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SISTEMA DE ENSINO CRIMINALÍSTICA Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições Livro Eletrônico 2 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Sumário Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições .............................................................................................3 Apresentação .....................................................................................................................................................................3 Suporte ..................................................................................................................................................................................3 1. Balística Forense: ........................................................................................................................................................4 1.1. Divisão da Balística Forense: .............................................................................................................................4 2. Armas de Fogo: Conceito e Classificação: ....................................................................................................6 2.1. Conceito Legal de Armas de Fogo, Acessórios e Munição: .............................................................9 2.2. Classificação das Armas de Fogo: ...............................................................................................................13 3. Cartucho de Munição de Arma de Fogo: Conceito e Divisão: ..........................................................21 3.1. Energia e Poder de Parada: .............................................................................................................................23 3.2. Estojo: ......................................................................................................................................................................... 24 3.3. Projéteis: ...................................................................................................................................................................26 3.4. Espoletas e Primer: ............................................................................................................................................ 29 3.5. Pólvora: ......................................................................................................................................................................32 4. Estrutura e tipos de arma de fogo: ................................................................................................................35 4.1. Identificação das Armas de Fogo: ...............................................................................................................43 Resumo ...............................................................................................................................................................................46 Questões de Concurso ...............................................................................................................................................66 Gabarito ..............................................................................................................................................................................70 Gabarito Comentado ....................................................................................................................................................71 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana CONCEITOS DE ARMAS, INSTRUMENTOS E MUNIÇÕES Salve guerreiro(a), tudo bem? Sou o professor Silvio Santana e é com imensa satisfação que ministrarei o curso de Criminalística. Caso você tenha Instagram, siga-me e me acompanhe nesta rede social. Sempre posto muitos conteúdos relacionados às carreiras policiais. @profsilvio_santana Antes de você iniciar os seus estudos, irei contá-lo(a) um pouco sobre minha trajetória, para que eu chegasse até aqui, diante de você, para contribuir com a sua futura aprovação. Minha primeira graduação foi em Física, que me possibilitou seguir por 17 anos no magis- tério lecionando para o Ensino Médio e Faculdades da região do Distrito Federal. Após conclu- são de um Mestrado, dediquei-me arduamente ao ramo dos concursos públicos, onde obtive algumas aprovações que mudaram a minha história e de minha família. Iniciei a vida de concurseiro sendo aprovado no concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal no ano de 2010, onde pude exercer a função de professor. Porém, o sangue policial falou mais alto e em 2010 comecei o projeto visando as carreiras policiais. Procurei graduar-me em direito e especializar-me em Direito Constitucional, onde pude lecionar direito com foco nas carreiras policiais em diversos cursos preparatórios do Distrito Federal. Obtive diversas aprovações, como: Oficial de Justiça, Polícia Militar do Distrito Federal, Ins- tituto Federal de Educação e, atualmente, sou policial no Estado de Goiás. A minha rotina de estudos e a minha guinada de vida (professor para policial) aconteceram motivada por um sentimento ímpar de ser policial. De certo não abandonei a carreira de magis- tério e exerço as duas funções com muito afinco e responsabilidade. Suporte Informo-lhe que me coloco à disposição para sanar qualquer dúvida que você tenha sobre o conteúdo das aulas. Ter dúvidas é muito importante. São as dúvidas que nos ajudam a evoluir, a crescer como estudante. Tirar dúvidas é primordial. Quando você faz uma pergunta sobre algo que não com- preendeu perfeitamente e recebe uma resposta com qualidade, que é o que farei para você, aquele conteúdo entra em local de destaque dentro de sua memória. Sendo assim, peço-lhe encarecidamente: tenha dúvidas; tire suas dúvidas. Gostaria de solicitar que você avalie este material! Vamos começar nosso estudo? Vamos à luta? Bons estudos! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.instagram.com/profsilvio_santana/ 4 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana 1. Balística Forense: Para analisar locais de crime, o perito deve conhecer profundamente balística com a finali- dade de dizer a dinâmica dos eventos e apontar a autoria do delito. Balística é o ramo da física que estuda os movimentos dos projéteis. Projéteis são corpos que se deslocam no espaço sob a ação de um impulso inicial e um campo gravitacional. Para fins de prova, balística é o estudo das armas de arremesso, das munições e de seus efeitos. Além disso, a balística forense procura analisar o deslocamento e efeito das armas de fogo, dos cartuchos e seus componentes. 1.1. Divisão Da Balística Forense: A balística pode ser dividida em: Balística Interna Externa Terminal a) Balística Interna: Refere-se às armas de fogo, às munições, aos mecanismos de aciona- mento do gatilho e aos movimentos do projétil dentro do cano e suas raias. Desde os primórdios da humanidade, o homem busca artefatos para se defender de preda- dores e garantir a sua própria segurança e de suas famílias. Esse comportamento autodefesa é comum em todo ser vivo, desde os mais primitivos até os menos primitivos. Portanto, um comportamento totalmente instintivo. Porém, movidospelo instinto de sobrevivência, apenas o homem é capaz de confeccionar os mais variados tipos de armas desde o berço da humanidade. Claro, com o decurso do tempo o homem aprimorou essas armas. A cultura Clóvis, que fo- ram os primeiros a colonizar a América, tem esse nome devido as lanças que fabricavam com lascas de pedras e couros de animais. Com a necessidade de se matar com alguma segurança, o uso de lanças foi ficando desca- bido, pois o confronto corporal na hora do ato era inevitável. Imagine entrar em confronto direto com um urso de 300 Kg? Pois é, a necessidade de se aprimorar mecanismos que garantam o ataque a uma distância segura foi essencial para o desenvolvimento das armas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Em um primeiro momento, a ideia de se impulsionar um projétil para ferir ou matar veio da necessidade da caça, mas sabemos que as armas