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W BA 11 78 _V 1. 0 DOMÍNIO DE DESEMPENHO MEDIÇÕES & INCERTEZA 2 Murillo André Mendonça São Paulo Platos Soluções Educacionais S.A 2022 DOMÍNIO DE DESEMPENHO MEDIÇÕES & INCERTEZA 1ª edição 3 2022 Platos Soluções Educacionais S.A Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César CEP: 01418-002— São Paulo — SP Homepage: https://www.platosedu.com.br/ Head de Platos Soluções Educacionais S.A Silvia Rodrigues Cima Bizatto Conselho Acadêmico Alessandra Cristina Fahl Ana Carolina Gulelmo Staut Camila Braga de Oliveira Higa Camila Turchetti Bacan Gabiatti Giani Vendramel de Oliveira Gislaine Denisale Ferreira Henrique Salustiano Silva Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Coordenador Ana Carolina Gulelmo Staut Revisor Leonardo Ferreira Editorial Beatriz Meloni Montefusco Carolina Yaly Márcia Regina Silva Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ Mendonça, Murillo André Domínio de desempenho medições & Incerteza / Murillo André Mendonça. – São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2022. 32 p. ISBN 978-65-5356-417-6 1. Gestão de projetos. 2. Artefatos. 3. Mediações I. Título. 3. Técnicas de speaking, listening e wrg. I. Título. CDD 658.404 _____________________________________________________________________________ Evelyn Moraes – CRB: 010289/O M539d © 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A. https://www.platosedu.com.br/ 4 SUMÁRIO Apresentação da disciplina __________________________________ 05 Fundamentos sobre medição ________________________________ 07 Modelos, métodos e artefatos de medição ___________________ 20 Fundamentos sobre incerteza ________________________________ 34 Modelos, métodos e artefatos de incerteza __________________ 46 DOMÍNIO DE DESEMPENHO MEDIÇÕES & INCERTEZA 5 Apresentação da disciplina Nesta disciplina, exploraremos a nova abordagem do PMBOK 7ª Edição, sobre as atividades de medições e gestão de riscos no gerenciamento de projetos. Entenderemos os conceitos de domínio de desempenho, a importância do domínio de desempenho de medição e incertezas no sucesso da gestão de um projeto e introduzir o conceito de Tailoring, uma adaptação deliberada da abordagem, da governança e dos processos de gestão de projetos para torná-los mais aderentes a determinado ambiente e a o trabalho a executar. A disciplina será dividida em quatro temas, que abordarão: • Tema 1: Fundamentos sobre medição Entender sobre as principais diferenças na avaliação de desempenho entre o PMBOK 6ª Edição e PMBOK 7ª Edição; definição de pontos relevantes para o domínio de desempenho da medição; exposição de conceitos sobre indicadores-chave de desempenho, métricas eficazes e parâmetros de medição. • Tema 2: Modelos, métodos e artefatos de medição Consolidar o conceito de modelos, métodos e artefatos em gerenciamento de projetos, exposição dos principais modelos, métodos e artefatos mais utilizados no domínio de desempenho de medição, segundo o guia PMBOK 7ª Edição. • Tema 3: Fundamentos sobre incerteza Entender sobre as principais mudanças do tratamento das incertezas no contexto do gerenciamento de projetos; quebrar o paradigma quanto a complexidade em gerenciamento de projetos; exposição de conceitos sobre riscos e os planos de respostas para diminuição 6 (em caso de ameaças) ou alavancagem (em caso de oportunidade) dos seus impactos nos projetos. • Tema 4: Modelos, métodos e artefatos de incerteza Introdução do conceito de modelos, métodos e artefatos em gerenciamento de projetos, mostrando a importância desses para a entrega de valor e geração de benefícios nos projetos; exposição de modelos, métodos e artefatos mais utilizados no domínio de desempenho de incerteza, segundo o guia PMBOK 7ª Edição; expor os de modelos, métodos e artefatos mais utilizados no domínio de desempenho de incerteza, segundo o guia PMBOK 7ª Edição. 7 Fundamentos sobre medição Autoria: Murillo André Mendonça Leitura crítica: Leonardo Ferreira Objetivos • Entender as principais diferenças na avaliação de desempenho entre o PMBOK 6ª Edição (PMI, 2017) e PMBOK 7ª Edição (PMI, 2021). • Definição de pontos relevantes para o domínio de desempenho da medição. • Expor conceitos sobre indicadores-chave de desempenho, métricas eficazes e parâmetros de medição. 8 1. Medição e a avaliação de desempenho Neste tema, poderemos entender a importância do domínio de desempenho de medição no sucesso da gestão de um projeto. Um domínio de desempenho é um grupo de atividades relacionadas, que são críticas para a entrega eficaz do resultado de um projeto. Para entendermos a importância do domínio de desempenho de medição na avaliação de desempenho de um projeto, é oportuno trazer a citação do DEMING1 (1990), que diz: Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia (DEMING, 1990, 18). De acordo com o PMBOK 7ª Edição (PMI, 2021), o domínio de desempenho da medição aborda as atividades e funções relacionadas à avaliação do desempenho do projeto e a geração de informações que apoiem à tomada de ações para manter um desempenho aceitável do projeto. Como resultado do domínio de desempenho da medição, espera-se que consigamos atingir os seguintes objetivos: • Compreensão confiável da situação do projeto. • Apoio científico e confiável na tomada de decisões. • Implementação de ações apropriadas para manter o desempenho do projeto sob controle. • Gerar valor ao negócio da organização. Até a sua 6ª Edição, o Guia PMBOK apresentava padrões baseado em processos. Embora eficazes, são prescritivos por natureza. Nesta edição, a medição e avaliação de desempenho do projeto tinha seus 1 William Edwards Deming (1900 —1993) foi um estatístico, professor universitário, autor, palestrante e consultor estadunidense reconhecido mundialmente pela melhoria dos processos produtivos nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. 9 padrões definidos no grupo de processos de monitoramento e controle distribuídos nas dez áreas de conhecimento (Integração, Escopo, Cronograma, Custo, Qualidade, Recursos, Comunicações, Riscos, Aquisições e Partes Interessadas). Entretanto, em nenhum desses processos era possível avaliar a entrega de valor e geração de benefícios do projeto à organização, mas a adesão aos processos ou a produção de entregas. Sendo assim, a partir da 7ª Edição o Guia PMBOK evolui para padrões baseados em princípios e domínios com o objetivo de apoiar a gestão de projetos de forma mais eficiente e com foco no resultado, e não no processo. Algumas ferramentas e processos, como a Análise de Valor Agregado (presente nas versões anteriores do Guia PMBOK e que abordaremos dentro deste tema da disciplina) ainda permanecem importantes para o domínio de desempenho da medição do projeto. Dessa maneira, o domínio de desempenho da medição do projeto avalia o grau em que o trabalho realizado no domínio de desempenho da entrega está cumprindo as métricas definidas no domínio de desempenho do planejamento. Para facilitar o entendimento do domínio de desempenho da medição, a partir deste ponto, adotaremos um exemplo bem simples de projeto para enraizar os conceitos durante este tema: a construção de uma residência. Todas as explanações a seguir serão apoiadas sobre essa temática. Domínio de desempenho da medição: • Métrica: Descrição de um atributo do projeto ou do produtoe como medi-lo. Exemplificando com base em nosso projeto, para medirmos a evolução de entrega do piso cerâmico da residência, podemos utilizar como métrica a unidade de metro quadrado (m²). Isso significa que podemos medir a quantidade executada deste atributo por metro quadrado executado. 10 • Linha de Base: versão aprovada de um produto ou trabalho, que utilizamos como base para a comparação com os resultados realizados. Exemplificando com base em nosso projeto, podemos definir como linha de base que nossa residência terá 100 m² de piso cerâmico branco para serem executados. • Painel de Controle (Dashboard): informações em formas de tabelas e gráficos, que mostram o progresso ou desempenho em relação às definições da linha de base. A figura abaixo exemplificará um painel de controle com base em nosso projeto exemplo. Figura 1 – Exemplo de painel de controle em projetos Fonte: elaborada pelo autor. A figura acima representa um dashboard de parte da linha de base da construção de uma residência. Indica que a linha de base de piso cerâmico branco de como unidade métrica o metro quadrado e quantidade prevista de 100 m². Além disso, indica que se aferiu um progresso de 60 m² de piso, restando um saldo a executar de 40 m². 11 Termos informações precisas sobre o trabalho e o desempenho do nosso projeto, por meio de medições, possibilita que a equipe do projeto defina a ação apropriada a ser implementada em caso de variações identificadas sobre o desempenho desejado. Além disso, as medições são utilizadas por diversos motivos, entre eles: • Avaliação de desempenho em relação ao planejado. • Avaliação de utilização de recursos, custos, tempo. • Fornecimento de informações às partes interessadas. • Avaliar a geração de benefícios das entregas medidas. • Auxílio na gestão de riscos do projeto. • Garantia de que as entregas atendam aos critérios de aceitação do cliente do projeto. Até sua 6ª Edição, o Guia PMBOK orientava que a importância da medição era apurar se o realizado estava de acordo com o planejado, por meio da coleta e disseminação de dados. Já o domínio de desempenho da medição (7ª Edição do Guia PMBOK), orienta que a importância do processo de medição está no apoio para a tomada de decisões a partir das informações apuradas. Isso significa que o uso das medições ocorre dentro do contexto de atividades em outros domínios de desempenho, como as discussões entre as partes interessadas e a equipe do projeto, a coordenação dos trabalhos e na geração de valor. 