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SISTEMA DE ENSINO
CRIMINALÍSTICA
Conceitos de Armas, Instrumentos e 
Munições
Livro Eletrônico
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
Sumário
Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições .............................................................................................3
Apresentação .....................................................................................................................................................................3
Suporte ..................................................................................................................................................................................3
1. Balística Forense: ........................................................................................................................................................4
1.1. Divisão da Balística Forense: .............................................................................................................................4
2. Armas de Fogo: Conceito e Classificação: ....................................................................................................6
2.1. Conceito Legal de Armas de Fogo, Acessórios e Munição: .............................................................9
2.2. Classificação das Armas de Fogo: ...............................................................................................................13
3. Cartucho de Munição de Arma de Fogo: Conceito e Divisão: ..........................................................21
3.1. Energia e Poder de Parada: .............................................................................................................................23
3.2. Estojo: ......................................................................................................................................................................... 24
3.3. Projéteis: ...................................................................................................................................................................26
3.4. Espoletas e Primer: ............................................................................................................................................ 29
3.5. Pólvora: ......................................................................................................................................................................32
4. Estrutura e tipos de arma de fogo: ................................................................................................................35
4.1. Identificação das Armas de Fogo: ...............................................................................................................43
Resumo ...............................................................................................................................................................................46
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................66
Gabarito ..............................................................................................................................................................................70
Gabarito Comentado ....................................................................................................................................................71
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
CONCEITOS DE ARMAS, INSTRUMENTOS E MUNIÇÕES
Salve guerreiro(a), tudo bem? Sou o professor Silvio Santana e é com imensa satisfação 
que ministrarei o curso de Criminalística.
Caso você tenha Instagram, siga-me e me acompanhe nesta rede social. Sempre posto 
muitos conteúdos relacionados às carreiras policiais.
@profsilvio_santana
Antes de você iniciar os seus estudos, irei contá-lo(a) um pouco sobre minha trajetória, 
para que eu chegasse até aqui, diante de você, para contribuir com a sua futura aprovação.
Minha primeira graduação foi em Física, que me possibilitou seguir por 17 anos no magis-
tério lecionando para o Ensino Médio e Faculdades da região do Distrito Federal. Após conclu-
são de um Mestrado, dediquei-me arduamente ao ramo dos concursos públicos, onde obtive 
algumas aprovações que mudaram a minha história e de minha família.
Iniciei a vida de concurseiro sendo aprovado no concurso da Secretaria de Educação do 
Distrito Federal no ano de 2010, onde pude exercer a função de professor. Porém, o sangue 
policial falou mais alto e em 2010 comecei o projeto visando as carreiras policiais. Procurei 
graduar-me em direito e especializar-me em Direito Constitucional, onde pude lecionar direito 
com foco nas carreiras policiais em diversos cursos preparatórios do Distrito Federal.
Obtive diversas aprovações, como: Oficial de Justiça, Polícia Militar do Distrito Federal, Ins-
tituto Federal de Educação e, atualmente, sou policial no Estado de Goiás.
A minha rotina de estudos e a minha guinada de vida (professor para policial) aconteceram 
motivada por um sentimento ímpar de ser policial. De certo não abandonei a carreira de magis-
tério e exerço as duas funções com muito afinco e responsabilidade.
Suporte
Informo-lhe que me coloco à disposição para sanar qualquer dúvida que você tenha sobre 
o conteúdo das aulas.
Ter dúvidas é muito importante. São as dúvidas que nos ajudam a evoluir, a crescer como 
estudante. Tirar dúvidas é primordial. Quando você faz uma pergunta sobre algo que não com-
preendeu perfeitamente e recebe uma resposta com qualidade, que é o que farei para você, 
aquele conteúdo entra em local de destaque dentro de sua memória.
Sendo assim, peço-lhe encarecidamente: tenha dúvidas; tire suas dúvidas.
Gostaria de solicitar que você avalie este material!
Vamos começar nosso estudo?
Vamos à luta?
Bons estudos!
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
1. Balística Forense:
Para analisar locais de crime, o perito deve conhecer profundamente balística com a finali-
dade de dizer a dinâmica dos eventos e apontar a autoria do delito.
Balística é o ramo da física que estuda os movimentos dos projéteis. Projéteis são corpos 
que se deslocam no espaço sob a ação de um impulso inicial e um campo gravitacional.
Para fins de prova, balística é o estudo das armas de arremesso, das munições e de seus 
efeitos. Além disso, a balística forense procura analisar o deslocamento e efeito das armas de 
fogo, dos cartuchos e seus componentes.
1.1. Divisão Da Balística Forense:
A balística pode ser dividida em:
Balística
Interna
Externa
Terminal
a) Balística Interna: Refere-se às armas de fogo, às munições, aos mecanismos de aciona-
mento do gatilho e aos movimentos do projétil dentro do cano e suas raias.
Desde os primórdios da humanidade, o homem busca artefatos para se defender de preda-
dores e garantir a sua própria segurança e de suas famílias. Esse comportamento autodefesa 
é comum em todo ser vivo, desde os mais primitivos até os menos primitivos. Portanto, um 
comportamento totalmente instintivo.
Porém, movidospelo instinto de sobrevivência, apenas o homem é capaz de confeccionar 
os mais variados tipos de armas desde o berço da humanidade.
Claro, com o decurso do tempo o homem aprimorou essas armas. A cultura Clóvis, que fo-
ram os primeiros a colonizar a América, tem esse nome devido as lanças que fabricavam com 
lascas de pedras e couros de animais.
Com a necessidade de se matar com alguma segurança, o uso de lanças foi ficando desca-
bido, pois o confronto corporal na hora do ato era inevitável. Imagine entrar em confronto direto 
com um urso de 300 Kg? Pois é, a necessidade de se aprimorar mecanismos que garantam o 
ataque a uma distância segura foi essencial para o desenvolvimento das armas.
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
Em um primeiro momento, a ideia de se impulsionar um projétil para ferir ou matar veio da 
necessidade da caça, mas sabemos que as armas ganham o destino que os seus operado-
res quiserem.
No início, os projéteis eram lançados com as mãos e mais tarde foram criados as fundas, 
arcos, catapultas, onagros e outros. Lembra-se de você bem novo fazendo estilingues (atira-
deira, baladeira, funda) ou sei lá o nome que você chama na sua região?
Essas armas rudimentares foram sendo aprimoradas, e com o avançar dos séculos foram 
sendo substituídas por armas de fogo, que é o foco do nosso estudo. Segundo (WALLACE J. 
S., 2008, pp 3-12) “os projéteis ganharam maior peso, velocidade, maior distância de arremesso 
e maior precisão de matar ou ferir.”
A descoberta do metal foi um dos principais impulsionadores para a criação de armas de 
uso humano. Não por acaso os historiadores dividem os períodos da a pré-história em “idade 
da pedra” e “idade do bronze”.
Com a descoberta da pólvora, que os historiadores atribuem aos chineses em meados do 
século IX, os projéteis ganharam mais possibilidades e, com isso, as armas de fogo de desen-
volveram, fato que estudaremos em momento oportuno.
Agora que já estudos, resumidamente, a evolução das armas, iremos entender o que é, de 
fato, a balística interna.
A balística interna compreende todos os fenômenos que ocorrem no interior da arma até 
o exato momento em que o projétil sai do cano. Desde a fase do impulsionamento inicial, que 
gera a queima do propelente na câmara e expande os gases, até a saída completa do projétil 
do cano. Este estudo fica baseado então na temperatura, volume e pressão dos gases no in-
terior da arma durante a explosão do material combustível, assim como também se baseia no 
formato da arma e do projétil.
b) Balística externa: é o movimento do projétil até atingir o alvo, ou seja, da boca do cano 
até o anteparo. O movimento do projétil no ar sofre ação da força gravitacional que a Terra 
exerce sobre todos os corpos, e isso também deve ser levado em consideração no estudo da 
balística externa.
