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Processo Penal Militar Prisão APF Procedimentos Prof. Ms Mauro Cesar Maggio Stürmer PROCESSO PENAL MILITAR PRISÃO Prof. Ms. Mauro Cesar Maggio Stürmer Prisão Espécies de Prisão Pena Processual Temporária (Lei 7.960/89) Preventiva Pré-processual STF Mudança de entendimento Execução Provisória Prisão na CF LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Prisão sem ordem de Judicial A) Flagrante delito (art. 5º, XLI, da CF); B) Estado de defesa (art. 136, §3º, I, da CF); C) Estado de sítio (art. 139, II, da CF); D) Transgressão disciplinar (art. 5º, XLI, da CF); E) Crime militar próprio (art. 5º, XLI, da CF); Questão do Art. 223 do CPPM Art. 223 - A prisão de militar deverá ser feita por outro militar de posto ou graduação superior; ou, se igual, mais antigo. Cuidado: interpretação restritiva. Não se aplica para a prisão em flagrante. Segundo Jorge Cesar de Assis, “ Importante se anotar que o art. 223 está a se referir à hipótese de prisão por ordem judicial ou por ordem de autoridade militar nos casos de crimes propriamente militares, já que a prisão em flagrante poderá ser executada por qualquer pessoa, inclusive pelo subordinado em relação ao superior. Não recepção do Art. 225 do CPPM Art. 225. A autoridade judiciária ou o encarregado do inquérito que ordenar a prisão fará expedir em duas vias o respectivo mandado, com os seguintes requisitos: Formalidades do Mandado de Prisão a) será lavrado pelo escrivão do processo ou do inquérito, ou ad hoc , e assinado pela autoridade que ordenar a expedição; b) designará a pessoa sujeita a prisão com a respectiva identificação e moradia, se possível; c) mencionará o motivo da prisão; d) designará o executor da prisão. Atenção Preso fora da área de jurisdição Precatória Preso no exterior Via diplomática Pode ser executada em qualquer dia e horário Replicação do Mandado pela Autoridade executora (art. 227 do CPPM) Recaptura A recaptura de indiciado ou acusado evadido independe de prévia ordem da autoridade, e poderá ser feita por qualquer pessoa. Captura em domicílio Se o executor verificar que o capturando se encontra em alguma casa, ordenará ao dono dela que o entregue, exibindo-lhe o mandado de prisão; Se o executor não tiver certeza da presença do capturando na casa, poderá proceder à busca, para a qual, entretanto, será necessária a expedição do respectivo mandado, a menos que o executor seja a própria autoridade competente para expedi-lo. Recusa da entrega do capturando a) sendo dia, entrará à força na casa, arrombando-lhe a porta, se necessário; b) sendo noite, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombar-lhe-á a porta e efetuará a prisão. Parágrafo único. O morador que se recusar à entrega do capturando será levado à presença da autoridade, para que contra ele se proceda, como de direito, se sua ação configurar infração penal. Favorecimento pessoal Art. 350. Auxiliar a subtrair-se à ação da autoridade autor de crime militar, a que é cominada pena de morte ou reclusão: Pena - detenção, até seis meses. Diminuição de pena § 1º Se ao crime é cominada pena de detenção ou impedimento, suspensão ou reforma: Pena - detenção, até três meses. Isenção de pena § 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento da pena. Uso de Algemas Art. 234, § 1º - O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não haja perigo de fuga ou de agressão da parte do preso, e de modo algum será permitido, nos presos a que se refere o art. 242. SV Súmula Vinculante nº 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Prisão Especial no CPPM Art. 242. Serão recolhidos a quartel ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão, antes de condenação irrecorrível: a) os ministros de Estado; b) os governadores ou interventores de Estados, ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia; c) os membros do Congresso Nacional, dos Conselhos da União e das Assembléias Legislativas dos Estados; d) os cidadãos inscritos no Livro de Mérito das ordens militares ou civis