ganham o destino que os seus operado- res quiserem. No início, os projéteis eram lançados com as mãos e mais tarde foram criados as fundas, arcos, catapultas, onagros e outros. Lembra-se de você bem novo fazendo estilingues (atira- deira, baladeira, funda) ou sei lá o nome que você chama na sua região? Essas armas rudimentares foram sendo aprimoradas, e com o avançar dos séculos foram sendo substituídas por armas de fogo, que é o foco do nosso estudo. Segundo (WALLACE J. S., 2008, pp 3-12) “os projéteis ganharam maior peso, velocidade, maior distância de arremesso e maior precisão de matar ou ferir.” A descoberta do metal foi um dos principais impulsionadores para a criação de armas de uso humano. Não por acaso os historiadores dividem os períodos da a pré-história em “idade da pedra” e “idade do bronze”. Com a descoberta da pólvora, que os historiadores atribuem aos chineses em meados do século IX, os projéteis ganharam mais possibilidades e, com isso, as armas de fogo de desen- volveram, fato que estudaremos em momento oportuno. Agora que já estudos, resumidamente, a evolução das armas, iremos entender o que é, de fato, a balística interna. A balística interna compreende todos os fenômenos que ocorrem no interior da arma até o exato momento em que o projétil sai do cano. Desde a fase do impulsionamento inicial, que gera a queima do propelente na câmara e expande os gases, até a saída completa do projétil do cano. Este estudo fica baseado então na temperatura, volume e pressão dos gases no in- terior da arma durante a explosão do material combustível, assim como também se baseia no formato da arma e do projétil. b) Balística externa: é o movimento do projétil até atingir o alvo, ou seja, da boca do cano até o anteparo. O movimento do projétil no ar sofre ação da força gravitacional que a Terra exerce sobre todos os corpos, e isso também deve ser levado em consideração no estudo da balística externa. Não obstante, o interesse da Perícia Criminal, geralmente, são disparos efetuados até uma distância de 10 m. Via de regra, nessa distância, os efeitos da resistência do ar e da ação da gravidade podem ser desprezados sem grandes prejuízos periciais. Porém, por vezes será O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana necessário realizar perícias criminais de balas perdidas, muito comum em regiões de intenso confronto entre polícia e criminosos. Ou até mesmo ação de “snipers”, que utilizam armas com maior poder energético em combates em regiões de guerra ou, eventualmente, em centros ur- banos por meio dos atiradores de elite das forças policiais. Para efeito de estudo, consideraremos apenas tiros de curtas e médias distâncias. c) Balística Terminal: é a interação do projétil com um corpo material qualquer, como: cor- po humano, um carro, uma vidraça, uma parede, uma vestimenta etc. As consequências que esse projétil proporciona ao corpo atingido, os ferimentos e os vestígios são de suma interesse da análise pericial. Geralmente, quando o corpo humano estiver envolvido no evento, a medicina legal que fará análise do corpo e fornecerá informações importantes que ajudarão a entender a dinâmica dos eventos. 2. armas De Fogo: conceito e classiFicação: O nome “arma de fogo”, provavelmente, vem da chama que sai do cano no momento do disparo. As armas pesadas e fixas, mais comumente utilizadas em artilharias em guerras, são pou- co são utilizadas em combates civis. Por essa razão, debruçaremos nossos estudos em armas que podem ser facilmente transportadas por um único operador. Arma de fogo são artefatos que são projetados para ejetar projéteis a partir de um cano contra alvos fixos ou não. Para tanto, é necessário cumprir algumas etapas: apontar, disparar o gatilho, produzir o tiro e dar estabilidade à trajetória do projétil. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Etapas do lançamento de projéteis Apontar o cano Disparar o gatilho (acionamento do gatilho) Produzir o tiro Dar estabilidade à trajetória Claro, existem muitas maneiras de fornecer energia para o projétil sair do cano, como: ar comprimido, mola ou gás. Destarte, a pólvora é o propelente mais comum para fornecer ener- gia ao projétil, que será o alvo do nosso estudo. A pólvora não é uma substância encontrada pura na natureza, ela é o nome genérico que exemplifica a mistura de centenas de componentes. (Wallace J.S., 2008) ensina que “pólvora não é uma substância pura, mas, sim, um nome genérico para centenas de misturas utilizadas como propelente para projétil.” Tubo de metal + Câmara ou similar + Propelente As armas de fogo, na sua forma simples, são compostas por um tubo de metal com uma das extremidades acopladas a uma câmara, onde o propelente, geralmente pólvora, fornece energia através da expansão dos gases para ejetar o projétil. Já os projetos mais complexos de armas de fogo conseguem ejetar centenas de projéteis por minuto a uma distância muito grande. Na lição de (WALLACE, J. S., 2008, p. 3-12) “após sete séculos de aperfeiçoamento, hoje existem armas capazes de produzir até 1500 tiros por mi- nuto ou, com auxílio de uma mira telescópica, capazes de matar uma vítima selecionada a uma distância de 2000 m ou mais.” O funcionamento de uma arma de fogo, geralmente, consiste em um dispositivo mecânico que libera um golpe do martelo (cão da arma) que impulsiona um pino que percute o primer (esmagamento da espoleta). Pode existir modelos de arma que o martelo e o percussor estão unidos em uma única peça. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas,Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana O primer fica na base do cartucho, e sua composição química permite a queima rápida devido ao impacto do percussor. A queima do primer, que é composto por diversos produtos químicos, como: a pólvora negra, que era usada nas primeiras armas de fogo, porém, ao ser molhada, não conseguia realizar a função de queimar. Já os primers mais modernos, ao con- trário, são mais especializados, podendo ser de dois tipos: aqueles que usam produtos quími- cos sensíveis ao choque e aqueles que dependem de produtos químicos acionados por um impulso elétrico. Exemplos: Produtos químicos sensíveis ao choque Produtos químicos acionados por impulso elétrico Arma cartuchos, rifle cartuchos e espingarda conchas. Os escovardores, utilizados em artilharias A arma de fogo é uma máquina térmica que converte a energia química do propelente em energia cinética do projétil. Essa conversão de energia libera uma grande quantidade de gases quentes, que são responsáveis pela tarefa de agir no projétil desde sua saída do cartucho até a boca do cano (Fase interna). (Jussila, 2005, p. 18) nos ensina que o comprimento do cano e o peso do projétil são os fatores principais que determinam a velocidade de saída do projétil da boca do cano. Sobre a estrutura da arma, deve ser confeccionada de material resistente, pois a energia que se desloca entre os seus componentes é de grande monta. O tempo gasto para o percus- sor atingir o primer e o projétil sair da boca do cano é da ordem de 0,01- 0,03 segundos. Já na boca do cano, a velocidade do projétil varia de 300 m/s (650 Km/h) para armamento de baixa energia e até 1000 m/s (3800 km/h) para armamento de alta energia. E as temperaturas dessa transformação energética gira entorno de 3000º C e as pressões internas do cano são da ordem de 2,4 MegaPascal. Muita coisa, não? Vamos separar os dados energéticos para fins didáticos: Tempo para o percussor atingir o primer e o projeto sair da boca do cano 0,01 – 0,03 segundos Velocidade do Projétil Baixa energia= 300 m/s (650 km/h); Alta energia= 1000 m/s (3800 Km/h) Temperaturas 3000º C Pressão interna 2,4 MegaPascal Armas de fogo, que são máquinas térmicas, para uma ação efetiva necessitam de três elementos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Elementos Aparelho arremessador Carga de projeção Projétil Agora que conhecemos o processo energético das armas, a que o Perito Criminal deve se ater ao chegar no sítio da ocorrência? Bem, ao examinar o local de crime a equipe deve tomar nota e fotografar a posição em que a arma e dos demais componentes da munição foram encontradas, pois poderão compreender melhor a dinâmica dos acontecimentos por meio des- ses detalhes. Na Balística Forense, é usual classificarmos os componentes da arma de fogo, com o ob- jetivo de compreender o seu funcionamento e vincular os componentes das munições encon- trados no local do crime ao tipo de lesão ou lesões que, possivelmente, causou a morte da vítima. Essa associação é fundamental para que a perícia criminal aponte a dinâmica dos acontecimentos. 