Não obstante, o interesse da Perícia Criminal, geralmente, são disparos efetuados até uma 
distância de 10 m. Via de regra, nessa distância, os efeitos da resistência do ar e da ação 
da gravidade podem ser desprezados sem grandes prejuízos periciais. Porém, por vezes será 
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
necessário realizar perícias criminais de balas perdidas, muito comum em regiões de intenso 
confronto entre polícia e criminosos. Ou até mesmo ação de “snipers”, que utilizam armas com 
maior poder energético em combates em regiões de guerra ou, eventualmente, em centros ur-
banos por meio dos atiradores de elite das forças policiais.
Para efeito de estudo, consideraremos apenas tiros de curtas e médias distâncias.
c) Balística Terminal: é a interação do projétil com um corpo material qualquer, como: cor-
po humano, um carro, uma vidraça, uma parede, uma vestimenta etc. As consequências que 
esse projétil proporciona ao corpo atingido, os ferimentos e os vestígios são de suma interesse 
da análise pericial.
Geralmente, quando o corpo humano estiver envolvido no evento, a medicina legal que fará 
análise do corpo e fornecerá informações importantes que ajudarão a entender a dinâmica 
dos eventos.
2. armas De Fogo: conceito e classiFicação:
O nome “arma de fogo”, provavelmente, vem da chama que sai do cano no momento 
do disparo.
As armas pesadas e fixas, mais comumente utilizadas em artilharias em guerras, são pou-
co são utilizadas em combates civis. Por essa razão, debruçaremos nossos estudos em armas 
que podem ser facilmente transportadas por um único operador.
Arma de fogo são artefatos que são projetados para ejetar projéteis a partir de um cano 
contra alvos fixos ou não. Para tanto, é necessário cumprir algumas etapas: apontar, disparar 
o gatilho, produzir o tiro e dar estabilidade à trajetória do projétil.
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
Etapas do 
lançamento de 
projéteis
Apontar o cano
Disparar o gatilho 
(acionamento do 
gatilho)
Produzir o tiro
Dar estabilidade à 
trajetória
Claro, existem muitas maneiras de fornecer energia para o projétil sair do cano, como: ar 
comprimido, mola ou gás. Destarte, a pólvora é o propelente mais comum para fornecer ener-
gia ao projétil, que será o alvo do nosso estudo.
A pólvora não é uma substância encontrada pura na natureza, ela é o nome genérico que 
exemplifica a mistura de centenas de componentes. (Wallace J.S., 2008) ensina que “pólvora 
não é uma substância pura, mas, sim, um nome genérico para centenas de misturas utilizadas 
como propelente para projétil.”
Tubo de metal + Câmara ou similar + Propelente 
As armas de fogo, na sua forma simples, são compostas por um tubo de metal com uma 
das extremidades acopladas a uma câmara, onde o propelente, geralmente pólvora, fornece 
energia através da expansão dos gases para ejetar o projétil.
Já os projetos mais complexos de armas de fogo conseguem ejetar centenas de projéteis 
por minuto a uma distância muito grande. Na lição de (WALLACE, J. S., 2008, p. 3-12) “após 
sete séculos de aperfeiçoamento, hoje existem armas capazes de produzir até 1500 tiros por mi-
nuto ou, com auxílio de uma mira telescópica, capazes de matar uma vítima selecionada a uma 
distância de 2000 m ou mais.”
O funcionamento de uma arma de fogo, geralmente, consiste em um dispositivo mecânico 
que libera um golpe do martelo (cão da arma) que impulsiona um pino que percute o primer 
(esmagamento da espoleta). Pode existir modelos de arma que o martelo e o percussor estão 
unidos em uma única peça.
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Conceitos de Armas,Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
O primer fica na base do cartucho, e sua composição química permite a queima rápida 
devido ao impacto do percussor. A queima do primer, que é composto por diversos produtos 
químicos, como: a pólvora negra, que era usada nas primeiras armas de fogo, porém, ao ser 
molhada, não conseguia realizar a função de queimar. Já os primers mais modernos, ao con-
trário, são mais especializados, podendo ser de dois tipos: aqueles que usam produtos quími-
cos sensíveis ao choque e aqueles que dependem de produtos químicos acionados por um 
impulso elétrico. Exemplos:
Produtos químicos sensíveis ao 
choque
Produtos químicos acionados por 
impulso elétrico
Arma cartuchos, rifle cartuchos e 
espingarda conchas. Os escovardores, utilizados em artilharias
A arma de fogo é uma máquina térmica que converte a energia química do propelente em 
energia cinética do projétil. Essa conversão de energia libera uma grande quantidade de gases 
quentes, que são responsáveis pela tarefa de agir no projétil desde sua saída do cartucho até 
a boca do cano (Fase interna).
(Jussila, 2005, p. 18) nos ensina que o comprimento do cano e o peso do projétil são os 
fatores principais que determinam a velocidade de saída do projétil da boca do cano.
Sobre a estrutura da arma, deve ser confeccionada de material resistente, pois a energia 
que se desloca entre os seus componentes é de grande monta. O tempo gasto para o percus-
sor atingir o primer e o projétil sair da boca do cano é da ordem de 0,01- 0,03 segundos. Já na 
boca do cano, a velocidade do projétil varia de 300 m/s (650 Km/h) para armamento de baixa 
energia e até 1000 m/s (3800 km/h) para armamento de alta energia. E as temperaturas dessa 
transformação energética gira entorno de 3000º C e as pressões internas do cano são da ordem 
de 2,4 MegaPascal. Muita coisa, não? Vamos separar os dados energéticos para fins didáticos:
Tempo para o percussor atingir o primer 
e o projeto sair da boca do cano
0,01 – 0,03 segundos
Velocidade do Projétil
Baixa energia= 300 m/s (650 km/h);
Alta energia= 1000 m/s (3800 Km/h)
Temperaturas 3000º C
Pressão interna 2,4 MegaPascal
Armas de fogo, que são máquinas térmicas, para uma ação efetiva necessitam de três 
elementos:
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
Elementos
Aparelho 
arremessador
Carga de 
projeção
Projétil
Agora que conhecemos o processo energético das armas, a que o Perito Criminal deve se 
ater ao chegar no sítio da ocorrência? Bem, ao examinar o local de crime a equipe deve tomar 
nota e fotografar a posição em que a arma e dos demais componentes da munição foram 
encontradas, pois poderão compreender melhor a dinâmica dos acontecimentos por meio des-
ses detalhes.
Na Balística Forense, é usual classificarmos os componentes da arma de fogo, com o ob-
jetivo de compreender o seu funcionamento e vincular os componentes das munições encon-
trados no local do crime ao tipo de lesão ou lesões que, possivelmente, causou a morte da 
vítima. Essa associação é fundamental para que a perícia criminal aponte a dinâmica dos 
acontecimentos.
2.1. conceito legal De armas De Fogo, acessórios e munição:
Não é do nosso interesse nos debruçarmos sobre Leis e Decretos, pois existem disciplinas 
específicas para tal. Porém, alguns aspectos da balística forense envolve diretamente alguns 
conceitos previstos na legislação que o candidato deve conhecer.
O Decreto n. 3.665/2000 foi revogado pelo Decreto 9.493/18, que por sua vez foi revogado 
pelo Decreto n. 10.030/2019. Essa atualização legislativa trouxe uma leva de conceitos que 
são muito importantes para a Perícia Criminal, em especial a Balística Forense.
O anexo III do Decreto n. 10.030/2019 apresenta as seguintes definições:
• Acessório de arma de fogo: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria 
do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modifi-
cação do aspecto visual da arma.
• Acessório de arma de fogo: artefatos listados nominalmente na legislação como Produ-
to Controlado pelo Exército – PCE que, acoplados a uma arma, possibilitam a alteração 
da configuração normal do armamento, tal como um supressor de som.
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
Silvio Duarte Santana
• Acessório explosivo: engenho não muito sensível, de elevada energia de ativação, que 
tem por finalidade fornecer energia suficiente à continuidade de um trem explosivo e que 
necessita de um acessório iniciador para ser ativado.
• Agente químico de guerra: substância em qualquer estado físico (sólido, líquido, gasoso 
ou estados físicos intermediários), com propriedades físico-químicas que a torna pró-
pria para emprego militar e que apresenta propriedades químicas causadoras de efeitos, 
permanentes ou provisórios, letais ou danosos a seres humanos, animais, vegetais e 
materiais, bem como provoca efeitos fumígenos ou incendiários.
