditoria 
Ambiental, tendo a seguinte definição: 
 
 Um processo sistemático e documentado de verificação, executado para 
obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar 
se as atividades, eventos, sistema de gestão e condições ambientais 
especificados ou as informações relacionadas a estes estão em 
conformidade com os critérios de auditoria, e para comunicar os 
resultados deste processo ao cliente (BRASIL. ABNT, NBR ISO 14010, 
1996). 
 
A Figura 1, apresenta o encadeamento das modalidades de auditoria que são 
aceitas pela maioria dos autores, muito embora, não se tenha ainda e, dificilmente 
terá, uma definição a respeito das modalidades, tal o campo que se abre diante das 
26 
 
novas perspectivas do mercado para a atividade de auditoria em face, principalmente, 
ao incremento da tecnologia da informação. 
 
 Figura 1: Interpenetração das Modalidades de Auditoria 
 Fonte: Prado, 2011. 
 
De outra forma, a auditoria pode ser classificada em dois tipos, quais sejam, a 
auditoria das demonstrações financeiras e operacional. Desse modo, há que se fazer 
breves distinções sobre uma e outra, bem como suas especificações. A auditoria das 
demonstrações financeiras trata-se de um exame das demonstrações já realizadas, 
mediante a submissão a um profissional independente. A chamada independência 
visa dar ao profissional contábil a liberdade necessária para examinar e investigar com 
profundidade, sem qualquer tipo de pressão que possa comprometer a sua 
neutralidade e, portanto, o resultado de seu trabalho (CREPALDI, 2013). 
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (1997, I), a auditoria das 
demonstrações contábeis se constitui em conjunto de procedimentos técnicos 
destinados a obter a parecer sobre a sua adequação, observados os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e a 
legislação vigente. 
A auditoria das demonstrações financeiras, portanto, cuida da análise das 
demonstrações fiscais e contábeis apresentadas e que devem retratar fielmente os 
fatos ocorridos nos períodos apreciados, para tanto, procede um rigoroso exame dos 
registros e documentos de cada operação realizada, podendo proceder, inclusive, 
sempre que julgar necessária, a verificação física, de modo que, ao final, possa 
27 
 
assegurar aos sócios e acionistas e ao mercado todo, por extensão, que todas as 
informações contidas nos relatórios podem ser tomadas como fidedignas e assim 
influenciar em possíveis tomadas de decisões, como futuros investimentos . Aponta 
que todas as informações prestadas nas demonstrações se encontram de acordo com 
a legislação, obedecem aos princípios e normas contábeis e, portanto, estão aptas a 
serem consideradas para as mais diversas aplicações e tomadas de decisão. 
(CREPALDI, 2013). 
A origem da auditoria operacional encontra-se tanto na atividade privada 
quanto pública, a partir dos Estados Unidos. Segundo Araújo (2006), seu início deu-
se na década de 1970. Na área pública deve-se ao aumento da demanda das 
entidades por informações seguras sobre economia, eficiência e eficácia das 
operações estatais. No Brasil, precedendo a Constituição Federal de 1988, já havia 
um embrião da auditoria operacional, como pode ser observado da Portaria 199, de 
12 de dezembro de 1982, instituía a auditoria programática que carregava 
semelhanças a auditoria operacional. 
De acordo com Leal (2006), foi somente em 1986 que se firmou no Brasil a sua 
prática, conforme pode ser extraído da determinação contida no Decreto 93.874, em 
seu artigo 10, parágrafo segundo, dispôs da que ao examinaros atos de gestão com 
o objetivo de apreciar para certificar a exatidão, também se procedesse 
concomitantemente a análise da regularidade das contas e verificasse a eficiência e 
a eficácia obtida na implementação das atividades prevista na destinação dos 
recursos. 
Na prática, tanto na atividade pública quanto na privada, a auditoria operacional 
oferece informações capazes de abalizar a tomada de decisões sobre orçamentos, na 
implementação de medidas corretivas e na supervisão superior, como meio de 
melhorar a prestação de contas perante o público (HALLER,1986). 
As transformações sociais e políticas, com ênfase a Constituição Federal de 
1988, com a institucionalização do controle operacional, conforme depreende-se da 
redação do artigo 70, caput, quando estabelece competência para o Poder Legislativo 
com auxílio do Tribunal de Contas da União realizarem a fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta. Entende-se que a auditoria operacional se constitui em 
28 
 