reconhecidas em lei; e) os magistrados; f) os oficiais das Forças Armadas, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares, inclusive os da reserva, remunerada ou não, e os reformados; g) os oficiais da Marinha Mercante Nacional; h) os diplomados por faculdade ou instituto superior de ensino nacional; i) os ministros do Tribunal de Contas; j) os ministros de confissão religiosa. Prisão em Flagrante Expressão que vem do latim Rápida intervenção do Estado Não há necessidade de ordem judicial Qualquer pessoa poderá realizar. Espécies de Flagrante 1) Flagrante próprio, também conhecido com real, verdadeiro ou propriamente dito (art. 244, alíneas “a” e “b”, do CPPM): ocorre quando o agente está cometendo a infração penal ou acabou de cometê-la. 2) Flagrante impróprio, também denominado de quase-flagrante ou imperfeito (art. 244, alínea “c”, do CPPM): é aquele em que o agente é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar ser ele o seu autor. 3) Flagrante presumido, outrossim conhecido como ficto (art. 244, alínea “d”, do CPPM): ocorre quando o agente é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou papéis que façam presumir a sua participação no fato delituoso. Espécies de Flagrante 4) Flagrante Preparado Súmula 145 STF - Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 5) Flagrante Esperado Flagrante Forjado 6) Flagrante Obrigatório 7) Flagrante Facultativo 7) Flagrante Eficiente (Lei 11.113 /05) – Art. 304 do CPP Flagrante no Crime Permanente Crime Permanente Art. 244, Parágrafo único. Nas infrações permanentes, considera-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. Sujeitos da prisão em flagrante Sujeito Ativo Art. 243 do CPPM. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito. Sujeito Passivo – qualquer pessoa Cuidado Criança ou adolescente Diplomata Presidente da República (86,§ 3º, da Constituição Federal) Autor de um Crime de Trânsito (Art. 301 do CTB) Somente por crimes inafiançáveis Magistrados - MP - Membros do CN - Deputados Estaduais Lavratura do auto de prisão em flagrante Art. 245 do CPPMApresentação a Autoridade Oitiva do Preso Oitiva das Testemunhas Colheita de Assinaturas Falta de Testemunha do Fato Fedatárias APF Presidente Escrivão Nota de Culpa Recibo Ausência - consequência Comunicações Deserção e Insubmissão – Flagrante? STM (posição antiga) – crime instantâneo de efeitos permanente Art. 243 do CPPM e 5º, LXI, in fine, do Texto Constitucional. Doutrina – (Célio Lobão) Crime Permanente (não necessita de APF) Posição ATUAL do STM e o STF 1. O Supremo Tribunal Federal assentou que o crime de deserção é permanente. Prazo prescricional que começou a fluir do momento em que cessada a permanência pela apresentação voluntária do Paciente ( art. 125, § 2º, alínea c, do Código Penal Militar). Prazo do Art. 453 do CPPM, constitucional? Art. 453. O desertor que não for julgado dentro de sessenta dias, a contar do dia de sua apresentação voluntária ou captura, será posto em liberdade, salvo se tiver dado causa ao retardamento do processo. STM STF 3. Interpretação do STM quanto ao art. 453 do CPPM (“ Art. 453. O desertor que não for julgado dentro de 60 (sessenta) dias, a contar do dia de sua apresentação voluntária ou captura, será posto em liberdade, salvo se tiver dado causa ao retardamento do processo.”). O acórdão aplicou a tese de que o art. 453 estabelece o prazo de 60 (sessenta) dias como obrigatório para a custódia nos crimes de deserção. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a concessão de liberdade provisória, antes de ultimados os 60 (sessenta) dias, previstos no art. 453 do CPPM, não implica em qualquer violação legal. O Parquet ressalta, também, que o decreto condenatório superveniente, proferido pela Auditoria da 8ª CJM, concedeu ao paciente o direito de apelar em liberdade, por ser primário e de bons antecedentes, não havendo qualquer razão para que o mesmo seja submetido a nova prisão. 