• Área perigosa: local de manejo de Produto Controlado pelo Exército (PCE) no qual são 
necessários procedimentos específicos para resguardar a segurança de pessoas e pa-
trimônio.
• Arma de antecarga: armas nas quais o carregamento é feito pela parte anterior do cano, 
ou seja, pela extremidade de saída do projétil, tais como bacamartes, arcabuzes e mos-
quetes.
• Arma de fogo automática: arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações 
de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado.
• Arma de fogo de repetição: arma em que a recarga exige a ação mecânica do atirador 
sobre um componente para a continuidade do tiro.
• Arma de fogo obsoleta: arma de fogo que não se presta ao uso regular, devido à sua 
munição e aos elementos de munição não serem mais fabricados, por ser ela própria de 
fabricação muito antiga ou de modelo muito antigo e fora de uso, e que, pela sua obso-
lescência, presta-se a ser considerada relíquia ou a constituir peça de coleção.
• Arma de fogo semiautomática: arma que realiza, automaticamente, todas as operações 
de funcionamento com exceção do disparo, exigindo, para isso, novo acionamento do 
gatilho.
• Arma de fogo: arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases, 
gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente 
solidária a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, 
além de direção e estabilidade ao projétil.
• Arma de pressão: arma cujo princípio de funcionamento é o emprego de gases compri-
midos para impulsão de projétil, os quais podem estar previamente armazenados em 
uma câmara ou ser produzidos por ação de um mecanismo, tal como um êmbolo soli-
dário a uma mola.
• Arma de retrocarga: arma de fogo cuja munição é adicionada ao cano pela parte poste-
rior, ou seja, na parte mais próxima ao atirador, tal como pistola, revólver, carabina, fuzil 
e espingarda.
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
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• Artifício pirotécnico: qualquer artigo, que contenha substâncias explosivas ou uma mis-
tura explosiva de substâncias, concebido para produzir um efeito calorífico, luminoso, 
sonoro, gasoso ou fumígeno, ou uma combinação destes efeitos; devido a reações quí-
micas exotérmicas autossustentadas.
• Bacamarteiros: grupo de pessoas que se apresentam em folguedos regionais dando 
salvas de tiros com bacamartes em homenagem a santos católicos reverenciados no 
mês de junho.
• Bélico: termo usado para referir-se a produto de emprego militar de guerra.
• Blaster: elemento encarregado de organizar e conectar a distribuição e disposição dos 
explosivos e acessórios empregados no desmonte de rochas.
• Calibre: medida do diâmetro interno do cano de uma arma, medido entre os fundos do 
raiamento; medida do diâmetro externo de um projétil sem cinta; dimensão usada para 
definir ou caracterizar um tipo de munição ou de arma.
• Canhão: armamento bélico que realiza tiro de trajetória tensa e cujo calibre é maior ou 
igual a vinte milímetros.
• Carregador: acessório para armazenar cartuchos de munição para disparo de arma de 
fogo. Pode ser integrante ou independente da arma.
• Carregador: depósito ou receptáculo para armazenamento de cartuchos de munição 
para disparo em armas de fogo, integrante ou destacável do armamento.
• Ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, 
a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a dispo-
sição final.
• Detonação: é o fenômeno no qual uma onda de choque autossustentada, de alta ener-
gia, percorre o corpo de um explosivo causando sua transformação em produtos mais 
estáveis com a liberação de grande quantidade de calor; ou prestação de serviço com 
utilização de explosivos.
• Designação: ato pelo qual se atribui competência nas hipóteses previstas neste regula-
mento a Organismo de Avaliação da Conformidade – OAC para coordenar o processo de 
avaliação da conformidade e expedir certificados de conformidade.
• Dignitário estrangeiro: pessoa que exerce alto cargo em representações diplomáticas 
de países estrangeiros.
• Equipamento de bombeamento: equipamento utilizado para injetar material explosivo 
em receptáculos com fins de detonação, podendo ser móvel ou fixo.
• Explosivo: tipo de matéria que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida, com 
grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão.
• Explosivos de ruptura ou altos explosivos: são destinados à produção de um trabalho de 
destruição pela ação da força viva dos gases e da onda de choque produzidos em sua 
transformação.
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Conceitos de Armas, Instrumentos e Munições
CRIMINALÍSTICA
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• Explosivos primários ou iniciadores: são os que se destinam a provocar a transforma-
ção (iniciação) de outros explosivos menos sensíveis. Decompõem-se, unicamente, pela 
detonação e o impulso inicial exigido é a chama (calor) ou choque.
• Fogos de artifício: é um artigo pirotécnico destinado para ser utilizado em entretenimento.
• Freio de Boca: dispositivo colocado ao final do cano para reduzir o recuo do armamento, 
também conhecido como compensador.
• Grupo de produtos controlados: é a classificação secundária referente à distinção dos 
produtos vinculados a um tipo de PCE.
• Homologação: ato pelo qual nas hipóteses e nas formas previstas neste regulamento 
reconhece-se os certificados de conformidade.
• Iniciação: fenômeno que consiste no desencadeamento de um processo ou série de 
processos explosivos.
• Iniciador explosivo: engenho sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade é 
proporcionar a energia necessária à iniciação de um explosivo.
• Iniciador pirotécnico: engenho sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade 
é proporcionar a energia necessária à iniciação de um produto pirotécnico.
• Manuseio de produto controlado: trato com produto controlado por pessoa autorizada 
e com finalidade específica.
• Menos-letais: produtos que causam fortes incômodos em pessoas, com a finalidade 
de interromper comportamentos agressivos e, em condições normais de utilização, não 
causam risco de morte, incluidos os instrumentos de menor potencial ofensivo ou não-
-letais, nos termos da Lei n. 13.060 de 22 de dezembro de 2014.
• Morteiro: armamento bélico pesado de carregamento antecarga (carregamento pela 
boca), que realiza tiro de trajetória curva.
• Munição de salva: munição de pólvora seca de canhões e obuseiros, usada em cerimô-
nias militares.
• Obuseiro: armamento pesado, que realiza tanto o tiro de trajetória tensa quanto o de tra-
jetória curva e dispara granadas de calibres acima de vinte milímetros, com velocidade 
inicial baixa.
• Organismo de Avaliação da Conformidade (OAC) organismo que realiza os serviços de 
avaliação da conformidade e emite o certificado de conformidade.
• PCE de uso permitido: é o produto controlado cujo acesso e utilização podem ser au-
torizados para as pessoas em geral, na forma estabelecida pelo Comando do Exército.
• PCE de uso restrito: é o produto controlado que devido as suas particularidades téc-
nicas e/ou táticas deve ter seu acesso e utilização restringidos na forma estabelecida 
pelo Comando do Exército.
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• PCE de uso permitido: produto controlado listado nominalmente na legislação como 
PCE cujo acesso e utilização podem ser autorizados para as pessoas em geral, obser-
vada a classificação elaborada pelo Comando do Exército, prevista nos decretos regula-
mentadores da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003.
• PCE de uso restrito: produto controlado listado nominalmente na legislação como PCE 
que, devido às suas particularidades técnicas ou táticas, deve ter seu acesso e sua uti-
lização restringidos, observada a classificação elaborada pelo Comando do Exército, 
prevista nos decretos regulamentadores da Lei n. 10.826, de 2003.
• Produto de interesse militar: produto que, mesmo não tendo aplicação militar finalística, 
apresenta características técnicas ou táticas que o torna passível de emprego bélico ou 
é utilizado no processo de fabricação de produto com aplicação militar.
• Propelentes ou baixos explosivos: são os que têm por finalidade a produção de um efei-
to balístico. Sua transformação é a deflagração e o impulso inicial que exigem a chama 
(calor). Apresentam como característica importante uma velocidade de transformação 
que pode ser controlada.
• Proteções balísticas: produto com a finalidade de deter o impacto ou modificar a traje-
tória de um projétil contra ele disparado.
• Quebra-chamas: dispositivo situado ao final do cano, que tem por objetivo diminuir o 
clarão oriundo do disparo.
