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PENAL I e II E IV - APOSTILA (1 2019)

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ESTÁGIO PRÁTICO PENAL I e II e IV 
Professora: Michelle da Rocha 
 
 
ÍNDICE 
 
PRINCIPAIS NOVIDADES LEGISLATIVAS ...............................................................1 
 
AÇÃO PENAL........................................................................................................................3 
 
ESQUELETO BÁSICO DE UMA PETIÇÃO CRIMINAL.......................................... 7 
 
ENDEREÇAMENTOS PRINCIPAIS..............................................................................15 
 
EXCLUDENTES NO DIREITO PENAL (ESQUEMA).............................................. 16 
 
PROCEDIMENTOS.............................................................................................................17 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................................21 
 
RELAXAMENTO DE PRISÃO..........................................................................................26 
 
REQUERIMENTO DE LIBERDADE PROVISÓRIA ..................................................29 
 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA...................................................................35 
 
QUEIXA-CRIME...................................................................................................................39 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO................................................................................................47 
 
MEMORIAIS.........................................................................................................................53 
 
TEORIA GERAL DO RECURSO......................................................................................62 
 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO..............................................................................66 
 
RECURSO DE APELAÇÃO...............................................................................................72 
 
RECURSO DE APELAÇÃO COMO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO.....................77 
 
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO.............................................................................82 
 
AGRAVO EM EXECUÇÃO................................................................................................85 
 
REVISÃO CRIMINAL........................................................................................................91 
 
SUGESTÃO DE MARCAÇÃO DE VADEMECUM.....................................................94 
 1 
PRINCIPAIS NOVIDADES LEGISLATIVAS DE 2018 
Abril/2018 
 
- Lei 13.641/2018 – alterou a Lei Maria da Penha tornando crime a conduta do autor 
da violência que descumpre as medidas protetivas de urgência impostas pelo juiz (art. 
24-A da Lei 11.340/06). 
- Lei 13.642/2018 – alterou a Lei n 10.446/2002, acrescentando o inciso VII ao artigo 
1º, atribuindo a competência para investigação de quaisquer crimes praticados por 
meio da rede mundial de computadores que difundam conteúdo misógino, definidos 
como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres. (art. 1º, inciso VII, da Lei 
10.446/02). 
- Lei 13.654/2018 - alterou os crimes de furto e roubo, previstos no Código Penal, e a 
Lei 7.102/83, para obrigar instituições que disponibilizam caixas eletrônicos a 
instalarem equipamentos que inutilizem cédulas de moeda corrente. (art. 155, §4º-A, e 
§7º, do CP); (at. 157, §2º, inciso VI, §2º-A, I, e II e §3º, do CP) e (art. 2º-A, da Lei 
7.102/83). 
 
Setembro/2018 
 
- Lei 13.715/2018 – trata sobre a perda do poder familiar decorrente da prática de 
crimes, alterando o Código Penal, o ECA e o Código Civil. (art. 92, inciso II, CP); (art. 23, 
§2º, ECA) e (art. 1.638, p. único, inciso I e II, do CC). 
 
Outubro/2018 
 
- Lei 13.718/2018 – inseriu o crime de Importunação Sexual (art. 215-A) ao Código 
Penal; inseriu o crime de Divulgação de Cena e Estupro ou de Cena de Estupro de 
Vulnerável, de Cena de Sexo ou de Pornografia (art. 218-C) ao Código Penal; alterou o 
crime de Estupro de Vulnerável (art. 217-A, §5º), no Código Penal; acrescentou nova 
causa de aumento de pena para os estupro coletivo e corretivo (art. 226, inciso IV, 
alínea “a” e “b”) no Código Penal; inseriu novas causas de aumento de pena para os 
crimes contra a dignidade sexual (art. 234-A, incisos III e IV) no Código Penal; e deu 
nova redação art. 225 do Código Penal, definindo que todos os crimes contra a 
dignidade sexual serão de ação penal pública incondicionada. 
- Lei 13.721/2018 – alterou o art. 158 do Código de Processo Penal para estabelecer 
prioridades na realização do exame de corpo de delito. (art. 158, p. único, inciso I e II, 
do CPP). 
- Lei 13.728/2018 – alterou a Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), para que a 
contagem dos prazos cíveis e trabalhistas sejam também em dias úteis. Ressalta-se, que 
essa mudança não se aplica à contagem dos prazos processuais penais, pois há 
norma específica no Código de Processo Penal que determina que todos os prazos serão 
contínuos, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado (art. 798, CPP). 
 
Dezembro/2018 
 
- Lei 13.769/2018 – Incluiu o art. 318-A ao Código Penal, que trata da substituição da 
prisão preventiva por prisão domiciliar à mulher gestante ou que for mãe ou 
responsável por crianças ou pessoas com deficiência, desde que não tenha cometido 
crime com violência ou grave ameaça à pessoa ou não tenha cometido o crime contra 
seu filho ou dependente. Inseriu o §3º ao artigo 112 da Lei de Execução Penal, 
instituindo requisitos mais brandos para a progressão de regime de condenadas 
 2 
gestantes ou que sejam mães ou responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência. 
Acrescentou o §4º ao art. 112 da LEP. E, por fim, alterou o art. 2º da Lei 8.072/90 para 
dizer que também nos casos de crimes hediondos, devem ser aplicados os requisitos 
abrandados do art. 112, da LEP. 
- Lei 13.771/2018 – alterou três causas de aumento de pena do feminicídio (art. 121, 
§7º, II, III e IV). 
- Lei 13.772/2018 - acrescentou o crime de Registro Não Autorizado da Intimidade 
Sexual, previsto no art. 216-B, do Código Penal. 
 
2019 
Janeiro/2019 
 
- Lei nº 13.793/2019: advogados podem visualizar e imprimir processos eletrônicos 
mesmo sem estarem funcionando nos autos. 
Março/2019 
 
- Lei 13.812/2019: institui a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas; 
cria o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas e altera as regras sobre autorização 
para viagem previstas no ECA. 
Abril/2019 
 
- Lei 13.819/2019: institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do 
Suicídio 
Junho/2019 
 
- Lei 13.836/2019: promoveu uma pequena alteração na Lei Maria da Penha (Lei nº 
11.340/2006), acrescentando mais um inciso ao § 1º do art. 12 para dizer que o 
Delegado de Polícia deverá informar à autoridade judicial caso a mulher vítima da 
violência seja pessoa com deficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
AÇÃO PENAL 
 
É o direito subjetivo público autônomo de invocar a tutela jurisdicional 
do Estado para que este resolva conflitos provenientes da prática de 
crimes. É uma forma de defesa da sociedade, proporcionada pelo próprio 
Estado, em regra, através do Ministério Público, que procura o Poder 
Judiciário para resolver esses conflitos. Ocorre que há crimes em que o 
interesse particular se mostra maior do que o da sociedade, e nesses casos, 
vai depender da vontade da vítima o acionamento do Poder Judiciário. 
 
Pela classificação subjetiva (titularidade da ação), nosso ordenamento 
jurídico prevê dois tipos de ação penal (pública e privada) que se 
subdividem em outras espécies. 
 
A titularidade da ação penal pública é do Estado, representado pelo 
Ministério Público, enquanto a titularidade da ação penal privada é do 
particular. 
 
 
 4 
 
 
 
1) AÇÃO PENAL PÚBLICA – O legitimado é o Estado através do Ministério 
Público. A peça inaugural da ação penal pública é a denúncia, seja ela 
condicionada ou incondicionada. 
 
1.1. Incondicionada 
 É a regra geral. Inexiste necessidade de autorização para que o MinistérioPúblico possa deflagrar a ação. Quando o tipo penal não mencionar o tipo 
de ação penal, entende-se que é ação penal pública incondicionada. 
 
 
1.2. Condicionada à Representação 
 É a autorização do particular para que o Ministério Público possa 
promover a ação penal. A sua ausência subtrai a legitimidade do órgão 
ministerial para atuar (condição suspensiva de procedibilidade). Em regra, 
o prazo para o oferecimento da representação é de 6 meses (prazo penal), 
a partir da data do conhecimento do autor do crime (art. 38 CP). 
 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no 
direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, 
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia 
em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
 
 5 
Prazo Penal (inclui o primeiro dia e exclui o último). 
Passou do prazo = decadência (causa extintiva da punibilidade – art. 109, 
IV). Exemplo de crime que exige representação: Ameaça (art. 147 CP). 
 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, 
de causar-lhe mal injusto e grave: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
 
 
1.3. Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça 
Não há prazo para oferecimento desde que não esteja prescrito o crime. 
Titularidade única do Ministério Público através de requisição 
(autorização) do Ministro da Justiça. 
Exemplo: Crimes contra honra de Presidente da República ou Chefe de 
Governo Estrangeiro (art. 145, p. único, primeira parte, CP). 
 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo 
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
 Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do 
inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso 
do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. 
 
