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Polícia Militar de Minas Gerais PM-MG ON-LINE conteúdo CURSO COM 10H DE VIDEOAULAS SOLDADO Língua Portuguesaæ Direito Penalæ Direito Constitucionalæ Direito Penal Militaræ Direito Humanosæ Estatísticaæ Legislação Extravagante (disponível On-line)æ Edital DRH/CRS Nº 06/2021 Polícia Militar de Minas Gerais PM-MG Soldado NV-002JH-21 Cód.: 7908428800604 Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. Produção Editorial Carolina Gomes Josiane Inácio Karolaine Assis Organização Arthur de Carvalho Roberth Kairo Saula Isabela Diniz Revisão de Conteúdo Ana Cláudia Prado Fernanda Silva Jaíne Martins Maciel Rigoni Nataly Ternero Análise de Conteúdo Ana Beatriz Mamede João Augusto Borges Diagramação Dayverson Ramon Higor Moreira Willian Lopes Capa Joel Ferreira dos Santos Projeto Gráfico Daniela Jardim & Rene Bueno Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra PM-MG – Polícia Militar de Minas Gerais Soldado Autores LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares e Giselli Neves DIREITO PENAL • Renato Philippini, Rodrigo Gonçalves e Jonatas Albino DIREITO CONSTITUCIONAL • Samara Kich e Giovana Marques DIREITO PENAL MILITAR • Rodrigo Gonçalves DIREITO HUMANOS • Ana Philippini e Alexandre Nápoles ESTATÍSTICA • Henrique Tiezzi LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE (ON-LINE) • Samantha Rodrigues, Fernando Zantedeschi, Renato Philippini, Nathan Pilonetto e Antônio Pequeno Edição: Junho/2021 APRESENTAÇÃO Um bom planejamento é determinante para a sua preparação de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen- sando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro foi organizado de acordo com os itens exigidos no Edital DRH/ CRS Nº 06/2021 da PM-MG para o cargo de Soldado. O edital foi didaticamente sistematizado em um sumário subdividido para otimizar o seu tempo e o seu aprendizado. Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica – com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados nas provas, além de Questões Comentadas e a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados da banca organizado- ra do certame. A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes- sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas aulas que você encontra em nossos Cursos On-line – o que será um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan- do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago- ra é com você! Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os con- teúdos disponíveis online para este livro em nossa plataforma: Legislação Extravagante e o Curso com 10 horas de videoaulas, conforme os assuntos cobrados no edital. Para acessar, basta seguir as orientações na próxima página. CONTEÚDO ON-LINE Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on- line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente. BÔNUS: • Curso On-line. à Língua Portuguesa - Interpretação de Texto: Conceitos Importantes à Direito Penal - Da Aplicação da Lei Penal à Direito Constitucional - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: Das Forças Armadas e Da Segurança Pública à Direito Penal Militar - Teoria do Crime à Direito Humanos - Declaração Universal dos Direitos Humanos à Legislação Extravagante - Lei n° 13.869/2019 - Crimes de Abuso de Autoridade: Das Sanções de Natureza Civil e Administrativa e Dos Crimes e Das Penas à Estatística - Estatística Descritiva: Tabelas - Distribuição de Frequências CONTEÚDO COMPLEMENTAR: • Legislação Extravagante. COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar. Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter acesso ao conteúdo on-line. Acesse o endereço novaconcursos.com.br/bônus Digite o código que se encontra atrás da apostila (conforme foto ao lado) Siga os passos para realizar um breve cadastro e acessar seu conteúdo on-line sac@no vaconcursos.com.br VERSO DA APOSTILA NV-003MR-20 Código Bônus DÚVIDAS E SUGESTÕES NV-003MR-20 9 088121 44215 3 Código Bônus SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11 ADEQUAÇÃO CONCEITUAL ............................................................................................................... 11 PERTINÊNCIA, RELEVÂNCIA E ARTICULAÇÃO DOS ARGUMENTOS ............................................................11 SELEÇÃO VOCABULAR ....................................................................................................................................13 ESTUDO DE TEXTO (QUESTÕES OBJETIVAS SOBRE TEXTOS DE CONTEÚDO LITERÁRIO OU INFORMATIVO OU CRÔNICA) ..................................................................................................... 14 TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS ................................................................................. 16 ORTOGRAFIA ...................................................................................................................................... 27 ACENTUAÇÃO GRÁFICA ................................................................................................................... 30 PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 31 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS ..................................................................................... 34 CLASSES DE PALAVRAS ................................................................................................................... 37 FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO ............................................................................................................. 49 TERMOS DA ORAÇÃO ........................................................................................................................ 50 PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO ................................................. 56 FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS .................................................................. 58 EMPREGO DE NOMES E PRONOMES ............................................................................................... 59 EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS .................................................................................... 62 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL (CRASE) ....................................................................................... 63 CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ........................................................................................... 67 ORAÇÕES REDUZIDAS ....................................................................................................................... 72 COLOCAÇÃO PRONOMINAL ............................................................................................................. 73 ESTILÍSTICA ....................................................................................................................................... 73 FIGURAS DE LINGUAGEM ................................................................................................................................73 DIREITO PENAL ..................................................................................................................83CÓDIGO PENAL BRASILEIRO: PARTE GERAL - APLICAÇÃO DA LEI PENAL .................... 83 TÍTULO II: DO CRIME .......................................................................................................................... 92 TÍTULO III: DA IMPUTABILIDADE PENAL .......................................................................................102 TÍTULO IV: DO CONCURSO DE PESSOAS ................................................................................105 TÍTULO V: DAS PENAS .................................................................................................................111 CAPÍTULO I: DAS ESPÉCIES DE PENA, CAPÍTULO II: DA COMINAÇÃO DAS PENAS E CAPÍTULO III: DA APLICAÇÃO DA PENA ......................................................................................................111 DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA ......................................................................................................112 DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ...................................................................................................112 PARTE ESPECIAL: DOS CRIMES CONTRA A PESSOA ..................................................................114 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO .........................................................................................138 DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ..............................................................................160 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL .............................................................................................160 DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL ....................................................................................................165 DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL ...........................................................................................166 DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ............................................................................................169 DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO ............................................................................169 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .........................................................................182 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL .......................182 DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ...........................................................193 DIREITO CONSTITUCIONAL .....................................................................................199 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL .........................................................199 DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ...............................................................................................................200 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ....................................................................................202 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ......................................................................................202 DA NACIONALIDADE ......................................................................................................................................210 DOS DIREITOS POLÍTICOS .............................................................................................................................212 DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .....................................................................................................213 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...........................................................................................................................213 Disposições Gerais ........................................................................................................................................213 Dos Militares Dos Estados, Do Distrito Federal E dos Territórios ...............................................................216 DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES .................................................................................................218 DO PODER JUDICIÁRIO .................................................................................................................................218 Dos Tribunais E Juízes Militares ....................................................................................................... 222 Dos Tribunais E Juízes Dos Estados ............................................................................................................223 DAS DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ............................................224 DAS FORÇAS ARMADAS ................................................................................................................................224 DA SEGURANÇA PÚBLICA .............................................................................................................................225 DIREITO PENAL MILITAR ............................................................................................231 DECRETO-LEI Nº 1001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969 – CÓDIGO PENAL MILITAR, PARTE GERAL ...................................................................................................................................231 TÍTULO I: DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR ......................................................................................231 TÍTULO II: DO CRIME ......................................................................................................................................233 TÍTULO IV: DO CONCURSO DE AGENTES......................................................................................................239 TÍTULO V: DAS PENAS, CAPÍTULO I: DAS PENAS PRINCIPAIS ..................................................................239 CAPÍTULO V: DAS PENAS ACESSÓRIAS ......................................................................................................241 TÍTULO VII: DA AÇÃO PENAL .........................................................................................................................242 TÍTULO VIII: DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ............................................................................................242 PARTE ESPECIAL .............................................................................................................................246 LIVRO I: DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ ................................................................................246 TÍTULO II: DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR ............................................250 CAPÍTULO I: DO MOTIM E DA REVOLTA ........................................................................................................250 CAPÍTULO II: DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO .......................................................................................251 CAPÍTULO III: DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU MILITAR DE SERVIÇO ...........................................251 CAPÍTULO IV: DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A SÍMBOLO NACIONAL OU À FARDA ............................252 CAPÍTULO V: DA INSUBORDINAÇÃO ............................................................................................................252 CAPÍTULO VII: DA RESISTÊNCIA ...................................................................................................................253 TÍTULO III: DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR E O DEVER MILITAR, CAPÍTULO II: DESERÇÃO ................................................................................................................................254 CAPÍTULO III: DO ABANDONO DE POSTO E DE OUTROS CRIMES EM SERVIÇO .......................................255 TÍTULO IV: DOS CRIMES CONTRA A PESSOA, CAPÍTULO I: DO HOMICÍDIO .............................................255 CAPÍTULO III: DA LESÃO CORPORAL E DA RIXA..........................................................................................257 CAPÍTULO IV: DA PERICLITAÇÃODA VIDA OU DA SAÚDE ..........................................................................260 CAPÍTULO VI: DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE, SEÇÃO I: DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL ......................................................................260 SEÇÃO II: DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO ......................................................262 SEÇÃO IV: DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS DE CARÁTER PARTICULAR ...................................................................................................................................................263 TÍTULO VII: DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR, CAPÍTULO I: DO DESACATO E DA DESOBEDIÊNCIA ....................................................................................264 CAPÍTULO II: DO PECULATO ..........................................................................................................................264 CAPITULO III: DA CONCUSSÃO, EXCESSO DE EXAÇÃO E DESVIO..............................................................265 CAPÍTULO IV: DA CORRUPÇÃO .....................................................................................................................266 CAPÍTULO V: DA FALSIDADE .........................................................................................................................267 CRIMES CONTRA O DEVER FUNCIONAL .......................................................................................267 DIREITO HUMANOS .......................................................................................................277 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1948 ..........277 CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA) ........................................................................................288 ESTATÍSTICA ....................................................................................................................301 VISÃO CONCEITUAL BÁSICA ..........................................................................................................301 POPULAÇÃO OU UNIVERSO E CENSO ..........................................................................................................301 AMOSTRAGEM X AMOSTRA .........................................................................................................................301 EXPERIMENTO ALEATÓRIO ...........................................................................................................................302 MÉTODO ESTATÍSTICO ..................................................................................................................................302 VARIÁVEIS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS ............................................................................307 MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL ..............................................................................................308 MÉDIA ..............................................................................................................................................................308 MEDIANA .........................................................................................................................................................309 MODA ...............................................................................................................................................................310 MEDIDAS DE DISPERSÃO ................................................................................................................310 AMPLITUDE .....................................................................................................................................................310 VARIÂNCIA ......................................................................................................................................................311 DESVIO PADRÃO .............................................................................................................................................311 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO MATEMÁTICA DE GRÁFICOS, TABELAS E DIAGRAMAS ESTATÍSTICOS .................................................................................................................................312 LÍ N G U A P O RT U G U ES A 11 LÍNGUA PORTUGUESA ADEQUAÇÃO CONCEITUAL PERTINÊNCIA, RELEVÂNCIA E ARTICULAÇÃO DOS ARGUMENTOS Neste assunto trabalharemos alguns elementos importantes para iniciarmos nossa análise de textos. Começaremos com a estrutura do texto dissertati- vo, uma vez que pertinência e relevância se relacio- nam intimamente com a articulação dos argumentos e da estruturação de um texto dissertativo. Como todos sabem, a dissertação é um tipo de tex- to que se caracteriza pela exposição e defesa de uma ideia que será analisada e discutida a partir de um ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dis- sertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias. Para atender a esse propósito, a dissertação deve apresentar uma organização estrutural que conduza as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto ao reconhecimento da verdade proposta como tese. Compreende-se como estrutura básica de uma disser- tação a divisão da exposição da argumentação em três partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão: A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: Introdução A introdução do texto dissertativo é a apresenta- ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis- sertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento sobre o tema proposto pela banca. Esse momento é muito importante para o leitor, pois é aí que será mostrada a identificação de suas ideias com o tema. É um bom momento para apresentá-lo aos argumentos sequencialmente ordenados de acordo com a progres- são que você dará a sua redação (progressão textual). A introdução deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o pla- no do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar alguma previsibilidade de seu projeto, você, autor, deve expor os caminhos por que percorrerá em sua explanação. Lembre-se de que o leitor, corretor de seu trabalho, é um professor experiente e é a organização que mais o impressionará nesse momento. Por isso, não tenha medo de ser objetivo e previamente ilustra- tivo quanto aos seus propósitos de trabalho. Ex.: Parágrafo de introdução Todos sabem o quanto a tecnologia vem imple- mentando novos valores à vida do homem moder- no principalmente no que diz respeito a sua vida em sociedade (1). É notório o desenvolvimento da tecnologia em campos como o da educação (2) e o dos serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda muito além disso, atingindo vários outros espaços do cotidiano (4) da maioria das pessoas. (1) A tese: a tecnologia vem implementando novos valores à vida do homem moderno principalmente no que diz respeito a sua vida em sociedade; (2), (3), (4) Os argumentos são levantados a fim de sustentar a tese: o desenvolvimento da tecnologia em campos como o da educação (2) / o dos serviços sociais (3) / inovações atingindo vários outros espaços do cotidiano (4). Desenvolvimento O desenvolvimento é a parte em que você deve expor os elementos que vão fundamentar sua tese que pode vir especificada por intermédio de argumentos, de pormenores, de exemplos, de citações, de dados estatísticos, de explicações, de definições, de confron- tos de ideias e contra argumentações. Você poderá usar tantos parágrafos quanto achar necessário para desenvolver suas teorias, porém em redações de cur- ta extensão o ideal é que cada parágrafo apresente objetivamente apenas um dos argumentos a serem desenvolvidos, ou ainda, que esses argumentos sejam agrupados caso vários deles devam ser apresentados para sustentar sua tese. Ex.: apresentação do primeiroargumento sobre “o desenvolvimento da tecnologia em campos como o da educação” Alguns argumentam que é importante reconhecer o papel das redes mundiais de informação para o favorecimento da construção do conhecimento. Hoje é possível visitar um museu, consultar uma biblio- teca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por meio da internet, muito da sabedoria mundial pode ser alcança- da por qualquer pessoa que a deseje. Basta estar diante de um computador, ou de posse de um desses modernos aparelhos celulares para se ligar a qualquer momento ao universo virtual. Hoje é possível ler qualquer livro a qualquer momento em um desses dispositivos. Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o desenvolvimento da tecnologia em campos como o dos serviços sociais” Outro aspecto que merece destaque especial é quan- to ao atendimento oferecido ao cidadão pelos órgãos do serviço público. Já é possível registrar um boletim de ocorrências via computador ou ainda agendar a emissão de passaportes junto às agencias da Policia Federal em qualquer lugar do Brasil. Consultas médicas podem ser marcadas em hospitais públicos ou privados e os exames realizados podem ser consultados diretamente do banco de dados dessas entidades. Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as inovações em vários outros espaços do cotidiano” E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que de muitas outras formas a tecnologia interfere positivamente em nossas vidas. As relações sócias se intensificaram depois do surgimento das várias redes de relacionamento tendo início com o Orkut e o Facebook, permitindo que as pessoas se reencontrem em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria mui- to esforço coletivo para tais eventos. Programas como o Zoom e o Google Meet possibilitam que as pessoas conversem e interajam em diferentes partes do mundo sem nenhum custo além dos já dispensados com seus provedores residenciais. Uma mãe que mora longe dos filhos já pode vê-los ou aos netos, pela tela de um note- book ou celular, sempre que sentir saudade. 12 Conclusão A conclusão é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convin- cente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argu- mentação básica empregada no desenvolvimento. Ex.: considerações finais Tendo em vista esses aspectos observados sobre esse admirável mundo de facilidades técnicas, só nos resta comentar que não foi só o computador que tornou a vida do cidadão mais simples e confor- tável, mas outros campos da tecnologia também contribuíram para isso. Os aparelhos de GPS, que nos orientam a qualquer direção, ou ainda diver- sos dispositivos médicos portáteis, garantem a melhora da qualidade de vida de todos os homens do nosso tempo. ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS Coesão Coesão pode ser considerada a “costura” textual, a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para garantir uma boa coesão no seu texto, você deve pres- tar atenção a alguns mecanismos. Abaixo, em negrito, há exemplos de períodos que podem ser melhorados utilizando os mecanismos de coesão: z Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo, isso, ele... São palavras referentes a outras que apareceram no texto, a fim de retomá-las. Ela = Dolores seu = Ela o = poder Ex.: Dolores e ra beleza única. Ela sabia do seu poder de seduzir e o usava z Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como, a saber... São palavras referentes a outras que irão aparecer no texto: Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender! O pronome demonstrativo este apresenta um ele- mento do qual ainda não se falou = o xampu. z Coesão lexical: são palavras ou expressões equivalentes. A repetição de palavras compromete a qualidade do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos: Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase - êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni- mo semântico da palavra amor, representando-a. z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a omissão de um termo facilmente identificável. Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre- lações entre as partes: Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também galopava. A interrogação representa a omissão do sujeito marechal que fica subentendido na oração. z Conectivos principais: preposições e suas locu- ções: em, para, de, por, sem, com... Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para que, mas... Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos, pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele... Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu iní- cio, a televisão foi usada para facilitar o domínio da sociedade. Como exemplo, podemos citar a chegada do homem à Lua, onde os EUA conseguiram com sua propaganda capitalista frente a uma Guerra Fria, a simpatia de grande parte da população do planeta. Coerência Coerência textual é uma relação harmônica que se estabelece entre as partes de um texto, em um contex- to específico, e que é responsável pela percepção de uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais aspectos envolvidos nessa questão são: z Coerência semântica Refere-se à relação entre significados dos elemen- tos da frase (local) ou entre os elementos do texto como um todo: Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da questão. - Não caberia aqui pensar em centro como bairro de uma cidade. É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio do vocabulário. z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti- cos que o autor utiliza para expressar a coerência semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não existem técnicas científicas, faz-se de pequenos fragmentos...” - como leitor do texto, você deve entender que o pronome cuja foi empregado para estabelecer posse entre obtenção e felicidade. É nesse caso que entra o estudo da coesão com o emprego dos conectivos. z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor, à linguagem que ele emprega para redigir. O lei- tor atento a isso consegue facilmente entender a estrutura do texto e relacionar bem as informações LÍ N G U A P O RT U G U ES A 13 textuais. Além disso, percebendo se a linguagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio inter- pretativo deverá funcionar de uma determinada maneira, como podemos ver neste texto de Fer- nando Pessoa: Já sobre a fronte vã se me acinzenta O cabelo do jovem que perdi. Meus olhos brilham menos. Já não tem jus a beijos minha boca. Se me ainda amas por amor, não ames: Trairias-me comigo. (Ricardo Reis/Fernando Pessoa) z Elementos importantes de coesão e coerência: para continuarmos o estudo de coesão e coerência, devemos relembrar alguns elementos gramaticais importantes: z Pronome demonstrativo: indicam posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando- -o no tempo e/ou no espaço (função dêitica destes pronomes). Podem também ser empregados fazen- do referência aos elementos do texto (função ana- fórica ou catafórica). São eles: ESTE (A/S), ESSE (A/S), AQUELE (A/S) Têm função de pronome adjetivo. ISSO, ISTO, AQUILO, O (A/S) Têm função de pronome substantivo. MESMO, PRÓPRIO, SEMELHANTE, TAL (E FLEXÕES). Quando são demons- trativos, são pronomes adjetivos. SELEÇÃO VOCABULAR Dependendo da situação, a linguagem verbal (escrita e oral) pode ser mais ou menos formal. Quan- do você conversa ao telefone com um velho amigo ou envia uma mensagem de texto para um parente, se comunica de uma forma mais livre;já numa entrevista de emprego ou ao escrever um e-mail solicitando algo a uma autoridade, você escolhe melhor as palavras. Ou seja, o nível de formalidade nas comunica- ções varia conforme a circunstância. A linguagem informal (oral ou escrita) geralmen- te é usada quando temos certo nível de intimidade entre os interlocutores, como nas correspondências entre familiares ou amigos. Já a linguagem formal (na sua forma oral ou escrita), caracterizada pela poli- dez e escolha cuidadosa das palavras, é normalmen- te empregada quando nos dirigimos a alguém com quem não temos proximidade, como no exemplo da seleção de emprego e em outras situações que exigem tal protocolo, como na escrita de um texto científico, um livro didático, na correspondência entre empre- sas e, como veremos mais adiante, na comunicação oficial. O termo “registro” é usado para se fazer referência aos níveis de formalidade na língua falada e na língua escrita. Os níveis de formalidade são chamados, ain- da, de níveis de fala ou níveis de linguagem. Em qualquer ato de linguagem, para a escolha do registro (do nível de formalidade), o indivíduo leva em conta, mesmo que de forma inconscientemente, a situação em que se encontra ao produzir seu tex- to (oral ou escrito). Em outras palavras, ao praticar a comunicação, o autor escolhe um nível maior ou menor de formalidade e, para isso, leva em considera- ção, entre outras coisas: z O seu interlocutor; z Ambiente em que se encontra; z O assunto a ser tratado; e z A intenção, objetivo a ser atingido (informar, soli- citar, persuadir etc.). É observando esses elementos que o autor adequa: z Os vocábulos; z A pronúncia (no caso da fala); z A ortografia (no caso da escrita); e z A estruturação das sentenças. Quanto mais formal for um ato de linguagem, mais cuidado deve ser dedicado aos itens acima. Observe a tabela baixo, retirada do manual de Tex- tos Dissertativo-Argumentativo do Inep, que ilustra os dois tipos de registro, o formal e o informal. REGISTRO FORMAL REGISTRO INFORMAL Jovem para o chefe: Boa tarde, chefe. Infeliz- mente, acabei de sofrer um acidente de trânsito e devo me atrasar, pois es- tou aguardando a polícia, para os trâmites formais, e a seguradora, para o re- colhimento do veículo. Jovem para a mãe: Que droga, mãe! Bateram no meu carro! Tô bem, não se preocupe. Me mande o número da seguradora. Depois te ligo. Note que o fato é o mesmo: o acidente de trânsito no caminho para o trabalho. No entanto, função das duas diferentes situações (avisar duas pessoas com as quais tem diferentes níveis de intimidade), o registro se faz necessário em suas duas espécies: no registro formal e no registro informal. Assim, ao elaborar o texto da redação oficial, deve-se atentar para o uso do registro formal, uma vez que se espera o uso da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Resumindo, a diferença entre linguagem formal e linguagem informal está no contexto em que elas são utilizadas e na escolha das palavras e expressões utilizadas para comunicar. A tabela abaixo apresenta uma comparação entre as duas formas de linguagem. LINGUAGEM FORMAL LINGUAGEM INFORMAL O que é A linguagem formal é aquela utilizada em situações que exigem maior protocolo (situa- ções profissionais, acadêmicas ou quando não existe intimidade entre os interlocutores). A linguagem in- formal é utilizada em situações mais descon- traídas, quando existe maior li- berdade entre os interlocutores. 14 LINGUAGEM FORMAL LINGUAGEM INFORMAL Caracte- rísticas Uso da norma culta (respeito rigoroso às normas grama- ticais) e utilização de vocabulário extenso; Não requer o uso da norma culta, sendo normal o uso de gírias, expressões popu- lares, neologismos (palavras inven- tadas) e palavras abreviadas, como vc, cê e tá. Sofre influência de variações culturais e regionais. Quando se usa Situações mais formais, como entrevistas de em- pregos, palestras, concursos públicos e documentos oficiais. Geralmente, é uti- lizada quando se dirige a superiores, autoridades ou ao público em geral. É mais utilizada quando se escreve. Utilizada em con- versas cotidianas, em mensagens de texto enviadas por celular, chats. Normalmente é usada em conver- sas entre amigos e familiares. O uso mais comum se dá quando se fala. Estou muito atrasado. Caramba, tô muito atrasado. ESTUDO DE TEXTO (QUESTÕES OBJETIVAS SOBRE TEXTOS DE CONTEÚDO LITERÁRIO OU INFORMATIVO OU CRÔNICA) EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (INEP - ENEM - 2020) Montaigne deu o nome para um novo gênero literário; foi dos primeiros a instituir na literatura moderna um espaço privado, o espaço do “eu”, do texto íntimo. Ele cria um novo processo de escrita filosófica, no qual hesitações, autocríticas, cor- reções entram no próprio texto. COELHO. M. Montaigne. São Paulo Publicita. 