2. O que devemos medir Antes de iniciarmos a medição do nosso projeto, é imprescindível definirmos o que deverá ser medido (escopo do projeto), quais parâmetros serão levados em consideração (métricas, qualidade, 12 aceitação) e qual será o método da medição (presencialmente, remoto, em planilha, no caderno etc). Normalmente, para conseguirmos as definições acima, também é necessário estarem definidos: • Parâmetros de entrega: indica número de trabalhos sendo executados a qualquer momento do projeto, quantidade de tempo transcorrida para a entrega, quantidade estimada de trabalho, eficiência do processo produtivo. • Desempenho esperado da linha de base: o que devemos esperar que esteja concluído/ entregue (de acordo com o que planejamos), no momento em que estivermos executando a medição. Rastreia parâmetros como datas de início e término da atividade, esforços previstos, variações em relação ao planejamento (prazo, custo, qualidade etc.). • Recursos: quais foram os recursos (mão de obra, materiais, equipamentos) que previmos utilizar para atingimento do progresso previsto em planejamento? Qual o custo planejado para cada recurso? • Valor de negócio: qual o custo-benefício e o quanto a entrega do item a ser medido gera de valor ao negócio, ao cliente, à organização. Será que o piso cerâmico assentado na residência, gerou a percepção de valor que esperávamos ao cliente? • Partes interessadas: quem está envolvido com a entrega? Quem realizará a medição? Quem pode contribuir? Quem pode ameaçar a entrega? • Previsões: a partir da medição, quais são as previsões futuras? Qual a aderência esperada com a linha de base? Temos tendência de atraso? Ainda neste tema da disciplina, utilizando como referência o caso da construção de uma residência, traremos exemplos práticos de como 13 esses parâmetros são importantes para a medição de um projeto. Entretanto, antes de exemplificarmos, precisamos ter compreender o Padrão do Gerenciamento do Valor Agregado (PMI, 2019), presente também na 6ª Edição do Guia PMBOK e fundamental para que possamos melhor entender o conceito de desempenho da linha de base e confecção de previsões futuras. 2.1 O Padrão do Gerenciamento do Valor Agregado (GVA) A principal vantagem do uso do gerenciamento do valor agregado é realizar uma integração do escopo do projeto (está sendo entregue) com o cronograma, levando em consideração todos os recursos (materiais, equipamentos e mão de obra) que foram utilizados (custos), com o objetivo de aferir objetivamente o desempenho do projeto. O GVA compara não só o custo orçado com o custo real acumulado até um determinado ponto de controle do projeto, mas considera também o que o projeto conseguiu realmente agregar, ou seja, entregar. É uma ferramenta extremamente importante de controle dos custos para o gerente de projetos, fornecendo uma fotografia do projeto com dados reais, sobre o status do projeto e uma visualização clara das variações. Qualquer variação, boa ou ruim, deve ser analisada, sendo que o entendimento de suas causas é importante para ações do gerente de projetos. Para que seja possível realizar o controle de custos e do prazo por meio do GVA, são necessários: • Estrutura Analítica do Projeto (EAP). • Lista de atividades. • Atividades de gerenciamento. • Estimativas de duração. 14 • Cronograma. • Orçamento. Além disso, alguns dados de desempenho do trabalho do projeto são necessários como entrada para o GVA. Dentre eles: • Valor Planejado (VP): custo orçado do trabalho planejado que devem ser finalizados até determinado momento do projeto, ou seja, indica a parcela do orçamento que deveria ser efetivamente gasta ou incorrida, considerando o custo considerado na linha de base de orçamento do projeto. Onde: ONT = Orçamento no término. PFp = Progresso físico previsto. • Orçamento no Término (ONT): soma de todos os custos planejados de todas as atividades do projeto. • Custo Real (CR): custo realizado incorrido no trabalho executado de uma atividade, durante um período específico. É efetivamente o quanto o projeto gastou para executar determinada parcela do escopo até o ponto de controle analisado. • Valor Agregado (VA): medida do trabalho realizado expressa em termos do orçamento autorizado para tal trabalho, indicando o quanto deveria ter sido gasto para o que foi realizado no projeto, e não considera o quanto o projeto já desembolsou para realizar os trabalhos. 15 Onde: ONT = Orçamento no término. PFr = Progresso físico realizado. Entretanto, para que o gerente de projetos possa ter maior embasamento para tomadas de decisão mais precisas, é necessário transformar os dados coletados acerca do trabalho do projeto em informações, denominadas indicadores de desempenho do projeto. Entre os indicadores de desempenho mais comumente utilizados pelos gerentes de projetos, podemos destacar: • Variação de Prazos (VPR): é a medida de desempenho do cronograma expressa como a diferença entre o valor agregado e o valor planejado. Se (-), indica que o projeto evoluiu menos que o planejado. Se (+), indica que o projeto evoluiu mais que o planejado. • Variação de Custos (VC): quantidade de déficit ou excedente orçamentário em determinado momento do projeto, expressa como a diferença entre o valor agregado e o custo real. Se (-), indica que o projeto gasto mais que o planejado. Se (+), indicaque o projeto gastou menos que o planejado. • Índice de desempenho de prazo (IDP): medida de eficiência do cronograma expressa como a razão entre valor agregado e valor planejado. 16 Se IDP>1, indica que o projeto está adiantado; se IDP<1, indica que o projeto está atrasado; se IDP=1, indica que o projeto executou exatamente o planejado. • Índice de desempenho de custo (IDC): medida da eficiência de custos dos recursos orçados, expressa como a razão entre valor agregado e custo real. Se IDC>1, indica que o projeto está economizando financeiramente; se IDC<1, indica que o projeto gastando mais que o previsto; se IDC=1, indica que o projeto gastou financeiramente exatamente o planejado. Conforme o projeto progride, a equipe pode elaborar previsões para estimativa de custos no término (ENT), que pode ser diferente do orçamento no término (ONT) baseado no desempenho do projeto. Elaborar uma ENT envolve a execução de prognósticos de condições e eventos no futuro do projeto com base nas informações e conhecimentos disponíveis no momento da previsão. As ENTs são baseadas, na maioria das vezes, nos custos reais incorridos para o trabalho executado, mais uma estimativa para terminar (EPT) o trabalho restante. Normalmente, considerando vários cenários de risco, a equipe de projeto pode calcular diferentes EPTs, dependendo dos indicadores de desempenho do projeto no momento da análise: • Quando não há desvios de prazo (IDP=1) e não há de custo (IDC=1): • Quando há desvios de prazo (IDP≠1) e não há de custo (IDC=1): 17 onde: • Quando não há desvios de prazo (IDP=1) e há desvio de custo (IDC≠1): onde: • Quando há desvios de prazo (IDP≠1) e há desvio de custo (IDC≠1): onde: Vale ressaltar que a escolha dos cenários de risco é incumbência do Gerente de Projetos e, qualquer que seja a variação observada, o mesmo deverá analisá-la cuidadosamente para determinar se há alguma ação de reparo necessária. 2.2 Aplicação prática do GVA Levando, ainda, em consideração o exemplo da construção residencial, um gerente de projetos preparou um resumo contendo um fragmento do escopo do projeto, levando em consideração apenas a execução do piso cerâmico. Para tanto, preparou uma tabela de dados contendo informações sobre a linha de base (escopo, custo e cronograma) e também com as aferições realizadas na medição que foi executada ao final do segundo mês de execução do projeto. Com base nas informações coletadas, teve elementos suficientes para realização de um prognóstico do projeto ao seu final. Todas as informações podem ser visualizadas no quadro abaixo. 18 Quadro 1 – Dados obtidos da medição do projeto exemplo Fragmento da linha de base de uma construção residencial Dados do escopo Dados orçamentários Cronograma previsto Item Descrição Qtde Custo Unit Custo total previsto Mês 01 Mês 02 Mês 03 (1) (2) (3) (4) (5) (6) .01 Piso Cerâmico Branco 100,00 90,00 9.000,00 25% 25% 50% Dados da medição realizada ao final do segundo mês Dados do escopo Evolução apurada Custo incorrido real Item Descrição Mês 1 Mês 02 Quantidade execu-tada Custo real (7) (8) (9) = ((7)+(8))x(1) (10) 1 Piso Cerâmico Branco 30% 30% 60,00 5.000,00 Indicadores provindos da medição VP (segundo mês do projeto) 4.500,00 = (2) x ((3)+(4)) (11) VA (segundo mês do projeto) 5.400,00 = (9) x (2) (12) CR (segundo mês do projeto) 5.000,00 = (10) (13) Indicadores de variação e projeções futuras VPR (segundo mês do projeto) 900,00 = (12)-(11) (14) VC (segundo mês do projeto) 400,00 = (12)-(13) (15) IDP (segundo mês do projeto) 1,20 = (12)/(11) (16) IDC (segundo mês do projeto) 1,08 = (12)/(13) (17) ONT 9.000,00 = (3) (18) ENT 7.777,78 =(10)+((18)-(12))/((17)*(16)) (19) EPT 2.777,78 = (19)-(13) (20) Fonte: elaborado pelo autor. 