ferramenta voltada ao controle moderno utilizado por países desenvolvidos. Segundo 
Almeida (2018), se trata de um meio de fiscalização centrado na observação do 
atendimento a aspectos legais, o desempenho e a eficiência. Permite a avaliação 
constante dos resultados efetivamente obtidos pelas organizações públicas e 
entregues a sociedade. 
Constitui-se em procedimento destinado a comprovação ou não, da realização 
e grau de efetividade, desde métodos, programas, sistema organizacional, atividades 
programadas, sejam no setor público ou privado. Visa comprovar a realização daquilo 
que estava estabelecido (operação) e o nível de eficiência alcançado na sua 
execução. Quando ocorre no decorrer ou mesmo após, podem ser constatadas 
inadequações, nada impede, portanto, que o auditor encaminhe no relatório sugestões 
para a melhoria ou a superação dos problemas identificados (CREPALDI, 2013). 
Na atividade privada a auditoria operacional é centrada em situações 
empresariais, possibilita uma visão sistêmica da entidade, dos controles internos 
adotados e das pessoas envolvidas, de forma a avaliar os riscos de continuidade da 
empresa e solucionar possíveis deficiências de tais processos de acordo com as 
atividades exercidas e perspectivas de negócio, buscando sempre um nível de 
eficiência e eficácia operacional. 
As auditorias podem ser ainda, interna e externa. A auditoria interna 
desenvolveu-se no Brasil a partir de 1972, quando o Banco Central definiu as normas 
oficiais para o sistema financeiro. Assim, passou-se a ser obrigatória a sua existência 
nas empresas que operavam na Bolsa de Valores, conforme a Lei 6.385/76. 
Conceitualmente se pode considerar, como sendo a auditoria Interna um conjunto de 
procedimentos destinados ao exame sobre a integridade, a adequação e a eficiência 
dos controles internos, bem como, das informações físicas, contábeis, financeiras e 
operacionais da empresa. Sendo assim, a auditoria interna permite a gestão da 
empresa avaliar os registros contábeis, comprovar a veracidade e certificar-se da 
eficácia dos controles internos. Considera-se como atividade da auditoria externa a 
produção do exame de todos os lançamentos contábeis com o fim de certificação ou 
não, dos dados ali compreendidos e que devem refletir fielmente a situação financeira 
e patrimonial da empresa (CREPALDI, 2013). 
29 
 
Sendo assim, compreende-se que auditoria externa é a atividade de exame e 
certificação de realizada através de um profissional liberal, auditor independente, 
portanto, sem estar vinculado direta ou indiretamente a empresa, ou seja, sem 
interesse de qualquer natureza, podendo prestar o serviço de modo continuado ou 
eventualmente. 
A auditoria interna diferencia-se da externa, tendo em vista que a primeira 
acontece no dia-a-dia da empresa, ou seja, é parte das rotinas e permite a rápida 
identificação de problemas ou distorções e a indicação de soluções, enquanto que a 
auditoria externa é mais completa, detalhada e confere para a empresa a certificação, 
portanto, a credibilidade no mercado de que todas as informações sobre a saúde 
financeira e patrimonial da empresa estão ou não equilibradas, bem como, ajuda a 
identificar fraudes, equívocos e imperfeições em relação aos lançamentos e 
documentos contábeis. 
O controle identifica um planejamento para facilitar o desenvolvimento de 
determinada atividade para executar, fiscalizar e encontrar erros, fraudes ou 
equívocos, podendo auxiliar a empresa a solucioná-los e dar segurança ao mercado. 
Desse modo, permite a proteção financeira e patrimonial da empresa. Os controles 
internos, como o próprio nome indica, são executados pela própria empresa através 
de profissionais e planejamento e ferramentas adequadas as necessidades e aos 
objetivos desse processo (SANTOS, SCHMIDT e GOMES, 2006). 
Para a auditoria ter credibilidade e segurança se utiliza de papeis de trabalho. 
Destaque-se que o desenvolvimento da atividade de auditoria, qualquer que seja ela, 
a existência e a manutenção organizada dos papéis de trabalho, com o registro 
atualizado de tudo o que foi desenvolvido, examinado e as conclusões que até aquele 
momento são possíveis de se extrair dos fatos e informações, representa a segurança 
da isenção e demonstração fidedigna dos resultados e conclusões que após os 
exames serão apresentadas pelo auditor, no encerramento. Em outras palavras, é 
através dos papéis de trabalho que o auditor fundamenta suas opiniões, elabora 
sugestões e críticas. Considera-se os papéis de trabalho constituem-se em conjunto 
de formulários onde o auditor faz os registros de suas atividades, juntamente com 
informações e apontamentos, exames e provas destinadas a comprovar a situação 
financeira e patrimonial da empresa (ATTIE, 2011). 
30 
 