2001 (adaptado). O novo gênero de escrita aludido no texto é o(a) a) confissão, que relata experiências de transformação. b) ensaio, que expõe concepções subjetivas de um tema. c) carta, que comunica informações para um conhecido. d) meditação, que propõe preparações para o conhecimento. e) diálogo, que discute assuntos com diferentes interlocutores. O gênero ensaio se caracteriza por ser um texto de caráter opinativo, ou seja, através dele se expõe ideias, críticas, reflexões e impressões pessoais, realizando uma possível avaliação subjetiva sobre determinado tema. Quando a citação afirma que Montaigne deu nome a um novo gênero literário, e que esse gênero aborda o “espaço do eu” e contém “hesitações, autocríticas e correções”, demonstra que esse gênero é subjetivo. Analisando as caracte- rísticas do gênero ensaio e as alternativas forneci- das, fica clara a ligação entre a citação e o gênero literário. Resposta: Letra B. 2. (INEP - ENEM - 2020) Seixas era homem honesto; mas ao atrito da secretaria e ao calor das salas, sua honestidade havia tomado essa têmpera flexível da cera que se molda às fantasias da vaidade e aos reclamos da ambição. Era incapaz de apropriar-se do alheio, ou de praticar um abuso de confiança; mas professava a moral fácil e cômoda, tão cultivada atualmente em nossa sociedade. Segundo essa doutrina, tudo é permitido em matéria de amor; e o interesse próprio tem plena liberdade, desde que se transija com a lei e evite o escândalo. ALENCAR, J. Senhora. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015. A literatura romântica reproduziu valores sociais em sintonia com seu contexto de mudanças. No fragmen- to de Senhora, as concepções românticas do narrador repercutem a a) resistência à relativização dos parâmetros éticos. b) idealização de personagens pela nobreza de atitudes. c) crítica aos modelos de austeridade dos espaços coletivos. d) defesa da importância da família na formação moral do indivíduo. e) representação do amor como fator de aperfeiçoamen- to do espírito. Quando observamos a afirmação de que “Seixas era um homem honesto”, “incapaz de apropriar-se do alheio”, “incapaz de praticar um abuso de confian- ça”, mas que por outro lado “professava a moral fácil e cômoda, tão cultivada atualmente em nossa sociedade” e “sua honestidade havia tomado essa têmpera flexível da cera que se molda às fantasias da vaidade e aos reclamos da ambição” é evidente que exista uma resistência à relativização dos parâ- metros éticos. Resposta: Letra A. 3. (ENEM – 2009) Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representa- ção. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialo- gando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outrose à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segun- do uma ordem composta de exposição, conflito, complica- ção, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação. COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado). LÍ N G U A P O RT U G U ES A 15 Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que: a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva. b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebi- do e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpre- tativo dos atores. c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos tex- tuais, entre outros. d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais. e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico inde- pendem do processo de produção/recepção do espe- táculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral. A criação de um espetáculo acontece de forma cole- tiva, em cenário que corresponda ao tema da peça e ao trabalho interpretativo dos atores, que assumem a importância central da peça, seguidos dos efeitos de luz e som. Essa afirmação invalida as alternati- vas a, b, d e e. Além disso, há vários textos cênicos que se originaram de contos, lendas, romances, poe- sias e crônicas, entre outros. Resposta: Letra C. 4. (ENEM – 2009) Assinale a alternativa que que melhor des- creve este trecho de Juca Pirama, de Gonçalves Dias. “IV Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi.” a) Possui características do gênero lírico e do épico. b) Possui características do gênero épico e dramático. c) Possui características do gênero lírico e do dramático d) Possui características apenas do épico. Embora seja um poema narrativo, com uma musi- calidade que alterna versos contos e rimas que ajudam a dar o ritmo da aventura de um herói, o lirismo também é um ponto forte no poema. Respos- ta: Letra A. 5. (ENEM – 2009) Confidência do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulhe- res e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa… Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói! ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poetica- mente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poe- sia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima: a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade. b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos. c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que represen- tam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo. d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as prendas resgatadas de Itabira. e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos. O gênero lírico é caracterizado pela subjetividade, pela emoção e pelo sentimento do eu-lírico. Suas experiências em Itabira, de acordo com o texto, o fizeram triste, orgulhoso e habituado ao sofrimento e à dor. Resposta: Letra C. 6. (CPCON – 2016) Leia o texto a seguir para responder à questão 1 Tempos Loucos – Parte 2 Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos levados a consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos informações, ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do corpo, a obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de consu- mo agora. A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo. 16 Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa inovação tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades consumistas, que é o caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente necessários a partir de então. A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem crítica algu- ma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais, por isso trabalhamos mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra. A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas. Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensi- namos a consumir o que é oferecido; quando um filho pede para o pai levá-la ao show do RBD, e este leva mesmo se considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a estética em questão; quando um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma fes- ta e os pais dão, ensinamos que o que consumimos é mais importante do que o que somos. Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um mercado gene- roso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir des- de cedo e, nessa hora, queremos e esperamos que eles recusem essa oferta. Como?! Na educação, essa nossa característica leva a conse- quências sutis, mas decisivas na formação dos mais novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as pessoas pelo que elas aparen- tam poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo social deles é formado por pares que consomem coisa semelhantes. Não é à toa que os pequenos furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas. Nessa ideologia consumista,é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função. Um car- ro deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio de comunicação; ambos passam a significar status, poder de consumo, condi- ção social, entre outras coisas. A educação tem o objetivo de formar pessoas autôno- mas e livres. Mas, sob essa cultura do consumo, esses dois conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido original. Os jovens hoje acre- ditam que têm liberdade para escolher qualquer coi- sa, por exemplo. Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes, determinadas pelo con- sumo e pela publicidade. Tempos loucos, ou não? Rosely Sayão. Fonte: https://bit.ly/3jCKFT1. Acessado em 18/09/2020. O texto pode ser considerado: a) Resenha, porque tem a finalidade de criticar, avaliar e orientar o leitor, estimulando ou desestimulando-o ao consumismo. b) Relato pessoal, pois tem o objetivo de relatar expe- riências vividas, episódios marcantes na vida de quem escreve. c) Gênero Jornalístico Notícia, pois tem a intenção de informar o leitor sobre os valores que regem o consu- mismo, de forma objetiva e impessoal. d) Artigo de opinião, por ser um texto argumentativo que aborda um tema polêmico e de interesse social. e) Depoimento, por narrar acontecimentos de vida dos jovens. Como podemos notar pela leitura, o texto apresenta a opinião da autora sobre um tema bem atual que envolve o consumo de bens em excesso e a criação de indivíduos nesse sistema. Sobre a configuração do texto, podemos identificar bem a tese defendida por Sayão, as informações que compreendem os argumentos desenvolvidos e a retomada da tese ini- cial na conclusão, dando ao texto um teor de gênero opinativo. Resposta: Letra D. 7. (PREFEITURA DE CONTAGEM – 2016) Fonte: Internet. Acessado em: 01/03/21. Considerando-se que os gêneros textuais apresentam objetivos distintos, pode-se afirmar que é objetivo do texto: a) Apresentar um produto para o leitor. b) Persuadir o leitor a aderir a uma determinada ideia. c) Discutir um problema importante do cotidiano. d) Argumentar sobre a importância da preservação da água. O texto apresenta uma peça publicitária que busca persuadir o leitor a realizar uma determinada ação. No caso em questão, busca-se que o leitor economi- ze água. Os gêneros publicitários usam, predomi- nantemente, a sequência textual injuntiva, na qual predomina verbos no imperativo, como os verbos utilizados na primeira oração do cartaz avaliado. Resposta: Letra B. TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS Tipos ou sequências textuais são unidades que estruturam o texto. Para Bronckart (1999 apud CAVAL- CANTE, 2013), “são unidades estruturais, relativamente LÍ N G U A P O RT U G U ES A 17 autônomas, organizadas em frases”. Os tipos textuais marcam uma forma de organização da estrutura do texto que se molda a depender do gênero discursivo e da necessidade comunicativa. Por exemplo, há gêneros que apresentam a predominância de narrações – con- tos, fábulas, romances, história em quadrinhos etc –, em outros predomina a argumentação – redação do ENEM, teses, dissertações, artigo de opinião etc. No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos essa figura que demonstra como podemos identificar os tipos textuais e suas principais características, tendo em vista que cada sequência textual apresenta característi- cas próprias as quais, conforme mencionamos, pouco ou nada sofrem em alterações, mantendo uma estrutu- ra linguística quase rígida que nos permite classificar os tipos textuais em 5 categorias (Narrativo; Descritivo; Expositivo; Instrucional; Argumentativo). FRASES TEXTOTIPO TEXTUAL GÊNERO TEXTUAL A partir desse esquema, podemos identificar que a orientação gramatical mantida pelas frases apresen- tam marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predominante que o texto deve manter, organizado pelas marcas do gênero textual a qual o texto pertence. TIPO TEXTUAL Classifica-se conforme as marcas linguísticas apresentadas no texto. Também é chamado de sequência textual GÊNERO TEXTUAL Classifica-se conforme a função do texto, atribuí- da socialmente Uma última informação muito importante sobre tipos textuais que devemos considerar é que nem todos texto é composto apenas por um tipo textual, o que ocor- re é a existência de predominância de algumas sequên- cias em detrimento de outras, de acordo com o texto. Dito isso, vamos seguir nossos estudos aprendendo a diferenciar cada classe de tipos textuais, reconhecendo suas principais características e marcas linguísticas. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Narrativo Os textos compostos predominantemente por se- quências narrativas cumprem o objetivo de contar uma história, narrar um fato, por isso precisam man- ter a atenção do leitor/ouvinte. Para tal, lançam mão de algumas estratégias, como a organização dos fatos a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão de um momento de tensão, chamado de clímax, e um desfecho que poderá ou não apresentar uma moral. Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- vo pode ser caracterizado por sete aspectos: z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equi- líbrio, o qual demanda uma situação conflituosa; z Complicação: desenvolvimento da tensão apre- sentada inicialmente; z Ações (para o clímax) – Acontecimentos que ampliam a tensão; z Resolução: Momento de solução da tensão; z Situação final: Retorno da situação equilibrada; z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre a resolução; z Moral: Apresentação de valores morais que a histó- ria possa ter apresentado. Esses sete passos podem ser encontrados no seguin- te exemplo, a canção Era um garoto que como eu... Vamos ler e identificar essas características, bem como aprender a identificar outros pontos do tipo tex- tual narrativo. Era um garoto que como eu Amava os Beatles e os Rolling Stones Girava o mundo sempre a cantar As coisas lindas da América 1. Situação inicial: pre- domínio de equilíbrio Não era belo, mas mesmo assim Havia uma garota afim Cantava Help and Ticket to Ride Oh Lady Jane, Yesterday Cantava viva à liberdade Mas uma carta sem esperar Da sua guitarra, o separou Fora chamado na América Stop! Com Rolling Stones 2. Complica- ção: início da tensão Stop! Com Beatles songs Mandado foi ao Vietnã Lutar com vietcongs 3. Clímax Era um garoto que como eu Amava os Beatles e os Rolling Stones Girava o mundo, mas acabou 4. Resolução Fazendo a guerra no Vietnã Cabelos longos não usa mais Não toca a sua guitarra e sim Um instrumento que sempre dá A mesma nota, ra-tá-tá-tá Não tem amigos, não vê garotas Só gente morta caindo ao chão Ao seu país não voltará 6. Situação final 7. Avaliação Pois está morto no Vietnã Stop! Com Rolling Stones Stop! Com Beatles songs Stop! Com Beatles songs No peito, um coração não há Mas duas medalhas sim 8. Moral Essas sete marcas que definem o tipo textual narra- tivo podem ser resumidas em marcas de organização linguística caracterizadas por: presença de marcado- res temporais e espaciais; verbos, predominante- mente, utilizados no passado; presença de narrador e personagens. 18 Importante! Os gêneros textuais que são, predominantemente, narrativos, apresentam outras tipologias textuais em sua composição, tendo em vista que nenhum texto é composto exclusivamente por uma sequência textual. Por isso, devemos sempre identificar as marcas linguísticas que são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo. Para sua compreensão, também é preciso saber o que são marcadores temporais e espaciais. São formas linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. utilizados para demarcar um espaço físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos, esses elementos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da história, além de garantirema coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais: Atual- mente, naquele dia, nesse momento, aqui, ali, então... Um outro indicador do texto narrativo é a presença do narrador da história. Por isso, é importante aprender- mos a identificar os principais tipos de narrador de um texto: Narrador: também conhecido como foco narrativo é o responsável por contar os fatos que compõem o texto Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pessoa. O narrador participa dos fatos Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém não participa das ações Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não participa das ações, porém o fluxo de consciência do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas, são eles: notícia, diário, con- to, fábula, entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem essencialmente narrativos não significa que não possam apresentar outras sequências em sua composição. Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial prestar atenção nas marcas que predominam no texto. Após demarcarmos as principais características do tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as marcas mais importantes da sequência textual classificada como descritiva. Descritivo O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse tipo textual, geralmente, utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos de textos cujo tipo textual predominante é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista de compras etc. Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impressões a respeito de alguns aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500. Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Fonte: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo para manter a comunicação entre a Corte Portuguesa e os navegadores. Todavia, considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros como, por exemplo, o e-mail. A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos ver no cardápio a seguir: LÍ N G U A P O RT U G U ES A 19 Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o- pai-a-vender-na-web.ghtml Note que há presença de muitos adjetivos, locuções e substantivos que buscam levar o leitor a imaginar o objeto descrito. O gênero acima apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele está organizado de forma esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira que facilita a leitura (o pedido, no caso) do cliente. 