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Tipos de Mercados O chamado “mecanismos de mercado” funciona com base nas variações de preços dos produtos em função da relação entre demanda e oferta. A partir da análise de como essa relação se dá entre os agentes, é possível reconhecer os mercados do tipo concorrencial, monopolista entre outros. Para identificarmos qual é o tipo do mercado analisado é necessário considerar os seguintes elementos: a) número de empresas (agentes) que compõem esse mercado; b) tipo do produto; c) se existem ou não barreiras à entrada de concorrentes. Em relação ao número de empresas que atuam no mercado, podemos classificar os mercados como: o atomizados: representados por situações em que muitos agentes operam no mercado (muitos ofertantes e muitos demandantes), de modo que as decisões de cada um dos agentes não são percebidas pelos outros (despersonalizadas). Isso acontece em mercados com concorrências, ou seja, quanto maior a concorrência, mais atomizado é este mercado. o não atomizados: representado por situações em que poucos agentes operam no mercado (concentração de mercado), e neste caso, alterações comportamentais de qualquer um dos agentes são captadas pelos demais. Isso é percebido em mercado com baixo nível de concorrência. Quanto ao tipo de produto (ou serviço), podemos classificar os mercados como: o puros: quando no mercado o produto negociado é homogêneo. Ou seja, os produtos finais (bens e serviços) e os recursos de produção presentes nas transações são idênticos, por isso observa-se uma padronização no mercado, o que permite que estes produtos sejam substitutos entre si. o imperfeitos: neste caso os produtos e recursos negociados não são homogêneos, pois existe diferenciação entre eles (na origem dos bens e serviços, na comercialização, nos processos, na qualidade), o que diminui a substituição entre eles. Em relação às barreiras no mercado: No mercado as informações sobre sua estrutura e funcionamento (preços, fornecedores, tecnologias de produção, legislação, pessoal etc) são valiosas para quem as detêm e controla, por isso, quanto menor for o número de agentes envolvidos neste mercado mais a informação será concentrada e controlada. Por outro lado, quanto mais agentes participam do mercado, mais essas informações serão distribuídas (“pulverizadas”), o que permitirá reduzir o “controle sobre as informações” facilitando a entrada de outros agentes neste mercado. Por isso quanto maior a concorrência, menor serão as barreiras à entrada de novos concorrentes. Bom, depois de conhecer quais os elementos que determinam uma estrutura mercadológica, vamos para os tipos de mercado: 1) Concorrência pura e perfeita Principais características: livre mobilidade dos agentes; os produtos são homogêneos; transparência de informação (informação perfeita e completa); preços determinados pelo próprio mercado. Teoricamente, no mercado de concorrência “pura e perfeita” existem muitos ofertantes e muitos demandantes, facilitando a mobilidade dos agentes, ou seja, os concorrentes entram e saem deste mercado sem encontrar barreiras às novas entradas. Por isso também as informações sobre o mercado são de fácil acesso. O produto negociado é homogêneo (todos os ofertantes produzem e vendem o mesmo produto). E os preços dos produtos são formados pela “relação demanda e oferta”, ou seja, o ofertante tem baixo poder de definir e impor o preço ao demandante (consumidores/compradores). A rigor, a concorrência pura e perfeita é uma estrutura de mercado utópica, pois na prática os mercados são mais imperfeitos do que perfeitos (mais situações de mercado com poucos agentes, produtos não homogêneos e barreiras à entrada de concorrentes). Por essa razão é mais comum tratarmos os mercados como concorrenciais (com mais concorrência ou menos concorrência). De qualquer modo é importante ressaltar que a concorrência é vista como algo positivo para o mercado, pois permite que os ofertantes busquem melhorias para manterem-se no mercado competitivo, promovendo avanços e inovações que geram ganhos de produtividade e melhores preços, com isso os demandantes também podem buscar alternativas de compra e seu “poder de barganhar” fica mais equilibrado com o “poder do ofertante”. Os exemplos que mais se aproximam da concorrência são os mercados agrícolas. Neles é mais comum observarmos um grande número de produtores de um produto homogêneo como, por exemplo, o arroz, feijão, legumes, café etc. Neste caso, o produtor não é capaz de conhecer com quem concorre diretamente e sua oferta dependerá do resultado da colheita do período, com isso o preço que será praticado dependerá do próprio mercado, logo, serão comuns as variações de preços. Se tiver mais oferta em relação à demanda do produto no mercado, o preço tenderá a cair; e se a oferta do produto diminuir em relação à demanda o preço tenderá à subir no mercado. 