 
2) AÇÃO PENAL PRIVADA - O legitimado é o particular. A peça inaugural 
da ação penal privada é a queixa-crime. Podem ocorrer diversas causas de 
extinção de punibilidade (decadência, perempção, renúncia, perdão do 
ofendido) passíveis de não dar continuidade à ação penal privada. 
 
2.1.Propriamente dita ou Exclusivamente Privada: Existe a possibilidade, 
no caso de ausência, morte ou incapacidade da vítima, de o representante 
legal (pais, tutor, curador) desta ou o CCADI (cônjuge/companheiro, 
ascendente, descendente, irmão), ingressar com a ação penal. 
Exemplo: Uma vítima de injúria vem a falecer. Nesse caso, havendo prazo 
hábil, é possível que o CCADI venha a promover a queixa-crime. 
Obs.: Tutor é diferente de Curador. 
Tutela é a representação legal de um menor, relativa ou absolutamente 
incapaz, cujos pais tenham sido declarados ausentes, falecidos ou tenham 
sido destituídos do poder familiar. 
Curatela é a consequência do procedimento de interdição que reconhece a 
incapacidade judicialmente de pessoas maiores. 
 
 6 
2.2. Personalíssima: No caso de incapacidade, morte ou ausência da vítima, 
NINGUÉM poderá ingressar ou dar continuidade à ação penal. Só pode ser 
intentada pelo próprio ofendido. Existe uma única hipótese de ação penal 
personalíssima: Ocultação de impedimento para o casamento (art. 236 
CP). O prazo decadencial é de 6 meses a ser contado a partir do trânsito 
em julgado da decisão que, no âmbito civil, anulou o casamento. 
Prazo Penal (inclui o primeiro dia e exclui o último). 
obs.: Como o Código Penal não define erro essencial e as causas 
impeditivas, utiliza-se como base os artigos 1.521 e 1.557 do Código Civil. 
Exemplos: Casamento entre assassino e viúva da vítima (desde que ela 
não saiba ser ele autor do crime). Gêmeos que trocam as identidades e 
suas noivas. Milionário que se passa por pobre (e vice-versa). 
 
2.3. Subsidiária da Pública: Em caso de ação penal pública, quando o 
Ministério Público permanecer inerte nos prazos do art. 46 do CPP, pode, 
excepcionalmente, a própria vítima do crime ou quem tiver qualidade para 
substituí-lo, ingressar com a ação penal, assim como permite o art. 29 do 
CPP. É uma autorização constitucional prevista no art. 5º, inciso LIX, da CF, 
que possibilita a vítima de ingressar diretamente com a ação penal, 
embora a titularidade da ação não a pertença. Ressalta-se que o Ministério 
Público pode vir a aditá-la, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, 
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, 
interpor recurso, e havendo negligência por parte do querelante, poderá 
retomar a ação como parte principal (art. 29 CPP). 
 
Ex.: Em um crime de roubo, pense que, nos prazos do art. 46, o Ministério 
Público permaneceu inerte. Diante dessa situação, pode a vítima do roubo 
ingressar com a ação penal privada subsidiária da pública. 
 
 
Art. 46. CPP. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, 
contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e 
de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do 
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do 
Ministério Público receber novamente os autos. 
 
Art. 29. CPP. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada 
no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia 
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor 
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte 
principal. 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
ESQUELETO BÁSICO DE UMA PEÇA PENAL 
 
 
 
 
(1) AO JUÍZO DA ... VARA X DA COMARCA (ou 
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA) DE... 
 
 
 
 
(2) Nº do processo.: ... 
 
 
 
 
 
 (3) Fulano, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., 
portador do RG ..., inscrito no CPF..., email..., residente e 
domiciliado em... (OU “já devidamente qualificado nos 
autos”) , vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio 
de advogado infraconstituído (procuração anexa), com fulcro 
no art. X, apresentar/interpor/requerer/oferecer 
 
 NOME DA PEÇA 
 
Pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos. 
 
 
(4) I – DOS FATOS 
 
No dia .... 
 
(5) II – DO DIREITO (apresentar as seguintes teses em 
texto) 
 
(5.1) a) DAS PRELIMINARES 
 - Preliminares Processuais: Nulidades (absolutas 
e relativas – art. 564 CPP é o principal) 
 - Preliminares de mérito (extinção de 
punibilidade – art. 107 CP é o principal) 
 
(5.2) b) DO MÉRITO 
 
- Excludentes de tipicidade 
- Excludentes de ilicitude 
- Excludentes de culpabilidade 
- Negativa de autoria 
- Inexistência do fato 
 
 
(6) III – DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto requer.... 
 
Nesses termos, pede deferimento. 
 
(7) Local..., data... 
Advogado... 
nº OAB .... 
 
 
 
 
 
1 – ENDEREÇAMENTO – Vai depender da competência, que é fixada a 
partir de raciocínios sequenciais: Justiça, foro (território) e juízo. Se não for 
o caso de foro privilegiado (que a competência sempre será de órgão 
colegiado de determinado tribunal), deverá buscar o endereçamento 
correto respeitando a seguinte ordem de competência: 
 
 Justiça: Especializada (Eleitoral, Trabalhista ou Militar) ou Justiça 
Comum (Federal ou Estadual). 
Federal: Pode ser ao juizado especial federal, juízo singular ou a 
algum Tribunal Regional Federal. 
Estadual: Pode ser a algum juizado especial criminal, juízo singular 
ou a algum Tribunal de Justiça Estadual. 
 
 
 8 
 Foro: Diz respeito ao território, ao local competente. Na justiça 
comum, designa-se por: 
- seção ou subseção judiciaria na justiça federal; ou 
- comarca/circunscrição judiciaria na justiçaestadual. 
Obs.: Comarca para os Estados da Federação e Circunscrição 
Judiciária apenas para o Distrito Federal. 
Ex.: “1ª Vara Criminal da Comarca de Niterói/RJ”. 
 “Vara do Tribunal do Júri da Circunscrição Judiciária do 
Gama/DF”. 
 “Vara Criminal Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF”. 
 
 Juízo: Diz respeito ao órgão judicial ou vara competente. 
Ex.: Procedimento comum: Vara Criminal 
 Procedimento especial: 
- Júri: ... Vara criminal do Júri.... 
- Violência Doméstica: ... Vara de Violência Doméstica contra a 
mulher... 
- Drogas: ...Vara de Entorpecentes... 
- Crimes de Menor potencial ofensivo: ... Juizado Especial 
Criminal de... 
 
 
Obs.: Nas próximas páginas haverá uma lista de exemplos de 
endereçamentos e estrutura dos Tribunais. O NCPC, em seu art. 319, inciso 
I, estabelece que a petição inicial deverá ser dirigida ao juízo competente, 
não mais sendo correto endereçar ao juiz com pronomes de tratamento. O 
Código de Processo Penal costuma basear-se no CPC quando no silêncio de 
seu próprio ordenamento, razão pela qual tem sido aceita na esfera penal, 
no endereçamento das peças, a menção apenas do juízo competente. 
 
2 – Apontamento Processual: Só se coloca quando o processo já foi 
distribuído na Vara competente. Peças inaugurais não possuem por ainda 
não existir um número de processo. No entanto, pode ser colocado o nº do 
inquérito policial no lugar, caso tenha. 
 
 
3 – Preâmbulo: 
a) Qualificação da parte (NONAESCIPRO +RG+CPF+ EMAIL + ENDEREÇO) 
– Essa é a qualificação completa. Se já tiver sido realizada anteriormente 
no processo, basta “NOME..., já devidamente qualificado no processo,...”. 
NO – nome NA – nacionalidade ESCI – estado civil PRO – profissão 
 
b) Menção à constituição de advogado – Mencionar a procuração anexa 
também. 
 9 
 
c) fundamentação normativa da peça – são os artigos que tratam da peça 
utilizada. 
 
d) verbo (apresentar/interpor/requerer/oferecer) 
 
e) Nome da peça – se errar, o candidato ao exame da OAB é eliminado. 
 
4 – DOS FATOS – Fazer resumo do fato em questão e fazer menção aos 
fatos processuais que já ocorreram. 
Exemplo: Falar se houve recebimento da denúncia, se teve citação, se as 
partes já apresentaram alegações finais e etc. 
 
5 – DO DIREITO – O direito se divide em preliminares e mérito 
principalmente. No direito será abordado primeiramente as questões 
preliminares, que são causas que podem extinguir o processo ou anular 
procedimento antes mesmo de adentrar nas questões de direito (mérito) a 
serem requeridas. As preliminares são questões processuais, enquanto o 
mérito são questões relativas ao fato. 
 