20 Organização do texto descritivo: Expositivo O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo textual, é muito comum a presença de dados, informa- ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem para embasar o assunto do qual o texto trata. Para lus- trar essa explicação, veja o exemplo a seguir: Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados- mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua O infográfico acima apresenta as informações per- tinentes sobre o panorama mundial da situação da água no ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da lin- guagem clara e objetiva, de recursos visuais para atin- gir esse objetivo. Assim como os tipos textuais apresentados ante- riormente, os textos expositivos também apresentam uma estrutura que mistura elementos tipológicos de outras sequências textuais, tendo em vista que, para apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti- vos, narrativos e, por vezes, injuntivos. É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, serem confundidos com textos argumentativos, uma vez que existem textos argu- mentativos que são classificados como expositivos, pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma argumentação. Outra importante diferença entre a sequência expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem para a argumentação, uma vez que o fato exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre uma questão não é posto em debate. Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte- rísticas desse conceito sem espaço para opiniões. Marcas linguísticas do texto expositivo: z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre- sença de verbos de estado; z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que organizam a informação; z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos; z Presença de figuras de linguagem como metáfora e comparação; z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao final do texto. Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- dade nos leitores, como o exemplo a seguir: VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO- NARAM O MUNDO 08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 Hedy Lamarr - conexão wireless Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” (1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer- ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên- cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini- migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth. Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado. Instrucional ou Injuntivo O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracteri- zado por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL- CANTE, 2013, p. 73) que busca convencer o leitor a realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na internet, horóscopos e também nos manuais de instrução. A principal marca linguística dessa tipologia é a presença de verbos conjugados no modo imperati- vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. LÍ N G U A P O RT U G U ES A 21 Para que possamos identificar corretamente essa tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- ro textual que apresente esse tipo de texto, como o exemplo a seguir: Como faço para criar uma conta do Instagram? Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo: 1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) ou Google Play Store (Android). 2. Depois de instalaro aplicativo, toque no ícone para abri-lo. 3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi- rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam- bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua conta do Facebook. 4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te- lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha as informações do perfil e toque em Avançar. Se você se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na conta do Facebook, caso tenha saído dela. Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em: 07/09/2020. No exemplo acima, podemos destacar a presença de verbos conjugados no modo imperativo, como: bai- xe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como: instalar, cadastrar, avançar. Outra caracte- rística dos textos injuntivos é a enumeração de passos a serem cumpridos para a realização correta da tare- fa ensinada e também a fim de tornar a leitura mais didática. É importante lembrar que a principal marca linguística dessa tipologia é a presença de verbos conjugados no modo imperativo e em sua forma infi- nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio- nadas pelo gênero. Argumentativo O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais complexo e, por vezes, pode apresentar um maior grau de dificuldade na identificação, bem como em sua análise. O texto argumentativo tem por objetivo a defesa de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa de uma tese e a apresentação de argumen- tos que visam sustentar essa tese. Um exemplo típico desse tipo de texto argumen- tativo são as redações do ENEM. Nesse tipo de texto, a introdução apresenta o ponto de vista (tese) a ser defendido pelo autor de maneira contextualizada. No segundo e terceiro parágrafos, o autor pode utilizar estratégias argumentativas para sustentar o seu ponto de vista, como dados estatísticos, definições, exempli- ficações, alusões históricas e filosóficas, referências a outras áreas do conhecimento etc. Na conclusão, o autor conclui, ratificando seu ponto de vista, e apre- senta possíveis soluções para o problema em questão. Outro aspecto importante dos textos argumentati- vos é que eles são compostos por estruturas linguísti- cas conhecidas como operadores argumentativos, que organizam as orações subordinadas, estruturas mais comuns nesse tipo textual. A seguir, apresentamos um quadro sintético com algumas estruturas linguísticas que funcionam como operadores argumentativos e que facilitam a escrita e a leitura de textos argumentativos: OPERADORES ARGUMENTATIVOS É incontestável que... Tal atitude é louvável, repudiável, notável... É mister, é fundamental, é essencial... Essas estruturas, se utilizadas adequadamente no texto argumentativo, expõem a opinião do autor, aju- dando na defesa de seu ponto de vista e construindo a estrutura argumentativa desse tipo textual. Importante! O tipo textual argumentativo não pode ser confundido com o gênero textual dissertativo- -argumentativo. Esse gênero é composto por sequências argumentativas, mas também há a apresentação, dissertação de ideias, a fim de alcançar a persuasão do ouvinte/leitor. O Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM é um certame que cobra esse gênero em sua prova de redação. Agora que já conhecemos os cinco principais tipos textuais, vamos exercitar nossos conhecimentos com as seguintes questões de concurso: EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (COMPERVE – 2017) A questão refere-se ao texto abaixo. Há vida fora da Terra? 1º Em 15 de agosto de 1977, um radiotelescópio do Instituto Seti (“Busca por Inteligência Extraterrestre”, na sigla em inglês), nos EUA, captou uma mensagem estranha. Foi um sinal de rádio que durou apenas 72 segundos, só que muito mais intenso que os ruídos comuns vindos do Cosmo. Ao analisar as impressões em papel feitas pelo aparelho, o cientista Jerry Ehman tomou um susto. O sistema captara um sinal 30 vezes mais forte que o normal. Seria alguma civilização ten- tando fazer contato? Ehman ficou tão impressionado que circulou os dados do computador e escreveu ao lado: “Wow!”. O caso ficou conhecido como Wow sig- nal (sinal “uau”!), e até hoje é o episódio mais mar- cante na busca por inteligência extraterrestre. O Seti e outras instituições tentaram detectar o sinal várias vezes depois, mas ele nunca foi encontrado. 2º Mesmo assim, hoje, muitos cientistas acreditam que o contato com extraterrestres é mera questão de tempo. “Numa escala de 1 (pouco provável) a 10 (muito provável), eu diria que nossa chance de fazer contato com ETs em meados deste século é 8”, acre- dita o físico Michio Kaku, da City College de Nova York. Esse otimismo tem justificativa. “Pelo menos 25% das estrelas têm planetas. E, dessas estrelas, pelo menos a metade tem planetas semelhantes à Terra”, explica o físico Marcelo Gleiser. Isso significa que, na nossa 22 galáxia, podem existir até 10 bilhões de planetas pare- cidos com o nosso. Uma quantidade imensa. Ou seja: pela lei das probabilidades, é muito possível que haja civilizações alienígenas. O satélite Kepler, da Nasa, já catalogou 2740 planetas parecidos com a Terra, onde água líquida e vida talvez possam existir. Um dos mais “próximos” é o Kepler 42d, a 126 anos -luz do Sol (um ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros). 3º Kaku acredita que, para civilizações muito avan- çadas, essa distância não seria um problema – pois elas poderiam manipular o espaço-tempo e utilizar portais no Cosmos, como nos filmes de ficção cientí- fica. Ok, mas então por que até hoje esse pessoal não veio aqui? “Se são mesmo tão avançados, talvez não estejam interessados em nós”, opina Kaku. “É como a gente ir a um formigueiro e dizer às formigas: ‘Levem- -nos a seu líder!’