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aula 7 linguagem e argumentação

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7ºAula
Gêneros e tipos textuais
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• compreender os tipos textuais;
• identificar as diferenças entre textos disc ritivos, narrativos e argumentativos.
Querido(a) aluno(a)
Nesta aula, abordaremos a tipologia textual, ou seja, os tipos 
de textos que se classificam em narrativos, descritivos, expositivos, 
argumentativos e injuntivos. No dia a dia, percebemos, no entanto 
o nosso contato com os textos falados e escritos que se apoiam em 
“formas padrão e apresentam estruturas estáveis”. São os denominados 
gêneros textuais, que “são práticas sociocomunicativas por marcarem 
situações sociais específicas, sendo essencialmente heterogêneos” de 
acordo com Bonni (2006, p. 208).
Bons estudos!
40Linguagem e Argumentação
1 - Gêneros textuais
2 - Orientações para redigir senhas
1 - Gêneros textuais
Ao analisarmos um gênero textual na visão de Bakhtin 
(1997), constatamos que:
Seções de estudo
a) possui um plano composicional;
b) diferencia-se pelo estilo e pelo conteúdo temático;
c) trata-se de entidades escolhidas de acordo com a 
necessidade temática e a situação comunicativa.
Koch (2004), afirma que os indivíduos desenvolvem 
uma competência genérica que lhes possibilita a produção e a 
compreensão dos gêneros textuais e até mesmo denominação. 
Daí, termos condições de identificarmos um gênero ao 
observar “a composição, o conteúdo, o estilo o propósito 
comunicacional e o modo de articulação do texto”.
Verifique como isto realmente acontece, tentando 
perceber pela sua competência metagenérica quais são os 
gêneros dos exemplos a seguir:
Fonte: Disponível em: thttp://www.tirinhas.com.
b) Não passou
Passou?
Minúsculas eternidadesdeglutidas por mínimos 
relógios
ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão- a tua mão, nossas mãosrugosas, têm o antigo 
calor de quando éramos vivos. Éramos?
Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.
(Carlos Drummond de Andrade)
Fonte: Disponível em: http://www.medonline.com.br/med_ed/med10/cda.jpg.
c) 
Fonte: Disponível em: http://www.assineabril.com.
Observe, após a leitura, o plano composicional do texto, 
ou seja, a forma como se organiza, como as informações estão 
distribuídas e os elementos não verbais: o padrão gráfico, a 
cor, a ilustração etc. A seguir, analise o conteúdo temático, 
percebendo como é desenvolvido e, finalmente, constate o 
estilo empregado. Com certeza, você concluiu que se tratam 
de gêneros diferentes, não é?
Faz-se importante esclarecer a você, aluno (a), que há 
ainda a possibilidade de hibridização ou intertextualidade 
de gêneros – “mescla de gêneros” – quando um gênero 
assume a forma de um outro, em função do objetivo da 
comunicação. Pode-se citar como exemplos uma charge 
construída sob a forma de problema ou uma propaganda em 
forma de testamento. Nesses casos a função comunicativa é 
mais importante do que a forma para se determinar o gênero 
textual.
Koch (2004, 113) conclui após estudos, que:
a noção de gêneros textuais é respaldada em 
práticas sociais e em saberes
socioculturais, porém os gêneros podem 
sofrer variações em sua unidade temática, 
forma composicional e estilo;
todo e qualquer gênero textual possui estilo; 
em alguns deles, há condições mais favoráveis 
(gêneros literários), em outros, menos 
favoráveis (documentos oficiais, notas fiscais), 
para manifestação do estilo individual;os 
gêneros não são instrumentos rígidos e 
estanques, o quer dizer que “a plasticidade 
e dinamicidade não são características ou 
inatas dos gêneros, mas decorrem da dinâmica 
da vida social e cultural e do trabalho dos 
41
autores” (Alves Filho, 2005: 109);
os gêneros não se definem por sua forma, mas 
por sua função. (...) um gênero pode assumir 
a forma de outro e, ainda assim, continuar 
pertencendo àquele gênero.
É necessário esclarecer, ainda, que os gêneros textuais 
reúnem, geralmente, dois ou mais tipos textuais o que é 
denominado de heterogeneidade tipológica. Um e-mail 
pode, por exemplo, apresentar diversos tipos textuais como: 
descritivo, narrativo, argumentativo etc.
2- Orientações para redigir senhas
Com relação aos textos, tão necessários para o 
desenvolvimento das atividades acadêmicas de seu curso, 
a dificuldade de escrita também existe. Entre os gêneros 
textuais, os mais solicitados são o resumo e a resenha. Você já 
conhece o resumo, não é? Sabe produzi-lo?
Qualquer que seja sua resposta, optamos por esclarecer, 
agora, como redigir resenhas com a intenção de que daqui em 
diante o receio de produzir o referido gênero seja substituído
por determinação e vontade de aprender. Para tanto, 
apresentamos, também, orientações de como efetuar o 
referido gênero.