Desse modo, permite-se compreender que os papéis de trabalho se encontram 
sob a responsabilidade dos auditores e constituem-se em registro do trabalho 
desenvolvido e servem para servir de suporte para a emissão do parecer e da 
conclusão. Devido a sua importância, é fundamental que sejam controlados e não se 
permita o acesso a pessoas não autorizadas, ou seja, devem ser tratados e mantidos 
com sigilo e o máximo de discrição. O auditor deve tomar cuidado, portanto, desde o 
local escolhido para a sua manutenção, o grau de segurança e o nível de acesso de 
pessoas (ALMEIDA, 2009). 
Em síntese, os papéis são a representação física e documental do trabalho do 
próprio auditor, a conservação de maneira sigilosa e segura, é a garantia da isenção, 
da redução de riscos de alteração ou fraude, ou qualquer outra situação que possa 
comprometer a isenção e a credibilidade dos resultados a serem apresentados. Outra 
forma, os papéis de trabalho são os comprovantes da lisura e da isenção do auditor 
no exame dos documentos e procedimentos dentro da empresa. 
 
2.6 Planejamento de auditoria 
 
O conceito de planejamento imediatamente remete a ideia de pensar e 
organizar algo, ou seja, um processo de afastamento de improvisos e achismos, para 
dar a atividade um tratamento científico. Conceitualmente: 
 
(...) o planejamento pode ser definido como o processo de estabelecer 
objetivos ou metas, determinando a melhor maneira de atingi-las. O 
planejamento estabelece o alicerce para as subsequentes funções de 
organizar, liderar e controlar, e por isso é considerado função fundamental do 
administrador (MEGGINSON et al, 1998, p. 129). 
 
Segundo Cunha (2011), o planejamento da auditoria deve ocorrer observando 
as Normas Brasileiras de Contabilidade. O planejamento é processo indispensável 
para a realização da auditoria e define a metodologia, as estratégias que serão 
desenvolvidas nos trabalhos. Planejamento, portanto, é uma ferramenta 
administrativa, a ser utilizada pelo auditor, definindo a natureza, a época e extensãodos trabalhos. 
Desse modo, a auditoria, também, exige o planejamento da atividade que irá 
ser desenvolvida. Para tanto, nesse momento ocorrem exames preliminares para que 
31 
 
se tenha condições de definir a amplitude do trabalho a ser realizado de acordo com 
os objetivos da auditoria. Para que se tenha a consistência necessária é preciso que 
o planejamento considere todos os fatores relevantes na execução dos trabalhos, 
especialmente no que concerne ao conhecimento detalhado dos sistemas contábil e 
de controles internos e seu grau de confiabilidade, ou seja, se funcionam e se são 
eficazes. Deve ser considerado a natureza, a oportunidade e a extensão dos 
procedimentos de auditoria, bem como, a existência de entidades associadas, filiais e 
partes relacionadas. Além disso, deve ser ponderado sobre a necessidade do uso do 
trabalho de especialistas e outros auditores. Ainda, sobre os fatores a serem 
apreciados quando da elaboração do planejamento situam-se os ciclos operacionais 
relacionados ao volume de transações e operações, bem como, o conhecimento das 
atividades operacionais tratados como base para se promover a análise eficaz dos 
procedimentos e sistemas de contabilidade de custos e também, o conhecimento da 
execução orçamentária, tanto operacional como de investimentos, no sentido de 
verificar a exatidão de apropriação dos valores, se os desvios estão sendo controlados 
e adotadas ações corretivas (ARAUJO, 2018). 
O Conselho Federal de Contabilidade tratou de apresentar uma definição do 
que deve constar do planejamento de uma auditoria, quais sejam, determinar a 
natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria; avaliar o efeito 
das distorções sobre os saldos, denominações e classificação das contas e; 
determinar a adequação da apresentação e da divulgação da informação contábil 
(ARAUJO, 2018). 
Resumindo, não existe auditoria, sem planejamento. Nem este, sem um prévio 
conhecimento daquilo que vai se examinar e dos objetivos do trabalho que se vai 
realizar. 
 
