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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
E NOVAS MODALIDADES 
DE ENSINO
Unidade 1
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
DIRETORA EDITORIAL 
ALESSANDRA FERREIRA
GERENTE EDITORIAL 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
PROJETO GRÁFICO 
TIAGO DA ROCHA
AUTORIA 
TATIANA DE MEDEIROS SANTOS
4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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A
Tatiana de Medeiros Santos
Olá! Sou formada em Pedagogia, com experiência técnico-
profissional na área de educação, portanto sou especialista em 
Educação Infantil e também em Gestão Educacional. Sou mestre 
em Educação Popular e doutora em Educação. Sou professora do 
Ensino Fundamental e Ensino Superior há mais de 10 anos. Passei 
por empresas como a Universidade Federal da Paraíba, onde atuei 
como professora substituta do curso de Pedagogia. Sou professora 
da rede Municipal de Ensino de João Pessoa, da UNAVIDA – UVA 
e da UNINASSAU, além de tutora a distância do curso a distância 
de Pedagogia da UFPB. Sou apaixonada pelo que faço e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando 
em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens 
a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz 
em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte comigo!
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6 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Ensino presencial, híbrido e a distância ................................. 9
Educação e o ensino presencial, híbrido e a distância ................................. 9
Origem e evolução da EaD ...................................................... 22
Educação a Distância no mundo ....................................................................22
Educação a Distância no Brasil .........................................................................25
EaD no ensino superior ........................................................... 35
Funcionamento da EaD no ensino superior ................................................. 35
EaD na educação básica e profissional.................................. 52
Situando a EaD na educação básica e profissional ..................................... 52
SU
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Você sabia que a Educação a Distância (EaD) é uma 
modalidade de ensino a distância que, ao longo do tempo, 
sofreu discriminação tanto no trabalho quanto na educação e em 
concursos públicos? 
Porém, com o tempo, passou a ser vista sob novos 
olhares pelas pessoas que, por algum motivo, não podem 
estudar em ensino presencial e acabam optando pela EaD, que é 
regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases, a Lei n.º 9.394/1996. 
Muitas instituições de Ensino Superior acabaram 
optando por trabalhar nessa modalidade de ensino por meio de 
metodologias ativas e ensino híbrido, o que acabou ganhando 
muitos adeptos. 
Portanto, a EaD, em seu contexto histórico no Brasil, é 
tida como importante, pois é a possibilidade de alguns alunos em 
retomar seus estudos, já que trabalham e não possuem tempo 
para frequentar aulas presenciais. Assim, essa modalidade permite 
unir trabalho e estudo, por meio das tecnologias utilizadas pelas 
instituições brasileiras.
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai 
mergulhar neste universo!
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Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término dessa etapa de estudos:
1. Conceituar e diferenciar as modalidades educacionais, 
da presencial até as submodalidades da EaD.
2. Conhecer a história da EaD, compreendendo sua 
evolução e expansão no Brasil e no mundo.
3. Entender a legislação e a regulamentação da EaD no 
ensino superior.
4. Entender a legislação e a regulamentação da EaD na 
educação básica e profissional de nível médio/técnico.
Vamos entender o que é Educação a Distância e como ela 
deve acontecer de acordo com normas, leis e decretos.
Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
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Ensino presencial, híbrido e a 
distância 
DEFINIÇÃO
Neste capítulo, o objetivo é conceituar e diferenciar 
as diversas modalidades educacionais, desde 
o ensino presencial até as submodalidades da 
Educação a Distância (EaD). Ao final, espera-se que 
você seja capaz de distinguir claramente entre o 
ensino presencial, o ensino híbrido e o ensino a 
distância, compreendendo suas características 
e abordagens pedagógicas distintas. Além disso, 
será possível entender como a EaD deve ser 
colocada em prática, identificando suas principais 
metodologias e recursos utilizados no processo 
de ensino e aprendizagem. Essa competência será 
fundamental para sua atuação como educador, 
permitindo que escolha a abordagem mais 
adequada aos objetivos de aprendizagem e ao 
perfil dos estudantes, bem como utilizar de forma 
eficiente as tecnologias e metodologias próprias 
da EaD, ampliando suas possibilidades de atuação 
profissional e melhorando a qualidade do ensino 
oferecido. E aí? Motivado para desenvolver essa 
competência? Então, vamos lá!
Educação e o ensino presencial, 
híbrido e a distância
Na era da informação, comunicação e das tecnologias, 
transformações estão acontecendo a todo momento e entendemos 
que a educação deve procurar acompanhar e se adaptar a essas 
mudanças. Os alunos e professores que ainda são analfabetos 
digitais devem procurar se capacitar e correr para quebrar essa 
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barreira, pois devemos usar as tecnologias em prol do processo 
de aprendizagem.
Figura 1 - Informação, comunicação e tecnologias
Fonte: Pixabay (2023).
Os autores Lima e Moura (2015) explicam que o acesso às 
ferramentas digitais e o seu uso estão cada vez mais simplificados. 
Sendo assim, não é preciso ter vasto conhecimento na área da 
informática ; o que importa é ser capaz de executar as práticas 
em prol da aprendizagem. Muitas vezes basta que haja interesse 
e pesquisa para aprender por meio de ferramentas de busca via 
internet. Os próprios colegas de trabalho têm a possibilidade de 
participar de uma formação durante o planejamento escolar e, 
além disso, podem gravar pequenos vídeos explicativos para se 
adaptarem às tecnologias, pois é essencial despertar o interesse 
em aprender e colocar os conhecimentos em prática de maneira 
contínua.
De acordo com Sunaga e Carvalho (2015), temos a tradição 
de nossos alunos irem para a escola e terem aulas expositivas, 
voltando para casa com o caderno cheio de conteúdos copiados 
de uma lousa. A crença é que esse método de ensino é muito 
eficiente. 
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Atualmente, com a possibilidade do uso das novas 
tecnologias e a facilidade de acesso à informação, temos que 
entender que a escola precisa repensar sua prática, pois as 
informações estão chegando por meio da internet, não só nas 
casas das pessoas, mas em todos os lugares pelos computadores, 
notebooks, celulares, tablets, entre outros. Assim, as pessoas 
podem aprender em qualquer lugar e a qualquer hora. 
Nesse sentido, ao ter essa consciência, precisamos 
entender que a escola deixa de ser um dos principais locais na 
busca da informação. 
Sendo assim, é fundamental que a escola busque 
constantemente se atualizar, não no sentido de limitar suas 
práticas, mas de explorar suas possibilidades de expansão. Cabe 
à instituição de ensino utilizar as tecnologias a favor do processo 
de ensino e aprendizagem de forma eficaz. Nesse contexto, é 
responsabilidade dos gestores e educadores proporcionarem 
aos profissionais daescola as oportunidades necessárias para se 
capacitarem e incorporarem a inovação tecnológica de maneira 
significativa no ambiente educacional. Ao capacitar professores 
e alunos para utilizar essas ferramentas, abre-se espaço para 
uma abordagem pedagógica mais dinâmica e engajadora, 
fortalecendo a qualidade do ensino e enriquecendo a experiência 
de aprendizagem dos estudantes.
Você pode estar aí do outro lado se perguntando: como 
deve ser o processo de educação mediante essas transformações 
que ocorrem diariamente em nossa sociedade? 
A educação pode e deve ocorrer por meio das tecnologias, 
encontrando um equilíbrio entre rigidez e flexibilidade, 
considerando sua natureza digital. Como educadores, devemos 
integrar as tecnologias em benefício do processo de ensino 
e aprendizagem, possibilitando uma abordagem híbrida que 
combine o ensino presencial com o ensino a distância, o que 
abordaremos a seguir.
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O ensino presencial é entendido como uma forma 
de ensinar e aprender em que professor e aluno devem estar 
presencialmente em um determinado local, geralmente em uma 
sala, em um dia e horário específicos para que uma aula aconteça. 
Já o ensino a distância é marcado pela separação de espaço 
físico entre professor e aluno, ou seja, ambos não precisam estar 
no mesmo local para que uma aula aconteça. A transmissão 
dos conteúdos é realizada pela utilização de tecnologias de 
comunicação e informação, rompendo barreiras de espaços 
geográficos e de tempo (COUTINHO, 2009, p. 2014).
SAIBA MAIS
Duas das modalidades principais de educação on-
line são as aulas síncronas e assíncronas.
A educação síncrona refere-se às aulas e 
interações que acontecem em tempo real, em que 
professores e alunos estão presentes e participam 
simultaneamente. Nesse formato, os educadores 
podem conduzir aulas ao vivo por meio de 
videoconferências, chats ou webinars. A interação 
direta entre professores e alunos permite 
discussões em tempo real, perguntas e respostas 
imediatas, bem como atividades colaborativas em 
grupo.
Já a educação assíncrona envolve o acesso a 
conteúdos e atividades que não requerem a 
presença simultânea de todos os participantes. Os 
estudantes podem acessar o material educacional 
em horários convenientes e avançar em seu 
próprio ritmo. Os recursos assíncronos incluem 
vídeos gravados, textos, fóruns de discussão, 
questionários on-line, entre outros. Isso possibilita 
a flexibilidade de estudo, sendo especialmente útil 
para alunos com horários ocupados ou que estão 
em fusos horários diferentes.
