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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO Unidade 1 CEO DAVID LIRA STEPHEN BARROS DIRETORA EDITORIAL ALESSANDRA FERREIRA GERENTE EDITORIAL LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS PROJETO GRÁFICO TIAGO DA ROCHA AUTORIA TATIANA DE MEDEIROS SANTOS 4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 A U TO RI A Tatiana de Medeiros Santos Olá! Sou formada em Pedagogia, com experiência técnico- profissional na área de educação, portanto sou especialista em Educação Infantil e também em Gestão Educacional. Sou mestre em Educação Popular e doutora em Educação. Sou professora do Ensino Fundamental e Ensino Superior há mais de 10 anos. Passei por empresas como a Universidade Federal da Paraíba, onde atuei como professora substituta do curso de Pedagogia. Sou professora da rede Municipal de Ensino de João Pessoa, da UNAVIDA – UVA e da UNINASSAU, além de tutora a distância do curso a distância de Pedagogia da UFPB. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! 5EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 ÍC O N ES 6 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Ensino presencial, híbrido e a distância ................................. 9 Educação e o ensino presencial, híbrido e a distância ................................. 9 Origem e evolução da EaD ...................................................... 22 Educação a Distância no mundo ....................................................................22 Educação a Distância no Brasil .........................................................................25 EaD no ensino superior ........................................................... 35 Funcionamento da EaD no ensino superior ................................................. 35 EaD na educação básica e profissional.................................. 52 Situando a EaD na educação básica e profissional ..................................... 52 SU M Á RI O 7EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 A PR ES EN TA ÇÃ O Você sabia que a Educação a Distância (EaD) é uma modalidade de ensino a distância que, ao longo do tempo, sofreu discriminação tanto no trabalho quanto na educação e em concursos públicos? Porém, com o tempo, passou a ser vista sob novos olhares pelas pessoas que, por algum motivo, não podem estudar em ensino presencial e acabam optando pela EaD, que é regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases, a Lei n.º 9.394/1996. Muitas instituições de Ensino Superior acabaram optando por trabalhar nessa modalidade de ensino por meio de metodologias ativas e ensino híbrido, o que acabou ganhando muitos adeptos. Portanto, a EaD, em seu contexto histórico no Brasil, é tida como importante, pois é a possibilidade de alguns alunos em retomar seus estudos, já que trabalham e não possuem tempo para frequentar aulas presenciais. Assim, essa modalidade permite unir trabalho e estudo, por meio das tecnologias utilizadas pelas instituições brasileiras. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo! 8 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 O BJ ET IV O S Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término dessa etapa de estudos: 1. Conceituar e diferenciar as modalidades educacionais, da presencial até as submodalidades da EaD. 2. Conhecer a história da EaD, compreendendo sua evolução e expansão no Brasil e no mundo. 3. Entender a legislação e a regulamentação da EaD no ensino superior. 4. Entender a legislação e a regulamentação da EaD na educação básica e profissional de nível médio/técnico. Vamos entender o que é Educação a Distância e como ela deve acontecer de acordo com normas, leis e decretos. Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! 9EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Ensino presencial, híbrido e a distância DEFINIÇÃO Neste capítulo, o objetivo é conceituar e diferenciar as diversas modalidades educacionais, desde o ensino presencial até as submodalidades da Educação a Distância (EaD). Ao final, espera-se que você seja capaz de distinguir claramente entre o ensino presencial, o ensino híbrido e o ensino a distância, compreendendo suas características e abordagens pedagógicas distintas. Além disso, será possível entender como a EaD deve ser colocada em prática, identificando suas principais metodologias e recursos utilizados no processo de ensino e aprendizagem. Essa competência será fundamental para sua atuação como educador, permitindo que escolha a abordagem mais adequada aos objetivos de aprendizagem e ao perfil dos estudantes, bem como utilizar de forma eficiente as tecnologias e metodologias próprias da EaD, ampliando suas possibilidades de atuação profissional e melhorando a qualidade do ensino oferecido. E aí? Motivado para desenvolver essa competência? Então, vamos lá! Educação e o ensino presencial, híbrido e a distância Na era da informação, comunicação e das tecnologias, transformações estão acontecendo a todo momento e entendemos que a educação deve procurar acompanhar e se adaptar a essas mudanças. Os alunos e professores que ainda são analfabetos digitais devem procurar se capacitar e correr para quebrar essa 10 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 barreira, pois devemos usar as tecnologias em prol do processo de aprendizagem. Figura 1 - Informação, comunicação e tecnologias Fonte: Pixabay (2023). Os autores Lima e Moura (2015) explicam que o acesso às ferramentas digitais e o seu uso estão cada vez mais simplificados. Sendo assim, não é preciso ter vasto conhecimento na área da informática ; o que importa é ser capaz de executar as práticas em prol da aprendizagem. Muitas vezes basta que haja interesse e pesquisa para aprender por meio de ferramentas de busca via internet. Os próprios colegas de trabalho têm a possibilidade de participar de uma formação durante o planejamento escolar e, além disso, podem gravar pequenos vídeos explicativos para se adaptarem às tecnologias, pois é essencial despertar o interesse em aprender e colocar os conhecimentos em prática de maneira contínua. De acordo com Sunaga e Carvalho (2015), temos a tradição de nossos alunos irem para a escola e terem aulas expositivas, voltando para casa com o caderno cheio de conteúdos copiados de uma lousa. A crença é que esse método de ensino é muito eficiente. 11EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Atualmente, com a possibilidade do uso das novas tecnologias e a facilidade de acesso à informação, temos que entender que a escola precisa repensar sua prática, pois as informações estão chegando por meio da internet, não só nas casas das pessoas, mas em todos os lugares pelos computadores, notebooks, celulares, tablets, entre outros. Assim, as pessoas podem aprender em qualquer lugar e a qualquer hora. Nesse sentido, ao ter essa consciência, precisamos entender que a escola deixa de ser um dos principais locais na busca da informação. Sendo assim, é fundamental que a escola busque constantemente se atualizar, não no sentido de limitar suas práticas, mas de explorar suas possibilidades de expansão. Cabe à instituição de ensino utilizar as tecnologias a favor do processo de ensino e aprendizagem de forma eficaz. Nesse contexto, é responsabilidade dos gestores e educadores proporcionarem aos profissionais daescola as oportunidades necessárias para se capacitarem e incorporarem a inovação tecnológica de maneira significativa no ambiente educacional. Ao capacitar professores e alunos para utilizar essas ferramentas, abre-se espaço para uma abordagem pedagógica mais dinâmica e engajadora, fortalecendo a qualidade do ensino e enriquecendo a experiência de aprendizagem dos estudantes. Você pode estar aí do outro lado se perguntando: como deve ser o processo de educação mediante essas transformações que ocorrem diariamente em nossa sociedade? A educação pode e deve ocorrer por meio das tecnologias, encontrando um equilíbrio entre rigidez e flexibilidade, considerando sua natureza digital. Como educadores, devemos integrar as tecnologias em benefício do processo de ensino e aprendizagem, possibilitando uma abordagem híbrida que combine o ensino presencial com o ensino a distância, o que abordaremos a seguir. 12 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 O ensino presencial é entendido como uma forma de ensinar e aprender em que professor e aluno devem estar presencialmente em um determinado local, geralmente em uma sala, em um dia e horário específicos para que uma aula aconteça. Já o ensino a distância é marcado pela separação de espaço físico entre professor e aluno, ou seja, ambos não precisam estar no mesmo local para que uma aula aconteça. A transmissão dos conteúdos é realizada pela utilização de tecnologias de comunicação e informação, rompendo barreiras de espaços geográficos e de tempo (COUTINHO, 2009, p. 2014). SAIBA MAIS Duas das modalidades principais de educação on- line são as aulas síncronas e assíncronas. A educação síncrona refere-se às aulas e interações que acontecem em tempo real, em que professores e alunos estão presentes e participam simultaneamente. Nesse formato, os educadores podem conduzir aulas ao vivo por meio de videoconferências, chats ou webinars. A interação direta entre professores e alunos permite discussões em tempo real, perguntas e respostas imediatas, bem como atividades colaborativas em grupo. Já a educação assíncrona envolve o acesso a conteúdos e atividades que não requerem a presença simultânea de todos os participantes. Os estudantes podem acessar o material educacional em horários convenientes e avançar em seu próprio ritmo. Os recursos assíncronos incluem vídeos gravados, textos, fóruns de discussão, questionários on-line, entre outros. Isso possibilita a flexibilidade de estudo, sendo especialmente útil para alunos com horários ocupados ou que estão em fusos horários diferentes. 13EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Ambas as modalidades têm seus benefícios e desafios. A educação síncrona proporciona maior interação em tempo real e a sensação de presença na sala de aula, o que pode melhorar o engajamento dos alunos. No entanto, pode ser afetada por problemas de conectividade ou fusos horários que dificultem a participação de todos. Por outro lado, a educação assíncrona oferece flexibilidade e autonomia para os alunos, permitindo que aprendam em seu próprio ritmo e revisitem o material quando necessário. No entanto, pode ser menos interativa e pode requerer maior autodisciplina para manter o acompanhamento dos conteúdos. A combinação equilibrada de ambas as modalidades pode enriquecer a experiência educacional, fornecendo uma variedade de recursos e oportunidades para o aprendizado. A educação on-line continua a evoluir, e a adaptação dessas modalidades para atender às necessidades dos alunos é fundamental para o sucesso da educação do século XXI. O estudante tem autonomia e responsabilidade de poder ter acesso ao ensino sem ter dia, horários fixos e obrigatoriedade de estar no mesmo local em que o professor se encontra. Para tanto, é primordial que o aluno tenha autonomia para realizar as suas atividades, que geralmente têm prazo máximo para serem realizadas e entregues ao professor, assim, o aluno pode e deve criar o seu próprio cronograma de estudos. Estar longe do professor não quer dizer que estudar seja tarefa fácil e nem separa o estudante e professor, pois é com o auxílio das tecnologias e uso da internet que são produzidos meios para reduzir as distâncias, não excluindo o contato direto entre alunos e professores. 14 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Até o momento, exploramos o ensino presencial e o ensino a distância, mas o que exatamente é o ensino híbrido? O conceito de ensino híbrido, conforme descrito pelos autores Christensen, Horn e Staker (2013), surgiu nos Estados Unidos e envolve a combinação de metodologias do ensino tradicional com o uso de tecnologia digital. Nessa abordagem, busca-se integrar o melhor de ambos os mundos para proporcionar uma experiência educacional mais enriquecedora e eficaz aos estudantes. O ensino híbrido é um programa de educação formal em que há alunos que se encontram e aprendem com parte do ensino acontecendo de forma on-line e, para implementar o ensino híbrido de forma eficiente, é essencial contar com espaços de aprendizagem que ofereçam controle e acompanhamento dos alunos interessados em estudar. Esse instrumento de controle deve registrar tanto o tempo em que o aluno passou no ambiente de aprendizagem estudando como o lugar, modo ou ritmo do estudo. A outra parte dos estudos deve acontecer em um espaço físico e supervisionado, em um local que não seja a casa do estudante (COUTINHO, 2009, p. 2014). Figura 2 – O ensino híbrido combina estratégias pedagógicas presenciais e on-line, proporcionando aos estudantes uma experiência educacional mais flexível e personalizada Fonte: Freepik. 15EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Observa-se que o ensino com o auxílio das tecnologias pode e deve auxiliar o professor a realizar a personalização da aprendizagem dos seus respectivos alunos, proporcionando, assim, a inclusão de número muito maior de alunos, pois eles podem estudar em seu ritmo, tempo disponível e de acordo com os conhecimentos já adquiridos. Essa forma de ensinar pode ter diversas vantagens, mas é preciso que o aluno tenha autonomia para definir seus horários e cumpri-los. Sendo assim, é possível compreender que no ensino híbrido haverá momentos em que a aprendizagem acontecerá parte em casa e parte em aulas presenciais. Sobre o significado do termo “hibridismo”, temos Moran (2015) explicando que: Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido é um conceito rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado, combinado e podemos, com os mesmos ingredientes, preparar diversos ‘pratos’, com sabores muito diferentes. (MORAN, 2015, p. 27) É preciso entender que a educação é muito ampla e tem inúmeras possibilidades de acontecer de forma ativa e bem diversificada, ou seja, deve acontecer por meio do diálogo, de maneira que as competências e habilidades que o aluno deve 16 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 alcançar sejam claras para ele, as quais devem ser diversificadas por meio de currículos e práticas adequadas à realidade da escola. Sendo assim, em relação ao ensinar, pode-se entender que a aprendizagem dos alunos pode acontecer de diferentes formas, de modo progressivo, contínuo, que vão do presencial e/ou a distância; híbridos; intencionais e/ou não intencionais; formais e/ ou informais e, ainda, os sistematizados e abertos. Assim, podemos entender que existem vários percursos na busca por aprendizagens, que podem acontecer tantoindividualmente como em grupo. Ainda sobre a educação e o ensino híbrido, os autores Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) defendem que não há um modelo de ensinar, e sim vários na busca da aprendizagem do aluno, que deve ser um processo contínuo e que, para essa aprendizagem acontecer, deve-se buscar diferentes formas, em diferentes espaços, por isso é possível encontrar diferentes definições para o ensino híbrido e que vão sempre se reportar a dois modelos de aprendizagem: “[...] o modelo presencial, em que o processo ocorre em sala de aula, como vem sendo realizado há tempos, e o modelo on-line, que utiliza as tecnologias digitais para promover o ensino [...]”. Os autores ainda afirmam que um complementa o outro na busca interativa por novas experiências, explicando que: O papel desempenhado pelo professor e pelos alunos sofre alterações em relação à proposta de ensino considerado tradicional, e as configurações das aulas favorecem momentos de interação, colaboração e envolvimento com as tecnologias digitais. O ensino híbrido configura-se como uma combinação metodológica que impacta na ação do professor em situações de ensino 17EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 e na ação dos estudantes em situações de aprendizagem. (BACICH; TANZI NETO, TREVISANI, 2015, p. 41) Nesse ínterim, chegamos ao entendimento de que o conhecimento do uso das tecnologias também é importante para promover novas aprendizagens, e cabe ao professor se atualizar para trabalhar sempre com as ferramentas digitais que mudam constantemente em prol do ensino e da aprendizagem. No ensino a distância, o trabalho com os conteúdos devem ser flexíveis, com objetivos e de fácil acesso. Esse trabalho do professor em sala de aula, e por meio das tecnologias, deve ocorrer por projetos que podem ser desenvolvidos de forma individual ou em grupo. O professor e, se for o caso, o tutor devem ter acesso e acompanhar cada aluno na plataforma virtual de aprendizagem, além de permitir uma interação ativa nesses ambientes de aprendizagem, nos quais cada aluno tem a possibilidade de desenvolver suas competências cognitivas e socioemocionais. Por isso, é preciso ter planejamento, ser flexível e entender que há várias opções para que tudo isso aconteça em termos de possibilidades de tempo, espaço, métodos e recursos. Existem muitas discussões em relação a proporcionar transformações na área da educação, mas ainda estão muito limitadas à busca por modelos de design fechado, homogêneos, como receitas de bolo e que estão focados em conteúdos e competências. É preciso ampliar esse olhar para as possibilidades e evitar o foco em um único modelo, buscando a diversidade na educação formal. Vamos entender um pouco mais sobre esses modelos que podemos considerar na educação formal: • Blended learning: semipresencial, que se misturam e trabalham por meio de formas físicas e digitais, 18 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 que podem ser realizadas em grupos ou em vários momentos, sendo flexível, permitindo orientar o aluno a se organizar para ter autonomia, estudar e se organizar de acordo com o tempo disponível (MORAN, 2015). • Metodologias ativas: ocorrem por meio de práticas, projetos e atividades, as quais requerem envolvimento, colaboração e personalização, sejam presenciais ou não (MORAN, 2015). • Modelo on-line: Acontece quando professor e alunos estão juntos (on-line) em tempo real, devem interagir por meio de ferramentas tecnológicas, a exemplo de chats, fóruns, blogs, chamada de vídeo on-line, entre outros, nos quais o professor pode escolher entre participar junto aos alunos de forma individual ou em grupo (MORAN, 2015). As ferramentas de aprendizagem digitais podem ser dinâmicas ou não, e o professor precisa estar atento, pois pode estar utilizando-as de forma muito mecânica, mas a ideia é se abrir para o uso adequado e que trilhem por caminhos que permitam usar essas ferramentas para compartilhamento de ideias, coautoria, publicação e divulgação das diferentes narrativas. Todas essas atividades podem acontecer em uma plataforma virtual, na qual professores e tutores devem mediar as atividades explicando-as, resolvendo dúvidas e possíveis dificuldades dos alunos. Por meio do ensino híbrido, percebe-se que há possibilidades de atuar de forma ativa, proporcionando ao aluno aprender de maneira mais interessante e, com isso, utilizar-se desses meios para que eles se tornem mais participativos, críticos e reflexivos no processo educativo. 19EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Ratificando esses modelos de ensino, sobre o ensino interativo, Lima e Moura (2015, p. 78) recomendam fazer um planejamento e, para o uso do ambiente de aprendizagem, é necessária: a instrução, o professor deve selecionar ou criar um vídeo adequado; se o objetivo é a interatividade, ele pode escolher um game ou um simulador; e se a meta é avaliar, ele deve escolher uma ferramenta eficiente no levantamento de dados para transformar feedback em orientação educacional. Em um planejamento de aula eficiente, devem ser escolhidas as ferramentas e a forma de utilizá- las, bem como se definir o papel do aluno e do professor. Quando o docente instrui uma atividade, ele pode utilizar o tempo de realização para ter contato com os estudantes que apresentam mais dificuldades e auxiliá- los de forma personalizada. (LIMA; MOURA, 2015, p. 78) Para trabalhar com metodologias ativas, é preciso ter claras as estratégias de ensino, pois o próprio nome já nos informa que o aluno deve ter no processo de ensino e aprendizagem, sua participação ativa, que pode acontecer tanto nas aulas presenciais como on-line (hibridismo). Portanto, entende-se que o aluno é o foco da aprendizagem e precisa de atividades as quais possa conseguir realizar operações mentais, de maneira individualizada e com a proposta de se adaptar a diversas situações. Nesse sentido, o professor deve ter atenção, cuidado com atividades, apesar de ser em sala de aula ou com o auxílio de tecnologias, pois elas precisam estar direcionadas para formar o cidadão crítico reflexivo no caminho de ampliar os conhecimentos dos alunos. 20 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Lima e Moura (2015) explicam que o que irá trabalhar o ensino híbrido não se trata de somente propor a atividade, é preciso que se dedique tanto a um bom planejamento como conhecer, testar, escolher e validar ferramentas digitais nas quais vai trabalhar junto aos seus alunos. Sobre o ato de “testar” explica que é preciso pesquisar, conhecer a sua ferramenta pedagógica/ tecnológica, buscando instrumentos cada vez mais simples e concisos. Sobre essa questão, os autores esclarecem, ainda, que o professor precisa estar atento se a ferramenta definida realmente será útil para atingir os objetivos de aprendizagem propostos. Avaliar também é necessário, pois exige que o professor verifique se o instrumento alcançou o mínimo de aprendizagem necessária. Seja qual for o ambiente de aprendizagem escolhido para transmitir uma aprendizagem formal ou informal, por meio de redes sociais, blogs, videoaulas, aulas em tempo real, entre outros, as atividades devem ser planejadas para serem significativas. Desse modo, o ensino que envolve aulas presenciais e por meio do uso de recursos tecnológicos, o qual chamamos de ensino híbrido, pode e deve ser implementado em espaços formais de aprendizagens e não formais. Por que digo isso? Porque os alunos podem aprender por meio de vídeos que podem ser publicados em plataformas abertas, sem a necessidade do uso de senhas, como também podem aprender diversos cursos com a responsabilidade de serem diplomados por esse curso, em plataformas em que haja o controle de sua frequência, proporcione aprendizagens e avaliação conforme manda a nossa legislação da educação, as Diretrizese Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9.394/1996. Desse modo, vamos ver nos próximos capítulos a ampla possibilidade de acesso nesse âmbito de ensino. Todavia, não se pode esquecer que o professor deve ser desafiado a proporcionar 21EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 para os seus alunos atividades que desenvolvam desde o raciocínio e a reflexão do aluno até desafios para realizar essas atividades. Ao fazê-las, também pode-se propor buscar por soluções e respeitar o ritmo de aprendizagem de cada um de seus alunos. RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que vivemos em uma era digital e que devemos estar capacitados para acompanhar essas tecnologias em prol da educação. A educação a distância, utilizando as tecnologias, deve trabalhar com metodologias ativas, ser flexível, marcada pelo distanciamento do espaço físico do docente e do aluno, que não precisam estar no mesmo espaço para que ocorra a construção do conhecimento, que ocorre pela utilização das tecnologias de comunicação e informação rompendo as barreiras de espaço e tempo. 22 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Origem e evolução da EaD OBJETIVO Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer a história da Educação a Distância (EaD), compreendendo sua evolução e expansão no Brasil e no mundo. Também irá entender como a EaD tem se desenvolvido ao longo do tempo, desde suas origens até os modelos contemporâneos. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão como educador, pois o conhecimento sobre a história da EaD permitirá que você compreenda os fundamentos, contextos e tendências dessa modalidade educacional. Além disso, esse entendimento enriquecerá sua prática pedagógica ao incorporar aspectos históricos e conceituais da EaD em suas abordagens de ensino. E aí? Motivado para desenvolver essa competência? Então, vamos lá! Educação a Distância no mundo A Educação a Distância na atualidade é praticada em diversos locais. Pode acontecer na Educação Básica, no Ensino Superior, em Universidades Abertas, Universidades Virtuais, formações de profissionais, treinamentos, cursos abertos e fechados, livres etc. (MAIA; MATTAR, 2007). 23EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Figura 3 – Educação a distância Fonte: Freepik. Diversos conceitos de Educação a Distância convergem em pontos comuns. Nesse sentido, Bernardo (2009) destaca o conceito de aprendiz como uma característica central na Educação a Distância desde 1967. Além disso, algumas análises apontam para as epístolas de São Paulo às comunidades cristãs da Ásia Menor, registradas na Bíblia, como um dos primeiros marcos históricos da Educação a Distância (GOUVÊA; OLIVEIRA, 2006). Entretanto, a história da EaD não se limita a esse ponto, com outros marcos significativos surgindo a partir do século XVIII e consolidando essa modalidade educacional em todo o mundo (CORRÊA, 2005). Quadro 1 – Panorama da Educação a distância no mundo PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNDO 1829 Suécia, Instituto Líber Hermondes (150.000 usuários). 1840 Reino Unido, Faculdade Sir Isaac Pitman – Primeira escola por correspondência na Europa. 1892 EUA, Universidade de Chicago - Divisão de Ensino por Correspondência para preparação de docentes no Departamento de Extensão. 1922 União Soviética, ensino por correspondência (350.000 usuários). 24 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 1948 Noruega, primeira legislação para escolas por correspondência. 1969 Reino Unido, fundação da Universidade Aberta (200.000 alunos). 1977 Venezuela, fundação Universidade Nacional Aberta. 1978 Costa Rica, Universidade Estadual a Distância. 1984 Holanda, implantação da Universidade Aberta. 1985 Fundação da Associação Europeia das Escolas por Correspondência (AEEC). 1985 Índia, implantação da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi (242.000 alunos). 1987 Resolução do Parlamento Europeu sobre Universidades Abertas na Comunidade Europeia. 1987 Fundação da Associação Europeia de Universidades de Ensino a Distância. 1988 Portugal, fundação da Universidade Aberta. 1990 Implantação da rede Europeia de Educação a Distância, basEaDa na declaração de Budapeste. 1991 Relatório da Comissão sobre Educação Aberta e a Distância na Comunidade Europeia. Fonte: Elaborado pela autoria com base em Corrêa (2005, p. 17-19). Esse quadro apresenta um panorama histórico da Educação a Distância (EaD) no mundo, destacando marcos importantes ao longo dos anos. Ele mostra como a EaD teve origens diversas em diferentes países e como se expandiu globalmente ao longo do tempo. Desde a fundação das primeiras escolas e universidades por correspondência até a criação de universidades abertas e associações de ensino a distância, a tabela evidencia o crescimento e a consolidação da EaD como uma modalidade educacional relevante em diversos países, com milhares de alunos alcançados em todo o mundo. A presença de legislações específicas e a fundação de importantes instituições de EaD refletem o reconhecimento e a importância crescente dessa modalidade na educação global. 25EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Atualmente, a EaD está presente em mais de 80 países e é oferecida em todos os níveis de ensino, acolhendo milhões de alunos (GOLVÊA; OLIVEIRA, 2006). Nesse contexto, observamos um notável crescimento no número de instituições de ensino e empresas que adotam a EaD como forma de capacitar seus colaboradores e alunos. As universidades a distância têm se adaptado constantemente às novas tecnologias de informática e telecomunicação. Um exemplo é a Universidade a Distância de Hagen, que já promovia a Educação a Distância com material impresso em 1975 (BERNARDO, 2009). Contudo, é importante ressaltar que, atualmente, essa mesma universidade utiliza amplamente as tecnologias da informação e comunicação para disponibilizar seu material didático, potencializando o ensino a distância. Com o advento da internet, essa modalidade educacional foi ainda mais aprimorada, possibilitando uma abordagem mais dinâmica e interativa para o ensino a distância. Nesse cenário, diversas universidades abertas, como as da Inglaterra, Holanda e Espanha, têm adotado a integração das tecnologias para oferecer cursos e programas a distância. Esses avanços e essa abrangência da EaD no contexto global refletem sua relevância crescente na educação contemporânea e destacam como a interação entre tecnologia e educação tem revolucionado a maneira como as pessoas aprendem e se qualificam profissionalmente. Educação a Distância no Brasil Embora não haja registros precisos sobre os primórdios da Educação à Distância (EaD) no Brasil, acredita-se que a primeira ocorrência documentada dessa modalidade de ensino tenha ocorrido por volta do final do século XIX. Naquela época, os agricultores e pecuaristas europeus recebiam, por meio de 26 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 correspondências, valiosos ensinamentos sobre técnicas de plantio e manejo do rebanho. Essa troca de conhecimentos por cartas representou uma forma pioneira de EaD, permitindo a disseminação do saber de forma remota e acessível e essa iniciativa inovadora evidencia como a Educação a Distância já se fazia presente em tempos passados, e serve como base para compreender o desenvolvimento e a evolução dessa modalidade ao longo dos anos no Brasil e no mundo. ACESSE Você sabe qual foi a primeira experiência de EaD no Brasil? A Telesapiens te conta tudo! Acesse para saber mais, clicando no QR-Code. É relevante ressaltar a contribuição de Côrrea (2005), pois a autora realiza uma retrospectiva minuciosa das iniciativasde Educação a Distância no Brasil, revelando como a tecnologia empregada para viabilizar essa modalidade de ensino variou ao longo do tempo e do espaço. Ao analisarmos essa retrospectiva, é possível observar a evolução da tecnologia ao longo da história da Educação a Distância em nosso país. Portanto, exploraremos essas informações para compreender a dinâmica e a transformação dessa modalidade educacional ao longo dos anos no Brasil. 27EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Quadro 2 – Panorama da Educação a Distância no Brasil. Panorama da Educação a Distância no Brasil 1923/1925 Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. 1923 Fundação Roquete Pinto – Radiodifusão. 1939 Marinha e Exército – cursos por correspondência. 1941 Instituto Universal Brasileiro – cursos por correspondência, formação profissional básica. 1958 Universidade de Santa Maria (RS) - a televisão passou a ser utilizada para a difusão de programas educativos. 1970 Projeto Minerva – cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional. 1974 TVE do Ceará – cursos de quinta à oitava série, com material televisivo, impresso e com monitores. 1976 Senac – Sistema Nacional de Teleducação, cursos por meio de material instrucional (em 1995 já havia atendido 2 milhões de alunos). 1979 Colégio Anglo-Americano (RJ) – atua em 28 países, com cursos por correspondência para brasileiros residentes no exterior, em nível de 1º e 2º graus. 1979 UnB – cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no CEaD e lança o Brasil EaD. 1991 Fundação Roquette Pinto – programa Um salto para o Futuro, para a formação continuada de professores do Ensino Fundamental. 1995 Secretaria Municipal de Educação – MultiRio (RJ) – cursos de quinta à oitava série, por meio de programas televisivos e material impresso. 1995 Programa TV Escola – MEC. 1996 Secretaria de Educação a Distância (SEED), em substituição à Coordenadoria Nacional de Educação a Distância, criada em 1992, com o objetivo de traçar e implementar as políticas de EaD no Brasil, na estrutura do MEC. 2000 Unirede – Rede de Educação Superior a Distância – consórcio que reúne 68 instituições públicas do Brasil. 2005 Criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Fonte: Elaborado pela autoria com base em Corrêa (2005, p. 21-22). 28 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Em 1904, o Jornal do Brasil promoveu o primeiro curso de datilografia por correspondência no Brasil, marcando um importante marco na história da Educação a Distância no país. Essa iniciativa permitiu que os alunos aprendessem datilografia de forma flexível e no conforto de suas casas, sem a necessidade de frequentar aulas presenciais. Essa abordagem inovadora abriu caminho para o desenvolvimento posterior de outras modalidades de Educação a Distância no Brasil. Mais tarde, em 1923, o rádio também desempenhou um papel importante no campo da Educação a Distância, quando um grupo liderado por Henrique Morize e Edgard Roquette Pinto mencionou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que passou a oferecer uma variedade de cursos, abrangendo temas como Português, Francês, Silvicultura, Literatura Francesa, Esperanto, Radiotelegrafia e Telefonia (ALVES, 2011). Essas iniciativas pioneiras ilustram como a Educação a Distância se valeu de diferentes meios de comunicação ao longo da história, ampliando seu alcance e possibilitando o acesso à educação de maneira mais abrangente. No finalzinho da década de 1930, em São Paulo, nasce o Instituto Monitor, que constituiu o primeiro instituto brasileiro a ofertar cursos profissionalizantes por correspondência e, já entrando na década de 1940, o Instituto Universal Brasileiro, que, conforme Alves (2011), foi: o segundo instituto a oferecer cursos profissionalizantes sistematicamente. Foi fundado por um ex-sócio do Instituto Monitor, hoje possui cerca de 200 mil alunos; juntaram- se esses dois institutos e outras organizações similares, que foram responsáveis pelo atendimento de milhões de alunos em cursos abertos de iniciação profissionalizantes à distância. (ALVES, 2011, p. 7) 29EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Em 1942, foi fundada a pioneira Universidade do Ar, que operou até 1944. Posteriormente, em 1947, surgiu a Nova Universidade do Ar, financiada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio (Sesc) e emissoras associadas. Essas iniciativas representaram avanços importantes na disseminação do ensino à distância no país, oferecendo novas oportunidades educacionais através da rádio. Segundo Torres (2009), o Senac promoveu outras iniciativas no campo da Educação a Distância no Brasil. Na década de 1950, a Universidade do Ar chegou a atingir 318 localidades e 80 mil alunos. A experiência, levada a efeito até 1961, é parte da história da EaD no país. Em 1976, foi criado o Sistema Nacional de Teleducação e foram realizadas algumas experiências com rádio e TV. No período 1988/1991, procedeu- se a informatização e a reestruturação do sistema e, em 1995, foi criado um setor destinado exclusivamente à EaD — o Centro Nacional de Educação a Distância (CEaD). (TORRES, 2009, p. 197) Por volta da década de 1960, surgem os Movimento de Educação de Base (MEB) por meio da Rádio Educativa (Igreja Católica junto ao Governo Federal), que acontecia com a intenção de democratizar o acesso à educação. A década de 1970 também marcou acontecimentos importantes na Educação a Distância. Foi instituído o Projeto Minerva, resultado de um convênio entre a Fundação Padre Landell de Moura e a Fundação Padre Anchieta, com o intuito de produzir textos e programas educacionais. Além disso, nesse período, o telecurso foi ofertado pela Fundação Roberto Marinho e transmitido 30 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 pela Rede Globo. Esse programa de educação funcionava por meio de supletivo a distância e se destinava ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio. Esses avanços contribuíram significativamente para a expansão e o aprimoramento da Educação a Distância no Brasil. Em 1992, um marco importante foi alcançado com a criação da Universidade Aberta de Brasília (Lei n.º 403/1992), o que possibilitou a ampliação do conhecimento cultural e a oferta de ensino superior, abrangendo tanto a graduação quanto a pós- graduação. Posteriormente, em 1995, foi fundada a TV Escola, um canal educativo vinculado à Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação. Em 1996, é fundada a Secretaria de Educação a Distância (SEED) pelo Ministério da Educação. Também é instituída a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei n.º 9.394/1996. Nessa lei, é oficializada a educação a distância como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. Em 2005, temos o Decreto n.° 5.622/2005, que revogou os Decretos n.° 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e n.° 2.561, de 27 abril de 1998, com normatização definida na Portaria Ministerial n.° 4.361, de 29 de dezembro de 2004. Esse novo decreto trouxe uma nova normatização para a Educação a Distância no Brasil, a qual foi definida pela Portaria Ministerial n.° 4.361, de 29 de dezembro de 2004. Com a publicação desse decreto, houve uma atualização e unificação das regras e diretrizes para a oferta e regulamentação da Educação a Distância no país. Ainda em 2005, é fundada a Universidade Aberta do Brasil em parceria com o MEC, na modalidade a distância e, em 2006, temos o Decreto n.