5. Para que a liberdade dos cidadãos seja legitimamente restringida, é necessário que o órgão judicial competente se pronuncie de modo expresso, fundamentado, e na linha da jurisprudência desse STF, com relação às prisões preventivas em geral, deve indicar elementos concretos aptos a justificar a constrição cautelar desse direito fundamental Prisão Preventiva Necessita de Ordem Judicial Art. 93, IX da CF IPM (JA) ou Ação Penal Militar(antes do TJ) (conselho) Requisitos Fumus commissi delicti ( art. 254) Periculum Libertartis (art. 255) Fumus commissi delicti Art. 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo auditor ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade encarregada do inquérito policial-militar, em qualquer fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes: a) prova do fato delituoso; b) indícios suficientes de autoria. Periculum Libertartis Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do artigo anterior, deverá fundar-se em um dos seguintes casos: a) garantia da ordem pública; b) conveniência da instrução criminal; c) periculosidade do indiciado ou acusado; d) segurança da aplicação da lei penal militar; e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou acusado. Proibição para sua decretação Art. 258. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar, pelas provas constantes dos autos, ter o agente praticado o fato nas condições dos arts. 35 (erro de direito), 38 (coação irresistível ou obediência hierárquica), observado o disposto no art. 40 , e dos arts.39 ( estado de necessidade exculpante) e 42 (causas de justificação), do Código Penal Militar. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm#art40 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm#art39 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm#art42 Recurso cabível Da decisão interlocutória simples que decretar, ou não, a prisão preventiva, ou revogá-la, caberá a interposição de recurso em sentido estrito, nos moldes do art. 516, alínea “h”, do CPPM. Menagem Origem – homenagem Concessão ou o privilégio concedido a uma pessoa presa, para que ande solta, em razão de sua palavra. Tem o objetivo de evitar o enclausuramento Aplicáveis aos crimes com pena de até 4 anos Por óbvio aplicáveis apenas as PPL Instituto exclusivo do PPM Menagem Aplicáveis a: Militares residência, ou, atendido o seu posto ou graduação, em quartel, navio, acampamento, ou em estabelecimento ou sede de órgão militar Civis lugar da sede do juízo, em sua residência ou em lugar sujeito à Administração Militar, se assim o entender necessário a autoridade que a conceder. Menagem ao Insubmisso Art. 266 do CPPM. O insubmisso terá o quartel por menagem, independentemente de decisão judicial, podendo, entretanto, ser cassada pela autoridade militar, por conveniência de disciplina. cassação da menagem a) obrigatória – com a confecção da sentença condenatória, ainda que não atingido o status de coisa julgada, nos termos do art. 267, caput, do CPPM. b) facultativa – em qualquer tempo quando o magistrado entender não ser mais necessária ao interesse da justiça, conforme preconiza o art. 267, parágrafo único, do CPPM. Proibição de sua concessão Art. 269. Ao reincidente não se concederá menagem. Art. 71. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Temporariedade da reincidência § 1º Não se toma em conta, para efeito da reincidência, a condenação anterior, se, entre a data do cumprimento ou extinção da pena e o crime posterior, decorreu período de tempo superior a cinco anos. Crimes não considerados para efeito da reincidência § 2º Para efeito da reincidência, não se consideram os crimes anistiados. Tipos de Menagem (Roth) Menagem-liberdade Menagem-Prisão “A menagem se for concedida em cidade ou residência, é uma forma de liberdade provisória, a qual prefiro denominar menagem-liberdade, ao passo que a menagem concedida em quartel, navio ou estabelecimento delimitado é uma forma de prisão provisória, sem os rigores do cárcere, a que prefiro denominar menagem-prisão”. Importância da Diferença Art. 268. A menagem concedida em residência ou cidade não será levada em conta no cumprimento da pena. Liberdade