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Ambas as modalidades têm seus benefícios 
e desafios. A educação síncrona proporciona 
maior interação em tempo real e a sensação de 
presença na sala de aula, o que pode melhorar 
o engajamento dos alunos. No entanto, pode ser 
afetada por problemas de conectividade ou fusos 
horários que dificultem a participação de todos.
Por outro lado, a educação assíncrona oferece 
flexibilidade e autonomia para os alunos, 
permitindo que aprendam em seu próprio 
ritmo e revisitem o material quando necessário. 
No entanto, pode ser menos interativa e pode 
requerer maior autodisciplina para manter o 
acompanhamento dos conteúdos.
A combinação equilibrada de ambas as 
modalidades pode enriquecer a experiência 
educacional, fornecendo uma variedade de 
recursos e oportunidades para o aprendizado. A 
educação on-line continua a evoluir, e a adaptação 
dessas modalidades para atender às necessidades 
dos alunos é fundamental para o sucesso da 
educação do século XXI.
O estudante tem autonomia e responsabilidade de poder 
ter acesso ao ensino sem ter dia, horários fixos e obrigatoriedade 
de estar no mesmo local em que o professor se encontra. Para 
tanto, é primordial que o aluno tenha autonomia para realizar as 
suas atividades, que geralmente têm prazo máximo para serem 
realizadas e entregues ao professor, assim, o aluno pode e deve 
criar o seu próprio cronograma de estudos. 
Estar longe do professor não quer dizer que estudar seja 
tarefa fácil e nem separa o estudante e professor, pois é com o 
auxílio das tecnologias e uso da internet que são produzidos 
meios para reduzir as distâncias, não excluindo o contato direto 
entre alunos e professores.
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Até o momento, exploramos o ensino presencial e o ensino 
a distância, mas o que exatamente é o ensino híbrido? 
O conceito de ensino híbrido, conforme descrito pelos 
autores Christensen, Horn e Staker (2013), surgiu nos Estados 
Unidos e envolve a combinação de metodologias do ensino 
tradicional com o uso de tecnologia digital. Nessa abordagem, 
busca-se integrar o melhor de ambos os mundos para proporcionar 
uma experiência educacional mais enriquecedora e eficaz aos 
estudantes. 
O ensino híbrido é um programa de educação formal 
em que há alunos que se encontram e aprendem com parte 
do ensino acontecendo de forma on-line e, para implementar o 
ensino híbrido de forma eficiente, é essencial contar com espaços 
de aprendizagem que ofereçam controle e acompanhamento dos 
alunos interessados em estudar. Esse instrumento de controle 
deve registrar tanto o tempo em que o aluno passou no ambiente 
de aprendizagem estudando como o lugar, modo ou ritmo do 
estudo. A outra parte dos estudos deve acontecer em um espaço 
físico e supervisionado, em um local que não seja a casa do 
estudante (COUTINHO, 2009, p. 2014).
Figura 2 – O ensino híbrido combina estratégias pedagógicas presenciais e on-line, 
proporcionando aos estudantes uma experiência educacional mais flexível e personalizada
Fonte: Freepik.
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Observa-se que o ensino com o auxílio das tecnologias 
pode e deve auxiliar o professor a realizar a personalização da 
aprendizagem dos seus respectivos alunos, proporcionando, 
assim, a inclusão de número muito maior de alunos, pois eles 
podem estudar em seu ritmo, tempo disponível e de acordo com 
os conhecimentos já adquiridos. Essa forma de ensinar pode ter 
diversas vantagens, mas é preciso que o aluno tenha autonomia 
para definir seus horários e cumpri-los. Sendo assim, é possível 
compreender que no ensino híbrido haverá momentos em que 
a aprendizagem acontecerá parte em casa e parte em aulas 
presenciais.
Sobre o significado do termo “hibridismo”, temos Moran 
(2015) explicando que: 
Híbrido significa misturado, mesclado, 
blended. A educação sempre foi misturada, 
híbrida, sempre combinou vários espaços, 
tempos, atividades, metodologias, públicos. 
Esse processo, agora, com a mobilidade e 
a conectividade, é muito mais perceptível, 
amplo e profundo: é um ecossistema mais 
aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender 
de inúmeras formas, em todos os momentos, 
em múltiplos espaços. Híbrido é um conceito 
rico, apropriado e complicado. Tudo pode 
ser misturado, combinado e podemos, com 
os mesmos ingredientes, preparar diversos 
‘pratos’, com sabores muito diferentes. 
(MORAN, 2015, p. 27)
É preciso entender que a educação é muito ampla e tem 
inúmeras possibilidades de acontecer de forma ativa e bem 
diversificada, ou seja, deve acontecer por meio do diálogo, de 
maneira que as competências e habilidades que o aluno deve 
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alcançar sejam claras para ele, as quais devem ser diversificadas 
por meio de currículos e práticas adequadas à realidade da escola. 
Sendo assim, em relação ao ensinar, pode-se entender que 
a aprendizagem dos alunos pode acontecer de diferentes formas, 
de modo progressivo, contínuo, que vão do presencial e/ou a 
distância; híbridos; intencionais e/ou não intencionais; formais e/
ou informais e, ainda, os sistematizados e abertos. 
Assim, podemos entender que existem vários percursos 
na busca por aprendizagens, que podem acontecer tantoindividualmente como em grupo.
Ainda sobre a educação e o ensino híbrido, os autores 
Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) defendem que não há um 
modelo de ensinar, e sim vários na busca da aprendizagem do 
aluno, que deve ser um processo contínuo e que, para essa 
aprendizagem acontecer, deve-se buscar diferentes formas, 
em diferentes espaços, por isso é possível encontrar diferentes 
definições para o ensino híbrido e que vão sempre se reportar 
a dois modelos de aprendizagem: “[...] o modelo presencial, em 
que o processo ocorre em sala de aula, como vem sendo realizado 
há tempos, e o modelo on-line, que utiliza as tecnologias digitais 
para promover o ensino [...]”. Os autores ainda afirmam que um 
complementa o outro na busca interativa por novas experiências, 
explicando que: 
O papel desempenhado pelo professor e 
pelos alunos sofre alterações em relação à 
proposta de ensino considerado tradicional, 
e as configurações das aulas favorecem 
momentos de interação, colaboração e 
envolvimento com as tecnologias digitais. 
O ensino híbrido configura-se como uma 
combinação metodológica que impacta na 
ação do professor em situações de ensino 
17EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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e na ação dos estudantes em situações 
de aprendizagem. (BACICH; TANZI NETO, 
TREVISANI, 2015, p. 41)
Nesse ínterim, chegamos ao entendimento de que o 
conhecimento do uso das tecnologias também é importante para 
promover novas aprendizagens, e cabe ao professor se atualizar 
para trabalhar sempre com as ferramentas digitais que mudam 
constantemente em prol do ensino e da aprendizagem. 
No ensino a distância, o trabalho com os conteúdos 
devem ser flexíveis, com objetivos e de fácil acesso. Esse trabalho 
do professor em sala de aula, e por meio das tecnologias, deve 
ocorrer por projetos que podem ser desenvolvidos de forma 
individual ou em grupo. O professor e, se for o caso, o tutor 
devem ter acesso e acompanhar cada aluno na plataforma 
virtual de aprendizagem, além de permitir uma interação ativa 
nesses ambientes de aprendizagem, nos quais cada aluno tem 
a possibilidade de desenvolver suas competências cognitivas e 
socioemocionais. Por isso, é preciso ter planejamento, ser flexível 
e entender que há várias opções para que tudo isso aconteça em 
termos de possibilidades de tempo, espaço, métodos e recursos. 
Existem muitas discussões em relação a proporcionar 
transformações na área da educação, mas ainda estão muito 
limitadas à busca por modelos de design fechado, homogêneos, 
como receitas de bolo e que estão focados em conteúdos e 
competências. 
É preciso ampliar esse olhar para as possibilidades e evitar 
o foco em um único modelo, buscando a diversidade na educação 
formal. Vamos entender um pouco mais sobre esses modelos que 
podemos considerar na educação formal:
 • Blended learning: semipresencial, que se misturam 
e trabalham por meio de formas físicas e digitais, 
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que podem ser realizadas em grupos ou em vários 
momentos, sendo flexível, permitindo orientar o aluno a 
se organizar para ter autonomia, estudar e se organizar 
de acordo com o tempo disponível (MORAN, 2015).
 • Metodologias ativas: ocorrem por meio de práticas, 
projetos e atividades, as quais requerem envolvimento, 
colaboração e personalização, sejam presenciais ou 
não (MORAN, 2015).
 • Modelo on-line: Acontece quando professor e alunos 
estão juntos (on-line) em tempo real, devem interagir 
por meio de ferramentas tecnológicas, a exemplo de 
chats, fóruns, blogs, chamada de vídeo on-line, entre 
outros, nos quais o professor pode escolher entre 
participar junto aos alunos de forma individual ou em 
grupo (MORAN, 2015).
As ferramentas de aprendizagem digitais podem ser 
dinâmicas ou não, e o professor precisa estar atento, pois pode 
estar utilizando-as de forma muito mecânica, mas a ideia é se abrir 
para o uso adequado e que trilhem por caminhos que permitam 
usar essas ferramentas para compartilhamento de ideias, 
coautoria, publicação e divulgação das diferentes narrativas. 
Todas essas atividades podem acontecer em uma 
plataforma virtual, na qual professores e tutores devem mediar 
as atividades explicando-as, resolvendo dúvidas e possíveis 
dificuldades dos alunos. 