° 5.773/2006, que dispõe sobre as funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no 31EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 sistema federal de ensino, incluindo os cursos da modalidade a distância. Em 2009, foi publicada a Portaria n.º 10/2020, que estabelece critérios para a dispensa deavaliação in loco e aborda outras questões relacionadas à Educação a Distância no Ensino Superior no Brasil. Por sua vez, no ano de 2011, ocorreu a extinção da SEED (ALVES, 2011), indicando mudanças significativas no cenário da Educação a Distância no país. Figura 4 – A Educação a Distância oferece aos alunos maior autonomia nos estudos, permitindo que uma oerganização dos horários de estudo de acordo com suas necessidades e disponibilidade Fonte: Freepik. Ao longo do histórico da Educação a Distância no Brasil, evidenciam-se os avanços tecnológicos que possibilitaram a superação das barreiras geográficas entre professores e alunos. Com o surgimento de diversas iniciativas e instituições voltadas para o ensino a distância, tornou-se perceptível a viabilidade de comunicação e interação por meio de ferramentas de aprendizagem inovadoras. Essas transformações representam um desafio para as instituições educacionais, exigindo investimentos adequados em tecnologia para garantir uma mediação efetiva. Nesse contexto, é essencial que professores e alunos estejam 32 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 dispostos a romper com a concepção tradicional do modelo pedagógico presencial e abracem as possibilidades e autonomia que a EaD oferece. Há autores que categorizam a EaD em gerações, mas, embora possa haver divergências em relação a essas gerações na história da Educação a Distância no Brasil, é necessário destacar que o seu desenvolvimento se deu por tecnologias e que elas variaram de acordo com o tempo e espaço em que foram vivenciadas pelas instituições brasileiras. Embora possa haver divergências quanto ao número de gerações de EaD, se três, quatro ou cinco, elas devem ser entendidas a partir da tecnologia disponível no momento. Iniciando como cursos por correspondência, tendo por base o material impresso (primeira geração), a EaD evoluiu com a introdução do rádio e da televisão, passando a utilizar mídias como áudio e videocassetes (segunda geração), chegando à utilização das TICs basEaDas no uso do computador e da interatividade, a partir da Internet, de tele e videoconferências (terceira e quarta gerações). Presentemente, associam-se as mídias digitais como CD-ROM e DVD, caminhando para o uso da TV digital. A possibilidade de utilização da inteligência artificial para respostas automatizadas e tutoria inteligente pode representar a abertura de uma nova geração, ainda em desenvolvimento. (KIPNIS, 2009, p. 210) A Educação a Distância é considerada a modalidade de ensino mais inclusiva e democrática, abrangendo uma ampla oferta de cursos formais e informais tanto no Brasil quanto em 33EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 âmbito mundial. Por meio do uso das tecnologias de informação e comunicação, ela se torna um instrumento eficaz para alcançar um grande número de pessoas, mesmo em locais remotos onde o ensino presencial não era viável. Além disso, a EaD oferece a oportunidade de atender aqueles que têm restrições de horários e não podem estudar presencialmente, promovendo a democratização do acesso ao conhecimento. O governo federal também tem contribuído para a qualidade do ensino nessa modalidade, criando normas e decretos para regulamentar e promover o desenvolvimento da Educação a Distância no país. SAIBA MAIS Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura do artigo “O processo histórico da educação a distância e suas implicações: desafios e possibilidades” (LOPES, M. C. et al.), clicando no QR-Code. https://docplayer.com.br/175936-O-processo-historico-da-educacao-a-distancia-e-suas-implicacoes-desafios-e-possibilidades.html 34 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a EaD é uma modalidade de ensino flexível e inclusiva, que se adapta ao tempo e espaço dos alunos. Com o uso de tecnologias, ela evoluiu desde cartas e rádio até as mais avançadas ferramentas digitais. Essa abordagem busca democratizar o acesso ao conhecimento, capacitando estudantes em diferentes contextos educacionais. Ao compreender os benefícios e possibilidades da EaD, torna-se evidente o papel fundamental dessa modalidade na educação contemporânea. 35EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 EaD no ensino superior OBJETIVO Neste capítulo, nosso objetivo é entender a legislação e regulamentação da Educação a Distância (EaD) no Ensino Superior. Abordaremos as normas, decretos e portarias que embasam essa modalidade educacional, compreendendo como as instituições se adaptam às tecnologias para oferecer uma experiência de aprendizagem eficaz. Ao final, estaremos preparados para atuar informados e em conformidade com as normativas vigentes. Avante na jornada de aprendizado da EaD! Funcionamento da EaD no ensino superior A inclusão do ensino a distância na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n.º 9.394/1996, marcou um momento significativo na regulamentação dessa modalidade educacional. A partir desse marco, diversas normas, diretrizes e decretos foram estabelecidos para consolidar e aprimorar a Educação a Distância (EaD) no cenário educacional brasileiro. Essas medidas proporcionaram um ambiente regulatório mais sólido e seguro, possibilitando o crescimento e a expansão da EaD, além de garantir a qualidade do ensino oferecido nessa modalidade. Com base nessas regulamentações, a EaD se firmou como uma alternativa eficaz, democrática e inovadora para a formação de milhões de estudantes em todo o país, ampliando o acesso ao conhecimento e promovendo a capacitação de profissionais em diferentes áreas do saber. 36 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Figura 5 - Cursar uma faculdade na modalidade EaD oferece flexibilidade de horários e locais de estudo, permitindo conciliar os estudos com outras responsabilidades Fonte: Freepik. Atualmente, o Ensino a Distância (EaD) é amplamente reconhecido por sua abordagem democrática, possibilitando o acesso ao conhecimento por meio das tecnologias de comunicação, especialmente a internet. Essa modalidade oferece a flexibilidade de estudos em tempo real ou semipresencial, reunindo professores, tutores e alunos em um espaço virtual, onde cada um desempenha um papel único no processo de ensino- aprendizagem. Uma das principais vantagens é a oportunidade de conciliar trabalho e estudos de forma harmoniosa. A Educação a Distância (EaD) é regulamentada por meio de decretos, leis e atos normativos, que visam assegurar a qualidade e a credibilidade dessa modalidade educacional ao longo do tempo. 37EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Desde o seu surgimento, a EaD tem evoluído com o auxílio do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação. Inicialmente, utilizava-se principalmente da televisão, do rádio e dos materiais impressos. Esses recursos permitiam aos alunos flexibilizar o espaço e o tempo de estudo, favorecendo aqueles que precisavam conciliar trabalho e estudo ou que enfrentavam dificuldades de acesso ao ensino presencial. Contudo, foi com a popularização da Internet que a Educação a Distância ganhou grande impulso. Através da web, a oferta de cursos e programas a distância se expandiu significativamente, alcançando diferentes níveis e modalidades de ensino, inclusive a educação continuada. O Poder Público, ciente do potencial da EaD, assumiu o papel de fomentador, incentivando o desenvolvimento e a disseminação de programas educacionais a distância. Assim, a EaD se tornou uma opção viável e democrática para muitos estudantes, oferecendo flexibilidade e acessibilidade, permitindo que um númeromaior de pessoas pudesse estudar e se formar, independentemente das barreiras geográficas ou de suas circunstâncias pessoais e profissionais. É nesse contexto que o artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n.º 9.394/1996 desempenha um papel fundamental ao estabelecer diretrizes para a EaD nas Instituições de Ensino Superior, consolidando-a como uma modalidade de ensino reconhecida e regulamentada no país. Essa regulamentação contribui para garantir a qualidade do ensino a distância e promover a democratização do acesso à educação em diferentes contextos e realidades. Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis 38 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 e modalidades de ensino, e de educação continuada. § 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. § 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância. § 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. § 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá: I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens; II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais. (BRASIL, 1996, on-line) Assim, o artigo 80 da LDBEN n.