Segundo Azevedo (1996: 31), resenha é a apreciação 
crítica entre determinada obra. Visa a incentivar a leitura do 
livro comentado e trata-se de um texto curto para publicação 
em periódicos especializados.
Sabe-se, no entanto, que há resenhas que não incentivam 
a leitura da obra.
A resenha constitui-se de três partes que são: dados sobre 
a obra e o autor, resumo
e crítica que não necessitam estar obrigatoriamente nesta 
ordem.
a) Os dados sobre a obra devem conter as seguintes 
informações:
•	 título completo da obra;
•	 autor ou autores da obra;
•	 editora/coleção de que a obra faz parte;
•	 data de publicação;
•	 número de páginas e volumes;
•	 divisão em capítulos e assuntos dos capítulos;
Você pode iniciar o desenvolvimento da resenha com:
•	 objetivo(s) da obra;
•	 informações sobre o autor: vida, obras e 
conhecimento em relação ao assunto.
b) O resumo deve apresentar a organização geral da 
obra, mostrando os pontos relevantes (observar 
orientações para redigir resumo).
c) A crítica é composta por comentários e opiniões 
sobre a obra resenhada que respondam aos seguintes 
questionamentos:
•	 o(s) objetivo(s) do autor(es) foi/foram alcançados? 
Justificar;
•	 qual a importância do texto?
•	 para qual leitor é recomendada a obra?
•	 qual a sua opinião geral sobre a obra? (linguagem / 
estrutura / teoria(s)).
Obs.: Você pode ainda comparar com outras obras e ser 
polido em suas críticas.
Exemplo de resenha:
Impactos ambientais urbanos no Brasil é uma coleção de artigos de 
diferentes autores, organizados por Antônio Teixeira Guerra e Sandra 
Baptista da Cunha, que analisam os impactos ambientais enfrentados 
por cidades brasileiras em diferentes contextos econômicos, sociais e 
históricos da ocupação do território brasileiro.
Em sua grande maioria, as cidades brasileiras nasceram e se 
desenvolveram sem nenhuma preocupação de adequada utilização do 
solo e do espaço. Conceitos como sustentabilidade, qualidade do ar e da 
vida aqui por estas plagas são coisa recente, talvez impulsionadas pelo 
Rio-92.
Os artigos escolhidos abordam problemas ambientais em cidades 
estudadas pelos organizadores e pelos demais autores de capítulos: 
pequenas cidades como Açailândia, no Maranhão, cujo nascimento e 
crescimento estiveram ligados à economia da madeira e da extração de 
ferro de Carajás. Sorriso, no Mato Grosso, tema de um capítulo, é um 
assentamento criado pelo governo federal através de políticas públicas 
de ocupação do cerrado brasileiro, no começo da década de 1980. 
Ocupado principalmente por população vinda do sul do país, Sorriso 
vive da agricultura de grande escala mecanizada, às margens do Rio 
Teles Pires, um subafluente do Rio Madeira, que deságua no Amazonas. 
Teresópolis, Florianópolis e Petrópolis e seus problemas ambientais são 
tema de capítulos específicos, assim como Rio de Janeiro e São Paulo.
O que mais chama atenção do leitor ao longo da obra, independente 
do tamanho ou das características da cidade, é a falta de planejamento 
do setor público. Talvez seja esta a maior constante, similar nos casos 
extremos desde de Sorriso e Açailândia até São Paulo e Rio de Janeiro. 
Os assentamentos humanos brasileiroscarecem de qualquer esboço de 
planejamento, sendo seu crescimento orientado pela lógica do maior 
lucro, até onde as questões ambientais começam a impor um ônus tão 
grande que se invoca a ação pontual e emergencial do Estado.
Neste sentido, apesar da diversidade de autores e estilos, o livro é 
42Linguagem e Argumentação
uma séria crítica à ação do Estado nos três níveis, municipal, estadual 
e federal. Setores da população urbana brasileira convivem com 
problemas ambientais sérios, capazes de provocar mortes como 
deslizamentos, desbarrancamentos e enchentes. Falta de infra-estrutura 
básica como saneamento e esgoto em áreas residenciais de classe baixa 
fornecem o material perfeito para o desenvolvimento de voçorocas, 
grandes ravinas formadas por erosão do solo, que podem, em estados 
avançados, provocar deslizamentos de terra. Em Sorriso, Mato Grosso, 
uma cidade fundada há apenas quinze anos, o estado de deterioração 
ambiental chama a atenção para a facilidade e o curto prazo em que o 
homem pode modificar o ambiente natural, tornando-o inadequado à 
vida. A cidade é pontilhada por voçorocas que castigam os habitantes 
cotidianamente. Ruas inteiras somem dentro delas, principalmente as de 
bairros mais pobres, é claro. A poluição das águas do rio Teles Pires pelos 
defensivos e insumos agrícolas tornam a água inadequada ao consumo. 