5.1 – PRELIMINARES – São as causas de nulidade de um processo ou 
procedimento do mesmo. E o que é a nulidade? É uma sanção estabelecida 
judicialmente quando há inobservância da forma devida ou quando é 
praticada a forma proibida por lei. As preliminares são caracterizadas e 
divididas em duas espécies: 
 
a) Preliminares Processuais: Essas, em sua grande maioria, estão 
descritas no art. 564 do CPP. Existe um rol de nulidades absolutas e 
relativas espalhadas no referido artigo: 
 
a.1) Nulidade Absoluta: É aquela insanável por atingir o interesse 
público. Ocorre quando há violação a um princípio constitucional, 
processual ou às normas infraconstitucionais garantidoras de interesse 
público. Pode ser reconhecida a qualquer momento pelo Poder Judiciário, 
inclusive de ofício. 
* Fundamentação no art. 564: I, II, III, “a”, “b”, “c”, “e” (primeira parte), 
“f”, “i”, “j”, “k”, “l”, “m”, “n”, “o”, “p”. 
Exemplos: 
I – Incompetência, suborno ou suspeição do juiz (respectivamente): Juiz da 
Vara Criminal Comum julgando crime de homicídio (competência do 
Tribunal do Júri). Juiz que recebe propina para julgamento favorável. Juiz 
que é amigo do Promotor. 
III “m”- Sentença: Quando houver inobservância de formalidade legal na 
sentença (sentença sem fundamentação). 
 10 
 
a.2) Nulidade Relativa: É vício que não é tão grave quanto as hipóteses 
que dão ensejo à nulidade absoluta. Violação da norma que tutela interesse 
privado. Segundo o STJ, a nulidade relativa não pode ser reconhecida de 
ofício pelo juiz (súmula 33). É vício sanável. Observar art. 572 CPP, que 
traz as hipóteses de saneamento das nulidades relativas. 
 
* Fundamentação no art. 564: III, “d”, “e” (segunda parte), “g”, “h”e IV . 
 
Para memorizar: HEDG4 (HEDGARelativas) 
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
 I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; 
 II - por ilegitimidade de parte; 
 III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
 a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a 
portaria ou o auto de prisão em flagrante; 
 b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no 
Art. 167; 
 c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao 
menor de 21 anos; 
 d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da 
intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; 
 e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos 
concedidos à acusação e à defesa; 
 f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, 
nos processos perante o Tribunal do Júri; 
 g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não 
permitir o julgamento à revelia; 
 h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos 
estabelecidos pela lei; 
 i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; 
 j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; 
 k) os quesitos e as respectivas respostas; 
 l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; 
 m) a sentença; 
 n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; 
 11 
 o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de 
que caiba recurso; 
 p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o 
julgamento; 
 IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. 
 Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas 
respostas, e contradição entre estas. 
 
 
b) Preliminares de Mérito (Extinção de Punibilidade): Estão arroladas 
em sua maioria no art. 107 do Código Penal, uma vez que o rol não é 
taxativo e sim exemplificativo. 
Exemplos: morte do agente, decadência, anistia, perdão, prescrição, “abolitio criminis” 
e etc. 
 
Não estão previstas no artigo 107 do Código Penal: 
- o ressarcimento do dano no peculato culposo; 
- a conciliação efetuada nos termos do artigo 520 do Código de Processo Penal, nos 
crimes de calúnia, difamação e injúria, pois havendo a reconciliação é arquivada a 
queixa-crime(artigo 522 do Código de Processo Penal); 
- o pagamento do tributo, antes ou depois da denúncia (Lei 8.137/90); 
- decorrido o prazo da suspensão condicional do processo, benefício previsto no artigo 
89 da Lei 9.099/95, sem que ocorra a revogação, deverá ser extinta a punibilidade. 
 
Por que são preliminares? Porque o Estado fica proibido de julgar a 
demanda quando há extinção de punibilidade. Não adentram o mérito. Por 
que são de mérito? Pois não são mais questões de vícios processuais. Se 
trata do fato, assim como as questões de mérito. A diferença é que as 
questões de mérito trazem causas pertinentes ao momento do crime, 
enquanto as preliminares de mérito trazem causas posteriores ao crime. 
 
 
5.2 – DO MÉRITO: É onde abriga as principais teses da peça. Onde se 
discute o crime e a culpabilidade do agente. Para haver condenação,é 
preciso que tenha existido um crime e a identificação do agente que o 
cometeu. A missão do advogado é de, com os dados constantes no 
problema, arguir teses de mérito que prove: 
 
a) Inexistência do fato – o crime não aconteceu. 
b) Atipicidade da conduta – O que aconteceu não constitui infração 
penal. 
Ex.: Princípio da Insignificância. 
 12 
c) Excludente de Ilicitude – Ocorreu o fato definido como crime, mas por 
algum motivo (permitido por lei), o crime é excluído e o agente deve ser 
absolvido por isso. 
Ex.: Legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de um 
direito, estrito cumprimento de um dever legal, consentimento do 
ofendido (causa supralegal). 
d) Excludente de Culpabilidade ou Escusa Absolutória – Aconteceu o 
crime, mas existe circunstância permitida por lei que isenta o réu de pena. 
Ex.: inimputabilidade, ausência de potencial conhecimento de ilicitude 
(erro de proibição), ausência de exigibilidade de conduta diversa (coação 
moral irresistível e obediência hierárquica). 
e) Negativa de autoria – Aconteceu o crime, mas não foi o réu que o 
praticou. 
f) Ausência de Rastro Probatório - Não há provas suficientes para 
fundamentar a condenação do réu. 
 
Obs.: Nas páginas posteriores há ilustração retirada da internet para 
melhor visualização das excludentes do direito penal. 
 
6 – DOS PEDIDOS – É o momento em que se requer de forma resumida o 
que já se fundamentou nas preliminares e no mérito. Sempre pedir 
deferimento ao final. 
 
7 – AUTENTICAÇÃO DA PEÇA – É fundamental que toda peça tenha 
menção ao local, data, nome do advogado e o número de sua OAB. 
 
Obs.: Para a prova da OAB, costuma-se colocar o local da competência, o 
último dia do prazo da peça (se pedido), e quanto ao advogado, não se 
coloca o próprio nome. Coloca-se “Advogado... OAB ...”. 
 
____________________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
ESTRUTURA BÁSICA DOS TRIBUNAIS 
 
 
Justiça Estadual Justiça Federal 
1ª Instância: A primeira instância ou 
primeiro grau são as varas especializadas 
onde atuam os juizes de Direito. Essa é a 
principal porta de entrada ao Judiciário. 
Grande parte dos cidadãos que ajuízam uma 
ação na Justiça tem o caso julgado por um juiz 
na primeira instância, que é um juiz chamado 
de singular (único), que profere (dá) a 
sentença (decisão monocrática: de apenas 1 
magistrado). 
 
1ª Instância: O primeiro grau compõe-se 
de juízes federais em exercício nas seções 
judiciárias sediadas nas capitais de cada 
estado do Brasil e nas principais cidades do 
interior, nas subseções judiciárias. 
2ª Instância: No segundo grau, os juízes, 
também chamados de desembargadores, 
trabalham nos tribunais (exceto os tribunais 
superiores). Os tribunais de Justiça (TJs) são 
responsáveis por revisar os casos já 
analisados pelos juízes singulares de primeira 
instância. São 27 TJs, um em cada unidade da 
Federação, cuja competência é julgar recursos 
das decisões dos juízes de primeiro grau. 
Isso significa que, se o cidadão não concordou 
com a sentença do juiz de primeiro grau, ele 
pode recorrer para que o caso seja julgado no 
TJ. Então, se o processo subiu para a segunda 
instância, quer dizer que houve recurso contra 
a decisão do juiz e, assim, o caso passa a ser 
examinado pelos desembargadores. A decisão 
agora será colegiada, ou seja, feita por uma 
turma de magistrados, um grupo de juízes. 
 
2ª Instância: Quanto ao segundo grau, há 
cinco tribunais regionais federais (TRFs) 
distribuídos em regiões judiciárias no 
território nacional, com sede em Brasília, Rio 
de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife. 
Tais seções são vinculadas às regiões 
judiciárias assim organizadas: 
• 1.ª Região: abrange os seguintes estados: 
Acre, Amazonas, Amapá, Minas Gerais, Pará, 
Roraima, Rondônia, Tocantins, Bahia, Goiás, 
Maranhão, Mato Grosso, Piauí e o Distrito 
Federal; 
• 2.ª Região: abrange os estados do Rio de 
Janeiro e Espírito Santo; 
• 3.ª Região: abrange os estados de São Paulo 
e Mato Grosso do Sul; 
• 4.ª Região: abrange os estados que se 
seguem: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa 
Catarina; 
• 5.ª Região: abrange os estados a seguir: 
Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do 
 14 
Norte, Ceará e Paraíba. 
Os TRFs julgam, em grau de recurso, as ações 
provenientes da primeira instância (seções 
judiciárias), possuindo, ainda, competência 
originária, ou seja, o processo se inicia no 
próprio TRF, para o exame de algumas 
matérias (recursos, tipos de processo) 
previstas no artigo 108 da Constituição 
Federal, tais como: conflitos de competência 
entre juízes federais vinculados ao tribunal, 
habeas corpus, quando juiz federal for um dos 
agentes do delito (crime) etc. 
 