2.1. conceito legal De armas De Fogo, acessórios e munição: Não é do nosso interesse nos debruçarmos sobre Leis e Decretos, pois existem disciplinas específicas para tal. Porém, alguns aspectos da balística forense envolve diretamente alguns conceitos previstos na legislação que o candidato deve conhecer. O Decreto n. 3.665/2000 foi revogado pelo Decreto 9.493/18, que por sua vez foi revogado pelo Decreto n. 10.030/2019. Essa atualização legislativa trouxe uma leva de conceitos que são muito importantes para a Perícia Criminal, em especial a Balística Forense. O anexo III do Decreto n. 10.030/2019 apresenta as seguintes definições: • Acessório de arma de fogo: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modifi- cação do aspecto visual da arma. • Acessório de arma de fogo: artefatos listados nominalmente na legislação como Produ- to Controlado pelo Exército – PCE que, acoplados a uma arma, possibilitam a alteração da configuração normal do armamento, tal como um supressor de som. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana • Acessório explosivo: engenho não muito sensível, de elevada energia de ativação, que tem por finalidade fornecer energia suficiente à continuidade de um trem explosivo e que necessita de um acessório iniciador para ser ativado. • Agente químico de guerra: substância em qualquer estado físico (sólido, líquido, gasoso ou estados físicos intermediários), com propriedades físico-químicas que a torna pró- pria para emprego militar e que apresenta propriedades químicas causadoras de efeitos, permanentes ou provisórios, letais ou danosos a seres humanos, animais, vegetais e materiais, bem como provoca efeitos fumígenos ou incendiários. • Área perigosa: local de manejo de Produto Controlado pelo Exército (PCE) no qual são necessários procedimentos específicos para resguardar a segurança de pessoas e pa- trimônio. • Arma de antecarga: armas nas quais o carregamento é feito pela parte anterior do cano, ou seja, pela extremidade de saída do projétil, tais como bacamartes, arcabuzes e mos- quetes. • Arma de fogo automática: arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado. • Arma de fogo de repetição: arma em que a recarga exige a ação mecânica do atirador sobre um componente para a continuidade do tiro. • Arma de fogo obsoleta: arma de fogo que não se presta ao uso regular, devido à sua munição e aos elementos de munição não serem mais fabricados, por ser ela própria de fabricação muito antiga ou de modelo muito antigo e fora de uso, e que, pela sua obso- lescência, presta-se a ser considerada relíquia ou a constituir peça de coleção. • Arma de fogo semiautomática: arma que realiza, automaticamente, todas as operações de funcionamento com exceção do disparo, exigindo, para isso, novo acionamento do gatilho. • Arma de fogo: arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases, gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente solidária a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil. • Arma de pressão: arma cujo princípio de funcionamento é o emprego de gases compri- midos para impulsão de projétil, os quais podem estar previamente armazenados em uma câmara ou ser produzidos por ação de um mecanismo, tal como um êmbolo soli- dário a uma mola. • Arma de retrocarga: arma de fogo cuja munição é adicionada ao cano pela parte poste- rior, ou seja, na parte mais próxima ao atirador, tal como pistola, revólver, carabina, fuzil e espingarda. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana • Artifício pirotécnico: qualquer artigo, que contenha substâncias explosivas ou uma mis- tura explosiva de substâncias, concebido para produzir um efeito calorífico, luminoso, sonoro, gasoso ou fumígeno, ou uma combinação destes efeitos; devido a reações quí- micas exotérmicas autossustentadas. • Bacamarteiros: grupo de pessoas que se apresentam em folguedos regionais dando salvas de tiros com bacamartes em homenagem a santos católicos reverenciados no mês de junho. • Bélico: termo usado para referir-se a produto de emprego militar de guerra. • Blaster: elemento encarregado de organizar e conectar a distribuição e disposição dos explosivos e acessórios empregados no desmonte de rochas. • Calibre: medida do diâmetro interno do cano de uma arma, medido entre os fundos do raiamento; medida do diâmetro externo de um projétil sem cinta; dimensão usada para definir ou caracterizar um tipo de munição ou de arma. • Canhão: armamento bélico que realiza tiro de trajetória tensa e cujo calibre é maior ou igual a vinte milímetros. • Carregador: acessório para armazenar cartuchos de munição para disparo de arma de fogo. Pode ser integrante ou independente da arma. • Carregador: depósito ou receptáculo para armazenamento de cartuchos de munição para disparo em armas de fogo, integrante ou destacável do armamento. • Ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a dispo- sição final. • Detonação: é o fenômeno no qual uma onda de choque autossustentada, de alta ener- gia, percorre o corpo de um explosivo causando sua transformação em produtos mais estáveis com a liberação de grande quantidade de calor; ou prestação de serviço com utilização de explosivos. • Designação: ato pelo qual se atribui competência nas hipóteses previstas neste regula- mento a Organismo de Avaliação da Conformidade – OAC para coordenar o processo de avaliação da conformidade e expedir certificados de conformidade. • Dignitário estrangeiro: pessoa que exerce alto cargo em representações diplomáticas de países estrangeiros. • Equipamento de bombeamento: equipamento utilizado para injetar material explosivo em receptáculos com fins de detonação, podendo ser móvel ou fixo. • Explosivo: tipo de matéria que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão. • Explosivos de ruptura ou altos explosivos: são destinados à produção de um trabalho de destruição pela ação da força viva dos gases e da onda de choque produzidos em sua transformação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana • Explosivos primários ou iniciadores: são os que se destinam a provocar a transforma- ção (iniciação) de outros explosivos menos sensíveis. Decompõem-se, unicamente, pela detonação e o impulso inicial exigido é a chama (calor) ou choque. • Fogos de artifício: é um artigo pirotécnico destinado para ser utilizado em entretenimento. • Freio de Boca: dispositivo colocado ao final do cano para reduzir o recuo do armamento, também conhecido como compensador. • Grupo de produtos controlados: é a classificação secundária referente à distinção dos produtos vinculados a um tipo de PCE. • Homologação: ato pelo qual nas hipóteses e nas formas previstas neste regulamento reconhece-se os certificados de conformidade. • Iniciação: fenômeno que consiste no desencadeamento de um processo ou série de processos explosivos. • Iniciador explosivo: engenho sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade é proporcionar a energia necessária à iniciação de um explosivo. • Iniciador pirotécnico: engenho sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade é proporcionar a energia necessária à iniciação de um produto pirotécnico. • Manuseio de produto controlado: trato com produto controlado por pessoa autorizada e com finalidade específica. • Menos-letais: produtos que causam fortes incômodos em pessoas, com a finalidade de interromper comportamentos agressivos e, em condições normais de utilização, não causam risco de morte, incluidos os instrumentos de menor potencial ofensivo ou não- -letais, nos termos da Lei n. 13.060 de 22 de dezembro de 2014. • Morteiro: armamento bélico pesado de carregamento antecarga (carregamento pela boca), que realiza tiro de trajetória curva. • Munição de salva: munição de pólvora seca de canhões e obuseiros, usada em cerimô- nias militares. • Obuseiro: armamento pesado, que realiza tanto o tiro de trajetória tensa quanto o de tra- jetória curva e dispara granadas de calibres acima de vinte milímetros, com velocidade inicial baixa. • Organismo de Avaliação da Conformidade (OAC) organismo que realiza os serviços de avaliação da conformidade e emite o certificado de conformidade. • PCE de uso permitido: é o produto controlado cujo acesso e utilização podem ser au- torizados para as pessoas em geral, na forma estabelecida pelo Comando do Exército. • PCE de uso restrito: é o produto controlado que devido as suas particularidades téc- nicas e/ou táticas deve ter seu acesso e utilização restringidos na forma estabelecida pelo Comando do Exército. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana • PCE de uso permitido: produto controlado listado nominalmente na legislação como PCE cujo acesso e utilização podem ser autorizados para as pessoas em geral, obser- vada a classificação elaborada pelo Comando do Exército, prevista nos decretos regula- mentadores da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003. • PCE de uso restrito: produto controlado listado nominalmente na legislação como PCE que, devido às suas particularidades técnicas ou táticas, deve ter seu acesso e sua uti- lização restringidos, observada a classificação elaborada pelo Comando do Exército, prevista nos decretos regulamentadores da Lei n. 10.826, de 2003. • Produto de interesse militar: produto que, mesmo não tendo aplicação militar finalística, apresenta características técnicas ou táticas que o torna passível de emprego bélico ou é utilizado no processo de fabricação de produto com aplicação militar. • Propelentes ou baixos explosivos: são os que têm por finalidade a produção de um efei- to balístico. Sua transformação é a deflagração e o impulso inicial que exigem a chama (calor). Apresentam como característica importante uma velocidade de transformação que pode ser controlada. • Proteções balísticas: produto com a finalidade de deter o impacto ou modificar a traje- tória de um projétil contra ele disparado. • Quebra-chamas: dispositivo situado ao final do cano, que tem por objetivo diminuir o clarão oriundo do disparo. • Réplica ou simulacro de arma de fogo: para fins do disposto no art. 26 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003, é um objeto que, visualmente, pode ser confundido com uma arma de fogo, mas que não possui aptidão para a realização de tiro de qualquer natureza. • Tipo de produtos controlados: é a classificação primária dos produtos controlados pelo Exército que os distingue em função de característicase efeitos. • Trem explosivo: nome dado ao arranjamento dos engenhos energéticos, cujas caracte- rísticas de sensibilidade e potência determinam a sua disposição de maneira crescente com relação à potência e decrescente com relação à sensibilidade. • Uso industrial: quando um produto controlado pelo Exército é empregado em um pro- cesso industrial. 2.2. classiFicação Das armas De Fogo: A classificação tem por objetivo organizar e identificar por características e especificida- des das armas de fogo, pois existem modelos dos mais variados tipos e projetos. Observe: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Classificação quanto à alma do cano ao sistema de carregamento ao sistema de inflamação ao funcionamento ao uso e à modalidade Vejamos agora cada um deles: • Classificação quanto à alma do cano: Essa classificação foi proposta pelo professor Eraldo Rabello (1995), onde classificou as armas quanto à alma de seu cano, que é uma das principais peças da arma. Os canos são submetidos à intensa pressão, por isso, o processo produtivo de cada um difere para cada tipo de arma. O cano da arma de fogo é constituído de aço ou ferro e nas lições de (WALLACE J. S., 2008): “A superfície interna do cano de revólveres, pistola, carabinas, fuzis, rifles e metralhado- ras possuem um número de sulcos espinhal, conhecidos como raias.” Conforme o projeto, os canos da arma de fogo podem se apresentar de duas maneiras: Cano alma raiada alma lisa A área entre duas raias é chamada de “cheio”, cuja finalidade é produzir sulcos helicoidais no projétil. Os “cavados”, fazem com que o projétil gire entorno de seu eixo longitudinal, pois esse movimento é necessário para manter a direção do projétil. Já as almas lisas, são utiliza- das para expelir projéteis esféricos ou balotes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Sintetizando: “Raias” imprimem “ressaltos” nos projéteis. “Cheios” produzem “cavados” nos projéteis. O deslocamento do projétil no cano da arma deixa impresso em sua superfície microele- mentos, que são características que permitem identificar, ainda que indiretamente, a arma de fogo utilizada em determinado contexto. O número de raias depende do tipo de arma, fabricante ou projeto, que pode variar de 2 (duas) até +20 (mais de vinte) raias. Claro, isso depende do calibre. Pode ter número de raias ímpar ou par, orientadas para a direita ou esquerda. Vejamos: Dextrogiras: orientadas para a direita Sinistrogiras: orientadas para a esquerda Para periciar esses microelementos temos a micro comparação balística, que será objeto de estudo em momento oportuno. • Classificação quanto ao Sistema de Carregamento: Nos primórdios, para que uma arma de fogo pudesse efetuar um disparo, era necessário introduzir, pela boca do cano, a pólvora e a carga de projeção. Em seguida, era utilizado uma ferramenta para socar a pólvora dentro cano junto à carga de projeção (famosa punheteira). Essas armas se tornaram obsoletas, mas algumas armas de fabricação artesanal ainda se utilizam desse procedimento. No Brasil, alguns exemplos são as espingardas Taquari e Laza- rina, ambas da indústria Rossi. Não precisa nem mencionar o quanto esse processo era lento, não é mesmo? Com o avançar dos tempos, o cartucho foi inventado por Clement Pottet e aperfeiçoado por Casemir Lefaucheux e, com isso, o processo de carregamento foi ganhando celeridade. Sobre o sistema de carregamento temos dois modelos: Carregamento por Antecarga Retrocarga a) Antecarga: são todas as armas primitivas ou já obsoletas que possuíam o sistema de carregamento pela boca do cano, onde eram alocados a pólvora e a carga de projeção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana b) Retrocarga: processo de carregamento mais moderno que permite o carregamento pela culatra, que representa um grande avanço às técnicas de combate. O desenvolvimento dos cartuchos é inerente a esse tipo de carregamento. Para fins de perícia, é fundamental que se conheça os dois processos de recarga, pois as armas artesanais ainda são utilizadas para cometimento de crimes. Agora, virtualmente, todas as armas modernas são de carregamento por retrocarga, com exceções das bazucas e morteiros. O desenvolvimento do cartucho em 1829, por Clement Pottet e o cartucho de pino em 1835, por Casemir Lefaucheux, tornaram processo de carregamento mais dinâmico, pois o combatente conseguia recarregar o armamento sem a necessidade de ficar de pé. O cartucho de pino possuía sua base um pino metálico que se comunicava com a espoleta que ficava dentro do cartucho. Quando o pino sofria impacto do percussor da arma, detonava a espoleta e provocava o processo de ejeção do projétil devido a expansão dos gases. Mas o que seria carregar uma arma? Bem, carregar uma arma é o ato de se colocar a muni- ção dentro dela, ou seja, de modo que se acionando o gatilho, o tiro aconteça. Por óbvio, existe doutrina de cursos de armamento e tiro que não concordam muito com essa posição, pois consideram que os processos de municiar, alimentar e carregar a arma são distintos. Para fins de prova, entenda que carregar uma arma é o ato de coloca-la em condições de realizar o tiro. Aqui já lanço o pedido de perdão aos atiradores. Licença pedagógica, eu diria. rsrs Resumo da ópera: • Municiar: via de regra municiamos os carregadores das