• Réplica ou simulacro de arma de fogo: para fins do disposto no art. 26 da Lei n. 10.826, 
de 22 de dezembro de 2003, é um objeto que, visualmente, pode ser confundido com 
uma arma de fogo, mas que não possui aptidão para a realização de tiro de qualquer 
natureza.
• Tipo de produtos controlados: é a classificação primária dos produtos controlados pelo 
Exército que os distingue em função de característicase efeitos.
• Trem explosivo: nome dado ao arranjamento dos engenhos energéticos, cujas caracte-
rísticas de sensibilidade e potência determinam a sua disposição de maneira crescente 
com relação à potência e decrescente com relação à sensibilidade.
• Uso industrial: quando um produto controlado pelo Exército é empregado em um pro-
cesso industrial.
2.2. classiFicação Das armas De Fogo:
A classificação tem por objetivo organizar e identificar por características e especificida-
des das armas de fogo, pois existem modelos dos mais variados tipos e projetos. Observe:
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Classificação 
quanto
à alma do cano
ao sistema de 
carregamento
ao sistema de 
inflamação
ao 
funcionamento
ao uso e à 
modalidade
Vejamos agora cada um deles:
• Classificação quanto à alma do cano:
Essa classificação foi proposta pelo professor Eraldo Rabello (1995), onde classificou as 
armas quanto à alma de seu cano, que é uma das principais peças da arma. Os canos são 
submetidos à intensa pressão, por isso, o processo produtivo de cada um difere para cada 
tipo de arma.
O cano da arma de fogo é constituído de aço ou ferro e nas lições de (WALLACE J. S., 
2008): “A superfície interna do cano de revólveres, pistola, carabinas, fuzis, rifles e metralhado-
ras possuem um número de sulcos espinhal, conhecidos como raias.”
Conforme o projeto, os canos da arma de fogo podem se apresentar de duas maneiras:
Cano
alma 
raiada 
alma lisa
A área entre duas raias é chamada de “cheio”, cuja finalidade é produzir sulcos helicoidais 
no projétil. Os “cavados”, fazem com que o projétil gire entorno de seu eixo longitudinal, pois 
esse movimento é necessário para manter a direção do projétil. Já as almas lisas, são utiliza-
das para expelir projéteis esféricos ou balotes.
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Sintetizando:
“Raias” imprimem “ressaltos” nos projéteis.
“Cheios” produzem “cavados” nos projéteis.
O deslocamento do projétil no cano da arma deixa impresso em sua superfície microele-
mentos, que são características que permitem identificar, ainda que indiretamente, a arma de 
fogo utilizada em determinado contexto.
O número de raias depende do tipo de arma, fabricante ou projeto, que pode variar de 2 
(duas) até +20 (mais de vinte) raias. Claro, isso depende do calibre. Pode ter número de raias 
ímpar ou par, orientadas para a direita ou esquerda. Vejamos:
Dextrogiras: orientadas para a direita Sinistrogiras: orientadas para a esquerda
Para periciar esses microelementos temos a micro comparação balística, que será objeto 
de estudo em momento oportuno.
• Classificação quanto ao Sistema de Carregamento:
Nos primórdios, para que uma arma de fogo pudesse efetuar um disparo, era necessário 
introduzir, pela boca do cano, a pólvora e a carga de projeção. Em seguida, era utilizado uma 
ferramenta para socar a pólvora dentro cano junto à carga de projeção (famosa punheteira). 
Essas armas se tornaram obsoletas, mas algumas armas de fabricação artesanal ainda se 
utilizam desse procedimento. No Brasil, alguns exemplos são as espingardas Taquari e Laza-
rina, ambas da indústria Rossi. Não precisa nem mencionar o quanto esse processo era lento, 
não é mesmo?
Com o avançar dos tempos, o cartucho foi inventado por Clement Pottet e aperfeiçoado 
por Casemir Lefaucheux e, com isso, o processo de carregamento foi ganhando celeridade. 
Sobre o sistema de carregamento temos dois modelos:
Carregamento 
por
Antecarga
Retrocarga
a) Antecarga: são todas as armas primitivas ou já obsoletas que possuíam o sistema de 
carregamento pela boca do cano, onde eram alocados a pólvora e a carga de projeção.
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b) Retrocarga: processo de carregamento mais moderno que permite o carregamento pela 
culatra, que representa um grande avanço às técnicas de combate. O desenvolvimento dos 
cartuchos é inerente a esse tipo de carregamento.
Para fins de perícia, é fundamental que se conheça os dois processos de recarga, pois 
as armas artesanais ainda são utilizadas para cometimento de crimes. Agora, virtualmente, 
todas as armas modernas são de carregamento por retrocarga, com exceções das bazucas e 
morteiros.
O desenvolvimento do cartucho em 1829, por Clement Pottet e o cartucho de pino em 
1835, por Casemir Lefaucheux, tornaram processo de carregamento mais dinâmico, pois o 
combatente conseguia recarregar o armamento sem a necessidade de ficar de pé.
O cartucho de pino possuía sua base um pino metálico que se comunicava com a espoleta 
que ficava dentro do cartucho. Quando o pino sofria impacto do percussor da arma, detonava 
a espoleta e provocava o processo de ejeção do projétil devido a expansão dos gases.
Mas o que seria carregar uma arma? Bem, carregar uma arma é o ato de se colocar a muni-
ção dentro dela, ou seja, de modo que se acionando o gatilho, o tiro aconteça. Por óbvio, existe 
doutrina de cursos de armamento e tiro que não concordam muito com essa posição, pois 
consideram que os processos de municiar, alimentar e carregar a arma são distintos. Para fins 
de prova, entenda que carregar uma arma é o ato de coloca-la em condições de realizar o tiro. 
Aqui já lanço o pedido de perdão aos atiradores. Licença pedagógica, eu diria. rsrs
Resumo da ópera:
• Municiar: via de regra municiamos os carregadores das armas, tambores ou tubos.
• Alimentar: inserir o carregador dentro da arma.
• Carregar: é o ato de introduzir uma munição na câmara. Via de regra isso é feito puxando 
o ferrolho da pistola ou as alavancas dos rifles (golpe de segurança). No caso do revól-
ver o carregamento ocorre ao trancarmos o tambor, considerando que haja munição no 
espaço da câmara.
Agora, nem sempre uma arma e alimentada está carregada. Por exemplo, quando inseri-
mos um carregador municiado em uma pistola é necessário que seja feito o movimento do fer-
rolho a retaguarda (golpe de segurança) ou o fechamento do ferrolho por meio o retém do fer-
rolho para que a arma esteja em condições de efetuar o disparo. Já no revólver, se alocarmos 
os cartuchos em todas as câmaras do tambor ele está municiado e carregado. Considerando 
um tambor sinistrogiro, isto é, o tambor gira para a esquerda, se deixarmos apenas a primeira 
câmara à direita sem cartucho, ele estará municiado, mas não carregado.
Não é minha intenção me debruçar sobre a doutrina e conduta de armamento e tiro, mas 
é vital que o perito saiba que muitos acidentes com armas de fogo podem ser ocasionados 
pela inobservância de regras mínimas de segurança, pois o leigo, ao retirar o carregador, pensa 
que a câmara não está com munição e acaba acionando o gatilho. Já vi uma centena de fatos 
como esse.
Sobre o sistema de inflamação ou percussão, temos o direto e indireto:
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Sistema de inflamação 
ou percussão
Direto - o percussor 
está acoplado ao cão, 
podendo ser fixo ou 
oscilante OU esculpido 
no ferrolho.
Indireto - o percussor é 
flutuante, inserido na 
armação ou ferrolho.
Atualmente, por razões de segurança, algumas armas usam percussores flutuantes, que 
são denominados sistema inercial. Nesse sistema, não há contato simultâneo entre o cão, o 
percussor e a espoleta, pois o alojamento do percussor tem comprimento maior que o percus-
sor. Esse sistema evita que ocorra os chamados tiros acidentais, pois fornece uma segurança 
extra em caso de queda do armamento ao solo. Essa modalidade de tiro será estuda em capí-
tulo oportuno.