Por meio do ensino híbrido, percebe-se que há 
possibilidades de atuar de forma ativa, proporcionando ao aluno 
aprender de maneira mais interessante e, com isso, utilizar-se 
desses meios para que eles se tornem mais participativos, críticos 
e reflexivos no processo educativo. 
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Ratificando esses modelos de ensino, sobre o ensino 
interativo, Lima e Moura (2015, p. 78) recomendam fazer um 
planejamento e, para o uso do ambiente de aprendizagem, é 
necessária: 
a instrução, o professor deve selecionar ou 
criar um vídeo adequado; se o objetivo é a 
interatividade, ele pode escolher um game 
ou um simulador; e se a meta é avaliar, ele 
deve escolher uma ferramenta eficiente no 
levantamento de dados para transformar 
feedback em orientação educacional. Em um 
planejamento de aula eficiente, devem ser 
escolhidas as ferramentas e a forma de utilizá-
las, bem como se definir o papel do aluno 
e do professor. Quando o docente instrui 
uma atividade, ele pode utilizar o tempo de 
realização para ter contato com os estudantes 
que apresentam mais dificuldades e auxiliá-
los de forma personalizada. (LIMA; MOURA, 
2015, p. 78)
Para trabalhar com metodologias ativas, é preciso ter 
claras as estratégias de ensino, pois o próprio nome já nos informa 
que o aluno deve ter no processo de ensino e aprendizagem, sua 
participação ativa, que pode acontecer tanto nas aulas presenciais 
como on-line (hibridismo). Portanto, entende-se que o aluno é 
o foco da aprendizagem e precisa de atividades as quais possa 
conseguir realizar operações mentais, de maneira individualizada 
e com a proposta de se adaptar a diversas situações.
Nesse sentido, o professor deve ter atenção, cuidado com 
atividades, apesar de ser em sala de aula ou com o auxílio de 
tecnologias, pois elas precisam estar direcionadas para formar o 
cidadão crítico reflexivo no caminho de ampliar os conhecimentos 
dos alunos.
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Lima e Moura (2015) explicam que o que irá trabalhar 
o ensino híbrido não se trata de somente propor a atividade, é 
preciso que se dedique tanto a um bom planejamento como 
conhecer, testar, escolher e validar ferramentas digitais nas quais 
vai trabalhar junto aos seus alunos. Sobre o ato de “testar” explica 
que é preciso pesquisar, conhecer a sua ferramenta pedagógica/
tecnológica, buscando instrumentos cada vez mais simples e 
concisos. 
Sobre essa questão, os autores esclarecem, ainda, que o 
professor precisa estar atento se a ferramenta definida realmente 
será útil para atingir os objetivos de aprendizagem propostos. 
Avaliar também é necessário, pois exige que o professor verifique 
se o instrumento alcançou o mínimo de aprendizagem necessária. 
Seja qual for o ambiente de aprendizagem escolhido para 
transmitir uma aprendizagem formal ou informal, por meio de 
redes sociais, blogs, videoaulas, aulas em tempo real, entre outros, 
as atividades devem ser planejadas para serem significativas.
Desse modo, o ensino que envolve aulas presenciais e por 
meio do uso de recursos tecnológicos, o qual chamamos de ensino 
híbrido, pode e deve ser implementado em espaços formais de 
aprendizagens e não formais. Por que digo isso? Porque os alunos 
podem aprender por meio de vídeos que podem ser publicados em 
plataformas abertas, sem a necessidade do uso de senhas, como 
também podem aprender diversos cursos com a responsabilidade 
de serem diplomados por esse curso, em plataformas em que 
haja o controle de sua frequência, proporcione aprendizagens 
e avaliação conforme manda a nossa legislação da educação, as 
Diretrizese Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9.394/1996.
Desse modo, vamos ver nos próximos capítulos a ampla 
possibilidade de acesso nesse âmbito de ensino. Todavia, não se 
pode esquecer que o professor deve ser desafiado a proporcionar 
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para os seus alunos atividades que desenvolvam desde o raciocínio 
e a reflexão do aluno até desafios para realizar essas atividades. Ao 
fazê-las, também pode-se propor buscar por soluções e respeitar 
o ritmo de aprendizagem de cada um de seus alunos. 
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido que vivemos em 
uma era digital e que devemos estar capacitados 
para acompanhar essas tecnologias em prol da 
educação. A educação a distância, utilizando as 
tecnologias, deve trabalhar com metodologias 
ativas, ser flexível, marcada pelo distanciamento 
do espaço físico do docente e do aluno, que não 
precisam estar no mesmo espaço para que ocorra 
a construção do conhecimento, que ocorre pela 
utilização das tecnologias de comunicação e 
informação rompendo as barreiras de espaço e 
tempo.
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Origem e evolução da EaD
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
conhecer a história da Educação a Distância (EaD), 
compreendendo sua evolução e expansão no 
Brasil e no mundo. Também irá entender como a 
EaD tem se desenvolvido ao longo do tempo, desde 
suas origens até os modelos contemporâneos. Isso 
será fundamental para o exercício de sua profissão 
como educador, pois o conhecimento sobre a 
história da EaD permitirá que você compreenda 
os fundamentos, contextos e tendências dessa 
modalidade educacional. Além disso, esse 
entendimento enriquecerá sua prática pedagógica 
ao incorporar aspectos históricos e conceituais da 
EaD em suas abordagens de ensino. E aí? Motivado 
para desenvolver essa competência? Então, vamos 
lá!
Educação a Distância no mundo
A Educação a Distância na atualidade é praticada em 
diversos locais. Pode acontecer na Educação Básica, no Ensino 
Superior, em Universidades Abertas, Universidades Virtuais, 
formações de profissionais, treinamentos, cursos abertos e 
fechados, livres etc. (MAIA; MATTAR, 2007).
23EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Figura 3 – Educação a distância
Fonte: Freepik.
Diversos conceitos de Educação a Distância convergem em 
pontos comuns. Nesse sentido, Bernardo (2009) destaca o conceito 
de aprendiz como uma característica central na Educação a 
Distância desde 1967. Além disso, algumas análises apontam para 
as epístolas de São Paulo às comunidades cristãs da Ásia Menor, 
registradas na Bíblia, como um dos primeiros marcos históricos 
da Educação a Distância (GOUVÊA; OLIVEIRA, 2006). Entretanto, a 
história da EaD não se limita a esse ponto, com outros marcos 
significativos surgindo a partir do século XVIII e consolidando essa 
modalidade educacional em todo o mundo (CORRÊA, 2005).
Quadro 1 – Panorama da Educação a distância no mundo
PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNDO
1829 Suécia, Instituto Líber Hermondes (150.000 usuários).
1840 Reino Unido, Faculdade Sir Isaac Pitman – Primeira escola por 
correspondência na Europa.
1892 EUA, Universidade de Chicago - Divisão de Ensino por 
Correspondência para preparação de docentes no Departamento 
de Extensão.
1922 União Soviética, ensino por correspondência (350.000 usuários).
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1948 Noruega, primeira legislação para escolas por correspondência.
1969 Reino Unido, fundação da Universidade Aberta (200.000 alunos).
1977 Venezuela, fundação Universidade Nacional Aberta.
1978 Costa Rica, Universidade Estadual a Distância.
1984 Holanda, implantação da Universidade Aberta.
1985 Fundação da Associação Europeia das Escolas por 
Correspondência (AEEC).
1985 Índia, implantação da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi 
(242.000 alunos).
1987 Resolução do Parlamento Europeu sobre Universidades Abertas 
na Comunidade Europeia.
1987 Fundação da Associação Europeia de Universidades de Ensino a 
Distância.
1988 Portugal, fundação da Universidade Aberta.
1990 Implantação da rede Europeia de Educação a Distância, basEaDa 
na declaração de Budapeste.
1991 Relatório da Comissão sobre Educação Aberta e a Distância na 
Comunidade Europeia. 
Fonte: Elaborado pela autoria com base em Corrêa (2005, p. 17-19).
Esse quadro apresenta um panorama histórico da 
Educação a Distância (EaD) no mundo, destacando marcos 
importantes ao longo dos anos. Ele mostra como a EaD teve 
origens diversas em diferentes países e como se expandiu 
globalmente ao longo do tempo. Desde a fundação das primeiras 
escolas e universidades por correspondência até a criação de 
universidades abertas e associações de ensino a distância, a 
tabela evidencia o crescimento e a consolidação da EaD como 
uma modalidade educacional relevante em diversos países, com 
milhares de alunos alcançados em todo o mundo. A presença de 
legislações específicas e a fundação de importantes instituições de 
EaD refletem o reconhecimento e a importância crescente dessa 
modalidade na educação global.
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Atualmente, a EaD está presente em mais de 80 países e 
é oferecida em todos os níveis de ensino, acolhendo milhões de 
alunos (GOLVÊA; OLIVEIRA, 2006). Nesse contexto, observamos 
um notável crescimento no número de instituições de ensino 
e empresas que adotam a EaD como forma de capacitar seus 
colaboradores e alunos. As universidades a distância têm se 
adaptado constantemente às novas tecnologias de informática 
e telecomunicação. Um exemplo é a Universidade a Distância 
de Hagen, que já promovia a Educação a Distância com material 
impresso em 1975 (BERNARDO, 2009). 