19 Com base no que vimos na utilização do VGA, o gerente de projetos pode chegar à conclusão de que o projeto se encontra adiantado (item 16 da tabela com IDP>1) e com economia financeira (item 17 da tabela com IDC>1). Além disso, como estimativa para o término, a projeção é de se gastar mais $ 2.777,78 (item 20 da tabela) para concluir a entrega do piso cerâmico branco. Esse indicador, em conjunto com o ENT, indica à equipe do projeto que a tendência é que o projeto chegue ao seu final economizando. É evidente a importância do domínio de desempenho de medições para que a equipe do projeto possa entender a situação do projeto e gerar prognósticos futuros, possibilitando a consideração e discussão de adaptações do planejamento e do trabalho do projeto apropriadamente em caso de desvios. As medidas coletadas e indicadores obtidos são importantes, mas o que é feito com tais informações é tão importante quanto. No próximo tema, veremos modelos, métodos e artefatos de medição para garantir que a geração de informações seja útil, oportuna, acessível às partes interessadas, fácil de absorver e digerir, apresentando de forma clara o grau de incerteza associado à informação ao projeto. Referências DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro, Marques Saraiva, 1990. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: guia do conhecimento em gerenciamento de projetos–Sétima edição. Pennsylvania: PMI, 2021. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: um guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos–Sexta edição. Pennsylvania: PMI, 2017. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. The Standard for Earned Value Management. Pennsylvania: PMI, 2019. 20 Modelos, métodos e artefatos de medição Autoria: Murillo André Mendonça Leitura crítica: Leonardo Ferreira Objetivos • Consolidar o conceito de modelos, métodos e artefatos em gerenciamento de projetos. • Expor os modelos, métodos e artefatos mais utilizados no domínio de desempenho de medição, segundo o guia PMBOK 7ª Edição. 21 1. Introdução A sétima edição do PMBOK trouxe uma modificação significativa em relação à edição anterior, que precisa ser levada em consideração pelos usuários do guia. Neste tema, entenderemos a inclusão do item 4, Modelos, métodos e artefatos, que busca elencar aqueles de uso mais comum. Essa nova edição reconhece a relação existente destes três itens com as ferramentas e técnicas colocadas até a sexta edição do guia. Vale salientar que a sexta edição do PMBOK trazia o Apêndice X6 – Ferramentas e Técnicas, algo que a comunidade de gestão de projetos já sentia necessidade. Ferramentas foram definidas como algo tangível, como um template ou um programa de software, usada na execução de um processo necessário à gestão de projetos. Já as técnicas, foram caracterizadas como um procedimento sistemático definido por um recurso humano (membro do projeto ou da organização) para a execução uma atividade, a fim de produzir um produto ou resultado ou entregar um serviço e que poderia empregar uma ou mais ferramentas. Levando em consideração que modelos, métodos e artefatos, também estão diretamente ligados ao que o Guia PMBOK chama de tailoring1, devemos atentar para a modificação desta definição com a evolução da sexta para a sétima edição. Até a sexta edição, tailoring era definido como determinação pool adequado de processos, entradas, ferramentas, técnicas, saídas e fases do ciclo de vida para gerir um projeto. Já na sétima edição, tailoring pode ser definido como a adaptação deliberada da abordagem, da governança e dos processos de gestão de projetos para torná-los mais aderentes a determinado ambiente e a o trabalho a executar. Isso significa que, anteriormente, a abordagem do guia era global, prescritivo, não descritivo, com ênfase no como, e não no que ou porque. Agora, o guia foca em princípios para orientar a forma de pensar, ações e comportamentos. A seguir, 1 Tailoring: ato de realizar adaptações deliberadas da abordagem, da governança e dos processos de gestão de projetos para torná-los mais aderentesa determinado ambiente e a o trabalho a executar. 22 apresentaremos uma descrição de alguns modelos, métodos e artefatos para o domínio de desempenho de medições. 1.1 Definições Os itens citados a seguir não buscam ser prescritivos e tampouco abordar todas as possibilidades, mas ajudar as equipes de projetos a refletir sobre as possibilidades à sua disposição. De acordo com a sétima edição do PMBOK, os termos estão assim definidos: • Modelo: estratégia do pensamento para explicar um processo, framework ou uma experiência. • Método: é o meio de alcançar um resultado, saída ou entrega do projeto. • Artefato: pode ser um modelo, documento, saída ou entrega do projeto. Em resumo, as definições acima nada mais representam do que a orientação à equipe de como fazer, de como alcançar aos resultados do projeto e sobre o conceito do produto que deverá ser entregue. O próprio guia PMBOK define produto como um artefato produzido, quantificável, e que pode ser um item final em si ou um item componente. Assim como em qualquer processo, o uso de modelos, métodos e artefatos, tem custos associados relativos ao tempo do projeto, nível de especialização, impactos sobre produtividade etc. A equipe do projeto deve considerar tais implicações ao decidir quais elementos usar. Dentro do possível, devemos evitar o uso de qualquer componente que: • Acrescente esforço desnecessário. • Não seja útil ao resultado do projeto. 23 • Produza informações imprecisas. • Atenda necessidades individuais e não coletivas. 2. Modelos aplicados no domínio de desempenho de medição Embora as necessidades de cada projeto, do ambiente organizacional e das partes interessadas, possam determinar quais modelos são mais aderentes a um projeto específico, existem alguns domínios de desempenho com maior probabilidade de usar cada modelo. No caso do domínio de desempenho de medição, sugere-se que o modelo com probabilidade de ser mais útil é modelo de grupo de processos. Cabe ressaltar, no entanto, que o gerente de projetos e a equipe têm a responsabilidade final de selecionar os modelos certos para seus projetos. No domínio de desempenho de incerteza, temos apenas um modelo aplicável, que conhecermos mais detalhadamente a seguir: 2.1 Grupo de processos Os grupos de processos não são fases do projeto. Faz sentido, em alguns casos, organizar a gestão do projeto em agrupamentos lógicos de entradas, ferramentas e técnica e saídas (de acordo com o exposto na sexta edição do Guia PMBOK), com tailoring, para se adequar às necessidades da organização. Ao utilizar o modelo de grupo de processos para o domínio de desempenho de medição, os projetos podem usar os seguintes grupos de processo com uma estrutura organizacional: • Iniciação: grupo de processos que definem e autorizam o projeto ou uma fase do projeto. 24 • Planejamento: grupo de processos que definem e aprimoram os objetivos, planejando a ação necessária para alcançar os objetivos e o escopo para os quais o projeto foi realizado. • Execução: grupo de processos que envolvem pessoa e outros recursos para concluir o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto. • Monitoramento e controle: grupo de processos que medem e monitoram o progresso para identificação de inconformidades com o plano de gerenciamento do projeto, para que possam ser tomadas ações corretivas. • Encerramento: grupo de processos que formalizam a aceitação do produto do projeto e a geração de benefícios. Esses grupos de processos são independentes da abordagem de entrega, das áreas de aplicações (setores dentro da organização), ou do setor (mercado da organização). A saída de determinado processo, na maioria das vezes, se torna uma entrada em outro processo ou é uma entrega de uma fase do projeto. Por exemplo, um registro de riscos, produzidos no grupo de processos de planejamento, é entrada para o grupo de processos de execução, em que se fazem as atualizações nos artefatos associados. 3. Métodos aplicados no domínio de desempenho de medição Como definido anteriormente, o método é o meio de alcançar um resultado, saída ou entrega do projeto. Os métodos que serão discutidos a seguir, e que podem ser aplicados no domínio de desempenho de medição, são uma amostragem dos mais usados para apoiar este domínio. Existem diversos métodos, não abordados neste capítulo, que 25 são usados no gerenciamento de projetos da mesma maneira que em outras disciplinas. No caso do domínio de desempenho de medição, são sugeridos vinte métodos (divididos em análise de dados, estimativa, reuniões e eventos e outros métodos), com probabilidade de ser mais útil. Novamente, é importante ressaltar que o gerente de projetos e a equipe têm a responsabilidade final de selecionar os métodos para alcançar os resultados de seus projetos. 3.1 Métodos de coleta e análise de dados São métodos utilizados para coletar, analisar e avaliar dados e informações, a fim de gerar compreensão mais profunda de uma situação. Esses métodos são, frequentemente, utilizados para informar decisões do projeto, que estão associados com autorizar ou justificar um projeto ou uma decisão. Com frequência, os resultados das seguintes análises são usados em um business case 2, que justifica a execução de um projeto: Método 01 – Benchmarking: método que compara produtos, práticas e processos com os de empresas/projetos similares para identificação de práticas recomendas, geração de ideias e fornecimento de base para desempenho. Método 2 – Período de retorno: analisa o rendimento projetado de um investimento no projeto, que incorpora os custos iniciais e contínuos em uma taxa de evolução percentual estimada. Método 3 – Taxa Interna de Retorno (TIR): analisa o tempo necessário para recuperar um investimento. Contado usualmente em meses ou anos. 2 Business case: documento oficial de apresentação de um novo projeto em uma organização. Reforça os argumentos sobre a ideia proposta e sua rentabilidade e geração de benefícios para organização, sendo uma excelente maneira de auxiliar na tomada de decisão. 