2.7 Papéis de Trabalho 
2.7.1 Objetivos e importância dos papéis de trabalho 
 
Os papéis de trabalho, que compreendem o conjunto de documentos e 
apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor, devem documentar 
todos os elementos significativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido a 
32 
 
auditoria executada de acordo com as normas aplicáveis. As principais características 
dos papéis de trabalho são: propicia a compreensão do planejamento, da natureza, 
da oportunidade e extensão dos procedimentos; · propicia a compreensão do 
julgamento exercido e do suporte das conclusões; · elaborados, organizados e 
arquivados de forma sistemática e racional (ATTIE, 2011). 
Tem-se como objetivos a serem alcançados através dos papeis de auditoria, 
ou seja, os que são utilizados diretamente pelo auditor na execução de suas 
atividades, em primeiro lugar, auxiliar ou facilitar na execução dos exames. Assim 
como, permitir a evidenciação dos realizados e as conclusões a serem emitidas, bem 
como, constituir-se em suporte para a elaboração de relatórios. Os registros nos 
papeis permitem que se possa a qualquer tempo conferir e verificar a exatidão daquilo 
que foi informado, além de preservar detalhes ou outras informações que possam ser 
úteis. Deve permitir também, vir a fornecer instrumento para revisão por supervisores, 
permitir que se determine a qualidade do serviço realizado e o atendimento de todos 
os cuidados nos julgamentos e conclusões emitidas. Em síntese os papéis devem 
permitir possíveis modificações nos procedimentos de auditoria adotados, bem como 
no programa de trabalho para o exame subsequente (PORTAL DA CONTABILIDADE, 
2018). 
Pode-se entender, portanto, como sendo, os papéis de trabalho de auditoria 
um registro permanente daquilo que foi realizado pelo auditor, em relação aos fatos e 
informações obtidos, além, evidentemente, das suas conclusões sobre aquilo que 
examinou. Estes documentos devem ser a base para a fundamentação do laudo ou 
parecer a ser produzido pelo auditor, além de eventuais apontamentos, críticas e 
sugestões. Desse modo, permite-se dizer que, os papéis de trabalho são constituídos 
pela documentação previamente preparada pelo auditor, ou, quando for o caso, 
fornecida a este, para que desenvolva os atos necessários a execução da auditoria. 
Na prática significa dizer que, integram um processo organizado de registro de 
evidências da auditoria que se materializa através de informações em papel, filmes, 
meios eletrônicos ou outros que sejam capazes de assegurar o objetivo a que se 
destinam (PORTAL DA AUDITORIA, 2019). 
Como se tratam de material importante para a auditoria, os papéis devem ser 
preparados cuidadosamente e aspectos como a informações e fatos importantes, 
33 
 
escopo do trabalho efetuado, fonte das informações obtidas e junto com suas 
opiniões, encaminhamento e conclusões. Em decorrência dessa importância o auditor 
deverá tomar da elaboração, organização e sistematização de modo que qualquer 
auditor que não tenha tomado parte, em qualquer tempo, possa entende-los, ou 
mesmo, para períodos posteriores se recorrer a eles em busca de informações 
complementares (PORTAL DA CONTABILIDADE, 2018). 
Devido ao trabalho de auditoria já ter entrado em sistema de informatização, 
tem-se como normal a existência de programas e softwares padronizados, o que 
facilita o desempenho das atividades. Basicamente são constituídos de três partes, 
quais sejam, a listagem dos procedimentos de auditoria; o espaço para o auditor 
assinar ou rubricar, a fim de evidenciar que o serviço foi feito e quem o fez e; o espaço 
para comentários, observações, referências, etc. traduzem, portanto, a busca por 
objetivos, tais como, o estabelecimento por escrito a política da firma de auditoria, a 
padronização dos procedimentos de auditoria dos profissionais de uma mesma 
organização, a supressão de omissões de procedimentos considerados importantes 
e a melhoria da qualidade dos serviços de auditoria. Esse tipo de programa pode 
sofrer variações de acordo com a empresa e sua metodologia. (ALMEIDA, 2008). 
 