armas, tambores ou tubos. • Alimentar: inserir o carregador dentro da arma. • Carregar: é o ato de introduzir uma munição na câmara. Via de regra isso é feito puxando o ferrolho da pistola ou as alavancas dos rifles (golpe de segurança). No caso do revól- ver o carregamento ocorre ao trancarmos o tambor, considerando que haja munição no espaço da câmara. Agora, nem sempre uma arma e alimentada está carregada. Por exemplo, quando inseri- mos um carregador municiado em uma pistola é necessário que seja feito o movimento do fer- rolho a retaguarda (golpe de segurança) ou o fechamento do ferrolho por meio o retém do fer- rolho para que a arma esteja em condições de efetuar o disparo. Já no revólver, se alocarmos os cartuchos em todas as câmaras do tambor ele está municiado e carregado. Considerando um tambor sinistrogiro, isto é, o tambor gira para a esquerda, se deixarmos apenas a primeira câmara à direita sem cartucho, ele estará municiado, mas não carregado. Não é minha intenção me debruçar sobre a doutrina e conduta de armamento e tiro, mas é vital que o perito saiba que muitos acidentes com armas de fogo podem ser ocasionados pela inobservância de regras mínimas de segurança, pois o leigo, ao retirar o carregador, pensa que a câmara não está com munição e acaba acionando o gatilho. Já vi uma centena de fatos como esse. Sobre o sistema de inflamação ou percussão, temos o direto e indireto: O conteúdo destelivro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Sistema de inflamação ou percussão Direto - o percussor está acoplado ao cão, podendo ser fixo ou oscilante OU esculpido no ferrolho. Indireto - o percussor é flutuante, inserido na armação ou ferrolho. Atualmente, por razões de segurança, algumas armas usam percussores flutuantes, que são denominados sistema inercial. Nesse sistema, não há contato simultâneo entre o cão, o percussor e a espoleta, pois o alojamento do percussor tem comprimento maior que o percus- sor. Esse sistema evita que ocorra os chamados tiros acidentais, pois fornece uma segurança extra em caso de queda do armamento ao solo. Essa modalidade de tiro será estuda em capí- tulo oportuno. • Classificação quanto à Inflamação: A classificação quanto à inflamação depende em qual sistema cada armamento usa para propelir o projétil. Para fins de prova conheceremos os principais sistemas: sistema de inflamação Haste de ferro Mecha Roda Miguelete Percussão extrínseca a) Sistema de inflamação por haste de ferro: modelo muito usado na idade média, onde para realizar o disparo era necessário usar uma haste de ferro incandescente de carvão ou bra- sa. Esse instrumento era introduzido no orifício da câmara onde ocorria a combustão. Sistema O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana pouco prático, pois em condições climáticas desfavoráveis era mais difícil ascender a haste, sem mencionar os prejuízos no combate. Sistema nada favorável às armas portáteis. b) Sistema de inflamação por mecha: esse modelo substitui o modelo de inflamação por haste de ferro, pois a mecha era usada para conduzir a chama para o interior da câmara de combustão, onde iniciava a queima da pólvora. O grande problema desse modelo era o tempo gasto para a queima da mecha, pois o tempo do disparo dependia exatamente desse tempo, tornando o tiro algo extremamente lento. Sem mencionar as questões de armazenamento das mechas, pois esse material é extremamente sensível à umidade. c) Sistema de inflamação por fecho de roda: sistema originário do relógio de Nüremberg, Alemanha. Esse sistema era composto por uma roda na qual se dava corda, e quando era acio- nado o gatilho produzia-se uma faísca devido ao atrito entre a pedra de perita e o metal, que incendiava a pólvora e, com isso, o disparo da arma. d) Sistema de inflamação por miguelete: alguns autores apontam que esse sistema era derivado do sistema de inflamação por fecho de rodas, na qual a faísca era produzida devido ao atrito com sílex, que é uma mistura mineral à base de sílica. e) Sistema de inflamação por percussão extrínseca: a descoberta da espoleta em 1807 pelo escocês Alexander John Forysth, onde obteve a patente de um “moderno” sistema de per- cussão por fulminato de mercúrio, deu origem a um sistema por choque violento. As primeiras espoletas em cápsula foram desenhadas em 1815, por Joshua Shaw, onde colocou o fulmina- to de mercúrio em um pequeno cálice de metal, surgindo assim, o sistema de percussão. Esse sistema é composto por uma quantidade de explosivo depositada ao fundo de um objeto de metal em formato de copo, onde arma-se um pequeno tubo (percussor) que se co- munica de maneira violenta com o fundo desse copo de metal. A onda de choque provoca a detonação do explosivo e, com isso, leva para dentro da câmara de combustão uma boa quan- tidade de gases aquecidos que geram a deflagração do propelente. O sistema de percussão extrínseca é imensamente utilizado nos dias de hoje e apresenta duas subdivisões, observe: Sistema de percussão armas de percussão radial: são armas de retrocarga, onde a mistura iniciadora é depositada na orla do estojo pela força centrífuga sem utilização de espoleta. armas de percussão central: são armas de retrocarga onde a espoleta é montada na base do cartucho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Sistema de percussão armas de percussão direta: o percussor está montado no cão ou é um prolongamento do cão. armas de percussão indireta: o percussor é uma peça independente que recebe o impacto do martelo ou cão. • Classificação quanto ao Funcionamento: Quanto ao funcionamento, temos: Quanto ao funcionamento Arma de tiro unitário Armas de repetição Armas semiatutomáticas Armas automáticas a) Arma de tiro unitário: armas de carregamento manual que é capaz de efetuar apenas um disparo por vez. Em alguns modelos a retirada do estojo deve ser feita manualmente (retrocar- ga) e alocado um outro no lugar para um novo disparo. Existem também as armas dotadas de dois ou mais canos que são classificadas como armas de tiro unitário múltiplo, desde que o mecanismo de disparo e a câmara sejam independentes. b) Arma de repetição: são armas em que o atirador, após a realização de cada disparo, decorrente da sua ação sobre o gatilho, necessita empregar sua força física sobre um com- ponente do mecanismo desta para concretizar as operações prévias e necessárias ao disparo seguinte, tornando-a pronta para realizá-lo. Exemplos: revólveres, algumas carabinas e alguns tipos de fuzis. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana c) Armas semiautomáticas: são armas que realizam, automaticamente, todas as opera- ções de funcionamento com exceção do disparo, o qual, para ocorrer, requer, a cada disparo, um novo acionamento do gatilho. Um exemplo são a grande maioria das pistolas, onde a ex- pansão dos gases ejeta o estojo após cada disparo e uma nova munição é alocada na câmara. d) Armas automáticas: são armas em que o carregamento, o disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado (é a famosa rajada). • Classificação quanto ao Uso e à Mobilidade: Quanto ao uso, a arma pode ser de uso coletivo ou uso individual. Essa classificação diz respeito ao número de usuários necessários para operar a arma. Já em relação à mobilidade, existe muita diferença de interpretação de diversos autores, por essa razão, ficaremos com a classificação prevista na Legislação (Revogado Decreto n. 3.665/2000). Observe: Quanto ao uso Arma não portátil Arma de porte Arma portátil Arma de uso permitido Arma de uso restrito a) Arma não portátil: arma que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, não pode ser transportada por um único homem. b) Arma de porte: arma de fogo de dimensões e peso reduzidos,que pode ser portada por um indivíduo em um coldre e disparada, comodamente, com somente uma das mãos pelo ati- rador; enquadram-se, nesta definição, pistolas, revólveres e garruchas. c) Arma portátil: arma cujo peso e cujas dimensões permitem que seja transportada por um único homem, mas não conduzida em um coldre, exigindo, em situações normais, ambas as mãos para a realização eficiente do disparo. d) Arma de uso permitido: arma cuja utilização é permitida a pessoas físicas em geral, bem como a pessoas jurídicas, de acordo com a legislação normativa do Exército. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana d) Arma de uso restrito: arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algu- mas instituições de segurança e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente auto- rizadas pelo Exército, de acordo com legislação específica. 3. cartucho De munição De arma De Fogo: conceito e Divisão: O cartucho é a unidade da munição. Os cartuchos podem ser para armas raiadas ou ar- mas lisas. Sendo os cartuchos de arma de cano raiada compostos por 4 partes fundamen- tais, observe: Componentes do Cartucho Estojo Espoleta Pólvora ou carga de projeção Prójetil Nas munições de arma de cano liso a composição é a mesma das armas de cano liso com a adição das buchas. A grande maioria das munições apresenta, como mistura iniciadora, o estifnato de chum- bo, nitrato de bário e sulfeto de antimônio. Já o propelente mais usado é a pólvora sem fumaça, que é à base de nitrocelulose e nitroglicerina. Os projéteis mais comuns são de liga de chumbo e antimônio, que são enjaquetados com liga de cobre. Geralmente, os projéteis de pistolas são encamisados (enjaquetados) por cobre, com exceção do calibre.22”, mas ressalto que os revólveres não são enjaquetados. E o que faz essa tal de camisa ou jaqueta? Bem, elas revestem o chumbo para que ele não encasar no cano. Ainda que não seja encamisada, o fabricante tende a revestir o chumbo para que não prejudique o cano. Em locais de crimes com arma de fogo, para fins de perícia, as posições das munições devem ser fotografadas e catalogadas e os seus componentes preservados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana É muito comum que se confunda os conceitos de CARTUCHO, ESTOJO e MUNIÇÃO, po- rém, não podemos prosseguir com esse erro. Observe: Cartucho Estojo Munição É a unidade de munição das armas de percussão e de retrocarga. Recipiente tubular que serve para conter uma espoleta, uma carga propelente e um ou mais projéteis. É a designação do material ou componente disparado a partir de qualquer arma. A palavra “bala” vem do alemão “ball”, que quer dizer bola. Algumas pessoas dizem que é errado atribuir a palavra bala ao projétil. Pois bem, os primeiros projéteis do mundo foram em formato esférico de chumbo, portanto, nada de errado nesse termo. Os termos “balística”, “ba- leado” e “balim” derivam de bala, segue o baile. (WALLACE, J. S., 2008, p. 9-13) ensina que de maneira popular ou coloquial é comum atri- buirmos bala tanto ao projétil quanto ao cartucho, sendo assim a mesma coisa, e, portanto, somente ser diferenciado em linguagens técnicas quando lavrados em laudos e evitados em depoimentos de terceiros leigos no assunto. Para fins de prova, ficaremos com a linguagem técnica, ok? O cartucho metálico moderno foi aperfeiçoado com pólvora sem fumaça e munições de alta velocidade somente no final do século XX, lembrando que antes dos cartuchos as armas eram carregadas pela boca, fato que prejudicava muito a performance do armamento em cam- pos de combate, pois o atirador necessitava realizar um procedimento bem demorado para carregar o armamento a cada tiro. O primeiro cartucho era uma espécie de refil com um pacote de papel, com a medida certa de pólvora, atada ao projétil. Esse modelo foi usado na Guerra dos Trinta anos, onde o atira- dor rasgava o papel e municiava a arma. Em um segundo momento, o papel foi substituído O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana papel embebecido em uma solução de nitrato, que garantia uma melhor queima e absorção de umidade. Em 1808, Jean Samuel Pauly desenvolveu modelos de cartuchos mais completos a base de latão, espoleta na base e estojo de papel. Esse é considerado pela doutrina um dos inventos mais importantes. Outro cartucho popular foi o de Johann Nikolaus von Dreyse, em 1831. A composição era papel, onde era colocado um fulminante no meio do cartucho e não na extremidade superior. O fulminante era acionado por um percussor muito grande em forma de agulha, como a principal vantagem era usar o próprio projétil como bigorna, por isso, o nome: “Fuzil de Agulha”. Os cartuchos de primer radial, ainda nos dias atuais encontrados em munição calibre.22”, foi desenvolvido por Benjamin Houllier, em 1846. Mas, foram se popularizar em 1854, onde a fabricante conhecida Smith & Wesson percebeu que esse projeto era limitado, pois não se comportava bem quando submetido a altas pressões das pólvoras modernas, forçando a sua descontinuidade. A partir do ano de 1854, a fabricante Smith & Wesson, utilizando-se do velho projeto de Pauly, passou a fabricar suas próprias munições de primer central. Agora que conhecemos, ainda que resumidamente, a evolução histórica dos cartuchos e seus principais projetistas, iremos nos debruçar numa parte mais técnica. 3.1. energia e PoDer De ParaDa: Consideramos como “força viva” a máxima velocidade de um projétil ao sair da boca do cano e a energia que esse movimento realiza. Essa energia é dada e Joules, e é o principal parâmetro para se aferir o chamado poder de parada, que é capacidade energética que os projetos atingem seus alvos. A maioria de vocês, futuros peritos (as), já se perguntaram qual critério a legislação brasi- leira utiliza para delimitar o que é armamento de uso permito ou armamento de uso restrito, certo? Então, exatamente isso, o poder de parada! O poder de parada, ou “Stopping power”, portanto, é essa capacidade de se cessar a ação ofensiva do oponente com apenas um tiro (disparo). Destarte, não há intenção de matar o oponente, apenas neutralizar sua ação ofensiva com a imediata e instantânea incapacitação. Para (Marshall & Sanow, 1992) incapacitar a vítima após o disparo tem por objetivo evitar uma possível reação agressiva ou fuga, não podendo o oponente se deslocar mais de 3 metros após atingido. Nesses moldes, a doutrina aponta que.357 Magnum é o melhor nesse quesito, com 96% de poder de parada, mas depende da munição. Observe o quadro comparativo abaixo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratoresà responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Munição Poder de parada .40 S&W 89% a 94% .45 ACP (hidra shock) 89% .45 ACP FMJ 64% .44 Magnum 81% a 89% 9 mm Luger 62% a 89% .38 SPL 49 % a 75% .380 ACP 51% a 65% Não é nosso objetivo nos aprofundarmos em física, que aliás, é uma ciência maravilhosa, mas devemos conhecer aqui algumas partes fundamentais. A energia cinética de um projétil pode ser calculada por meio da seguinte equação: Onde “m” é a massa do projétil, que é definida pela especificação do fabricante, a “v” é a velocidade, e depende de algumas variáveis físicas que atuam no movimento do projétil e da ocorrência do tiro ao instante de repouso. Nas lições de (Machado, Ferreira, Ferreira, Borba & Correia, 2020) a capacidade de produ- zir dano não depende, unicamente, da energia do projétil. Interferências extrínsecas e intrínse- cas também influenciam, assim como a constituição e formato do projétil. 3.2. estojo: O Estojo é projetado para suportar a alta temperatura e pressão no seu interior. Esse pro- cesso energético ocorre entre o projétil, o propelente e o primer toda vez que o gatilho é acio- nado. Fatores, como: o tipo da arma, da munição e o tipo de ignição (Boxer ou Berdan) são relevantes, pois a obturação (expansão do estojo contra a câmara) impede a perda da pressão no interior da câmara e, portanto, a perda de sua energia. A maioria dos estojos são confeccionados com 70% de cobre e 30% de zinco ou 80% de cobre e 20% de níquel (niquelado), mas podem ser encontrados estojos de aço revestidos de latão, cobre ou laca, alumínio, alumínio revestido de teflon e estojos de papelão e plástico, como as utilizadas nas armas de caça. 