Provisória O instituto processual (medida cautelar penal) que substitui a prisão em flagrante, se presentes determinadas condições da manutenção da liberdade, cujo descumprimento acarreta a revogação da liberdade e a restauração da prisão. Liberdade Provisória No CPPM não há liberdade provisória com fiança. Será concedida, obrigatoriamente, nos crimes em que o acusado livra-se solto. Crime em que não há previsão de PPL a) pena de reforma – Exemplos: prevista para os crimes de omissão de socorro (art.201 do CPM) e de exercício de comércio por oficial (art. 204 do CPM); b) pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função – Exemplos: descrita para os crimes de ordem arbitrária de invasão (art170 do CPM), rigor excessivo (art. 174 do CPM), retenção indevida (art. 197 do CPM), omissão de eficiência de força (art. 198 do CPM), omissão de socorro (art. 201 do CPM), exercício de comércio por oficial (art. 204 do CPM), inobservância de lei, regulamento ou instrução (art. 324 do CPM) e recusa de função na Justiça Militar (art.340 do CPM); c) pena de impedimento – aplicável apenas ao delito de insubmissão (art. 183 do CPM); PROCESSO PENAL MILITAR PROCEDIMENTOS E RECURSOS Prof. Ms. Mauro Cesar Maggio Stürmer Atenção Processo Procedimento Ordinário Especiais Deserção em Geral (arts. 451/453 do CPPM). Deserção de Oficial (arts. 454/455do CPPM) e Deserção de Praça (arts. 456/457); • Insubmissão (arts. 463/465 do CPPM); • Habeas corpus (arts. 466/480 do CPPM) • Restauração de autos (arts. 481 a 488 do CPPM); • Competência originária do STM; (arts. 489/497 do CPPM) • Correição Parcial (art. 498 do CPPM). PROCEDIMENTO ORDINÁRIO É o procedimento comum, aplicável a todos os crimes, independente da quantidade ou qualidade de pena cominada. 48 Preferência no Procedimento a) os processos, a que respondam os acusados presos; b) dentre os presos, os de prisão mais antiga; c) dentre os acusados soltos e os revéis, os de prioridade de processo. Tal preferência pode ser alterada, em razão da conveniência ou da ordem militar. Polícias das Sessões A polícia e a disciplina das sessões da instrução criminal serão, de acordo com o art. 36 e seus §§ 1º e 2º, exercidas pelo presidente do Conselho de Justiça, e pelo auditor, nos demais casos. Desacato - APF No caso de desacato a juiz, ao procurador ou ao escrivão, o presidente do Conselho ou o auditor determinará a lavratura do auto de flagrante delito, que será remetido à autoridade judiciária competente. Prazo para a instrução criminal Réu preso – 50 dias Réu solto – 90 dias Contados do recebimento da denúncia Local da Sessões ou atos processuais As sessões e os atos processuais poderão, em caso de necessidade, realizar-se fora da sede da Auditoria, em local especialmente designado pelo auditor, intimadas as partes para esse fim. Deslocamento do Conselho Não recepção do art. 387 do CPPM Art. 387. A instrução criminal será sempre pública, podendo, excepcionalmente, a juízo do Conselho de Justiça, ser secreta a sessão, desde que o exija o interesse da ordem e disciplina militares, ou a segurança nacional. Ônus Processual ao acusado Art. 392. O acusado ficará à disposição exclusiva da Justiça Militar, não podendo ser transferido ou removido para fora da sede da Auditoria, até a sentença final, salvo motivo relevante que será apreciado pelo auditor, após comunicação da autoridade militar, ou a requerimento do acusado, se civil. Art. 393. O oficial processado, ou sujeito a inquérito policial militar, não poderá ser transferido para a reserva, salvo se atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo. Início do Processo Ocorrido o crime militar é instaurado um IPM Este é enviado a JMU Vista ao MPM Arquivamento Diligência alegar a incompetência do juízo, que seguirá o rito do art. 146 do CPPM Denúncia Inicia-se com o recebimento da denúncia Art. 35 CPPM - O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não. Atenção – questões pontuais Não há no processo penal militar a defesa preliminar. Escabinato Sorteio (no caso de acusado ser oficial e