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5-TIPOSDEMERCADOSa230367 (1)

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Tipos de Mercados 
 
O chamado “mecanismos de mercado” funciona com base nas variações de preços 
dos produtos em função da relação entre demanda e oferta. A partir da análise de 
como essa relação se dá entre os agentes, é possível reconhecer os mercados do 
tipo concorrencial, monopolista entre outros. 
 
Para identificarmos qual é o tipo do mercado analisado é necessário 
considerar os seguintes elementos: 
a) número de empresas (agentes) que compõem esse mercado; 
b) tipo do produto; 
c) se existem ou não barreiras à entrada de concorrentes. 
 
Em relação ao número de empresas que atuam no mercado, podemos 
classificar os mercados como: 
o atomizados: representados por situações em que muitos agentes operam no 
mercado (muitos ofertantes e muitos demandantes), de modo que as decisões de 
cada um dos agentes não são percebidas pelos outros (despersonalizadas). Isso 
acontece em mercados com concorrências, ou seja, quanto maior a concorrência, 
mais atomizado é este mercado. 
o não atomizados: representado por situações em que poucos agentes operam no 
mercado (concentração de mercado), e neste caso, alterações comportamentais 
de qualquer um dos agentes são captadas pelos demais. Isso é percebido em 
mercado com baixo nível de concorrência. 
 
 Quanto ao tipo de produto (ou serviço), podemos classificar os mercados 
como: 
o puros: quando no mercado o produto negociado é homogêneo. Ou seja, os 
produtos finais (bens e serviços) e os recursos de produção presentes nas 
transações são idênticos, por isso observa-se uma padronização no mercado, o 
que permite que estes produtos sejam substitutos entre si. 
o imperfeitos: neste caso os produtos e recursos negociados não são 
homogêneos, pois existe diferenciação entre eles (na origem dos bens e serviços, 
na comercialização, nos processos, na qualidade), o que diminui a substituição 
entre eles. 
 
Em relação às barreiras no mercado: 
No mercado as informações sobre sua estrutura e funcionamento (preços, 
fornecedores, tecnologias de produção, legislação, pessoal etc) são valiosas para 
quem as detêm e controla, por isso, quanto menor for o número de agentes 
envolvidos neste mercado mais a informação será concentrada e controlada. Por 
outro lado, quanto mais agentes participam do mercado, mais essas informações 
serão distribuídas (“pulverizadas”), o que permitirá reduzir o “controle sobre as 
informações” facilitando a entrada de outros agentes neste mercado. Por isso quanto 
maior a concorrência, menor serão as barreiras à entrada de novos concorrentes. 
 
Bom, depois de conhecer quais os elementos que determinam uma estrutura 
mercadológica, vamos para os tipos de mercado: 
 
1) Concorrência pura e perfeita 
Principais características: 
 livre mobilidade dos agentes; 
 os produtos são homogêneos; 
 transparência de informação (informação perfeita e completa); 
 preços determinados pelo próprio mercado. 
 
Teoricamente, no mercado de concorrência “pura e perfeita” existem muitos 
ofertantes e muitos demandantes, facilitando a mobilidade dos agentes, ou seja, os 
concorrentes entram e saem deste mercado sem encontrar barreiras às novas 
entradas. Por isso também as informações sobre o mercado são de fácil acesso. O 
produto negociado é homogêneo (todos os ofertantes produzem e vendem o mesmo 
produto). E os preços dos produtos são formados pela “relação demanda e oferta”, 
ou seja, o ofertante tem baixo poder de definir e impor o preço ao demandante 
(consumidores/compradores). 
 
A rigor, a concorrência pura e perfeita é uma estrutura de mercado utópica, pois na 
prática os mercados são mais imperfeitos do que perfeitos (mais situações de 
mercado com poucos agentes, produtos não homogêneos e barreiras à entrada de 
concorrentes). Por essa razão é mais comum tratarmos os mercados como 
concorrenciais (com mais concorrência ou menos concorrência). 
 
 
De qualquer modo é importante ressaltar que a concorrência é vista como algo 
positivo para o mercado, pois permite que os ofertantes busquem melhorias para 
manterem-se no mercado competitivo, promovendo avanços e inovações que geram 
ganhos de produtividade e melhores preços, com isso os demandantes também 
podem buscar alternativas de compra e seu “poder de barganhar” fica mais 
equilibrado com o “poder do ofertante”. 
 
Os exemplos que mais se aproximam da concorrência são os mercados agrícolas. 
Neles é mais comum observarmos um grande número de produtores de um produto 
homogêneo como, por exemplo, o arroz, feijão, legumes, café etc. Neste caso, o 
produtor não é capaz de conhecer com quem concorre diretamente e sua oferta 
dependerá do resultado da colheita do período, com isso o preço que será praticado 
dependerá do próprio mercado, logo, serão comuns as variações de preços. 
 
Se tiver mais oferta em relação à demanda do produto no mercado, o preço tenderá 
a cair; e se a oferta do produto diminuir em relação à demanda o preço tenderá à 
subir no mercado. 
 