• Classificação quanto à Inflamação:
A classificação quanto à inflamação depende em qual sistema cada armamento usa para 
propelir o projétil. Para fins de prova conheceremos os principais sistemas:
sistema de 
inflamação
Haste de 
ferro
Mecha
Roda
Miguelete
Percussão 
extrínseca
a) Sistema de inflamação por haste de ferro: modelo muito usado na idade média, onde 
para realizar o disparo era necessário usar uma haste de ferro incandescente de carvão ou bra-
sa. Esse instrumento era introduzido no orifício da câmara onde ocorria a combustão. Sistema 
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pouco prático, pois em condições climáticas desfavoráveis era mais difícil ascender a haste, 
sem mencionar os prejuízos no combate. Sistema nada favorável às armas portáteis.
b) Sistema de inflamação por mecha: esse modelo substitui o modelo de inflamação por 
haste de ferro, pois a mecha era usada para conduzir a chama para o interior da câmara de 
combustão, onde iniciava a queima da pólvora. O grande problema desse modelo era o tempo 
gasto para a queima da mecha, pois o tempo do disparo dependia exatamente desse tempo, 
tornando o tiro algo extremamente lento. Sem mencionar as questões de armazenamento das 
mechas, pois esse material é extremamente sensível à umidade.
c) Sistema de inflamação por fecho de roda: sistema originário do relógio de Nüremberg, 
Alemanha. Esse sistema era composto por uma roda na qual se dava corda, e quando era acio-
nado o gatilho produzia-se uma faísca devido ao atrito entre a pedra de perita e o metal, que 
incendiava a pólvora e, com isso, o disparo da arma.
d) Sistema de inflamação por miguelete: alguns autores apontam que esse sistema era 
derivado do sistema de inflamação por fecho de rodas, na qual a faísca era produzida devido 
ao atrito com sílex, que é uma mistura mineral à base de sílica.
e) Sistema de inflamação por percussão extrínseca: a descoberta da espoleta em 1807 
pelo escocês Alexander John Forysth, onde obteve a patente de um “moderno” sistema de per-
cussão por fulminato de mercúrio, deu origem a um sistema por choque violento. As primeiras 
espoletas em cápsula foram desenhadas em 1815, por Joshua Shaw, onde colocou o fulmina-
to de mercúrio em um pequeno cálice de metal, surgindo assim, o sistema de percussão.
Esse sistema é composto por uma quantidade de explosivo depositada ao fundo de um 
objeto de metal em formato de copo, onde arma-se um pequeno tubo (percussor) que se co-
munica de maneira violenta com o fundo desse copo de metal. A onda de choque provoca a 
detonação do explosivo e, com isso, leva para dentro da câmara de combustão uma boa quan-
tidade de gases aquecidos que geram a deflagração do propelente.
O sistema de percussão extrínseca é imensamente utilizado nos dias de hoje e apresenta 
duas subdivisões, observe:
Sistema de percussão
armas de percussão radial: 
são armas de retrocarga, onde 
a mistura iniciadora é 
depositada na orla do estojo 
pela força centrífuga sem 
utilização de espoleta.
armas de percussão 
central: são armas de 
retrocarga onde a espoleta é 
montada na base do cartucho.
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Sistema de percussão
armas de percussão 
direta: o percussor 
está montado no cão ou 
é um prolongamento do 
cão.
armas de percussão 
indireta: o percussor é 
uma peça independente 
que recebe o impacto 
do martelo ou cão.
• Classificação quanto ao Funcionamento:
Quanto ao funcionamento, temos:
Quanto ao 
funcionamento
Arma de tiro 
unitário
Armas de 
repetição
Armas 
semiatutomáticas
Armas 
automáticas
a) Arma de tiro unitário: armas de carregamento manual que é capaz de efetuar apenas um 
disparo por vez. Em alguns modelos a retirada do estojo deve ser feita manualmente (retrocar-
ga) e alocado um outro no lugar para um novo disparo. Existem também as armas dotadas de 
dois ou mais canos que são classificadas como armas de tiro unitário múltiplo, desde que o 
mecanismo de disparo e a câmara sejam independentes.
b) Arma de repetição: são armas em que o atirador, após a realização de cada disparo, 
decorrente da sua ação sobre o gatilho, necessita empregar sua força física sobre um com-
ponente do mecanismo desta para concretizar as operações prévias e necessárias ao disparo 
seguinte, tornando-a pronta para realizá-lo.
Exemplos: revólveres, algumas carabinas e alguns tipos de fuzis.
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c) Armas semiautomáticas: são armas que realizam, automaticamente, todas as opera-
ções de funcionamento com exceção do disparo, o qual, para ocorrer, requer, a cada disparo, 
um novo acionamento do gatilho. Um exemplo são a grande maioria das pistolas, onde a ex-
pansão dos gases ejeta o estojo após cada disparo e uma nova munição é alocada na câmara.
d) Armas automáticas: são armas em que o carregamento, o disparo e todas as operações 
de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado (é a 
famosa rajada).
• Classificação quanto ao Uso e à Mobilidade:
Quanto ao uso, a arma pode ser de uso coletivo ou uso individual. Essa classificação diz 
respeito ao número de usuários necessários para operar a arma. Já em relação à mobilidade, 
existe muita diferença de interpretação de diversos autores, por essa razão, ficaremos com a 
classificação prevista na Legislação (Revogado Decreto n. 3.665/2000). Observe:
Quanto ao 
uso
Arma não 
portátil
Arma de 
porte
Arma portátil
Arma de uso 
permitido
Arma de uso 
restrito
a) Arma não portátil: arma que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, não pode ser 
transportada por um único homem.
b) Arma de porte: arma de fogo de dimensões e peso reduzidos,que pode ser portada por 
um indivíduo em um coldre e disparada, comodamente, com somente uma das mãos pelo ati-
rador; enquadram-se, nesta definição, pistolas, revólveres e garruchas.
c) Arma portátil: arma cujo peso e cujas dimensões permitem que seja transportada por 
um único homem, mas não conduzida em um coldre, exigindo, em situações normais, ambas 
as mãos para a realização eficiente do disparo.
d) Arma de uso permitido: arma cuja utilização é permitida a pessoas físicas em geral, bem 
como a pessoas jurídicas, de acordo com a legislação normativa do Exército.
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d) Arma de uso restrito: arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algu-
mas instituições de segurança e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente auto-
rizadas pelo Exército, de acordo com legislação específica.
3. cartucho De munição De arma De Fogo: conceito e Divisão:
O cartucho é a unidade da munição. Os cartuchos podem ser para armas raiadas ou ar-
mas lisas. Sendo os cartuchos de arma de cano raiada compostos por 4 partes fundamen-
tais, observe:
Componentes 
do Cartucho
Estojo
Espoleta
Pólvora ou carga 
de projeção
Prójetil
Nas munições de arma de cano liso a composição é a mesma das armas de cano liso com 
a adição das buchas.
A grande maioria das munições apresenta, como mistura iniciadora, o estifnato de chum-
bo, nitrato de bário e sulfeto de antimônio. Já o propelente mais usado é a pólvora sem fumaça, 
que é à base de nitrocelulose e nitroglicerina. Os projéteis mais comuns são de liga de chumbo 
e antimônio, que são enjaquetados com liga de cobre. Geralmente, os projéteis de pistolas 
são encamisados (enjaquetados) por cobre, com exceção do calibre.22”, mas ressalto que os 
revólveres não são enjaquetados.
E o que faz essa tal de camisa ou jaqueta? Bem, elas revestem o chumbo para que ele não 
encasar no cano. Ainda que não seja encamisada, o fabricante tende a revestir o chumbo para 
que não prejudique o cano.
Em locais de crimes com arma de fogo, para fins de perícia, as posições das munições 
devem ser fotografadas e catalogadas e os seus componentes preservados.
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É muito comum que se confunda os conceitos de CARTUCHO, ESTOJO e MUNIÇÃO, po-
rém, não podemos prosseguir com esse erro. Observe:
Cartucho Estojo Munição
É a unidade de munição das 
armas de percussão e de 
retrocarga.
Recipiente tubular que 
serve para conter uma 
espoleta, uma carga 
propelente e um ou mais 
projéteis.