A população urbana brasileira, principalmente a de grandes centros, vive 
constantemente em situação ambiental muito ruim. Tênues esforços 
públicos são levados a cabo em véspera de desastre, para evitar o 
mal maior. Mas, de maneira geral, o brasileiro não está educado nem 
conscientizado para a necessidade de mudar de hábitos e efetivamente 
melhorar o ambiente e a qualidade de vida urbana, em vez de só evitar 
o mal maior. Iniciativas - tímidas - como o rodízio de carros particulares 
em São Paulo, entre 1996 e 1998, deram mostras de seu potencial em 
melhorar a qualidade do ar e de reduzir o caos no transporte.
Porém, esbarram no individualismo da solução automotiva e do status 
que o carro tem na nossa contemporaneidade.
No Rio de Janeiro, habitações de classe baixa proliferam em áreas de 
risco de deslizamento. O poder público faz vista grossa, por não poder 
oferecer melhores condições de habitação a esta população. No verão 
e nas enchentes, o salve-se-quem-puder dos resgates e o denuncismo 
da mídia são a tônica. Embora utilize conceitos e terminologias de 
várias áreas de conhecimento dedicadas a questão ambiental, a obra 
é basicamente um livro de geografia. Os organizadores são geógrafos 
e professores do Departamento de Geografia da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro/ Universidade do Brasil. Embora tenha sido planejado 
para alunos e pesquisadores não só de geografia, mas de áreas com 
preocupação ambientais como engenharia civil e agronômica, ciências 
da terra, biologia/ecologia e geografia, a obra fica aquém do que se 
esperaria no quesito clareza de expressão e preocupação com jargões 
e terminologias específicas da geografia. O leitor não-geógrafo poderá 
sentir alguma dificuldade. Por outro lado, o livro é muito bem-sucedido 
na escolha dos problemas relevantes a serem tratados, que devem 
interessar a todo o universo-alvo escolhido, bem como ao brasileiro em 
geral que esteja preocupado com os destinos do país.
A conservação da natureza, da Amazônia, e a preservação da 
biodiversidade são temas constantes nos nossos diários e noticiários. 
Estão na pauta do dia, junto com esforços de grandes organismos 
internacionais como a ONU e o Banco Mundial. É preciso dizer com igual 
clareza e embasamento científico que o espaço das cidades também 
pertence ao universo de preocupações ambientais dignas de esforço 
público e investimentos. Nossa modernidade tecnológica precisa, 
definitiva e irreversivelmente, incluir critérios de excelência ambiental 
no planejamento urbano das cidades. No Brasil, este é um imperativo 
imediato, caso não queiramos endossar o exemplo da cidade de São 
Paulo, onde o caos no transporte e o nível de qualidade do ar beiram 
constantemente o limite aceitável. Em alguns casos ultrapassam 
Fonte: BUYS, Bruno. Impactos ambientais urbanos no Brasil. In: MACHADO, Anna 
Rachel (Org.). Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. p. 43-45. (Atualizado 
em 22/06/01). Acesso em: www.comciencia.br/resenhas/impactos.htm 29 out. 04 
.
Percebeu com se faz uma resenha? Se tiver dúvidas, envie 
perguntas pelo mural.
Sugerimos, a seguir, a leitura de mais um texto para 
aprimorar seu conhecimento:
1. Diretrizes gerais
Esta seção apresenta alguns subsídios para a preparação de resenhas 
(também chamados de resumos críticos) e revisões bibliográficas 
(também chamadas revisão de literatura). Estes subsídios devem ser 
tomadas como uma ferramenta para o iniciante e sintetizam a pratica 
mais comum utilizadas nos jornais de grande circulação e mesmo em 
revistas especializadas. No interior de um curso universitário, eles podem 
tomar outros contornos.
Resenha é uma apreciação sobre determinada obra. Seu objetivo 
principal é incentivar a leitura do livro e dialogar com o seu autor. 
Revisão bibliográfica é uma compilação critica e retrospectiva em torno 
de determinado assunto da discussão de determinado tema, como 
aparecem nos livros, e também dialogar com os seus autores. Ambas 
exigem leitura e analise critica do material coletado.
Ao escrever seu texto, seja uma resenha ou uma revisão, tenha em 
mente o espaço delimitado, os objetos propostos e o público alvo. Com 
isso claro, faço um esboço do que vai escrever.
2. Leitura e Análise
A seguir, são apresentadas algumas sugestões de procedimentos quanto 
à leitura à análise de livros. Destinam-se àqueles que vão resenhar pela 
primeira vez.
A leitura
Pode-se falar em quatro níveis de leitura. A leitura elementar e aquela 
que fazemos no primeiro estagio de aprendizado; nada se exige do livro, 
nem do leitor. Na leitura inspecional, procura-se tomar conhecimento 
geral do texto, sem se deter no conteúdo total da obra. Na leitura 
analítica, há uma preocupação em interpretar o conteúdo do livro, em 
exame. No último nível (leitura sinóptica), há um empenho mais em 
relacionar comparativamente o conteúdo dos livros a partir de tópicos 
preliminarmente estabelecidos.