Contudo, é importante ressaltar que, atualmente, essa 
mesma universidade utiliza amplamente as tecnologias da 
informação e comunicação para disponibilizar seu material 
didático, potencializando o ensino a distância. Com o advento da 
internet, essa modalidade educacional foi ainda mais aprimorada, 
possibilitando uma abordagem mais dinâmica e interativa para 
o ensino a distância. Nesse cenário, diversas universidades 
abertas, como as da Inglaterra, Holanda e Espanha, têm adotado 
a integração das tecnologias para oferecer cursos e programas 
a distância. Esses avanços e essa abrangência da EaD no 
contexto global refletem sua relevância crescente na educação 
contemporânea e destacam como a interação entre tecnologia 
e educação tem revolucionado a maneira como as pessoas 
aprendem e se qualificam profissionalmente.
Educação a Distância no Brasil
Embora não haja registros precisos sobre os primórdios 
da Educação à Distância (EaD) no Brasil, acredita-se que a 
primeira ocorrência documentada dessa modalidade de ensino 
tenha ocorrido por volta do final do século XIX. Naquela época, 
os agricultores e pecuaristas europeus recebiam, por meio de 
26 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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correspondências, valiosos ensinamentos sobre técnicas de 
plantio e manejo do rebanho. 
Essa troca de conhecimentos por cartas representou uma 
forma pioneira de EaD, permitindo a disseminação do saber de 
forma remota e acessível e essa iniciativa inovadora evidencia como 
a Educação a Distância já se fazia presente em tempos passados, 
e serve como base para compreender o desenvolvimento e a 
evolução dessa modalidade ao longo dos anos no Brasil e no 
mundo. 
ACESSE
Você sabe qual foi a primeira experiência de EaD 
no Brasil?
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mais, clicando no QR-Code.
É relevante ressaltar a contribuição de Côrrea (2005), 
pois a autora realiza uma retrospectiva minuciosa das iniciativasde Educação a Distância no Brasil, revelando como a tecnologia 
empregada para viabilizar essa modalidade de ensino variou ao 
longo do tempo e do espaço. Ao analisarmos essa retrospectiva, é 
possível observar a evolução da tecnologia ao longo da história da 
Educação a Distância em nosso país. Portanto, exploraremos essas 
informações para compreender a dinâmica e a transformação 
dessa modalidade educacional ao longo dos anos no Brasil.
27EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Quadro 2 – Panorama da Educação a Distância no Brasil.
Panorama da Educação a Distância no Brasil
1923/1925 Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
1923 Fundação Roquete Pinto – Radiodifusão.
1939 Marinha e Exército – cursos por correspondência.
1941
Instituto Universal Brasileiro – cursos por correspondência, 
formação profissional básica.
1958
Universidade de Santa Maria (RS) - a televisão passou a ser 
utilizada para a difusão de programas educativos.
1970
Projeto Minerva – cursos transmitidos por rádio em cadeia 
nacional.
1974
TVE do Ceará – cursos de quinta à oitava série, com material 
televisivo, impresso e com monitores.
1976
Senac – Sistema Nacional de Teleducação, cursos por meio de 
material instrucional (em 1995 já havia atendido 2 milhões de 
alunos).
1979
Colégio Anglo-Americano (RJ) – atua em 28 países, com cursos 
por correspondência para brasileiros residentes no exterior, em 
nível de 1º e 2º graus.
1979
UnB – cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 
transforma no CEaD e lança o Brasil EaD.
1991
Fundação Roquette Pinto – programa Um salto para o Futuro, 
para a formação continuada de professores do Ensino 
Fundamental.
1995
Secretaria Municipal de Educação – MultiRio (RJ) – cursos de 
quinta à oitava série, por meio de programas televisivos e 
material impresso.
1995 Programa TV Escola – MEC.
1996
Secretaria de Educação a Distância (SEED), em substituição à 
Coordenadoria Nacional de Educação a Distância, criada em 
1992, com o objetivo de traçar e implementar as políticas de EaD 
no Brasil, na estrutura do MEC.
2000
Unirede – Rede de Educação Superior a Distância – consórcio 
que reúne 68 instituições públicas do Brasil.
2005 Criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Fonte: Elaborado pela autoria com base em Corrêa (2005, p. 21-22).
28 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Em 1904, o Jornal do Brasil promoveu o primeiro curso 
de datilografia por correspondência no Brasil, marcando um 
importante marco na história da Educação a Distância no país. 
Essa iniciativa permitiu que os alunos aprendessem datilografia 
de forma flexível e no conforto de suas casas, sem a necessidade 
de frequentar aulas presenciais. Essa abordagem inovadora abriu 
caminho para o desenvolvimento posterior de outras modalidades 
de Educação a Distância no Brasil.
Mais tarde, em 1923, o rádio também desempenhou um 
papel importante no campo da Educação a Distância, quando 
um grupo liderado por Henrique Morize e Edgard Roquette Pinto 
mencionou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que passou a 
oferecer uma variedade de cursos, abrangendo temas como 
Português, Francês, Silvicultura, Literatura Francesa, Esperanto, 
Radiotelegrafia e Telefonia (ALVES, 2011). Essas iniciativas pioneiras 
ilustram como a Educação a Distância se valeu de diferentes meios 
de comunicação ao longo da história, ampliando seu alcance e 
possibilitando o acesso à educação de maneira mais abrangente.
No finalzinho da década de 1930, em São Paulo, nasce o 
Instituto Monitor, que constituiu o primeiro instituto brasileiro 
a ofertar cursos profissionalizantes por correspondência e, já 
entrando na década de 1940, o Instituto Universal Brasileiro, que, 
conforme Alves (2011), foi:
o segundo instituto a oferecer cursos 
profissionalizantes sistematicamente. Foi 
fundado por um ex-sócio do Instituto Monitor, 
hoje possui cerca de 200 mil alunos; juntaram-
se esses dois institutos e outras organizações 
similares, que foram responsáveis pelo 
atendimento de milhões de alunos em cursos 
abertos de iniciação profissionalizantes à 
distância. (ALVES, 2011, p. 7)
29EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Em 1942, foi fundada a pioneira Universidade do Ar, 
que operou até 1944. Posteriormente, em 1947, surgiu a 
Nova Universidade do Ar, financiada pelo Serviço Nacional de 
Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio 
(Sesc) e emissoras associadas. Essas iniciativas representaram 
avanços importantes na disseminação do ensino à distância no 
país, oferecendo novas oportunidades educacionais através da 
rádio.
Segundo Torres (2009), o Senac promoveu outras iniciativas 
no campo da Educação a Distância no Brasil.
Na década de 1950, a Universidade do Ar 
chegou a atingir 318 localidades e 80 mil 
alunos. A experiência, levada a efeito até 1961, 
é parte da história da EaD no país. Em 1976, 
foi criado o Sistema Nacional de Teleducação 
e foram realizadas algumas experiências com 
rádio e TV. No período 1988/1991, procedeu-
se a informatização e a reestruturação do 
sistema e, em 1995, foi criado um setor 
destinado exclusivamente à EaD — o Centro 
Nacional de Educação a Distância (CEaD). 
(TORRES, 2009, p. 197)
Por volta da década de 1960, surgem os Movimento de 
Educação de Base (MEB) por meio da Rádio Educativa (Igreja 
Católica junto ao Governo Federal), que acontecia com a intenção 
de democratizar o acesso à educação. 
A década de 1970 também marcou acontecimentos 
importantes na Educação a Distância. Foi instituído o Projeto 
Minerva, resultado de um convênio entre a Fundação Padre Landell 
de Moura e a Fundação Padre Anchieta, com o intuito de produzir 
textos e programas educacionais. Além disso, nesse período, o 
telecurso foi ofertado pela Fundação Roberto Marinho e transmitido 
30 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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pela Rede Globo. Esse programa de educação funcionava por meio 
de supletivo a distância e se destinava ao Ensino Fundamental e 
ao Ensino Médio. Esses avanços contribuíram significativamente 
para a expansão e o aprimoramento da Educação a Distância no 
Brasil.
Em 1992, um marco importante foi alcançado com a 
criação da Universidade Aberta de Brasília (Lei n.º 403/1992), o 
que possibilitou a ampliação do conhecimento cultural e a oferta 
de ensino superior, abrangendo tanto a graduação quanto a pós-
graduação. Posteriormente, em 1995, foi fundada a TV Escola, um 
canal educativo vinculado à Secretaria de Educação a Distância do 
Ministério da Educação. 
Em 1996, é fundada a Secretaria de Educação a Distância 
(SEED) pelo Ministério da Educação. Também é instituída a Lei de 
Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei n.º 9.394/1996. 
Nessa lei, é oficializada a educação a distância como modalidade 
válida e equivalente para todos os níveis de ensino. 
Em 2005, temos o Decreto n.° 5.622/2005, que revogou os 
Decretos n.° 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e n.° 2.561, de 27 
abril de 1998, com normatização definida na Portaria Ministerial n.° 
4.361, de 29 de dezembro de 2004. Esse novo decreto trouxe uma 
nova normatização para a Educação a Distância no Brasil, a qual 
foi definida pela Portaria Ministerial n.° 4.361, de 29 de dezembro 
de 2004. Com a publicação desse decreto, houve uma atualização 
e unificação das regras e diretrizes para a oferta e regulamentação 
da Educação a Distância no país.
Ainda em 2005, é fundada a Universidade Aberta do Brasil 
em parceria com o MEC, na modalidade a distância e, em 2006, 
temos o Decreto n.° 5.773/2006, que dispõe sobre as funções de 
regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação 
superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no 
31EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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sistema federal de ensino, incluindo os cursos da modalidade a 
distância. 