 
Tribunais Superiores: As decisões tomadas em primeira e segunda instância podem ser 
revistas pelos tribunais superiores, por meio de recurso. 
 
São tribunais superiores: Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal 
Militar (STM). 
 
Esses órgãos representam a última instância do Poder Judiciário, atuando em causas de 
competência originária (recursos que se iniciam no próprio tribunal) ou como revisores de 
decisões da primeira e segunda instâncias (tribunais estaduais e TRFs, respectivamente). 
 
Os juízes que atuam nos tribunais superiores são chamados de ministros e todos eles são 
nomeados pelo presidente da República e previamente aprovados pelo Senado Federal. 
 
STF – Órgão máximo do Poder Judiciário, o Supremo é composto por onze ministros. Compete 
ao STF julgar as chamadas ações diretas de inconstitucionalidade, instrumento jurídico próprio 
para contestar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual; apreciar 
pedidos de extradição requerida por Estado estrangeiro; e julgar pedido de habeas corpus de 
qualquer cidadão brasileiro. 
 
STJ – É a última instância da Justiça brasileira para as causas infraconstitucionais (não 
relacionadas diretamente à Constituição Federal), responsável por uniformizar e padronizar a 
interpretação da Constituição em todo o Brasil. É composto por 33 ministros nomeados pelo 
presidente da República a partir de lista tríplice elaborada pelo próprio STJ. Como órgão, o STJ 
aprecia os recursos vindos da Justiça comum (estadual e federal). Sua competência está 
prevista no art. 105 da Constituição Federal, que estabelece quais podem ser os processos 
iniciados no STJ (originários) e aqueles em que o tribunal age como órgão de revisão, inclusive 
nos julgamentos de recursos especiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
ENDEREÇAMENTOS PRINCIPAIS: 
 
1 - VARA CRIMINAL (JUIZES DA PRIMEIRA INSTÂNCIA) 
 
AO JUÍZO DA ... VARA CRIMINAL DA ... *** DE.... 
 
*** COMARCA = ESTADOS DO BRASIL 
Exemplo: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de 
Niterói/RJ” 
 
*** CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA = DF. Ex.: Circunscrição Judiciária de 
Sobradinho/DF. 
Exemplo: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da 
Circunscrição Judiciária de Sobradinho/DF”. 
 
2 - VARA CRIMINAL FEDERAL (JUIZES DA PRIMEIRA INSTANCIA DO TRF) 
 
AO JUÍZO DA ... VARA CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA *** DE ... 
 
3 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA (DESEMBARGADORES) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO .... 
 
4 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (DESEMBARGADORES) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... ª REGIÃO 
 
5 - TRIBUNAL DO JÚRI 
 
1ª FASE AO JUÍZO DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA *** DE ... 
 
2ª FASE: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO .... TRIBUNAL DO 
JÚRI DA *** DE .... 
 
6 - JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL ESTADUAL 
 
AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA *** DE ... 
 
7 - STJ 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTEDO SUPERIOR TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA. 
 
8 – STF 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. 
 
 
 16 
 
A IMAGEM ACIMA É COPIADA DA INTERNET: http://www.entendeudireito.com.br 
 17 
 
 18 
 
 19 
 
 20 
 
 21 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 
1) PRISÕES 
 
A) PRISÃO-PENA: é decorrente de sentença condenatória, com trânsito 
em julgado. 
 
B) PRISÕES PROVISÓRIAS ou CAUTELARES: Antecede o trânsito em 
julgado da sentença. É cabível durante o inquérito policial ou ao longo do 
processo. Existem 3 modalidades, quais sejam: 
 
b1) PRISÃO EM FLAGRANTE – (art. 5º, LXI, da CF e arts. 301 a 310 do 
CPP) Autoriza a captura daquele que é surpreendido praticando o delito ou 
que acabou de praticá-la, de forma que atinge as seguintes finalidades: 
evitar a fuga do flagrado; evitar a consumação do crime caso não tenha se 
consumado; levantar indícios que vão contribuir para dar-se início à 
eventual ação penal. 
 
I – Tipos de Flagrante: 
 
- Flagrantes legais: Próprio; Impróprio; Presumido; 
Obrigatório; Facultativo; Esperado; Retardado (ou 
Postergado); Por Apresentação; Ideal. 
 
EXEMPLOS: 
 Próprio – Quando o agente é capturado cometendo o crime 
(realizando atos executórios) ou assim que o cometeu. 
 Impróprio – O agente é perseguido logo após (forma contínua e 
ininterrupta) a prática do crime. Havendo êxito, será capturado 
em circunstâncias que faça presumir a autoria do delito. 
 
- Flagrantes Ilegais: Forjado e Preparado 
(Induzido/provocado). 
 Forjado – Realizado para incriminar pessoa inocente, e 
que não possuía o desejo de praticar a infração. Ex.: 
colocar objeto na bolsa de alguém e acusá-lo de furto. 
 Preparado (induzido/provocado) – Alguém provoca o 
agente à prática de crime, com o intuito de prendê-la e a 
prende antes da consumação do delito. Por essa razão, é 
considerado crime impossível, assim como pacificou a 
 22 
súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a preparação 
do flagrante pela polícia torna impossível a sua 
consumação”. 
Obs.: Apresentação espontânea – Impede a prisão em flagrante, mas não as 
outras. 
b2) PRISÃO PREVENTIVA – (arts. 311 a 316 do CPP)É cabível durante o 
inquérito e/ou processo. Só poderá ser decretada quando não for cabível a 
sua substituição por outra medida cautelar. Não possui prazo e deve 
apresentar os requisitos constantes nos artigos 312 e 313 do CPP. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação 
da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
 
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas 
cautelares (art. 282, § 4o). 
 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão 
preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 
(quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em 
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência; 
IV - Revogado 
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida 
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para 
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 
 
I – Requisitos: 
- Periculum Libertatis (Perigo da Liberdade): Quando a pessoa apresenta 
risco de cometer novos crimes ficando solta. Se fundamentam na primeira 
parte do art. 312, caput, do CPP, como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para 
assegurar a aplicação da lei penal. 
 
 23 
- Fumus Comissi Delicti (Fumaça da Prática do Delito): Indícios de autoria + 
prova da materialidade (existência do crime). Se encontra na segunda 
parte do art. 312 do CPP, que traz os pressupostos cumulativos para a 
decretação da prisão preventiva. Ainda devem ser observadas as condições 
de admissibilidade alternativas. 
Obs.: Indenização no caso de arquivamento ou absolvição: Apenas se 
provar que houve ilegalidade, abuso de poder ou erro judiciário 
(entendimento do STJ). 
 
II – Condições de Admissibilidade: 
- Regra Geral: A preventiva é cabível em crime doloso, com pena superior a 
4 anos. Se o crime tem pena máxima de até 4 anos, como regra, não caberá 
preventiva (art. 313, I, CPP). 
 
- Exceção: Excepcionalmente, a preventiva poderá ser decretada 
independentemente da quantidade de pena prevista para o delito, nas 
seguintes hipóteses alternativas: 
 Por descumprimento das medidas cautelares (art. 312, p. único, CPP) 
 Reincidência em Crime Doloso (art. 313, II, CPP); 
 Ausência de Identificação Civil (art. 313, p. único, CPP); 
 Descumprimento de Medida Protetiva no âmbito da Violência Doméstica 
(art. 313, III, CPP). 
 
Obs.: Substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar 
Com o advento da Lei 13.769/2018, foi instituído o art. 318-A ao Código de 
Processo Penal que instituiu o entendimento do manifestado pelo STF 
acerca da obrigatoriedade de substituição da prisão preventiva pela prisão 
domiciliar a mulheres gestantes ou que forem mães ou responsáveis por 
crianças ou pessoas com deficiência. Cabe destacar que o ECA considera 
criança a pessoa com até 12 anos de idade incompletos. 
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por 
crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: 
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; 
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. 
 
 
 
 24 
b3) PRISÃO TEMPORÁRIA – (Lei 7.960/89) Com prazo de duração de 5 
dias (regra), prorrogáveis por mais 5 dias, ela ocorre durante a fase de 
investigação do inquérito policial. É utilizada para que a polícia ou o 
Ministério Público colete provas para, depois, pedir a prisão preventiva do 
suspeito em questão. Em geral, é decretada para assegurar o sucesso de 
uma determinada diligência. Se difere da prisão em flagrante porque não 
ocorre naquelas situações apresentadas pelo art. 302 do CPP (hipóteses de 
flagrante delito). É necessária representação da autoridade policial ou 
requerimento do Ministério Público. Não pode ser de ofício. 
 