 
2.7.2 Natureza dos papeis de trabalho 
 
Considera-se que os papéis de trabalho em auditoria possam ter a natureza 
corrente ou permanente. Define-se como sendo correntes aqueles que serão 
utilizados em apenas um exercício social, e opostamente, portanto, serão tratados 
como permanentes aqueles utilizáveis em mais de um exercício social (ALMEIDA, 
2009). 
Deve-se ter em consideração que os papéis de trabalho se constituem, em 
função de cada trabalho e suas especificidades, mas tem todos eles, duas seções 
principais, quais sejam, a primeira refere-se ao arquivo permanente, onde devem ser 
agrupadas as informações utilizáveis num período de anos. Observe-se que os 
arquivos correntes passam a ser incompletos, se não houverem os permanentes, 
tendo em vista que, estes contem trabalhos de auditoria e dados aplicáveis no ano e 
naqueles que lhes foram anteriores. A segunda refere-se ao arquivo corrente, que 
34 
 
deve corresponder ao período equivalente, ou seja, o coberto pela auditoria (PORTAL 
DA AUDITORIA, 2019). 
Diante dessa exposição conceitual, Almeida (2009), cita como sendo papéis de 
trabalhos correntes, o caixa e bancos, as contas a receber, stocks, as aplicações 
financeiras; investimentos; imobilizados; diferido; contas a pagar; imposto de rendas; 
resultados de exercícios futuros; património líquido; receitas e despesas; 
demonstrações financeiras; revisão analítica e questionário de controlo interno. 
Considera como sendo exemplificativos de papéis de trabalho permanente, o Estatuto 
Social ou Contrato Social, as cópias de contratos bancários referente a financiamentos 
a longo prazo, as cópias de contratos de assistência técnica, os cartões de assinaturas 
e rubricas das pessoas responsáveis pela aprovaçãodas transações, os manuais de 
procedimentos internos, as copias de atas de reuniões e que contenham decisões 
tomadas abrangendo mais de um exercício social e as legislações específicas 
aplicáveis a empresa auditada. 
 
2.7.3 Técnica de elaboração dos papéis de trabalho 
 
Quando se reporta na utilização de técnica não se trata de caprichou ou 
preferência do auditor, mas, decorrente da necessidade dos procedimentos 
demonstrarem a precisão, ou seja, devem ser desenvolvidos de modo conciso, com a 
melhor técnica e de modo a ser acessado e compreendido por qualquer pessoa que 
possua conhecimento das normas e procedimentos de auditoria. Os documentos 
devem ser elaborados sempre de modo que possam otimizar o tempo, tanto para sua 
elaboração, quanto para o acesso e compreensão. Isso significa que toda técnica 
utilizada deve estar encimada da objetividade e permita que se possa alcançar a 
finalidade dos exames. Como se trata de procedimento técnico, toda a sua realização 
deve pautar-se pela clareza, tanto para permitir a rápida compreensão como para não 
ter a possibilidade de dubiedade. A racionalidade é a marca de toda a atividade 
planejada e desenvolvida em auditoria e o foco é o objetivo inicialmente traçado. É 
importante que os documentos produzidos sejam completos, ou seja, com todas as 
informações necessárias para fundamentar a elaboração do laudo ou parecer pelo 
auditor (a emissão da opinião do auditor (PINA, 2013). 
35 
 
Desse modo, pode-se compreender como sendo as principais técnicas 
utilizáveis em auditoria consistem em: 
1. Organizar os papéis de trabalho, sistematicamente escritos a lápis (grafite), 
com o objetivo de permitir alterações, se necessárias, durante a realização da 
atividade, ou salvos, em arquivos no computador; 
2. A identificação da empresa auditada nos papéis, com a logo, data do exame e 
o título correspondente; 
3. Somente o anverso (frente) da folha deverá ser utilizado; 
4. Os números e as informações devem ser colocados na parte superior do papel 
de trabalho (logo após o título) e as explicações sobre o trabalho executado na 
parte inferior; 
5. Os tiques ou símbolos são apostos ao lado do número auditado e explicados 
na parte inferior do papel de trabalho, evidenciando dessa forma o serviço 
executado (ALMEIDA, 2009). 
Considerando as amplas possibilidades que a informatização veio a oferecer, 
embora se permita o registro em papéis, devem ser escriturados em programas que 
permitam a leitura fácil, bem como, que se promova, se necessário, alterações durante 
a execução do serviço decorrente de revisão realizadas por outros auditores. 
Observe-se que o fato de ser realizado em documento digital não muda as 
necessidades de atendimento de todos os requisitos exigidos aos procedimentos que 
utilizam os meios tradicionais (PINA, 2013). 
 