26 Método 4 – Retorno Sobre o Investimento (ROI): analisa de retorno de um investimento inicial, calculado considerando a média projetada de todos os rendimentos líquidos e dividindo-os pelo custo inicial. Método 5 – Valor Presente Líquido (VPL): analisa o valor futuro dos rendimentos esperados, expresso no valor que esses rendimentos têm no momento do investimento. O VPL considera custos e rendimentos, atuais e futuros, mais inflação. Método 6 – Análise de custo-benefício: análise determinar os benefícios fornecidos por um projeto em relação aos seus custos. Método 7 – Folha de verificação: folha de resultados utilizada como uma lista de verificação durante a coleta de dados. Podem ser usadas para coleta e separação em categorias dos dados, bem como para criar matrizes ou histogramas; Método 8 – Custo da qualidade: inclui custos incorridos durante a vida do produto através do investimento na prevenção de não conformidades com os requisitos, avaliação do serviço ou produto em relação à conformidade com os requisitos e a incapacidade de cumpri- los. Método 9 – Análise do valor agregado: método de análise que utiliza um conjunto de métricas associadas ao escopo, custo e cronograma para identificar o desempenho do custo e cronograma de um projeto (PMI, 2019). Método 10 – Previsão: uma estimativa ou prognóstico de condições e eventos futuros do projeto com base no conhecimento, dados e informações disponíveis no momento da previsão. Método 11 – Análise de processo: revisão sistemática de etapas e procedimentos para executar uma atividade. 27 Método 12 – Análise de regressão: avalia uma série de variáveis de entrada em relação aos resultados das respectivas saídas, desenvolvendo uma lógica matemática ou estatística. Método 13 – Simulação: usa modelos para demonstrar o efeito combinado de incertezas para avaliar seus potenciais impactos, positivosou negativos, nos objetivos. Método 14 – Análise de tendências: usa modelos matemáticos para prognosticar resultados futuros com base em dados históricos. Método 15 – Análise de variação: determina a causa e o grau de diferença entre a linha de base e o desempenho realizado do projeto. 3.2 Métodos de reuniões e eventos São métodos importantes para manter o engajamento da equipe do projeto e outras partes interessadas. Acabam sendo os principais meios de comunicação durante o projeto. Método 16 – Revisão de projeto: evento ao final de uma fase ou projeto para avaliar o status e os benefícios entregues, determinando se o projeto está pronto para seguir para a próxima fase ou para entrega ao cliente. Método 17 – Status: evento agendado regularmente para analisar e trocar informações sobre o desempenho atual do projeto. 3.3 Outros métodos Esses métodos não se enquadram em uma categoria específica. No entanto, são importantes, utilizados em diversas finalidades. 28 Método 18 – Mapeamento de impactos: um método de planejamento estratégico, que tem a função de um roteiro visual para a organização durante o desenvolvimento do produto. Método 19 – Pontuação líquida de Promotores (NPS): método que mede a disposição dos clientes de recomendar serviços ou produtos de uma organização a terceiros, também conhecido como Net Promotor Score (NPS). Método 20 – Janela de tempo (Timebox): um período curto de tempo em que o trabalho deve ser concluído, como uma semana, duas semanas ou um mês. 4. Artefatos aplicados no domínio de desempenho de medição Um artefato pode ser um modelo, documento, saída ou entrega do projeto. Assim como os métodos, existem diversos artefatos, não abordados neste capítulo, que são usados no gerenciamento de projetos, da mesma maneira que em outras disciplinas, porque são, na maioria das vezes, um tanto genéricos, como atualizações, específicos para um determinado setor ou são resultado de um método específico que foi usado para conceber. Neste tema, não descreveremos como desenvolver ou criar um artefato. Ao invés disso, traremos definições, pois o gerente de projeto e a equipe devem ser induzidos a realizar o tailoring do uso desses artefatos para atender as necessidades do projeto. 4.1 Artefatos de planos São artefatos propostos para executar algo. A equipe do projeto deve desenvolver planos para aspectos específicos de um projeto. Em geral, os planos são documentos escritos ou quadros visuais. 29 Artefato 1 – Plano de testes: documento que descreve as entregas que serão testadas, os testes que devem ser realizados e os processos que devem ser aplicados nos testes. 4.2 Artefatos do gráfico de hierarquias São artefatos que começam com informações de alto nível e, posteriormente, decompostos em níveis mais baixos de detalhes, sendo elaborados, muitas vezes, de forma progressiva à medida que mais informações são reveladas sobre o projeto. Artefato 2 – Estrutura analítica dos recursos: representação hierárquica dos recursos, por tipo e categoria. Artefato 3 – Estrutura analítica do projeto (EAP): decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser executado pela equipe do projeto, a fim de alcançar seus objetivos. 4.3 Artefatos da linha de base São artefatos que representam a versão aprovada de um plano ou produto. O desempenho real do projeto, durante do domínio de desempenho de medição, é comparado às linhas de base para possibilitar a identificação de variações. Artefato 4 – Orçamento: a estimativa aprovada para o projeto ou qualquer componente da EAP ou atividade do cronograma. Artefato 5 – Cronograma de marcos: apresenta marcos com datas planejadas. Artefato 6 – Linha de base da medição do desempenho: escopo, cronograma e linhas de base de custo integrados usados, com intuito de comparação, para gerenciar, medir e controlar a execução do projeto. 30 Artefato 7 – Cronograma do projeto: demonstra a conexão de atividades com suas datas, durações, marcos, atividades predecessoras e recursos planejados. Artefato 8 – Linha de base de escopo: a versão aprovada de uma declaração de escopo, estrutura analítica de projeto (EAP) e dicionário da EAP associado, e é usada como base para comparativa de resultados planejados e reais. 4.4 Artefatos de dados e informações visuais São artefatos que visam organizar e apresentar dados e informações em um formato visual, como: gráficos, tabelas, diagramas e matrizes. Isso facilita a transformação de dados em informações. Esses artefatos, geralmente, são confeccionados após a coleta e análise de dados, e auxiliam os tomadores de decisão ao gerar informações analíticas. Artefato 9 – Gráficos de burndown/bornup: representação gráfica do trabalho restante em uma janela de tempo (timebox). Artefato 10 – Gráfico de tempo de ciclo: mostra o tempo médio de ciclo dos itens de trabalho concluídas ao longo do tempo. Artefato 11 – Diagrama de fluxo cumulativo (DFC): indica as funcionalidades concluídas ao longo do tempo, funcionalidades em outros estados de desenvolvimentos e em backlog. Artefato 12 – Painel de controle: conjunto de tabelas e gráficos, que mostram o progresso ou desempenho do projeto. Artefato 13 – Gráfico de Gantt: gráfico de barras com informações de cronograma, como atividade a serem executadas, datas de execução, durações das atividades e relação de predecessora. 31 Artefato 14 – Histograma: representação gráfica de dados numéricos em forma de gráfico de barras. Artefato 15 – Irradiador de informações: um quadro físico visível, que fornece informações, permitindo o compartilhamento de conhecimento. Artefato 16 – Gráfico de tempo de entrega: diagrama que mostra a tendência do tempo de entrega médio de conclusão de itens no trabalho, ao longo do tempo. Artefato 17 – Matriz de rastreabilidade de requisitos: tabela que liga os requisitos dos projetos desde suas origens até as entregas que os satisfazem. Artefato 18 – Diagrama de dispersão: gráfico que demonstra o relacionamento entre duas variáveis. Artefato 19 – Curva S: gráfico que exibe custos cumulativos distribuídos em uma linha de tempo. Artefato 20 – Gráfico de produtividade (Throughput chart): diagrama que exibe as entregas aceitas ao longo do tempo. Artefato 21 – Mapeamento da cadeia de valor: usado para documentar, analisar e aprimorar o fluxo de informações ou materiais necessários para gerar um produto ou serviço para um cliente. Artefato 22 – Gráfico de velocidade: controla a taxa na qual as entregas são executadas, validadas e aceitas dentro de um intervalo de tempo predefinido. 4.5 Artefatos de relatório São artefatos de registro formal ou resumido de informações. Comunicam informações relevantes às partes interessadas. São 32 fornecidos, na maioria das vezes, para as partes interessadas no status do projeto, como patrocinadores ou donos do negócio. Artefato 23 – Relatório de qualidade: inclui questões de gestão da qualidade, indicações de ações corretivas e resumo das conclusões das atividades de controle da qualidade. 4.6 Acordos e contratos São artefatos que definem ou comunicam as intenções das partes e que geram obrigações para as partes, e que obrigam o vendedor a prover o serviço, produto ou resultado especificado e o comprador a pagar por ele. Existem diferentes tipos de contratos, como: Artefato 24 – Contratos de preço fixo: categoria de contrato que envolve a definição de um preço fixo total para determinado produto ou serviço, ou resultado a ser fornecido. Artefato 25 – Contratos de custos reembolsáveis: contrato que envolve pagamentos ao fornecedor pelos custos reais incorridos do trabalho concluído, acrescidos de uma remuneração que corresponde ao lucro do fornecedor. Artefato 26 – Tempo e Materiais (T&M): contrato que estabelece uma taxa fixa, mas não uma especificação precisa do trabalho. Também conhecido como contrato de preço unitário. Artefato 27 – Entrega Indefinida, quantidade indefinida (EIQI): contrato queestabelece uma quantidade não especificada de bens ou serviços, com um limite superior e um inferior, durante um período fixo. Existem, ainda, outros tipos de acordos, que incluem memorando de atendimento (MOU), memorando de acordo (MOA), acordo de nível de 33 serviço (SLA), acordo básico de pedidos (BOA), entre outros, porém, menos utilizados. 