I – CABIMENTO: art. 1º da L. 7960/89 
- Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
- Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos 
necessários ao esclarecimento de sua identidade; 
- Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida 
na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes 
crimes: 
 homicídio doloso; 
 sequestro ou cárcere privado; 
 extorsão; 
 extorsão mediante sequestro; 
 estupro; 
 epidemia com resultado morte; 
 envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal 
qualificado pela morte; 
 Associação Criminosa; 
 Genocídio; 
 Tráfico de Drogas; 
 Crimes contra o sistema financeiro; 
 Crimes previstos na Lei de Terrorismo (L. 13.260/2016) 
obs.: O rol do art. 1º, inciso III, da L. 7960/89 deve ser complementado 
pelo dos crimes hediondos e figuras equiparadas dos artigos 1º e 2º da L. 
8072/90. 
obs.: Nos crimes hediondos e equiparados , o prazo é de 30 dias, 
prorrogável por igual período (art. 2º, §4º, da L. 8072/90). 
obs.: Deacordo com Fernando Capez, para a decretação da prisão 
temporária, o agente deve ser apontado como suspeito ou indiciado por 
um dos crimes acima enumerados, e, além disso, deve estar presente pelo 
menos um dos outros dois requisitos, que evidenciam o periculum in mora. 
 25 
Sem a presença de um desses requisitos ou fora do rol taxativo da lei, não 
se admitirá a prisão temporária (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 
20ª Ed. 2013. p. 355). 
 
 
PRISÃO PREVENTIVA TEMPORÁRIA EM FLAGRANTE 
 
ILEGAL 
 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 
 
LEGAL 
 
 
REVOGAÇÃO 
LIBERDADE 
PROVISÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 
 
 
 
 
1) O QUE É O RELAXAMENTO DE PRISÃO? É a libertação de quem foi 
preso ilegalmente. As hipóteses mais comuns de ilegalidade da prisão são: 
- Flagrantes ilegais; 
- Atipicidade da conduta; 
- Ausência de situação de flagrância; 
- Irregularidade na lavratura do auto de prisão em flagrante; 
- Excesso de prazo; 
- Emprego arbitrário das algemas. 
 
2) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL - art. 5º, LXV, CF c/c art. 310, I, CPP. 
 
Art. 5º,LXV, CF- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. 
 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá 
fundamentadamente: 
 I - relaxar a prisão ilegal; ou 
 II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; ou 
 III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
 
 
3) CABIMENTO E PRAZO - Não há prazo. O juiz pode conceder sempre 
que verificar a ilegalidade. Em razão da nova sistemática, verifica-se que a 
peça de Relaxamento perdeu parte de sua efetividade, uma vez que o juiz, 
de ofício, ao receber o APF, deve manifestar-se sobre a legalidade da 
prisão. Assim, caberá o Relaxamento antes do despacho do Juiz a respeito 
da prisão em flagrante. 
 
4) COMPETÊNCIA – Deve ser endereçado ao Juiz de primeira instância a 
quem fora encaminhado o auto de prisão em flagrante. 
 
 27 
5) LEGITIMIDADE – O réu por intermédio de advogado. 
 
6) IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA – O caso demonstrará alguma irregularidade 
na Prisão em Flagrante do réu e pedirá que você interponha a peça jurídica 
cabível, privativa de advogado. 
 
7) TESES E REQUERIMENTOS – Nesta peça, não se adentra o mérito da 
questão. Apenas deverá demonstrar as nulidades que justificam o 
relaxamento da prisão. Não há necessidade de demonstrar ausência de 
periculum libertatis ou de fummus comissi delicti, vez que, aqui, tratamos 
apenas da nulidade. Nos pedidos, o advogado deve pedir: 
- Relaxamento da Prisão, nos termos do art. 5º, inciso LXV, 
CF; 
- Expedição do alvará de soltura (sempre pedir o alvará de 
soltura em peças em que está se requerendo a liberdade do 
cliente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
8) ESTRUTURA DA PEÇA 
obs.: se o processo já tiver sido distribuído, deverá constar a referência ao 
número do processo, bem como a qualificação da parte terá que ser 
resumida, haja vista já ter sido qualificada anteriormente. 
 
AO JUÍZO DA ... VARA ... DA COMARCA (OU CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA) DE... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOME DO REQUERENTE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no CPF nº..., 
portador do RG ..., email..., residente e domiciliado em..., vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, por intermédio de advogado infraconstituído (procuração anexa), com 
fulcro nos artigos no art. 5º, LXV, da CF c/c art. 310, I, do CPP, requerer 
 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 
 Pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos. 
 
 
 
1 – DOS FATOS 
 
 
2 – DO DIREITO – (Demonstrar as ilegalidades da prisão, evidenciando as normas que não foram 
observadas durante o procedimento.) 
 
 
3 – DOS PEDIDOS 
 
 
 
Ante o exposto, requer o relaxamento de prisão, nos termos do art. 310, I, do CPP e a expedição do alvará 
de soltura. 
 
 
 
 
 
Nesses termos, pede deferimento. 
 
Local..., data..., 
 Advogado... 
 nº da OAB.... 
 
 
 
 
 
 29 
 
REQUERIMENTO DE LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
1) O QUE É A LIBERDADE PROVISÓRIA? é a contracautela destinada a 
libertar quem foi preso em FLAGRANTE LEGAL, desde que a manutenção 
no cárcere não seja necessária. Pode ser concedida com ou sem fiança. 
 
2) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL - 
 
Fundamentação 
Constitucional 
 
Art. 5º, inciso 
LXVI, CF 
LXVI - ninguém será levado à 
prisão ou nela mantido, quando 
a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação 
Infraconstitucional 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 321 do CPP 
inexistência dos 
requisitos da 
preventiva 
Art. 321. Ausentes os requisitos 
que autorizam a decretação da 
prisão preventiva, o juiz deverá 
conceder liberdade provisória, 
impondo, se for o caso, as 
medidas cautelares previstas no 
art. 319 deste Código e 
observados os critérios 
constantes do art. 282 deste 
Código. 
 
 
Art. 310, III, CPP 
 
Art. 310. Ao receber o auto de 
prisão em flagrante, o juiz 
deverá fundamentadamente: 
III - conceder liberdade 
provisória, com ou sem fiança. 
 
 
Art. 310, p. 
único, CPP – Em 
caso de 
verificação das 
Excludentes de 
Ilicitude previstas 
no art. 23 do CP 
Se o juiz verificar, pelo auto de 
prisão em flagrante, que o 
agente praticou o fato nas 
condições constantes dos 
incisos I a III do caput do art. 23 
do Código Penal, poderá, 
fundamentadamente, conceder 
ao acusado liberdade 
provisória, mediante termo de 
comparecimento a todos os atos 
processuais, sob pena de 
revogação. 
 
Art. 350 do CPP – 
réu pobre 
Nos casos em que couber fiança, 
o juiz, verificando a situação 
econômica do preso, poderá 
conceder-lhe liberdade 
provisória, sujeitando-o às 
obrigações constantes dos arts. 
327 e 328 deste Código e a 
outras medidas cautelares, se 
for o caso. 
 
 Fundamentação obrigatória 
 Fundamentação excepcional (a depender do caso) 
 
 
 30 
 
 
4) CABIMENTO – É cabível quando houver prisão em flagrante legal, 
tendo que demonstrar ao Juiz, no momento em que for decidir pela 
manutenção ou não da prisão, que não há necessidade de manter o 
indiciado preso pelas hipóteses abaixo arroladas. Por meio desse 
instrumento, poderá o réu aguardar seu julgamento em liberdade, com ou 
sem o pagamento de fiança. A liberdade provisória terá cabimento nas 
seguintes hipóteses: 
a) Pela ausência dos requisitos autorizadores da prisão preventiva: 
Os artigos 312 e 313 preveem os requisitos que autorizam a prisão 
preventiva: fumus comissi delicti (pressupostos + condições de 
admissibilidade) e periculum libertatis (fundamentos da primeira parte do 
art. 312 CPP) 
b) Excludentes de Ilicitude: O art. 310, p. único, do CPP, determina que 
se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou 
o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23, do 
CP, poderá, fundamentalmente, conceder ao acusado liberdade provisória, 
mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena 
de revogação. Observa-se que trata-se de liberdade provisória com 
vinculação, visto que o artigo impõe que o beneficiado assuma o 
compromisso de comparecimento aos atos processuais. 
- Excludentes de Ilicitude: Legítima defesa, estado de necessidade, estrito 
cumprimento do dever legal, exercício regular de direito e consentimento 
do ofendido. 
c) Réu Pobre: O art. 350 do CPP dispõe que “nos casos em que couber 
fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-
lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos artigos 
327 e 328 do CPP e a outras medidas cautelares, se for o caso”. Observa-se 
que também é uma hipótese de liberdade provisória com vinculação. 
 
5) MODALIDADES: A LP poderáocorrer com ou sem o pagamento de 
fiança. 
obs.: A fiança é uma garantia do cumprimento das obrigações do réu 
durante todo o processo penal, sendo também um direito inerente ao 
mesmo previsto constitucionalmente. É destinada ao pagamento das 
custas; da indenização do dano (indenização civil ex delicto); da 
prestação pecuniária; e da multa (se o réu for condenado). 
 31 
 
a) Liberdade Provisória com Fiança: É a liberdade concedida ao réu 
mediante pagamento de uma caução em dinheiro como garantia de que 
este irá cumprir suas obrigações processuais. 
obs.: O valor da fiança será estipulada a depender da pena do réu, 
estando previsto no art. 325 do CPP. 
 
