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04 - Crimes contra a incolumidade pública-12

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TÍTULO VIII 
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM 
 
 O sujeito passivo é a coletividade. 
 Todos são crimes de perigo: 
 Concreto: não é necessária lesão, mas o bem jurídico é exposto a situação real 
de perigo. Maioria. Tem o verbo EXPOR ou EXPONDO. 
 Abstrato: perigo é presumido, não é necessário lesão nem exposição a 
situação real de perigo (253 e 257). 
 
Incêndio 
Art. 250 – CAUSAR incêndio, 
 expondo a perigo 
 a vida, 
 a integridade física 
 ou o patrimônio de outrem: 
 
 
Reclusão 
3a – 6a 
+ 
Multa 
Aumento de 
pena 
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço: 
 
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em 
proveito próprio ou alheio; 
 
II - se o incêndio é: 
 
a) em CASA habitada ou DESTINADA a habitação; 
 
b) em edifício público ou 
 destinado a uso público ou a 
 obra de assistência social ou de cultura; 
 
c) em embarcação, 
 aeronave, 
 comboio ou 
 veículo de transporte COLETIVO; 
 
d) em estação ferroviária ou aeródromo; 
 
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; 
 
f) em depósito de explosivo, 
 combustível ou 
 inflamável; 
 
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; 
 
h) em lavoura, 
 pastagem, 
 mata ou 
 floresta. 
+1/3 
Incêndio 
culposo § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
Detenção 
6m – 2a 
 
São situações 
em que o 
perigo comum 
é aumentado em 
razão da 
possibilidade de 
o incêndio 
atingir um 
maior número 
de pessoas ou 
pela 
possibilidade de 
sua extensão ser 
maior devido ao 
local onde 
poderá ocorrer. 
 
Se for mata ou floresta 
aplica-se o crime ambiental 
previsto no art. 41 da lei 
9.605/98 (revogação tácita). 
. 
Se for em local 
ermo e desabitado 
(fato não ocasionou 
perigo comum e 
concreto) é atípico. 
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Explosão 
Art. 251 – EXPOR a perigo 
 a vida, 
 a integridade física 
 ou o patrimônio de outrem, 
 mediante 
 explosão, 
 arremesso ou 
 simples colocação de engenho de dinamite 
ou de substância de efeitos análogos: 
Reclusão 
3a – 6a 
+ 
Multa 
 
§ 1º - Se a substância utilizada NÃO É 
 dinamite ou 
 explosivo de efeitos análogos: 
Reclusão 
1a – 4a 
+ 
Multa 
Aumento de 
pena 
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses 
previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das 
coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo. 
+ 1/3 
Modalidade 
culposa 
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de 
 dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é 
de detenção, de seis meses a dois anos; 
 nos demais casos, é de detenção, de três meses a um 
ano. 
Dinamite 
Detenção 
6m – 2a 
 
Demais 
casos 
Detenção 
3m – 1a 
Uso de gás 
tóxico ou 
asfixiante 
Art. 252 – EXPOR a perigo 
 a vida, 
 a integridade física 
 ou o patrimônio de outrem, 
 usando de gás tóxico ou asfixiante: 
Reclusão 
1a – 4a 
+ 
Multa 
Modalidade 
Culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Detenção 
3m – 1a 
Fabrico, 
fornecimento, 
aquisição posse 
ou transporte 
de explosivos 
ou gás tóxico, 
ou asfixiante 
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, 
 sem licença da autoridade, 
 substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, 
 ou material destinado à sua fabricação: 
Detenção 
6m – 2a 
+ 
Multa 
Inundação 
dolosa 
Art. 254 – CAUSAR inundação, 
 expondo a perigo 
 a vida, 
 a integridade física ou o 
 patrimônio de outrem: 
Reclusão 
3a – 6a 
+ 
Multa 
Inundação 
culposa 
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de 
seis meses a dois anos, no caso de culpa. 
Detenção 
6m – 2a 
Perigo de 
inundação 
Art. 255 - REMOVER, DESTRUIR ou INUTILIZAR, 
 em prédio próprio ou alheio, 
 expondo a perigo 
 a vida, 
 a integridade física ou 
 o patrimônio de outrem, 
 obstáculo natural ou obra destinada a impedir 
inundação: 
Reclusão 
1a – 3a 
+ 
Multa 
 