Em 2009, foi publicada a Portaria n.º 10/2020, que 
estabelece critérios para a dispensa deavaliação in loco e aborda 
outras questões relacionadas à Educação a Distância no Ensino 
Superior no Brasil. Por sua vez, no ano de 2011, ocorreu a extinção 
da SEED (ALVES, 2011), indicando mudanças significativas no 
cenário da Educação a Distância no país.
Figura 4 – A Educação a Distância oferece aos alunos maior autonomia nos estudos, 
permitindo que uma oerganização dos horários de estudo de acordo com suas necessidades 
e disponibilidade
Fonte: Freepik.
Ao longo do histórico da Educação a Distância no Brasil, 
evidenciam-se os avanços tecnológicos que possibilitaram a 
superação das barreiras geográficas entre professores e alunos. 
Com o surgimento de diversas iniciativas e instituições voltadas 
para o ensino a distância, tornou-se perceptível a viabilidade 
de comunicação e interação por meio de ferramentas de 
aprendizagem inovadoras. Essas transformações representam um 
desafio para as instituições educacionais, exigindo investimentos 
adequados em tecnologia para garantir uma mediação efetiva. 
Nesse contexto, é essencial que professores e alunos estejam 
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dispostos a romper com a concepção tradicional do modelo 
pedagógico presencial e abracem as possibilidades e autonomia 
que a EaD oferece.
Há autores que categorizam a EaD em gerações, mas, 
embora possa haver divergências em relação a essas gerações 
na história da Educação a Distância no Brasil, é necessário 
destacar que o seu desenvolvimento se deu por tecnologias e que 
elas variaram de acordo com o tempo e espaço em que foram 
vivenciadas pelas instituições brasileiras. 
Embora possa haver divergências quanto ao 
número de gerações de EaD, se três, quatro 
ou cinco, elas devem ser entendidas a partir da 
tecnologia disponível no momento. Iniciando 
como cursos por correspondência, tendo por 
base o material impresso (primeira geração), 
a EaD evoluiu com a introdução do rádio e 
da televisão, passando a utilizar mídias como 
áudio e videocassetes (segunda geração), 
chegando à utilização das TICs basEaDas no 
uso do computador e da interatividade, a 
partir da Internet, de tele e videoconferências 
(terceira e quarta gerações). Presentemente, 
associam-se as mídias digitais como CD-ROM 
e DVD, caminhando para o uso da TV digital. 
A possibilidade de utilização da inteligência 
artificial para respostas automatizadas 
e tutoria inteligente pode representar a 
abertura de uma nova geração, ainda em 
desenvolvimento. (KIPNIS, 2009, p. 210)
A Educação a Distância é considerada a modalidade de 
ensino mais inclusiva e democrática, abrangendo uma ampla 
oferta de cursos formais e informais tanto no Brasil quanto em 
33EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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âmbito mundial. Por meio do uso das tecnologias de informação 
e comunicação, ela se torna um instrumento eficaz para alcançar 
um grande número de pessoas, mesmo em locais remotos onde o 
ensino presencial não era viável. 
Além disso, a EaD oferece a oportunidade de atender 
aqueles que têm restrições de horários e não podem estudar 
presencialmente, promovendo a democratização do acesso ao 
conhecimento. O governo federal também tem contribuído para a 
qualidade do ensino nessa modalidade, criando normas e decretos 
para regulamentar e promover o desenvolvimento da Educação a 
Distância no país.
SAIBA MAIS
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos 
a leitura do artigo “O processo histórico da 
educação a distância e suas implicações: desafios 
e possibilidades” (LOPES, M. C. et al.), clicando no 
QR-Code.
 
https://docplayer.com.br/175936-O-processo-historico-da-educacao-a-distancia-e-suas-implicacoes-desafios-e-possibilidades.html
34 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o 
que vimos. Você deve ter aprendido que a EaD é 
uma modalidade de ensino flexível e inclusiva, 
que se adapta ao tempo e espaço dos alunos. 
Com o uso de tecnologias, ela evoluiu desde 
cartas e rádio até as mais avançadas ferramentas 
digitais. Essa abordagem busca democratizar o 
acesso ao conhecimento, capacitando estudantes 
em diferentes contextos educacionais. Ao 
compreender os benefícios e possibilidades da 
EaD, torna-se evidente o papel fundamental dessa 
modalidade na educação contemporânea. 
35EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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EaD no ensino superior
OBJETIVO
Neste capítulo, nosso objetivo é entender a 
legislação e regulamentação da Educação a 
Distância (EaD) no Ensino Superior. Abordaremos 
as normas, decretos e portarias que embasam 
essa modalidade educacional, compreendendo 
como as instituições se adaptam às tecnologias 
para oferecer uma experiência de aprendizagem 
eficaz. Ao final, estaremos preparados para atuar 
informados e em conformidade com as normativas 
vigentes. Avante na jornada de aprendizado da 
EaD!
Funcionamento da EaD no ensino 
superior
A inclusão do ensino a distância na Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n.º 9.394/1996, marcou 
um momento significativo na regulamentação dessa modalidade 
educacional. A partir desse marco, diversas normas, diretrizes 
e decretos foram estabelecidos para consolidar e aprimorar a 
Educação a Distância (EaD) no cenário educacional brasileiro. Essas 
medidas proporcionaram um ambiente regulatório mais sólido e 
seguro, possibilitando o crescimento e a expansão da EaD, além 
de garantir a qualidade do ensino oferecido nessa modalidade. 
Com base nessas regulamentações, a EaD se firmou como uma 
alternativa eficaz, democrática e inovadora para a formação de 
milhões de estudantes em todo o país, ampliando o acesso ao 
conhecimento e promovendo a capacitação de profissionais em 
diferentes áreas do saber.
36 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Figura 5 - Cursar uma faculdade na modalidade EaD oferece flexibilidade de horários e locais 
de estudo, permitindo conciliar os estudos com outras responsabilidades 
Fonte: Freepik.
Atualmente, o Ensino a Distância (EaD) é amplamente 
reconhecido por sua abordagem democrática, possibilitando 
o acesso ao conhecimento por meio das tecnologias de 
comunicação, especialmente a internet. Essa modalidade oferece 
a flexibilidade de estudos em tempo real ou semipresencial, 
reunindo professores, tutores e alunos em um espaço virtual, onde 
cada um desempenha um papel único no processo de ensino-
aprendizagem. Uma das principais vantagens é a oportunidade de 
conciliar trabalho e estudos de forma harmoniosa.
A Educação a Distância (EaD) é regulamentada por meio de 
decretos, leis e atos normativos, que visam assegurar a qualidade e 
a credibilidade dessa modalidade educacional ao longo do tempo.
37EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Desde o seu surgimento, a EaD tem evoluído com o auxílio 
do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação. 
Inicialmente, utilizava-se principalmente da televisão, do rádio e 
dos materiais impressos. Esses recursos permitiam aos alunos 
flexibilizar o espaço e o tempo de estudo, favorecendo aqueles 
que precisavam conciliar trabalho e estudo ou que enfrentavam 
dificuldades de acesso ao ensino presencial.
Contudo, foi com a popularização da Internet que 
a Educação a Distância ganhou grande impulso. Através da 
web, a oferta de cursos e programas a distância se expandiu 
significativamente, alcançando diferentes níveis e modalidades de 
ensino, inclusive a educação continuada. O Poder Público, ciente 
do potencial da EaD, assumiu o papel de fomentador, incentivando 
o desenvolvimento e a disseminação de programas educacionais 
a distância.
Assim, a EaD se tornou uma opção viável e democrática 
para muitos estudantes, oferecendo flexibilidade e acessibilidade, 
permitindo que um númeromaior de pessoas pudesse estudar 
e se formar, independentemente das barreiras geográficas ou de 
suas circunstâncias pessoais e profissionais.
É nesse contexto que o artigo 80 da Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDBEN) n.º 9.394/1996 desempenha 
um papel fundamental ao estabelecer diretrizes para a EaD 
nas Instituições de Ensino Superior, consolidando-a como uma 
modalidade de ensino reconhecida e regulamentada no país. Essa 
regulamentação contribui para garantir a qualidade do ensino a 
distância e promover a democratização do acesso à educação em 
diferentes contextos e realidades.
Art. 80. O Poder Público incentivará o 
desenvolvimento e a veiculação de programas 
de ensino a distância, em todos os níveis 
38 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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e modalidades de ensino, e de educação 
continuada. 
§ 1º A educação a distância, organizada com 
abertura e regime especiais, será oferecida 
por instituições especificamente credenciadas 
pela União. 
§ 2º A União regulamentará os requisitos para 
a realização de exames e registro de diploma 
relativos a cursos de educação a distância. 
§ 3º As normas para produção, controle e 
avaliação de programas de educação a distância 
e a autorização para sua implementação, 
caberão aos respectivos sistemas de ensino, 
podendo haver cooperação e integração 
entre os diferentes sistemas. 