4.7 Outros artefatos Esses artefatos não se enquadram em uma categoria específica. No entanto, são importantes, utilizados em diversas finalidades. Artefato 28 – Métricas: descrevem um atributo e como medir. Artefato 29 – Documentação dos requisitos: documento que registra os requisitos do produto e as informações relevantes necessárias para gerenciar os requisitos. É evidente a gama de opções de modelos, métodos e artefatos disponíveis à equipe do projeto. Embora as necessidades de cada projeto, do ambiente organizacional e das partes interessadas possam determinar quais modelos, métodos e artefatos são mais aderentes a um projeto específico, existem alguns domínios de desempenho com maior probabilidade de usar cada modelo. Por isso, é importante ressaltar novamente que o gerente de projetos e a equipe têm a responsabilidade final de selecionar os modelos certos para os seus projetos. Referências PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Sétima Edição. Pennsylvania: PMI, 2021. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: um guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos. Sexta Edição. Pennsylvania: PMI, 2017. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. The Standard for Earned Value Management. Pennsylvania: PMI, 2019. 34 Fundamentos sobre incerteza Autoria: Murillo André Mendonça Leitura crítica: Leonardo Ferreira Objetivos • Entender as principais mudanças do tratamento das incertezas no contexto do gerenciamento de projetos. • Quebrar o paradigma quanto a complexidade em gerenciamento de projetos. • Expor conceitos sobre riscos e os planos de respostas para diminuição (em caso de ameaças) ou alavancagem (em caso de oportunidade) de seus impactos nos projetos. 35 1. Introdução Neste tema, poderemos entender as principais mudanças sobre as incertezas no gerenciamento de projetos. O tema pode se embasar na famosa Lei de Murphy1, que diz que se algo pode dar errado, dará errado! Até a sua 6ª Edição, o Guia PMBOK apresentava padrões baseados em processos e na área de conhecimento de gerenciamento de riscos. O intuito desta abordagem era compreender os processos necessários para gerenciar o risco no ambiente de projetos, identificar e avaliar potenciais eventos de risco e criar listas de verificação, bem como desenvolver respostas ao risco. A questão de complexidade em gestão de projetos ainda era abordada de forma muito vaga, e os gerentes de projetos não possuíam diretrizes de avaliação do nível de complexidade dos projetos em razão dos riscos. Já a partir da 7ª Edição (PMI, 2021), o guia PMBOK, evoluindo sua abordagem para padrões baseados em princípios e domínios com o objetivo de apoiar a gestão de projetos de forma mais eficiente e com foco no resultado, direcionou o tratamento do assunto para o domínio de desempenho da incerteza. Os projetos são desenvolvidos em ambientes com diversos graus de incerteza. A incerteza apresenta ameaças e oportunidades que as equipes de projetos exploram, analisam e tomam uma decisão de como lidar. O domínio de desempenho da incerteza aborda as atividades e funções associadas a riscos e incertezas. A execução eficaz deste domínio possibilita atingir os seguintes resultados: • Uma conscientização do ambiente em que os projetos são desenvolvidos, incluindo, entre outros, os ambientes sociais, técnico, político e econômico. 1 Relatos sobre a Lei de Murphy existem desde o século XIX, mas a expressão só ganhou esse nome em 1949, oriunda do resultado de um teste de tolerância à gravidade por seres humanos, feito pelo engenheiro aeroespacial americano Edward A. Murphy. 36 • O entendimento da interdependência de múltiplas variáveis no projeto, que podem gerar incertezas associadas. • Explorar e responder de forma proativa às incertezas dos projetos. • Aumentar a capacidade de antecipação às ameaças e oportunidades, e compreender as consequências dos problemas nas entregas do projeto. 2. Definições Antes de prosseguirmos, é importante a compreensão das seguintes definições, relevantes para o domínio de desempenho da incerteza, de acordo com o guia PMBOK 7ª Edição (PMI, 2021): • Incerteza: falta de compreensão e conscientização de questões, eventos, caminhos a seguir ou soluções a serem buscadas. • Ambiguidade: um estado de incerteza, de dificuldade em identificar a causa dos eventos ou a opção certa entre várias possibilidades. • Complexidade: uma característica do projeto ou seu ambiente, que indica a dificuldade de gerenciamento devido ao comportamento humano, comportamento do sistema e ambiguidade. Quanto maiores as incertezas que permeiam o projeto, maior a complexidade do projeto. • Volatilidade: a possibilidade de mudança rápida e imprevisível. • Risco: um evento ou condição de incerteza que, se ocorrer, provocará um efeito, positivo ou negativo, ao projeto. 37 A incerteza em sua essência é um estado de desconhecimento ou imprevisibilidade. Existem diversas nuances na incerteza, como sendo um risco associado a não saber os eventos futuros ou como uma ambiguidade associada ao fato de não estarmos cientes das condições atuais ou futuras. Atravessar a incerteza de forma bem-sucedida se inicia com a compreensão do ambiente do qual o projeto está sendo desenvolvido, como fatores econômicos, considerações técnicas, restrições ou requisitos do produto ou do projeto, ambiente e influência social no meio em que o projeto é desenvolvido e influências externas (políticas, por exemplo). 2.1 Incertezas Praticamente todos os projetos possuem incertezas, e extremamente difícil se prever os efeitos de qualquer atividade com precisão e os resultados que possam ocorrer. Quando esses resultados são benéficos para o projeto, são comumente chamados de oportunidades; se maléficos, são chamados de ameaças. Juntos, o conjunto de oportunidades e ameaças compõem o conjunto de riscos do projeto. Abaixo, de acordo com o guia PMBOK 7ª Edição (PMI, 2021), algumas opções para reagir à incerteza: • Coletar Informações: é um processo iterativo que deve ocorrer durante todo o projeto. Por meio da coleta de informações, é possível identificar e determinar quais risco podem afetar o projeto e documentar suas características. • Preparar-se para diversos resultados: em situações em que existam apenas poucos resultados possíveis de uma área de incerteza, a equipe do projeto pode se preparar para cada um desses resultados. Isso significa ter uma solução inicial prevista ou uma ação de contingência, caso não seja eficaz. Já quando existirem diversos resultados potenciais, a equipe do projeto pode 38 categorizar esses riscos, analisar e determinar resultados mais prováveis para concentração de esforços. • Soluções alternativas de design do projeto: diversas soluções no escopo do projeto podem ser analisadas no início do projeto, a fim de se reduzir as incertezas. Análises de custo-benefício, tempo versus custo, qualidade versus tempo, qualidade versus custo. O intuito é explorar alternativas por meio do aprendizado gerado à equipe do projeto. • Desenvolver resiliência: capacidade de responde rapidamente a mudanças inesperadas, desenvolver opções e ações para aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças aos objetivos do projeto. Exemplificado a abordagem de incertezas, imaginemos uma equipe de um projeto de desenvolvimento de um software. Ao início do projeto, o gerente de projetos determina que a equipe verifique o registro de lições aprendidas da organização, os requisitos das partes interessas, a fim de identificar e determinar quais risco podem afetar o projeto,como algum registro de problema de operação de um software similar ou ações tomadas em outros projetos que pouparam tempo e esforço (coleta de informações). Após a análise das informações, a equipe identificou diversos problemas ocorridos em outros projetos, em decorrência de divergências entre o desenvolvimento do código fonte e a documentação do projeto (preparo para resultados possíveis). Sendo assim, durante a definição do escopo do projeto, a equipe simulou algumas opções de relação entre programação e documentação, a fim de explorar possíveis alternativas para mitigar o risco em questão (soluções alternativas de design do projeto). Ao final do processo, determinou-se uma rotina de verificação a cada entrega do projeto, comparando-se o código fonte e o efetivamente registrado na documentação do software. (desenvolver resiliência). 39 2.2 Ambiguidades A ambiguidade pode se apresentar para a equipe do projeto de diversas maneiras: como sensações de indecisão, hesitação, imprecisão, incerteza e indeterminação, por exemplo. No ambiente de gerenciamento de projetos, podemos caracterizar dois tipos de ambiguidade: ambiguidade conceitual, que é quando ocorre a falta de compreensão efetiva, normalmente, quando as pessoas usam termos ou argumentos semelhantes de maneiras diferentes; e ambiguidade situacional, que surge quando mais de um resultado sobre determinado assunto é possível. De acordo com o guia PMBOK 7ª Edição (PMI, 2021), as soluções para o entendimento da ambiguidade incluem elaboração progressiva, experimentação e uso de protótipos: • Elaboração progressiva: processo iterativo de aumentar o nível de detalhamento de um plano de gerenciamento do projeto, à proporção que maiores volumes de informações e estimativas mais precisas são disponibilizados. Como exemplo, imaginemos um projeto de construção de uma casa, que se iniciou sem a definição dos tipos de acabamentos. À medida que a obra passa a ter uma evolução mais adiantada e o cliente já tem condições de melhor definir esses acabamentos, é recomendado que a equipe do projeto atualize os requisitos do cliente e as definições de acabamento. (ambiguidade conceitual). • Experimentos: uma série de experimentos bem planejados pode auxiliar na identificação de relações de causa e efeito ou, em último caso, reduzir o volume das ambiguidades. Podemos exemplificar um experimento em um projeto de implantação de um ERP2. A equipe, não tendo certeza se determinada parametrização, atenderá o departamento fiscal da empresa (ambiguidade situacional), realiza experimentos com as opções identificadas de parametrização e determina qual resultado melhor atende as necessidades do referido departamento. 