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04 aula_Disribuição e Biotransformação 2017 2

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Distribuição e 
Biotransformação
Ana Leonor Pardo Campos Godoy
2018.2
O que acontece depois que um fármaco é 
administrado?
(“Destino do Fármaco")
Liberação
Absorção
Distribuição
Metabolismo
Excreção
Processos simultâneos
DISTRIBUIÇÃO
Fenômeno em que um fármaco 
(xenobiótico), após a absorção, sai 
da corrente sanguínea e dirige-se ao 
seu local de ação (Biofase).
Há variação no processo de 
distribuição ??? 
Fatores que afetam a distribuição
* Ligadas à droga:
- Tamanho molécula, 
- grau de ionização,
- difusibilidade, 
- estabilidade química e 
forma farmacêutica, 
- ligação às proteínas
plasmática,
- Associação de drogas
* Ligadas ao organismo:
- Variação no pH,
- Fatores genéticos,
- Idade,
- Estado gestacional,
- Doenças,
- Permeabilidade Tec
- Perfusão tecidual
A. Limitação pela Perfusão
Blood
Tissue
B. Limitação pela Permeabilidade
Blood
Tissue
Membrane
sangue
sangue
Tecido
Tecido
Membrana
2
1 alvo = Ligação a proteína plasmática
Ligação a proteína plasmática indica o 
quanto da quantidade total do fármaco no 
plasma está ligado às proteínas 
plasmáticas
Importante determinante 
de ação dos fármacos
• reversível  força da ligação;
• número de sítios de ligação;
• valor da constante de afinidade
• equilíbrio rápido
 
   DP
PD
K
DPPD
d



Em todas as doses terapêuticas a % pp será a mesma
Proteína Concentração
normal
Tipo de fármaco
ligado
Exemplo
Albumina
(+ abundante)
3.5 – 4.5 g/L Aniônico
Catiônico
Fenitoína
Alfa-1-glicoproteína 
ácida
(maior da proteínas)
0.4 – 1.0g/L Catiônico Lidocaína
Lipoproteínas
(alto peso 
molecular)
Variável Lipofílicos Ciclosporina
LigaçãoFármaco
Ampicilina
Clorafenicol
Digoxina
Gentamicina
Lidocaína
Fenitoína
Vancomicina
Mudanças na concentração plasmática
Limitação pela Perfusão
 Quantidade de sangue que chega ao
tecido, e quando as membranas teciduais
não agem como barreira
 Tecido bem perfundido  “recebe”
fármaco mais rapidamente
 Barbitúricos = hipotermia ou hipotensão =
podem reduzir perfusão = diminui a
distribuição
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EX. TIOFENTANONA
%Dose
80
40
20
10
Horas
Sangue
Viscera
Músculo
Gordura
IV BOLUS
1 2 3
Limitação pela Permeabilidade
lipofilicidade
Grau de 
ionização
Velocidade de entrada
no tecido
Tempo para alcançar 
equilíbrio de distribuição
Barreiras anatômicas
-Permeação do fármaco: Difusão passiva
* Barreira hemato-encefálica;
 Fármacos com alta lipofilicidade;
 Sob a forma não ionizadas;
(características físico-química)
* Barreira placentária;
 Fármacos com alta lipofilicidade;
 Peso Molar
 baixa fixação plasmática
Células da Glia
Cérebro
Endotélio
Capilar
SANGUE
Ex. barreira Hemato-encefálica
• Sítios de armazenamento
– Ossos
• Ex: chumbo
– Tecido adiposo
• Fármacos altamente
lipofílicos
• Ex: DDT, bifenilas
policloradas
– Fígado e rins
• Ligandina (fígado): ânions
orgânicos
• Metalotioneína (rins): cádmio
Modelo Esquemático do sistema de 
transporte no fígado 
ntcp= sodium dependent taurocholate peptide, oatp= organic-anion
transporting polypeptide, Ist = liver specific transporter, oct = organic-
cation transporter, bsep = bile salt excretory protein, mdr = multidrug
resistant protein, mrp = multiresistant drug protein
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Volume de Distribuição (Vd)
Extensão da distribuição do fármaco
Volume aparente de distribuição
Trata-se de um espaço calculado, não
obedece a nenhum espaço anatômico real 
e
baseia-se na dose administrada e na
concentração resultante do fármaco no 
plasma
Volume de Distribuição (Vd)
Volume aparente de distribuição
Concentração Concentração
Cálculo Vd
Vd =
Dose .F
AUC . Kel
biodisponibilidade
Unidade: volume (mL, L, or ajustado por peso córporeo)
Constante de eliminaçãoÁrea sob
curva
Kel = 0,693 / t1/2 
Na clínica, o volume de distribuição é 
usado para o cálculo da dose de 
ataque
DL = Vd x Css, target
Usos do Vd na prática:
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O Vd  usado para calcular a 
concentração de Fármaco em 
qualquer tempo 
Quantidade no corpo = Vd . C observada
Vd  usado para estimar o
viabilidade da utilização de 
hemoperfusão ou diálise para 
remoção de drogas em
casos de overdose
> Vd menor a eficácia da remoção da droga
Volume de distribuição
Ibuprofeno 0.15 L/kg
Gentamicina (ECF) 0.25 L/kg
Antipirina (TBW) 0.60 L/kg
Diazepam 1.1 L/kg
Digoxina 7.3 L/kg
Azitromicina 31 L/kg
Fatores que TAMBÉM
influenciam o Vd
Fluxo sanguíneo nos diversos tecidos
Lipossolubilidade do fármaco
 Coeficiente de partição do fármaco e 
diferentes tipos de tecidos
pH
Ligação a protéina plasmática e componentes 
teciduais
Peso corpóreo
Doenças
Modelos compartimentais
Monocompartimental
 Distribuição uniforme;
 Ocorre rapidamente quando comparada a 
absorção e eliminação;
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Modelo monocompartimental Modelo bicompartimental
Modelo bicompartimental Modelo tricompartimental
 Propofol, labetalol…
O que acontece depois que um fármaco é 
administrado?