 
2) Monopólio 
O monopólio é uma estrutura de mercado oposta à concorrência. Suas principais 
características são: 
 um único ofertante para muitos demandantes; 
 os produtos não têm substitutos; 
 baixa transparência de informação (informação concentrada e alta barreira à 
entrada de concorrentes); 
 preços determinados pelo próprio ofertante (alto “pode econômico”). 
 
Trata-se de um mercado que é mais percebido em termos locais ou regionais, pois 
dificilmente existirá um único produtor, fornecedor ou vendedor de um produto em 
todo o mercado. Porém, em uma cidade, região ou país é possível identificar 
situações em que somente uma empresa (loja ou vendedor) oferta certo bem ou 
serviço naquela área. 
 
 
 
Observações importantes: 
Diferentemente da concorrência, o monopólio é considerado negativo para o 
mercado como um todo, pois o alto poder econômico do monopolista acaba gerando 
uma “acomodação” no mercado, pois sem concorrência o ofertante pode impor 
preços maiores ou então, repassar aumento de custos ao preço final sem considerar 
melhorias na produtividade. O que não é visto como algo benéfico aos 
consumidores. 
 
Entretanto, existem mercados que não permitem a existência de muitos ofertantes, 
em razão de sua complexidade e dos níveis de investimentos. Por exemplo, no 
Brasil, os monopólios estatais acabaram surgindo em condições que somente o 
Estado é que poderia assumir os investimentos daquele setor, pois não existia 
empresariado nacional capaz disso. Em setores energéticos, de indústrias pesadas 
e de infraestrutura isso é mais comum. 
 
Diante dos mercados monopolistas difundiu-se o conceito de que o Estado deve 
defender a concorrência, estabelecendo condições que limitem o poder econômico 
do monopólio (por exemplo, por meio de tributação) e controle dos mercados que 
tendem à concentração, como o caso das fusões e aquisições entre empresas. Este 
assunto será apresentado no tópico seguinte. 
 
Como exemplo, podemos citar os monopólios locais de empresas de transporte, 
energia, água. E o caso dos monopólios estatais na época em que o Estado 
controlava setores como siderurgia, telefonia, petróleo etc. Nos dias atuais 
diminuíram os casos de monopólios (depois da queda dos monopólios legais e o 
processo de privatizações) e tornou-se mais comum as estruturas de mercado do 
tipo “oligopólio”, como veremos a seguir. 
 
3) Oligopólio 
O oligopólio é uma estrutura de mercado intermediária, no qual existem poucos 
ofertantes para muitos demandantes (extensão do monopólio). Por terem poucos 
concorrentes, no oligopólio, as empresas sabem com quem concorrem e por isso a 
“rivalidade” entre elas é maior. Com essa proximidade surge a chamada 
“interdependência mútua” e a “incerteza” no mercado, pois o que cada um faz pode 
afetar diretamente o outro, criando um clima de competição. 
 
 
Por isso, nos oligopólios existe a vantagem dos preçosserem mais competitivos e os 
avanços tecnológicos promoverem melhores produtos no mercado. Por outro lado, a 
desvantagem do oligopólio é que também é comum as empresas praticarem 
conluios (acordos) com o objetivo de diminuir a concorrência e aumentar seu poder 
de definir preços e tirar vantagens dessa concentração de mercado. Tal prática é 
conhecida como “cartel” e é proibida no mercado, sendo penalizada quando 
caracterizada. 
 
Outra prática comum nos oligopólios é a compra entre as empresas por meio de 
fusões e aquisições. Estas não são proibidas, porém, são controladas por meio de 
órgãos de defesa da concorrência. No Brasil é o Conselho de Defesa Econômica 
(CADE) que desempenha essa função. Trata-se de uma autarquia federal vinculada 
ao Ministério da Justiça que por meio dos seus conselheiros e presidente fiscalizam 
os processos de fusões, aquisições, as denúncias de cartel entre outros. Os 
exemplos mais comuns de oligopólios são: os mercados de automóveis, telefonia, 
tecnologia, siderurgia, televisão, bancos, hipermercados, bebidas entre outros. 
 
4) Concorrência Monopolística 
Situada entre a concorrência e o monopólio trata-se de uma estrutura de mercado 
atomizada (muitos concorrentes), com produtos não homogêneos (diferenciação), 
mas substitutos próximos. Nesta estrutura também existe a fácil mobilidade dos 
agentes e baixas barreiras à entrada de concorrentes. 
 
Os exemplos mais comuns de concorrência monopolística estão nos setores de 
confecção, alimentação e também nos modelos de franquias. São eles: pizzarias, 
lanchonetes, restaurantes, roupas em que marcas fortes garantem preços 
maiores mesmo em um mercado que existem vários concorrentes. Em razão da 
diferenciação do produto, o consumidor torna-se disposto a pagar mais, mesmo 
tendo outras opções de compra do produto. Veja o caso das lanchonetes e 
pizzarias, existem várias no mercado, porém algumas redes conseguem com sua 
marca cobrar mais caro por seu produto. Por isso que este tipo de mercado é 
chamado de “concorrência monopolística” (muitos ofertantes mas alguns com o 
poder de definir preços).

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