2 Enterprise Resource Planning (ERP), em português, Planejamento dos Recursos da Empresa, é um tipo de software de gestão empresarial, que tem como objetivo automatizar processos administrativos da empresa. 40 • Protótipos: os protótipos podem ajudar a distinguir as relações entre diferentes variáveis. O desenvolvimento de um novo modelo de automóvel é um excelente exemplo para caracterizarmos um protótipo. A equipe do projeto, prevendo que determinado ajuste no motor pode melhorar ou não o desempenho geral do carro (ambiguidade situacional), produz dois carros protótipos e testam diferentes variáveis de ajuste para determinar aquela que apresentará melhor resultado. 2.3 Complexidade A complexidade, apesar de ser definida pelo guia PMBOK 7ª Edição (PMI, 2021) e mencionada acima como uma característica do projeto ou seu ambiente, que indica a dificuldade de gerenciamento devido ao comportamento humano, comportamento do sistema e ambiguidade, ainda apresenta uma dificuldade muito grande sobre a equipe do projeto e sobre determinar quando um projeto é complexo. Diversas vezes, confunde-se um projeto complicado (algo difícil de se fazer) com um projeto complexo. Entretanto, a questão de complexidade está relacionada ao grau de incertezas e de risco sobre um resultado futuro, e não a dificuldade em atingi-lo. Quanto maior o número de incertezas, riscos e chances de mudanças, mais complexo será o projeto. Em projetos complexos, é comum vermos uma agregação de elementos individuais levando a resultados indesejados ou imprevistos. O efeito da complexidade no projeto é que não há maneiras de se fazer previsões precisas sobre a probabilidade de qualquer resultado potencial, nem mesmo saber quais resultados podem surgir. Isso significa que a complexidade implica em maior dinâmica no escopo do projeto. A maneira como a complexidade é tratada no gerenciamento de projetos está relacionada ao alinhamento de determinado projeto com a estratégia da organização: 41 I. Projetos mais estratégicos, acomodam maior esforço em favor da geração de benefícios. É, em muitas vezes, aceitável um maior volume de incertezas, desde que haja uma forma de se gerenciar a dinâmica pela análise de esforço versus benefício. Normalmente, esses projetos são gerenciados com uma metodologia que permita uma adaptação do escopo e um direcionamento da equipe de uma forma mais rápida e eficaz (agile3). II. Projetos menos estratégicos são mais sensíveis ao aumento de esforço e precisam gerenciar sua dinâmica com maior rigor. Além disso, não devem ser iniciados com grande grau de incerteza e utilizar técnicas de gerenciamento que não favoreçam a dinâmica (como por exemplo, baseado nos grupos de processos e áreas de conhecimento, abordado pelo guia PMBOK até sua 6ª edição. 2.4 Volatilidade A volatilidade existe em um ambiente sujeito a mudanças rápidas e imprevisíveis, podendo ocorrer quando há flutuações contínuas nos conjuntos de habilidades ou materiais disponíveis, geralmente, afetando o custo e o cronograma do projeto. Uma forma de tratar a volatilidade nos projetos é por meio de uma análise de alternativas, ou por meio do uso de reserva de custo ou folga em cronograma. • Análise de alternativas: buscar maneiras diferentes de atingir um objetivo, usar uma combinação diferente de habilidades, replanejar ou terceirizar o trabalho do projeto. • Reserva: para exemplificarmos a reserva, podemos pensar em uma reserva de custos, que pode ser usada para cobrir estouros de orçamento devido à volatilidade dos preços, ou uma folga no desenvolvimento do cronograma do projeto, para resolver atrasos devidos à volatilidade associada à disponibilidade de recursos. 3 O Agile, no gerenciamento de projetos, é uma metodologia de desenvolvimento iterativa que prioriza a comunicação e o feedback humano, adaptando-se às mudanças de escopo e produzindo resultados práticos. 42 2.5 Risco Risco é um evento ou condição incerta de um projeto, com uma probabilidade de ocorrer no futuro, impactando o projeto de forma positiva (oportunidade) ou negativa (ameaça), podendo ocorrer devido a uma ou mais causas e podendo ocasionar um ou mais impactos positivos ou negativos. Vale ressaltar que os riscos estão relacionados com as demais áreas de conhecimento e devem ser tratados de forma integrada, considerando as melhores práticas de cada área de conhecimento. Para Montes (2017), os riscos podem ser: • Conhecidos: foram identificados, analisados e considerados no planejamento do projeto. • Desconhecidos: quando o evento ocorre, temos um problema ou questão para o projeto (problemas) e devem ser tratados agilmente. Todos os projetos apresentam riscos, pois são empreendimentos únicos, com graus variados de incerteza. Os membros da equipe do projeto devem identificar proativamente os riscos ao longo do projeto, com foco em maximizar a probabilidade e as consequências de eventos positivos, e minimizar a probabilidade e as consequências de eventos adversos do projeto. A natureza de qualquer risco é composta por três elementos fundamentais e podem ser caracterizados da seguinte forma: o evento inerente ao risco; a probabilidade de ocorrência do evento; e o impacto do evento ao projeto em caso de ocorrência.Para atravessar os riscos de modo efetivo, a equipe do projeto precisa conhecer qual o nível de exposição ao risco é aceitável pelo cliente ou pela organização para alcançar os objetivos do projeto. Esse nível é definido pelos limites dos riscos mensuráveis que refletem o apetite ao risco, a atitude 43 da organização e das partes interessadas do projeto. Além disso, as ameaças e as oportunidades têm um conjunto de estratégias de resposta possíveis que podem ser planejadas para a implementação, caso o risco ocorra. 2.5 Respostas às ameaças Uma ameaça é uma condição ou evento que, se ocorrer, tem um impacto negativo em um ou mais objetivos do projeto. Existem estratégias alternativas que a equipe do projeto pode considerar para lidar com esses eventos ou condições, com o objetivo de reduzir a quantidade de riscos negativos: • Prevenir: ocorre quando a equipe do projeto atua para eliminar a ameaça ou proteger o projeto de seu impacto. • Escalar: ocorre quando a equipe do projeto ou seu patrocinador concorda que uma ameaça está fora do escopo do projeto ou que a resposta necessária excede a autoridade do gerente do projeto. • Transferir: envolve transferir a responsabilidade de uma ameaça a terceiros para gerenciar o risco e suportar o impacto, caso a condição ou evento ocorra. • Mitigar: ação realizada para reduzir a probabilidade de ocorrência e/ou o impacto de uma ameaça. É mais efetivo mitigar uma ameaça do que tentar reparar o dano depois que ocorreu. • Aceitar: reconhece a existência de uma ameaça, mas nenhuma ação proativa é efetivada. Pode incluir o desenvolvimento de um plano de contingência, a ser acionado caso o evento ou condição ocorra. A próxima figura mostra como os riscos são rastreados e reduzidos ao longo do tempo: 44 Figura 1 – Exemplo de painel de controle em projetos Fonte: Guia PMBOK 7ª Edição (PMI, 2021, [n. p.]). 2.5.2 Respostas às oportunidades Uma oportunidade é uma condição ou evento que, se ocorrer, tem um impacto positivo em um ou mais objetivos do projeto. Um exemplo de oportunidade pode ser um risco de determinado material do projeto ser entregue antes do especificado pelo fornecedor. Caso esse evento ocorra, o cronograma do projeto poderá ser encurtado. Existem estratégias alternativas que a equipe do projeto pode considerar para lidar com esses eventos ou condições, de acordo com o guia PMBOK 7ª Edição (PMI, 2021), com o objetivo de potencializar o efeito dos riscos positivos: • Explorar: a equipe do projeto age para garantir a ocorrência de uma oportunidade. • Escalar: da mesma forma que com ameaças, é uma estratégia usada quando o gerente do projeto ou o seu patrocinador concorda que o evento ou condição está fora do escopo do projeto 45 ou que a resposta proposta excede a autoridade do gerente do projeto. • Compartilhar: envolve a alocação de uma oportunidade a um terceiro, que é mais capaz de aproveitar o benefício dela. • Melhorar: a equipe do projeto atua para aumentar a probabilidade de ocorrência ou impacto de uma oportunidade. É quase sempre mais efetiva do que tentar melhorar a oportunidade, depois que mesma ocorreu. • Aceitar: da mesma forma que com ameaças, a aceitação de uma oportunidade reconhece sua existência, mas nenhuma ação proativa é tomada. Importante salientar que após o desenvolvimento de um conjunto de respostas aos riscos, deve ser revisado pela equipe do projeto para verificar se as ações planejadas adicionaram algum tipo de riscos secundários. A revisão também deve analisar o risco residual, que pode permanecer depois que as ações de resposta forem realizadas. O planejamento de respostas deve sempre ser repetido até que o risco residual esteja no nível de aceitação ao risco da organização. Referências MONTES, E. Introdução ao gerenciamento de projetos. 