As leituras inspecional e analítica fazem parte do processo de preparação 
de uma resenha. A leitura sintoptica constitui a essência das revisões 
bibliográficas.
A Leitura Inspecional
Na leitura inspecional, faz-se dois exercícios: a pré-leitura e a leitura 
superficial.
A pré-leitura, indispensável, consiste em perceber genericamente do que 
se trata o livro que se lê. Pra tanto:
1. Leia a folha de rosto e seu verso, onde são informados: título, autor, 
editora, local,de edição e data; e ainda: tradutor, titulo original, 
ficha catalográfica, datas das edições, data do copyright (primeira 
edição), etc. Com isso, você terá uma primeira visão geral.
2. Leia a publicidade sobre o livro que se encontra em dois lugares: 
nas orelhas, e na quarta capa. Isto lhe dá idéia do conteúdo do livro.
3. Leia o sumário (erroneamente chamado de índice), por lhe dar 
também uma noção geral do conteúdo do livro. Às vezes, o sumário 
não diz nada.
4. Leia o prefácio ou prólogo ou apresentação. Com isto, você vai 
43
entrando mais ainda no corpo do livro; essa é uma parte do livro 
bem humana, geralmente escrita na primeira pessoa do singular.
5. Passe os olhos sobre os capítulos, pra ver em linhas gerais o que 
cada um quer dizer.
6. Veja as referências bibliográficas. Pelos autores consultados, você já 
vislumbra o contorno geral do pensamento do autor.
7. Veja os índices (remissivos, analíticos, temáticos, onomásticos) ao 
final.Infelizmente, e já uma desgraça tradição os livros em língua 
portuguesa não conterem índice.
Nisto você terá gasto 30 minutos que serão ganhos, acabado o processo. 
A leitura Superficial consiste em ler o livro todo de uma só vez, sem 
preocupações interpretativas.
A análise
Ler é entender.A leitura pressupõe a análise. Aqui estão algumas 
sugestões, para uma análise melhor:
Co-nasca com o livro
Isto é, deixe-se penetrar pelo sentido do texto. Deixe que ele fale, como 
se você acreditasse perdidamente no texto. Apaixone-se por ele, como 
se estivesse você mesmo escrevendo o livro. Torne o autor um amigo 
seu. Só assim você aprenderá o seu conteúdo. A crítica virá depois.
Destaque as questões relevantes
Retire do texto o trecho em que as questões mais importantes são 
apresentadas. Escolha um método de marcação. Você tem duas opções: 
Riscar o livro ou anotar numa folha separada. Adote um sistema o siga 
ate o final. Para os destaques sugerimos quatro tipos de marcações:
• uma barra vertical {/} em todas a extensão do trecho relevante.
• duas barras verticais {//} em toda a extensão do trecho ainda mais 
relevante.
• uma barra {/} e a palavra tese naquilo que lhe parecer central no 
livro.
• duas barras {//} e a expressão grande tese naquilo que parecer 
mais central no livro.
• sublinhamento daquilo que merecer uma citação formal no 
conteúdo do seu resumo.
• aqui surgirão problemas. Pode ser que o que parece relevante 
ou relevantíssimo, ao final não pareça tanto. Ótimo. Ao rever cada 
marcação, você fará uma nova seleção agora mais crítica.
Há dois tipos de marcação que podem ser úteis:
• a interrogação {?} quando você acha duvidoso.
• a exclamação {!} quando você encontrar algo curioso ou 
interessante.
Assim quando folhear o livro de novo, você terá um grande mapa das 
suas idéias.
Analise o livro
Você chegou, então, ao ponto central do seu caminho: a análise do 
conteúdo e da forma com o qual esta trabalhando. Para isso, será útil 
um roteiro apresentado no quadro 1.
Em linhas gerais, a análise pode ser feita em três momentos. Neles você 
apontara os problemas, falará das relação proposta/realização, revelará 
a ideologia e fará um juízo de valor sobre o texto.
1) 1) Estabeleça a suspeita. Duvide da avaliação daquilo que o autor 
diz. Verifique se os fatos que ele conta são verdadeiros, pergunte 
se as conceituações feitas correspondem ao objetivo investigado, 
indague se são válidas as respostas dadas pelo autor aos problemas 
levantados.
2) Compare as argumentações do autor com os autores. Isto e 
imprescindível, para que sua crítica tenha fundamento e não seja 
um mero achismo seu. A sua opinião e importante, mas você deve 
refutar um equivoco com outro equívoco.
3) Critique o tratamento dado: há documentação? Há objetividade? 
Há clareza?
4) Critique a organização material. Às vezes o material é bom, mas de 
tal forma que está disposto faz perder boa parte do trabalho.
