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Resenha O Príncipe

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Ensino Técnico de Mecânica Integrado ao Ensino Médio
4º Ano do Ensino Médio
ALLAN DE SOUZA BERGER
ESTÉFANO BORTOLINI VASSOLER
RESENHA 
“O PRÍNCIPE”- NICOLAU MAQUIAVEL
ARACRUZ
2017
ALLAN DE SOUZA BERGER
ESTÉFANO BORTOLINI VASSOLER
RESENHA 
“O PRÍNCIPE”- NICOLAU MAQUIAVEL
Trabalho apresentado à disciplina de Filosofia do Ensino Médio do Instituto Federal do Espírito Santo com o fito de obtenção de nota. 
Orientação: Ernesto 
ARACRUZ
2017
RESENHA DE O PRÍNCIPE
Para interpretar uma obra antiga, mesmo que essa ainda apresente extrema relevância na atualidade, deve-se entender a sua contextualização no período em que foi escrita, ou seja, compreender a situação na qual se encontrava o local tratado no livro e, consequentemente, o porquê de o autor tê-la escrito. Somente assim, conseguir-se-á vislumbrar sua importância e o seu real sentido.
No caso de O Príncipe, foi escrito por Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) em uma época de transição na Europa, continente que se via de frente a uma séria crise. A desestruturação por essa ocasionada expressava-se claramente nas complicações que enfrentava: dizimação da população pela Peste Negra vinda da Ásia; precárias condições das cidades; revoltas camponesas constantes, entre outras. Tal situação dava-se ao mesmo em que ocorriam diversas modificações nas áreas artísticas, filosóficas, científicas e políticas. O Renascimento, como ficou conhecido, marcou a transição do feudalismo para o capitalismo, findando, assim, as estruturas medievais que ainda se sustentavam até aquele momento. O movimento iniciou-se na atual Itália, tendo como potências: o Ducado de Milão, a República de Veneza, a República de Florença, o Reino de Nápoles e os Estados Pontifícios.
Essas eram incapazes de se aliar durante muito tempo, estando entregues a disputas e atraindo, devido a suas riquezas, as demais potências europeias do período, principalmente Espanha e França. Portanto, a política italiana era muito complexa, e os interesses políticos estavam sempre divididos.
Nesse contexto, O Príncipe, como obra renascentista, enquadra-se na parte política, empiricamente pouco estudada até aquela época. Na Antiguidade Clássica sustentou-se na ideia do príncipe como virtuoso, no sentido conhecido da palavra, ou seja, pessoa de bem, altruísta. Já na época medieval, o pensamento político era concebido como presente divino, baseando nos preceitos cristãos. Dessa forma, o governante deveria ser uma pessoa que pratica o bem em ambos os casos. A obra de Maquiavel, no entanto, destacou-se e marcou o início do pensamento político contemporâneo, posto que seja fundada na prática e na experiência, ou seja, mostrando a política como ela é, ao invés de relacionada à ética e religião (como pensavam que ela deveria ser).[1] 
Mesmo com essa ênfase e importância dada à obra, o objetivo de Maquiavel ao escrever o livro era simplesmente buscar conquistar os novos governantes que tomaram Florença, destituíram-no de seus cargos públicos e exilaram-no.[2] Como apresentado no início livro, o autor entende que todos, ao querer impressionar uma majestade, dão-lhe aquilo possuam de mais valioso, contudo, não julga possuir algo mais valioso do que o conhecimento que adquiriu durante os anos ; e espera que seja suficiente para convencer o governante a deixá-lo retornar.