2) Monopólio O monopólio é uma estrutura de mercado oposta à concorrência. Suas principais características são: um único ofertante para muitos demandantes; os produtos não têm substitutos; baixa transparência de informação (informação concentrada e alta barreira à entrada de concorrentes); preços determinados pelo próprio ofertante (alto “pode econômico”). Trata-se de um mercado que é mais percebido em termos locais ou regionais, pois dificilmente existirá um único produtor, fornecedor ou vendedor de um produto em todo o mercado. Porém, em uma cidade, região ou país é possível identificar situações em que somente uma empresa (loja ou vendedor) oferta certo bem ou serviço naquela área. Observações importantes: Diferentemente da concorrência, o monopólio é considerado negativo para o mercado como um todo, pois o alto poder econômico do monopolista acaba gerando uma “acomodação” no mercado, pois sem concorrência o ofertante pode impor preços maiores ou então, repassar aumento de custos ao preço final sem considerar melhorias na produtividade. O que não é visto como algo benéfico aos consumidores. Entretanto, existem mercados que não permitem a existência de muitos ofertantes, em razão de sua complexidade e dos níveis de investimentos. Por exemplo, no Brasil, os monopólios estatais acabaram surgindo em condições que somente o Estado é que poderia assumir os investimentos daquele setor, pois não existia empresariado nacional capaz disso. Em setores energéticos, de indústrias pesadas e de infraestrutura isso é mais comum. Diante dos mercados monopolistas difundiu-se o conceito de que o Estado deve defender a concorrência, estabelecendo condições que limitem o poder econômico do monopólio (por exemplo, por meio de tributação) e controle dos mercados que tendem à concentração, como o caso das fusões e aquisições entre empresas. Este assunto será apresentado no tópico seguinte. Como exemplo, podemos citar os monopólios locais de empresas de transporte, energia, água. E o caso dos monopólios estatais na época em que o Estado controlava setores como siderurgia, telefonia, petróleo etc. Nos dias atuais diminuíram os casos de monopólios (depois da queda dos monopólios legais e o processo de privatizações) e tornou-se mais comum as estruturas de mercado do tipo “oligopólio”, como veremos a seguir. 3) Oligopólio O oligopólio é uma estrutura de mercado intermediária, no qual existem poucos ofertantes para muitos demandantes (extensão do monopólio). Por terem poucos concorrentes, no oligopólio, as empresas sabem com quem concorrem e por isso a “rivalidade” entre elas é maior. Com essa proximidade surge a chamada “interdependência mútua” e a “incerteza” no mercado, pois o que cada um faz pode afetar diretamente o outro, criando um clima de competição. Por isso, nos oligopólios existe a vantagem dos preçosserem mais competitivos e os avanços tecnológicos promoverem melhores produtos no mercado. Por outro lado, a desvantagem do oligopólio é que também é comum as empresas praticarem conluios (acordos) com o objetivo de diminuir a concorrência e aumentar seu poder de definir preços e tirar vantagens dessa concentração de mercado. Tal prática é conhecida como “cartel” e é proibida no mercado, sendo penalizada quando caracterizada. Outra prática comum nos oligopólios é a compra entre as empresas por meio de fusões e aquisições. Estas não são proibidas, porém, são controladas por meio de órgãos de defesa da concorrência. No Brasil é o Conselho de Defesa Econômica (CADE) que desempenha essa função. Trata-se de uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça que por meio dos seus conselheiros e presidente fiscalizam os processos de fusões, aquisições, as denúncias de cartel entre outros. Os exemplos mais comuns de oligopólios são: os mercados de automóveis, telefonia, tecnologia, siderurgia, televisão, bancos, hipermercados, bebidas entre outros. 4) Concorrência Monopolística Situada entre a concorrência e o monopólio trata-se de uma estrutura de mercado atomizada (muitos concorrentes), com produtos não homogêneos (diferenciação), mas substitutos próximos. Nesta estrutura também existe a fácil mobilidade dos agentes e baixas barreiras à entrada de concorrentes. Os exemplos mais comuns de concorrência monopolística estão nos setores de confecção, alimentação e também nos modelos de franquias. São eles: pizzarias, lanchonetes, restaurantes, roupas em que marcas fortes garantem preços maiores mesmo em um mercado que existem vários concorrentes. Em razão da diferenciação do produto, o consumidor torna-se disposto a pagar mais, mesmo tendo outras opções de compra do produto. Veja o caso das lanchonetes e pizzarias, existem várias no mercado, porém algumas redes conseguem com sua marca cobrar mais caro por seu produto. Por isso que este tipo de mercado é chamado de “concorrência monopolística” (muitos ofertantes mas alguns com o poder de definir preços).
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