5) Veja se os objetivos propostos foram alcançados.
6) Todos nós temos nossas concepções. Há uma estrutura ideológica 
em tudo o que afirmamos, neutralidade não existe. Então cabe 
perguntar se os pressupostos do autor estão claros ou se ele 
os esconde, mascarando-as. O que esta por trás do texto? Que 
interesse o autor defende? Quem ganha com o triunfo de suas 
idéias? O que ele quer ao dizer isto? Estas são as perguntas 
necessárias.
7) Mostre a validade ou não das propostas do autor. E preciso ter 
opinião sobre o livro e então comunicá-la ao leitor.
A resenha
Apreciação crítica sobre determinada obra, a resenha visa incentivar 
a leitura do livro comentado. Trata-se, geralmente, de um texto curto 
para publicação em periódicos especializados. Seu tamanho pode variar 
entre duas (para jornais não especializados) e dez laudas (publicações 
científicas).
As três seções principais da resenha são: introdução, resumo e opinião.
Introdução
Deve ser breve, procure contextualizar o conteúdo em que trata o texto. 
Discuta a relevância do assunto. Assim o leitor fica localizado no tempo 
e no espaço. O objetivo da introdução e levar o leitor a ler a resenha.
Resumo
Ocupe-se em resumir o texto. Você terá aqui duas opções: um resumo 
sem crítica aberta ou um resumo com crítica. No resumo sem crítica 
aberta, você simplesmente apresenta as idéias principais do autor, 
concatenando-as e ordenando-as. Elas não devem ser jogadas uma 
atrás da outra: sempre um parágrafo ou uma frase deve ser relacionado 
com o que vem antes e depois.
No resumo com crítica, você já vai exercendo a sua opinião, mostrando 
os pontos falhos, revelando as ideologias, destacando os pontos válidos.
Surge aqui o problema da citação formal: elas devem parecer, mas 
não em muita abundância.No caso do resumo com crítica, as citações 
formais ocorrerão, mais (com aspas).
Sempre que elas ocorrerem devem ser seguidas de indicação das 
paginas de onde foram extraídas. Quando há reelaboração do texto, 
esta indicação não é necessária.
44Linguagem e Argumentação
Opinião
Ao analisar o texto você recolheu um vasto material. Agora selecione 
este material, ordene-o e apresente em sua conclusão. Enfim, o livro tem 
alguma validade? Que tipo de validade? O que falta ao livro? Há alguma 
originalidade? A leitura é agradável? Há um cem numero de aspectos 
que você pode considerar. E esses aspectos também devem estar bem 
inter-relacionados. Quando for apontado algum senão, será útil indicar a 
pagina onde o leitor pode ir e conferir.
Fonte: AZEVEDO, Israel Belo de. Diretrizes gerais. In: ______. O prazer da 
produção científica. 4. ed. Piracicaba: Unimep, 1992. p. 28-33.
3- Os tipos textuais
Tenho certeza de que a sua leitura já se efetua de maneira 
diferente daquela que você fazia antes de iniciar estas aulas: 
mais reflexiva, ou seja, menos mecanizada. Quanto à produção 
textual escrita, também estou convicta que de você a realizará, 
com mais segurança de agora em diante. Parabéns pela sua 
força de vontade, pois, afinal, você não poderá ser qualquer 
profissional, mas um(a) profissional de destaque.
Para redigir com mais tranquilidade, lembre-se de que não 
faz mal algum você, ter, sempre, como apoio, uma gramática 
e um bom dicionário, uma vez que um acadêmico deve fazer 
uso da variante culta, aquela que convencionalizou-se como 
“correta”. Se surgirem dúvidas, é só consultá-los.
Além desse lembrete, é importante que você conheça os 
tipos e gêneros textuais, pois devemos nos considerar prontos 
para escrever para qualquer situação. Para tanto, faremos, 
primeiramente, uma retomada dos tipos textuais.
Diversos são os autores que tentaram determinar uma 
tipologia textual. Beaugrande & Dressler (apud Elias, 1994: 
150) destacam que o tipo de texto sobressai-se à medida em 
que é relevante para determinada situação. Definem também 
alguns tipos de textos tradicionais, segundo sua contribuição 
para a interlocução, apontando serem os textos descritivos 
aqueles que têm o controle de objetos ou situações; 
sobressaem-se os atributos, estados, exemplos e especificações 
nas relações conceptuais empregadas. Os textos narrativos 
são os que ordenam “ações e eventos” numa sequência 
particular; destacam-se as relações de causa, razão, objetivo, 
capacitação e possibilidade temporal. Mostram, ainda, 
serem os textos argumentativos os que têm como objetivo 
aceitar ou avaliar certas ideias ou crenças como corretas ou 
erradas, favoráveis ou desfavoráveis; enfatizando as seguintes 
relações conceptuais: “razão, significância, volição, valor e 
oposição.” Finalmente, esclarecem que é muito comum os 
textos apresentarem uma mistura de tipos e sua classificação 
dependerá da função dominante.