estiver preso, pode assistir ao sorteio) Juízes Militares devem prestar compromisso (Falta gera nulidade absoluta) Revelia no Processo Penal Militar Aplicação inclusive ao acusado preso que se recusar a comparecer a audiência (art. 441) Não aplicação do art. 366 do CPP Testemunhas Número de Testemunhas 6 para cada fato por parte Paridade das armas (art. 417, § 2º do CPPM) Compromisso legal (exceção dos informantes) Sistema presidencialista Serão ouvidas durante o dia, das 7 (sete) às 18 (dezoito) horas (regra) Interrogatório O art. 302 do CPPM coloca este procedimento como sendo o primeiro ato da instrução. Recentemente (HC de nº 127900) houve alteração deste entendimento (com a aplicação do art. 400 do CPP). Acusados são interrogados separadamente Art. 406 do CPPM (acusado ficar em pé) não foi recepcionado Diligências (art. 427 do CPPM) Após o interrogatório (com a recente alteração) é concedido o prazo de 5 dias as partes para requererem diligências. Alegações escritas: ART. 428 DO CPPM Juiz-auditor determinará ao escrivão abertura de vista dos autos para alegações escritas, sucessivamente, por 8 (oito) dias, ao representante do Ministério Público e ao advogado do acusado. Se houver assistente, constituído até o encerramento da instrução criminal, desde que haja requerimento, será dada vista dos autos por 5 (cinco) dias, após as alegações apresentadas pelo representante do Ministério Público. Atenção a defesa não é obrigada a apresentar. Processo com mais de 5 (cinco) acusados o prazo será de 12 dias. (correndo em cartório) Saneamento do Processo Findo o prazo concedido para as alegações escritas, o escrivão fará os autos conclusos ao auditor, que poderá ordenar diligência para sanar qualquer nulidade ou suprir falta prejudicial ao esclarecimento da verdade. Se achar o processo devidamente preparado, designará dia e hora para o julgamento, cientes os demais juízes do Conselho de Justiça e as partes, e requisição do acusado preso à autoridade que o detenha, a fim de ser apresentado com as formalidades previstas neste Código. Sessão de Julgamento Poderá ser adiado um vez pela falta do acusado ou do Advogado. Se o acusado faltar outra vez será declarado revel. Se o advogado faltar outra vez será designado outro e comunicado a OAB Não será adiado por falta do assistente da acusação ou acusado revel Sessão de Julgamento Ordem: Leitura de peças (denúncia, interrogatório, ECDL, conclusão de peritos, outras peças) Palavra do MPM (3h) Assistente da ½ do prazo concedido ao MPM Palavra da Defesa (3h) Advogado que defenda mais de um acusado terá acréscimo de 1h. Se tivermos mais de 10 acusado – acréscimo de1h. Réplica (1 h) Tréplica (1 h) Deliberação em sessão pública (art. 434 do CPPM – não recepção) Voto Juiz Auditor (que sempre é o relator); depois votam os demais juízes militares em ordem inversa de antiguidade. O juízes militares devem fundamentar seus votos A decisão poderá ser por unanimidade ou por maioria Quando houver divergência na aplicação da pena, utiliza-se o voto médio para defini-la. Art. 435, p único - Quando, pela diversidade de votos, não se puder constituir maioria para a aplicação da pena, entender-se-á que o juiz que tiver votado por pena maior, ou mais grave, terá virtualmente votado por pena imediatamente menor ou menos grave. Sentença Redigida pelo Auditor Relatório, fundamentação e dispositivo. Possível emendatio libelli Art. 437 do CPP - dar ao fato definição jurídica diversa da que constar na denúncia, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave, desde que aquela definição haja sido formulada pelo Ministério Público em alegações escritas e a outra parte tenha tido a oportunidade de respondê-la; Súmula 5 do STM: “A desclassificação de crime capitulado na denúncia pode ser operada pelo Tribunal ou pelos Conselhos de Justiça, mesmo sem manifestação, neste sentido, do MPM nas alegações finais, desde quando importe em benefício para o réu e conste da matéria fática. mutatio libelli Possível, também, a mutatio libelli (fato narrado é diferente do