 
2.8 Governança Corporativa 
2.8.1 O que é Governança Corporativa 
 
Ao entrar na parte de conceituação sobre governança corporativa, conforme o 
IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), trata-se de um sistema pelo 
qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os 
relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria, órgãos de 
fiscalização e demais partes interessadas. 
A implantação de governança corporativa à uma empresa, representa um gesto 
36 
 
concreto da possibilidade de se ter maior transparência e participação dos acionistas 
ou cotistas no processo de decisão, ao mesmo tempo, emite ao mercado, através de 
ferramentas como a auditoria interna e externa, a segurança necessária de que a 
empresa trabalha de acordo com a Lei, dentro de princípios éticos e morais capazes 
de atestar que tudo aquilo que é informado corresponde à realidade. Na governança 
corporativa a formação do conselho de administração é destinada a oferecer a 
proteção necessária ao patrimônio dos acionistas ou cotistas e aumentar o retorno do 
investimento, sobretudo, agregando valor ao empreendimento, ou seja, a melhor 
remuneração ao capital aplicado (LODI, 2000). 
A governança corporativa nas empresas tem sido um valioso instrumento para 
a proteção do interesse, sobretudo, dos acionistas ou sócios minoritários, devido à 
valorização de seus investimentos colocados no mercado de capitais, ou seja, a 
valorização de ações em bolsa de valores, encontra-se condicionada a liquidez e os 
procedimentos de transparência adotados. Como se negociam nas bolsas de valores 
volumes consideráveis e grande parte deles estão diluídos em pequenos investidores, 
a captação ou a perda depende do grau de confiabilidade. Desse modo a governança 
pode ser considerada como um mecanismo voltado a promover a confiança e o 
desenvolvimento financeiro e econômico das empresas, demonstrando que as 
atividades realizadas se encontram em sintonia com os objetivos da organização 
(MONTEIRO, 2011). 
Em poucas linhas, será descrito a seguir, as funções de alguns órgãos que 
compõem a governança corporativa, sendo o conselho de administração, conselho 
fiscal e comitê de auditoria: 
Conselho de Administração: órgão que define a política estratégica da organização e 
tem seu foco voltado para decisões e riscos, devendo prestar contas à Assembléia 
Geral dos Acionista; 
Conselho Fiscal: órgão voltado pela fiscalização da operacionalização das estratégias 
da organização, tendo por objetivo preservar a eficiência e eficácia das informações 
e processos, prestando contas diretamente à Assembléia Geral dos Acionistas; 
Comitê de Auditoria: atua como suporte técnico do Conselho de Administração ne 
está envolvido com o processo decisório e com a questão da independência dos 
profissionais da área da auditoria, estando vinculado ao Conselho de Administração. 
37 
 
Por meio da governança corporativa é especificado e distribuído os direitos e 
responsabilidades entre os participantes da corporação, além de estabelecer os 
objetivos, procedimentos, regras para as ações e tomada de decisão relacionados à 
organização, bem como proteger os interesses de todos, minimizar o oportunismo e 
avaliar o desempenho daqueles que estão no controle. As ações devem serx 
embasadas em princípios e código de conduta. 
 
2.8.2 Princípios de Governança Corporativa 
 
O sistema de governança é fundamentado em princípios que norteiam as ações e 
procedimentos adotados pela organização. Destacamos aqui, quatro princípios 
básicos: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade 
corporativa. Estes servem como mecanismos determinantes na formação de um 
ambiente e relacionamento ético e de confiança entre os envolvidos. O alinhamento 
de interesses, e otimização do valor da organização contribuem para a longevidade 
dos negócios. Esses atributos garantem uma maior credibilidade à empresa perante 
ao mercado. 
As definições dos princípios, que serão colocadas mais a frente, foram retiradas 
do site do IBGC, outras fontes que conceituam sobre eles, apresentam conteúdos 
muitos semelhantes. A seguir: 
 
Transparência - Consiste no desejo de disponibilizar para as partes 
interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas 
aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve 
restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também 
os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e 
que condizem à preservação e à otimização do valor da organização. 
Equidade - Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os 
sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em 
consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e 
expectativas. 
Prestação de Contas (accountability) - Os agentes de governança 
devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, 
compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências 
de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no

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