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Os estojos de projeto único, que são destinados para pistolas, revólveres, fuzis e metralha- doras são confeccionados em latão 70/30, conforme vimos anteriormente. Já nas armas de alma lisa podem ser metálicos. Os estojos para espingarda são confeccionados de plásticos, com base de latão ou aço revestido. A câmara das espingardas de gauge 12, 16 e 20 mm de comprimento. Já a gauge 24 possuiu comprimento de 65 mm e as 28, 32 e 0.410 comprimento de 63,5 mm. A partir do ano de 1961, os fabricantes de cartuchos de espingarda adicionaram mais uma especificação de cores, sendo a cor vermelha para calibre 12, a cor roxa para a calibre 16 e a calibre 20 para amarela. E por qual razão adotaram esses padrões? Bem, para evitar a intro- dução de um cartucho calibre 20 numa arma calibre 12, que colocaria o operador em risco de obstrução do cano no primeiro tiro e explosão no segundo, como já ocorreu algumas vezes. 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Os estojos das espingardas calibre 12, são de tamanho considerável e podem ser uma boa fonte de vestígios, como a impressão digital. 3.3. Projéteis: Para a física, projéteis são corpos que se deslocam no espaço, sofrendo a ação de um im- pulso inicial e de um campo gravitacional. Agora, para fins de prova, trataremos o projétil como um corpo oriundo de uma arma de fogo. Os primeiros projéteis eram de chumbo, com calibre que varia de 3 cm a 5 cm e cano liso. Claro, que o decurso do tempo houve um processo intenso de modernização, conforme trata- mos em capítulo próprio. O movimento rotatório do projétil, que é utilizado para garantir a sua estabilidade, era co- nhecido desde a antiguidade. Porém, somente em 1520 Augustin Kutler conseguiu o mesmo efeito nos projéteis de chumbo, quando introduziu raias internas nos canos das armas de fogo. No ano de 1863, Willian Ellis Metford, compreendeu que o chumbo era mais arqueável que o necessário, pois deixava resíduos importantes nos canos, fato que poderia ocasionar problemas no armamento durante a execução numa sequência de tiros. Para diminuir esse problema adicionou antimônio, que enrijeceu o chumbo. Esse processo ainda é utilizado nos dias de hoje. Mas, somente no ano de 1883 os problemas de o chumbo encrostar partículas no cano foram resolvidos, quando Rubin introduziu o encamisamento no chumbo macio no núcleo do projétil. Na perícia em armas de fogo é usual que se busque esses resíduos de chumbo ou cobre nos canos das armas. De um modo geral, todas as munições são encamisadas, com exceção dos revólveres de todos os calibres e armas de calibre.22”. Para cada arma existe um tipo de projétil, geralmente, esse “casamento” é feito ainda na fase de projeto, onde verifica-se a razão de ser da arma (finalidade) para elaborar um projétil condizente. Os projéteis podem ser de 3 maneiras, observe: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Projéteis Não encamisados Encamisados Semiencamisados • Não encamisados: possuem uma fina cobertura de cobre, latão ou outro material colori- do, que tem as funções cosméticas e lubrificantes. Esse tipo de projétil é bem suscetível a danificar os mecanismos da arma, principalmente o cano e o sistema de alimentação de armas automáticas e semiautomáticas. • Encamisados: o encamisamento é feito por galvanoplastia. Quando esse tipo de projétil atinge o alvo é comum que a camisa se separe do núcleo, fato que faz reduzir o poder de penetração do projétil. Na lição de (Finn, 1987), para evitar que haja descolamento do encamisamento com o núcleo do projétil é necessário empreender métodos de colas e pregas bem resistentes para fixar melhor a camisa ao chumbo. • Semiencamisadas: as mesmas possibilidades dos projéteis encamisados, porém, com um poder de expansão maior. Os materiais que são mais usuais para a confecção de camisas são: alumínio, náilon,te- flon, aço e, principalmente, o latão. Portanto, a busca por esse tipo de material no sítio da ocor- rência com armas de fogo é bem comum. Em suma, nem todos os projéteis atingem o alvo, podendo ser encontrados em locais diversos, como paredes ou carros, por exemplo. Observe os projéteis mais comuns que podem cair em provas: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Projéteis mais comuns em arma de cano curto Ogival de chumbo Ogival encamisada Encamisada de ponta achatada Semi encamisada de ponta oca Semi encamisada de ponta macia Encamisada de ponta oca Frangíveis Perfurantes Traçantes Balotes 1. Ogival de chumbo: muito utilizadas em revólveres de uso permitido. Projétil mais barato e o seu emprego gera muito desconforto. Seu uso em armas automáticas não é recomendado, pois pode ocorrer panes de alimentação. 2. Ogival encamisada: largamente utilizada em pistolas, pois a sua anatomia é muito favo- rável e facilita a alimentação da arma. Esse tipo de munição evita o acúmulo de chumbo nos canos e é ideal contra alvos abrigados, pois é altamente penetrante. 3. Encamisada de ponta achatada: munição não expansiva, onde o poder energético se concentra na área frontal. 4. Semiencamisada de ponta macia (Soft- Point): Além dos benefícios quanto a alimen- tação, velocidade e limpeza, esse tipo cartucho acumula tanto poder de penetração quanto poder de expansão. 5. Semiencamisada de ponta oca: os grandes benefícios são a velocidade, alimentação e limpeza. Por possuir a ponta oca a energia tende a se expandir no tecido corporal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana 6. Encamisada de ponta oca (Hollow- Point): é, atualmente, a munição de defesa mais uti- lizada tanto em revólveres quanto em pistolas. A grande vantagem é a expansão do projétil ao atingir corpos hídricos, como o corpo humano. O seu projeto leva em consideração o balance- amento entre a carga e o propelente, o peso e o desenho do projétil, que possibilita alcançar o máximo efeito de expansão e deformação quando atinge o alvo. 7. Projéteis Frangíveis: esse tipo de munição não se desintegra ao realizar o deslocamento contra o alvo, porém, ao chocar na primeira superfície que lhe ofereça resistência, ele tende a se abrir devido a sua estrutura fragmentada. Esse tipo de munição é veloz e não ricocheteia e nem transfixa alvos. 8. Perfurantes (Armor Piercing- AP): como o próprio nome sugere, são projéteis ideias para perfurar blindagens e carrocerias leves. Esse tipo de munição pode ser encontrado em sítio de ocorrências que envolva carro-forte, crime que se popularizou nos últimos anos. 9. Munições traçantes: esse tipo de munição, muito comum em combates noturnos, deixa um rastro luminoso, onde o atirador consegue corrigir a trajetória do projétil. Embora não seja comum no combate urbano, em algumas favelas do Rio de Janeiro foi possível avistar esse tipo de munição. 10. Balotes: esse tipo de munição é muito comum em espingardas municiadas com um único projétil e pode ser esférico ou alongado. Cartucho de uso muito comum nas forças poli- ciais, principalmente quando envolvem combates a curta distância, onde ela se mostra muito eficiente. Em ambientes prisionais são encontradas as versões elastômero (munição de borra- cha) e munições de agentes químicos com efeito retardante ou antimotim. 