É a designação do material 
ou componente disparado 
a partir de qualquer arma.
A palavra “bala” vem do alemão “ball”, que quer dizer bola. Algumas pessoas dizem que é 
errado atribuir a palavra bala ao projétil. Pois bem, os primeiros projéteis do mundo foram em 
formato esférico de chumbo, portanto, nada de errado nesse termo. Os termos “balística”, “ba-
leado” e “balim” derivam de bala, segue o baile.
(WALLACE, J. S., 2008, p. 9-13) ensina que de maneira popular ou coloquial é comum atri-
buirmos bala tanto ao projétil quanto ao cartucho, sendo assim a mesma coisa, e, portanto, 
somente ser diferenciado em linguagens técnicas quando lavrados em laudos e evitados em 
depoimentos de terceiros leigos no assunto. Para fins de prova, ficaremos com a linguagem 
técnica, ok?
O cartucho metálico moderno foi aperfeiçoado com pólvora sem fumaça e munições de 
alta velocidade somente no final do século XX, lembrando que antes dos cartuchos as armas 
eram carregadas pela boca, fato que prejudicava muito a performance do armamento em cam-
pos de combate, pois o atirador necessitava realizar um procedimento bem demorado para 
carregar o armamento a cada tiro.
O primeiro cartucho era uma espécie de refil com um pacote de papel, com a medida certa 
de pólvora, atada ao projétil. Esse modelo foi usado na Guerra dos Trinta anos, onde o atira-
dor rasgava o papel e municiava a arma. Em um segundo momento, o papel foi substituído 
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papel embebecido em uma solução de nitrato, que garantia uma melhor queima e absorção 
de umidade.
Em 1808, Jean Samuel Pauly desenvolveu modelos de cartuchos mais completos a base 
de latão, espoleta na base e estojo de papel. Esse é considerado pela doutrina um dos inventos 
mais importantes.
Outro cartucho popular foi o de Johann Nikolaus von Dreyse, em 1831. A composição era 
papel, onde era colocado um fulminante no meio do cartucho e não na extremidade superior. O 
fulminante era acionado por um percussor muito grande em forma de agulha, como a principal 
vantagem era usar o próprio projétil como bigorna, por isso, o nome: “Fuzil de Agulha”.
Os cartuchos de primer radial, ainda nos dias atuais encontrados em munição calibre.22”, 
foi desenvolvido por Benjamin Houllier, em 1846. Mas, foram se popularizar em 1854, onde 
a fabricante conhecida Smith & Wesson percebeu que esse projeto era limitado, pois não se 
comportava bem quando submetido a altas pressões das pólvoras modernas, forçando a sua 
descontinuidade.
A partir do ano de 1854, a fabricante Smith & Wesson, utilizando-se do velho projeto de 
Pauly, passou a fabricar suas próprias munições de primer central.
Agora que conhecemos, ainda que resumidamente, a evolução histórica dos cartuchos e 
seus principais projetistas, iremos nos debruçar numa parte mais técnica.
3.1. energia e PoDer De ParaDa:
Consideramos como “força viva” a máxima velocidade de um projétil ao sair da boca do 
cano e a energia que esse movimento realiza. Essa energia é dada e Joules, e é o principal 
parâmetro para se aferir o chamado poder de parada, que é capacidade energética que os 
projetos atingem seus alvos.
A maioria de vocês, futuros peritos (as), já se perguntaram qual critério a legislação brasi-
leira utiliza para delimitar o que é armamento de uso permito ou armamento de uso restrito, 
certo? Então, exatamente isso, o poder de parada!
O poder de parada, ou “Stopping power”, portanto, é essa capacidade de se cessar a ação 
ofensiva do oponente com apenas um tiro (disparo). Destarte, não há intenção de matar o 
oponente, apenas neutralizar sua ação ofensiva com a imediata e instantânea incapacitação. 
Para (Marshall & Sanow, 1992) incapacitar a vítima após o disparo tem por objetivo evitar uma 
possível reação agressiva ou fuga, não podendo o oponente se deslocar mais de 3 metros 
após atingido.
Nesses moldes, a doutrina aponta que.357 Magnum é o melhor nesse quesito, com 96% de 
poder de parada, mas depende da munição. Observe o quadro comparativo abaixo:
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CRIMINALÍSTICA
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Munição Poder de parada
.40 S&W 89% a 94%
.45 ACP (hidra shock) 89%
.45 ACP FMJ 64%
.44 Magnum 81% a 89%
9 mm Luger 62% a 89%
.38 SPL 49 % a 75%
.380 ACP 51% a 65%
Não é nosso objetivo nos aprofundarmos em física, que aliás, é uma ciência maravilhosa, 
mas devemos conhecer aqui algumas partes fundamentais. A energia cinética de um projétil 
pode ser calculada por meio da seguinte equação:
Onde “m” é a massa do projétil, que é definida pela especificação do fabricante, a “v” é a 
velocidade, e depende de algumas variáveis físicas que atuam no movimento do projétil e da 
ocorrência do tiro ao instante de repouso.
Nas lições de (Machado, Ferreira, Ferreira, Borba & Correia, 2020) a capacidade de produ-
zir dano não depende, unicamente, da energia do projétil. Interferências extrínsecas e intrínse-
cas também influenciam, assim como a constituição e formato do projétil.
3.2. estojo:
O Estojo é projetado para suportar a alta temperatura e pressão no seu interior. Esse pro-
cesso energético ocorre entre o projétil, o propelente e o primer toda vez que o gatilho é acio-
nado. Fatores, como: o tipo da arma, da munição e o tipo de ignição (Boxer ou Berdan) são 
relevantes, pois a obturação (expansão do estojo contra a câmara) impede a perda da pressão 
no interior da câmara e, portanto, a perda de sua energia.
A maioria dos estojos são confeccionados com 70% de cobre e 30% de zinco ou 80% de 
cobre e 20% de níquel (niquelado), mas podem ser encontrados estojos de aço revestidos de 
latão, cobre ou laca, alumínio, alumínio revestido de teflon e estojos de papelão e plástico, 
como as utilizadas nas armas de caça.
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Na base de cada estojo aparece o nome e as especificações do fabricante, mas a doutrina 
adverte que não possui valor absoluto, pois pode ser facilmente apagado, principalmente para 
ocultar a origem das munições.
O perito, no sítio da ocorrência, deve se ater às posições dos estojos. A posição em que 
foi encontrado, etiquetando os estojos percutidos ou não, assim como identificar o número do 
lote e fabricante, que é essencial para compreender a dinâmica dos eventos.
Os estojos de projeto único, que são destinados para pistolas, revólveres, fuzis e metralha-
doras são confeccionados em latão 70/30, conforme vimos anteriormente. Já nas armas de 
alma lisa podem ser metálicos.
Os estojos para espingarda são confeccionados de plásticos, com base de latão ou aço 
revestido. A câmara das espingardas de gauge 12, 16 e 20 mm de comprimento. Já a gauge 24 
possuiu comprimento de 65 mm e as 28, 32 e 0.410 comprimento de 63,5 mm.
A partir do ano de 1961, os fabricantes de cartuchos de espingarda adicionaram mais uma 
especificação de cores, sendo a cor vermelha para calibre 12, a cor roxa para a calibre 16 e a 
calibre 20 para amarela. E por qual razão adotaram esses padrões? Bem, para evitar a intro-
dução de um cartucho calibre 20 numa arma calibre 12, que colocaria o operador em risco de 
obstrução do cano no primeiro tiro e explosão no segundo, como já ocorreu algumas vezes.
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Os “fliers”, que são encontrados nos cartuchos com bagos (chumbos), devido ao seu pró-
prio projeto é necessário utilizar pólvoras rápidas e, com isso, vários problemas ocasionaram. 
O mais grave problema é que a queima rápida da pólvora acumula uma grande pressão contra 
a parede do cano, atuando diretamente nos bagos de chumbo e os derretendo.
Na lição de (Di Maio & Di Maio, p. 229), as munições com mais de 50 anos podem ser uti-
lizadas se acondicionadas em condições adequadas e, consequentemente, encontradas em 
locais de crime.