§ 4º A educação a distância gozará de 
tratamento diferenciado, que incluirá: 
I - custos de transmissão reduzidos em canais 
comerciais de radiodifusão sonora e de sons 
e imagens; 
II - concessão de canais com finalidades 
exclusivamente educativas; 
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para 
o Poder Público, pelos concessionários de 
canais comerciais. (BRASIL, 1996, on-line)
Assim, o artigo 80 da LDBEN n.º 9.394/1996 representa um 
importante marco legal que incentiva e regulamenta a Educação 
a Distância em todos os níveis e modalidades de ensino, assim 
como a educação continuada. Essa regulamentação confere 
credibilidade à modalidade e possibilita seu desenvolvimento 
por meio das tecnologias de comunicação. Com tratamento 
39EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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diferenciado e apoio do Poder Público, a EaD se consolida como 
uma opção democrática e inclusiva, oferecendo flexibilidade e 
oportunidades de aprendizado para os mais diversos públicos.
A Educação a Distância (EaD) foi gradualmente inserida no 
Brasil, enfrentando opiniões diversas sobre sua eficácia. Enquanto 
algumas Instituições de Ensino Superior (IES) acreditavam em seu 
potencial para promover inclusão social e flexibilizar o acesso ao 
ensino, outros viam a modalidade com desconfiança, temendo 
uma limitação no aprendizado dos alunos. Diante desses debates, 
tornou-se essencial colocar em prática as determinações da Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de forma crítica, 
estabelecendo normas e procedimentos que assegurassem a 
confiança em seu desenvolvimento.
Ao longo dos anos, de 1999 a 2009, a EaD passou por 
modificações e avanços no Brasil, mas ainda há um caminho a 
percorrer para consolidar sua posição na educação do país. O 
anseio é que a modalidade ocupe seu devido lugar, contemplando 
todos os níveis educacionais e quebrando barreiras de 
preconceitos que ainda persistem. As IES que abraçaram o Ensino 
a Distância enxergaram nele a oportunidade de ampliar horizontes 
e levar a educação a lugares antes inacessíveis, permitindo que 
aqueles impossibilitados de estudar presencialmente também 
tivessem acesso ao conhecimento. A busca por normatizações 
que garantam sua qualidade e confiabilidade é uma constante, e 
assim, a EaD continua a ser um importante instrumento para o 
desenvolvimento educacional no Brasil.
Após nove anos desde a promulgação da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDBEN n.º 9.394/1996), que 
assegurou a modalidade de Educação à Distância (EaD), novas 
discussões e avanços foram realizados visando a regulamentação 
e disciplinamento dessa modalidade de ensino para o Ensino 
40 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Superior. Esse processo reflete a importância crescente da EaD 
como uma alternativa educacional democrática e inclusiva, que 
utiliza as tecnologias para ampliar o acesso ao conhecimento e 
atender às necessidades de estudantes que buscam flexibilidade 
em seus estudos.
Assim, apesar dos avanços e reconhecimento da Educação 
à Distância (EaD) como uma modalidade válida e inclusiva, ainda 
persistem resquícios de preconceitos em relação a qualquer 
forma de ensino não presencial. No entanto, é notável que nos 
Institutos de Ensino Superior e em algumas regiões do país, as 
barreiras estão sendo superadas, e a EaD começa a conquistar 
seu espaço, complementando o modelo de ensino tradicional. 
Através de experiências bem-sucedidas e do reconhecimento 
da qualidade e eficácia do ensino a distância, a modalidade tem 
o potencial de transformar a educação e ampliar o acesso ao 
conhecimento, derrubando estigmas e preconceitos ao longo 
do tempo. É um caminho promissor para a democratização da 
educação e para atender às demandas de uma sociedade em 
constante transformação.
Figura 6 – A EaD amplia a disseminação do conhecimento
Fonte: Freepik.
41EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Portanto, a regulamentação da Educação a Distância 
(EaD) representa um importante avanço no cenário educacional, 
superando preconceitos e resistências que cercavam essa 
modalidade de ensino por anos. Com normas específicas e respaldo 
legal, a EaD ganha reconhecimento como uma opção viável e 
eficaz, capaz de oferecer uma educação de qualidade comparável 
ao ensino presencial. Com o suporte da tecnologia e metodologias 
inovadoras, a EaD expande suas fronteiras, promovendo a 
democratização do conhecimento e possibilitando o acesso à 
educação a um número maior de pessoas, independentemente 
de suas localidades e circunstâncias. Essa regulamentação é um 
passo fundamental para que a EaD seja vista como uma ferramenta 
poderosa na formação de cidadãos qualificados e preparados 
para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
Desse modo, entende-se que foi por meio da leitura do 
artigo 80 que a legislação consentiu avanços, quando passou a 
permitir que a modalidade de Ensino a Distância estivesse presente 
em todos os níveis. Nesse contexto, buscando regulamentar o 
artigo mencionado, o Executivo Federal passou a baixar uma 
variedade de decretos, sendo o primeiro deles no ano de 1998, 
que por intermédio do desempenho apresentado no processo 
educacional no decorrer dos últimos anos, alguns foram revogados 
e outros substituídos. Em 2005, no dia 19 de dezembro, o Decreto 
n.º 5.622 teve cunho inovador, devido a permitir desenvolver 
uma política nacional de educação a distância com diretrizes 
norteadoras, passando a serem fixas para os sistemas de ensino 
do país. O decreto está dividido em seis capítulos, que apresentam 
37 artigos e subdivisões em parágrafos e incisos.
Além disso, o avanço da Educação a Distância também 
foi impulsionado pelo destaque que essa modalidade obteve no 
Ensino Superior. Foi nesse âmbito que o Decreto n.º 5.622, de 20 
de dezembro de 2005, foi instituído, normatizando como deve 
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acontecer a modalidade de Ensino a Distância nas Instituições 
de Ensino Superior (IES). Os artigos primeiro e segundo desse 
decreto estabeleceram diretrizes importantes para a EaD nas IES, 
tornando-a uma opção viável e eficaz para a formação de cidadãos 
qualificados e preparados para enfrentar os desafios do mundo 
contemporâneo. Com base nessas regulamentações, a Educação 
a Distância passou a ser reconhecida como uma ferramenta 
poderosa na democratização do conhecimento e no acesso à 
educação, rompendo fronteiras geográficas e promovendo a 
inclusão de um número maior de pessoas no processoeducacional.
Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-
se a educação a distância como modalidade 
educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e 
aprendizagem ocorre com a utilização 
de meios e tecnologias de informação e 
comunicação, com estudantes e professores 
desenvolvendo atividades educativas em 
lugares ou tempos diversos. 
§ 1º A educação a distância organiza-se 
segundo metodologia, gestão e avaliação 
peculiares, para as quais deverá estar prevista 
a obrigatoriedade de momentos presenciais 
para: 
I - avaliações de estudantes; 
II - estágios obrigatórios, quando previstos na 
legislação pertinente; 
III - defesa de trabalhos de conclusão de curso, 
quando previstos na legislação pertinente; 
e IV - atividades relacionadas a laboratórios de 
ensino, quando for o caso. 
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Art. 2º A educação a distância poderá ser 
ofertada nos seguintes níveis e modalidades 
educacionais: 
I - educação básica, nos termos do art. 30 
deste Decreto; 
II - educação de jovens e adultos, nos termos 
do art. 37 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996; 
III - educação especial, respeitadas as 
especificidades legais pertinentes; 
IV - educação profissional, abrangendo os 
seguintes cursos e programas: 
a) técnicos, de nível médio; 
b) tecnológicos, de nível superior;
V - educação superior, abrangendo os 
seguintes cursos e programas: 
a) sequenciais; 
b) de graduação; 
c) de especialização; 
d) de mestrado; 
e) de doutorado. (BRASIL, 2005, on-line)
Apesar das críticas em relação a essa modalidade de 
ensino, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) tem mantido 
rigorosas avaliações em todos os níveis, incluindo momentos 
presenciais. Essas medidas visam garantir a qualidade e 
legitimidade dos cursos de EaD, mas há quem argumente que essa 
rigidez pode limitar projetos inovadores que utilizam tecnologias 
confiáveis para avaliar e controlar o aprendizado.
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As Instituições de Ensino a Distância precisam oferecer 
instalações físicas em sua sede e polos de apoio credenciados, 
com bibliotecas, laboratórios e espaços para avaliações, seguindo 
critérios de qualidade similares aos institutos presenciais (de acordo 
com a Portaria n.º 40, de 13 de dezembro de 2007). Acreditando 
no valor da interação presencial, a presença em espaços físicos da 
instituição é vista como uma oportunidade de contato direto com 
conteúdos, professores, tutores e colegas, fortalecendo o vínculo 
com a instituição e potencialmente reduzindo a evasão. 
Figura 7 – Instalações físicas são essenciais para EaD de qualidade
Fonte: Freepik.
O art. 80 da LDBEN n.º 9.393/1996 enfatiza que a EaD 
abrange todos os níveis e modalidades de ensino, incluindo 
a Educação Básica, de Jovens e Adultos, Especial, Profissional 
e Superior, abrangendo também cursos de graduação. Dessa 
forma, o Decreto n.º 5.622/2005 reconhece a EaD como uma 
opção adequada para a Educação de Jovens e Adultos e reafirma 
seu alcance em todos os níveis educacionais.
45EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Art. 3º A criação, organização, oferta e 
desenvolvimento de cursos e programas a 
distância deverão observar ao estabelecido 
na legislação e em regulamentações em vigor, 
para os respectivos níveis e modalidades da 
educação nacional.
§ 1º Os cursos e programas a distância deverão 
ser projetados com a mesma duração definida 
para os respectivos cursos na modalidade 
presencial.