Merecem destaque, segundo Kock e Fávero (1987, p. 
03) os tipos narrativo, descritivo, expositivo/explicativo e 
argumentativo “stricto sensu”. Assuntos que serão trabalhados 
nos próximos tópicos, continue lendo.
4- Texto narrativo
Koch e Fávero (1987) afirmam que, relacionados à 
dimensão pragmática no tipo narrativo, destacam-se os 
enunciados de ação, tendo como atitude comunicativa o 
mundo narrado, que se manifesta nas seguintes situações 
comunicativas: romances, contos, novelas, reportagens, 
noticiários, depoimentos, relatórios etc. Com referência 
à dimensão esquemática global apresentam eventos em 
sucessão temporal e causal,existindo o “antes” e o “depois” 
(anterioridade e posterioridade). Suas categorias são:orientação, 
complicação, ação ou avaliação, resolução, moral ou estado 
final e as marcas (dimensão linguística da superfície) são 
tempos verbais predominantemente do mundo narrado; 
circunstancializadores e presença do discurso relatado.
Observe um exemplo de texto narrativo:
Texto 1:
MINHA CASTA DULCINÉIA
Fernando Sabino, Quadrante I
Estou numa esquina de Copacabana, são duas horas da 
madrugada. Espero uma condução que me leve para casa. À 
porta de um “dancing”, homens conversam, mulheres entram 
e saem, o porteiro espia sonolento. Outras se esgueiram pela 
calçada, fazendo a chamada vida fácil.
De súbito a paisagem se perturba. Corre um frêmito no ar, 
há pânico no rosto das mulheres que fogem. Que aconteceu? 
De um momento para outro, não se vê mais uma saia pelas 
ruas - e mesmo os homens se recolhem discretamente à 
sombra dos edifícios. 
- Que aconteceu? - pergunto a alguém que passa 
apressado.
É a radiopatrulha: vejo o carro negro surgir da esquina 
como um deus blindado e vir rodando devagar, enquanto 
os olhos terríveis da polícia espreitam aqui e ali. Não se sabe 
como, sua aparição foi antecedida de um aviso que veio 
rolando pelas ruas, trazido talvez pelo vento, espalhando o 
medo e possibilitando a fuga.
Eis, porém, que surgem da esquina mulheres, desavisadas 
e tranquilas. Uma é mulata e alta, outra é baixa e tão preta, que 
é só o vestido se destaca dentro da noite - ambas pobres e feias. 
Veem o inimigo, perdem a cabeça e saem em disparada, cada 
uma para o seu lado. O carro da polícia acelera, ao encalço da 
mulata: em dois minutos ela é alcançada.
A outra, trêmula de medo, se encolhe a meu lado como 
um animal, tentando ocultar-se. O carro faz a volta e vem se 
aproximando.
- Pelo amor de Deus, moço, diga que está comigo.
Já não há tempo de fugir. A pretinha me olha assustada, 
pedindo licença para tomar-me o braço e, assim protegida, 
enfrenta o olhar dos policiais. Tomado de surpresa, fico 
imóvel, e somos como um feliz, ainda que insólito, casal de 
namorados. Compenetro-me, forças secretas dentro de mim 
endireitam-me o corpo para enfrentar a situação. Ouço a voz 
de Quixote sussurrar-me que, agora, ou vou preso com ela, ou 
45
ninguém vai. Na verdade, neste instante de heroísmo, unindo 
a um ser humano pelo braço, sinto-me capaz de enfrentar até 
o Juízo Final, quanto mais a Delegacia de Costumes.
Passado o perigo, a preta retira humildemente o braço do 
meu, faz um trejeito agradecendo, e desaparece na escuridão. 
Eu é que agradeço, minha senhora - é o que pensa aqui o 
fidalgo. Tomo alegremente o meu lotação e vou para casa 
com a alma leve, pensando na existência daquelas pequenas 
coisas, como diria o poeta, pelas quais os homens morrem. 
(Fonte: SABINO, Fernando. Minha casta Dulcinéia. In: 
ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de redação: técnicas de 
redação, produção de textos, temas de redação dos exames 
vestibulares. 5. ed. reform. São Paulo: Moderna, 1998. p. 40).
5- Texto descritivo
Quanto ao texto descritivo, enfatizam que, no que 
diz respeito à dimensão pragmática, os enunciados são de 
estado/ situação, destacando-se na atitude comunicativa o 
mundo narrado ou o mundo comentado com caracterização 
de personagens e do espaço em narrativas, guias turísticos, 
verbetes de enciclopédias, resenhas de jogos, relatos de 
experiências ou pesquisas, reportagens etc. Na dimensão 
esquemática global a superestrutura descritiva apresenta 
uma ordenação espaço - temporal e qualidades assim como 
elementos componentes do ser descrito, sendo as categorias: 
palavras de entrada (tema - título): denominação, definição, 
expansão e/ou divisão. Referindo-se à dimensão linguística 
de superfície as marcas são os verbos predominantemente 
de estado, situação ou indicadores de propriedades, atitudes, 
qualidades; adjetivação abundante; tempos verbais: presente 
no comentário; imperfeito no relato; figuras etc.