1. ed. São Paulo, 2017. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Sétima Edição. Pennsylvania: PMI, 2021. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: um guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos–Sexta Edição. Pennsylvania: PMI, 2017. 46 Modelos, métodos e artefatos de incerteza Autoria: Murillo André Mendonça Leitura crítica: Leonardo Ferreira Objetivos • Introduzir o conceito de modelos, métodos e artefatos em gerenciamento de projetos, mostrando a importância desses para a entrega de valor e geração de benefícios nos projetos. • Expor os de modelos, métodos e artefatos mais utilizados no domínio de desempenho de incerteza, segundo o guia PMBOK 7ª Edição. • Consolidar o conceito tailoring e a adaptabilidade requerida ao gerente de projetos, adequando os modelos, métodos e artefatos recomendados pelo guia PMBOK 7ª Edição para o domínio de desempenho de incerteza. 47 1. Introdução O domínio de desempenho da incerteza aborda as atividades e funções associadas a riscos e incertezas na gestão de projetos. Os projetos são desenvolvidos em ambientes com diversos graus de incerteza, que apresentam ameaças e oportunidades, que as equipes de projetos exploram, analisam e tomam uma decisão de como lidar. Neste tema, poderemos entender sobre a inclusão e o papel dos modelos, métodos e artefatos, buscando elencar os mais comumente utilizados pelas equipes dos projetos, e como podem auxiliar os profissionais da área na coleta, preparo e soluções de incertezas que possam ocorrer durante o projeto. O conceito de tailoring, definido como a adaptação deliberada da abordagem, da governança e dos processos de gestão de projetos para torná-los mais aderentes a determinado ambiente e ao trabalho a executar continua essencial para o gerente de projetos. Veremos, a seguir, princípios para guiar a forma de pensar, ações e comportamentos voltados para o domínio de incertezas, mas é responsabilidade do gerente de projetos definir aquelas que melhor se adequam e trazem o resultado esperado para o seu projeto. 1.1 Definições Os itens citados a seguir não buscam ser prescritivos e tampouco abordar todas as possibilidades, mas ajudar as equipes de projetos a refletir sobre as possibilidades à sua disposição. De acordo com a sétima edição do PMBOK (2021), os termos estão assim definidos: • Modelo: estratégia do pensamento para explicar um processo, framework1 ou uma experiência. 1 Framework pode ser um template ou modelo, que, quando utilizado, oferece certos artifícios e elementos estruturais básicos para a criação de alguma aplicação. 48 • Método: é o meio de alcançar um resultado, saída ou entrega do projeto. • Artefato: pode ser um modelo, documento, saída ou entrega do projeto. Em resumo, as definições acima nada mais representam do que a orientação à equipe de como fazer, de como alcançar aos resultados do projeto e sobre o conceito do produto que deverá ser entregue. O próprio guia PMBOK (2021) define produto como um artefato produzido, quantificável, e que pode ser um item final em si ou um item componente. Assim como em qualquer processo, o uso de modelos, métodos e artefatos tem custos associados relativos ao tempo do projeto, nível de especialização, impactos sobre produtividade etc. A equipe do projeto deve considerar tais implicações ao decidir quais elementos usar. Dentro do possível, ainda de acordo com o guia PMBOK (2021), devemos evitar o uso de qualquer componente que: • Acrescente esforço desnecessário. • Não seja útil ao resultado do projeto. • Produza informações imprecisas. • Atenda às necessidades individuais e não coletivas. 2. Modelos aplicados ao domínio de desempenho de incerteza É esperado que diferentes modelos sejam mais úteis em diferentes domínios de desempenho de projeto. Embora as necessidades de cada projeto, do ambiente organizacional e das partes interessadas, possam 49 determinar quais modelos são mais aderentes a um projeto específico, existem alguns domínios de desempenho com maior probabilidade de usar cada modelo. Cabe ressaltar, no entanto, que o gerentede projetos e a equipe têm a responsabilidade final de selecionar os modelos adequados para os seus projetos. 2.1 Modelos de complexidade Os projetos são executados em um estado de ambiguidade (estado de incerteza, de dificuldade em identificar a causa dos eventos ou a opção certa entre várias possibilidades) e exigem interações entre vários sistemas, muitas vezes, com resultados incertos. A complexidade, definida com uma característica do projeto ou seu ambiente, que indica a dificuldade de gerenciamento devido ao comportamento humano, comportamento do sistema e ambiguidade, é um desafio a ser enfrentado pela equipe do projeto. Os dois modelos, a seguir, oferecem um framework que facilita o entendimento da complexidade e determina como tomar decisões em um ambiente complexo. Modelo 1 – Framework Cynefin: modelo conceitual criado por Dave Snowden2, para diagnosticar relações de causa e efeito como um auxílio ajuda para a tomada de decisões. 2 David John Snowden: consultor de gestão e investigador britânico na área da gestão do conhecimento e da aplicação da ciência da complexidade. 50 Figura 1 – Framework Cynefin adaptado Fonte: adaptada de French et al. (2013) . Relações complicadas são identificadas quando há um conjunto de incógnitas conhecidas ou um intervalo de respostas corretas. Diferentemente, as relações complexas incluem incógnitas desconhecidas. Não existe causa e efeito aparentes, e também nenhuma resposta trivialmente correta. Em ambientes caóticos, as causas e os efeitos não são claros. Há muita confusão para aguardar o entendimento da situação, sendo necessário agir na tentativa de estabilizar uma situação. Já em ambientes com clareza, as relações de causa e efeito são previsíveis e recorrentes, permitindo intervenções padrão com medidas de ação claras. Modelo 2 – Matriz de Stacey: modelo conceitual criado por Ralph Stacey3, similar ao Framework Cynefin, mas com foco na análise de duas dimensões para determinar a complexidade relativa de um projeto. 3 Ralph Douglas Stacey: foi um teórico organizacional britânico e professor, na área de gestão, na Her- tfordshire Business School. 51 Figura 2–Matriz de Stacey adaptada Fonte: adaptada de Pereira (2013) . A matriz analisa o quanto a equipe tem de conhecimento técnico de execução e o quanto os requisitos são claramente conhecidos. Com base na incerteza relativa dessas dimensões, o projeto pode ser considerado simples, complicado, complexo ou caótico. Este grau de complexidade pode influenciar o gerente de projeto quanto ao tailoring sobre modelos, métodos e artefatos a serem utilizados em seus projetos. 3. Métodos aplicados no domínio de desempenho de incerteza Como definido anteriormente, o método é o meio de alcançar um resultado, saída ou entrega do projeto. Os métodos discutidos a seguir, e que podem ser aplicados no domínio de desempenho de medição, são uma amostragem dos mais usados para apoiar este domínio. Existem diversos métodos, não abordados neste tema, que são usados no gerenciamento de projetos da mesma maneira que em outras disciplinas. No caso do domínio de desempenho de incerteza, são sugeridos seis métodos (divididos em métodos de coleta e análise de 52 dados e métodos de reuniões e eventos), com probabilidade de ser mais útil para o mesmo. Novamente, cabe ressaltar que o gerente de projetos e a equipe têm a responsabilidade final de selecionar e/ou adaptar os métodos para alcançar os resultados de seus projetos (tailoring). 3.1 Métodos de coleta e análise de dados São métodos utilizados para coletar, analisar e avaliar, dados e informações, a fim de gerar compreensão mais profunda de uma situação. Esses métodos são, frequentemente, utilizados para informar decisões do projeto, que estão associados com autorizar ou justificar um projeto ou uma decisão. Com frequência, os resultados das seguintes análises são usados para tomadas de decisões: Método 1 – Análise de alternativas: método que avalia uma gama de opções identificadas, a fim de selecionar as abordagens ou opções a serem utilizadas para executar o trabalho do projeto. Por exemplo, uma construtora que pode analisar as alternativas de construir um prédio com estrutura de concreto ou estrutura em metálica e tomar uma decisão sobre o método que melhor se adeque ao projeto em questão. Método 2 – Análise de premissas e restrições: método que garante que premissas e restrições4 dos projetos se integrem nos planos e documentos do projeto de forma conjunta. Por exemplo, uma equipe de projeto tem como restrição a proibição de trabalhos aos fins de semana e toma como premissa, que nenhum dia da semana corre risco de ter atividades interrompidas. Método 3 – Matriz de probabilidade e impacto: é um método que cria um mapeamento da probabilidade de ocorrência de cada risco e o seu impacto no projeto. Por meio dela, é possível determinar se um risco é muito crítico ou insignificante para os objetivos do projeto. 4 Premissa é um fator considerado verdadeiro e sem necessidade de prova ou demonstração. Restrição é um fator limitador que afeta a execução de um projeto. 