Os estojos das espingardas calibre 12, são de tamanho considerável e podem ser uma boa 
fonte de vestígios, como a impressão digital.
3.3. Projéteis:
Para a física, projéteis são corpos que se deslocam no espaço, sofrendo a ação de um im-
pulso inicial e de um campo gravitacional. Agora, para fins de prova, trataremos o projétil como 
um corpo oriundo de uma arma de fogo.
Os primeiros projéteis eram de chumbo, com calibre que varia de 3 cm a 5 cm e cano liso. 
Claro, que o decurso do tempo houve um processo intenso de modernização, conforme trata-
mos em capítulo próprio.
O movimento rotatório do projétil, que é utilizado para garantir a sua estabilidade, era co-
nhecido desde a antiguidade. Porém, somente em 1520 Augustin Kutler conseguiu o mesmo 
efeito nos projéteis de chumbo, quando introduziu raias internas nos canos das armas de fogo.
No ano de 1863, Willian Ellis Metford, compreendeu que o chumbo era mais arqueável 
que o necessário, pois deixava resíduos importantes nos canos, fato que poderia ocasionar 
problemas no armamento durante a execução numa sequência de tiros. Para diminuir esse 
problema adicionou antimônio, que enrijeceu o chumbo. Esse processo ainda é utilizado nos 
dias de hoje. Mas, somente no ano de 1883 os problemas de o chumbo encrostar partículas 
no cano foram resolvidos, quando Rubin introduziu o encamisamento no chumbo macio no 
núcleo do projétil.
Na perícia em armas de fogo é usual que se busque esses resíduos de chumbo ou cobre 
nos canos das armas.
De um modo geral, todas as munições são encamisadas, com exceção dos revólveres de 
todos os calibres e armas de calibre.22”.
Para cada arma existe um tipo de projétil, geralmente, esse “casamento” é feito ainda na 
fase de projeto, onde verifica-se a razão de ser da arma (finalidade) para elaborar um projétil 
condizente. Os projéteis podem ser de 3 maneiras, observe:
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Projéteis
Não encamisados
Encamisados
Semiencamisados
• Não encamisados: possuem uma fina cobertura de cobre, latão ou outro material colori-
do, que tem as funções cosméticas e lubrificantes. Esse tipo de projétil é bem suscetível 
a danificar os mecanismos da arma, principalmente o cano e o sistema de alimentação 
de armas automáticas e semiautomáticas.
• Encamisados: o encamisamento é feito por galvanoplastia. Quando esse tipo de projétil 
atinge o alvo é comum que a camisa se separe do núcleo, fato que faz reduzir o poder 
de penetração do projétil. Na lição de (Finn, 1987), para evitar que haja descolamento do 
encamisamento com o núcleo do projétil é necessário empreender métodos de colas e 
pregas bem resistentes para fixar melhor a camisa ao chumbo.
• Semiencamisadas: as mesmas possibilidades dos projéteis encamisados, porém, com 
um poder de expansão maior.
Os materiais que são mais usuais para a confecção de camisas são: alumínio, náilon,te-
flon, aço e, principalmente, o latão. Portanto, a busca por esse tipo de material no sítio da ocor-
rência com armas de fogo é bem comum. Em suma, nem todos os projéteis atingem o alvo, 
podendo ser encontrados em locais diversos, como paredes ou carros, por exemplo.
Observe os projéteis mais comuns que podem cair em provas:
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Projéteis mais comuns em 
arma de cano curto
Ogival de chumbo
Ogival encamisada
Encamisada de ponta achatada
Semi encamisada de ponta oca
Semi encamisada de ponta macia
Encamisada de ponta oca
Frangíveis
Perfurantes
Traçantes
Balotes
1. Ogival de chumbo: muito utilizadas em revólveres de uso permitido. Projétil mais barato 
e o seu emprego gera muito desconforto. Seu uso em armas automáticas não é recomendado, 
pois pode ocorrer panes de alimentação.
2. Ogival encamisada: largamente utilizada em pistolas, pois a sua anatomia é muito favo-
rável e facilita a alimentação da arma. Esse tipo de munição evita o acúmulo de chumbo nos 
canos e é ideal contra alvos abrigados, pois é altamente penetrante.
3. Encamisada de ponta achatada: munição não expansiva, onde o poder energético se 
concentra na área frontal.
4. Semiencamisada de ponta macia (Soft- Point): Além dos benefícios quanto a alimen-
tação, velocidade e limpeza, esse tipo cartucho acumula tanto poder de penetração quanto 
poder de expansão.
5. Semiencamisada de ponta oca: os grandes benefícios são a velocidade, alimentação e 
limpeza. Por possuir a ponta oca a energia tende a se expandir no tecido corporal.
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6. Encamisada de ponta oca (Hollow- Point): é, atualmente, a munição de defesa mais uti-
lizada tanto em revólveres quanto em pistolas. A grande vantagem é a expansão do projétil ao 
atingir corpos hídricos, como o corpo humano. O seu projeto leva em consideração o balance-
amento entre a carga e o propelente, o peso e o desenho do projétil, que possibilita alcançar o 
máximo efeito de expansão e deformação quando atinge o alvo.
7. Projéteis Frangíveis: esse tipo de munição não se desintegra ao realizar o deslocamento 
contra o alvo, porém, ao chocar na primeira superfície que lhe ofereça resistência, ele tende a 
se abrir devido a sua estrutura fragmentada. Esse tipo de munição é veloz e não ricocheteia e 
nem transfixa alvos.
8. Perfurantes (Armor Piercing- AP): como o próprio nome sugere, são projéteis ideias 
para perfurar blindagens e carrocerias leves. Esse tipo de munição pode ser encontrado em 
sítio de ocorrências que envolva carro-forte, crime que se popularizou nos últimos anos.
9. Munições traçantes: esse tipo de munição, muito comum em combates noturnos, deixa 
um rastro luminoso, onde o atirador consegue corrigir a trajetória do projétil. Embora não seja 
comum no combate urbano, em algumas favelas do Rio de Janeiro foi possível avistar esse 
tipo de munição.
10. Balotes: esse tipo de munição é muito comum em espingardas municiadas com um 
único projétil e pode ser esférico ou alongado. Cartucho de uso muito comum nas forças poli-
ciais, principalmente quando envolvem combates a curta distância, onde ela se mostra muito 
eficiente. Em ambientes prisionais são encontradas as versões elastômero (munição de borra-
cha) e munições de agentes químicos com efeito retardante ou antimotim.
3.4. esPoletas e Primer:
Os termos primer, espoleta e mistura iniciadora são comumente utilizadas como sinôni-
mos. Mas, de maneira técnica, temos que diferenciar:
Espoleta Primer
O recipiente que contém 
a mistura iniciadora, 
geralmente, feito de 
metal.
O mesmo produto químico que o propelente principal 
(embora geralmente em uma forma de pó mais fino), mas 
derramado em uma panela de flash externo, onde poderia 
ser inflamado por uma fonte de ignição como um fósforo 
lento ou uma pederneira
O exame residuográfico busca vestígios que o primer deixa de chumbo, bário e antimônio 
que ficam nas mãos do atirador. Esses elementos estão presentes na mistura iniciadora, que 
precisam da ação de três componentes, observe:
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Mistura iniciadora
Iniciador: estfinato de 
chumbo que recebe a 
ação do perscussor
Oxidante: nitrato de 
bário que fornece o 
combruente necessário 
para a queima da 
combustível
Combustível: sulfeto 
de antimônio que 
fornece energia para 
inflamar a pólvora 
(propelente) 
Para (Wallace J. S. 2008, p. 39) os primers são misturas, que uma vez submetidas ao cho-
que da percussão inflamam o propelente presente no cartucho, geralmente, a pólvora. Essa 
reação gera uma grande energia devido a queima e expansão os gases.
O primer deve ser seguro e barato e deve desencadear uma reação exotérmica ao sofrer 
um choque do percussor. Os fatores esperados do primer são: o volume dos gases, o peso das 
partículas produzidas e a duração da chama.