A simples colocação, 
enterro ou arremesso 
de dinamite já 
caracteriza o crime. 
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Desabamento 
ou 
desmoronamen
to 
Art. 256 - CAUSAR 
 desabamento ou desmoronamento, 
 expondo a perigo 
 a vida, 
 a integridade física ou 
 o patrimônio de outrem: 
Reclusão 
1a – 4a 
+ 
Multa 
Modalidade 
culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Detenção 
6m – 1a 
Subtração, 
ocultação ou 
inutilização de 
material de 
salvamento 
Art. 257 - SUBTRAIR, OCULTAR ou INUTILIZAR, 
 por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro 
desastre ou calamidade, 
 aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de 
combate ao perigo, de socorro ou salvamento; 
 ou IMPEDIR ou DIFICULTAR serviço de tal natureza: 
 
 É necessário que os eventos citados estejam acontecendo, caso contrário, 
poderá caracterizar o crime de furto ou dano. 
 Atenção: SUBTRAIR esses materiais durante o evento calamitoso, 
incide no 257. Se não ocorre esses eventos, será furto (155). 
 
 
Reclusão 
2a – 5a 
+ 
Multa 
Formas 
qualificadas de 
crime de 
perigo comum 
Art. 258 - Se do crime DOLOSOde perigo comum 
 resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de 
liberdade é aumentada de METADE; 
 se resulta morte, é aplicada em DOBRO. 
 
No caso de CULPA, se do fato 
 resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de METADE; 
 se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, 
aumentada de um terço. 
 
 DOLOSO CULPOSO 
Lesão grave ou gravíssima + 1/2 +1/2 
Lesão leve 
Não se 
aplica CA 
+1/2 
Morte Dobro 
Pena do homicídio 
culposo(detenção 1a-3a) + 
1/3 
 
 
Difusão de 
doença ou 
praga 
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, 
plantação ou animais de utilidade econômica: 
 
Revogação tácita do art. 259 do Código Penal pelo art. 61 da Lei9.605/1998 
 
Reclusão 
2a – 5a 
+ 
Multa 
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, 
ou multa. 
Detenção 
1m – 6m 
ou 
Muta 
 
 
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CAPÍTULO II 
DOS CRIMES CONTRA A 
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
Perigo de 
desastre 
ferroviário 
Art. 260 – IMPEDIR ou PERTURBAR serviço de estrada de ferro: 
 
I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, 
linha férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação; 
II - colocando obstáculo na linha; 
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou 
interrompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, 
telefone ou radiotelegrafia; 
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: 
Reclusão 
2a – 5a 
+ 
Multa 
Desastre 
ferroviário § 1º - Se do fato resulta desastre: 
Reclusão 
4a – 12a 
+ 
Multa 
Desastre 
ferroviário 
culposo 
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre: 
Detenção 
6m – 2a 
 
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, 
 entende-se por estrada de ferro 
 qualquer via de comunicação em que circulem 
 veículos de 
 tração mecânica, 
 em trilhos ou 
 por meio de cabo aéreo. 
Atentado 
contra a 
segurança 
de 
transporte 
marítimo, 
fluvial ou 
aéreo 
Art. 261 – EXPOR a perigo 
 embarcação ou aeronave, 
 própria ou alheia, 
 ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou 
dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea: 
Reclusão 
2a – 5a 
Sinistro em 
transporte 
marítimo, 
fluvial ou 
aéreo 
§ 1º - Se do fato resulta 
 naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação 
 ou a queda ou destruição de aeronave: 
Reclusão 
4a – 12a 
 
§ 2º - Aplica-se, também, a penade multa, se o agente pratica o crime com 
intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem. 
+ Multa 
 § 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: 
Detenção 
6m – 2a 
Atentado 
contra a 
segurança 
de outro 
meio de 
transporte 
Art. 262 – EXPOR a perigo 
 outro meio de transporte público, 
 impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento: 
Detenção 
1a – 2a 
 § 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos. 
Reclusão 
2a – 5a 
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre: 
Detenção 
3m – 1a 
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Forma 
qualificada 
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de 
DESASTREou SINISTRO, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 
258. 
 
