Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MODELO COGNITIVO O modelo cognitivo de Beck parte do pressuposto de que há uma inter-relação entre pensamento, emoção e comportamento, sendo considerado presente no funcionamento normal do ser humano, e principalmente na psicopatologia (Knapp, 2004). Para este autor, um evento comum pode gerar diversas maneiras de uma pessoa sentir e se comportar, mas na realidade não é o evento em si que gera tais reações, mas a forma como a pessoa pensa sobre o evento em si. Ainda sobre essa interação entre os elementos do modelo cognitivo é válido citar que a referida interação não se dá de forma linear, mas reciprocamente. O modelo teórico da Terapia Cognitivo Comportamental diz que um pensamento automático disfuncional tem influência no humor e comportamento do cliente, modelo este presente a todos os transtornos psicológicos (Beck, 2022). Considerando o modelo cognitivo, convém salientar que pessoas em sofrimento psicológico tem sua capacidade de interpretar prejudicada por erros no pensamento, o que interfere negativamente nas reações acima citadas. Por exemplo, uma pessoa com fobia social quando convidada para uma confraternização, pode ter o pensamento automático disfuncional do tipo: “eu não vou saber como me comportar lá”, ativando com isso a ansiedade e o comportamento de esquiva, ou seja, ele não comparece ao evento. Inicialmente isso pode parecer um alívio, entretanto tal comportamento só reforça o pensamento disfuncional não ajudando-o a lidar com o problema. De acordo com Wright (2019) o modelo cognitivo é um construto básico da TCC que possibilita ao terapeuta fazer uma conceitualização dos problemas clínicos dos clientes e a partir disso propor intervenções de tratamento. Segundo Judith Beck (2022) para a terapia cognitiva as cognições podem ser adaptativas ou mal adaptativas e acontecem em três níveis, a saber: pensamentos automáticos, crenças intermediárias e crenças nucleares. Os pensamentos automáticos são considerados os mais superficiais, ocorrem geralmente quando uma avaliação de sobre algum acontecimento da vida é feito; as crenças intermediárias correspondem ao segundo nível estando entre os pensamentos automáticos e as crenças nucleares e são representadas pelos pressupostos, atitudes e pelas regras que o indivíduo cria. Por fim, as crenças nucleares correspondendo ao nível mais profundo com origem nas experiências da infância (Rangé, 2011). Referências: Beck, J. S. (2022). Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. Artmed Editora. Knapp, P. (2004). Terapia cognitivo comportamental na prática psiquiátrica/ organizado por Paulo Knapp – Porto Alegre: Artmed, 2004. Rangé, B. (2011). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria/ Bernard Rangé ... [et al.]. - 2 ed. – Porto Alegre: Artmed. Wright, J. H. (2019) Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado [recurso eletrônico] / Jesse H. Wright... [et al.]; tradução: Mônica Giglio Armando; revisão técnica: Paulo Knapp. – 2. ed. – Porto Alegre: Artmed. E-pub.
Compartilhar