Observe, também, exemplos de texto descritivo:
Texto 2:
A CASA DA FAZENDA
Monteiro Lobato
Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. 
Assombradado, erguia-se em alicerces o muramento, de 
pedra até meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique. 
Esteios de cabriúva entremostravam-se, picados a enxó, 
nos trechos donde se esboroara o reboco. Janelas e portas 
em arco, de bandeiras em pandarecos. Pelos interstícios da 
pedra, amoitavam-se samambaias e, nas faces de noruega, 
avenquinhas raquíticas. Num cunhal, crescia anosa figueira, 
enlaçando as pedras na terrível cordoalha tentacular. À porta 
da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito 
esborcinado. (Fonte: LOBATO, Monteiro. A casa da fazenda. 
In: ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de redação: técnicas 
de redação, produção de textos, temas de redação dos exames 
vestibulares. 5. ed. reform. São Paulo: Moderna, 1998. p. 10).
Texto 3:
COMPANHEIROS DE CLASSE
Raul Pompéia, O Ateneu
Os companheiros de classe eram cerca de vinte: uma 
variedade de tipos que me divertia.
O Gualtério, miúdo, redondo de costas, cabelos revoltos, 
motilidade brusca e caretas de símio - palhaço dos outros, 
como dizia o professor; o Nascimento, o “bicanca”, alongado 
por um modelo geral de pelicano, nariz esbelto, curvo e 
largo como uma foice; o Álvares, moreno, cenho carregado, 
cabeleira espessa e intonsa de vate de taverna, violento e 
estúpido, que Mânlio atormentava, designando-o para o 
mister das plataformas de bonde, com a chapa numerada dos 
recebedores, mas leve de carregar que a responsabilidade dos 
estudos; Almeidinha, claro, translúcido, rosto de menina, faces 
de uma rosa doentio, que se levantava para ir à pedra com 
um vagar lânguido de convalescente; o Maurílio, nervoso, 
insofrido, fortíssimo na tabuada: cinco vezes três, vezes 
dois, noves fora, vezes sete?... lá estava Maurílio, trêmulo, 
sacudindo no ar o dedinho esperto... olhos fúlgidos, no rosto 
moreno, marcado por uma pinta na testa; o Negrão, de ventas 
acesas, lábios inquietos, fisionomia agreste de cabra, canhoto 
e anguloso, incapaz de ficar sentado três minutos, sempre à 
mesa do professor e sempre enxotado, debulhando um risinho 
de pouca-vergonha, fazendo agrados ao mestre, chamandolhe 
bonzinho, aventurando a todo ensejo uma tentativa de abraço 
que Mânlio repelia, precavido de confianças; Batista Carlos, 
raça de bugre, valido, de má cara, coçando-se muito, como 
se o incomodasse a roupa no corpo, alheio às costas da aula, 
como se não tivesse nada com aquilo, espreitando apenas 
o professor para aproveitar as distrações e ferir a orelha 
aos vizinhos com uma seta de papel dobrado. Às vezes a 
seta do bugre ricocheteava até a mesa de Mânlio. Sensação; 
suspendiam-se os trabalhos; rigoroso inquérito. Em vão, 
que os partistas temiam-no e ele era matreiro e sonso para 
disfarçar. (Fonte: POMPÉIA, Raul. Companheiros de classe. 
In: ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de redação: técnicas 
de redação, produção de textos, temas de redação dos exames 
vestibulares. 5. ed. reform. São Paulo: Moderna, 1998. p. 15).
As referidas autoras esclarecem, ainda, que com relação 
à dimensão pragmática, no tipo expositivo ou explicativo, 
predomina a afirmação de conceitos, tendo como objetivo 
“fazer saber”; manifesta-se nos manuais didáticos, científicos, 
nas obras de divulgação etc. Quanto à dimensão esquemática 
global, apresenta uma superestrutura expositiva com 
análise e/ou síntese de conceitos manifestada(s), numa 
ordem lógica, podendo apresentar as seguintes categorias 
no enfoque ao tema: a) generalização-especificação (via 
dedutiva); b) especificação-generalização (via indutiva) e c) 
generalizaçãoespecificação - generalização (via dedutivo-
indutiva). Relacionadas à dimensão linguística de superfície, as 
marcas desse tipo de texto são os conectores do tipo lógico, 
os tempos verbais que comentam o mundo, a presença do 
interdiscurso, e a hipótese predominante.