53 Figura 3–Matriz de probabilidade e impacto Fonte: https://universoprojeto.files.wordpress.com/2013/10/matriz_de_probabilidade_e_ impacto1.png?w=300&h=172. Acesso em: 29 nov. 2022. Método 4 – Análise de SWOT: de acordo com Mendonça (2021), o objetivo central da Matriz SWOT é definir estratégias para manter e aumentar os pontos fortes, reduzir a intensidade dos pontos fracos, aproveitar as oportunidades e se proteger das ameaças. Ao se inter- relacionarem, capacitam a organização a diagnosticar a situação em que se encontram em relação ao mercado, conforme a figura a seguir, e traçar as estratégias pertinentes. A partir dela, é possível avaliar os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças de uma organização ou projeto. Figura 4 – Matriz de SWOT Fonte: adaptada de mendonça (2021). https://universoprojeto.files.wordpress.com/2013/10/matriz_de_probabilidade_e_impacto1.png?w=300&h=172 https://universoprojeto.files.wordpress.com/2013/10/matriz_de_probabilidade_e_impacto1.png?w=300&h=172 54 Método 5 – Análise de cenário e se: técnica analítica que avalia cenários para prognosticar seus efeitos nos objetivos ou resultados do projeto. Por exemplo, para executar uma mesma entrega do projeto, diversas técnicas podem ser adotadas pela equipe. A função dela é simular/ prever resultados provenientes da utilização de cada uma dessas técnicas e auxiliar na tomada da melhor decisão para o projeto. 3.2 Métodos de reuniões e eventos São métodos importantes para manter o engajamento da equipe do projeto e outras partes interessadas. Acabam sendo os principais meios de comunicação durante o projeto. Método 6 – Revisão dos riscos: evento que analisa o status dos riscos anteriormente existentes, determinando se ainda estão ativos e se houve alguma mudança nos seus atributos, e também identifica novos riscos. As respostas aos riscos (antigos e novos) são avaliadas para determinar se são efetivas ou precisam ser atualizadas. Riscos inativos devem ser removidos da matriz de análise. 4. Artefatos aplicados no domínio de desempenho de incerteza Relembrando, um artefato pode ser um modelo, documento, saída ou entrega do projeto. Assim como os métodos, existem diversos artefatos, não abordados neste capítulo, que são usados no gerenciamento de projetos da mesma maneira que em outras disciplinas, porque são, na maioria das vezes, um tanto genéricos, como atualizações, específicos para determinado setor ou são resultado de um método específico que foi usado para conceber. Neste tema, não descreveremos como desenvolver ou criar um artefato. Ao invés disso, traremos definições, pois o gerente de projeto e a equipe devem ser induzidos a realizar o tailoring do uso desses artefatos para atender as necessidades do projeto. 55 4.1 Artefatos de histórico e registros São artefatos usados para documentar osaspectos em evolução do projeto. São atualizados durante todo o ciclo de vida do projeto. Artefato 1 – Registro de premissas e restrições: premissa é um fator considerado verdadeiro e sem necessidade de prova ou demonstração. Restrição é um fator limitador que afeta a execução de um projeto. Toda premissa gera, consequentemente, um risco ao projeto (no caso da premissa não se cumprir). Seu registro ocorre por meio de documentação formal (e-mail, documento do projeto, ou algo similar). Por exemplo: um gerente de projeto definiu um cronograma de execução de um software com a premissa de que não teria nenhum membro de sua equipe compartilhado com outro projeto. Existe, automaticamente, um risco de um membro da equipe atuar em outro projeto e, consequentemente, gerar impactos ao cronograma do projeto. Artefato 2 – Backlog ajustado ao risco: uma lista ordenada de tarefas do projeto a serem executadas para lidar com ameaças e oportunidades que possa vir a ocorrer. Artefato 03 – Registro dos riscos: um repositório, onde são registradas as saídas de processos de gerenciamento dos riscos. Suas informações podem incluir a pessoa designada para gerenciar o risco, o impacto, a probabilidade, as respostas planejadas ao risco e outras informações úteis para obter um entendimento dos riscos. 4.2 Artefatos de planos São artefatos que propõem um meio para realizar algo. Podem ser desenvolvidos par aspectos individuais de um projeto ou combinam informações em um abrangente plano de gerenciamento do projeto. 56 Artefato 4 – Plano de gerenciamento dos riscos: componente do plano de gerenciamento do projeto, que descreve como as atividades de gerenciamento dos riscos devem ser estruturados e executados, decidir como abordar e planejar as atividades do gerenciamento de riscos de um projeto. 4.3 Artefatos do gráfico de hierarquias São artefatos que começam com informações de alto nível e, posteriormente, decompostos em níveis mais baixos de detalhes, sendo elaborados, muitas vezes, de forma progressiva, à medida que mais informações são reveladas sobre o projeto. Artefato 5 – Estrutura analítica dos riscos: representação hierárquica de potenciais fontes de risco. Figura 5 – Estrutura analítica dos riscos Fonte: adaptada pelo autor. 4.4 Artefatos de dados e informações visuais São artefatos que visam organizar e apresentar dados e informações em um formato visual, como: gráficos, tabelas, diagramas e matrizes. 57 Isso facilita a transformação de dados em informações. Esses artefatos, geralmente, são confeccionados após a coleta e análise de dados, e auxiliam os tomadores de decisão ao gerar informações analíticas. Artefato 6 – Diagrama de causa e efeito: gráfico de representação visual, que auxilia a rastrear a causa raiz de um efeito indesejável. Figura 6 – Diagrama de Causa e efeito Fonte: elaborada pelo autor. 4.5 Artefatos de relatório São artefatos de registro formal ou resumido de informações. Comunicam informações relevantes às partes interessadas. São fornecidos, na maioria das vezes, para as partes interessadas no status do projeto, como patrocinadores ou donos do negócio. Artefato 7 – Relatório de riscos: documento que inclui e resume informações sobre cada risco do projeto e o nível de risco geral. Normalmente, é desenvolvido progressivamente durante os processos de gerenciamento dos riscos do projeto. 58 4.5 Acordos e contratos São artefatos que definem ou comunicam as intenções das partes e que geram obrigações para as partes e que obriga o vendedor a prover o serviço, produto ou resultado especificado e o comprador a pagar por ele. Nada mais faz do que definir qual parte assume quais riscos no fornecimento de serviços ou produtos. Existem diferentes tipos de contratos, como: Artefato 8 – Contratos de preço fixo: categoria de contrato que envolve a definição de um preço fixo total para determinado produto ou serviço, ou resultado a ser fornecido. No caso, transfere os riscos totalmente para a parte contratada. Artefato 9 – Contratos de custos reembolsáveis: contrato que envolve pagamentos ao fornecedor pelos custos reais incorridos do trabalho concluído, acrescidos de uma remuneração que corresponde ao lucro do fornecedor. No caso, transfere os a maioria dos riscos no caso de má definição do escopo para a parte contratante. Artefato 10 – Tempo e Materiais (T&M): contrato que estabelece uma taxa fixa, mas não uma especificação precisa do trabalho. Também conhecido como contrato de preço unitário. No caso, transfere os a maioria dos riscos no caso de má definição do escopo para a parte contratante. Artefato 11 – Entrega Indefinida, quantidade indefinida (EIQI): contrato que estabelece uma quantidade não especificada de bens ou serviços, com um limite superior e um inferior, durante um período fixo. Contrato que compartilha os riscos entre contratante e contratada. É evidente a gama de opções de modelos, métodos e artefatos disponíveis à equipe do projeto. Embora as necessidades de cada projeto, do ambiente organizacional e das partes interessadas possam 59 determinar quais modelos, métodos e artefatos são mais aderentes a um projeto específico, existem alguns domínios de desempenho com maior probabilidade de usar cada modelo. Por isso, é importante ressaltar novamente que o gerente de projetos e a equipe têm a responsabilidade final de selecionar os modelos certos para gerenciar as incertezas e riscos dos seus projetos. Referências FRENCH, S.; MORTON, A.; RENN, O. Special issue on risk management. Euro Journal on Decision Processes, 1(3–4), p. 165-168, 2013. LEMOS, M. R. Complexidade, acoplamento e criticalidade como indicadores de risco em projetos de sistemas. Tese de Doutorado. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais. São Paulo: USP. 2012. MENDONÇA, M. A. Proposição de um sistema de avaliação do nível de maturidade em gestão estratégica de incorporadoras imobiliárias residenciais. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo: USP, 2021. PEREIRA, L. C. N. Metodologias de gestão de projetos complexos: estudo sobre sua aplicabilidade na Petrobras. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: PUC-RJ, 2013. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Sétima Edição. Pensylvania: PMI, 2021. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: um guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos–Sexta Edição. Pennsylvania: PMI, 2017. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. The Standard for Earned Value Management. Pennsylvania: PMI, 2019. 60 BONS ESTUDOS! Sumário Apresentação da disciplina Fundamentos sobre medição Objetivos 1. Medição e a avaliação de desempenho 2. O que devemos medir Referências Modelos, métodos e artefatos de medição Objetivos 1. Introdução 2. Modelos aplicados no domínio de desempenho de medição 3. Métodos aplicados no domínio de desempenho de medição 4. Artefatos aplicados no domínio de desempenho de medição Referências Fundamentos sobre incerteza Objetivos 1. Introdução 2. Definições Referências Modelos, métodos e artefatos de incerteza Objetivos 1. Introdução 2. Modelos aplicados ao domínio de desempenho de incerteza 3. Métodos aplicados no domínio de desempenho de incerteza 4. Artefatos aplicados no domínio de desempenho de incerteza Referências