E se Vossa Magnificência, das culminâncias em que se encontra, alguma vez volver os olhos para baixo, notará quão imerecidamente suporto um grande e contínuo infortúnio. (MAQUIAVEL, 2001, p.3)
Uma vez que esse seja seu objetivo, tenta ganhar sua confiança ensinando-lhe a não cometer erros que ocasionaram a queda de algum príncipe – termo usado no livro para representar qualquer um que está no poder –, enquanto tenta induzi-lo a seguir os passos daqueles que foram grandes. Desse modo, pretende convencer o leitor através de um raciocínio lógico, firmado sobre observações de acontecimentos antigos e atuais (para a época), e explicar suas implicações de forma lenta, redundante e gradual. Por isso, separa o livro em diversos capítulos e discorre sobre: as formas de principados e as dificuldades encontradas pelos príncipes ao conquistar um novo Estado; os tipos do exército; e as qualidades e circunstâncias que considera essencial a um príncipe, entre outros.
Mesmo aprofundando-se nesses diversos detalhes, grande parte de seus argumentos baseia-se na dualidade virtude e fortuna. Virtude, para o escritor, não sendo apenas a mesma virtude da Antiguidade Clássica; também considerava essencial saber agir de forma tida como má quando se desejava atingir objetivos, dentre eles o principal: manter um Estado sobre seu domínio. E, fortuna não estaria relacionada à acumulação de riquezas, mas sim, de certa forma, à sorte.
[...] pois, se bem considerado for tudo, sempre se encontrará alguma coisa que, parecendo virtude, praticada acarretará ruína, e alguma outra que, com aparência de vício, seguida dará origem à segurança e ao bem-estar. (MAQUIAVEL, 2001, p.29)
Partindo do pressuposto que, para Maquiavel, a virtude de um príncipe engloba tanto atitudes consideradas, no decorrer da história, como morais e amorais, o sucesso de um principado – no que diz respeito à política como esfera autônoma da vida social, isto é, leis morais da família não possuem valor pra obter sucesso na política – dependeria mais da virtude do que da fortuna. Em outras palavras, saber lidar com a fortuna que lhe é imposta, mesmo essa não sendo das melhores, no geral, resulta em mais resultados do que se observa quando o príncipe chega ao poder por “sorte”. Assim, a qualidade de adaptar-se a sua fortuna, para o príncipe, seria muito mais valiosa do que o excesso dessa.
 [...] é preciso que ele [príncipe] tenha um espírito disposto a voltar-se segundo os ventos da sorte e as variações dos fatos o determinem e, como acima se disse, não apartar-se do bem, podendo, mas saber entrar no mal, se necessário. (MAQUIAVEL, 2001, p. 33)
A importância e abrangência da palavra “virtude” para o autor, levou-o a dividi-la em diversas dicotomias. Nessas, retrata as qualidades que considera relevante: liberal e miserável; piedoso (amável) e cruel (temível); forte e astuto; honesto e dissimulado; cada qual ligada ao povo e aos poderosos. Tal ligação deve-se ao fato de, na época do livro, grande parte das ameaças e risco que o domínio podia encontrar, dava-se pelo ódio do povo ou na liberdade cedida aos mais fortes, ao contrário dos imperadores romanos que deviam, também, se preocupar com os soldados. Por conseguinte, para manter-se no poder se fazia necessário o foco nas ações que mitigavam o ódio do povo e enfraqueciam os poderosos.
No diz respeito à primeira, o rei liberal, gastando onde queira, de forma desnecessária, conquistará a empatia dos outros através do dinheiro, a qual se apresentará sem base alguma. Ao mesmo tempo, os gastos em excesso levarão o rei a cobrar altos impostos do povo, levando-o ao ódio para com o governante; ademais, a pobreza gerada pela ostentação ainda terá como consequência a queda do prestígio do rei. A soma desses fatores facilitará e, provavelmente, causará a destituição do rei.