(“Destino do Fármaco")
Liberação
Absorção
Distribuição
Metabolismo ou biotransformação
Excreção
Biotransformação
É o processo pelo qual os 
xenobióticos (Fármacos) são 
convertidos a metabólito(s) por meio 
de reações químicas, geralmente 
sob ação de enzimas
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BIOTRANSFORMAÇÃO
Xenobiótico
Fase I
biotransformação
Fase II
biotransformação
produtos
estáveis
Intermediários
reativos
necrose hipersensibilidade
carcinogênese
teratogênse
citotoxicidade genotoxicidade sensibilização
reparo
bioativação desintoxicação
Xenobiótico
produto de 
biotransformação
enzima
lipossolúvel
hidrossolúvel
BIOTRANSFORMAÇÃO
C
t
O principal fator para a manutenção da concentração do fármaco dentro 
da janela terapêutica é sua taxa de remoção ou inativação 
pela biotransformação
BIOTRANSFORMAÇÃO
FASE I
FASE II
conjugação
oxidação
redução
hidrólise
Reação de Oxidação
Citocromo P-450 (somente no retículo endoplasmático)
Hidroxilação aromática
CR1
R2
R3
CR1
R2
R3
OH
O
OH
Ativação - epóxido
Destoxificação
R S R' R S R'
O
Sulfoxidação
Dessulfuração
R
S
R'C R R'C
O
Desalogenação
R C H
H
X
R C
H
X
OH R C
O
H
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Epoxidação
R
O
H
H
CCl2 CH2
Cl
Cl
Cl
Cl
CCl2 CH2
Cl
Cl
Cl
Cl
O
(Aldrin) (Dieldrin)
Exemplos de biotransformação onde os produtos formados são
mais tóxicos:
 Metanol - ácido fómico (afeta o nervo óptico)
 Paration - paraoxon (inibidor da acetilcolinesterase)
 Anilina - fenilidroxilamina (agente asfixiante)
 Naftaleno - diidroxinaftaleno (provoca catarata)
 Benzo(a)pireno - epóxidos (carcinogênicos)
Porém pode haver ativação…
Locais da biotransformação
 Fígado
 Rins
 Pulmão
 Pele
 Trato gastrintestinal
BIOTRANSFORMAÇÃO
álcool desidrogenase / aldeído desidrogenase
flavina mono-oxigenases
peroxidases
sistema citocromo P450
Reações de oxidação - Enzimas da Fase I
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álcool desidrogenase/ aldeído desidrogenase flavina mono-oxigenases
Citocromo P450
Desintoxicação
Bioativação
- metabólitos ativos
Fígado
Retículo endoplasmático (microssomas)
Todos os tecidos
Localização
Família
Subfamília
Gene - isoenzima
C Y P 1 A 1
Superfamília
Superfamília
Família
Subfamília
Membros individuais
CYP
CYP1
CYP1A
CYP1A1
% de similaridade na seqüência de aa
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55
Famílias 1, 2 e 3: biotransformação de xenobióticos
Famílias 4, 5, 7, 17, 21, 24: metabolismo endógeno
Funções do CYP
P450 family Function
CYP1 – CYP3 Drug, xenobiotic and steroid metabolism
CYP4 Fatty acid, protaglandin, leukotriene metabolism
CYP5 Thromboxane synthesis
CYP7 Cholesterol 7-hidroxylation
CYP11 Cholesterol side chain clevage + steroid
11hydroxylase
CYP17 Steroid 17-hidroxylation
CYP19 Aromatisation of steroids
CYP21 Steroid 21-hydroxylase
CYP24 Vitamin D hydroxylation
CYP27 Cholesterol 27-hydroxylase
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Proporção relativa de 
fármacos 
metabolizadas pelas 
principais
isoformas do CYP
Concentrações relativas 
das isoformas do CYP 
no fígado
CYP2D6 e CYP2C19 metabolizamo propanolol
Variabilidade nos níveis e atividade 
do CYP
Fatores ambientais:
 Doenças
 Nutrição
 Medicamentos
 Cigarro
 Álcool
Inibição Competitiva
Omeprazol + Diazepam: CYP2C19
inibidor clearance
Inibição Não Competitiva
-Inativação suicida do CYP por CCl4
Idade
Sexo
Etnia
Enzimas Desenvolvimento
ENZIMAS DE FASE I
CYP2D6 Ausente no fígado fetal, presente após 1 semana do nascimento
Baixa atividade (20%)
Atividade normal: 3- 5 anos idade.