 DOLOSO 
+ desastre 
ou sinistro 
CULPOSO 
+ desastre 
ou sinistro 
Lesão grave ou gravíssima + 1/2 +1/2 
Lesão leve 
Não se 
aplica CA 
+1/2 
Morte Dobro 
Pena do homicídio culposo 
(detenção 1a-3a) + 1/3 
 
Arremesso 
de projétil 
Art. 264 - ARREMESSARprojétil 
 contra veículo, 
 em movimento, 
 destinado ao transporte público 
 por terra, por água ou pelo ar: 
Detenção 
1m – 6m 
 
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de 
seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, 
aumentada de um terço. 
 
Lesão 
Detenção 
6m – 2a 
 
Morte 
Homicídio 
culposo 
+ 1/3 
Atentado 
contra a 
segurança 
de serviço 
de utilidade 
pública 
Art. 265 - ATENTAR 
 contra a segurança ou o funcionamento 
 de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer 
outro de utilidade pública: 
 
ATENTAR =ofender, atrapalhar, importunar ou colocar em risco. 
 
Reclusão 
1a – 5a 
+ 
Multa 
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 até a metade, 
 se o dano ocorrer 
 em virtude de subtração de material essencial ao 
funcionamento dos serviços. 
 Se a intenção é atentar contra esses serviços e o agente utiliza como 
meio para cometer o crime a subtração dos materiais e dessa 
subtração ocorre dano = 265, parágrafo único 
 Se a intenção do agente é subtrair materiais essenciais ao 
,funcionamento desses serviços (furto de cabos de cobre, manilhas 
de esgoto, fios...) como o objetivo de aumento patrimonial = furto 
(155), em regra. 
 
 
+ 1/3 
a 
+ 1/2 
 
É imprescindível que o 
veículo esteja “em 
movimento”. Se estiver 
parado, pode caracterizar 
o crime de dano (163). 
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Interrupção 
ou 
perturbação 
de serviço 
telegráfico, 
telefônico, 
informático, 
telemático ou 
de informação 
de utilidade 
pública 
Art. 266 – INTERROMPER ou PERTURBAR 
 serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, 
IMPEDIR ou DIFICULTAR-LHE o restabelecimento: 
 
 A ação deve atingir número indeterminado de pessoas. 
 Esse tipo penal enquadra os “trotes” realizados contra os números 
telefônicos de utilidade pública (191, 192, 193...) relativamente ao 
núcleo PERTURBAR. 
 
Detenção 
1a – 3a 
+ 
Multa 
§ 1o Incorre na mesma pena quem 
 Interrompe serviço telemático ou de informação de 
utilidade pública, 
 ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento. 
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro 
 se o crime é cometido 
 por ocasião de calamidade pública. 
Dobro 
 
 
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CAPÍTULO III 
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA 
Epidemi
a 
Art. 267 - Causar 
 epidemia, 
 mediante a propagação de germes patogênicos: 
Reclusã
o 
10a – 
15a 
Epidemi
a 
qualifica
da pela 
morte 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. 
 
Crime hediondoepidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). 
Atenção: só se a epidemia for dolosa e causar morte. 
 
DOBR
O 
Epidemi
a 
culposa 
§ 2º - No caso de 
 CULPA, a pena é de 
 detenção, de um a dois anos, ou, se 
 resulta morte, de dois a quatro anos. 
Epidemia culposa Detenção1a – 4a 
Epidemia culposa com morte 
culposa 
Detenção2a – 4a 
 
Epidemi
a 
Culposa 
Detenç
ão 
1a – 4a 
 
Epidemi
a 
culposa 
com 
morte 
culposa 
Detenç
ão 
2a – 4a 
Infração 
de 
medida 
sanitária 
preventiv
a 
Art. 268 - Infringir 
 determinação do poder público, 
 destinada a impedir introdução ou propagação de doença 
contagiosa: 
Detenç
ão 
1m – 1a 
+ 
Multa 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é 
 funcionário da saúde pública 
 ou exerce a profissão de 
 médico, 
 farmacêutico, 
 dentista ou 
 enfermeiro. 
+ 1/3 
Omissão 
de 
notificaç
ão de 
doença 
Art. 269 - Deixar o 
 MÉDICO 
 de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é 
compulsória: 
Detenç
ão 
6m – 2a 
+ 
Multa 
 