ocorrido). Ainda que não prevista no CPPM (analogia – art. 3º do CPPM) RITO PROCESSUAL Oferecimento da Denúncia (Prazo de 5 dias para o indiciado preso e 15 +dobro+triplo pra indicado solto) -Recebimento da Denúncia(prazo 15 dias) -Sorteio do CEJ ou convocação do CPJ; citação do acusado( mínimo 24hs da QI – art. 291) e intimação do MPM INTERROGATÓRIO OITIVA TESTEMUNHAS DO MPM( até 6 numerárias + 3 informantes ou referidas) OITIVA TESTEMUNHAS DA DEFESA( até 6 numerárias + 3 informantes ou referidas) o CPPM( 417, §2º) limita em 3, mas não foi recepcionado. Não há defesa prévia no DPPM, as testemunhas de defesa são arroladas até 5 dias após a oitiva da última do MPM DILIGÊNCIAS: Prazo de 5 dias paras as partes requererem de direito. ALEGAÇÕES ESCRITAS: Prazo sucessivo de 8 d. Mais de5 acusados prazo 12 d. SANEAMENTO DO PROCESSO: Se estiver pronto designa-se o julgamento JULGAMENTO: Sustentação Oral : 3 hs cada parte 1 Hora réplica + 1 hora tréplica Mais de 10 acusados, 1 h para a defesa de cada um. Não pode exceder a 6 horas o tempo total SENTENÇA 69 PROCEDIMENTO ESPECIAL DE DESERÇÃO DE OFICIAL Arts. 454 a 455 do CPPM) Lavratura do Termo de Deserção e publicação em BI, com parte de ausência( Art. 454). Fica o Oficial AGREGADO até o trânsito em Julgado. Remessa para a Auditoria da IPD que deve ter : Parte de Ausência, inventário, cópia de de BI e assentamentos. Autuação e Vista ao MPM que pode: Requerer novas diligências, arquivamento, incompetência ou oferecer denúncia. Recebida a Denúncia, aguarda a apresentação ou captura, §4o Capturado ou se apresenta: sorteio o convocação do CEJ, citação ( art. 455) Audiência: interrogatório e inquirição de testemunhas MPM, §1º, Sessão de Julgamento. Sustentação oral: 30 minutos para cada parte, réplica e tréplica de 15min SENTENÇA defesa oferece prova documental. Defesa tem 3 dias para arrolar até 3 testemunhas, que serão ouvidas dentro de 5/10 dias 70 O PROCESSO DE DESERÇÃO DE PRAÇA COM OU SEM GRADUÇÃO E DE PRAÇA ESPECIAL. ( Arts. 456 a 457do CPPM) 24 hs após o início da ausência: parte de ausência e inventário( 456 c/c 461. §1º) Lavratura do termo de deserção, §3º) Agregação da praça estável. Exclusão da praça sem estabilidade assegurada. Remessa para a auditoria em 24hs Vista MPM por 5 dias Requer diligências ou o aguardo da captura e/ou apresentação CAPTURADO OU SE APRESENTA Inspeção de Saúde SENTENÇA Consumado o crime, remete ao Cmt a Parte de deserção Não estável: INCAPAZ. Isento do processo( 457, § 2º - Súmula 8 STM Apto sem estabilidade REINCLUÍDO. Apto estável REVERTE Arquivado o IPD após ouvir MPM ( Súmula 12) Vista MPM 5 dias Requer arquivamento, argüi incompetência, ou oferece denúncia O rito é o mesmo do de deserção de Oficial 71 O PROCESSO DE DO CRIME DE INSUBMISSÃO Lavratura do termo de insubmissão após consumado o crime ( art. 463) Remessa à Auditoria, com relação de designação e distribuição( documento hábil) Vista MPM por 5 dias Requer diligências ou o aguardo da captura e/ou apresentação CAPTURADO OU SE APRESENTAN DO fica sob menagem e é submetido à Inspeção de saúdeInspeção de Saúde SENTENÇA O Termo de insubmissão é instrução provisória e autoriza a captura para a incorporação. INAPTO: Fica isento da inclusão e do processo. Apto :INCLUÍDO. E os docs remetidos à auditoria Arquivado o IPI após ouvir MPM ( Súmula 12) Vista MPM 5 dias Requer arquivamento, argüi incompetência, ou oferece denúncia O rito é o mesmo do de deserção 72 RECURSOS NO PROCESSO PENAL MILITAR Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos OBJETIVOS: SUBJETIVOS: 1) Cabimento ( Ex. ART 65, §3º) 2) Adequação (fungibilidade art.514) 3) Tempestividade 4) Motivação 5) Preparo( Art. 712 no PPM não há 1) Interesse 2) Legitimidade FUNDAMENTOS DOS RECURSOS: O fundamento dos recursos é abordado, invariavelmente, pela dogmática tradicional em duas esferas: (i) a da falibilidade do julgador e (ii) a da necessidade psicológica do recorrente. A doutrina Garantista entende a fundamentação dos recursos na necessidade de legitimar a decisão do Juiz, de legitimar a garantia dos direitos do acusado. 