.” Para outros cientistas, contudo, a existência de civilizações avançadas é mera especula- ção. E explicar por que elas não colonizaram a Terra já é querer dar uma de psicólogo de aliens. 4º Tudo bem que existem bilhões de terras por aí. E que a probabilidade de existir vida lá fora é muito gran- de. Mas não significa que seja vida inteligente. “Você pode ter um planeta cheio de vida, mas formada por amebas e outros seres unicelulares”, acredita Glei- ser. Afinal, com a Terra foi assim. A vida aqui existe há cerca de 3,5 bilhões de anos. Mas durante quase todo esse tempo (3 bilhões de anos), só havia seres unicelulares: as cianobactérias, também chamadas de algas verdes e azuis. 5º Além disso, não basta o tempo passar para que as formas de vida se tornem complexas e inteligentes. A função essencial da vida é se adaptar bem ao ambien- te onde ela está. A vida só muda – na esteira de algu- ma mutação genética – se uma mudança ambiental exigir que ela mude. Assim, se o ambiente não mudar e a vida estiver bem adaptada, as mutações genéticas que, em geral, aparecem ao longo de gerações não vão fazer diferença. Tudo depende da história de cada pla- neta. Se o asteroide que matou os dinossauros há 65 milhões de anos não tivesse caído aqui na Terra, e os dinossauros não tivessem sido extintos, não estaría- mos aqui. 6º “Não temos nenhuma prova ou argumento forte sobre a existência de vida inteligente fora da Terra”, diz Gleiser. “Existe vida? Certamente. Mas como não entendemos bem como a evolução varia de planeta para planeta, é muito difícil prever ou responder se existe ou não vida inteligente fora daqui”, completa. “Se existe, a vida inteligente fora da Terra é muito rara.” Decepcionante. 7º Mas antes de lamentar a solidão da humanidade no Cosmos, saiba que ela pode ser uma boa notícia. Porque, se aliens inteligentes realmente existirem, não serão necessariamente bondosos. “Se eles algum dia nos visitarem, acho que o resultado será o mesmo que quando Cristóvão Colombo chegou à América. Não foi bom para os índios nativos”,afirmou, certa vez, o físi- co Stephen Hawking. Disponível em:< http://super.abril.com.br/ciencia/ha-vida-fora-da- terra-2/>. Acesso em: 7 jul. 2017. [Adaptado] No primeiro e no segundo parágrafos, predominam, respectivamente: a) Narração e descrição. b) Narração e explicação. c) Explicação e descrição. d) Explicação e injunção. No primeiro parágrafo, há a narração de uma his- tória sobre um contato de possíveis extraterrestres com a Terra; para contar essa história, o autor utilizou muitos verbos no passado, predominando trechos como este: “o cientista Jerry Ehman tomou um susto”. Já o segundo parágrafo apresenta a pre- dominância de informações que visam a explicar o fenômeno narrado anteriormente, o que fica claro por trechos assim: “Esse otimismo tem justificati- va. ‘Pelo menos 25% das estrelas têm planetas. E, dessas estrelas, pelo menos a metade tem planetas semelhantes à Terra’, explica o físico Marcelo Glei- ser”. Resposta: Letra B. 2. (FUNDEP – 2019) Circuito Fechado Ricardo Ramos Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Esco- va, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pin- cel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço. Relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos, jor- nal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bande- ja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cin- zeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadronegro, giz, papel. Mictório, pia. Água. Táxi, mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de den- tes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone inter- no, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xíca- ra, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Pol- trona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fós- foro. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltro- na. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. Disponível em: <https://tinyurl.com/y4e7n4u7>. Acesso em: 17 jul. 2019. A respeito da tipologia desse texto, é correto afirmar que ele é: a) dissertativo-argumentativo. b) dissertativo-expositivo. c) descritivo. d) narrativo. LÍ N G U A P O RT U G U ES A 23 O texto descritivo é caracterizado pela forte presen- ça de formas nominais, conforme o texto em debate. Resposta: Letra C. GÊNEROS TEXTUAIS Quando pensamos em uma definição para gêne- ros textuais, somos levados a inúmeros autores que buscaram definir e classificar esses elementos, e, ini- cialmente, é interessante nos lembrarmos dos gêne- ros literários que estudamos na escola. Podemos nos remeter aos conceitos de Tragédia e Comédia, refe- rentes aos clássicos da literatura grega. Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de Ilíada ou A Odis- seia, ambas de Homero? Mas o que esses textos têm em comum? Inicialmente, você pode ser levado a pen- sar que nada, além do fato de terem sido escritos pelo mesmo autor; porém, a estrutura dessas histórias res- peita um padrão textual estabelecido e reconhecido na época em que foram escritas. De maneira análoga, quando pensamos em gêne- ros textuais, devemos identificar os elementos que caracterizam textos, aparentemente, tão diferentes. Logo, da mesma forma que comparamos as estruturas de Ilíada e Odisseia, é preciso buscar as semelhanças entre uma notícia e um artigo de opinião, por exem- plo, e também é fundamental identificar as razões que nos levam a classificar cada um desses gêneros com termos diferentes. Importante! Esse ponto de interseção é o que podemos esta- belecer como os principais aspectos de classifi- cação de um gênero textual. Dessa forma, conforme Maingueneau (2018, p. 71), o ponto de interseção que estabelece sobre qual gênero estamos tratando é indicado por “rotinas de comportamentos estereotipados e anônimos que se estabilizaram pouco a pouco, mas que continuam sujeitos a uma variação contínua”. Logo, o primeiro elemento que precisamos identificar para classificar um gênero é o papel social, marcado pelos compor- tamentos e pelas “rotinas” humanas típicas de quem vive em sociedade e, portanto, precisa se fazer com- preender tão bem quanto ser compreendido. Esse é sem dúvidas o elemento que melhor dife- rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui- to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O fator social dos gêneros textuais também irá direcio- nar outros aspectos importantes na classificação des- ses elementos, justamente devido à dinâmica social em que estão inseridos, os gêneros são passíveis de alterações em sua estrutura. Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo, tornando o gênero completamente modificado, como se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem- plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam a uma finalidade específica e momentânea, como aconteceu com o anúncio, apresentado a seguir, da loja “O Boticário”: Fonte: https://bit.ly/34yptsR. Acessado em: 12/09/2020. O gênero anúncio apresenta uma clara referên- cia ao gênero contos de fada, porém, a estrutura des- se gênero que é, predominantemente, narrativo foi modificada para que o propósito do anúncio fosse alcançado, ou seja, persuadir o leitor e levá-lo a adqui- rir os produtos da marca. No caso do gênero anún- cio publicitário, usar outros gêneros e modificar sua estrutura básica é uma estratégia que é estabelecida a fim de que a principal função do anúncio se cumpra, qual seja: vender um produto. A partir desses exemplos, já podemos enumerar mais algumas características comuns a todos os tipos de gêneros textuais: presença de aspectos sociais e o propósito de um gênero, para alguns autores, como Swales (1990), chamado de propósito comunicativo. Segundo esse autor, os gêneros têm a função de rea- lizar um objetivo ou objetivos; então, ele sustenta a posição de que o propósito comunicativo é o critério de maior importância, pois é o que motiva uma ação e é vinculado ao poder do autor. Além disso, um gênero textual, para ser identifica- do como tal, é amparado por um protótipo textual, o qual também pode ser reconhecido como estereótipo textual, que resguarda características básicas do gêne- ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio- nado acima, identificamos traços do gênero contos de fada tanto na porção textual do anúncio que começa com a frase: “era uma vez...” quanto pelas imagens que remetem ao conto da “Branca de Neve”. Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxiliam os falantes de uma comunidade a reconhecer o gênero e também a escrever esse gênero quando necessitam. Isso é o que torna a característica da prototipicidade tão importante no reconhecimento e na classificação de um gênero. Ademais, os traços estereotipados de um gênero devem ser reconhecidos por uma comu- nidade, reafirmando o teor social desses elementos e estabelecendo a importância de um indivíduo adqui- rir o hábito da leitura, pois quanto mais se
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