Portanto, um príncipe deve gastar pouco para não precisar roubar seus súditos, para poder defender-se, para não ficar pobre e desprezado, para não ser forçado a tornar-se rapace, não se importando de incorrer na fama de miserável, porque esse é um daqueles defeitos que o fazem reinar. (MAQUIAVEL, 2001, p. 29)
A segunda dicotomia levanta a questão sobre o que é melhor para o príncipe, ser amado ou ser temido. Idealmente, seria os dois, mas perante a impossibilidade de o fazer, aconselha ao governante preferir ser temido, pois, assim, poderá manter seu povo unido e fiel. A desordem – assassinatos e roubos – causada pela piedade em excesso, na visão de Maquiavel, traz mais danos do que os exemplos necessários para o povo temê-lo. Deve buscar ainda, não ser temido em absoluto – pois isso é sinônimo de ser odiado –, pois incitaria no principado umasensação de que não tem nada a perder, gerando uma grande possibilidade de revoltas contra o governo.
Deve o príncipe, não obstante, fazer-se temer de forma que, se não conquistar o amor, fuja ao ódio, mesmo porque podem muito bem coexistir o ser temido e o não ser odiado: isso conseguirá sempre que se abstenha de tomar os bens e as mulheres de seus cidadãos e de seus súditos e, em se lhe tornando necessário derramar o sangue de alguém, faça-o quando existir conveniente justificativa e causa manifesta. (MAQUIAVEL, 2001, p. 31)
Em relação à terceira, o autor traz à tona a dualidade animal e humano presente em nossa espécie, qualificando como virtude saber a quando usar um ou o outro. Nessa dualidade, é natural do homem utilizar-se das leis com lealdade e fidelidade, enquanto é próprio do animal utilizar-se da força e da astúcia, esta necessária para fugir das armadilhas e aquela para impor-se perante as dificuldades. 
Necessitando um príncipe, pois, saber bem empregar o animal, deve deste tomar como modelos a raposa e o leão, eis que este não se defende dos laços e aquela não tem defesa contra os lobos. É preciso, portanto, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. (MAQUIAVEL, 2001, p.32)
Finalmente, partir da terceira dicotomia, surge a quarta. A qualidade de raposa dá ao príncipe: habilidade para não cumprir sua palavra quando não lhe convier; e a fluidez da (dis)simulação, ou seja, mesmo que o autor aconselhe a utilização, em grande parte, de características viciosas – no sentindo de virtude e vício usado pela filosofia –, aparentar possuí-las pode vir a ser extremamente útil. Jamais o príncipe deve inspirar em seus súditos alguma suspeita que enfraqueça qualquer uma dessas qualidades.
Procure, pois, um príncipe, vencer e manter o Estado: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos louvados, porque o vulgo sempre se deixa levar pelas aparências e pelos resultados, e no mundo não existe senão o vulgo; os poucos não podem existir quando os muitos têm onde se apoiar. (MAQUIAVEL, 2001, p. 33)
Todas essas qualidades e circunstâncias facilitam a compreensão da parte em que o escritor discorre sobre as formas de dominação e manutenção do poder; e a forma do exército que todo príncipe deveria buscar.
Sobre o exército, ou as armas utilizadas para conquistas dos novos governos ou territórios, divide em três casos: mercenários, auxiliares e próprias do príncipe. No caso em que se contratem tropas mercenárias, fidelidade e confiança apenas apresentam-se nos tempo de paz, em que essas recebam seus privilégios, mas, esses privilégios não as fazem ter vontade de morrer pelo príncipe nas guerras. Já nas tropas auxiliares, não se pode confiar, uma vez que em caso de vitória ficará preso a elas e na derrota ficará destroçado. Em outras palavras, o aliado de hoje pode ser o traidor de amanhã, haja vista que, esse tem outros interesses, que diferem dos seus. 
[...] se alguém tem o seu Estado apoiado nas tropas mercenárias, jamais estará firme e seguro; [...] Querem muito ser teus soldados enquanto não estás em guerra, mas, quando esta surge, querem fugir ou ir embora. (MAQUIAVEL, 2001, p 23)
Estas tropas auxiliares podem ser úteis e boas para si mesmas, mas, para quem as chame, são quase sempre danosas, eis que perdendo ficas liquidado, vencendo ficas seu prisioneiro. (MAQUIAVEL, 2001, p. 25)
Portanto, ele diz que o melhor a se fazer seria usar suas próprias armas e o seu próprio exército de forma autônoma. Além disso, considerando a guerra como única arte de quem comanda, aconselha ao príncipe nunca parar de pensar em guerras, seja através das ações (estratégias e organização da milícia) e mente (analisar situações de combate antigas).