O primeiro primer foi desenvolvido em 1805, pelo reverendo Alexander Forysth, baseado 
em fulminato de mercúrio. Desde lá, cada fabricante tem a sua formulação, que é defendida 
como segredo industrial.
Na atualidade, existem centenas de primers patenteados por diversos fabricantes, porém, 
a grande maioria das munições modernas mantém o padrão Sinoxyd, de composição nitrato 
de bário, estifnato de chumbo, sulfeto de antimônio e tetrazina, que são os componentes espe-
rados ao analisarmos amostras residuográficas. Nessa composição, o estifnato de chumbo e 
o sulfeto de antimônio explodem quando lhes é aplicada pressão. Já o nitrato de bário fornece 
o oxigênio necessário para essa reação, enquanto o sulfeto de antimônio age como combustí-
vel e prolonga a queima durante todo o processo.
Entendam, cada fabricante tem seu próprio primer, que é tratado como segredo industrial, 
dificultando a perícia residuográfica. Porém, existem algumas substâncias que são esperadas 
no processo, por exemplo, o Dinol (composto explosivo de nome comercial DDNP).
A primeira espoleta, que foi instalada na região posterior do cartucho, foi produzida por 
Joshua Shaw, no ano de 1814, utilizando fulminato de mercúrio. Porém, no ano de 1818, essa 
mistura foi substituída por fulminato de mercúrio, cloreto de potássio, enxofre e carvão. Essa 
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mistura é altamente corrosiva, sendo necessário uma limpeza completa dos componentes da 
arma após o tiro.
As espoletas paraarmas de cano curto e para cano longo são diferentes, cada uma com 
suas especificidades, tamanhos, quantidade e composição do primer. Observe:
Revólveres e Pistolas (diâmetro) Cano Longo (diâmetro)
Variam entre 0,175” e 0,210” (4,44 mm e 
5,33 mm)
Variam entre 0,240” e 0,245” (6,1 mm e 
6,22 mm)
As espoletas são agrupadas em 5 tamanhos:
Tamanho de 
espoleta
Large rifle
Small rifle
Large pistol
Small pistol
Shotgun
As espoletas do tipo “Large” tem diâmetro de 0,210”, já as espoletas do tipo “small”, tem 
espoletas de diâmetro de 0,175”. As espoletas para “shotguns” possuem diâmetro de 0,243”.
Embora espoletas para rifles e pistolas possuam o mesmo diâmetro, a quantidade de pri-
mer para armas de cano longo e as paredes dos cartuchos são maiores, pois necessitam de 
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maior resistência devido à alta pressão no interior da câmara que esses tipos de armamen-
tos impõem.
3.5. Pólvora:
O propelente é a mistura química que, ao ser deflagrada, produz energia suficiente para 
expandir os gases e produzir o tiro. Para a doutrina mais purista, pólvora e propelente são a 
mesma coisa, mas existem muitos tipos de propelentes, que fique bem claro. Mas, para fins 
de prova, não há dúvidas que devemos tratar propelentes como pólvora sem medo nenhum.
Resumidamente, dividiremos a pólvora em dois grupos: pólvora negra e pólvora moderna.
• Pólvora negra
Habita no imaginário popular que a pólvora é encontrada pronta para uso na natureza, fato 
que não é verdade. A pólvora é na verdade uma mistura de componentes químicos, por exem-
plo, a pólvora negra, que é composta de nitrato de potássio (salitre), carvão e enxofre.
Essa mistura revolucionou os combates, pois na antiguidade era comum se utilizar lanças 
e espadas e, sem dúvidas, o uso da pólvora decidiu os rumos dos combates.
Com o advento da pólvora negra, a necessidade do combate aproximado, que era altamen-
te danoso e imprevisível, deu lugar ao combate à distância e tornou-se essencial nas batalhas.
A doutrina aponta que os chineses e indianos foram os pioneiros do uso de pólvora ne-
gra para finalidades pirotécnicas. Mas somente no início do século XIV, o monge Berthold 
Schwartz, associou o uso da pólvora a arma de arremesso, fato que deu origem à artilha-
ria moderna.
Não vamos nos debruçar sobre a história da pólvora negra, pois não é comum que o perito 
se depare com esse tipo de material em suas análises residuográficas. Mas, é necessário que 
o profissional da área saiba que ela existe e quais componentes químicos se espera obter des-
sa análise. Melhor pecar pelo excesso do que pela falta!
Substâncias previstas em análises residuográficas de pólvora negra:
Nitrato de potássio (KNO3) Carvão Enxofre
• Pólvoras modernas
O propelente de arma individual é um material explosivo capaz de gerar energia suficiente 
para a expansão dos gases no interior da câmara.
(WALLACE J. S., 2008, p. 57) define que o propelente ideal deve reunir alguns elementos 
indispensáveis para queimar o combustível dentro da câmara, numa boa relação entre massa 
e a energia liberada por essa relação energética. Do contrário, pode detonar (explodir) e não 
queimar rapidamente, que é o que se espera. Observe o que se espera do propelente ideal:
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Propelente ideal
Substância pura
sólido
Atóxico
Estável
Fácil de armazenar
Fácil ingnição
Massa compacta
Barato
Fácil de preparar
Facilmente disponível
Não produzir fumaça ou resíduos
Energia convertida completamente em gases
Por óbvio, nenhum elemento reúne todas as características acima, por isso, devemos ter 
em mente que propelente é uma mistura de várias substâncias. Essa mistura defende do fa-
bricante, que a trata como segredo industrial. Além disso, a necessidade bélica dos militares 
e das forças policiais são levadas em consideração, pois cada tipo de combate (guerras ou 
urbanos) necessita de um tipo diferente de propelente.
Em suma, os propelentes devem cumprir as seguintes especificações:
I – Processo de fabricação simples, rápido, prático, barato, seguro e com matéria prima de 
fácil obtenção em tempos de guerras.
II – Produtos químicos que não sejam tão agressivos aos armamentos. Pois, o poder cor-
rosivo dos propelentes diminui a vida útil dos armamentos.
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III – Produtos estáveis ao ser deslocado de um ponto ao outro, onde o risco de autocom-
bustão deve ser minimizado. Ninguém quer transportar um produto que vai explodir no cami-
nho ou no processo da montagem, certo?
IV – Prazo de validade longo e capacidade de performance em condições adversas, princi-
palmente as climáticas.
V – Propelente resistente às altas temperaturas dos canos das armas, quando em comba-
te. Imagina alimentar a arma durante o combate com um propelente que vai explodir com as 
altas temperaturas de seus canos, claramente, não é a ideia.
Outro ponto importante é a taxa de queima, que é a relação enérgica entre o tempo neces-
sário para expandir os gases dentro da câmara sem comprometer a segurança do operador ou 
danificar a arma. Resumindo a ópera: se o propelente explodir muito rápido a arma irá explodir, 
mas se explodir muito lentamente, a velocidade do projétil será prejudicada.
O que fazer para controlar essa taxa de queima? Bem, para (WALLACE J. S., 2008, p. 58) 
a velocidade de combustão deve ser controlada pela geometria e pelo tamanho do propelente 
dentro do estojo. Por essa razão, o propelente não será um pó homogêneo, mas uns grânulos 
revestidos com moderadores para diminuir o tempo gasto na queima.
Os propelentes podem ser de base única, base dupla ou base tripla:
Propelentes
Base única: apenas a nitrocelulose como 
oxidante. 
Base dupla: nitrocelulose + nigroglicerina
Base tripla: nitrocelulose + nitroglicelina + 
nitroguanidina
Os propelentes modernos oferecem pouco resíduo sólido e pouca fumaça na combustão, 
fato que dificulta, mas não inviabiliza os exames residuográficos. Essa quantidade de pólvora 
sem fumaça varia do tipo de armamento e munição utilizados, já outros elementos, como: ni-
trogênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono, hidrogênio e vapor d’água são esperados 
no processo.
A expansão dos gases dentro da câmara varia de 700 cm³ -1100 cm³ por grama de prope-
lente. A temperatura varia de 1700º C até 3700º C. Por ser um processo extremamente energé-
tico, ocorre altas temperaturas, que são extremamente relevantes para a Balística, pois parte 
da base do projétil é fundida e vaporizada na boca do cano.
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