Crime 
próprio 
O 282 não tem 
enfermeiro. 
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Envenenamento 
de água potável 
ou de 
substância 
alimentícia ou 
medicinal 
Art. 270 - Envenenar 
 água potável, 
 de uso comum ou particular, 
 ou 
 substância alimentícia 
 ou medicinal destinada a consumo: 
Detenção 
10a – 15a 
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem 
 entrega a consumo ou 
 tem em depósito, 
 para o fim de ser distribuída, a água ou a substância 
envenenada. 
Modalidade 
culposa § 2º - Se o crime é culposo: 
Detenção 
6m – 2a 
 
 
Corrupção 
ou poluição 
de água 
potável 
Art. 271 - Corromper ou poluir 
 água potável, 
 de uso comum ou particular, 
 tornando-aimprópria para consumo ou nociva à saúde: 
Reclusão 
2a – 5a 
Modalidade 
culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Detenção 
2m – 1a 
 
 
Falsificação, 
corrupção, 
adulteração 
ou alteração 
de 
substância 
ou produtos 
alimentícios 
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar 
 substância ou produto alimentício 
 destinado a consumo, 
 tornando-o nociva à saúde 
 ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: Reclusão 
4a – 8a 
+ 
Multa 
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, 
importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou 
entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, 
corrompido ou adulterado 
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo 
em relação a bebidas, comou sem teor alcoólico. 
Modalidade 
culposa 2º - Se o crime é CULPOSO: 
Detenção 
1a – 2a 
+ 
Multa 
 
Não é crime hediondo, 
mas é crime que cabe 
prisão temporária, no 
entanto, só se resultar 
em morte. 
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Falsificação
, corrupção, 
adulteração 
ou 
alteração 
de produto 
destinado a 
fins 
terapêutico
s ou 
medicinais 
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar 
 produto destinado a fins 
 terapêuticos ou medicinais: 
 
 É crime hediondo (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B). Não é necessário o 
resultado morte. 
 Todo o art. 273 é hediondo, exceto se o crime for culposo. 
 Não cabe prisão temporária. 
 
Reclusão 
10a – 
15a 
+ 
Multa 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em 
depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o 
produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. 
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo 
 os medicamentos, 
 as matérias-primas, 
 os insumos farmacêuticos, 
 os COSMÉTICOS, 
 os SANEANTES e 
 os de uso em diagnóstico. 
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º 
em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: 
 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária 
competente; 
 
II – em desacordocom a fórmula constante do registro previsto no 
inciso anterior; 
 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a 
sua comercialização; 
 
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
 
V – de procedência ignorada; 
 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária 
competente. 
 
Modalidade 
culposa 
§ 2º - Se o crime é culposo: 
Detençã
o 
1a – 3a 
+ 
Multa 
 
Atenção: em se tratando 
desses produtos ainda será 
hediondo. Atente-se aos 
cosméticos e saneantes (água 
sanitária, desinfetantes...) 
A modalidade culposa não é 
crime hediondo, nem se o 
resultado for morte. 
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Emprego 
de 
processo 
proibido 
ou de 
substânci
a não 
permitida 
Art. 274 - EMPREGAR, 
 no fabrico de produto destinado 
 a consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, 
substância aromática, antisséptica, conservadora ou qualquer outra 
não expressamente permitida pela legislação sanitária: 
Reclu
são 
1a – 
5a 
+ 
Multa 
Invólucro 
ou 
recipiente 
com falsa 
indicação 
Art. 275 - INCULCAR, 
 em invólucro ou recipiente 
 de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, 
 a existência de substância que não se encontra em seu 
conteúdo 
 ou que nele existe em quantidade menor que a mencionada: 
Reclu
são 
1a – 
5a 
+ 
Multa 
Produto 
ou 
substânci
a nas 
condições 
dos dois 
artigos 
anteriores 
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer 
forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275. 
Reclu
são 
1a – 
5a 
+ 
Multa 
Substânci
a 
destinada 
à 
falsificaçã
o 
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder 
 substância destinada à falsificação de produtos 
 alimentícios, 
 terapêuticos ou 
 medicinais: 
Reclu
são 
1a – 
5a 
+ 
Multa 
Outras 
substânci
as nocivas 
à saúde 
pública 
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de 
qualquer forma, entregar a consumo 
 coisa ou substância nociva à saúde, 
 ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal: 
Deten
ção 
1a – 
3a 
+ 
Multa 
Modalida
de culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Deten
ção 
2m – 
1a 
+ 
Multa 
Substânci
a 
avariada 
REVOGADA 
Medicame
nto em 
desacordo 
com 
receita 
médica 
Art. 280 - FORNECER 
 substância medicinal 
 em desacordo com receita médica: 
Deten
ção 
1a – 
3a 
OU 
Multa 
Modalida
de culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Deten
ção 
2m – 
1a 
Inculcar: indicar, 
gravar, imprimir 
falsa indicação. 
Invólucro: 
rótulos ,bulas, 
pacotes etc. 
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Exercício 
ilegal da 
medicina, 
arte 
dentária 
ou 
farmacêut
ica 
Art. 282 - Exercer, 
 ainda que a título gratuito, 
 a profissão de 
 médico, 
 dentista ou 
 farmacêutico, 
 sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
 
