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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO CRIMINAL DA COMARCA XXXXXXX Autos de Execução nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxx MÉVIO, já qualificado nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, por sua advogada que esta subscreve, à presença de Vossa Excelência, interpor tempestivamente Agravo em Execução, com fundamento no artigo 197, da Lei 7.210/84. Preliminarmente, requer que o presente instrumento seja recebido e processado, com a reforma da Decisão impugnada em juízo de retratação, com fulcro no art. 589 do Código de Processo Penal, para que seja concedida a progressão de regime a agravante nos termos do art. 112, inciso III da LEP. Na hipótese de Vossa Excelência não conhecer dos argumentos apresentados, e entenda que a r. decisão não mereça reforma, requer que seja encaminhado o presente recurso ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado XX. Termos em que, P. Deferimento. xxxxxxxx, xxv de xxxxxxxx de 20xx ADVOGADO. XXXXXXXXXXXXXXXX OAB/SP nº XXXXXX RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO Autos da Execução n° XXXXXXXXXXXXXXX AGRAVANTE: MÉVIO. AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO Egrégio Tribunal de Justiça do Estado XX, Colenda Câmara, Ínclitos Desenbargadores, Douto Procurador de Justiça, Em que pese a reconhecida cultura do eminente Juízo de origem e a proficiência com que o mesmo se desincumbe do mister judicante, há de ser reformada a decisão ora agravada que indeferiu o pedido de progressão de regime a Agravante, porquanto proferida em completa dissonância para com as normas aplicáveis à espécie, inviabilizando, portanto, a realização da Justiça. I. DOS FATOS Mévio foi condenado por homicídio a 6 anos de reclusão. Após cumprir 18 meses em regime fechado, com boa conduta carcerária, requereu a progressão de regime. O juiz não conheceu o pedido fundamentando na ausência de exame criminológico. II. RAZÕES RECURSAIS A priori, insta informar, que o reeducando, ora agravante, cumpriu os requisitos de admissibilidade para concessão de progressão de regime, tendo em vista que o cumprimento de 25% (vinte e cinco por cento) da pena em regime fechado, conforme dispõe art.112, inciso III da LEP. Ainda, saliento a boa conduta praticada pelo reeducando durante o cumprimento da pena, sem que este tenha praticado nenhuma falta disciplinar grave. Nesse sentido Renato Marcão: “Em razão das mudanças impostas com a Lei n. 10.792/2003, o art. 112 da Lei de Execução Penal exige apenas o cumprimento de um sexto da pena, como requisito objetivo para progressão, e a apresentação de atestado de boa conduta carcerária firmado pelo diretor do estabelecimento prisional, como requisito subjetivo. É o que basta para a progressão.” No presente caso, a progressão de regime não foi concedida apenas pela ausência de exame criminológico. Entretanto, a progressão de regime não está condicionada a exame criminológico, nesse mesmo entendimento tem-se a Súmula 439. Reforçando esse entendimento, temos o seguinte julgado: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL. DETERMINAÇÃO DE REALIZAÇÃO DE EXAME CRIMINOLÓGICO. POSSIBILIDADE (SÚMULA 439/STJ). FALTA GRAVE RECENTE CONSTANTE NO BOLETIM INFORMATIVO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Embora a alteração legislativa produzida pela Lei n. 10.792/2003, no art. 112 da Lei n. 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP), tenha suprimido a referência expressa ao exame criminológico como requisito para concessão de benefícios da execução penal, esta Corte consolidou entendimento, por meio do enunciado n. 439, da Súmula/STJ, no sentido de que o magistrado pode, de forma fundamentada, exigir a sua realização. Tal fundamentação, entretanto, deve estar relacionada a algum elemento concreto da execução da pena, não se admitindo a simples referência à gravidade abstrata do delito ou à longevidade da pena. Precedentes do STJ. 2. A noção de bom comportamento do reeducando abrange a valoração de elementos que não se restringem ao atestado emitido pela direção carcerária, sob pena de transformar o juiz em mero homologador de documentos administrativos. (AgRg no HC 660.197/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 17/08/2021, DJe 25/08/2021). 3. No caso concreto, a despeito de o Tribunal de Justiça ter feito alusão à gravidade em abstrato dos delitos, à longa pena ainda por cumprir e à reiteração criminosa do executado, fundamentos que esta Corte considera inidôneos para amparar a determinação de exame criminológico, ele também mencionou a existência de falta grave relativamente recente, fundamento esse que, por si só, justifica a realização do exame criminológico. Com efeito, da leitura do Boletim Informativo consta falta grave recente consistente em desrespeito a servidor datada de 29/5/2018. 4. Assim, na espécie, há registro de infração grave não longínqua a ser considerado, o que justifica a determinação de exame criminológico para progressão ao livramento condicional. 5. Agravo regimental não provido. (AgRg no HC 772831 / SP, AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS 2022/0301044-0, T5 - QUINTA TURMA, Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA) Pelos fatos e fundamentos jurídicos aqui apresentados deve ser concedida ao agravante a progressão de regime. III. DO PEDIDO Ante todo o exposto: I. Requer a Vossa Excelência que seja recebido o presente Agravo em Execução, consoante argumentos acima delineados, não devendo ser mantida a decisão a quo. II. Requer que seja conhecido e provido o agravo, reformando-se a decisão do juízo de execuções, concedendo-se via de consequência a progressão de regime ao AGRAVANTE. Termos em que, P. Deferimento. xxxxxxxx, xxv de xxxxxxxx de 20xx ADVOGADA. XXXXXXXXXXXXXXXX OAB/SP nº XXXXXX
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