73 RECURSOS CABÍVEIS NO CPPM • APELAÇÃO • Recurso amplo – discute fato e norma • Quando cabível apelação não pode ser utilizado outro recurso (como RESE, por exemplo) ainda que seja para discutir parte da decisão recorrida (Princípio da Consunção) • ( art. 526) Prazo de Interposição 5 dias, prazo de razões 10 dias. • Não recepção do art.527 e 528 do CPPM (não precisa recolher-se a prisão para apelar) • Geralmente cabe contra as sentenças terminativas( condenação e absolvição) • Legitimidade – MP e defesa (assistente não pode – poderá arrazoar (3 dias) os recursos do MPM) • Caso não haja apresentação de razões, os autos devem subir ao STM • Terá efeito suspensivo (exceto quando: a aplicação provisória de Medida de Segurança – art. 272 do CPPM e aplicação do SURSIS (art. 606) 74 EMBARGOS Grande diferença do CPP – legitimidade do MPM INFRINGENTES: cabível na decisão do STM tomada por maioria (em sede de Apelação ou RESE) NULIDADE: divergência em matéria processual (visa anulação do processo) Prazo 5 dias (com as razões) Não há número mínimo de votos divergentes (STF – RI – 4 votos) O STM não admite embargos infringentes em correição parcial ou agravo regimental No julgamento pelo STM, segue o rito da apelação Embargos de Declaração Sanar: ambiguidade, omissão, obscuridade e contradição. Legitimidade do MPM ou defesa Prazo de 5 dias (547, CPPM) Interrompem o prazo para apresentação de outro recurso No caso de embargos meramente protelatório – suspenção do prazo (devolve apenas o prazo que faltava) Segundo o CPPM, é cabível apenas para decisões do STM. Já para a doutrina, seria cabível também para decisões de 1º grau. Recurso Inominado Cabível decisão que indefere o assistente de acusação (art. 65, §1º do CPPM), restituição de coisa (arts. 192, 193, “b” e 194, todos do CPPM), da decisão que aceita ou rejeita os embargos em sede de sequestro (art. 203, §1º, do CPPM) e decisão que determinar a inscrição da hipoteca legal (art. 210, §1º, do CPPM) Segue o rito do RESE (art. art. 116, §3º, do Regimento Interno do STM) RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Previsão art. 516 do CPPM (taxativo) Leitura Decisões do Conselho de Justiça ou do auditor Prazo de interposição 3 dias, prazo de razões 05 dias, geralmente cabe de decisões interlocutórias Juiz poderá reformar sua decisão efeito iterativo (regressivo) Em regra não tem efeito suspensivo. Salvo no tocante a competência, extinção da ação penal e concessão de livramento condicional. É possível impetrar MS para buscar esse efeito nos demais casos Recurso Extraordinário Lei nº 8.038/90 e do Código de Processo Civil. Recurso de fundamentação vinculada (art. 102, III, da CF) Não discute fato Prazo de 15 dias Dirigido ao Presidente do STM Outros recursos ROC (art. 102, II, da CF) e pelo STJ (art. 105, II, da CF) Sem prequestionamento e devolve toda a matéria Revisão Criminal (art. 550 e seguintes do CPPM) ação rescisória do processo penal militar Não é vista como recurso Ajuizável a qualquer tempo a) quando a sentença condenatória for contrária à evidência dos autos; b) quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; c) quando, após a sentença condenatória, se descobrirem novas provas que invalidem a condenação ou que determinem ou autorizem a diminuição da pena. Efeitos da Revisão: alterar a classificação do crime, absolver o acusado, modificar a pena ou anular o processo Outros recursos Reclamação Se destina ao STM para preservar a integridade de sua competência ou assegurar a autoridade do seu julgado. Correição Parcial Requerimento das Partes Visa combater atitude tumultuária do julgador Não pode o STM receber uma correição parcial como um recurso tradicional (não há fungibilidade) Prazo 5 dias É possível (STF) sustentação oral Representação do Juiz Corregedor Quando houver erro de procedimento do JA ou JAS (arquivamento irregular de um IPM) Segundo o STF, não cabe quanto a decisão que reconheceu extinção da punibilidade (prescrição)
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