º 9.394/1996 representa um importante marco legal que incentiva e regulamenta a Educação a Distância em todos os níveis e modalidades de ensino, assim como a educação continuada. Essa regulamentação confere credibilidade à modalidade e possibilita seu desenvolvimento por meio das tecnologias de comunicação. Com tratamento 39EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 diferenciado e apoio do Poder Público, a EaD se consolida como uma opção democrática e inclusiva, oferecendo flexibilidade e oportunidades de aprendizado para os mais diversos públicos. A Educação a Distância (EaD) foi gradualmente inserida no Brasil, enfrentando opiniões diversas sobre sua eficácia. Enquanto algumas Instituições de Ensino Superior (IES) acreditavam em seu potencial para promover inclusão social e flexibilizar o acesso ao ensino, outros viam a modalidade com desconfiança, temendo uma limitação no aprendizado dos alunos. Diante desses debates, tornou-se essencial colocar em prática as determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de forma crítica, estabelecendo normas e procedimentos que assegurassem a confiança em seu desenvolvimento. Ao longo dos anos, de 1999 a 2009, a EaD passou por modificações e avanços no Brasil, mas ainda há um caminho a percorrer para consolidar sua posição na educação do país. O anseio é que a modalidade ocupe seu devido lugar, contemplando todos os níveis educacionais e quebrando barreiras de preconceitos que ainda persistem. As IES que abraçaram o Ensino a Distância enxergaram nele a oportunidade de ampliar horizontes e levar a educação a lugares antes inacessíveis, permitindo que aqueles impossibilitados de estudar presencialmente também tivessem acesso ao conhecimento. A busca por normatizações que garantam sua qualidade e confiabilidade é uma constante, e assim, a EaD continua a ser um importante instrumento para o desenvolvimento educacional no Brasil. Após nove anos desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN n.º 9.394/1996), que assegurou a modalidade de Educação à Distância (EaD), novas discussões e avanços foram realizados visando a regulamentação e disciplinamento dessa modalidade de ensino para o Ensino 40 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Superior. Esse processo reflete a importância crescente da EaD como uma alternativa educacional democrática e inclusiva, que utiliza as tecnologias para ampliar o acesso ao conhecimento e atender às necessidades de estudantes que buscam flexibilidade em seus estudos. Assim, apesar dos avanços e reconhecimento da Educação à Distância (EaD) como uma modalidade válida e inclusiva, ainda persistem resquícios de preconceitos em relação a qualquer forma de ensino não presencial. No entanto, é notável que nos Institutos de Ensino Superior e em algumas regiões do país, as barreiras estão sendo superadas, e a EaD começa a conquistar seu espaço, complementando o modelo de ensino tradicional. Através de experiências bem-sucedidas e do reconhecimento da qualidade e eficácia do ensino a distância, a modalidade tem o potencial de transformar a educação e ampliar o acesso ao conhecimento, derrubando estigmas e preconceitos ao longo do tempo. É um caminho promissor para a democratização da educação e para atender às demandas de uma sociedade em constante transformação. Figura 6 – A EaD amplia a disseminação do conhecimento Fonte: Freepik. 41EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Portanto, a regulamentação da Educação a Distância (EaD) representa um importante avanço no cenário educacional, superando preconceitos e resistências que cercavam essa modalidade de ensino por anos. Com normas específicas e respaldo legal, a EaD ganha reconhecimento como uma opção viável e eficaz, capaz de oferecer uma educação de qualidade comparável ao ensino presencial. Com o suporte da tecnologia e metodologias inovadoras, a EaD expande suas fronteiras, promovendo a democratização do conhecimento e possibilitando o acesso à educação a um número maior de pessoas, independentemente de suas localidades e circunstâncias. Essa regulamentação é um passo fundamental para que a EaD seja vista como uma ferramenta poderosa na formação de cidadãos qualificados e preparados para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Desse modo, entende-se que foi por meio da leitura do artigo 80 que a legislação consentiu avanços, quando passou a permitir que a modalidade de Ensino a Distância estivesse presente em todos os níveis. Nesse contexto, buscando regulamentar o artigo mencionado, o Executivo Federal passou a baixar uma variedade de decretos, sendo o primeiro deles no ano de 1998, que por intermédio do desempenho apresentado no processo educacional no decorrer dos últimos anos, alguns foram revogados e outros substituídos. Em 2005, no dia 19 de dezembro, o Decreto n.º 5.622 teve cunho inovador, devido a permitir desenvolver uma política nacional de educação a distância com diretrizes norteadoras, passando a serem fixas para os sistemas de ensino do país. O decreto está dividido em seis capítulos, que apresentam 37 artigos e subdivisões em parágrafos e incisos. Além disso, o avanço da Educação a Distância também foi impulsionado pelo destaque que essa modalidade obteve no Ensino Superior. Foi nesse âmbito que o Decreto n.º 5.622, de 20 de dezembro de 2005, foi instituído, normatizando como deve 42 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 acontecer a modalidade de Ensino a Distância nas Instituições de Ensino Superior (IES). Os artigos primeiro e segundo desse decreto estabeleceram diretrizes importantes para a EaD nas IES, tornando-a uma opção viável e eficaz para a formação de cidadãos qualificados e preparados para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Com base nessas regulamentações, a Educação a Distância passou a ser reconhecida como uma ferramenta poderosa na democratização do conhecimento e no acesso à educação, rompendo fronteiras geográficas e promovendo a inclusão de um número maior de pessoas no processoeducacional. Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza- se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático- pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. § 1º A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para: I - avaliações de estudantes; II - estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; III - defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente; e IV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso. 43EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Art. 2º A educação a distância poderá ser ofertada nos seguintes níveis e modalidades educacionais: I - educação básica, nos termos do art. 30 deste Decreto; II - educação de jovens e adultos, nos termos do art. 37 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; III - educação especial, respeitadas as especificidades legais pertinentes; IV - educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas: a) técnicos, de nível médio; b) tecnológicos, de nível superior; V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas: a) sequenciais; b) de graduação; c) de especialização; d) de mestrado; e) de doutorado. (BRASIL, 2005, on-line) Apesar das críticas em relação a essa modalidade de ensino, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) tem mantido rigorosas avaliações em todos os níveis, incluindo momentos presenciais. Essas medidas visam garantir a qualidade e legitimidade dos cursos de EaD, mas há quem argumente que essa rigidez pode limitar projetos inovadores que utilizam tecnologias confiáveis para avaliar e controlar o aprendizado. 44 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 As Instituições de Ensino a Distância precisam oferecer instalações físicas em sua sede e polos de apoio credenciados, com bibliotecas, laboratórios e espaços para avaliações, seguindo critérios de qualidade similares aos institutos presenciais (de acordo com a Portaria n.º 40, de 13 de dezembro de 2007). Acreditando no valor da interação presencial, a presença em espaços físicos da instituição é vista como uma oportunidade de contato direto com conteúdos, professores, tutores e colegas, fortalecendo o vínculo com a instituição e potencialmente reduzindo a evasão. Figura 7 – Instalações físicas são essenciais para EaD de qualidade Fonte: Freepik. O art. 80 da LDBEN n.º 9.393/1996 enfatiza que a EaD abrange todos os níveis e modalidades de ensino, incluindo a Educação Básica, de Jovens e Adultos, Especial, Profissional e Superior, abrangendo também cursos de graduação. Dessa forma, o Decreto n.º 5.622/2005 reconhece a EaD como uma opção adequada para a Educação de Jovens e Adultos e reafirma seu alcance em todos os níveis educacionais. 45EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Art. 3º A criação, organização, oferta e desenvolvimento de cursos e programas a distância deverão observar ao estabelecido na legislação e em regulamentações em vigor, para os respectivos níveis e modalidades da educação nacional. § 1º Os cursos e programas a distância deverão ser projetados com a mesma duração definida para os respectivos cursos na modalidade presencial. § 2º Os cursos e programas a distância poderão aceitar transferência e aproveitar estudos realizados pelos estudantes em cursos e programas presenciais, da mesma forma que as certificações totais ou parciais obtidas nos cursos e programas a distância poderão ser aceitas em outros cursos e programas a distância e em cursos e programas presenciais, conforme a legislação em vigor. (BRASIL, 2005, on-line) Figura 8 – A modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) na forma de EaD oferece flexibilidade e oportunidades de aprendizagem para aqueles que desejam concluir seus estudos em seus próprios termos Fonte: Freepik. 