§ 2º Os cursos e programas a distância 
poderão aceitar transferência e aproveitar 
estudos realizados pelos estudantes em 
cursos e programas presenciais, da mesma 
forma que as certificações totais ou parciais 
obtidas nos cursos e programas a distância 
poderão ser aceitas em outros cursos 
e programas a distância e em cursos e 
programas presenciais, conforme a legislação 
em vigor. (BRASIL, 2005, on-line)
Figura 8 – A modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) na forma de EaD oferece 
flexibilidade e oportunidades de aprendizagem para aqueles que desejam concluir seus 
estudos em seus próprios termos
Fonte: Freepik.
46 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Portanto, a criação, organização, oferta e desenvolvimento 
de cursos e programas a distância devem estar em conformidade 
com a legislação e regulamentações vigentes para os diversos 
níveis e modalidades de educação no país. Além disso, é necessário 
que os cursos a distância tenham a mesma duração estabelecida 
para suas contrapartes presenciais, e possibilitem a transferência 
de estudantes e o aproveitamento de estudos realizados em 
cursos presenciais, promovendo a flexibilidade e integração entre 
as diferentes modalidades de ensino.
Em relação à regulamentação da Educação a Distância, 
é importante destacar que existe um limite mínimo de tempo 
estabelecido para a conclusão do curso. Essa medida visa garantir 
que os cursos a distância tenham a mesma seriedade e qualidade 
que os cursos presenciais, evitando que instituições pouco 
confiáveis emitam diplomas de forma rápida e irresponsável. 
Assim, as normas estabelecidas para a Educação a Distância 
buscam assegurar que os alunos recebam uma formação sólida 
e consistente, independentemente da modalidade de ensino 
escolhida. Nesse contexto, o Decreto 5.622/2005 desempenha um 
papel fundamental ao definir diretrizes claras e seguras para a 
educação a distância no Brasil.
Art. 4º A avaliação do desempenho do estudante 
para fins de promoção, conclusão de estudos 
e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á 
no processo mediante:
II - cumprimento das atividades programadas; e
 II - realização de exames presenciais.
§1º Os exames citados no inciso II serão 
elaborados pela própria instituição 
de ensino credenciada, segundo 
procedimentos e critérios definidos no 
projeto pedagógico do curso ou programa.
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§2º Os resultados dos exames citados no 
inciso II deverão prevalecer sobre os demais 
resultados obtidos em quaisquer outras 
formas de avaliação a distância. (BRASIL, 
2005, on-line)
A preocupação com as avaliações presenciais na modalidade 
de Ensino a Distância é evidente e está em conformidade com 
a legislação vigente, uma vez que visa garantir a qualidade dos 
cursos oferecidos nessa modalidade educacional. A presença de 
avaliações presenciais é um mecanismo importante para legitimar 
e autenticar o processo avaliativo, sendo uma preocupação dos 
legisladores que buscam evitar possíveis fraudes e assegurar a 
efetividade do aprendizado dos alunos. Com essa abordagem, 
a Educação a Distância ganha credibilidade e confiança, pois 
demonstra o compromisso com o rigor acadêmico e a formação 
qualificada dos estudantes.
Portanto, é de suma importância que todos os profissionais 
envolvidos na modalidade de Ensino a Distância demonstrem 
uma sólida formação e qualidade em seu trabalho, respaldados 
por processos controlados e experiências comprovadas de 
eficácia. Conforme estabelecido pela legislação, as instituições 
devidamente credenciadas e registradas têm o direito de emitir 
diplomas sem distinção entre os cursos realizados presencialmente 
ou a distância. 
Nesse contexto, os artigos 5º e 6º desempenham um 
papel relevante, assegurando a equivalência e a legitimidade dos 
diplomas obtidos em ambas as modalidades de ensino, garantindo, 
assim, a confiança e o reconhecimento dos certificados dos alunos 
formados pela Educação a Distância.
Art. 5º Os diplomas e certificados de cursos 
e programas a distância, expedidos por 
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instituições credenciadas e registrados na 
forma da lei, terão validade nacional. (...)
Art. 6º Os convênios e os acordos de 
cooperação celebrados para fins de oferta 
de cursos ou programas a distância entreinstituições de ensino brasileiras, devidamente 
credenciadas, e suas similares estrangeiras, 
deverão ser previamente submetidos à 
análise e homologação pelo órgão normativo 
do respectivo sistema de ensino, para que 
os diplomas e certificados emitidos tenham 
validade nacional. (BRASIL, 2005, on-line)
De forma conclusiva, podemos observar que os diplomas 
emitidos na modalidade de Ensino a Distância possuem valor 
igual aos diplomas obtidos na modalidade presencial, uma vez 
que atendem a todos os critérios de qualidade estabelecidos. 
Além disso, os acordos e convênios firmados com o objetivo de 
ofertar programas ou cursos em modalidades a distância, tanto 
por instituições de ensino nacionais quanto estrangeiras, para 
efeitos de validação nacional, passam por análise e homologação 
pelo órgão normativo do respectivo sistema de ensino, seguindo 
o mesmo procedimento exigido no ensino presencial. Essas 
medidas asseguram a equivalência e a confiabilidade dos diplomas 
da Educação a Distância, contribuindo para a construção de uma 
educação de qualidade e reconhecida tanto no Brasil quanto no 
exterior.
Já os artigos 7º e 8º do Decreto n.º 5.622/2005 destacam 
a importância atribuída à modalidade de Educação a Distância 
pelos legisladores brasileiros. Essa legislação confere ao Executivo 
Federal a responsabilidade pelo credenciamento, autorização 
e reconhecimento das instituições que oferecem cursos a 
distância, bem como suas renovações. Com a regulamentação 
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estabelecida, o Ministério da Educação (MEC) é orientado a manter 
um sistema de informação aberto ao público, contendo dados 
nacionais relacionados à EaD, representando uma conquista 
para a sociedade. Essas medidas visam garantir a qualidade, a 
credibilidade e a abrangência dos certificados dos cursos ofertados 
na modalidade a distância.
Outro marco relevante é a Portaria Normativa n.º 2, de 
10 de janeiro de 2007, que define e esclarece o conceito de polos 
como apoio presencial, alterando a compreensão do MEC sobre 
a geografia da EaD. A portaria destaca a admissão de abertura de 
polos sem visitas prévias de comissões avaliadoras, permitindo 
ampliar o acesso. No entanto, a expansão dos polos só é permitida 
após o reconhecimento do primeiro curso a distância da instituição. 
A regulamentação específica para os polos de apoio presencial 
também foi contemplada pela portaria, e somente as instalações 
desses polos serão avaliadas externamente durante o processo 
de credenciamento institucional para a modalidade de Educação 
a Distância. Essas iniciativas reforçam o compromisso com a 
qualidade e o desenvolvimento do ensino a distância no Brasil, 
impulsionando a oferta e a democratização do conhecimento para 
um número cada vez maior de pessoas.
SAIBA MAIS
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a 
leitura do: artigo “EaD: como pequenas IES podem 
se diferenciar dos grandes grupos” (HOFFMANN, 
G.). Para lê-lo, clique no QR-Code.
https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/EaD-pequenas-ies/
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Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a 
Distância
Em 2007, a Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) 
apresentou os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior 
a Distância. Embora não possuam força de lei, esses referenciais 
são um guia que visa orientar e subsidiar a regulação, supervisão e 
avaliação da modalidade de ensino a distância pelo poder público. 
O documento abrange a legislação da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação, do Decreto n.º 5.622/2005, do Decreto n.º 5.773/2006 e 
das Portarias Normativas n.º 1/2007 e 2/2007.
O compromisso institucional refletido nos referenciais 
busca garantir um processo de formação completo, abrangendo 
a dimensão técnico-científica para preparar os estudantes para o 
mercado de trabalho e a dimensão política, para formar cidadãos 
críticos e atuantes na sociedade. Os aspectos pedagógicos, recursos 
humanos e infraestrutura são enfatizados no Projeto Político 
Pedagógico dos cursos a distância, visando uma experiência de 
ensino de alta qualidade.
A avaliação do processo de aprendizagem e institucional 
é tratada com coerência em relação ao Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e envolve a participação 
de todos os atores educacionais: estudantes, professores, tutores 
e equipe técnico-administrativa. A preocupação com a qualidade e 
a excelência no ensino a distância impulsiona o desenvolvimento 
da educação no país, fortalecendo o acesso ao conhecimento e a 
formação de profissionais capacitados e engajados na sociedade 
contemporânea.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido que a EaD é uma 
modalidade de ensino a distância que é vista 
como democrática, a qual utiliza as tecnologias 
da comunicação para transmitir conhecimentos 
em tempo real ou semipresencial e uma de suas 
vantagens é proporcionar ao aluno trabalhar e 
estudar ao mesmo tempo. A EaD tem normas 
e sua credibilidade é atestada por meio de 
decretos, leis e atos normativos que asseguram 
o ensino da modalidade EaD, o qual passa por 
atualizações, visando garantir a qualidade no 
ensino a distância. Sendo assim, as Instituições 
de Ensino Superior (IES) passaram a trabalhar 
com a modalidade EaD, acreditando que ela 
proporciona aos estudantes a inclusão social, 
contemplando indíviduos que, por diversos 
fatores, não podiam estudar presencialmente.