 O 282 não tem enfermeiro. 
 O 268 tem enfermeiro. 
 O agente no 282 tem conhecimento científico, mas está 
impedido de exercer seu ofício. 
 
Deten
ção 
6m – 
2a 
 Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também 
multa. 
+ 
Multa 
 
Charlatan
ismo 
 
Art. 283 – INCULCAR ou ANUNCIAR 
 CURA por 
 meio 
 secreto ou 
 infalível: 
Deten
ção 
3m – 
1a 
+ 
Multa 
Curandei
rismo 
Art. 284 – EXERCER o curandeirismo: 
 
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer 
substância; 
 
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
 
III - fazendo diagnósticos: 
 
 
 
Deten
ção 
6m – 
2a 
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica 
também sujeito à multa. 
+ 
Multa 
Forma 
qualificad
a 
Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto 
ao definido no art. 267. 
 
EXCETO EPIDEMIA 
 DOLOSO CULPOSO 
Lesão grave ou 
gravíssima 
+ 1/2 +1/2 
Lesão leve 
Não se 
aplica CA 
+1/2 
Morte Dobro 
Pena do homicídio 
culposo (detenção 1a-3a) 
+ 1/3 
NÃO SE APLICA NA EPIDEMIA (267) 
 
 
É uma espécie de fraude, pois o 
agente promete curar explorando 
a boa-fé alheia, mesmo sabendo 
da ineficácia de tais meios. 
Aqui não há fraude, meio secreto ou infalível, o agente exerce as atividades de 
cura, no entanto, não tem a necessária habilitação profissional (ausência de 
conhecimentos científicos). 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 117 
Exercício ilegal da medicina, 
arte dentária ou farmacêutica 
282 
Charlatanismo 
 
283 
Curandeirismo 
 
284 
Crime próprio Crime comum 
(médico, inclusive, pode praticar 
o crime). 
Crime comum Médico, dentista ou 
farmacêutico 
Aqui a pessoa possui o 
conhecimento necessário, mas 
está incapacitada de exercer, 
seja por não ter registro no 
conselho competente, seja por 
exceder competência 
(farmacêutico que realiza 
cirurgia). 
Aqui a pessoa divulga uma cura 
por algum meio secreto 
(somente 
ele tenha conhecimento) ou 
infalível (não sofre a 
possibilidade de falha). 
Aqui a pessoa exerce atividades 
de cura, mesmo sem ter 
conhecimento para tal. 
O criminoso crê na eficácia do 
meio recomendado ou 
divulgado, pois tem 
conhecimentos científicos para 
isso, no entanto está impedido 
de exercer seu ofício. 
O criminoso não crê na eficácia 
do meio recomendado ou 
divulgado. 
O criminoso crê na eficácia do 
meio, mas não é habilitado para 
isso. 
 
CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA QUE SÃO CRIMES HEDIONDOS (Lei 8.072/90) 
 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de 
julho de 1998). 
 
TRATAMENTO 
 Insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança (mas pode responder em liberdade, mesmo 
sem fiança). 
 Livramento condicional + 2/3, deve ser primário ou reincidente não específico 
 Prisão temporária 30 dias, prorrogável uma vez por igual período 
 Progressão de regime 
 
Lei 
Anticrime 
40% Primário + 3TH 
50% 
Primário + 
3TH com morte (vedado livramento condicional) 
60% 
Reincidente + 
3TH 
70% 
Reincidente + 
3TH com morte (vedado livramento condicional)