A fixação de fiança dependerá da verificação de 3 requisitos: 
- Inexistência de vedação legal: Se não estiver como hipótese de 
crime inafiançável, por exemplo. 
- Existência do binômio “necessidade-adequação”: se é medida 
adequada e necessária ao caso em concreto. O art. 282 do CPP indica os 
critérios de aplicação das medidas cautelares. 
- Finalidade específica da fiança: de acordo com art. 319, inciso VIII, 
do CPP, a fiança serve para assegurar o comparecimento a atos do 
processo, evitar a obstrução do andamento ou em caso de resistência 
injustificada à ordem judicial. 
 
b) Liberdade Provisória sem Fiança: É diferente das hipóteses de 
inafiançabilidade. Os crimes inafiançáveis são mais graves por sua 
própria natureza, enquanto as hipóteses de liberdade provisória sem 
fiança recai sobre crimes mais leves. Será concedida nas seguintes 
hipóteses: 
 
- Se o juiz verificar a ausência dos requisitos da prisão preventiva, 
qualquer que seja o crime; 
- Se a infração praticada for um crime de menor potencial ofensivo, 
conforme dispõe o art. 69, p. único da L. 9099/95; 
- Se a pena aplicada à infração praticada não for de prisão ou se for, que 
esta não seja superior a 6 meses, de acordo com o art. 321, CPP; e por 
fim, 
- Se o agente praticou o crime acobertado por uma excludente de 
ilicitude prevista no art. 23 do CP, mesmo sendo crime inafiançável, 
como prevê o art. 310 do CPP. 
obs.: Quando o juiz concede a liberdade provisória, está autorizado a 
aplicar ao agente MEDIDAS CAUTELARES previstas no art. 319 e 320 
do CPP. 
 
6) CRIMES INAFIANÇÁVEIS - São inafiançáveis, de acordo com a 
Constituição Federal, os seguintes crimes: 
- Racismo (art. 5º, inciso XLII, CF); 
 32 
- Ação de Grupos Armados Civis ou Militares contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, inciso XLIV, CF); 
- Tortura, Terrorismo, Tráfico de drogas e os Crimes Hediondos (art. 5º, 
inciso XLIII, CF). 
 O CPP também prevê os crimes inafiançáveis nos seus art. 323 e 324, que 
remontam algumas outras hipóteses, como por exemplo: 
- Em caso de prisão civil ou militar; 
- Quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão 
preventiva; 
- Aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente 
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que 
se referem os arts. 327 e 328 do CPP. 
 
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a 
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal 
e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. 
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de 
residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 
8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será 
encontrado. 
 
IMPORTANTE: Cabe destacar que as diferenças apresentadas acima 
servem para demonstrar a tentativa do legislador de proibir a restituição 
de liberdade àqueles que praticaram os crimes determinados como 
inafiançáveis. Todavia, a Lei 11.464/2007 modificou a redação do inciso II, 
do artigo 2°, da Lei de Crimes Hediondos trazendo a possibilidade de 
liberdade provisória sem fiança nos crimes hediondos e assemelhados. 
 
Assim, apesar dos referidos crimes serem inafiançáveis, admite-se 
liberdade provisória sem fiança. O que se veda, portanto, é a possibilidade 
de concessão de liberdade provisória mediante o pagamento de fiança. 
 
Rangel (2012, p. 847) diz que a interpretação que se fazia a respeito da 
proibição da liberdade provisória nos crimes hediondos era teleológica: se 
o legislador constituinte vedou o mais (liberdade provisória mediante 
fiança), não seria plausível que o menos (sem fiança) fosse permitido. 
 
De acordo com o novo texto legal, não resta dúvida de que o juiz poderá 
conceder ao réu liberdade provisória, fundamentadamente. 
 
Então, diante de um flagrante por crime inafiançável, não estando presente 
o periculum libertatis da prisão preventiva ou, ao menos, não em nível 
 33 
suficiente para exigir a prisão preventiva, poderá o juiz conceder a 
liberdade provisória sem fiança, mas com medidas cautelares alternativas 
com suficiência para tutelar a situação fática de perigo. (LOPES JR, 2013, p. 
183). 
 
 
7) COMPETÊNCIA - Deve ser concedida pelo delegado (com fiança) ou 
pelo juiz (com ou sem fiança). 
obs.: Art. 322 do CPP – A autoridade policial somente poderá conceder 
fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima 
não seja superior a 4 anos. 
 
 
8) PRAZO – Deverá ser oferecida antes do despacho do Juiz que analisar a 
legalidade e a necessidade da prisão em flagrante do indiciado. 
 
9) IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA – O caso trará a hipótese de uma prisão 
em flagrante legal, mas trará informações suficientes para que você veja 
que o réu faz jus à liberdade provisória (endereço certo do réu, ocupação 
lícita e bons antecedentes). 
10) TESES E REQUERIMENTOS – Na peça deve-se provar que o réu faz jus 
à LP e que não estão presentes os requisitos do 312 e 313 do CPP. Nos 
pedidos da concessão de LP, o advogado ou a advogada deve pedir: 
- Concessão da Liberdade Provisória; 
- Expedição do alvará de soltura (sempre pedir o alvará de soltura em peças 
em que está se requerendo a liberdade do cliente). 
 
11) DIFERENÇA ENTRE LP, RELAXAMENTO E REVOGAÇÃO DE PRISÃO 
Liberdade provisória Relaxamento Revogação 
Incide nos casos de prisão em 
flagrante legal. 
Incide em qualquer prisão 
ilegal e não só na prisão em 
flagrante. 
Incide nos casos de 
prisão preventiva e temporária. 
Revoga-se a prisão quando essa 
não se faz mais necessária. 
Prisão legal Prisão ilegal Prisão legal 
Restauração da liberdade de 
forma vinculada com o 
compromisso de 
comparecimento a todos os atos 
do processo. 
Restauração total da liberdade Restauração total da liberdade 
 34 
12) ESTRUTURA DA PEÇA: 
 
 
 
AO JUIZO DA ... VARA ... DA COMACA (OU CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA) DE ... 
 
 
 
 
APF nº: ... 
 
 
 
 
NOME DO REQUERENTE, já devidamente qualificado no APF n º..., vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, por intermédio de advogado infraconstituído (procuração 
anexa), com fulcro nos artigos no art. 5º, LXVI, da CF c/c art. 310, III, e 321 do CPP, requerer 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
(com ou sem fiança – a depender) 
 
 Pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos. 
 
 
 
1 – DOS FATOS 
 
 
 
 
2 – DO DIREITO – (falar sobre a desnecessidade da decretação da prisão preventiva e a razão de ser com 
fiança ou não) 
 
 
 
3 – DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer a concessão da liberdade provisória, com fulcro no art. 310, III, CPP e a expedição 
do alvará de soltura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesses termos, pede deferimento. 
 
Local..., data..., 
 Advogado... 
 nº da OAB.... 
 
 
 
 35 
 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA 
 
 
 
 
 
PRISÃO PREVENTIVA – (arts. 311 a 316 do CPP) É cabível durante o 
inquérito e/ou processo. Só poderá ser decretada quando não for cabível a 
sua substituição por outra medida cautelar. Não possui prazo e deve 
apresentar os requisitos constantes nos artigos 312 e 313 do CPP. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá serdecretada como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação 
da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
 
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas 
cautelares (art. 282, § 4o). 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão 
preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 
(quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em 
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência; 
IV - Revogado 
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida 
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para 
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 
I – Requisitos: 
- Periculum Libertatis (Perigo da Liberdade): Quando a pessoa apresenta 
risco de cometer novos crimes ficando solta. Se fundamentam na primeira 
parte do art. 312, caput, do CPP, como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para 
assegurar a aplicação da lei penal. 
 
- Fumus Comissi Delicti (Fumaça da Prática do Delito): Indícios de autoria + 
prova da materialidade (existência do crime). Se encontra na segunda 
 36 
parte do art. 312 do CPP, que traz os pressupostos cumulativos para a 
decretação da prisão preventiva. Ainda devem ser observadas as condições 
de admissibilidade alternativas. 
 
II – Condições de Admissibilidade: 
 
- Regra Geral: A preventiva é cabível em crime doloso, com pena superior a 
4 anos. Se o crime tem pena máxima de até 4 anos, como regra, não caberá 
preventiva (art. 313, I, CPP). 
 
- Exceção: Excepcionalmente, a preventiva poderá ser decretada 
independentemente da quantidade de pena prevista para o delito, nas 
seguintes hipóteses alternativas: 
 
 Por descumprimento das medidas cautelares (art. 312, p. único, CPP) 
 Reincidência em Crime Doloso (art. 313, II, CPP); 
 Ausência de Identificação Civil (art. 313, p. único, CPP); 
 Descumprimento de Medida Protetiva no âmbito da Violência Doméstica 
(art. 313, III, CPP). 
 