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EaD na educação básica e 
profissional
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você terá um 
sólido entendimento sobre a legislação e a 
regulamentação da Educação a Distância (EaD) 
na Educação Básica e Profissional de nível médio/
técnico. Essa compreensão é fundamental para o 
exercício competente de sua profissão, permitindo 
que você atue de forma consciente e responsável 
nessa modalidade educacional. Além disso, estar 
atualizado(a) sobre a legislação da EaD o(a) manterá 
informado(a) sobre possíveis mudanças no 
cenário educacional, contribuindo para a melhoria 
contínua da EaD como uma modalidade de ensino 
inclusiva, acessível e inovadora. Desenvolva 
essa competência para se destacar no mercado 
de trabalho e aproveitar as oportunidades de 
crescimento na área da Educação a Distância. E 
aí? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então, vamos lá!
Situando a EaD na educação 
básica e profissional
Antes da era da Internet e dos computadores, a educação 
básica a distância estava voltada principalmente para a educação de 
jovens e adultos. Segundo Bizzo (2015), o Decreto n.º 50.370/1961 
estabelecia que o Governo Federal deveria apoiar o movimento 
de promoção da Educação Básica da Conferência Nacional dos 
Bispos do Brasil (CNBB). Esse respaldo governamental evidenciava 
o reconhecimento da importância da Educação Básica a Distância 
como uma estratégia para ampliar o acesso à educação e 
atender às necessidades educacionais daqueles que estavam 
impossibilitados de frequentar aulas presenciais.
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Figura 9 - Ensino a distância em todo lugar
Fonte: Pixabay. 
Logo após esse decreto, as colaborações foram ampliadas, 
incluindo a permissão de canais radiofônicos e empréstimo de 
funcionários públicos para o MEB. 
DEFINIÇÃO
MEB significa Movimento de Educação de Base. 
Foi uma iniciativa desenvolvida no Brasil entre as 
décadas de 1960 e 1970, que fazia parte do esforço 
para promover a educação de jovens e adultos. 
Esse movimento era vinculado à Conferência 
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e tinha como 
objetivo levar a Educação Básica a Distância a áreasrurais e periferias urbanas, alcançando pessoas 
que não tinham acesso à educação regular.
O MEB utilizava diversas estratégias para levar o 
ensino aos alunos, como a utilização de materiais 
impressos, aulas em rádio e aulas itinerantes. 
Além disso, contava com a colaboração de 
voluntários e o empréstimo de funcionários 
públicos para auxiliar nas atividades educacionais. 
Essa colaboração e flexibilidade permitiram que o 
MEB alcançasse um grande número de pessoas e 
contribuiu significativamente para a expansão da 
educação básica no país.
54 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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Essas iniciativas visavam possibilitar o acesso à educação 
para alunos e professores que se encontravam em regiões 
distantes ou com dificuldades de acesso à educação presencial. A 
utilização de canais radiofônicos permitia a transmissão de aulas 
e conteúdos educacionais, alcançando um público mais amplo e 
diversificado de forma diacrônica (BIZZO, 2015).
As atividades diacrônicas referem-se a ações realizadas ao 
longo de um tempo previamente estipulado, ou seja, o conteúdo 
era transmitido em horários programados, possibilitando que os 
alunos o acompanhassem em momentos determinados. Dessa 
forma, mesmo que estivessem distantes geograficamente, os 
alunos podiam acessar as informações educacionais no momento 
em que os programas educacionais eram veiculados pelos canais 
de rádio, garantindo assim o acesso ao conhecimento de forma 
mais flexível e adaptada às suas necessidades.
Essas iniciativas pioneiras representaram um importante 
passo para a democratização da educação e o incentivo à formação 
de jovens e adultos.
Nesse contexto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDBEN) n.º 9.394/1996, em seu artigo 80, foi um marco 
na história da Educação a Distância, ao regulamentar não apenas 
essa modalidade de ensino, mas também abordar os programas 
de educação continuada. Esses programas trazem uma visão 
revolucionária sobre o ato de aprender, reconhecendo que a 
educação não se limita a um período específico da vida, mas é um 
processo que se realiza ao longo de toda a jornada educacional e 
além dela.
Ao entender a educação como uma jornada contínua e 
ininterrupta, os programas de educação continuada enxergam 
os alunos como cidadãos de direitos, capazes de buscar 
conhecimento e aprimoramento em diferentes momentos 
55EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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da vida. Essa perspectiva é essencial em uma sociedade que 
demanda constante atualização e adaptação às mudanças sociais 
e tecnológicas.
Dessa forma, a Educação a Distância e os programas de 
educação continuada desempenham papéis complementares e 
estratégicos para o desenvolvimento educacional do país. A EaD 
viabiliza o acesso ao conhecimento de forma flexível e adaptada 
a diferentes realidades, enquanto os programas de educação 
continuada garantem que a aprendizagem seja uma trajetória 
contínua, permitindo que os indivíduos se mantenham atualizados 
e capacitados para enfrentar os desafios da vida pessoal e 
profissional.
Bizzo (2015) destaca que a Educação a Distância (EaD) 
abrange uma ampla gama de possibilidades educacionais, 
englobando não apenas cursos e treinamentos, mas também 
grupos de estudos que atendem às necessidades individuais 
de aperfeiçoamento, especialização, crescimento pessoal 
e profissional. Nesse contexto, a EaD respeita e se adapta 
às exigências impostas pelo desenvolvimento tecnológico, 
preparando os indivíduos para enfrentar os desafios do mundo do 
trabalho. Compreende-se, assim, que os programas de educação 
continuada, presentes em todos os níveis e modalidades de ensino, 
podem ser realizados tanto presencialmente quanto a distância, 
ou ainda combinando ambas as formas de maneira integrada e 
complementar. Essa flexibilidade proporcionada pela EaD e pelos 
programas de educação continuada possibilita que os indivíduos 
se aprimorem e se qualifiquem de acordo com suas demandas 
específicas, impulsionando sua trajetória de aprendizado ao longo 
da vida.
Nesse contexto, é importante ressaltar que a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n.º 9.394/1996, 
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em seu artigo 32, § 4º, prevê a possibilidade de utilização da 
Educação a Distância (EaD) tanto no ensino presencial como 
complementação da aprendizagem. Essa legislação estabelece que 
o ensino fundamental deve ser predominantemente presencial, 
porém, admite a utilização da EaD como uma forma complementar 
em situações específicas, como em casos de emergência ou em 
atividades que possam enriquecer o processo educativo.
Além disso, a LDBEN enfatiza a importância da presença 
dos alunos em cursos tanto na educação básica quanto no ensino 
superior, estabelecendo critérios mínimos obrigatórios a serem 
observados. Essa medida visa garantir a qualidade da formação 
educacional e assegurar que os estudantes possam participar 
ativamente de atividades presenciais que contribuam para o 
desenvolvimento integral de suas habilidades e competências.
Portanto, a legislação educacional brasileira demonstra a 
preocupação em equilibrar o uso da EaD de forma complementar 
e estratégica, considerando a importância da interação entre 
alunos e professores no ambiente presencial e a potencialidade 
da Educação a Distância em ampliar o acesso ao conhecimento 
e proporcionar novas oportunidades de aprendizagem. Essa 
abordagem busca fortalecer a educação em todos os níveis, 
promovendo a formação de cidadãos mais preparados e aptos a 
enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
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VOCÊ SABIA?
ocê já ouviu falar do Telecurso 2000? Você sabia 
que o Telecurso 2000 foi um programa pioneiro 
de Educação a Distância que alcançou mais de 5 
milhões de brasileiros em 10 anos, tornando-se 
uma referência na educação básica do país?
O Telecurso 2000 foi um programa pioneiro de 
Educação a Distância que marcou a história da 
educação no Brasil. Criado na década de 1970, 
o programa tinha como objetivo proporcionar 
uma educação de qualidade e acessível para 
jovens e adultos que desejavam concluir o Ensino 
Fundamental e Médio.
Com uma abordagem inovadora, o Telecurso 2000 
combinava materiais impressos, aulas transmitidas 
pela TV e encontros presenciais, oferecendo aos 
estudantes a flexibilidade de aprender no seu 
próprio ritmo e em horários que se adequassem 
às suas necessidades.
Ao longo de 10 anos, o programa alcançou a 
impressionante marca de mais de 5 milhões de 
brasileiros atendidos, tornando-se uma verdadeira 
referência na educação básica do país.
O sucesso do Telecurso 2000 destacou o potencial 
da Educação a Distância em democratizar o 
acesso ao conhecimento e promover a formação 
de cidadãos mais capacitados e preparados para 
enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
Embora o Telecurso 2000 não esteja mais em vigor, 
seu legado continua presente, inspirando novas 
iniciativas de EaD e mostrando que a tecnologia 
pode ser uma poderosa aliada na construção de 
uma educação mais inclusiva e abrangente para 
todos.
Em relação ao Ensino Médio e o Ensino Médio Técnico, 
é importante ressaltar que essas modalidades de ensino têm 
58 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E NOVAS MODALIDADES DE ENSINO
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passado por importantes avanços no contexto da Educação 
a Distância (EaD) no Brasil. A legislação permite que o Ensino 
Médio Técnico presencial destine até 20% das aulas para 
serem realizadas a distância, o que amplia as possibilidades de 
aprendizado dos alunos. Esse cenário tem sido impulsionado pelo 
crescimento do uso das tecnologias educacionais de hipermídia, 
como computadores e redes de internet, que permitem que os 
estudantes aprendam em tempos e espaços diversos, com maior 
interação e interatividade.
A criação de plataformas virtuais de aprendizagem, 
como o Moodle, tem sido fundamental para a implementação

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