Observe alguns exemplos de textos expositivos/ 
explicativos:46Linguagem e Argumentação
Texto 4:
a. Administração: do Lat. administratione
s. f., ação de administrar; governo; gestão de negócios 
públicos e particulares; conjunto de normas destinadas a 
ordenar e controlar a produtividade e eficiência tendo em 
vista um determinado resultado; conjunto de indivíduos cuja 
função é a de gerir ao mais alto nível uma empresa, instituição, 
etc. ; local onde estão instalados os serviços administrativos.
b. Contablidade: de contábil
s. f., sistema de contas organizadas para determinado 
fim; especialmente, arte da escrituração das contas comerciais; 
lugar de uma casa comercial, de uma empresa, de uma 
repartição pública, etc. , onde se faz a escrituração das receitas 
e das despesas.
6- Texto argumentativo
Koch & Fávero mostram que, na dimensão pragmática, 
o tipo de texto argumentativo tem a função de convencer, 
persuadir o leitor (macro-ato) e seu objetivo é “fazer crer, 
fazer fazer”, destacando-se em situações comunicativas como 
textos publicitários, peças judiciárias, matérias opinativas etc. 
Na dimensão esquemática global, esse tipo de texto mostra a 
ordem ideológica dos argumentos e contra argumentos, ou 
seja, a superestrutura argumentativa já citada anteriormente 
em suas categorias: (tese anterior), premissas - argumentos 
- (contra-argumentos) - (síntese) - conclusão (nova tese). 
Na terceira e última categoria - a dimensão linguística de 
superfície - as autoras elencam as marcas desse tipo de texto, 
que são os modalizadores, os verbos introdutores de opinião, 
os operadores argumentativos, metáforas etc. 
Koch & Fávero (1987, p. 3) concluem ressaltando 
que, em menor ou maior escala, a argumentatividade fazse 
manifestada e presente no texto narrativo, descritivo, 
expositivo e complementam, dizendo ser o tipo argumentativo 
“stricto sensu” aquele que enquadra os textos essencialmente 
argumentativos.
Leia, a seguir, exemplos de textos argumentativos:
Texto 5:
ARGUMENTAÇÃO
 Um dos aspectos importantes a considerar quando se lê 
um texto é que, em princípio, quem o produz está interessado 
em convencer o leitor de alguma coisa. Todo texto tem, por 
trás de si, um produtor que procura persuadir o seu leitor (ou 
leitores), usando para tanto vários recursos de natureza lógica 
e linguística.
Chamamos procedimentos argumentativos a todos 
os recursos acionados pelo produtor do texto com vistas a 
levar o leitor a crer naquilo que o texto diz e a fazer aquilo 
que ele propõe. (Fonte: FIORIN, J. L. & SAVIOLI, F. P. 
Argumentação. In: _____. Para entender o texto: leitura e 
redação.16. ed. São Paulo: Ática, 2001. p. 173).
Texto 6:
A PENA DE MORTE
Cogita-se, com muita frequência, da implantação da pena 
de morte no Brasil. Muitos aspectos devem ser analisados na
abordagem dessa questão.
Os defensores da pena de morte argumentam que 
ela intimidaria os assassinos perigosos, impedindo-os de 
cometer crimes monstruosos, dos quais costumeiramente 
temos notícia. Além do mais aliviaria, em certa medida, 
a superlotação dos presídios. Isso sem contar que certos 
criminosos, considerados irrecuperáveis, deveriam pagar com 
a morte por seus crimes bárbaros.
Outros, porém, não conseguem admitir a ideia de um 
ser humano tirar a vida de um semelhante, por mais terrível 
que tenha sido o delito cometido. Há registros históricos 
de pessoas executadas injustamente, pois as provas de sua 
inocência evidenciaram-se após o cumprimento da sentença. 
Por outro lado, a vigência da pena de morte não é capaz de, 
por si, desencorajar a prática de crimes: estes não deixaram de 
ocorrer nos países em que ela é ou foi implantada.
Por todos esses aspectos, percebemos o quanto é difícil 
nos posicionarmos categoricamente contra ou a favor da 
implantação da pena de morte no Brasil. Enquanto esse 
problema é motivo de debates, só nos resta esperar que 
a lei consiga atingir os infratores com justiça e eficiência, 
independentemente de sua situação socioeconômica. Isso 
se faz necessário para defender os direitos de cada cidadão 
brasileiro das mais diversas formas de agressão das quais é 
hoje vítima constante. (Fonte: GRANATIC, Branca. A pena 
de morte. In: ______. Técnicas básicas de Redação. São 
Paulo: Scipione, 1995. p. 95).
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
essa aula, vamos recordar:
Retomando a aula
1 - Gêneros textuais
Na aula 1, explicamios sobre os gêneros textuais.
2 - Orientações para redigir senhas
Na aula 2, demos exemplos de resumos e resenhas.
3 - Os tipos textuais
Explicamos sobre os tipos textuais.
Nas Seções 4, 5 e 6 vimos os textos narrativos, descritivos
e argumentativos, respectivamente.

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