1) O QUE É A REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA? é a contracautela 
destinada a libertar quem foi preso legalmente, de forma legítima. Porém, 
não mais subsistem os motivos de sua prisão. Isso porque, quando o juiz 
decretar a prisão preventiva fará fundamentação de forma que justifique a 
medida cautelar. A revogação é medida cabível quando os motivos que o 
juiz utilizou para fundamentar a prisão preventiva não existem mais. 
2) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 
 
 
 
Fundamentação 
Constitucional 
 
Art. 5º, inciso LXI, CF – Ninguém será preso 
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciaria 
competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos 
em lei. 
 
 
Fundamentação 
Infraconstitucional 
 
Art. 316 do CPP – o juiz poderá revogar a prisão 
preventiva se, no correr do processo, verificar a 
falta de motivo para que subsista, bem como de 
novo decretá-la, se sobrevierem razões que a 
justifiquem. 
 
3) CABIMENTO – Quando desaparecido o motivo que ensejou a prisão. 
 
 37 
4) COMPETÊNCIA - Deverá ser endereçada ao juiz de primeira instância 
que decretou a prisão preventiva. 
 
5) PRAZO – Não há prazo determinado. O juiz pode revogá-la a qualquer 
tempo, sempre que verificar o desaparecimento dos motivos que 
fundamentaram sua decretação. Não obstante, devem ser observados os 
prazos previstos em lei para a prática dos atos processuais, sob pena de 
excesso de prazo na formação de culpa e consequente relaxamento de 
prisão preventiva, porque tornou-se ilegal. 
obs.: A lei de associação criminosa traz um prazo de 120 dias para prisão 
preventiva, prorrogável por igual período. 
 
6) IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA – O caso dirá claramente o motivo da 
prisão do acusado e demonstrará que esse motivo não subsiste mais. De 
forma mais clara, algum dos fundamentos do art. 312 do CPP (garantia da 
ordem econômica, da ordem pública, etc...), utilizados como 
fundamentação da decretação da preventiva terá perdido a subsistência. 
Trata-se de fato novo após a prisão (não se esqueçam). O caso mostrará 
que você terá de atuar em favor do réu. 
 
Peculiaridade: nesta peça, não iremos adentrar no mérito do caso. 
Ou seja, não se trata de o réu ser culpado ou inocente, mas sim, de 
requisitos meramente processuais para que ele seja solto. 
 
7) MOMENTO – Em regra, a qualquer momento a partir da descoberta da 
causa ensejadora da revogação da prisão preventiva. 
 
8) TESES E REQUERIMENTOS – Na peça deve-se provar que o réu não 
apresenta mais o periculum libertatis ou fumus comissi delicti. Ou seja, se a 
pessoa foi presa para garantia da instrução criminal, pois andava 
ameaçando testemunhas, destruindo provas, deve-se provar que essa 
fundamentação deixou de existir por algum motivo. 
Por exemplo: se a instrução criminal chegou ao fim, quer dizer que já 
colheram todos os depoimentos e provas. Logo, não faz mais sentido 
manter o réu preso visto que sua prisão foi decretada em razão de 
atrapalhar a colheita de provas e testemunhas. 
 
 
 38 
9) ESTRUTURA DA PEÇA 
 
 
AO JUIZO DA ... VARA ... DA COMARCA (OU CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA) DE... 
 
 
 
 
 
 
Nº do processo.: ... (se já existir) 
 
 
 
 
 
 
NOME DO REQUERENTE, já devidamente qualificado, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, por intermédio de advogado infraconstituído 
(procuração anexa), com fulcro nos artigos no art. 5º, LXI, da CF c/c art. 316, do CPP, 
requerer 
 
 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA 
 
 Pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos. 
 
 
 
1 – DOS FATOS 
 
 
2 – DO DIREITO – (Demonstrar o desaparecimento do fundamento para que subsista a prisão 
preventiva) 
 
 
 
 
 
3 – DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer a revogação da prisão preventiva e a expedição do alvará de soltura. 
 
 
 
 
Nesses termos, pede deferimento. 
 
Local..., data..., 
 Advogado... 
 nº da OAB.... 
 39 
 
QUEIXA - CRIME 
 
 
LINHA DO TEMPO NO QUADRO 
 
 
 
 
 
1) O QUE É A QUEIXA-CRIME? É a petição inicial oferecida pelo 
particular na ação penal privada, seja ela personalíssima, 
exclusivamente privada ou ainda subsidiária da pública. Em regra, a 
ação penal é pública, e portanto, normalmente inicia-se pela denúncia 
(inicial acusatória oferecida pelo promotor de justiça). A queixa-
crime substitui a denúncia, uma vez que a legitimidade na ação penal 
privada não é do Estado, e sim do particular. 
 
obs.: No Exame da Ordem, você atuará como acusador em duas 
hipóteses: como assistente de acusação, para o oferecimento de 
algum recurso (aconteceu somente uma vez desde a unificação) ou 
como advogado da vítima de um crime de ação penal privada 
(propriamente dita ou personalíssima) ou na hipótese de ação penal 
privada subsidiária da pública (art. 29 do CPP). 
 
2) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL - Existem 3 fundamentações legais, que 
vai depender do tipo de ação penal privada. 
 
a) Ação Penal Privada Exclusiva: Art. 30, 41 e 44 do CPP 
 Art. 100, §2º, CP 
 
 
 
 
CPP 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá 
intentar a ação privada. 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposiçãodo fato criminoso, com 
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos 
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas. 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, 
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a 
menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem 
de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
 
CP 
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a 
declara privativa do ofendido. 
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido 
ou de quem tenha qualidade para representá-lo 
 
 
 40 
b) Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: Art. 5º, LIX, CF 
 Art. 100, §3º, CP 
 Art. 29 , 41 e 44 do CPP 
CF LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for 
intentada no prazo legal; 
 
 
CP 
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a 
declara privativa do ofendido. 
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação 
pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. 
 
 
 
 
 
 
CPP 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não 
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, 
repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do 
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no 
caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com 
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos 
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas. 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, 
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a 
menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem 
de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
 
 
c) Ação Penal Privada Personalíssima: Art. 30, 41 e 44 do CPP 
 Art. 236, caput, e p. único, CP. 
 
 
 
 
CPP 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá 
intentar a ação privada. 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com 
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos 
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas. 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, 
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a 
menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem 
de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
 
CP 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro 
contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente 
enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a 
sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 
 
 
3) COMPETÊNCIA - Em regra, é para a primeira instância (Vara 
Criminal), observadas as disposições do art. 69 do CPP e 109 da CF, a 
respeito da competência. 
 41 
- Juizado Especial Criminal: Tratando-se de crime de menor 
potencial ofensivo, a regra é que seja interposta no Juizado 
Especial Criminal. 
Art. 61. L.9099/95 - Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para 
os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada 
pela Lei nº 11.313, de 2006) 
 
obs.: Se houver concurso de crimes, observar o máximo de pena 
que poderia ser cominado. Se ultrapassar 2 anos, deverá ser 
endereçada à Vara Criminal e não ao JECrim. 
 
- Júri: Se for ação penal subsidiária da pública, pode ser ofertada à 
Vara do Júri. 
- Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher 
(Lei 11. 340/2006 – Maria da Penha) – Quando o crime ocorrer 
no contexto de violência doméstica. 
 
4) PRAZO – Deverá ser oferecida no prazo de 6 meses, contados do dia 
em que a vítima vier a ter conhecimento do autor da infração penal 
(art. 38 do CPP e 103 do CP), sob pena de decadência. 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no 
direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, 
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia 
em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
 
 
obs. 1: Na ação penal privada subsidiária da pública, o prazo é 
contado a partir do término do prazo do MP, ou seja, no sexto dia, se 
o réu estiver preso e no décimo sexto dia, se o réu estiver solto. Isso 
porque o art. 46 do CPP prevê o prazo de 5 dias e 15 dias para o MP 
oferecer denúncia, para o réu preso e réu solto, respectivamente. 
 
obs. 2: Findo o prazo de 6 meses sem o oferecimento da queixa-
crime, incide na decadência do direito de queixa (causa extintiva de 
punibilidade – art. 107, IV, do CP). 
 
obs. 3: Trata-se de prazo penal. Ou seja, inclui o dia de início e exclui 
o último dia (art. 10, CP). Em se tratando de prazo decadencial, não 
se suspende, não se prorroga e não se interrompe. No crime 
continuado, conta-se o prazo individualmente, em relação a cada 
crime. 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os 
meses e os anos pelo calendário comum. 
 42 
 
 
5) LEGITIMADOS E DENOMINAÇÃO DAS PARTES: 
 QUERELANTE: é o autor da queixa-crime. 
 QUERELADO(A): é o acusado(a) da queixa-crime. 
 