No tocante à obtenção do poder ela pode dar-se, resumidamente, de três grupos, apresentando no total, cinco formas: conquistados por armas próprias e virtuosamente, ou por armas e fortuna dos outros; por crimes, ou civil; e eclesiástica. No primeiro caso, utilizando-se de suas tropas e seguindo caminhos trilhados pelos que foram grandes, o rei terá dificuldades para se instalar, mas, uma vez no poder, se for virtuoso terá um reinado firme e seguro. Nele, os processos para permanência uma vez no poder dividem-se em dois: quando o idioma e cultura são parecidos com o Estado dominante, basta extinguir a linhagem antiga; quando não o são, pode-se ir até o principado dominado para suprimir revoltas em potencial, arruiná-los por completo ou instalar colônias para cobrar impostos, deixando-os praticar seus costumes e leis. No segundo caso, a facilidade de adquirir o poder é a mesma com o qual pode vir a se perder no futuro, se usar de tropas alheias ficará preso a elas; e se atingir o poder por fortuna (como hereditariedade) dependerá de suas virtudes a permanência ou não nele. 
No terceiro, pela má reputação que adquiriu na crueldade para atingir o poder, aconselha aos príncipes evitá-la no futuro, para não ofender muito o povo e gerar ódio, tentando ao contrário, agradar a esse. Já no quarto, pode-se chegar ao poder através do povo ou dos poderosos. Assim, deve sempre tentar reduzir o poder dos grandes e agradar ao povo, pois o povo é a maior ameaça para o reino. 
O que chega ao principado com a ajuda dos grandes se mantém com mais dificuldade daquele que ascende ao posto com o apoio do povo, pois se encontra príncipe com muitos ao redor a lhe parecerem seus iguais e, por isso, não pode nem governar nem manobrar como entender. (MAQUIAVEL, 2001, p.19)
O último é baseado nos princípios da Igreja e, por isso, independente da forma com a qual se governasse, os súditos seguirão. Dessa forma, a única dificuldade que se encontra é para atingir o poder, podendo ser por virtude ou fortuna.
Antes de se dirigir-se a situação em que a Itália se encontrava, Maquiavel ainda comenta sobre os secretários e os aduladores. Secretários são os ministros que devem ser escolhidos com cautela pelo governante, buscando sempre um fiel e capaz que coloque o reino acima de suas vontades. Aduladores, aqueles que temem dizer a verdade ao príncipe e, assim, bajulam-no. A partir do instante em que, se deixasse todos lhe falarem o que pensam, o rei perderia sua reverência, o príncipe deve escolher sábios os quais podem lhe falar suas opiniões, para aliadas à sua, conduzam-no à melhor escolha. Por fim, finaliza o livro comentando sobre a drafgilidade política e fragmentação pela qual a Itália passava, esperando que ao ler o seu guia, os Médicis consigam ser a figura do Príncipe para esse local.
8
REFERÊNCIAS
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. <http://www.portalabel.org.br/images/pdfs/o-principe.pdf>. 2001. Livros Grátis (pdf)
Prof. Matheus Passos. O pensamento de Maquiavel no livro “O Príncipe”. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=DZC0sdreA3c&t=21s>. Acesso em: 02 de Jul. de 2017
 [1] STRECKER, Heidi. Maquiavel: A política e "O Príncipe. Disponível em <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/maquiavel-a-politica-e-o-principe.htm >. Acesso em: 02 de Jul. de 2017
[2] ARCOS. Resenha de “O Príncipe”. Disponível em <http://www.arcos.org.br/cursos/teoria-politica-moderna/maquiavel/resenha-de-o-principe >. Acesso em: 02 de Jul. de 2017

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