CYP1A2 Ausente no fígado fetal
Atividade normal: 6 meses após nascimento
Crianças apresentam maior atividade e reduz na puberdade
CYP3A7 Forma fetal ativa do CYP3A 
Desaparece após 1 mês nascimento – CYP3A4
ENZIMAS DA FASE II
NAT2 Alguma atividade durante a gestação
Pobre atividade até 2 anos idade
TPMT Níveis fetais 30% dos valores adultos. 
Recém nascidos apresentam atividade 50% maior que os adultos
UGT Atividade é atingida entre 6 meses a 2 anos de idade
ST Níveis elevados durante a infância
Adaptado de Leeder, J.S. & Kearns, G.L. (1997)
Influência da Idade
Influência do cigarro
Fenacetina  antipirético e 
analgésico, saiu do mercado 
por sua alta incidência de 
nefrotoxicidade - 1980
paracetamol acetanilida
Indução Enzimática
Indutores: a velocidade de biotransformação de 
xenobióticos
Fenitoína
Indutor do 
CYP3A4
Ritonavir
Substrato do 
CYP3A4
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Inibidores: a velocidade de biotransformação de 
xenobióticos
Inibição enzimática
Nicotina hidroxicotinina
CYP2A6
Grapefruit
SUBSTRATOS, INDUTORES 
E INIBIDORES DO CYP
Substratos Indutores Inibidores
CYP2A6 cumarina
nicotina
barbituratos? pilocarpina
tranilcipromina
CYP2B6 bupropiona
ciclofosfamida
fenobarbital
rifampicina
metoxiclor
orfenadrina
CYP2C8 carbamazepina
taxol
--- tamoxifeno
R-verapamil
CYP2C9 S-warfarina
tetraidrocanabinol
rifampicina sulfafenazol
sulfiinpirazona
CYP2C19 citalopram
fenobarbital
rifampicina
artemisinina?
fluconazol
tranilcipromina
CYP2E1 acetaminofeno
etanol
etanol
isoniazida
disulfiran
4-metilpirazol
CYP1A2 cafeina
aminas aromáticas
omeprazol fluvoxamina
ciprofloxacina
CYP2D6 fluoxetina
codeina
---- celecoxib
quinidina
CYP3A4 nifedipina
lidocaina
rifampicina
fenitoina
cetoconazol
ritonavir
CYP1A1 hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
CYP1A2 acetaminofeno
2-aminofluoreno
tacrina
CYP2A6 N-nitrosodietilamina
CYP2B6 ciclofosfamida
ifofosfamida
CYP2C8,9,18,19 ácido valpróico
CYP2D6 NNK (nitrosamina do tabaco)
CYP2E1 acetaminofeno, halotano, benzeno,
tetracloreto de carbono
CY3A4 aflatoxina B1 e G1
acetaminofeno
XENOBIÓTICOS ATIVADOS
PELO CYP
GSH - transferases
sulfotransferases
UDP - glicuronosiltransferases
N-acetiltransferases
REAÇÕES DA FASE II
Exemplos de 
substâncias que 
sofre 
glicuronidação
N-ACETYLTRANSFERASES
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Caso do acetominofeno
N-acetil-benzoquinoneimina
Caso do benzopireno
Ativação da aflotoxina B1 levando 
a formação de tumor
Exercício
 É carnaval em SSA e LPM consome logo na
1 noite de festa doses exageradas de álcool
(afinal bebe sempre)… … que se repete por
todo o evento… amanhecendo de ressaca no
último dia…toma paracetamol o dia todo de 4
em 4 h como diz a posologia … e piora
apresentando problemas como mal-estar,
vômitos, sudorese intensa, náuseas, palidez
e epigastralgia. O que pode ter acontecido
com LPM?
 Doses acima de 10 g/dia adulto = 
intoxicação aguda!
 Dose máx recomendada 4g/dia adulto
•Suspeita-se de intoxicação por 
paracetamol e hepatotoxicidade
•Pergunta-se na anamnesia…quanto 
tempo tomou paracetamol?
•< 2 h lavagem gástrica
•Até 8 h N-acetilcisteina até niveis séricos 
do paracetamol não estarem mais altos
•E se estiver passado das 8 hs como 
proceder? 
 Os dados indicam que a acetilcisteína 
também tem algum efeito terapêutico para 
pacientes que apresentam 10 a 24 horas 
após a ingestão , embora a sua eficácia 
diminui à medida que o tempo de 
tratamento aumenta .
 Terapia de suporte
 Certifique-se que a descontaminação 
adequada foi realizada . 
 Se o paciente não estiver respirando , 
inicie respiração artificial 
13
 Não provocar o vômito . 
 Manter a calma paciente e manter a 
temperatura corporal normal.
 Bem como rítmo cardíaco 
 Controle das convulsões com BDZ
 Qual foi o papel do álcool?

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