- Regra: O ofendido maior de 18 anos e capaz mentalmente. Visto 
que art. 5º, da L. 10.406/02 equiparou a maioridade civil à penal, 
então, somente o maior de 18 anos poderá oferecer queixa-crime. O 
art. 34 do CPP perdeu sua aplicabilidade. 
 
 - Ofendido menor de 18 anos ou portador de deficiência 
mental: o direito de queixa será exercido pelo seu representante 
legal, independentemente de sua vontade. 
 
- Ofendido menor ou incapaz SEM representante legal: O juiz, de 
ofício ou a requerimento do MP, nomeará um curador (art. 33, CPP). 
 
 Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou 
retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os 
daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou 
a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal. 
 
- Interesses da vítima colidentes com os de seu representante 
legal: o juiz nomeará curador que observará a conveniência de 
oferecer queixa-crime (art. 33, CPP). 
 
- Morte ou Ausência do ofendido: Se não tiver vencido o prazo de 6 
meses, o direito de queixa passa ao CCADI (cônjuge, companheiro, 
ascendente, descendente e irmãos). 
 
- Pessoa Jurídica: Pessoa indicada no respectivo contrato ou 
estatuto social; ou, no silêncio destes, pelos diretores e sócios-
gerentes (art. 37, CPP). 
 
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer 
a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos 
designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
6) TESES E REQUERIMENTOS: 
 
a. O conteúdo da queixa-crime vem determinado no artigo 41 do 
CPP. 
 
 Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas 
as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentospelos quais 
se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das 
testemunhas. 
 
b. Deve-se se expor o fato criminoso, a classificação do crime, 
qualificação do acusado e, se necessário, rol de testemunhas ao final. 
c. Incumbe ao querelante demonstrar a materialidade e a autoria 
do delito que imputa ao querelado, requerendo, ao final, após regular 
citação e processo, a condenação do ofensor. É este também o 
momento oportuno para a acusação arrolar as testemunhas que 
deseja que sejam ouvidas. 
 
7) PEDIDOS: 
- Recebimento da queixa-crime; 
- citação do querelado; 
- condenação do querelado nas penas dos crimes imputados; 
- intimação para oitiva de testemunhas (cada rito tem um número 
de testemunhas) 
- A fixação do valor da indenização referente ao prejuízo causado 
pelo querelado, nos termos do art. 387, IV, CPP. 
- Provas que pretende produzir (Protesta provar o alegado por 
todos os meios de prova admitidos em direito, em especial 
<especificar prova> ) 
obs.: Se a queixa-crime for ajuizada no Juizado Especial Criminal, 
deve-se requerer também a designação de audiência preliminar ou 
de conciliação. E se for ajuizada na Vara de Violência Doméstica 
contra a mulher, deve-se requerer a fixação de medidas protetivas. 
 
8) IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA – O problema mencionará algum crime de 
ação penal privada ou fará menção à inércia do promotor em oferecer 
denúncia. Geralmente, há ainda menção à investigação policial que 
apurou o crime e que a vítima o procura para ser seu advogado e 
confeccionar a peça cabível. 
obs.: O CP fará menção quando o crime se procede mediante queixa. 
Ficar atento, pois, pode ser o artigo imediatamente após o tipo penal, 
 44 
mas pode aparecer também ao final do capítulo, como por exemplo, 
aparece no art. 145 do CP, em referência aos crimes contra honra. 
 
 
 
9) PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS PARA QUEIXA-CRIME 
a. Artigo 44 do Código de Processo Penal. 
b. Para que a queixa-crime seja aceita, deve atender alguns critérios. 
Dentre eles, a procuração com poderes especiais. 
c. De acordo com o artigo 44 do CPP, a queixa poderá ser dada por 
procurador com poderes especiais, devendo constar do 
instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato 
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de 
diligências que devem ser previamente requeridas no juízo 
criminal. 
d. Para a OAB, caso não seja requerido a confecção de uma 
procuração, é necessária a menção no preâmbulo da peça que 
indique procuração com poderes especiais e o art. 44 do CPP. Diga: 
“por seu advogado (procuração com poderes especiais em anexo nos 
termos do art. 44 do CPP).. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
10) CRIMES CONTRA A HONRA 
 
CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA 
 
Atribuir a prática de 
um FATO 
CRIMINOSO a 
alguém. 
 
 
Atribuir a prática e 
um FATO 
DETERMINADO 
OFENSIVO (que não 
seja crime) a alguém. 
 
 
Atribuir uma 
QUALIDADE 
NEGATIVA. 
Atinge a honra 
OBJETIVA da vítima. 
 
Atinge a honra 
OBJETIVA da vítima. 
Atinge a honra 
SUBJETIVA da vítima. 
Pressupõe que a 
imputação seja falsa. 
Não se exige que a 
imputação seja falsa. 
 
 
Consuma-se quando 
3ª pessoa toma 
conhecimento da 
imputação. 
 
 
Consuma-se quando 
3ª pessoa toma 
conhecimento da 
imputação. 
 
Consuma-se quando 
a ofensa chega ao 
conhecimento da 
vítima. 
 
Ex.: Fulano diz a 
terceiros que Ciclano 
subtraiu um tênis de 
sua casa. 
 
Ex.: Fulano diz a 
terceiros que a 
vizinha faz 
programa. 
 
Ex.: Ladrão, 
prostituta, corrupto, 
idiota... 
 
 
Honra Objetiva: é a imagem (reputação social) que as pessoas fazem 
do indivíduo. É o juízo que terceiros fazem acerca dos atributos de 
alguém. 
 
 
Honra Subjetiva: é o conceito que o próprio sujeito tem de si. É o 
juízo que a pessoa faz de seus próprios atributos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
11) ESTRUTURA DA PEÇA: 
 
 
AO JUÍZO DA ... VARA ... DA COMARCA (OU CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA) DE ... 
 
 
 
 
 
 
NOME DO QUERELANTE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no CPF nº..., 
portador do RG ..., email..., residente e domiciliado em..., vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência, por intermédio de advogado infraconstituído (procuração com 
poderes especiais anexa, nos termos do art. 44 do CPP), com fulcro nos artigos (a 
depender do tipo de queixa), oferecer 
 
QUEIXA-CRIME 
 
Em face de NOME DO QUERELADO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no 
CPF nº..., portador do RG ..., email..., residente e domiciliado em..., pelos fatos e fundamentos 
a seguir expostos. 
 
 
1 – DOS FATOS 
 Narrar os fatos de forma detalhada e objetiva, sem adentrar em teses jurídicas. 
 
2 – DO DIREITO 
Demonstrar autoria e materialidade dos crimes a imputar ao querelado, sempre fazendo o nexo 
causal da situação fática com a letra da lei; bem como apontar causas de aumento possíveis e o tipo 
de concurso de crimes, caso haja mais de um crime. 
 
 
3 – DOS PEDIDOS 
 Ante o exposto, requer: 
a) O recebimento da queixa-crime; 
b) A citação do querelado; 
c) A condenaçao do querelado nos crimes previstos nos artigos X, com as causas de aumento de 
pena previstas no artigo Y, em concurso Z, previsto no art. ZY; 
d) A fixação de indenização nos termos do art. 387, inciso IV, do CPP; 
e) A oitiva de testemunhas abaixo arroladas; 
 c) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos no direito, em especial... 
 { ATENÇÃO PARA PEDIDOS EXISTENTES AO JECRIM OU VARA DE VIOLENCIA DOMÉSTICA} 
 
 
Nesses termos, pede deferimento. 
 
Local... , data..., 
 Advogado.... 
 nº da OAB... 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1 – NOME..., RG..., ENDEREÇO... 
2 -.... 
 
 47 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
LINHA DO TEMPO NO QUADRO 
 
 
 
 
 
1) O QUE É A RESPOSTA À ACUSAÇÃO? É a peça defensiva que resistirá 
aos termos da denúncia ou queixa, alimentando a esperança de que o réu 
seja absolvido no início do processo (denominada absolvição sumária – art. 
397 do CPP), sem a necessidade de realização de audiência de instrução e 
julgamento. 
obs.: É peça PRIVATIVA de advogado. Se não for o advogado a 
apresentar, então será causa de nulidade absoluta por ausência de 
defesa técnica. 
obs.: É peça obrigatória. Caso o réu, regularmente citado, não a 
apresente, o Juiz deverá nomear advogado dativo para fazê-lo. 
 
2) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL - Art. 396 e 396-A, do CPP - Procedimento 
comum ordinário, sumário e sumaríssimo. 
 Art. 406 do CPP – Procedimento do Júri 
 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, 
o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado 
para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa 
começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor 
constituído. 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que 
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, 
quando necessário. 
 § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 
deste Código. 
 § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não 
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista 
dos autos por 10 (dez) dias. 
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado 
para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 
 48 
3) CABIMENTO – Após o recebimento da denúncia ou queixa pelo 
Magistrado, o mesmo ordena a citação do réu para apresentar sua defesa. 
 
4) CITAÇÃO – É o ato de comunicação pessoal que informa o réu sobre o 
início do processo

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