46 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Portanto, a criação, organização, oferta e desenvolvimento de cursos e programas a distância devem estar em conformidade com a legislação e regulamentações vigentes para os diversos níveis e modalidades de educação no país. Além disso, é necessário que os cursos a distância tenham a mesma duração estabelecida para suas contrapartes presenciais, e possibilitem a transferência de estudantes e o aproveitamento de estudos realizados em cursos presenciais, promovendo a flexibilidade e integração entre as diferentes modalidades de ensino. Em relação à regulamentação da Educação a Distância, é importante destacar que existe um limite mínimo de tempo estabelecido para a conclusão do curso. Essa medida visa garantir que os cursos a distância tenham a mesma seriedade e qualidade que os cursos presenciais, evitando que instituições pouco confiáveis emitam diplomas de forma rápida e irresponsável. Assim, as normas estabelecidas para a Educação a Distância buscam assegurar que os alunos recebam uma formação sólida e consistente, independentemente da modalidade de ensino escolhida. Nesse contexto, o Decreto 5.622/2005 desempenha um papel fundamental ao definir diretrizes claras e seguras para a educação a distância no Brasil. Art. 4º A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo mediante: II - cumprimento das atividades programadas; e II - realização de exames presenciais. §1º Os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou programa. 47EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 §2º Os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. (BRASIL, 2005, on-line) A preocupação com as avaliações presenciais na modalidade de Ensino a Distância é evidente e está em conformidade com a legislação vigente, uma vez que visa garantir a qualidade dos cursos oferecidos nessa modalidade educacional. A presença de avaliações presenciais é um mecanismo importante para legitimar e autenticar o processo avaliativo, sendo uma preocupação dos legisladores que buscam evitar possíveis fraudes e assegurar a efetividade do aprendizado dos alunos. Com essa abordagem, a Educação a Distância ganha credibilidade e confiança, pois demonstra o compromisso com o rigor acadêmico e a formação qualificada dos estudantes. Portanto, é de suma importância que todos os profissionais envolvidos na modalidade de Ensino a Distância demonstrem uma sólida formação e qualidade em seu trabalho, respaldados por processos controlados e experiências comprovadas de eficácia. Conforme estabelecido pela legislação, as instituições devidamente credenciadas e registradas têm o direito de emitir diplomas sem distinção entre os cursos realizados presencialmente ou a distância. Nesse contexto, os artigos 5º e 6º desempenham um papel relevante, assegurando a equivalência e a legitimidade dos diplomas obtidos em ambas as modalidades de ensino, garantindo, assim, a confiança e o reconhecimento dos certificados dos alunos formados pela Educação a Distância. Art. 5º Os diplomas e certificados de cursos e programas a distância, expedidos por 48 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validade nacional. (...) Art. 6º Os convênios e os acordos de cooperação celebrados para fins de oferta de cursos ou programas a distância entreinstituições de ensino brasileiras, devidamente credenciadas, e suas similares estrangeiras, deverão ser previamente submetidos à análise e homologação pelo órgão normativo do respectivo sistema de ensino, para que os diplomas e certificados emitidos tenham validade nacional. (BRASIL, 2005, on-line) De forma conclusiva, podemos observar que os diplomas emitidos na modalidade de Ensino a Distância possuem valor igual aos diplomas obtidos na modalidade presencial, uma vez que atendem a todos os critérios de qualidade estabelecidos. Além disso, os acordos e convênios firmados com o objetivo de ofertar programas ou cursos em modalidades a distância, tanto por instituições de ensino nacionais quanto estrangeiras, para efeitos de validação nacional, passam por análise e homologação pelo órgão normativo do respectivo sistema de ensino, seguindo o mesmo procedimento exigido no ensino presencial. Essas medidas asseguram a equivalência e a confiabilidade dos diplomas da Educação a Distância, contribuindo para a construção de uma educação de qualidade e reconhecida tanto no Brasil quanto no exterior. Já os artigos 7º e 8º do Decreto n.º 5.622/2005 destacam a importância atribuída à modalidade de Educação a Distância pelos legisladores brasileiros. Essa legislação confere ao Executivo Federal a responsabilidade pelo credenciamento, autorização e reconhecimento das instituições que oferecem cursos a distância, bem como suas renovações. Com a regulamentação 49EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 estabelecida, o Ministério da Educação (MEC) é orientado a manter um sistema de informação aberto ao público, contendo dados nacionais relacionados à EaD, representando uma conquista para a sociedade. Essas medidas visam garantir a qualidade, a credibilidade e a abrangência dos certificados dos cursos ofertados na modalidade a distância. Outro marco relevante é a Portaria Normativa n.º 2, de 10 de janeiro de 2007, que define e esclarece o conceito de polos como apoio presencial, alterando a compreensão do MEC sobre a geografia da EaD. A portaria destaca a admissão de abertura de polos sem visitas prévias de comissões avaliadoras, permitindo ampliar o acesso. No entanto, a expansão dos polos só é permitida após o reconhecimento do primeiro curso a distância da instituição. A regulamentação específica para os polos de apoio presencial também foi contemplada pela portaria, e somente as instalações desses polos serão avaliadas externamente durante o processo de credenciamento institucional para a modalidade de Educação a Distância. Essas iniciativas reforçam o compromisso com a qualidade e o desenvolvimento do ensino a distância no Brasil, impulsionando a oferta e a democratização do conhecimento para um número cada vez maior de pessoas. SAIBA MAIS Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura do: artigo “EaD: como pequenas IES podem se diferenciar dos grandes grupos” (HOFFMANN, G.). Para lê-lo, clique no QR-Code. https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/EaD-pequenas-ies/ 50 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância Em 2007, a Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) apresentou os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância. Embora não possuam força de lei, esses referenciais são um guia que visa orientar e subsidiar a regulação, supervisão e avaliação da modalidade de ensino a distância pelo poder público. O documento abrange a legislação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto n.º 5.622/2005, do Decreto n.º 5.773/2006 e das Portarias Normativas n.º 1/2007 e 2/2007. O compromisso institucional refletido nos referenciais busca garantir um processo de formação completo, abrangendo a dimensão técnico-científica para preparar os estudantes para o mercado de trabalho e a dimensão política, para formar cidadãos críticos e atuantes na sociedade. Os aspectos pedagógicos, recursos humanos e infraestrutura são enfatizados no Projeto Político Pedagógico dos cursos a distância, visando uma experiência de ensino de alta qualidade. A avaliação do processo de aprendizagem e institucional é tratada com coerência em relação ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e envolve a participação de todos os atores educacionais: estudantes, professores, tutores e equipe técnico-administrativa. A preocupação com a qualidade e a excelência no ensino a distância impulsiona o desenvolvimento da educação no país, fortalecendo o acesso ao conhecimento e a formação de profissionais capacitados e engajados na sociedade contemporânea. 51EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a EaD é uma modalidade de ensino a distância que é vista como democrática, a qual utiliza as tecnologias da comunicação para transmitir conhecimentos em tempo real ou semipresencial e uma de suas vantagens é proporcionar ao aluno trabalhar e estudar ao mesmo tempo. A EaD tem normas e sua credibilidade é atestada por meio de decretos, leis e atos normativos que asseguram o ensino da modalidade EaD, o qual passa por atualizações, visando garantir a qualidade no ensino a distância. Sendo assim, as Instituições de Ensino Superior (IES) passaram a trabalhar com a modalidade EaD, acreditando que ela proporciona aos estudantes a inclusão social, contemplando indíviduos que, por diversos fatores, não podiam estudar presencialmente. 52 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 EaD na educação básica e profissional OBJETIVO Ao término deste capítulo, você terá um sólido entendimento sobre a legislação e a regulamentação da Educação a Distância (EaD) na Educação Básica e Profissional de nível médio/ técnico. Essa compreensão é fundamental para o exercício competente de sua profissão, permitindo que você atue de forma consciente e responsável nessa modalidade educacional. Além disso, estar atualizado(a) sobre a legislação da EaD o(a) manterá informado(a) sobre possíveis mudanças no cenário educacional, contribuindo para a melhoria contínua da EaD como uma modalidade de ensino inclusiva, acessível e inovadora. Desenvolva essa competência para se destacar no mercado de trabalho e aproveitar as oportunidades de crescimento na área da Educação a Distância. E aí? Motivado para desenvolver esta competência? Então, vamos lá! Situando a EaD na educação básica e profissional Antes da era da Internet e dos computadores, a educação básica a distância estava voltada principalmente para a educação de jovens e adultos. Segundo Bizzo (2015), o Decreto n.