3.4. esPoletas e Primer: Os termos primer, espoleta e mistura iniciadora são comumente utilizadas como sinôni- mos. Mas, de maneira técnica, temos que diferenciar: Espoleta Primer O recipiente que contém a mistura iniciadora, geralmente, feito de metal. O mesmo produto químico que o propelente principal (embora geralmente em uma forma de pó mais fino), mas derramado em uma panela de flash externo, onde poderia ser inflamado por uma fonte de ignição como um fósforo lento ou uma pederneira O exame residuográfico busca vestígios que o primer deixa de chumbo, bário e antimônio que ficam nas mãos do atirador. Esses elementos estão presentes na mistura iniciadora, que precisam da ação de três componentes, observe: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Mistura iniciadora Iniciador: estfinato de chumbo que recebe a ação do perscussor Oxidante: nitrato de bário que fornece o combruente necessário para a queima da combustível Combustível: sulfeto de antimônio que fornece energia para inflamar a pólvora (propelente) Para (Wallace J. S. 2008, p. 39) os primers são misturas, que uma vez submetidas ao cho- que da percussão inflamam o propelente presente no cartucho, geralmente, a pólvora. Essa reação gera uma grande energia devido a queima e expansão os gases. O primer deve ser seguro e barato e deve desencadear uma reação exotérmica ao sofrer um choque do percussor. Os fatores esperados do primer são: o volume dos gases, o peso das partículas produzidas e a duração da chama. O primeiro primer foi desenvolvido em 1805, pelo reverendo Alexander Forysth, baseado em fulminato de mercúrio. Desde lá, cada fabricante tem a sua formulação, que é defendida como segredo industrial. Na atualidade, existem centenas de primers patenteados por diversos fabricantes, porém, a grande maioria das munições modernas mantém o padrão Sinoxyd, de composição nitrato de bário, estifnato de chumbo, sulfeto de antimônio e tetrazina, que são os componentes espe- rados ao analisarmos amostras residuográficas. Nessa composição, o estifnato de chumbo e o sulfeto de antimônio explodem quando lhes é aplicada pressão. Já o nitrato de bário fornece o oxigênio necessário para essa reação, enquanto o sulfeto de antimônio age como combustí- vel e prolonga a queima durante todo o processo. Entendam, cada fabricante tem seu próprio primer, que é tratado como segredo industrial, dificultando a perícia residuográfica. Porém, existem algumas substâncias que são esperadas no processo, por exemplo, o Dinol (composto explosivo de nome comercial DDNP). A primeira espoleta, que foi instalada na região posterior do cartucho, foi produzida por Joshua Shaw, no ano de 1814, utilizando fulminato de mercúrio. Porém, no ano de 1818, essa mistura foi substituída por fulminato de mercúrio, cloreto de potássio, enxofre e carvão. Essa O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana mistura é altamente corrosiva, sendo necessário uma limpeza completa dos componentes da arma após o tiro. As espoletas paraarmas de cano curto e para cano longo são diferentes, cada uma com suas especificidades, tamanhos, quantidade e composição do primer. Observe: Revólveres e Pistolas (diâmetro) Cano Longo (diâmetro) Variam entre 0,175” e 0,210” (4,44 mm e 5,33 mm) Variam entre 0,240” e 0,245” (6,1 mm e 6,22 mm) As espoletas são agrupadas em 5 tamanhos: Tamanho de espoleta Large rifle Small rifle Large pistol Small pistol Shotgun As espoletas do tipo “Large” tem diâmetro de 0,210”, já as espoletas do tipo “small”, tem espoletas de diâmetro de 0,175”. As espoletas para “shotguns” possuem diâmetro de 0,243”. Embora espoletas para rifles e pistolas possuam o mesmo diâmetro, a quantidade de pri- mer para armas de cano longo e as paredes dos cartuchos são maiores, pois necessitam de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana maior resistência devido à alta pressão no interior da câmara que esses tipos de armamen- tos impõem. 3.5. Pólvora: O propelente é a mistura química que, ao ser deflagrada, produz energia suficiente para expandir os gases e produzir o tiro. Para a doutrina mais purista, pólvora e propelente são a mesma coisa, mas existem muitos tipos de propelentes, que fique bem claro. Mas, para fins de prova, não há dúvidas que devemos tratar propelentes como pólvora sem medo nenhum. Resumidamente, dividiremos a pólvora em dois grupos: pólvora negra e pólvora moderna. • Pólvora negra Habita no imaginário popular que a pólvora é encontrada pronta para uso na natureza, fato que não é verdade. A pólvora é na verdade uma mistura de componentes químicos, por exem- plo, a pólvora negra, que é composta de nitrato de potássio (salitre), carvão e enxofre. Essa mistura revolucionou os combates, pois na antiguidade era comum se utilizar lanças e espadas e, sem dúvidas, o uso da pólvora decidiu os rumos dos combates. Com o advento da pólvora negra, a necessidade do combate aproximado, que era altamen- te danoso e imprevisível, deu lugar ao combate à distância e tornou-se essencial nas batalhas. A doutrina aponta que os chineses e indianos foram os pioneiros do uso de pólvora ne- gra para finalidades pirotécnicas. Mas somente no início do século XIV, o monge Berthold Schwartz, associou o uso da pólvora a arma de arremesso, fato que deu origem à artilha- ria moderna. Não vamos nos debruçar sobre a história da pólvora negra, pois não é comum que o perito se depare com esse tipo de material em suas análises residuográficas. Mas, é necessário que o profissional da área saiba que ela existe e quais componentes químicos se espera obter des- sa análise. Melhor pecar pelo excesso do que pela falta! Substâncias previstas em análises residuográficas de pólvora negra: Nitrato de potássio (KNO3) Carvão Enxofre • Pólvoras modernas O propelente de arma individual é um material explosivo capaz de gerar energia suficiente para a expansão dos gases no interior da câmara. (WALLACE J. S., 2008, p. 57) define que o propelente ideal deve reunir alguns elementos indispensáveis para queimar o combustível dentro da câmara, numa boa relação entre massa e a energia liberada por essa relação energética. Do contrário, pode detonar (explodir) e não queimar rapidamente, que é o que se espera. Observe o que se espera do propelente ideal: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 79www.grancursosonline.com.br Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições CRIMINALÍSTICA Silvio Duarte Santana Propelente ideal Substância pura sólido Atóxico Estável Fácil de armazenar Fácil ingnição Massa compacta Barato Fácil de preparar Facilmente disponível Não produzir fumaça ou resíduos Energia convertida completamente em gases Por óbvio, nenhum elemento reúne todas as características acima, por isso, devemos ter em mente que propelente é uma mistura de várias substâncias. Essa mistura defende do fa- bricante, que a trata como segredo industrial. Além disso, a necessidade bélica dos militares e das forças policiais são levadas em consideração, pois cada tipo de combate (guerras ou urbanos) necessita de um tipo diferente de propelente. Em suma, os propelentes devem cumprir as seguintes especificações: I – Processo de fabricação simples, rápido, prático, barato, seguro e com matéria prima de fácil obtenção em tempos de guerras. II – Produtos químicos que não sejam tão agressivos aos armamentos. Pois, o poder cor- rosivo dos propelentes diminui a vida útil dos armamentos. 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Imagina alimentar a arma durante o combate com um propelente que vai explodir com as altas temperaturas de seus canos, claramente, não é a ideia. Outro ponto importante é a taxa de queima, que é a relação enérgica entre o tempo neces- sário para expandir os gases dentro da câmara sem comprometer a segurança do operador ou danificar a arma. Resumindo a ópera: se o propelente explodir muito rápido a arma irá explodir, mas se explodir muito lentamente, a velocidade do projétil será prejudicada. O que fazer para controlar essa taxa de queima? Bem, para (WALLACE J. S., 2008, p. 58) a velocidade de combustão deve ser controlada pela geometria e pelo tamanho do propelente dentro do estojo. Por essa razão, o propelente não será um pó homogêneo, mas uns grânulos revestidos com moderadores para diminuir o tempo gasto na queima. Os propelentes podem ser de base única, base dupla ou base tripla: Propelentes Base única: apenas a nitrocelulose como oxidante. Base dupla: nitrocelulose + nigroglicerina Base tripla: nitrocelulose + nitroglicelina + nitroguanidina Os propelentes modernos oferecem pouco resíduo sólido e pouca fumaça na combustão, fato que dificulta, mas não inviabiliza os exames residuográficos. Essa quantidade de pólvora sem fumaça varia do tipo de armamento e munição utilizados, já outros elementos, como: ni- trogênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono, hidrogênio e vapor d’água são esperados no processo. A expansão dos gases dentro da câmara varia de 700 cm³ -1100 cm³ por grama de prope- lente. A temperatura varia de 1700º C até 3700º C. Por ser um processo extremamente energé- tico, ocorre altas temperaturas, que são extremamente relevantes para a Balística, pois parte da base do projétil é fundida e vaporizada na boca do cano. 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