º 50.370/1961 estabelecia que o Governo Federal deveria apoiar o movimento de promoção da Educação Básica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Esse respaldo governamental evidenciava o reconhecimento da importância da Educação Básica a Distância como uma estratégia para ampliar o acesso à educação e atender às necessidades educacionais daqueles que estavam impossibilitados de frequentar aulas presenciais. 53EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Figura 9 - Ensino a distância em todo lugar Fonte: Pixabay. Logo após esse decreto, as colaborações foram ampliadas, incluindo a permissão de canais radiofônicos e empréstimo de funcionários públicos para o MEB. DEFINIÇÃO MEB significa Movimento de Educação de Base. Foi uma iniciativa desenvolvida no Brasil entre as décadas de 1960 e 1970, que fazia parte do esforço para promover a educação de jovens e adultos. Esse movimento era vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e tinha como objetivo levar a Educação Básica a Distância a áreasrurais e periferias urbanas, alcançando pessoas que não tinham acesso à educação regular. O MEB utilizava diversas estratégias para levar o ensino aos alunos, como a utilização de materiais impressos, aulas em rádio e aulas itinerantes. Além disso, contava com a colaboração de voluntários e o empréstimo de funcionários públicos para auxiliar nas atividades educacionais. Essa colaboração e flexibilidade permitiram que o MEB alcançasse um grande número de pessoas e contribuiu significativamente para a expansão da educação básica no país. 54 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 Essas iniciativas visavam possibilitar o acesso à educação para alunos e professores que se encontravam em regiões distantes ou com dificuldades de acesso à educação presencial. A utilização de canais radiofônicos permitia a transmissão de aulas e conteúdos educacionais, alcançando um público mais amplo e diversificado de forma diacrônica (BIZZO, 2015). As atividades diacrônicas referem-se a ações realizadas ao longo de um tempo previamente estipulado, ou seja, o conteúdo era transmitido em horários programados, possibilitando que os alunos o acompanhassem em momentos determinados. Dessa forma, mesmo que estivessem distantes geograficamente, os alunos podiam acessar as informações educacionais no momento em que os programas educacionais eram veiculados pelos canais de rádio, garantindo assim o acesso ao conhecimento de forma mais flexível e adaptada às suas necessidades. Essas iniciativas pioneiras representaram um importante passo para a democratização da educação e o incentivo à formação de jovens e adultos. Nesse contexto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n.º 9.394/1996, em seu artigo 80, foi um marco na história da Educação a Distância, ao regulamentar não apenas essa modalidade de ensino, mas também abordar os programas de educação continuada. Esses programas trazem uma visão revolucionária sobre o ato de aprender, reconhecendo que a educação não se limita a um período específico da vida, mas é um processo que se realiza ao longo de toda a jornada educacional e além dela. Ao entender a educação como uma jornada contínua e ininterrupta, os programas de educação continuada enxergam os alunos como cidadãos de direitos, capazes de buscar conhecimento e aprimoramento em diferentes momentos 55EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 da vida. Essa perspectiva é essencial em uma sociedade que demanda constante atualização e adaptação às mudanças sociais e tecnológicas. Dessa forma, a Educação a Distância e os programas de educação continuada desempenham papéis complementares e estratégicos para o desenvolvimento educacional do país. A EaD viabiliza o acesso ao conhecimento de forma flexível e adaptada a diferentes realidades, enquanto os programas de educação continuada garantem que a aprendizagem seja uma trajetória contínua, permitindo que os indivíduos se mantenham atualizados e capacitados para enfrentar os desafios da vida pessoal e profissional. Bizzo (2015) destaca que a Educação a Distância (EaD) abrange uma ampla gama de possibilidades educacionais, englobando não apenas cursos e treinamentos, mas também grupos de estudos que atendem às necessidades individuais de aperfeiçoamento, especialização, crescimento pessoal e profissional. Nesse contexto, a EaD respeita e se adapta às exigências impostas pelo desenvolvimento tecnológico, preparando os indivíduos para enfrentar os desafios do mundo do trabalho. Compreende-se, assim, que os programas de educação continuada, presentes em todos os níveis e modalidades de ensino, podem ser realizados tanto presencialmente quanto a distância, ou ainda combinando ambas as formas de maneira integrada e complementar. Essa flexibilidade proporcionada pela EaD e pelos programas de educação continuada possibilita que os indivíduos se aprimorem e se qualifiquem de acordo com suas demandas específicas, impulsionando sua trajetória de aprendizado ao longo da vida. Nesse contexto, é importante ressaltar que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n.º 9.394/1996, 56 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 em seu artigo 32, § 4º, prevê a possibilidade de utilização da Educação a Distância (EaD) tanto no ensino presencial como complementação da aprendizagem. Essa legislação estabelece que o ensino fundamental deve ser predominantemente presencial, porém, admite a utilização da EaD como uma forma complementar em situações específicas, como em casos de emergência ou em atividades que possam enriquecer o processo educativo. Além disso, a LDBEN enfatiza a importância da presença dos alunos em cursos tanto na educação básica quanto no ensino superior, estabelecendo critérios mínimos obrigatórios a serem observados. Essa medida visa garantir a qualidade da formação educacional e assegurar que os estudantes possam participar ativamente de atividades presenciais que contribuam para o desenvolvimento integral de suas habilidades e competências. Portanto, a legislação educacional brasileira demonstra a preocupação em equilibrar o uso da EaD de forma complementar e estratégica, considerando a importância da interação entre alunos e professores no ambiente presencial e a potencialidade da Educação a Distância em ampliar o acesso ao conhecimento e proporcionar novas oportunidades de aprendizagem. Essa abordagem busca fortalecer a educação em todos os níveis, promovendo a formação de cidadãos mais preparados e aptos a enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. 57EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 VOCÊ SABIA? ocê já ouviu falar do Telecurso 2000? Você sabia que o Telecurso 2000 foi um programa pioneiro de Educação a Distância que alcançou mais de 5 milhões de brasileiros em 10 anos, tornando-se uma referência na educação básica do país? O Telecurso 2000 foi um programa pioneiro de Educação a Distância que marcou a história da educação no Brasil. Criado na década de 1970, o programa tinha como objetivo proporcionar uma educação de qualidade e acessível para jovens e adultos que desejavam concluir o Ensino Fundamental e Médio. Com uma abordagem inovadora, o Telecurso 2000 combinava materiais impressos, aulas transmitidas pela TV e encontros presenciais, oferecendo aos estudantes a flexibilidade de aprender no seu próprio ritmo e em horários que se adequassem às suas necessidades. Ao longo de 10 anos, o programa alcançou a impressionante marca de mais de 5 milhões de brasileiros atendidos, tornando-se uma verdadeira referência na educação básica do país. O sucesso do Telecurso 2000 destacou o potencial da Educação a Distância em democratizar o acesso ao conhecimento e promover a formação de cidadãos mais capacitados e preparados para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Embora o Telecurso 2000 não esteja mais em vigor, seu legado continua presente, inspirando novas iniciativas de EaD e mostrando que a tecnologia pode ser uma poderosa aliada na construção de uma educação mais inclusiva e abrangente para todos. Em relação ao Ensino Médio e o Ensino Médio Técnico, é importante ressaltar que essas modalidades de ensino têm 58 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO U ni da de 1 passado por importantes avanços no contexto da Educação a Distância (EaD) no Brasil. A legislação permite que o Ensino Médio Técnico presencial destine até 20% das aulas para serem realizadas a distância, o que amplia as possibilidades de aprendizado dos alunos. Esse cenário tem sido impulsionado pelo crescimento do uso das tecnologias educacionais de hipermídia, como computadores e redes de internet, que permitem que os estudantes aprendam em tempos e espaços diversos, com maior interação e interatividade. A criação de plataformas virtuais de aprendizagem, como o Moodle, tem sido fundamental para a implementação
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